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©2019 por ANDAPEF Todos os direitos reservados. Todas as citações bíblicas são da Bíblia na Nova Versão Internacional, a não ser quando indicada outra versão. Produção ANDAPEF Associação Nacional de Defesa e Apoio aos Pais na Educação dos Filhos Autores (em ordem alfabética) Ageu Magalhães • Amauri Costa • Antônio Cabrera • Davi Charles Gomes • Diego Venâncio • Everson Pereira • Guilherme Reggiani • Hélder Cardin • Jessé Meninel • andro Silva • Valter Reggiani • Wilson Porte Junior Organização e edição Cecilia J. D. Reggiani Revisão Inez A. Borges Capa e diagramação André de Souza Borovina Peixoto Josué Meninel • Robson do Boa Morte Sandro Silva • Valter Reggiani • Wilson Porte Júnior 3 APRESENTAÇÃO O Devocional A Igreja no Lar foi preparado para auxiliar as famílias no processo de retorno ao cumprimento de suas responsabilidades espirituais como formadoras da próxima geração de discípulos de Cristo. Diante da análise do contexto global no qual vivemos, é imperativo compreender que o enfraquecimento da família, da igreja e de toda a sociedade é resultado direto da desobediência dos pais em relação ao mandamento de Deus para que eduquem seus filhos no caminho em que devem andar. Como parte do cumprimento da missão de oferecer ajuda aos pais que desejam voltar a assumir as rédeas espirituais de seu lar, a ANDAPEF publicou, no mês de agosto de 2019, a primeira tradução em língua Portuguesa do sermão de Matthew Henry intitulado A Igreja no Lar. O livro tem despertado pais, principalmente os homens, para a necessidade de investir tempo de qualidade na realização do culto doméstico diário. Isso é maravilhoso. Desejamos que o livro continue sendo lido e divulgado entre famílias e igrejas por todo o território nacional e, quem sabe, até mesmo em outros países lusófonos. Continuando a buscar formas de inspirar os pais, decidimos pedir ajuda a diversos pastores para que se juntassem à ANDAPEF produzindo reflexões para devocionais diárias. 4 No livro A Igreja no Lar, Matthew Henry desafia os pais a transformarem suas casas em igrejas, ou seja, em lugares nos quais Cristo não somente habita, mas reina e é adorado e servido diariamente. O alvo é que os pais assumam seu papel como sacerdotes de sua família e ofereçam consciente, responsável e formalmente ao Senhor de sua casa o sacrifício diário (de preferência duas vezes por dia) ao qual Ele tem direito. O Devocional que agora apresentamos foi inspirado nesse desafio e tem o objetivo de auxiliar os pais que o aceitarem. O material foi escrito por vários pastores reconhecidos no Brasil, pastores estes que são também pais e sacerdotes, cada um em sua própria casa. Cada tema bordado consta de leitura bíblica, reflexão, uma pergunta do catecismo e oração para dois momentos diários: pela manhã e à noite. É, portanto, material para 30 dias de estudos, caso seja utilizado da forma como sugerido por Henry. Esta prescrição é válida ainda hoje, após 315 anos de publicação do The church in the house, embora sejamos forçados a reconhecer que vivemos tempos bem mais difíceis quando se trata de reunir a família. Ao ler o Devocional, emocionei-me inúmeras vezes, chegando a parar a leitura e prostrar-me diante do Senhor, pedindo perdão por não ter tido o zelo necessário com o culto doméstico no devido tempo, quando tinha minha filha ainda pequena. Mas, fui consolada e fortalecida por reflexões, perguntas e respostas do catecismo ou algumas orações dos quais são exemplos os trechos abaixo: Pergunta 1 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Qual é o seu único consolo na vida e na morte? R: Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador Jesus Cristo. 5 Ajuda-nos, oh Pai, a conduzir a próxima geração a Ti. (Oração, Dia 13 - noite). O Sol da Justiça passa a brilhar em nossas casas quando a janela do arrependimento se abre para novos começos, não importando se o clamor nasce dos lábios juvenis ou do grito de anciãos. Deus vê o coração (1 Sm 16.7). (Meditação - Dia 20, manhã) Lemos a história de José, Moisés, Josué e de qualquer outra personagem bíblica e finalizamos assim: “você precisa ser como José, você precisa ser como Moisés, você precisa fazer o que Josué fez, etc”. Com isso, sem que percebamos, estamos impedindo as crianças de irem a Cristo, pois mostramos a elas os seus pecados, mas que a solução está na mudança de comportamento e não na necessidade de um Salvador. Grande perigo. (Meditação - Dia 26, manhã) Pergunta 157 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Como a Palavra de Deus deve ser lida? R: As Santas Escrituras devem ser lidas com alto e reverente respeito; com a firme persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus e de que somente ele pode habilitar-nos a entendê-las; com o desejo de conhecer a vontade de Deus nelas reveladas, crer nela e obedecer a ela; com diligência e atenção ao seu conteúdo e propósito; com meditação, aplicação, abnegação e oração. Entrego, portanto, este material, na esperança de que Deus, por sua misericórdia e graça, permita que a família e a igreja sejam edificadas com esta leitura. Inez Augusto Borges Presidente da ANDAPEF SUMÁRIO ÉDEN COMO JARDIM, LAR E TEMPLO Dia 1 – Hélder Cardin O SILÊNCIO DE ADÃO Dia 2 – Amauri Costa QUALQUER CULTO NÃO SERVE Dia 3 – Valter Reggiani O CULTO DOMÉSTICO COMO CULTO CONTÍNUO Dia 4 – Everson Pereira A ALIANÇA DE DEUS COM A FAMÍLIA Dia 5 – Antônio Cabrera CAM E A DESONRA AOS PAIS Dia 6 – Ageu Magalhães A TORRE DE BABEL E A PERVERSÃO DO CULTO Dia 7 – Josué Meninel VIDA DE TENDA E ALTAR Dia 8 – Amauri Costa LARES DIVIDIDOS PELA INFIDELIDADE Dia 9 – Everson Pereira A PROVA DE DEUS Dia 10 – Sandro Silva A ARMADILHA DA PREFERÊNCIA Dia 11 – Davi Charles Gomes JOSÉ E DANIEL, JOVENS E FIEIS Dia 12 – Guilherme Reggiani GERANDO FILHOS PARA DEUS Dia 13 – Josué Meninel ENTREGANDO OS FILHOS A DEUS Dia 14 – Jessé Meninel EU E MINHA CASA SERVIREMOS A DEUS Dia 15 – Antônio Cabrera DEUS FALA COM AS CRIANÇAS Dia 16 – Hélder Cardin 8 9 ADORAÇÃO SEM DISCIPLINA NÃO É BOA SEMEADURA Dia 17 – Diego Venâncio SALOMÃO E O CULTO DOMÉSTICO Dia 18 – Jessé Meninel PERVERSÃO DA LIDERANÇA Dia 19 – Robson do Boa Morte O PODER DO EVANGELHO PARA TRANSFORMAR HISTÓRIAS FAMILIARES Dia 20 – Everson Pereira A CORAGEM DE UMA FAMÍLIA QUE TEME AO SENHOR Dia 21 – Davi Charles Gomes O AMOR SACRIFICIAL DO MARIDO DIA 22 – Wilson Porte Jr. A INCREDULIDADE HUMANA E A FIDELIDADE DE DEUS DIA 24 – Robson do Boa Morte JOSÉ E A ADOÇÃO DE JESUS DIA 25 – Guilherme Reggiani A CENTRALIDADE DE CRISTO NO CULTO DOMÉSTICO DIA 26 – Valter Reggiani PAI NOSSO, A ORAÇÃO DA FAMÍLIA DIA 27 – Sandro Silva A PRIORIDADE DO CULTO PÚBLICO DIA 28 – Ageu Magalhães A EDUCAÇÃO MULTIGERACIONAL NO CULTO DOMÉSTICO DIA 29 – Diego Venâncio A BELEZA DA IGREJA DIA 30 – Guilherme Reggiani 11 Manhã Leitura bíblica: Gênesis 1.26-28 Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus. Isto significa que eles traziam em si características ou atributos que são peculiares a Deus, os quais ele não compartilhou com nenhum outro ser criado, como animais, aves, plantas, rios ou rochas. São estas características que fazem dos seres humanos pessoas, não simplesmente coisas. Ser criado à imagem e semelhança de Deus não significa que Adão e Eva eram divinos, mas que eles tinham uma personalidade, assim como Deus é uma pessoa. São seres com capacidade de ação, decisão e criação, além de serem seres espirituais, o que lhes permitiria um relacionamento com Deus. Aqueles primeiros seres humanos foram criados para glorificar a Deus, assim como para demonstrarem essa glória no cuidado da criação e também de sua total dependência para com Deus. Assim como Adão e Eva, nós também fomos criados para glorificar a Deus, como Paulo nos diz em 1 Coríntios 10.31. Viver para a glória de Deus significa basicamente viver em conformidade com o carátere propósitos de Deus, evidenciando tanto quem ele é quanto o que ele fez por nós em Jesus Cristo. Glorificar é adorar a Deus, servindo com toda nossa dedicação por meio dos nossos dons, trabalho, estudos, família e tudo mais que ele nos dá como recursos e oportunidades para demonstração da bondade e graça com que ele tem cuidado das nossas vidas. Dia 1 ÉDEN COMO JARDIM, LAR E TEMPLO Hélder Cardin 12 Quanto à ordem da multiplicação, esta não visava simplesmente o aumento da população no mundo, embora isso fosse muito importante naquele momento. A sequência de Gênesis, como em 18.19, demonstra que o propósito de Deus para a paternidade/maternidade visava o ensino dos mandamentos e estatutos de Deus aos filhos. Ou seja, que a nova geração se tornasse adoradora do Senhor bem como praticante de seus mandamentos. Pergunta 9 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é a obra da criação? R: A obra da criação é aquela pela qual Deus fez todas as coisas do nada, pela palavra do seu poder, no espaço de seis dias, e tudo muito bem. Oração: Deus, obrigado por tua criação, bem como pela preciosidade da criação dos seres humanos. Que o Senhor nos ajude a viver para tua glória, demonstrando tua sabedoria e santidade na maneira como vivemos de conformidade com a obra de Cristo em nosso favor. 13 Dia 1 ÉDEN COMO JARDIM, LAR E TEMPLO Noite Leitura bíblica: Gênesis 2.7-9 e Gênesis 2.15-17 Na narrativa de Gênesis 1 e 2, vemos Deus criando o Jardim do Éden. Um lugar extremamente belo e oportunamente criado para ser o local onde Adão e Eva cumpririam o mandato de Deus para o cuidado da criação bem como o local para o estabelecimento de seu lar. Vemos, no final de Gênesis 2, a união que Deus promoveu entre o homem e a mulher, fazendo deles um casal. Estamos falando do primeiro casamento da história. Ao longo de toda a Bíblia, Deus trabalhanda predominantemente em e por meio de famílias, através das quais ele cumpre seus propósitos e manifesta sua sabedoria. Em Efésios 3.15, Paulo diz que Deus é aquele de quem toda família, no céu e na terra, toma para si o nome. Ou seja, Deus é tanto o fundamento quanto o referencial de toda família. Nenhuma família é bem sucedida à parte de um relacionamento íntimo e obediente para com Deus. Vemos com isso que Gênesis não é simplesmente o início de todas as coisas, como elas cronologicamente começaram. Gênesis é, também, o padrão estabelecido por Deus para o relacionamento de obediência e submissão que seus filhos deveriam ter com ele. Por meio da ordem de que Adão e Eva não poderiam comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Deus estabeleceu seu mandamento aos seus filhos, um mandamento que não visava o mal Hélder Cardin 14 de Adão. Pelo contrário, visava a demonstração da autoridade que Deus tinha sobre Adão, bem como estabelecer a certeza de que apenas em Deus Adão e Eva encontrariam aquilo que necessitavam para suas vidas. A desobediência a esta ordem divina traria morte a eles, como infelizmente vemos acontecendo na sequência de Gênesis 3, com seus devidos reflexos por toda a Escritura. Em uma perspectiva bíblica, obediência nada mais é do que submeter-se pronta e integralmente àquilo que Deus estabeleceu em sua Palavra. Pela obediência, demonstramos submissão bem como temor a Deus, que é exatamente o que ele deseja de seus filhos. Como Jesus nos diz em João 14.21, aquele que ama Deus guarda os seus mandamentos. Pergunta 10 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – Como Deus criou o homem? R: Deus criou o homem, macho e fêmea, conforme a sua própria imagem, em conhecimento, retidão e santidade, com domínio sobre as criaturas. Oração: Querido Deus, agradecemos pela criação do casamento e da família, bem como pela maneira bondosa com que o Senhor tem abençoado nossa família. Nos ajude a ser obedientes ao Senhor, amando ao Senhor e guardando seus mandamentos. 15 Dia 2 O SILÊNCIO DE ADÃO Manhã Leitura bíblica: Gênesis 3 Em nosso texto de hoje, o versículo 6 nos diz que Eva, ao ver que o fruto era bom para alcançar seus objetivos, comeu e deu ao seu marido e ele também comeu. Gostaria aqui de chamar a atenção para a passividade de Adão. Eva assume o protagonismo da história e Adão não reage corretamente ao que está acontecendo. Na minha perspectiva, ouve uma “queda antes da queda” de Adão, que foi sua omissão. Antes de desobedecer, Adão foi omisso, passivo onde devia ser ativo. A responsabilidade de liderança era dele, e tal posto o coloca na responsabilidade de proteger e instruir Eva, mas ele não o fez. Quando um líder deixa o liderado fazer o que quer, ele não está sendo bonzinho, está sendo negligente. É fácil para o líder deixar o liderado seguir seus instintos e assumir a direção, e quando tudo dá errado ele simplesmente o culpa. Foi o que Adão fez: Deus desce ao jardim no fim daquele dia e lá estava o homem, escondido no meio das plantas. O Criador o chama e cobra dele a responsabilidade pelo ocorrido, mas Adão se explica transferindo a culpa: “a mulher que tu me deste...”. Ainda hoje, muitos homens vivem se escondendo e se omitem do papel de líderes de suas casas. A cena da queda se reproduz cotidianamente. Mas Deus, em Cristo, o segundo e perfeito Adão, nos resgatou da queda para sermos o que Ele nos criou para ser. Assim como chamou Adão, o Senhor nos chama de volta ao nosso posto de líderes e sacerdotes de nossas casas. Saiamos dos esconderijos e nos apresentemos ao Eterno! Amauri Costa 16 Pergunta 14 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é pecado? R: Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer transgressão dessa lei. Oração: Senhor, reconhecemos que muitas vezes temos falhado no cumprimento de nossos papéis e funções em nosso lar, mas pedimos teu perdão e forças para mudar. Damos graças por tua palavra, que nos direciona e corrige. Abençoe nossa casa com ordem e direção, nos ajude a ler tua palavra, entender os erros de nossos ancestrais, aprender com eles e viver uma vida reta e santa em tua presença. Ajuda-nos a não negligenciar nossos deveres e cumprir todos os teus mandamentos, pois sabemos que por eles teremos vida. Em nome de Jesus, Amém! 17 Dia 2 LIDANDO COM AS CONSEQUÊNCIAS Amauri Costa Noite Leitura bíblica: Gênesis 3.14-19 A omissão de Adão trouxe consequências trágicas para a sua família. O princípio da autoridade foi violado: Adão o quebrou quando não seguiu a liderança de Deus sobre ele. Na verdade, era muito mais que liderança, era senhorio. Mas ele não entendeu isso e achou que a ordem de Deus podia ser negociada, ou que havia enganos nela. Ele não pensou que a vontade do Soberano Senhor era boa perfeita e agradável, então a relativizou. Eva quebrou o princípio da autoridade de seu marido: ela era auxiliadora, mas agiu como governadora. Ela decidiu sozinha desobedecer ao mandamento que seu marido havia recebido de Deus e transmitido a ela. Ela simplesmente não pergunta a seu marido, ela decide e faz. A liderança dele não era confiável e nem importante, o que importava era seu desejo de ter mais. Eva violou o princípio da autoridade do marido sobre a esposa. Na sequência, Caim violou o princípio da autoridade dos pais sobre os filhos. Ele decide por si e de si matar seu irmão mais novo, e assim o faz. Claro que se pedisse permissão não receberia, assim como Eva a Adão e este a Deus. Logo, todos eles decidem desobedecer, e tudo começa com Adão, que foi omisso em seu papel de líder e sacerdote de sua casa. É por esta razão que, quando Deus desce ao Éden, chama por Adão, não por Eva. Deus delegou o governo da casa a Adão e ele falhou em cumprir seu papel. 18 Ele se esconde de sua tarefa de liderar e proteger sua esposa e agora foge daquele a quem tem de prestar contas. Então, Deus mata um animal e das peles faz roupas para encobrir a vergonha dos humanos, já nos sinalizando que pela morte de alguém inocente seríamos resgatados de nossaqueda. É nesse cenário de tragédia que nos é sinalizada a esperança de redenção, a semente do Evangelho. Pergunta 27 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Qual é a miséria que a queda trouxe sobre o gênero humano? R: A queda trouxe sobre o gênero humano a perda da comunhão com Deus e o seu desagrado e maldição; de modo que somos, por natureza, filhos da ira, escravos de Satanás e justamente expostos a todas as punições, neste mundo e no vindouro. Oração: Senhor, assim como Davi, no Salmo 51, reconheceu ter pecado contra ti, nós também reconhecemos que muitos dos nossos sofrimentos são consequência de nossas negligências. Mas pedimos teu perdão e restauração por meio de Jesus. Ajuda-nos a mudar nossa casa, a ordena- la segundo tuas prescrições, pois cremos em tua palavra e amamos tua lei. Usa-nos para ajudar as casas ao nosso redor, em nome do Senhor Jesus, amém! 19 Dia 3 QUALQUER CULTO NÃO SERVE Valter Reggiani Manhã Leitura bíblica: Gênesis 4.1-11 Com a leitura da história de Caim e Abel, vemos como o pecado atingiu em cheio toda a descendência de Adão, ao ponto de que já na geração seguinte, o irmão mais velho tenha matado o mais novo. Essa história também nos ensina que, apesar de nossos pecados, podemos alcançar justiça diante de Deus, ao ponto dele se alegrar de nós e de nossas ofertas. Que esperança maravilhosa, pois, se somos identificados com Caim por sermos pecadores, podemos também nos identificar com Abel e com sua oferta, através do sacrifício perfeito de Jesus Cristo por nós. Caim matou seu irmão mais novo por um motivo banal, por inveja. E qual foi a origem dessa inveja? Ambos ofereceram uma oferta ao Senhor: Caim do fruto da terra e Abel das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Entretanto, Deus agradou-se de Abel e de sua oferta e de Caim e de sua oferta não se agradou. O mais velho desgostou tanto deste fato que matou o seu irmão, recebendo do Senhor o castigo. Mas por que Deus se agradou de Abel e não de Caim? Teria sido somente porque Abel ofertou das primícias de seu rebanho e da gordura deste e Caim ter ofertado do fruto do campo? A resposta a esta pergunta está principalmente na forma como as ofertas foram feitas e não no conteúdo delas, já que o Senhor não se desgostou de Caim e de sua oferta pelo fato deste ter trazido do fruto do campo, pois, em Êxodo 20 23.19, Deus ordena que “as primícias dos frutos da tua terra trarás à Casa do SENHOR, teu Deus.” Se o Senhor não se agradasse de ofertas que envolvesse os frutos do campo, não teria dado esta ordem. Então, se não foi no conteúdo das ofertas, no que a forma com que Abel ofertou o diferenciou da forma com que Caim ofertou? A resposta encontraremos no livro de Hebreus, capítulo 11, que, no versículo 4, diz: “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo...”. Deus se agradou de Abel e de sua oferta porque ele era justo e esta justiça ele obteve pela fé, pois a fé é o único meio pelo qual podemos nos achegar a Deus e agradá-lo. Pergunta 32 do Catecismo Puritano (1855) - O que é justificação? R: A justificação é o ato da livre graça de Deus, em que Ele perdoa todos os nossos pecados, e nos aceita como justos em sua vista, só pela justiça de Cristo imputada a nós, que é recebido unicamente pela fé. Oração: Senhor, nos conceda uma fé genuína e sincera em ti e em tuas promessas, de tal forma que o Senhor possa se agradar de nós e nos conceder a tua justiça, para o louvor da tua glória. Em nome de Jesus, amém. (Salmos 103.3 “Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades”). 21 Dia 3 SÓ A SINCERIDADE NÃO BASTA Valter Reggiani Noite Vimos anteriormente que Deus se agradou de Abel e de sua oferta porque ele era justo e esta justiça ele obteve pela fé, pois a fé é o único meio pelo qual podemos nos achegar a Deus e agradá-lo. Qualquer coisa que oferecermos ao Senhor, inclusive nosso culto, só agradará ao Senhor se for pela fé. Esta abrange dois aspectos que também estão explicitados em Hebreus 11.1: nossa certeza do passado e nossa convicção do futuro; certeza de que Deus é a suprema realidade invisível, o criador e o sustentador de todas as coisas, e a convicção de que ele irá cumprir toda a sua palavra com suas maravilhosas promessas. Quando vamos presentear uma pessoa que amamos, procuramos algo que seja do agrado dessa pessoa e não aquilo que nos agrada. Muitas vezes, porém, negligenciamos esse princípio quando vamos oferecer nosso culto a Deus e, erroneamente, pensamos que o que agrada a Deus é a sinceridade, independente de onde esteja essa sinceridade. Claramente Deus se agrada da sinceridade e não da hipocrisia, mas é de uma fé sincera que ele se agrada, como Paulo lembra em 1 Timóteo 1.5. Se buscarmos conhecer ao Senhor através daquilo que ele revela de si mesmo na sua palavra, poderemos oferecer um culto ao Senhor com a mesma fé sincera que Abel ofertou, e consequentemente também Deus se agradará de nós e de nossa oferta e seremos justos diante dele, sendo testemunho para outros. 22 Pergunta 45 do Catecismo Puritano (1855) - O que se exige no segundo mandamento? R: O segundo mandamento exige receber, observar e manter puros e completos toda a adoração religiosa e ordenanças como Deus mostrou em sua Palavra. Oração: Senhor, abra meus olhos e a minha mente para que eu possa conhecer a tua vontade através da tua Palavra e possa cultuar-te da maneira como o Senhor deseja. Amém. (Salmos 119.171 “Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus decretos”). 23 Dia 4 O CULTO DOMÉSTICO COMO CULTO CONTÍNUO Everson Pereira Manhã Leitura bíblica: Gênesis 5.24 Homens e mulheres geralmente passam suas vidas procurando satisfação em algum relacionamento, emprego, posição, etc. “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jr 17.9). Para conhecer nosso coração, portanto, é necessário confrontá-lo com o que Deus diz sobre nós e para nós. Enoque andava com Deus. A sentença é cortante e, ao mesmo tempo, perturbadora às mentes sossegadas ao culto religioso e infértil. Quando Enoque era pequeno, ele andou, quando tornou-se jovem, ele continuou andando, e assim foi até que Deus o recolheu para Si. De uma linhagem familiar que já naquela época experimentava o crescimento da apostasia, Enoque permaneceu caminhando com Deus. Sua devoção, compromisso e práticas estavam ligadas ao propósito maior de sua existência: uma fé resoluta em Deus! Ele se alegrou ao ouvir a história da criação; renegou os convites à depravação e entregou- se ao contato regenerador e afável do Criador. Ele decidiu andar por toda a sua vida com Deus. Em família, precisamos gerar e nutrir uma cultura de proximidade com o Senhor. Pais e mães, filhos e filhas, em um poderoso entrelaçar de experiências com Deus, complementando a jornada um do outro. Nesta perspectiva, os discursos e proclamações em família são estruturas inquebráveis e restauradoras. Não basta apenas o louvor entoado ou a voz que proclama fé: as mãos que fazem e os pés 24 que apontam a direção verdadeiramente trazem vida para a família. Andemos Nele! “Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele” (Cl 2.6). Pergunta 36 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – Quais são os benefícios que nesta vida acompanham a justificação, a adoção e a santificação, ou delas procedem? R: Os benefícios que nesta vida acompanham a justificação, a adoção e a santificação, ou delas procedem, são: a certeza do amor de Deus, a paz de consciência, a alegria no Espírito Santo, o aumento da graça e a perseverança nela até o fim. Oração: Senhor, ensina-me a guardar meu coração em santidade, e ajuda-me a ouvir Tua voz com simplicidade e poder. Minha família decide andar ao Teu lado todos os dias. 25 Dia 4 O CULTO DOMÉSTICO COMO CULTO CONTÍNUO EversonPereira Noite Leitura bíblica: Gênesis 5.23 Qual seria a grande vantagem de uma vida longeva e cheia de nuances? Conhecer lugares, pessoas e desfrutar de muitas experiências pode ser uma boa aposta. Um caminhar de 365 anos pode revelar muitas coisas. De uma família com tradição de vida longa, Enoque gerou Matusalém, cujos dias na terra quase alcançaram mil anos! Viver sem compreender o projeto de Deus para nós pode ser uma flecha sem ponta guardada em um canto escuro da casa. “Assim diz o Senhor, o seu redentor, o Santo de Israel: ‘Eu sou o Senhor, o seu Deus, que lhe ensina o que é melhor para você, que o dirige no caminho em que você deve ir’” (Is 48.17). Quando compreendemos essa verdade máxima, um novo fôlego de vida e sentimento de plenitude tomam todos os cantos da casa. Passamos a experimentar em família a alegria de cada novo amanhecer. Todos os minutos, todas as horas e séculos vividos para ELE! Em casa, em meio às inquietações do dia a dia, nos momentos de luto e da falta de recursos: “Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar…” (Sl 84.10). Enoque andou muito com Deus, muito mesmo. O selo da sua existência era a presença do Criador ao seu lado, como grandes amigos fazem em uma caminhada alegre e cheia de vida. Nossos filhos e filhas anseiam por vida longa, com muitas aventuras e descobertas. Apresentemos a eles, portanto, com a mesma paixão contida nos olhos juvenis, o único caminho que pode levá-los a este lugar de plenitude: 26 Jesus Cristo! “Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.” (Sl 16.11). Pergunta 1 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Qual é o seu único consolo na vida e na morte? R: Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador Jesus Cristo. Ele pagou completamente todos os meus pecados com o seu sangue precioso e libertou-me de todo o domínio do diabo. Ele também me guarda de tal maneira que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça; na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação. Por isso, pelo seu Espírito Santo, ele também me assegura a vida eterna e faz-me disposto e pronto de coração para viver para ele de agora em diante. Oração: Pai, agradeço pela minha família e por todos os dias vividos ao teu lado. Guarda o meu coração em paz, para que eu posso contemplar a beleza de te servir com alegria. 27 Dia 5 A ALIANÇA DE DEUS COM A FAMÍLIA Antônio Cabrera Manhã Leitura bíblica: Gênesis 8.20 A família é o lugar onde aprendemos a dar os primeiros passos rumo à obediência, pois a vida cristã é uma existência de obediência. A Bíblia já nos ensinava no Velho Testamento que “o filho sábio acolhe a instrução do pai” (Pv 13.1). Isto ganha notável importância quando sabemos que a família é um barômetro que indica não somente o que está acontecendo no mundo, mas o que este mundo será amanhã. Não tenha dúvida, a grandeza de nosso Brasil reside nas famílias de seu povo. Para tanto, convido você a lutar pelas nossas famílias. Faça disto a sua batalha diária, como Neemias (4.14) já ensinava, pelejando “por seus irmãos, por seus filhos e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas”. Pergunta 63 do Breve Catecismo de Westminster (1647) - Qual é o quinto mandamento? R: O quinto mandamento é: “Honrarás o teu pai e a tua mãe, para teres uma longa vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar”. 28 Oração Senhor, nosso Deus, peço que incline o teu ouvido e ouça a minha súplica pela família brasileira. Que o Senhor acampe os teus anjos ao redor de cada família, dando proteção e guarda de todo o mal. No amor de Cristo. Amém. 29 Dia 5 A ALIANÇA DE DEUS COM A FAMÍLIA Antônio Cabrera Noite Leitura bíblica: Gênesis 8.20 A família é onde forjamos nossas relações mais duradouras e firmamos os laços das amizades mais profundas. A família é lugar de lealdade, pois quem não é leal aos de casa, não pode ser fiel aos de fora. Estes motivos já demonstram a razão de tantos ataques contra a família brasileira. E ela é atacada não apenas pelo que ela representa, mas também pelo que ela produz. Existe um ciclo natural para a vida humana, pois os seres humanos entram no mundo como recém-nascidos totalmente necessitados e totalmente dependentes. Ao longo do caminho, haverá indubitavelmente períodos de provação e tribulação, quando as pessoas precisarão da ajuda de outras pessoas. Tradicionalmente, a família tem sido uma instituição social central para enfrentar as tempestades da vida. Mães e pais cuidam das crianças no início da vida e, em seguida, as crianças cuidam de seus pais idosos no crepúsculo. A vida familiar deve incluir carregar os fardos uns dos outros e ajudar os necessitados. Assim, a família é a instituição primária encarregada do cuidado multigeracional. 30 Já sabemos que somos da “família de Deus” (Ef 2.19), mas é preciso também aprender que a família é um lugar de salvação. Jamais se esqueça disto. Pergunta 104 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que Deus exige no quinto mandamento? R: Que devo prestar toda honra, amor e fidelidade ao meu pai, à minha mãe e a todos aqueles que têm autoridade sobre mim; que eu devo submeter-me à boa instrução e disciplina deles com a devida obediência; e também pacientemente suportar os seus defeitos e as suas fraquezas, porque Deus se agrada em nos governar pelas mãos deles. Oração: Senhor Jesus, meu Salvador, te peço que esteja olhando para a nossa família e nos ajude a compreender o seu papel em nossa sociedade. Quero pedir pelos meus pais, meus filhos e filhas, pelos meus parentes; que todos possam ser uma família acolhedora e solidária nos momentos de dificuldades. Seja conosco, nos oriente e nos anime nos relacionamentos familiares. Te peço e agradeço em nome de Jesus. 31 Dia 6 CAM E A DESONRA AOS PAIS Ageu Magalhães Manhã Leitura bíblica: Êxodo 20.12 Nos dias de hoje, muitos pais são desonrados por seus filhos. Alguns desonram os pais ao desobedecerem suas ordens, não sendo bons alunos, não fazendo as tarefas de casa. Outros desonram os pais ao andarem com más companhias, indo escondidos a lugares que os pais não permitem e até consumindo substâncias que os pais desaprovam, como cigarro, bebidas e drogas. Há também filhos mais velhos que desonram os pais não cuidando deles na velhice, não os visitando ou largando-os em algum asilo. Cam foi um destes filhos que não soube honrar o pai. Certo dia (conforme lemos em Gênesis 9), Noé tomou muito vinho e ficou bêbado. Tirou suas roupas e ficou em sua tenda. Cam, ao invés de tratar o pai com respeito, fez alguma coisa que o desrespeitou. Seus irmãos, Sem e Jafé, tiveram um comportamento respeitoso: pegaram uma capa, colocaram-na sobre os próprios ombros e, andando de costas, sem olhar para o corpo do pai, cobriram a sua nudez de forma respeitosa. Sem e Jafé, mesmo sem conhecer os 10 mandamentos, porque eles foram escritos muito tempo depois, sabiam que os pais devem ser respeitados. Cam desonrou seu pai. O quinto mandamento diz “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá” (Ex 20.12). Todos nós que somos filhos devemos ter um comportamento que traga honra aos nossos pais. Não apenas obedecendo-os, mas tendo uma vida tão correta que os pais se sintam honrados com o nosso comportamento. 32 Pergunta 126 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Qual é o alcance geral do quinto mandamento? R: O alcance geral do quinto mandamento é o cumprimento dos deveres que mutuamente temos uns para com os outros em nossos vários relacionamentos como inferiores, superiores ou iguais. Oração: Deus bendito, reconhecemos que tu és o nosso Pai Celeste e que tu nos abençoaste com pais aqui na terra. Todavia, temos pecado muitas vezes contra os nossos pais, não os honrando como eles devem ser honrados.Assim, confessamos nossos pecados diante do Senhor. Confessamos as vezes em que não os obedecemos e não os honramos com nossas palavras e ações. Perdoa estes nossos pecados. Louvamos ao Senhor e te damos graças pela vida de nossos pais. Louvamos-te também por aqueles pais que já não estão entre nós. Pedimos ao Senhor que abençoe a todas as mães e pais do mundo para que sejam aproximados do nosso Redentor Jesus Cristo e, assim, andem nos teus caminhos. Pedimos que abençoe também os filhos, para que obedeçam a tua Palavra, obedecendo e honrando seus pais. Em nome de Jesus é que nós oramos. Amém. 33 Dia 6 CAM E A DESONRA AOS PAIS Ageu Magalhães Noite Leitura bíblica: Efésios 6.2 Hoje de manhã nós vimos que Cam, filho de Noé, desonrou seu pai. No mesmo texto de Gênesis nós podemos observar as consequências do pecado de Cam. Quando Noé acordou da sua embriaguez, soube que Cam havia feito algo para desrespeitá-lo enquanto ele estava bêbado e nu. Noé, então, pronunciou uma maldição sobre Canaã, filho de Cam. Isso foi feito porque a maldição sempre tinha a ver com os descendentes. Assim, Canaã e todos os seus filhos e netos estariam embaixo do castigo de serem servos dos irmãos de Cam. Tempos depois, isso tornou-se realidade, quando os povos de Canaã foram derrotados para que o povo de Deus entrasse e possuísse a terra prometida (Js 17.13). Note que Cam desonrou seu pai e isso trouxe consequências. Hoje, quando desonramos nossos pais, também trazemos consequências ruins para a nossa vida. Muitos jovens e adolescentes que estão escravizados pelas drogas ou por outros vícios estão assim porque não ouviram as instruções e os conselhos de seus pais. O apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios, disse: “’Honra teu pai e tua mãe’, este é o primeiro mandamento com promessa” (Ef 6.2). A promessa deste mandamento era a longevidade, uma vida longa (Ex 20.12). Isso é verdade. Aqueles que obedecem e ouvem os conselhos de seus pais vivem mais tempo. São preservados pelo Senhor. Obedeça aos seus pais, honre-os ouvindo os seus conselhos e você terá a bênção de Deus sobre a sua vida. 34 Pergunta 65 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que o quinto mandamento proíbe? R: O quinto mandamento proíbe fazer alguma coisa contra a honra e o dever que pertencem a cada um em suas diferentes condições e relações, bem como a negligência disso. Oração: Deus bendito, reconhecemos que tu és um Pai bondoso que faz misericórdia até mil gerações daqueles que amam e guardam os teus mandamentos. Agradecemos-te pelos pais que o Senhor nos deu e confessamos a nossa rebeldia e desobediência contra eles. Pedimos perdão por estes pecados. Louvamos-te porque o Senhor é o doador da vida e promete nos dar a longevidade se cumprirmos teu mandamento. Pedimos ao Senhor que abençoe os filhos rebeldes, os desobedientes, aqueles que estão nos vícios, de modo que possam encontrar Jesus Cristo, teu Filho e nosso amado Redentor. Abençoa também os pais que sofrem porque seus filhos estão em maus caminhos. Em nome de Jesus, teu Filho amado, oramos. Amém. 35 Dia 7 A TORRE DE BABEL E A PERVERSÃO DO CULTO Josué Meninel Manhã Leitura bíblica: Gênesis 11.4 O homem é um adorador nato. A natureza humana exige que algo ou alguém ocupe a posição de deus para ser venerado. Ainda que alguém rejeite abertamente o único e soberano Deus Criador, cultivará em seu íntimo algum outro deus. É em torno dessa necessidade de adorar que os homens se organizam em ajuntamentos religiosos. Cada qual procura se unir a outro que cultue um deus em comum. Foi assim em Babel: homens se uniram em uma cidade; se organizaram para erigir um monumento religioso; e, por fim, instituíram os deuses que deveriam ser celebrados. Tentaram criar uma instituição religiosa humanista, e se esqueceram do Senhor Deus de Abel, de Enoque e de Noé! Isso acontece até hoje! Ainda que não estejam edificando cidades, cada um tem dito ao seu futuro cônjuge: “vinde, edifiquemos para nós uma família”. Unidos e organizados com o mesmo propósito, homem e mulher se dedicam a edificar um lar que lhes sirva de templo, para o culto de si mesmos. E isso tem ocorrido entre nós, cristãos. Infelizmente, muitos de nós têm entrado no matrimônio com o objetivo de adorar um deus em comum: o EU. Tornamo-nos uma só carne para fazer de nossos lares um centro de adoração idólatra. Deixamos nosso Senhor de lado para erigir os postes ídolos de nossas próprias vontades, das riquezas, dos prazeres, da vaidade, do conforto, do entretenimento, etc. 36 Pervertemos o propósito de Deus para a família cristã, e até nossos filhos são gerados conforme nossos intentos egocêntricos. Examinemo- nos e arrependamo-nos diante do Senhor, nosso Deus. Confessemos esse terrível pecado. E, à semelhança do Rei Ezequias (2Cr 29-31), restauremos o culto e a adoração ao Senhor em nosso lar. Que o nome do Senhor Deus seja glorificado em nossa família! Pergunta 1 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – Qual é o fim principal do homem? R: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Oração: Pai Santo, Senhor de misericórdias sem fim, a ti confessamos os nossos pecados de idolatria. Reconhecemos que, em muitos aspectos de nossa vida familiar, temos buscado servir a nós mesmos! Ajude-nos a restaurar o verdadeiro culto e adoração em nosso lar. Que nossa família exista para o teu serviço e para o louvor e a glória de teu senhorio, amém. 37 Dia 7 A TORRE DE BABEL E A PERVERSÃO DO CULTO Josué Meninel Noite Leitura bíblica: Gênesis 11.4 Toda casa é um templo. Todo lar é um centro de adoração. Cada família constitui-se em uma pequena igreja. É primeiramente no contexto familiar que somos convocados a glorificar ao Senhor nosso Deus em tudo que fazemos (1 Co 10.31). O matrimônio é o início de um grande ministério. O homem e a mulher que se casam conscientes do senhorio de Cristo sobre eles sabem que suas vidas já não mais lhes pertencem (2 Co 5.15). Eles foram comprados por grande preço (1 Pe 1.18-19 e 1Co 6.19-20). Como casal, tudo o que possuem — e tudo o que conquistarão — lhes foi confiado em mordomia. Eles são mordomos dos bens do Senhor Jesus e dos filhos que Ele lhes deu para investirem no avanço do Seu reino. Como uma só carne, eles possuem o ministério da reconciliação: são embaixadores em nome de Cristo (2 Co 5.18- 20) e se utilizarão de todos os recursos que lhes foram confiados para proclamar a palavra da reconciliação. Quão importante é que tomemos as mãos de nosso cônjuge e digamos: “vinde, edifiquemos para o Senhor uma família”. Façamos de nosso lar um altar, cujo louvor e adoração cheguem até o trono da graça de nosso Deus. Glorifiquemos o Senhor nosso Deus e celebremos o Seu santo nome. Façamos dos filhos, que nos serão confiados pelo Senhor, flechas (Sl 127.3-5) a serem lançadas por todo o mundo na proclamação do Evangelho. Que os homens de Babel nos ensinem a ter grande determinação e entusiasmo, mas para 38 instaurar a verdadeira adoração em nossa família. Estejamos dispostos a reformar o culto ao nosso Deus em nosso lar. Sob a dependência do Santo Espírito, derrubemos os altares idólatras de nossa casa e façamos dela uma pequena igreja, totalmente consagrada ao Senhor. Item 29 da Segunda Confissão Helvética (1566) - Do celibato, casamento e administração dos negócios domésticos. Subitem 4: Aliás, é muito certo que as obras praticadas pelos pais com verdadeira fé, mediante os deveres domésticos e administração de sua casa, são, aos olhos de Deus, santas e verdadeiramente boas obras. Não são menos agradáveis a Deus do que as orações, os jejuns e as obras de beneficência. Pois, assim ensinou o apóstolo em suas epístolas, especialmente nas dirigidas a Timóteo e a Tito. E com o mesmo apóstolo incluímos entre os ensinos de demônios a doutrina dos que proíbem o casamento e abertamente o criticam ou indiretamente o desacreditam, como se não fosse santo e puro. Oração:Senhor, nosso Deus, quão magnífica responsabilidade temos em nossas mãos! Mas como somos fracos e incapazes. Pelo teu Santo Espírito, ajuda-nos a assumir esse precioso ministério, de modo que instauremos a verdadeira adoração somente a ti em nossos lares. Que nossa casa seja uma igreja, com turnos de adoração diária, para a sua Glória. Amém. 39 Dia 8 VIDA DE TENDA E ALTAR Amauri Costa Manhã Leitura bíblica: Gênesis 12.1-10 No versículo oito, lemos que o peregrino Abraão se estabeleceu por um período ao oriente de Betel, e ali armou a sua tenda. O texto também nos diz que neste mesmo local ele edificou um altar e invocou a Deus. Que valiosas lições o nosso patriarca nos traz. Em primeiro lugar, ele nos ensina que onde está a casa, lá também deve estar o altar. Não podemos morar longe do altar, e este não pode ficar longe de nossa casa. Para Abraão, a tenda era de vital importância para sobrevivência ao frio e calor do clima. O altar, por sua vez, era vital para a sobrevivência da própria tenda, pois sem ele sua casa não era casa, e seu lar não se sustentaria. De fato, conforme lemos em Gênesis 13.18, onde quer que Abraão edificasse sua tenda, lá também erigia um altar ao Senhor. Em segundo lugar, podemos destacar que, apesar de toda sua prosperidade e riqueza, Abrão jamais habitou em uma casa de pedras ou tijolos, ele sempre habitou em tendas. A razão disso está em Hebreus 11.10; a Bíblia nos diz que ele sempre se viu como peregrino na terra e esperava uma casa que não fosse construída por mãos humanas. Abraão estava como sacerdote de seu lar direcionando-o para Deus. Da mesma forma, precisamos conduzir nossas casas para a eternidade e não meramente para a temporalidade. A atitude de Abraão foi significativa de tal forma que Gênesis 26.25 nos mostra Isaque, seu filho, chegando a Berseba e tão logo erguendo também um altar, para só depois edificar sua tenda; 40 ou seja, aprendeu com o seu pai que, para peregrinos como nós, que anseiam pela pátria celestial, a vida não se sustenta sem o Altar da Adoração em nossos lares. Pergunta 34 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Como o pacto da graça era administrado no Antigo Testamento? R: No Antigo Testamento, o pacto da graça era administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pela Páscoa e por outros símbolos e ordenanças, todos os quais tipificavam o Cristo que havia de vir e eram naquele tempo suficientes para edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tiveram, nesse tempo, a plena remissão do pecado e a salvação eterna. Oração: Senhor, somos gratos pelo lar que nos deste. Sabemos que para que ele seja lugar de felicidade, paz e harmonia, depende totalmente da tua presença. Sabedores disso, erguemos a ti um altar em nosso lar. Que nossa casa seja sempre um lugar de oração, de adoração e louvores ao teu santo nome. Em nome de Jesus, Amém! 41 Dia 8 RESTAURAÇÃO DO ALTAR E DA TENDA Amauri Costa Noite Leitura bíblica: Gênesis 12.10-17 O altar conduziu Abraão a uma vida de tenda, pois daí em diante ele se tornou peregrino. Mas podemos ver também que a vida de tenda logo o conduziu novamente ao altar. O altar nos mostra que nada mais é nosso, pois tudo foi deixado ali. Diante do altar, o patriarca entendeu que tudo é de Deus e para Deus, e por isso estava até mesmo disposto a oferecer o próprio filho para cumprir a vontade do Senhor em sua vida. Apenas Deus pode ocupar o nosso coração, nada mais. Ele é o centro da vida de um sacerdote do altar e líder da tenda. Deus exige que tudo que temos em nossa tenda seja colocado no altar, mas precisamos entender que o problema não é com as posses e sim em como está nossa consagração. Abraão teve seus fracassos. Em sua história, houve um abandono do altar e da tenda; o texto de hoje diz que, por contingências da vida, ele desceu ao Egito e se tornou cidadão daquele lugar. As consequências logo vieram: Abraão, que tinha a promessa de ser bênção para as nações, levou pragas e maldições para o povo do Egito. Por sua omissão da verdade, levaram Sara para ser uma das esposas de Faraó e Deus feriu os egípcios com doenças. Mas houve uma restauração na vida do patriarca. Gênesis 13.3-4 conta que ele partiu em suas viagens do sul até Betel, para o lugar onde sua tenda havia estado no começo, entre Betel e Ai; até o lugar do primeiro altar que havia feito, e lá Abrão invocou o nome do Senhor. A restauração é uma questão de retornar 42 ao altar e à tenda. Muitos de nós também têm vacilado. É como se descêssemos ao Egito, e por isso agora surgissem novas demandas, novas esperanças, novos interesses e aspirações, nova agendas e pautas que se insurgem contra as de Deus. Assim como Abrão, somos nós, quando outras agendas nos roubam a agenda do altar, quando outras funções e tarefas nos roubam da tarefa de sacerdotes em nossos lares: em lugar de trazer bênçãos trazemos “pragas”. A solução é voltar para o altar e a tenda. Que Ele seja gracioso conosco e nos faça ver a importância da consagração para que vivamos uma vida de tenda e altar! Pergunta 35 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é santificação? R: Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, e habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão. Oração: Reconhecemos, Senhor, que muitas vezes nos apegamos às coisas deste mundo de forma exagerada e por elas nos afastamos do altar. Mas, como os filhos de Coré, no Salmo 84, reconhecemos que o teu altar é o melhor lugar para estar. Perdão por nossas negligências. Restaura-nos conforme tua graça para uma vida de tenda e altar, para que sejamos bênçãos para as famílias à nossa volta e jamais sejamos maldição em suas vidas. Por Jesus, nosso Senhor, amém! 43 Dia 9 LARES DIVIDIDOS PELA INFIDELIDADE Everson Pereira Manhã Leitura bíblica: Gênesis 16.2 Em tempos de crises de fé e incertezas, o coração do homem tende a revolver-se e buscar soluções mais “óbvias” e imediatas. Na narrativa da dor de Sara, identificamos uma alma aflita pelo medo de não poder gerar filhos e tomada pela ansiedade em produzir um resultado para atenuar sua desilusão familiar. O lar dividido nasce, quase que invariavelmente, de uma ação individualista e solitária. Quando a aliança dentro da família é quebrada, todos sofrem, e a dor se alastra como erva daninha, contaminando sonhos, relacionamentos e propósitos. A realização do sonho de um lar restaurado, de filhos obedientes, de prosperidade em todas as áreas passa pela obediência ao chamado de Deus. Ele, o Senhor, evoca para si mesmo o direito de governar e estabelecer em cada lar o tempo e modo de fazer tudo. Afinal, todas as criações são muito boas. Nossas avaliações e precipitações no fazer, como no próprio exemplo de Sara, geram transtornos e crises, às vezes de consequências incontornáveis dentro da família. O que fazer? Entregar nossos caminhos e confiar (Sl 37.5). O remédio para a infidelidade familiar e a cura das feridas nos relacionamentos passa pela Cruz e pelo reconhecimento de que Jesus veio para curar os enfermos (Mt 9.12) e restaurar todas as situações e históricos (2 Co 5.17). Na Cruz, todo pecado é lançado e o perdão de Deus traz refrigério para a alma aflita e desiludida. Para Sara, o seu desejo legítimo e nobre de ter uma família 44 prevaleceu sobre a promessa que Deus havia feito, lançando a semente da infidelidade dentro de casa, inclusive com a aceitação incondicional de seu marido. Nossas famílias precisam de cura! O lar aliançado nas promessas de Deus é uma blindagem para tempos incertos e um freio para o coração impetuoso e egoísta. Pergunta 108 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que o sétimo mandamento nos ensina? R: Que toda impureza é amaldiçoada por Deus; e que, portanto, devemos detestá-la do fundo nosso coração, e viver de modo puro e disciplinado, sejamoscasados ou solteiros. Oração: Senhor, eu reconheço que não compreendo os teus desígnios para minha família e muitas vezes entristeço-me e duvido do teu amor. Peço-te perdão, e clamo por misericórdia e restauração de minha fé. 45 Dia 9 LARES DIVIDIDOS PELA INFIDELIDADE Everson Pereira Noite Leitura bíblica: Gênesis 16.5 Desajustes no relacionamento conjugal ocorrem por semeaduras que os próprios casais realizam. A disfuncionalidade na família é fruto de desacordo e de ausência de comunicação ente marido e mulher, cuja raiz mais profunda nasce do dizer não aos preceitos divinos. Quando Sara despeja sua revolta sobre Abrão, na verdade, seu coração levanta-se contra a própria desventura de uma ação precipitada avalizada pelos dois. Sentindo-se desprezada, Sara se vê pequena, humilhada e desconfigurada! Seus planos, anteriormente perfeitos e matematicamente calculados, tornaram-se em sequidão de estio (Sl 32.4). Agora, resta tão somente acusar o esposo e confessar o erro cometido por ambos. Eles próprios abandonaram os planos de Deus e cavaram para si mesmos cisternas rotas (Jr 2.13). A transferência da responsabilidade almejada por Sara (“caia sobre você”) é uma declaração desesperada de que a humilhação vivenciada em seu dia a dia não terá um final feliz. Abrão, por sua vez, esquiva-se de decidir e dá total liberdade à Sara para proceder conforme melhor lhe convier... “a tua serva está em tuas mãos” (Gn 16.6). Quando os casais não reconhecem a autoria de suas próprias semeaduras, a família inteira sofre em um ambiente de acusação, omissão e profundo descaminho. Deus, em sua misericórdia e bondade, continua apontando para um lugar de segurança e abundância dentro de casa: o caminhar em unidade, assumindo responsabilidades. “Porventura andarão dois 46 juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3). Assumir o compromisso mútuo de viver em acordo é uma declaração de saúde espiritual e uma revelação de maturidade para toda a família. Pergunta 109 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Mas Deus, nesse mandamento, proíbe somente o adultério e outros pecados vergonhosos? R: Como nosso corpo e nossa alma são o templo do Espírito Santo, Deus quer que os conservemos puros e santos; portanto, ele proíbe todos os atos, gestos, palavras, pensamentos e desejos impuros, e tudo o que possa atrair o homem para esses pecados. Oração: Senhor Deus, confesso minha negligência ao não considerar a importância de promover a unidade nos relacionamentos familiares. Recebo do Senhor fé e sabedoria para aceitar diferenças, assumir responsabilidades e gerar em minha casa um ambiente de paz. 47 Dia 10 A PROVA DE DEUS Sandro Silva Manhã É do nosso conhecimento que tudo em nós foi afetado pela queda. Precisamos entender nosso estado de queda, e então iniciarmos o nosso entendimento do relacionamento de Deus com o homem. Por exemplo, tentamos fazer com que o nosso casamento seja perfeito, mas não é possível, pois somos pecadores e constantemente erramos e pecamos. A nossa natureza caída e a nossa necessidade de redenção são evidenciadas diariamente. A história de Abraão nos mostra isso claramente. Ele se casou com uma mulher que amava, mas ao longo da sua caminhada, ele pecou contra sua esposa, resultado do estado de queda. Apesar de ser um homem que já conhecia a Deus, vemos que em sua caminhada ele tropeça várias vezes. Ele é chamado a esperar o cumprimento da promessa de Deus para a vida dele e de Sara. Mas em algum momento “desiste” de esperar e resolve ter um filho com a escrava de sua esposa. Abraão agiu exatamente como nós, quando achamos que Deus está demorando ou não vai cumprir o que Ele prometeu em Sua Palavra. Resolvemos fazer tudo conforme a nossa vontade. Não temos paciência em esperar a hora, o tempo do Deus que é soberano e conhece todas as coisas, e que nos diz em sua Palavra “que sabe o que é melhor para nós”. Não podemos viver com atitudes de que estamos sempre certos e Deus está errado. De que sabemos de tudo e Deus não sabe de nada. Devemos reconhecer o nosso estado 48 caído, a nossa pequenez, e devemos reconhecer a grandeza, o poder e a soberania de Deus. Deus fez promessa a Abraão, mas ele não aguentou esperar. Pergunta 149 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Será alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus? R: Nenhum homem, por si mesmo, ou por qualquer graça que receba nesta vida, é capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus, mas diariamente os viola por pensamentos, palavras e obras. 49 Dia 10 A PROVA DE DEUS Sandro Silva Noite “Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhes respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.” Gênesis 22. 1-2 Deus coloca Abraão a prova. Provavelmente, quando Deus chamou Abraão, ele ficou feliz, na expectativa de palavras de confirmação, que tudo ficaria melhor do que já estava. Imagine a cabeça de Abraão quando Deus termina de falar tudo o que Ele tinha a dizer. “Como assim? As coisas não deveriam ficar melhores?” A prova de Deus para Abraão era para verificar se ele iria obedecer ou não. O objetivo de Deus era fortalecer a fé de Abraão, prepara-lo para os próximos passos que Deus tinha para ele. A nossa vida está diante de um Deus que cumpre suas promessas. A nossa obediência não deve se basear no que vemos ou sentimos, mas na fidelidade de Deus a Ele mesmo. 50 Pergunta 26 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Em que você crê quando diz: “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra”? R: Creio que o eterno Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (que criou do nada o céu, a terra e tudo o que neles há, e ainda os sustenta e governa por seu eterno conselho e providência), é, por causa do seu Filho, Cristo, meu Deus e meu Pai, em quem eu confio totalmente, de modo que não tenho dúvida de que ele vai me prover com tudo o que é necessário para a alma e o corpo; e mais, que ele transformará em bem todo mal que me enviar neste vale de lágrimas, pois ele tem poder para fazer isso, por ser Deus todo-poderoso, e disposição, por ser um Pai fiel. 51 Dia 11 A ARMADILHA DA PREFERÊNCIA Davi Charles Gomes Manhã Leitura bíblica: Gênesis 27.6-13, 29.30, 37.3 Chocolate ou morango? Campo ou litoral? Futebol ou basquete? Escolhas e preferências são parte da experiência de todos nós. Aliás, não só preferências pessoais, mas até mesmo tratamentos preferenciais não nos são coisa alheia: quem é que há de reclamar as prioridades concedidas por idade, limitação ou condição física nas diversas filas? Quando o assunto é o trato pessoal de semelhantes, entretanto, o favoritismo ou a discriminação são problemáticos. Isso é declarado de forma clara na epístola de Tiago (Tiago 2.1) e Deus fala sobre si mesmo da seguinte maneira: “O Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não faz acepção de pessoas” (Deuteronômio 10.17 - ACF). Vejamos três histórias bíblicas interconectadas, mas distintas. Na primeira, vemos a predileção de Jacó por Raquel, a irmã mais nova de Lia, com quem Jacó acabara se casando por uma armadilha de seu sogro, Labão. Na segunda, a história do jovem Jacó, que havia sido astuciosamente e ardilosamente favorecido por sua mãe, Rebeca, em prejuízo de seu irmão Esaú. Na terceira, o próprio Jacó manifesta sua predileção por José, em detrimento de todos os seus outros filhos. Nas três histórias é possível identificar os pontos nos quais a predileção ou o favorecimento entre semelhantes gera sequelas de dor. As irmãs Lia e Raquel são retratadas como nutrindo ressentimentos, ciúmes e dissabores, suportando uma 52 convivência conturbada e competitiva. O favoritismo de Rebeca lançou Jacó na estrada, como fugitivo e cheio de temor de seu irmão. Osirmãos de José experimentaram tal ressentimento que decidiram vendê- lo como escravo. Em todos esses casos, Deus conduziu as circunstâncias para seus abençoados fins, mas a realidade é que, do ponto de vista humano, o favoritismo discriminatório sempre se mostrou como uma armadilha pecaminosa e ofensiva a Deus. Pergunta 83 do Breve Catecismo de Westminster (1647) - São igualmente odiosas todas as transgressões da lei? R: Alguns pecados em si mesmos, e em razão de circunstâncias agravantes, são mais odiosos à vista de Deus do que outros. 53 Dia 11 A ARMADILHA DA PREFERÊNCIA Davi Charles Gomes Noite Leitura bíblica: Tiago 2.9 A história de Jacó é muitas vezes relembrada nas Escrituras Sagradas. De fato, ele é designado ao lado dos patriarcas Abraão e Isaque (Deuteronômio 1.8, 9.5, 30.20 e Mateus 8.11). Com efeito, descobrimos que Jacó é uma figura inspiradora, um dos pais do povo escolhido e, nesse afã, as Escrituras nos estimulam a buscar o “Deus de Jacó”: “São assim aqueles que o buscam, que buscam a tua face, ó Deus de Jacó” (Salmos 24.6). Ao mesmo tempo, Jacó personifica a fragilidade dos seres humanos em sua condição pós-queda. Após a entrada do pecado, a criação “geme e suporta angústias” (Romanos 8.22) e Jacó sinaliza como essas aflições recaem sobre nós. Em busca de superação, ele foi astuto o suficiente para convencer seu irmão, Esaú, a vender o direito de primogenitura por um prato de comida (Gênesis 25.31). Depois, em conluio com sua mãe, Rebeca, que o favorecia em prejuízo de seu irmão, aproveitou-se furtivamente da cegueira de seu pai, Isaque. Por fim, usou o mesmo critério de favorecimento com Raquel e com José, em detrimento de Lia e dos demais filhos. No final da vida, Jacó denota que aprendeu lições valiosas. Num último suspiro, ele relata seus conflitos e dissabores ao Faraó do Egito, de 54 modo poético e desvelado: “Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações” (Gênesis 47.9 - ACF). Portanto, suas experiências corroboram o restante das Escrituras: somos abençoados por Deus e inseridos na aliança de seu povo, mas precisamos descortinar e combater as inclinações do coração, ficando longe das emboscadas do pecado. Pergunta 36 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Que importância tem para você o fato de Cristo ter sido concebido e nascido sem pecado? R: Que ele é nosso mediador, e com sua pureza e perfeita santidade cobre diante de Deus o meu pecado, no qual eu fui concebido e nasci. 55 Dia 12 JOSÉ E DANIEL, JOVENS E FIEIS Guilherme Reggiani Manhã Leitura bíblica: Daniel 2.23 Embora separados por aproximadamente mil anos, José e Daniel possuem histórias com muitas coisas em comum. Nesta manhã, meu objetivo é meditar com você em duas dessas semelhanças: o fato de que ambos foram separados e levados cativos ainda jovens para nações pagãs e de como se mantiveram fiéis ao Senhor Deus. José estava aproximadamente com 17 anos quando foi vendido como escravo pelos seus irmãos, enquanto Daniel tinha perto dos 16 quando foi levado cativo para a Babilônia. Lembre-se agora de todos os percalços que esses jovens passaram em terra estranha e na firmeza espiritual com que viveram, sempre perseverando na fé, na piedade, na oração e na verdade. Em nossos dias, infelizmente, o que constatamos é o oposto disso: grande parte das pessoas criadas em ambiente cristão, ao atingirem a juventude, abandonam a fé e a comunhão. O motivo não é difícil de perceber: muitas igrejas e famílias têm olhado para crianças, adolescentes e jovens como pessoas que não precisam aprender doutrinas e pensam que a melhor forma para mantê-los na igreja é por meio do “entretenimento cristão”, com os famosos acampadentros, noites da pipoca e louvorzão gospel, mas geralmente, com pouco ou nenhum ensino sólido das Escrituras. Assim, quando entra nas universidades, 56 grande parte desses jovens abandona o caminho do Senhor, pois lá veem a fé ser bombardeada de todos os lados e em todos os sentidos. A igreja que sempre os tratou como débeis e os pais que não aplicaram o bom discipulado cristão, agora choram ao verem seus filhos incapazes de resistir à primeira tempestade contra eles, pois não haviam firmado a fé na Rocha. A fidelidade dos jovens José e Daniel deve nos fazer repensar como estamos entregando nossos jovens para o mundo. Estariam eles preparados para enfrentar as tentações do Egito ou as perseguições da Babilônia de modo digno? Pergunta 122 do Catecismo de Heidelberg (1563) - Qual é a primeira petição da oração [que Jesus nos ensinou]? R: “Santificado seja o teu nome”. Quer dizer: Faze, primeiro, com que te conheçamos em verdade e te santifiquemos, honremos e glorifiquemos em todas as tuas obras, em que brilham tua onipotência, sabedoria, bondade, justiça, misericórdia e verdade. Faze, também, com que dirijamos toda a nossa vida -nossos pensamentos, palavras e obras- de tal maneira que teu nome não seja blasfemado por nossa causa, mas honrado e glorificado. Oração: Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. (...) Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei e a ela obedeça de todo o coração. Dirige-me pelo caminho dos teus mandamentos, pois nele encontro satisfação. (Salmos 119:9, 34,35) 57 Dia 12 CUSTE O QUE CUSTAR Guilherme Reggiani Noite Leitura bíblica: Gênesis 39.9 Nos tempos bíblicos e também durante toda a história da igreja, não são raros os casos de pessoas que viveram suas vidas em ambientes e períodos hostis a uma vida de santidade. Nas histórias de José e Daniel essa também foi a realidade. No Egito e na Babilônia, experimentaram terríveis desafios e provas da fé no Senhor Deus. O que vemos no testemunho desses dois homens são diversos momentos de crise em que optar por não pecar poderia custar-lhes um preço alto. Porém, neles também enxergamos algo maior: uma plena confiança na soberania e no plano de Deus e uma decisão firme de viver de forma a honrá-lo. Lembre-se de que eles estavam longe de casa, longe dos pais e longe do povo de Deus. Negar ao Senhor em meio a estranhos poderia ser uma coisa convidativa a se fazer, tendo em vista que provavelmente “ninguém ficaria sabendo”. Porém, como verdadeiros peregrinos em terra estranha, José e Daniel seguiram a Deus antes de todas as coisas. Seja na prisão ou na cova dos leões, negar ao Senhor nunca foi uma opção para eles, que sempre escolheram confiar e obedecer a Deus, independente do resultado final. Olhando para nossa vida, talvez percebamos como muitas vezes cedemos ao pecado por calcular que o preço de fazer o que Deus 58 requer de nós pode ser muito caro a se pagar. Uma demissão, um rompimento de amizade ou o abandono de um familiar são casos comuns e corriqueiros. Entretanto, nesses momentos devemos dizer: “como, pois, faria eu tamanha maldade, e pecaria contra meu Deus?”. Existem muitos que justificam seus pecados com aquela famosa frase de “eu não tinha outra opção”. Lembre-se: José tinha opção: o pecado ou a prisão - ele escolheu a prisão; Daniel tinha opção: o pecado ou a cova dos leões - ele escolheu a cova; os mártires tinham opção: o pecado ou a morte - eles preferiram a morte. Do que você tem medo? De prisões, de leões, da morte ou de pecar contra o Senhor? (Mt 10.28). Pergunta 153 do Catecismo Maior de Westminster (1648) - Que exige Deus de nós para que possamos escapar à sua ira e maldição, em que incorremos pela transgressão da lei? R: Para escaparmos à ira e maldição de Deus, em que incorremos pela transgressão da lei, ele exige de nós o arrependimento para com Deus, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo e o uso diligente de todos os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os benefícios de sua mediação. Oração: Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro demim um espírito estável. Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito. Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer. (Sl 51.10-12) 59 Dia 13 GERANDO FILHOS PARA DEUS Josué Meninel Manhã Leitura bíblica: 1 Samuel 1.28 Nossos filhos não são nossos, eles são herança do Senhor (Sl 127.3-5). Que herdeiro há que negue o desfrute da herança paterna? É grande o privilégio de ter uma herança a receber. Mas como herdeiros de um Pai Vivo, temos grandes responsabilidades no cuidado dessa herança. Longe de ser uma herança a se esbanjar (Lc 15.11-14), é um bem a ser investido. Eis o motivo da santa atitude de Ana: por um filho, ela derramou sua alma perante o Senhor (v. 15). Ela desejava ardentemente receber do Senhor a sua herança. Mas e quanto a nós? Temos ansiado por isso? Muitos cristãos têm se recusado a cumprir o santo propósito de Deus no matrimônio por egoísmo! Esses têm abraçado as ideias mundanas e se negado às bênçãos da paternidade e da maternidade. Por outro lado, muitos dos que receberam essa bendita herança têm seguido por um desses dois caminhos: 1 - Negligenciam a mordomia de seus filhos, deixando-os entregues a si mesmos. Tais crianças passam a ser educadas no mundanismo através de parentes, creches, escolas, televisão, celular, internet, etc. 2 - Negligenciam a mordomia de seus filhos, superprotegendo-os e fazendo dos pequenos os seus ídolos particulares. Essas crianças são tratadas como pequenos deuses; 60 são treinadas no egoísmo e no egocentrismo, vivendo em completa insatisfação. Quando o ministério da mordomia não é compreendido, não fazemos como Ana: “o trago como devolvido ao Senhor”. Nossos filhos nos foram entregues para que os conduzamos ao trono da graça do nosso Deus. Evangelizá-los é a nossa mais nobre tarefa. Vê-los ao serviço de Cristo Jesus e dos irmãos, o nosso maior prazer. Item 29 da Segunda Confissão Helvética (1566) - Do celibato, casamento e administração dos negócios domésticos. Subitem 3: Devem os filhos ser criados pelos pais, no temor do Senhor; e devem os pais prover o sustento dos seus filhos, lembrando-se do que disse o apóstolo: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente” (I Tm 5.8). Mas, devem principalmente ensinar a seus filhos para terem uma carreira ou profissões honestas com que possam manter-se a si mesmos. Devem conservá-los afastados da ociosidade, e em tudo inculcar neles a verdadeira fé em Deus, a fim de que, pela falta de confiança ou demasiada segurança ou pela feia avareza venham a tornar-se dissolutos, e a fracassar na vida. Oração: Senhor Deus Todo-Poderoso, somos muito gratos a ti pelos ensinamentos contidos em tua Santa Palavra. Não permita que sejamos tragados pelos conceitos mundanos de família. Mas leva-nos a conformar o nosso lar segundo os santos padrões bíblicos de paternidade, maternidade e filiação, de modo a refletir a tua glória nesse mundo vil. Amém! 61 Dia 13 GERANDO FILHOS PARA DEUS Josué Meninel Noite Leitura bíblica: Êxodo 2.9 Filhos são bênçãos. Maravilha do Senhor é a casa repleta deles. Não foi à toa que Jacó afirmou, referindo-se à sua prole: “Os filhos com que Deus agraciou a teu servo” (Gn 33.5). Os filhos são resultado da graça de Deus na vida da família cristã. Eles também são meios da graça divina para o nosso crescimento espiritual. Por meio deles, aprendemos a recorrer ao Senhor em oração, pranto, intercessão, alegria e gratidão. Sim, há gratificante alegria em tê-los conosco. É impressionante como o Senhor age com seus herdeiros. Ao irmos até o nosso Deus para recebermos orientação sobre o proceder cristão com nossos filhos, ouvimos o seu santo alerta de que somos apenas mordomos de nossas amadas heranças. Então, Ele nos ordena que cuidemos bem de suas propriedades. Por fim, ao nos dispormos a seguir suas santas orientações quanto à educação de nossos pequenos infantes, Ele nos concede toda assistência para isso, prometendo-nos uma gratificação. Foi isso que aconteceu com Joquebede. Ela foi incumbida de criar o próprio filho sob a promessa de um salário. Quanto a nós, recebemos de nosso glorioso Pai, que vive eternamente, maravilhosas heranças: nossos filhos. Ao recebê-las, Ele mesmo nos instruiu: “criai-os na 62 disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Em seguida, nos é concedido, em Cristo Jesus, tudo quanto necessitamos para que cuidemos e administremos bem essa herança: a criação de nossos filhos. E ainda mais, após cumprirmos simplesmente o que nos foi ordenado (Lc 17.10), seremos grandemente beneficiados (Pv 23.24). Quão maravilhoso será vermos nossos filhos rendidos ante o senhorio de Cristo; servindo ao Senhor e aos irmãos; buscando a glória de Deus em suas vidas! Haveria melhor salário do que esse? Pergunta 120 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Por que Cristo ordenou que nos dirigíssemos a Deus como “Pai nosso”? R: Para que, imediatamente no início da nossa oração, ele pudesse despertar em nós uma reverência e uma confiança, como uma criança tem para com seu pai, para com Deus, que é a base da nossa oração, ou seja, que Deus tornou-se nosso Pai em Cristo, e assim como nossos pais não nos recusam bens materiais, ele não nos recusará o que lhe pedirmos com verdadeira fé. Oração: Pai Santo e Eterno, rico em graça e amor, a nós, vermes desprezíveis em pecado e miséria, tu salvaste entregando teu Filho Unigênito! Quão gratos somos a ti, por tão grande Salvação e bendito comissionamento. Ajuda-nos, oh Pai, a conduzir a próxima geração a ti, de maneira que tu sejas glorificado e nós, agraciados no cumprimento desse santo dever. Amem! 63 Dia 14 ENTREGANDO OS FILHOS A DEUS Jessé Meninel Manhã Leitura bíblica: Êxodo 2.3 Assim como Noé que, por fé, salvou sua família e o planeta, Joquebede também, mesmo contra todas as probabilidades, trabalhou e se esmerou em fazer uma pequena arca, de maneira a salvar seu filho e posteriormente todo povo eleito de Deus por meio dele. Ela não permitiu que Moisés fosse oferecido a um dos deuses egípcios, o rio Nilo, segundo o plano do maligno Faraó de atacar diretamente aos israelitas em sua fonte, a saber, a destruição das famílias hebreias, matando seus futuros homens. Crendo na promessa de Deus, feita a seu ancestral Abraão, Joquebede pegou seu filho e o entregou aos cuidados do Senhor que, por sua vez, o devolveu para ser, em casa, discipulado e formado para guiar a nação, aprendendo a ser conduzido por Deus no lar, por seus pais. Olhando para a situação da igreja atual, escravizada por ideologias e conceitos mundanos, percebemos que, como Joquebede, devemos crer nas promessas das Sagradas Escrituras e entregar nossos filhos ao Senhor, na arca da Graça, nos esmeros de uma educação que os protege de serem devorados pelo deus desse século. Devemos discipula-los e formá-los no lar com cultos familiares cheios de temor e reverência para, assim, futuramente, serem úteis na condução da igreja, guiando-a a Cristo, o Supremo Libertador. 64 Pergunta 32 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Por que você é chamado de cristão? R: Porque pela fé eu sou membro de Cristo e, portanto, participante da sua unção, de modo que posso confessar o seu nome, e apresentar a mim mesmo como um sacrifício vivo de gratidão a ele; e, também, com a consciência livre e sincera posso lutar contra o pecado e Satanás nesta vida e, mais tarde, reinar com Cristo eternamente, sobre todas as criaturas. Oração: Pai eterno, que nosso Senhor Jesus, o Supremo Libertador da sua Igreja, a traga de volta aos seus caminhos pelo retorno à importância da família e sua solidificação nele, por meio de cultos regulares e vividos nos lares cristãos. Amém! 65 Dia 14 ENTREGANDO OS FILHOS A DEUS Jessé Meninel Noite Leitura bíblica: 1 Samuel 1.22 Nesse momento, a situação do povo de Deus era de apostasia.Os líderes estavam corrompidos e o culto ao Senhor desvirtuado. Ana percebeu que entregar o filho ao Senhor não começava no ato de levá-lo ao templo, mas, muito antes, começava em casa. Logo, ela não desprezou os dias de pequenos começos (Zc 4.10) e labutou, urgente e alegremente (por ficar com seu filho nesse período tão importante de sua vida, mesmo que curto), preparando-o para que, depois de solidificado na fé, numa criação em família cheia de instruções bíblicas, ele pudesse influenciar e liderar o povo de Deus, para conduzi-lo a retornar aos caminhos do Senhor e encomendá-lo ao rei que mais tarde haveria de ungir. Como pais cristãos, atinados para a situação da igreja atual, devemos labutar por cultivar o mesmo temor em nossos filhos, sem menosprezar dias de pequenos começos. Façamos isso, com cultos familiares Cristocêntricos, reverentes e ricos da Palavra de Deus, com senso de urgência, mas cheios de alegria pelo privilégio de tê-los conosco nessa fase tão importante de formação de caráter (mesmo que por “pouco tempo”), com o intuito de solidificá-los na verdade, com caráter e propósito moldados pela santa Bíblia, para serem entregues futuramente à igreja de maneira a influenciá-la a retornar aos caminhos do Senhor e prepará-la para a vinda do Senhor Jesus, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. 66 Pergunta 55 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que você entende por “a comunhão dos santos”? R: Primeiro, que todos os crentes, como membros de Cristo são, em comum, participantes dele e de todas as suas riquezas e dons; e, em segundo lugar, que todos devem saber que é obrigação de cada um, de modo pronto e com alegria, empregar esses dons para o progresso e a salvação dos outros membros. Oração: Pai eterno, mova o coração dos pais a não menosprezarem a tarefa tão importante para a igreja do Senhor Jesus e que, felizes, façam seus cultos familiares, anunciando sempre a esperança da volta do nosso Senhor. Amém! 67 Dia 15 EU E MINHA CASA SERVIREMOS A DEUS Antônio Cabrera Manhã Leitura bíblica: Josué 24.15 A família é um lugar de aprendizado. Ela é, sem qualquer dúvida, a primeira, a mais importante e a melhor escola do mundo. É por isto que Deus ordena a instrução permanente dos pais juntos aos filhos, esclarecendo que “todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar” (Dt 6.6-7). Um trabalho do Ministério Público de São Paulo comprova esta valiosa lição bíblica, pois dois em cada três jovens infratores vêm de famílias que não tem um pai dentro de casa. Esta é a nobre missão dos pais: instruir os filhos de que o Senhor é “o nosso refúgio, sempre, de geração em geração” (Sl 90.1). Pergunta 27 do Catecismo de Heidelberg (1563) - O que você quer dizer com providência de Deus? R: É a força toda poderosa e presente com que Deus, como se fosse por suas mãos, sustenta e governa o céu, a terra e todas as criaturas, de modo que as ervas e as plantas, a chuva e a seca, os anos frutíferos e os estéreis, o alimento e a bebida, a saúde e a doença, a riqueza e a pobreza, e todas as coisas não nos vêm por acaso, mas de sua mão paternal. 68 Oração: Pai nosso que estais nos céus, queremos agradecer inicialmente pela família que tu nos deste. Queremos também pedir que tu nos fortaleças e capacites para sermos instrutores fieis de nossos filhos e filhas. Abençoa-os ricamente; que eles possam ser testemunhas da tua misericórdia através da instrução da tua Palavra. 69 Dia 15 EU E MINHA CASA SERVIREMOS A DEUS Antônio Cabrera Noite Leitura bíblica: Josué 24.15 Infelizmente, nos dias de hoje, a Psicologia e a Sociologia têm substituído as Escrituras no que diz respeito à família. Este afastamento da Bíblia acaba levando ao esquecimento de que Deus trata com gerações, e isto impacta como vemos a família. O que preciso saber é que para ter uma vida genuinamente cristã, devo começar em casa. Este é o ambiente das primeiras lutas, a fundamental arena onde deveremos alcançar o êxito. Para tanto, temos a obrigação de sustentar a nossa família e aprendemos uma dura lição contra o abandono da mesma. O texto de 1 Timóteo 5.8 é claro advertindo que “se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente”. Para que você e a sua casa possam realmente servir ao Senhor, você deve edificar a sua família sobre a rocha (Mt 7.24-25). Edifique a sua casa sobre o fundamento de Cristo e os ventos da adversidade não vergarão a sua família. Pergunta 28 do Catecismo de Heidelberg (1563) – De que nos serve saber que Deus criou todas as coisas e que ele ainda as sustenta pela sua providência? R: Para que tenhamos paciência na adversidade, e sejamos agradecidos na prosperidade; e que, em tudo quanto nos acontecer no futuro, coloquemos a nossa firme confiança no nosso fiel Deus e Pai de que 70 nada pode nos separar do amor dele, visto que todas as criaturas estão na sua mão, de tal modo que, sem a vontade dele elas não conseguem sequer se mover. Oração: Santo e eterno Deus, eu e a minha casa queremos te servir. Capacita- nos para que possamos te servir de todo o nosso coração e toda nossa força. Perdoa os nossos pecados, apaga as nossas transgressões e edifica- nos como família que vive na tua dependência. É assim que oramos, te servindo e te agradecendo pelas bênçãos de cada dia. 71 Dia 16 DEUS FALA COM AS CRIANÇAS Hélder Cardin Manhã Leitura bíblica: 1 Samuel 1.19-28 No início do livro de 1 Samuel, vemos que Ana não podia ter filhos. Ela era estéril, o que a deixava profundamente triste e amargurada, ainda que confiasse que Deus poderia mudar esta situação. No entanto, por causa daquilo que Deus desejava realizar no povo de Israel naquele período da história, o Senhor concede um filho a Ana e seu marido, Elcana, o qual veio a se chamar Samuel. Dada a dificuldade de Ana para ter esse filho, ela decide consagra-lo ao Senhor. Isto significava deixa-lo sob os cuidados do sacerdote que servia no templo para que, juntamente com este sacerdote, Samuel servisse na Casa do Senhor. Consagração é a separação de algo ou alguém para o uso exclusivo de Deus. Desde Gênesis, percebemos que Deus trabalha especificamente por intermédio de pessoas dedicadas e consagrados a ele. São pessoas que entendem a centralidade do Criador, buscando uma vida separada do mundo, do pecado, ou de qualquer outra coisa que atrapalhe sua intimidade com Deus e obediência aos seus mandamentos. Ao longo de toda a Bíblia, santidade é o que Deus deseja de seus filhos. Trata-se da separação dessas pessoas de qualquer coisa que não contribua para o cumprimento dos planos de Deus na e por meio da vida de seus filhos. Na consagração de Samuel, vemos que, embora os filhos tenham nascido de seus pais, eles na verdade pertencem ao Senhor. Salmo 127 diz que os 72 filhos são herança do Senhor. São presentes que Deus confiou aos pais para que cuidem desses filhos, como se pertencessem primeiramente a Deus, apresentando-os constantemente ao Senhor, ensinando-lhes a Palavra, bem como testemunhando uma vida temente ao Criador. Deus dá aos pais o privilégio e responsabilidade de educarem seus filhos nos caminhos do Senhor de tal forma que estes vivam dedicadamente a Deus, como vemos em Deuteronômio 6 e Salmo 78. Pergunta 31 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O nome Cristo significa “ungido”. Por que Jesus tem esse nome? R: Porque ele foi ordenado por Deus Pai e ungido com o Espírito Santo para ser o nosso supremo profeta e mestre, que nos revelou plenamente o secreto conselho e a vontade de Deus para a nossa salvação; e para ser o nosso sumo sacerdote, que, pelo único sacrifício do seu corpo, nos redimiu, e, continuamente, intercede por nós junto ao Pai, como também para ser o nosso
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