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ENZIMAS_EXTRACELULARES_PRODUZIDAS_POR_FUNGOS_ENDOF

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ENZIMAS EXTRACELULARES PRODUZIDAS POR FUNGOS ENDOFÍTICOS
ISOLADOS DE Baccharis dracunculifolia D.C. (Asteraeceae)
Article  in  Global Science and Technology · August 2011
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Sideney Becker Onofre
Universidade Comunitária da Região de Chapecó
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https://www.researchgate.net/publication/277875353_ENZIMAS_EXTRACELULARES_PRODUZIDAS_POR_FUNGOS_ENDOFITICOS_ISOLADOS_DE_Baccharis_dracunculifolia_DC_Asteraeceae?enrichId=rgreq-f4c1e92d6c41872dc4b5cb5b703a93f7-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3Nzg3NTM1MztBUzoyNTYyNTY1MTQ0NTc2MDRAMTQzODEwNzcyMjM2NA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/277875353_ENZIMAS_EXTRACELULARES_PRODUZIDAS_POR_FUNGOS_ENDOFITICOS_ISOLADOS_DE_Baccharis_dracunculifolia_DC_Asteraeceae?enrichId=rgreq-f4c1e92d6c41872dc4b5cb5b703a93f7-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3Nzg3NTM1MztBUzoyNTYyNTY1MTQ0NTc2MDRAMTQzODEwNzcyMjM2NA%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Sideney_Onofre?enrichId=rgreq-f4c1e92d6c41872dc4b5cb5b703a93f7-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3Nzg3NTM1MztBUzoyNTYyNTY1MTQ0NTc2MDRAMTQzODEwNzcyMjM2NA%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Universidade_Comunitaria_da_Regiao_de_Chapeco?enrichId=rgreq-f4c1e92d6c41872dc4b5cb5b703a93f7-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3Nzg3NTM1MztBUzoyNTYyNTY1MTQ0NTc2MDRAMTQzODEwNzcyMjM2NA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Sideney_Onofre?enrichId=rgreq-f4c1e92d6c41872dc4b5cb5b703a93f7-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI3Nzg3NTM1MztBUzoyNTYyNTY1MTQ0NTc2MDRAMTQzODEwNzcyMjM2NA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
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47 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN 1984 - 3801) 
 
ENZIMAS EXTRACELULARES PRODUZIDAS POR FUNGOS ENDOFÍTICOS 
ISOLADOS DE BACCHARIS DRACUNCULIFOLIA D.C. (ASTERAECEAE) 
 
Claucia Cuzzi1, Simone Link1, Andréia Vilani1, Sideney Becker Onofre1* 
 
 
Resumo: O presente trabalho avaliou a capacidade de produção de enzimas extracelulares de 
11 espécies de fungos endofíticos isolados de Baccharis dracunculifolia. A metodologia 
utilizada seguiu a descrita por Hankin e Anagnostakis (1975), determinando-se os índices 
enzimáticos (IE) e a atividade enzimática (Pz) para cada isolado. Os resultados obtidos 
mostraram que, dos 11 fungos avaliados, sete apresentaram IE superiores a 0,64 e inferiores a 
1,0 (Pz positiva); dois apresentaram IE inferior a 0,64 (Pz fortemente positiva) e duas 
linhagens apresentaram IE igual a 1,0 (Pz negativa). Com esses resultados, conclui-se em 
relação à atividade lipolítica, que um fungo apresentou IE fortemente positivo (Pz=3); seis 
espécies apresentaram IE positivos (Pz=2) e quatro apresentaram IE negativo (Pz=1). Com 
relação à atividade amilolítica, 10 espécies apresentaram IE positivos (Pz=2) e apenas uma 
demonstrou IE negativo (Pz=1). Em relação à produção de enzimas proteolíticas, apenas uma 
espécie apresentou IE fortemente positivo (Pz=3), cinco apresentaram IE positivo (Pz=2) e 
cinco demonstraram IE negativo (Pz=1). 
 
Palavras-chave: lipases, amilases, proteases, biotecnologia. 
 
 
EXTRACELLULAR ENZYMES PRODUCED BY ENDOPHYTIC FUNGI ISOLATED 
FROM BACCHARIS DRACUNCULIFOLIA D.C. (ASTERACEAE) 
 
Abstract: This work evaluated the capacity of 11 species of endophytic fungi isolated from 
Baccharis dracunculifolia to produce extracellular enzymes. The methodology (Hankin & 
Anagnostakis, 1975), determined the enzymatic indexes (EI) and the enzymatic activity (Pz) 
for each isolate. The results showed that seven of the 11 fungi evaluated had EI higher than 
0.64 and lower than 1.0 (positive Pz); two had EI lower than 0.64 (strongly positive Pz), and 
two showed EI equal to 1.0 (negative Pz). In relation to the lipolytic activity, one isolate had 
strongly positive EI (Pz=3); six species had positive EI (Pz=2) and four of them had negative 
EI (Pz=1). Ten species had positive EI for amilolytic activity (Pz=2) and only one had 
negative EI (Pz=1). Only one species had strongly positive EI for proteolytic enzymes (Pz=3), 
five species had positive EI (Pz=2) and five had negative EI with Pz=1. 
 
Keywords: lipases, amylases, proteases, biotechnology. 
 
 
 
 
____________________________________________________________________________________________________ 
1.Universidade Paranaense (UNIPAR), Departamento de Biologia - Av. Júlio Assis Cavalheiro, 2000, Bairro Industrial, 
Francisco Beltrão (PR). Caixa Postal: 265. CEP: 85601-000. *E-mail: sideney@unipar.br. Autor para correspondência. 
 
Recebido em: 23/11/10. Aprovado em: 12/08/11. 
C. Cuzzi et al. 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
48 
INTRODUÇÃO 
 
Todas as plantas até então estudadas 
são hospedeiras de microrganismos, podendo 
ser epifíticos ou endofíticos, os quais se 
associam de forma mutualística, competem 
com patógenos, reduzem a herbivoria e o 
ataque de insetos, aumentam a tolerância a 
estresses abióticos e bióticos, protegem a 
planta e favorecem seu crescimento, 
recebendo, em contrapartida, proteção e 
nutrientes do seu hospedeiro. Na estreita 
relação entre endófito e planta hospedeira, 
pode ocorrer produção de metabólitos 
secundários que interferem de alguma forma 
no desenvolvimento de patógenos 
(ESPOSITO & AZEVEDO, 2004). 
Estudos sobre o potencial destes 
microrganismos para a área industrial, 
farmacêutica e biotecnológica são relevantes, 
devido à descoberta de novas substâncias 
para uso terapêutico humano, industrial, 
cosmético, como medicamentos, ácidos 
orgânicos e enzimas (STROBEL, 2003). A 
aplicação industrial de microrganismos como 
as bactérias, leveduras e principalmente os 
fungos, representa atualmente uma indústria 
altamente diversificada e com rendimentos 
econômicos considerados astronômicos, 
destacando o álcool etílico, laticínios, ácidos 
orgânicos e fármacos, incluindo os 
antibióticos e ainda com mais destaque as 
enzimas para uso industrial, biodegradação 
de compostos tóxicos em tratamentos de 
efluentes e a biorremediação ambiental 
(MAITAN, 1998). 
A utilização de microrganismos para 
fins industriais e biotecnológicos, nos últimos 
20 anos, tem aumentado rapidamente. As 
técnicas recentes de biologia molecular, 
como a engenharia genética, oferecem 
oportunidades para o aperfeiçoamento de 
diversos processos de produção e 
desenvolvimento de novas enzimas 
(ARAÚJO et al., 2000). 
Os fungos filamentosos são 
organismos heterotróficos, que se alimentam 
a partir de matéria orgânica inanimada ou 
atuam como parasitas de organismos vivos. 
Como saprófitas, decompõem resíduos 
complexos de plantas e animais em 
substânciasquímicas mais simples que 
retornam ao solo e, através da absorção nos 
vegetais, favorecem a fertilidade no solo 
(ERNEST et al., 2003). 
As enzimas são catalisadores 
orgânicos produzidos por células vivas, que 
participam das reações químicas nos 
processos vitais. Estas são moléculas capazes 
de atuar em todas as principais 
macromoléculas biológicas, como as 
proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos 
nucléicos, assim como em moléculas 
menores, como os aminoácidos, os açúcares e 
as vitaminas (SOUZA et al., 2001). 
A atividade catalítica de diversas 
enzimas depende da conjunção com 
componentes não protéicos, denominados co-
fatores, que podem ser íons metálicos ou 
moléculas orgânicas complexas. As enzimas 
microbianas apresentam uma série de 
vantagens sobre as de origem animal e 
vegetal, tais como, baixo custo de produção e 
amplo espectro de características físico-
químicas. As enzimas microbianas são 
aplicadas largamente no campo industrial: em 
indústrias têxteis (amilase), de detergentes 
(protease, lipase), de alimentos (protease), de 
couro (protease e lipase) (ERNEST et al., 
2003). 
A ampla utilização das enzimas tem 
contribuído muito para refletir a elevada 
especificidade de sua ação como 
biocatalizadores. Contudo, as enzimas com o 
mesmo perfil de atuação, sob o mesmo 
substrato, podem apresentar bom 
funcionamento em relação ao seu pH, 
temperatura e concentrações iônicas distintas. 
Devido a estas variáveis, justifica-se um 
levantamento da capacidade para produzir 
enzimas adequadas às condições em que as 
mesmas serão utilizadas (PIMENTEL, 2001). 
A produção de enzimas hidrolíticas 
extracelulares é uma importante atuação que 
está sendo pesquisada em alguns fungos 
filamentosos amilolíticos, assim como a 
utilização de um complexo polissacarídeo 
envolvido na promoção do crescimento 
Enzimas extracelulares... 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
49
vegetal. As amilases ou enzimas amilolíticas 
são capazes de degradar o amido e são 
obtidas do malte ou produzidas por diversos 
vegetais ou microrganismos, através de 
processos fermentativos. O amido, substrato 
das amilases, é um polissacarídeo 
heterogêneo constituído por dois 
componentes de alto peso molecular, a 
amilase e a amilopectina, que diferem nas 
suas estruturas básicas. Essa classe de 
enzimas é bastante utilizada nas indústrias de 
detergentes, têxtil, papel, pães e cerveja 
(WIT, 1989). 
Enzimas proteolíticas são conhecidas 
como biocatalizadores que alteram reações 
químicas e devido a isso são amplamente 
utilizadas nas indústrias de alimentícia, 
farmacêutica, química e de diagnóstico 
(PIMENTEL, 2001). As proteases 
apresentam grande variedade bioquímica, 
sendo facilmente manipuladas, o que facilita 
sua aplicação biotecnológica. Apresentam 
alta importância comercial, sendo que as de 
origem microbiana representam 40% do total 
das proteases utilizadas industrialmente. 
Essas são utilizadas na degradação de 
subprodutos ricos em proteínas, ou seja, 
favorecem a digestibilidade de alimentos 
animais (WIT, 1989). 
Outra utilização das proteases, que 
ainda não é amplamente empregada, é na 
indústria do couro. O método tradicional 
utiliza para a depilação do couro, altas 
quantidades de sulfitos, que podem causar, 
além de danos aos trabalhadores, problemas 
ambientais, como poluição e deposição de 
resíduos. Além disso, a indústria do couro 
apresenta interesse na redução dos odores e 
da poluição causada pelo sulfeto de sódio e 
seus gases altamente tóxicos. Uma alternativa 
para isso seria a utilização de proteases 
microbianas que auxiliam na depilação do 
couro, o que contribuiria para o aumento da 
qualidade do produto e a redução do índice 
de poluição ambiental (SAIKKONEM et al., 
1998). 
As lipases são enzimas hidrolíticas 
que atuam na interface orgânica-aquosa, 
catalisando as reações de hidrólise de 
triglicerídeos. Podem ser encontradas em 
células de tecidos animais e vegetais e podem 
ainda ser produzidas por microrganismos 
como bactérias, fungos e leveduras. As 
enzimas microbianas apresentam certas 
vantagens se comparadas as extraídas de 
fontes animais e vegetais. Estas vantagens 
estão relacionadas, por exemplo, na 
estabilidade de altas temperaturas e amplas 
faixas de pH (DAISY et al., 2002). 
As lipases apresentam diversas 
aplicações industriais: geração de cosméticos 
e perfumarias, onde são empregadas na 
produção de emulsificantes, aromas, 
surfactantes e emolientes, além de auxiliar no 
tratamento de efluentes gordurosos e na 
indústria de combustíveis (LEAL et al., 
2002). Devido à sua habilidade em hidrolisar 
gorduras, são usadas como aditivo pela 
indústria de limpeza e detergentes já que as 
manchas de óleos e gorduras são de difícil 
remoção, devido às baixas temperaturas 
utilizadas nas lavagens. Estas têm sido 
utilizadas na modificação das propriedades de 
misturas de triglicerídeos, na produção de 
margarinas, gorduras dietéticas e gorduras 
especiais como a manteiga de cacau 
(PIMENTEL, 2001). No entanto, ainda 
apresentam um custo elevado, devido aos 
processos industriais de extração e 
purificação. Assim, torna-se estratégica a 
busca por processos de produção de lipases 
que reduzam os custos finais da enzima, pois 
podem viabilizar algumas aplicações pouco 
exploradas como, por exemplo, o tratamento 
de efluentes gordurosos (LEAL et al., 2002). 
A espécie Baccharis dracunculifolia 
D.C. (Asteraceae) possui relevância biológica 
e ecológica para o levantamento de 
microrganismos endofíticos, levando em 
consideração a sua capacidade de adaptação 
aos diversos biomas das Américas, em 
especial a América do Sul. É pertencente à 
família Asteraceae, que é o grupo sistemático 
mais numeroso dentro das Angiospermas, 
compreendendo cerca de 1.100 gêneros e 
25.000 espécies. São plantas de aspecto 
altamente diversificado, incluindo 
principalmente pequenas ervas ou arbustos e 
raramente árvores. Cerca de 98% dos gêneros 
são constituídos por plantas de pequeno porte 
C. Cuzzi et al. 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
50 
e encontradas em todos os tipos de habitats 
(BACON & WHITE, 2000). 
O gênero Baccharis está representado 
por mais de 500 espécies distribuídas 
principalmente no Brasil, Argentina, 
Colômbia, Chile e México, ocupando as 
regiões mais elevadas. A alta concentração de 
espécies no Brasil e nos Andes indica que 
uma dessas áreas é o provável centro de 
origem desse gênero. No Brasil, estão 
descritas 120 espécies desse gênero, com a 
maior parte delas localizadas na região 
Sudeste do país. Estimam-se em 100, o 
número de espécies na Argentina, 28 no 
México e, aproximadamente, 40 na 
Colômbia, constituindo um dos mais 
importantes grupos de plantas desse último 
país, das quais 38% são endêmicas 
(LOAYZA et al., 1993; 1995; FERRACINI 
et al., 1995). 
As espécies do gênero Baccharis são 
geralmente arbustos como a carqueja, a 
vassoura ou vassourinha e medem, em média, 
de 0,5 a 4,0 m de altura. Apresentam elevado 
valor sócio-econômico, com ampla dispersão 
nos estados de Santa Catarina, Paraná, São 
Paulo e Rio Grande do Sul, entre outras 
regiões do país, onde alto número delas é 
utilizado na medicina popular para controle 
ou tratamento de várias doenças. São 
consumidas principalmente na forma de chás, 
com indicações para males do estômago, 
fígado, anemias, inflamações, diabetes, 
doenças na próstata, sendo também descritas 
como remédio para o processo de 
desintoxicação do organismo (VERDI et al., 
2005). 
Nesse contexto, este trabalho avaliou 
a capacidade de produção de enzimas 
extracelulares de 11 espécies de fungos 
endofíticos isolados de B. dracunculifolia. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
Espécies fúngicas avaliadas 
 
Foram avaliadas 11 espécies de 
fungos endofíticos isolados de B. 
dracunculifolia, pertencentes à micoteca do 
Laboratório de Microbiologia da UNIPAR - 
Campus Francisco Beltrão, PR. 
Especificamente, tais espécies foram 
avaliadas quantoà capacidade de produzir 
amilases, lipases e proteases. Para isso, 
seguiu-se a metodologia descrita por Hankin 
e Anagnostakis (1975). As espécies fúngicas 
foram: Penicillium sp. (D1–NC); Aspergillus 
sp. (D2–NC); Fusarium sp. (D3–FB); 
Colletotrichum sp. (D4–FB); Acremonium sp. 
(D5–FB); Scopulariopsis sp. (D6–DV); 
Cercospora sp. (D7–FB); Cylindrocladium 
sp. (D8–FB); Glomerella sp. (D9–DV); 
Chaetomium sp. (D10–FB) e Phomopsis sp. 
(D11–NC). 
 
Atividade lipase 
 
As 11 espécies foram inoculadas em 
meio mínimo (MM), cuja composição foi, em 
g L-1: NaNO3 (0,38), KH2PO4 (1,19), 
MgSO47H2O (0,50), KCl (0,50), FeSO47H2O 
(0,01), glicose (10), agar (20), suplementado 
com 2% de Tween 80 (sorbitano 
monolaurato), em pH 6,5. Cada espécie 
fúngica foi inoculada no centro das placas, e 
mantida em estufa de crescimento a 28ºC, por 
sete dias. Posteriormente, essas placas foram 
transferidas para um refrigerador e mantidas 
por mais sete dias, em temperatura de 4ºC, 
quando foram realizadas as avaliações. A 
atividade lipolítica foi evidenciada pela 
presença de cristais de sais de cálcio do ácido 
láurico, liberados ao redor das colônias 
formando um halo. 
 
Atividade protease 
 
As espécies fúngicas foram 
inoculadas no centro de cada placa contendo 
MM, suplementado com 2% de albumina 
(proteína bovina), pH 6,5 e mantidas em 
estufa a 28ºC, por sete dias, para a 
determinação do halo de crescimento da 
colônia, com o cálculo do índice enzimático. 
 
Atividade amilase 
 
Os fungos foram inoculados no centro 
da placa contendo MM, suplementado com 
amido solúvel 2% e pH 6,0. As placas foram 
Enzimas extracelulares... 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
51
incubadas a 28 ºC, por sete dias. Após esse 
período, as placas foram reveladas com lugol 
e os índices enzimáticos calculados. 
 
Determinação da atividade enzimática 
 
Para a determinação da atividade 
enzimática (Pz), foi utilizada a metodologia 
descrita por Hankin & Anagnostakis (1975), 
onde a atividade a Pz de cada espécie 
avaliada decorreu da razão entre o diâmetro 
da colônia (dc) e o diâmetro da colônia, 
acrescido da zona de precipitação (dcp). Os 
resultados foram classificados em negativos 
(Pz = 1, classe 1), positivos (0,64 = Pz < 1, 
classe 2) e fortemente positivos (Pz < 0,64, 
classe 3), onde Pz = dc / dcp. Todas as 
atividades foram avaliadas em triplicata. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Os resultados obtidos com a avaliação 
da capacidade de produção de enzimas 
extracelulares das 11 espécies de fungos 
endofíticos, isolados de B. dracunculifolia, 
estão sumarizados na Tabela 1. 
 
Tabela 1 - Índices enzimáticos (IE) e atividade enzimática (Pz) de 11 espécies de fungos 
endofíticos isolados de B. dracunculifolia D.C. (Asteraceae). 
Lipolítica Amilolítica Proteolítica Espécie fúngica 
IE Pz IE Pz IE Pz 
D1-NC Penicillium sp. 1,00 1 0,98 2 0,43 3 
D2-NC Aspergillus sp. 0,77 2 0,66 2 0,85 2 
D3-FB Fusarium sp. 0,84 2 0,92 2 1,00 1 
D4-FB Colletotrichum sp. 1,00 1 0,92 2 1,00 1 
D5-FB Acremonium sp. 1,00 1 0,92 2 1,00 1 
D6-DV Scopulariopsis sp. 0,86 2 0,90 2 0,90 2 
D7-FB Cercospora sp. 0,96 2 0,87 2 0,86 2 
D8-FB Cylindrocladium sp. 0,50 3 0,77 2 1,00 1 
D9-DV Glomerella sp. 0,83 2 0,83 2 0,87 2 
D10-FB Chaetomium sp. 0,83 2 0,92 2 0,85 2 
D11-NC Phomopsis sp. 1,00 1 1,00 1 1,00 1 
 
O isolado D2-NC (Aspergillus sp.), 
apresentou IE de 0,77, 0,66 e 0,85, para as 
enzimas lipase, amilase e protease, 
respectivamente. Já com relação à Pz, o 
mesmo foi classificado como positivo (classe 
2), para ambas as enzimas, mostrando que 
essa espécie secreta os três tipos de enzimas 
avaliadas. 
Neste trabalho, os resultados obtidos 
com as espécies dos gêneros Aspergillus e 
Penicillium corroboram os de Bajpai e Patil 
(1997) e Pinto (2003), que destacam a 
capacidade desses dois gêneros fúngicos em 
produzir enzimas extracelulares, sobre 
diversos substratos. Dentre as enzimas 
produzidas por ambos os gêneros, destacam-
se as lipases, proteases, amilases, pectinases, 
tanases e lacases. 
Esses resultados também coincidem 
com os de Lima (2003), que relatam muitas 
espécies do gênero Penicillium como 
notáveis produtoras de lipases (Figura 1) e 
amilases, com grande potencial de aplicação 
em distintas áreas. 
C. Cuzzi et al. 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
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Figura 1 - Atividade lipásica de Penicillium sp. com formação de cristais de sais de cálcio do 
ácido láurico. 
 
O isolado D3-FB (Fusarium sp.) 
apresentou IE de 0,84 e Pz positiva (classe 2) 
para atividade lipolítica, um IE de 0,92 com 
Pz positiva (classe 2) para atividade 
amilolítica. Já para as proteases, o IE foi 
1,00, com Pz negativa (classe 1), onde 
verifica-se que esse isolado possui alta 
capacidade de secretar lipases e amilases e 
baixa capacidade de produção de proteases. 
Há poucos trabalhos sobre a produção 
de exoenzimas pela espécie Fusarium sp. 
Castro et al. (2002) destacam que isolados 
fúngicos dos grãos de milho do estado de São 
Paulo são, predominantemente, pertencentes 
ao gênero Fusarium e que a degradação 
provocada por esses fungos, em condições de 
umidade e temperatura de 20 a 28ºC, gira em 
torno de 70%. Orsi et al. (1995) demonstram 
que no gênero Fusarium, as espécies 
Fusarium moniliforme e Fusarium 
oxysporum são as mais frequentes. Neste 
trabalho, as enzimas produzidas pela espécie 
Fusarium sp. foram principalmente amilases 
e lipases, com maior destaque para as 
amilases (Figura 2). 
 
 
Figura 2 - Atividade amilásica de Fusarium sp. e halos de degradação enzimática, revelados 
com lugol. 
Enzimas extracelulares... 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
53
 
Fungos do gênero Fusarium têm a 
capacidade de produzir uma variedade de 
micotoxinas, dentre elas o ácido fusárico. 
Entre as doenças mais frequentes nas culturas 
de hortaliças e plantas frutíferas estão a 
murcha de fusário e a fusariose, ambas 
responsáveis por consideráveis perdas de 
produção nas áreas de cultivo. Este fungo 
sobrevive no solo, sendo transmitido por 
várias vias de disseminação, sobrevivendo 
em impurezas associadas às sementes, 
estruturas de plantas e em restos de cultura. 
Dessa forma, este fungo se desenvolve nessas 
estruturas, causando doenças e o seu controle 
torna-se difícil e, muitas vezes, 
impossibilitado, devido à sua agressividade 
na produção de enzimas hidrolíticas como 
celulases, xilanases, pectinase, amilases e 
lipases (MACHADO, 2002). 
Em relação ao isolado D4-FB 
(Colletotrichum sp.), verifica-se que esta 
espécie possui baixa capacidade de produzir 
lipases e proteases (Figura 3), pois as 
atividades enzimáticas, obtidas para ambas as 
enzimas, foram negativas (classe 1). Em 
relação às amilases, verifica-se que esta 
espécie, apresentou um IE de 0,92 e Pz de 
classe 2, demonstrando maior capacidade de 
secreção dessa enzima em relação as lipases e 
proteases. Similar comportamento também 
foi verificado com o isolado D5-FB 
(Acremonium sp.).
 
 
Figura 3 - Atividade proteásica de Colletotrichum sp. com formação de halos de degradação 
enzimática, revelados com azul de comassie. 
 
A produção de enzimas por espécies 
do gênero Colletotrichum tem sido pouco 
descrita na literatura. Dentre as enzimas mais 
estudadas, podem ser citadas as pectinases e 
poligalacturonases, responsáveis pelo ataque 
à pectina, presente em folhas e frutos das 
plantas (HERBERT et al., 2004) e as 
quitinases, que atuam na degradação da 
quitina presente na parede celular de fungos e 
também em insetos (SOUZA et al., 2003). 
Anderson e Nicholson (1996) demonstraram, 
pela primeira vez, a atividade de lacase na 
mucilagem extracelular de C. graminicola. 
Recentemente, Levin et al. (2007) 
selecionaram C. truncatum como o melhor 
produtor de lacases, entre 10 cepas de 
Colletotrichum estudadas. 
Em relação ao fungo da espécie 
Acremonium sp., trata-se de um fungo 
saprófito encontrado em grãos armazenados 
de diferentes regiõesprodutoras de cereais, 
principalmente milho, em todo o mundo, 
podendo ser encontrado como endofítico de 
diversas culturas (URBEN & OLIVEIRA, 
C. Cuzzi et al. 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
54 
1999). Leuchtmann e Clay (1990) destacam 
essa espécie como produtora de enzimas 
extracelulares, principalmente amilases, 
seguidas de lipases e proteases. Esses 
resultados coincidem com os deste trabalho, 
conferindo a esta espécie o caráter de 
endofítico e produtor de enzimas 
extracelulares, principalmente amilases. 
As espécies Scopulariopsis sp. e 
Cercospora sp. apresentaram comportamento 
semelhante para as três enzimas avaliadas, 
com Pz de classe 2. Com esses resultados, 
verifica-se que ambas as espécies, apesar de 
pertencerem a distintos gêneros, possuem 
capacidade de secretar lipases, proteases e 
amilases com o mesmo potencial. 
Analisando o comportamento de 
Scopulariopsis sp., verifica-se que a sua 
capacidade de produzir enzimas 
extracelulares, corroboram os resultados de 
Pastore (1981), que também avaliou a 
produção de exoenzimas produzidas por tal 
espécie. Dentre as enzimas descritas, 
destacam-se as beta-galactosidases, as 
proteases, as lipases e as amilases. Além 
disso, tal gênero destaca-se na área de 
produção de aromas utilizados na produção 
de alimentos especiais (ANBU, 2007). 
A espécie Cylindrocladium sp. (D8-
FB) apresentou Pz positiva (classe 2) para 
amilases, negativa (classe 1) para protease, e 
fortemente positiva (classe 3), para lipase. 
Com relação a essa espécie, foi observado IE 
altamente positivo de 0,50 para atividade 
lipolítica, 0,77 para atividade amilolítica e de 
1,00 para a atividade proteolítica, 
demonstrando comportamento superior para 
as enzimas lipases e amilases. A espécie 
Cylindrocladium sp. vive de forma epifítica e 
endofítica e possui grande tolerância às 
variações de pH, o que facilita a sua 
proliferação (PASCHOLATI, 1998). Muitas 
espécies de Cylindrocladium, 
frequentemente, causam doenças em plantas. 
Essas doenças estão associadas aos 
metabólitos produzidos por esses fungos, 
destacando fitotoxinas e enzimas 
extracelulares como celulases, pectinases, 
amilases, lipases e proteases (ALFENAS et 
al., 2004). 
O isolado D8-DV (Glomerella sp.) 
apresentou um perfil enzimático de classe 2 
para as três enzimas avaliadas. Já o isolado 
D10-NC (Phomopsis sp.), apresentou IE de 
1,00 e Pz negativa (classe 1), para as três 
enzimas avaliadas. 
Glomerella sp. é uma espécie 
hospedeira de plantas frutíferas e atua como 
patógeno em macieira, ameixeira, abricó, 
marmeleiro, nespereira, pessegueiro, pereira, 
cerejeira, amendoeira, goiaba, mamoeiro, 
maracujá, mangueira, cajueiro, jaqueira, 
abacateiro, citrus, pinha, meloeiro, figueira, 
morangueiro, dentre outras (BAILEY & 
JEGER, 1992). A sua instalação na planta, 
bem como a sua disseminação ocorre pela 
água que, após a germinação dos conídios, 
forma um apressório essencial à infecção, 
pois se fixa firmemente na parede do 
hospedeiro. Este pode penetrar na planta das 
seguintes maneiras: pelos estômatos, por 
meio de um ferimento ou pela penetração 
direta pela cutícula e parede de células do 
hospedeiro, com pressão hidrostática e a 
assistência de um complexo de enzimas, 
destacando-se as cutinolíticas, celulolíticas, 
pectinolíticas, amilolíticas, lipolíticas e 
proteolíticas (MICHEREFF, 2006). 
O fungo endofítico Phomopsis sp. é 
um ascomiceto, anamórfico de Diaporthe sp. 
cujo habitat é o caule de plantas lenhosas e 
herbáceas (PEREIRA et al., 1998). É o 
agente causal da queima da haste e da 
podridão dos frutos e de sementes. 
D9-FB Chaetomium sp. apresentou 
um IE de 0,83, 0,92 e 0,85, para as enzimas 
lipase, amilase e protease, respectivamente. 
 Quanto à Pz, foi classificado como 
positivo (classe 2) para as três enzimas, o que 
demonstra sua capacidade de secretar os três 
tipos de enzimas avaliadas. 
Apesar de alguns fungos endofíticos 
terem apresentado atividade lipolítica, 
amilolítica e proteolítica, isto não caracteriza 
fitopatogenicidade. Segundo Buléon (1998), 
as diferentes isoenzimas que degradam a 
parede celular podem ter diferentes funções, 
incluindo a obtenção de nutrientes durante o 
crescimento saprofítico. A habilidade de 
Enzimas extracelulares... 
Gl. Sci. Technol., v. 04, n. 02, p.47 – 57, mai/ago. 2011. 
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várias espécies fúngicas para produzir 
enzimas é bastante variável. 
A utilização de enzimas de origem 
microbiana, na indústria biotecnológica, tem 
sido muito explorada por apresentar uma 
série de vantagens, tais como: custos de 
produção relativamente baixos; facilidade de 
produção em larga escala em fermentadores 
industriais; espectro amplo de características 
físico-químicas de diferentes enzimas, 
geralmente relacionadas ao habitat e 
fisiologia do microrganismo produtor; 
susceptibilidade de manipulação genética e 
por representarem um recurso renovável. A 
utilização ampla destas enzimas é reflexo da 
elevada especificidade de sua ação como 
biocatalisadoras. Porém, enzimas com o 
mesmo perfil de atuação sob o substrato, 
podem apresentar funcionamento ótimo em 
pH, temperatura e concentração iônica 
diferentes, o que requer a seleção de enzimas 
adequadas às condições nas quais serão 
utilizadas. Atualmente, enzimas microbianas 
são amplamente utilizadas no processamento 
de alimentos, produção de detergentes, 
indústrias têxtil e farmacêutica, na química 
biológica, na biologia molecular e medicina. 
 
CONCLUSÕES 
 
A enzima de maior expressão entre os 
isolados foram as lípases, produzidas pelo 
isolado D8-FB (Cylindrocladium sp.). Com 
relação à atividade amilolítica, as espécies 
fúngicas avaliadas apresentam índices 
enzimáticos positivos. 
Em relação à produção de enzimas 
proteolíticas, o isolado D1-NC (Penicillium 
sp.) apresentou um IE fortemente positivo, já 
os demais isolados apresentaram índices 
positivos e negativos. 
 
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