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DIREITO A IGUALDADE E AÇÕES AFIRMATIVAS PROF. LUCIANA CORREA Direito à Igualdade Artigo 5º, CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Artigo 7, DUDH. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo 24, CADH. Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem discriminação, a igual proteção da lei. Luciana Correa Luciana Correa Luciana Correa Luciana Correa Luciana Correa Direito à Igualdade A igualdade consiste em um atributo de comparação do tratamento dado a todos os seres humanos, visando assegurar uma vida digna a todos, sem privilégios odiosos. Consequentemente, o direito à igualdade consiste na exigência de um tratamento sem discriminação odiosa, que assegure a fruição adequada de uma vida digna. Direito à Igualdade � Igualdade formal x igualdade material � As duas facetas da igualdade (igualdade formal ou perante a lei e igualdade material ou efetiva) são complementares e convivem em diversos diplomas normativos no mundo. � Liberdade x Igualdade � Estado positivo: dever de prestação Direito à Igualdade � Separate but equal x treatment as an equal - Política americana segregacionista: brancos e negros podiam ser separados, mas os serviços prestados deveriam ser iguais - Superada por um tratamento igualitário efetivo, inclusive com ações afirmativas Direito à Igualdade � Dimensões da igualdade � Há duas dimensões da igualdade. A primeira dimensão consiste na proibição de discriminação indevida e, por isso, é denominada vedação da discriminação negativa. A segunda dimensão trata do dever de impor uma determinada discriminação para a obtenção da igualdade efetiva, e por isso é denominada “discriminação positiva” (ou “ação afirmativa”). Direito à Igualdade � John Rawls sustenta a necessidade de implementação da igualdade por meio da justiça distributiva, que consiste na atividade de superação das desigualdades fáticas entre os indivíduos, por meio de uma intervenção estatal de realocação dos bens e oportunidades existentes na sociedade em benefício da coletividade ( ANDRE DECARVALHO RAMOS, 2020) Direito à Igualdade � Por esse motivo, pode-se definir, desde logo e em perspectiva analítica, justiça distributiva como: modelo em que o Estado está obrigado a proporcionar um mínimo de direitos a todos os integrantes da sociedade, sendo esse mínimo os direitos fundamentais, que devem ser garantidos considerando as particularidades e as preferências de cada indivíduo, e sem que ao Estado seja permitido definir os destinatários dos direitos, a não ser pelos critérios anteriormente indicados (particularidades e preferências), nem o nível de proteção, fora da ideia de preservação da dignidade da pessoa humana.(JO’SE CLÁUDIOMONTEIRO DE BRITO FILHO) Direito à Igualdade � O DEVER DE INCLUSÃO E A DISCRIMINAÇÃO DIRETA E INDIRETA � Em diversas passagens, a Constituição de 1988 demonstra o apego à igualdade, na perspectiva formal e material. O direito à igualdade implica dever de promoção da igualdade, o que traz como consequência um dever de inclusão, não se aceitando a continuidade de situações fáticas desiguais. ( ANDRE DE CARVALHO RAMOS, 2020) Direito à Igualdade � Para obter a igualdade: as medidas repressivas, promocionais e as ações afirmativas � A discriminação injusta (inconvencional e inconstitucional) é constatada na ocorrência de tratamento igualitário para situações diferenciadas e, também, na ocorrência de tratamento diferenciado para situações idênticas. � O Estado possui dois instrumentos para promover a igualdade e eliminar a discriminação injusta: o instrumento repressivo e o instrumento promocional (voltado ao fomento da igualdade). Direito à Igualdade � As ações afirmativas consistem em um conjunto de diversas medidas, adotadas temporariamente e com foco determinado, que visa compensar a existência de uma situação de discriminação que políticas generalistas não conseguem eliminar, e objetivam a concretização do acesso a bens e direitos diversos (como trabalho, educação, participação política etc.). (ANDRE DECARVALHO RAMOS, 2020) Direito à Igualdade � As ações afirmativas consistem em um conjunto de diversas medidas, adotadas temporariamente e com foco determinado, que visa compensar a existência de uma situação de discriminação que políticas generalistas não conseguem eliminar, e objetivam a concretização do acesso a bens e direitos diversos (como trabalho, educação, participação política etc.). (ANDRE DECARVALHO RAMOS, 2020) Direito à Igualdade � O STF, o Min. Nelson Jobim destacou que “a discriminação positiva introduz tratamento desigual para produzir, no futuro e em concreto, a igualdade. É constitucionalmente legítima, porque se constitui em instrumento para obter a igualdade real” (voto do Min. Nelson Jobim, na ADI 1.946-MC/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 3-4-2003, Plenário, DJ de 16- 5-2003). Direito à Igualdade � O STF, o Min. Nelson Jobim destacou que “a discriminação positiva introduz tratamento desigual para produzir, no futuro e em concreto, a igualdade. É constitucionalmente legítima, porque se constitui em instrumento para obter a igualdade real” (voto do Min. Nelson Jobim, na ADI 1.946-MC/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 3-4-2003, Plenário, DJ de 16- 5-2003). Direito à Igualdade � Ações afirmativas: discriminação positiva - Políticas compensatórias para garantia de igualdade de oportunidades - Políticas de cotas a.Acesso àUniversidade (RE 597.285) b.Serviço Público (ADC 41: Lei n. 12.990/2014) - Lei Maria da Penha - Políticas de acessibilidade Direito à Igualdade � O ministro Joaquim Barbosa definiu as ações afirmativas como políticas públicas voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos perversos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. “A igualdade deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objetivo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade” ( STF,2012) Direito à Igualdade � Joaquim B. Barbosa Gomes em sua obra Ação Afirmativa e Princípio Constitucional da Igualdade, afirma: � Atualmente, as ações afirmativas podem ser definidas como um conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vista ao combate à discriminação racial, de gênero e de origem nacional, bem como para corrigir os efeitos presentes da discrimina- ção praticada no passado, tendo por objetivo a concretização ao ideal de efetiva igualdade de acesso a bens fundamentais com a educação e emprego. Luciana Correa Direito à Igualdade � Nessa ação (ADC 41 DF), foi fixada a seguinte tese de julgamento: � "É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa” Direito à Igualdade Conclusões � O modelo da justiça distributiva, em uma dada sociedade, impõe que o Estado proporcione a todas as pessoas um mínimo de bem estar material. A forma mais adequada para que isso ocorra é elevar a igualdade ao mesmo patamar da liberdade, criando mecanismos para uma distribuição justa dos recursos à disposição. Para que a distribuição, todavia, seja de fato igualitária, é preciso considerar que os integrantes de determinadosgrupos, vulnerabilizados no acesso a determinados recursos fundamentais, precisam de condições diferenciadas de acesso a determinados bens e oportunidades. ( JOSÉ CLÁUDIO MONTEIRO DE BRITO FILHO) Luciana Correa
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