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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO CENTRO PAULA SOUZA TECNOLOGIA EM SOLDAGEM FÍSICA I LABORATÓRIO - Turma B Experimento 3: MRUV DUPLA Fabio Teixeira Cardoso Jhonata Lopes da Cruz Ferreira PROFESSOR Eraldo Cordeiro Barros Filho SÃO PAULO, 25 DE NOVEMBRO 2020 O Experiência: Movimento Retilı́neo Uniformemente Variado (MRUV) Objetivo Caracterizar e utilizar os conhecimentos das equações horárias do MRUV para determinar a aceleração do movimento de um volante que desce um plano inclinado. Introdução Nos movimentos retilíneos uniformes o vetor velocidade v⃗ tem sempre a mesma direção. Nos movimentos retilíneos uniformemente variados é a aceleração que se mantém constante ao longo do tempo. Tais movimentos podem ser acelerados ou retardados. Nos movimentos acelerados a velocidade tem seu módulo aumentado ao longo do tempo e nos retardados, ao contrário, diminuído. As equações da posição e da velocidade para os movimentos uniformemente variados são dadas, respectivamente, por: v=vO+at s=sO +vO t+ at 2 2 Isolando a variável tempo da equação da velocidade e substituindo o resultado na equação da posição obtemos a equação de Torricelli: v2=v2 + 2a(s − sO) O gráfico da posição em função do tempo é dado por uma parábola, cuja concavidade pode estar voltada para cima (a > 0) ou para baixo (a < 0) e o da velocidade em função do tempo é dado por uma reta, representada na Figura 1. Nota-se que a área do gráfico v x t é numericamente igual ao deslocamento ΔS. v(m/s) v0 = 0 t (s) Figura 1: Gráfico da velocidade em função do tempo. Calculando-se a área do gráfico acima, temos que ∆s= v∙t. Sendo a velocidade 2 média dada por v̅ = ∆s, então: ∆t v ̅ = vt 2 ⇒ v̅ = vt ∙ 1 t 2 t ⇒ v ̅ = v ⇒ v=2 ∙ v ̅ ( 1 ) 2 Portanto, a velocidade (v) no instante (t) é igual à 2 vezes a velocidade média (v̅) medida para um determinado espaço percorrido. Parte Experimental A figura abaixo apresenta o arranjo experimental que será utilizado. Verifique o nivelamento da base do plano e em seguida incline os trilhos em aproximadamente 2º. Fusomilimétrico Escalaemgraus Trilhoscomescala Volante Sapataniveladora amortecedora Figura 2: Arranjo experimental para caracterizar o MRUA. 0 • Com um cronômetro efetue 5 medidas do intervalo de tempo necessário para o volante atingir diferentes posições no plano inclinado. Estas posições (x0, x1, x2, ..., x5) devem estar separadas por intervalo de 7 cm. Tabela 1: Posições marcadas na escala x0 = (0 ± 0,05) cm x1 = (7 ± 0,05) cm x2 = (14 ± 0,05) cm x3 = (21 ± 0,05) cm x4 = (28 ± 0,05) cm x5 = (35 ± 0,05) cm • Para tanto fixe 5 fitas adesivas nas posições x0,...,x5, conforme demonstrado na figura 3. Prenda uma régua na posição x1. O volante deve ser colocado sempre na posição x0 no momento do lançamento. Solte o volante, com a ajuda de uma outra régua e acione, simultaneamente, o cronômetro para medir o intervalo de tempo t01. Repita este procedimento para as outras posições restantes e preencha a Tabela 2. Escala da rampa Figura 3: Determinação das posições x0,..., x5, através de fitas adesivas fixadas na escala do plano inclinado Serão obtidos assim os intervalos de tempo t01, t02, t03, ..., t05 relativos aos 10 intervalos de tempo medidos. Tabela 2: Medidas experimentais dos tempos 7 cm 14 cm 21 cm 28 cm 35 cm t01 (s) t02 (s) t03 (s) t04 (s) t05 (s) 1 1,554 2,304 2,888 3,388 3,805 2 1,885 2,594 3,177 3,677 4,136 3 1,822 2,614 3,156 3,656 4,115 4 1,485 2,276 2,860 3,318 3,777 5 1,448 2,199 2,782 3,282 3,741 6 1,576 2,368 2,909 3,410 3,868 7 1,571 2,363 2,988 3,447 3,905 8 1,395 2,187 2,728 3,229 3,687 9 1,693 2,443 3,027 3,527 3,944 10 2,022 2,772 3,397 3,856 4,273 Média 1,6451 2,412 2,9912 3,479 3,9251 Fita adesiva 60 50 4 30 20 10 • Calcule as velocidades médias e as suas respectivas incertezas, relativas aos 10 intervalos de tempo, através da equação V = ∆s ∆t V1 = ∆s1 ∆t1 = 7 1,6451 = 4,255 cm/s V2 = ∆s2 ∆t2 = 14 2,412 = 5,804 cm/s V3 = ∆s3 ∆t3 = 21 2,9912 = 7,020 cm/s V4 = ∆s4 ∆t4 = 28 3,479 = 8,048 cm/s V5 = ∆s5 ∆t5 = 35 3,925 = 8,917 cm/s - Para calcular as incertezas das velocidades precisamos antes calcular as incertezas dos tempos. Nesse caso como a incerteza sistemática é irrelevante, pois foi utilizado o cronômetro do software do vídeo, com isso a incerteza do tempo será o desvio padrão da média (segunda fórmula abaixo). σxest = √ ∑ (x̅ − xi) 2n i=1 n − 1 σx̅̅ ̅est = σxest √n σt1est = √ ∑ (1,6451−xi) 210 i=1 10−1 = 0,2051528 𝑠 σt1̅̅̅̅̅est = 0,2051528 √10 = 0,064875 s σt2est = √ ∑ ( 2,412−xi) 210 i=1 10−1 = 0,19292486 𝑠 σt2̅̅̅̅̅est = 0,19292486 √10 = 0,0610082 s σt3est = √ ∑ ( 2,9912−xi) 210 i=1 10−1 = 0,2042073 𝑠 σt3̅̅̅̅̅est = 0,2042073 √10 = 0,06457206 s σt4est = √ ∑ ( 3,479−xi) 210 i=1 10−1 = 0,19895896 𝑠 σt4̅̅̅̅̅est = 0,19895896 √10 = 0,06291635 s σt5est = √ ∑ ( 3,9251−xi) 210 i=1 10−1 = 0,19222062 𝑠 σt5̅̅̅̅̅est = 0,19222062 √10 = 0,0607855 s - Após calcular as incertezas dos tempos, conseguimos calcular a incerteza das Velocidades usando a fórmula de Propagação de erros, pois a velocidade é uma grandeza obtida de forma indireta. 𝜎𝑣̅ = 𝑣̅ √( 𝜎∆s ∆s )2 + ( 𝜎∆t ∆t )2 𝜎𝑣̅ 1 = 4,255 . √( 0,05 7 )2 + ( 0,064875 1,6451 )2 = 0,170527464 cm/s 𝜎𝑣̅ 2 = 5,804 . √( 0,05 14 ) 2 + ( 0,0610082 2,412 ) 2 = 0,148260345 cm/s 𝜎𝑣̅ 3 = 7,020 . √( 0,05 21 ) 2 + ( 0,06457602 2,9912 ) 2 = 0,15247134 cm/s 𝜎𝑣̅ 4 = 8,048 . √( 0,05 28 ) 2 + ( 0,06291635 3,4179 ) 2 = 0,148842192 cm/s 𝜎𝑣̅ 5 = 8,917 . √( 0,05 35 )2 + ( 0,0607855 3,9251 )2 = 0,1380678149 cm/s Tabela 3: Velocidades médias do volante v̅01= (42,6 ± 1,7) X10-1 cm/s v̅02= (58,0 ± 1,5) X10-1 cm/s v̅03= (70,2 ± 1,5) X10-1 cm/s v̅04= (80,5 ± 1,5) X10-1 cm/s v̅05= (89,2 ± 1,4) X10-1 cm/s • Calcule as velocidades instantâneas v1, v2, v3, v4 e v5, através da equação 1. Tabela 4: Velocidades instantâneas do volante v01= (85,2 ± 3,4) X10-1 cm/s v02= (116,0 ± 3,0) X10-1 cm/s v03= (140,4 ± 3,0) X10-1 cm/s v04= (161,0 ± 3,0) X10-1 cm/s v05= (178,4 ± 2,8) X10-1 cm/s • Faça um gráfico da velocidade instantânea em função do tempo usando papel milimetrado ou Excel. + • Determine graficamente o valor experimental do espaço Δs percorrido pelo volante, lembrando-se que ∆s=v∙t/ 2. - No gráfico os pontos t= 3,925 s e V= 17,83394054 ∆𝑠 = 𝑣̅ . 𝑡 2 = 17,83394054 . 3,925 2 = 34,99910 ≅ 35 • Através do gráfico, determine a aceleração do volante. - A aceleração do volante é igual ao valor do coeficiente angular encontrado através da equação da linha de tendência que corresponde a 4,6686 cm/s2 • Calcule o valor medido de Δs, dado por ∆s= x5 − xO. ∆𝑠 = 𝑥5 − 𝑥𝑂 = 3,925 − 0 = 3,925 cm • Compare o valor medido de Δs com o obtido através do gráfico v x t. (Erro percentual) 𝐸% = | 35 − 34,99910 35 | 𝑥100 = 0,0257 𝐸% ≅ 0,03 % Questões 1. O que ocorreu com os valores das velocidades médias? Explique qual é o tipo de movimento observado. - As velocidades médias variaram uniformente em razão ao tempo. Esse movimento é denominado MRUV – Movimento retilíneo uniformente variado. 2. Faça um gráfico da posição em função do tempo usando papel milimetrado ou excel. Como é denominada a forma da curva obtida no gráfico? - No MRUV a forma da curva formada pelo gráfico S x t é denominada parábola.0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 1 2 3 4 5 Po si çã o ( cm ) Tempo (s) S x t Posição Conclusão Nesse experimento observamos o movimento de um corpo em um plano inclinado, onde analisamos através dos cálculos que a aceleração é constante e sua velocidade aumenta em relação ao tempo (diretamente proporcional) e que a instantânea e o dobro da média. Novamente utilizamos a propagação de erros para calcular a incerteza das velocidades tendo assim um valor mais próximo do exato. Por fim finalizamos o experimento identificando esse movimento como MRUV alcançando assim os objetivos propostos.
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