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LIVIA ROCHA RODRIGUES - AULA 10 - EXERCÍCIO - PERÍODO REGENCIAL - A Sedição de Pinto Madeira e Senador Alencar 2020 02

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IFCE - Fortaleza 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. POR QUE NÃO D. PEDRO I DE VOLTA? 
 A Sedição de Pinto Madeira( 1831 – 1832 ) 
 
1.1- Antecedentes: 
  Após a Confederação do Equador, os presidentes da província do Ceará tiveram como meta a 
reorganização da economia local, que ficou bastante prejudicada, além do restabelecimento da “ordem 
pública”. Os presidentes foram: Costa Barros, Félix de Azevedo (1826), Antônio Sales Nunes Besford 
(1826-1829), José Antônio Machado (1829-1830), Joaquim Pereira da Silva (06/04 a 08/07 de 1830), José 
de Castro e Silva (1830), todos até então partidários de D. Pedro I, e José Mariano de Albuquerque 
(08/12/1831). 
  Em 1831, os rumos da política cearense se alterariam com a abdicação de D. Pedro I. Outra revolta 
ocorreria, desta vez, com características diferentes das anteriores. Mas antes de conhecer os pontos 
fundamentais da Sedição de Pinto Madeira, é bom destacar os fatores que levaram abdicação: 
 - as arbitrariedades e absolutismo do imperador; 
 - a dissolução da Assembleia Constituinte e a imposição da Constituição de 1824; 
 - a questão do trono português; 
 - a Guerra Cisplatina; 
 - o alto custo de vida, os altos impostos, a crise econômica que levaram a sua impopularidade; 
 - a nomeação do ministério dos marqueses e a morte do jornalista Líbero Badaró; 
 - Levantes militares e agitações contra o imperador. 
  As facções políticas no período Regencial: Os liberais moderados, os liberais exaltados e os 
restauradores. Estes queriam o retorno de D. Pedro I ao Brasil para governá-lo. No Ceará existiam 
adeptos desta facção. 
 
1.2- A Sedição de Pinto Madeira, consistiu numa revolta, que entre outras ideias, preconizava a volta de 
D. Pedro I. Mas é claro que os ideais restauradores não foram os únicos determinantes da revolta. Veja 
outras razões: 
  Durante o 1º Reinado, Pinto Madeira foi um dos brasileiros que mais se aproveitou. Como era de 
tendência reacionária, colaborou na repressão ao movimento de 1824(assim como fizera anteriormente no 
de 1817), obtendo assim prestígio, proteção e impunidade por parte do imperador. Foi premiado com o 
posto de Coronel e Comandante Geral das Armas do Crato e do Jardim. Daí passou a praticar todo tipo de 
desmandos e arbitrariedades, além de difundir ideias extremamente absolutistas. Esteve preso duas vezes 
(1825 e 1826), mas saiu impune, tendo em vista a proteção imperial. 
  Com a abdicação do imperador, a situação de Pinto Madeira modificou-se, pois passou a ser alvo da 
vingança de todos aqueles elementos políticos e latifundiários (principalmente os do Crato) que 
anteriormente prejudicara. O início da vingança se deu logo com a chegada da notícia da abdicação, onde 
o povo saiu às ruas para celebrar o acontecimento. Segundo Aírton de Farias, no Crato tanto o ouvidor 
como vários comandantes militares foram exonerados, e chegaram a conseguir a cassação de Pinto 
Madeira do seu posto de Comandante das Armas. Agora era a vez da caça e não mais do caçador. Mas 
Pinto Madeira resistiu, e para isso usou, como quase sempre na história brasileira, as massas populares 
como escudo. 
  As rivalidades entre Crato e Jardim, constituíam-se mais nas disputas entre os latifundiários(coronéis) pelo 
poder no Cariri, mas também no fato dos cratenses nunca terem aceitado a elevação de Jardim para a condição 
de vila(1816). Pinto Madeira teve forte atuação nos conflitos, pois conseguiu, no 1º Reinado vários postos 
importantes para as elites de Jardim. Pinto Madeira é apontado como o principal responsável pelas rivalidades 
entre Crato e Jardim. 
 Curso: Guia de Turismo 
 Professor: Tulius 
 Disciplina: História do Ceará 
 Aluno (a): LIVIA ROCHA RODRIGUES 
 Data: 01/12/20 
 Semestre: III 
 
 Aula 10 - Exercício 
 Turno: Noite 
  As ideias difundidas pela sociedade secreta “Coluna do Trono e do Altar”. 
  A proposta de se criar um império no norte do país denominado Amazonas ou Equador. 
1.3- Padre Antônio Manuel de Sousa também era um defensor das ideias restauradoras, e foi um dos líderes nos 
combates, sendo apelidado de “Padre Benze-cacetes”. 
 
1.4- Os rebeldes juntaram um exército de quase 3 mil homens, muitos sertanejos e mal armados. 
 
1.5- A devassa (investigação) instaurada pelo ouvidor do Crato. 
 
1.6- O início dos combates se deu com a notícia de que tropas partiriam do Crato para capturar os rebeldes em 
Jardim, como reação Pinto Madeira iniciou a marcha para invadir Crato (dezembro de 1831). Em Buriti as tropas 
se encontraram, promovendo uma gigantesca batalha, onde os rebelados foram vitoriosos. Crato caiu sob o 
controle dos “absolutistas”. 
 
1.7- Atuação do Presidente José Mariano de Albuquerque Cavalcante, que enviou tropas para a área de 
confronto, e chegou até mesmo ir. Sofreu uma tentativa de emboscada, mas conseguiu escapar. Quando da 
chegada do mercenário francês Pedro de Labatut, cedeu o lugar para este e retornou para Fortaleza(31 de agosto 
de 1832). Labatut procurou logo acabar com a revolta, prometendo em troca da rendição, garantia de vida e até 
anistia para os rebeldes. 
 
1.8- Sem outra saída os rebeldes se renderam (17/10/1832). Pinto Madeira e Padre Antônio Manuel pediram para 
serem julgados pela justiça do Rio de Janeiro, para não serem vítimas de vinganças pessoais. Mas ao final do 
processo isto não aconteceu. Após vários adiamentos, Pinto Madeira foi julgado e condenado a morte pelo 
assassinato de José Pinto Cidade. Não se questionou no seu julgamento a sua participação na revolta, nem foram 
levadas em consideração as promessas de anistia de Labatut. A condenação de Pinto Madeira foi uma tremenda 
vingança. 
 
 
2. ADMINISTRAÇÃO DO SENADOR ALENCAR 
 
 Um novo surto de urbanização se deu durante a administração do Senador Alencar. Foi um impulso 
fundamental para o processo que se desencadeava na segunda metade do século XIX. 
Encerrada a Sedição de Pinto Madeira, a intenção do governo da Província do Ceará apontava para a 
reorganização da ordem pública e da economia. Uma administração que mereceu destaque, mesmo com algumas 
reservas foi a do Senador Alencar, a partir de outubro de 1834. Segundo Raimundo Girão (3), ele se antecipou em 
iniciativas e providências, lançando os fundamentos do progresso moral e material do Ceará, ensaiando com visão 
os melhoramentos para a Província que posteriormente seriam considerados indispensáveis à sua “civilização” (4). 
O passo inicial de suas ações relacionou-se no combate ao banditismo, em que podemos citar as 
investidas contra João André (Icó), os Mourões, Zolhões, Malambas, Tetéus, Bentivis, Mata-velhos, Faz-fomes, 
Folgazões e outros. Tais elementos quando não conseguiam fugir a outras Províncias, eram presos ou mortos, na 
medida em que naquela época a pena de morte era permitida. Relativamente, a tranquilidade pública era 
restabelecida. A economia da Província e as finanças oficiais mereceram também a atenção do Senador, na medida 
em que estas estavam em desordem, sendo alguns dos principais fatores: a fragilidade das transações comerciais 
pela difusão de dinheiro falsificado ou de peso inferior ao legal. Além de combater a falsificação, instalou, a 7 de 
setembro de 1835, o “Banco Provincial do Ceará”, com a finalidade de melhorar as condições do comércio e 
contornar as aperturas do momento. No concernente ao fisco, agiu com sabedoria, procurando a todo custo 
melhorias sem sacrifício do contribuinte, ou seja, cobrava só o imposto existente sem criar outro. 
 Preocupado com os problemas da Capital e da Província, estimulou a formação, nos municípios, de 
Companhias de Trabalhadores a fim de poderem atuar na agricultura e saírem do ócio. Para a realização de obras 
públicas, procurou criar uma companhia semelhante, com trabalhadores efetivamente pagos, vestidos e 
aquartelados a custo da Fazenda e entregues à disposição do governo. Havia no governo provincial aintenção de 
abrir estradas, principalmente as que ligassem as vilas de Icó e Sobral à Capital, para a evacuação dos produtos de 
tais vilas. 
Quanto à urbanização, o Senador Alencar deu consideráveis contribuições na sua administração, tais 
como: dotou a Capital com iluminação de azeite e serviço de abastecimento de água por meio de chafarizes, além 
de ter trabalhado para a melhoria de um porto em Fortaleza. A fim de combater as secas, se limitou às ideias de 
construção de açudes e ou fontes artesianas. 
Providenciou, na aquisição de modelos de máquinas para o efeito da educação rural, a saber, engenhos 
de serrar, de descaroçar algodão, de fazer manteiga, descascar café, debulhar milho, moer, espremer e peneirar 
mandioca, arados, cultivadores, grades de campo. Comprou uma engenhoca de ferro para moer cana, o primeiro 
que chegou à Província e fê-lo assentar em seu sítio Alagadiço Novo, demonstrando, assim, ser também um 
inovador. 
Este período, Período Regencial, foi marcado por muitas revoltas em todo o país. Em 1831, o Ceará foi 
palco da Sedição de Pinto Madeira, cuja execução do seu líder foi na administração do Senador Alencar. Além 
disso, foram feitas várias tentativas de combater o banditismo com a prisão dos principais criminosos, a fim de 
manter a ordem na província. 
Em outubro de 1841, retornou ao Governo Provincial, mas só por sete meses. Enfrentou pequenas 
revoltas em Aracati, Russas, Quixeramobim, Icó e Sobral. Com a subida ao poder dos conservadores, contudo, o 
Senador Alencar deixou o cargo. Por outro lado, ficaria até 1860 como líder dos liberais no Ceará. 
 
 
EXERCÍCIOS: 
 
01. Sobre o movimento de 1831 no Ceará assinale o item certo: 
 a. Ocorreu durante o Período Regencial, um dos períodos mais conturbados da nossa História. 
 b. Foi liderada por Joaquim Pinto Madeira, Coronel de Milícias que ocupava o posto de Comandante 
de Armas do Cariri Cearense. 
 c. Esse movimento pretendia fazer nascer no Ceará, um governo Republicano onde existisse o 
predomínio da democracia com plena liberdade para a Nação. 
 d. Esse movimento foi responsável por grandes mudanças na região em que se produziu. 
 
02. “A chamada revolução de 1832, liderada por Joaquim Pinto Madeira. Coronel de Milícias que 
ocupava o posto de Comandante de Armas do Cariri cearense, melhor seria caracterizada como revolta, 
pois não traria mudanças profundas ou substanciais na região em que se produziu”. 
(Fonte: MONTENEGRO. J. A. Sousa. “A Revolução de 1832” in: SOUSA, Simone de (Coordenadora) - 
História do Ceará. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará/Fundação Demócrito Rocha/Stylos 
Comunicações, 1989, p. 149). 
A respeito do movimento a que o texto se refere, podemos afirmar corretamente: 
01- Reunia forças políticas em torno do movimento pró-restauração de Pedro I. 
02- Caracterizava-se por sua feição liberal à semelhança dos movimentos de 1817 e 1824. 
04- Pretendia tão somente alterar a face política do País com à proclamação da República. 
08- Concorreu para sua eclosão a rivalidade política entre as oligarquias de Crato e Jardim que 
disputavam o domínio político do Cariri. 
 
03. Aponte os principais fatores da Sedição de Pinto Madeira. 
 
A sedição de Pinto Madeira consistiu numa revolta, que entre outras ideias, preconizava a volta de D. 
Pedro I, Pinto Madeira difundiu ideias extremamente absolutistas. Com a abdicação do imperador, a situ-
ação de Pinto Madeira modificou-se pois passou a ser alvo da vingança de todos aqueles elementos políti-
cos e latifundiários que anteriormente prejudicara. O povo saiu as ruas pela cassação de Pinto Madeira, 
mas ele resistiu e para isso usou as massas populares como escudo. Ele é apontado como o principal res-
ponsável pelas rivalidades entre Crato e Jardim. 
 
04. Pesquise sobre a sociedade “Coluna do Trono do Altar” e destaque algumas de suas ideias. 
 
A Coluna do Trono e do Altar era uma sociedade secreta sediada em Recife, fundada em 1828, que, man-
comunada com o Partido Restaurador, tinha por objetivo disseminar a cau-
sa regressista e tradicionalista no norte do país. A sociedade secreta Coluna do Trono também pretendia o 
absolutismo, contando com o apoio dos portugueses que nela viviam. 
 
05. Como se deu o encerramento da Sedição de Pinto Madeira? Comente. 
 
O mercenário francês Pedro de Labatut procurou logo acabar com a revolta, prometendo em troca da ren-
dição, garantia de vida e até anistia para os rebeldes. Sem outra saída os rebeldes se renderam. Pinto Ma-
deira e Padre Antônio Manuel pediram para serem julgados pela justiça do Rio de Janeiro, para não serem 
vítimas de vinganças pessoais. Mas ao final do processo isto não aconteceu. Após vários adiamentos, Pin-
to Madeira foi julgado e condenado a morte pelo assassinato de José Pinto Cidade. Não se questionou no 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Recife
https://pt.wikipedia.org/wiki/1828
https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Restaurador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Regressistas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradicionalismo
seu julgamento a sua participação na revolta, nem foram levadas em consideração as promessas de anistia 
de Labatut. A condenação de Pinto Madeira foi uma tremenda vingança. 
 
06. Sobre a administração do Senador Alencar é coerente afirmar: 
a. Foi a mais conservadora do Período Regencial, na medida que era líder da ala carcará dos conservado-
res no Ceará. 
b. Criou o Banco da Província do Ceará que deu origem posteriormente ao Banco do Estado do Ceará 
(BEC). 
c. Concentrou sua administração em apoiar o combate à Guerra do Paraguai. 
d. Contribuiu para mais um processo de urbanização em Fortaleza, além de estimular a inovação produti-
va agrícola, comprando-o, um engenho de ferro para seu sítio Alagadiço Novo. 
 
07. Cite as medidas econômicas para tentar recuperar a economia cearense em sua gestão. 
 
As ações de Senador Alencar se deram no combate ao banditismo, combateu a falsificação, instalou o 
Banco Provincial do Ceará, com a finalidade de melhorar as condições do comércio e contornar as apertu-
ras do momento. Em relação ao fisco, cobrava apenas o imposto existente sem criar outro, estimulou a 
formação nos municípios de Companhias de Trabalhadores a fim de poderem atuar na agricultura e saí-
rem do ócio, quanto à urbanização, dotou a capital com iluminação de azeite e serviço de abastecimento 
de água por meio de chafarizes, além de ter trabalhado para a melhoria de um porto em Fortaleza. A fim 
de combater as secas, se limitou às ideias de construção de açudes e ou fontes artesianas. 
 
08. Pesquise sobre os governos do Ceará durante os anos de 1834 a 1840, na Regência Una de Araújo 
Lima, destacando suas principais características. 
 
Após a abdicação do regente Feijó, uma nova eleição foi realizada em abril de 1838. Entre os principais 
concorrentes ao cargo de regente estavam o liberal Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti e o 
fazendeiro pernambucano Araújo Lima. Em um período em que as primeiras revoltas contra o governo 
explodiam a vitória do conservador Araújo Lima consolidou-se sem maiores problemas. Compondo um 
gabinete de formação estritamente conservadora, a regência de Araújo Lima representou o retrocesso das 
conquistas liberais alcançado com a aprovação do Ato Adicional de 1834. Em seu governo, as primeiras 
revoltas eram consideradas uma consequência das liberdades oferecidas pelo Ato Adicional. Dessa forma, 
foi homologado, em maio de 1840, a chamada Lei Interpretativa do Ato Adicional, que revisou alguns 
pontos da reforma de 1834. Com a reforma, as províncias perderam parte de suas atribuições político-
administrativas. De acordo com a nova lei, o governo central teria o direito de nomear funcionários públi-
cos e funcionários de polícia e justiça. Em meio às revoltas e grandes derrotas políticas, os liberais se uni-
ram em torno do projeto de antecipação do coroamento de Dom Pedro II. Na medida em que os conser-vadores não tinham habilidade para resolver os problemas vigentes, a campanha em prol da antecipação 
do Segundo Reinado ganhava cada vez mais força. Em julho de 1840, não mais resistindo às pressões 
liberais, o governo regencial chegou ao seu fim com a coroação do jovem Dom Pedro II. Tal episódio 
ficou conhecido como o Golpe da Maioridade. Mesmo o golpe representando um avanço das alas liberais, 
o início do Segundo Reinado não configurou uma reforma estrutural das práticas políticas da época.

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