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Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas Os fisiologista pulmonares popularizaram a classificação das doenças pulmonares difusas em duas categorias: (1) doença obstrutiva ou doença das vias aéreas, caracterizada por aumento da resistência ao fluxo de ar devido à presença de obstrução parcial ou completa em qualquer nível, desde a traquéia e brônquios principais até os bronquíolos terminais e respiratórios; e (2) doença restritiva, caracterizada por redução da expansão do parênquima pulmonar, com diminuição da capacidade pulmonar total. Classificação Fisiopatológica das DP’s Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC Refere-se a um grupo de condições que compartilham um importante sintoma - a dispnéia - e são acompanhadas de obstrução crônica ou recorrente do fluxo aéreo no interior do pulmão. A sua incidência, nas últimas décadas e atualmente, tem aumentado devido ao aumento do tabagismo, poluentes ambientais e outras exposições nocivas. Fisiopatologia Geral da Obstrução Os principais fatores para que haja a obstrução são: 1- Retenção de secreções aéreas em bronquíolos; 2- Bronquiolite; 3- Espessamento da parede bronquiolar por h i p e r t r o fi a d e m ú s c u l o l i s o e fi b r o s e peribrônquica; 4- Fraqueza de parede alveolar (perda de tecido elástico) que leva à falta de tração sobre bronquíolos e estes colapsam na expiração. Os fluxo expiratórios máximos são afetados em grau maior do que os inspiratórios, porque a microvasculatura e bronquíolos respiratórios residuais são comprimidos e deformados pelos grandes sacos aéreos. Componentes da DPOC Na sua forma protótipo é composta por distúrbios obstrutivos como brônquite crônica (tussidor crônico), bronquiectasia, asma (chiado), enfisema (falta de ar) e bronquiolite crônica. Elas são morfologicamente e clinicamente sobrepostas, como representado no diagrama a seguir. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Obstrutiva Restritiva Afeta Sístole respiratória Diástole respiratória Fisiopato Resistência aumentada ao fluxo aéreo por obstrução parcial ou total de qualquer região a partir da traquéia até bronquíolos respiratórios Expansão pulmonar reduzida Exemplos DPOC: Enfisema, Brônquite crônica, Bronquiectasia e Asma Desordens da parede torácica; Doenças intersticiais e infiltravas. Espirometria Capacidade Pulmonar Total: Normal; Taxa de Fluxo Expiratório Máximo (Expiração Forçada): Reduzida. Capacidade Pulmonar Total: Reduzida; Taxa de Fluxo Expiratório Máximo (Expiração Forçada): Normal ou Reduzida. Espectro da DPOC Enfisema Pulmonar O e n fi s e m a é u m a c o n d i ç ã o p u l m o n a r caracterizada por aumento anormal e permanente dos espaços aéreos ditais ao bronquíolo terminal, acompanhado de destruição de suas paredes, na ausência de fibrose óbvia. Um tabagista vai lentamente destruindo os septos intralveolares juntando alvéolos contíguos e produzindo enfisema. Quanto maior a agressão, maior a destruição. As manifestações clínica só começaram a aparecer após a destruição de cerca de ⅓ dos pulmões. Incidência O enfisema é uma doença comum. Em um estudo, foi constatada uma incidência combinada de 50% de enfisema panacinar e centriacinar em autópsias, e a doença pulmonar foi considerada responsável pela morte de 6,5% desses pacientes. O enfisema centriacinar, que será explicado adiante, é muito mias comum do que a forma panacinar, constituindo mais de 95% dos casos. Existe uma estreita associação do tabagismo e a incidência do enfisema. Além disso, é um distúrbio silencioso e inicia décadas antes do paciente apresentar sintomas. Classificação O enfisema é definido em termo da natureza anatômica da lesão, mas também pode ser ainda classificado de acordo com a sua distribuição anatômica dentro do lóbulo. Lembrando: o lóbulo é constituído de um aglomerado de ácinos, as unidades respiratórias terminais alveolares. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG ’Pink Puffers’ - Sopradores Rosados ⟷ ‘Blue Bloaters’ - Pleotórico Azulado DPOC - Predomínio de Enfisema DPOC - Predomínio de Bronquite Idade: 50-75 anos Idade: 40-45 anos Não toleram hipóxia Toleram hipóxia Alvéolos destruídos, brônquios e bronquíolos preservados Alvéolos preservados, brônquios e bronquíolos afetados Dispnéia severa e precoce + hiperventilação → gases sanguíneos relativamente normais → pele rósea Dispnéia leve e tardia. Hipoxemia e hipercapenéia severas → cianose Insuficiência respiratória (IR): terminal IR recorrente: repetida Tosse: tardia, catarro esasso Tosse: Precoce, catarro copioso Resistência de vias aéreas: normal ou levemente aumentada Resistência de vias aéreas: aumentada Recuo elástico: baixo Recuo elástico: normal RX tórax: hiperinsuflação; coração pequeno. RX tórax: vasos proeminentes; coração grande. Menor tendência à hipertrofia VD, cor pulmonale (CP) e edema periférico. CP→ terminal Maior tendência à hipertrofia VD, cor pulmonale com edema periférico. Sem policitemia Policitemia secundária Menor risco de infecção pulmonar Maior risco de infecção pulmonar Não é condição pré-cancerosa Pode ser condição pré-cancerosa Normal Alargamento Existem quatro tipos de enfisemas principais: (1) centriacinar, (2) panacinar, (3) parasseptal e (4) irregular. Os tipos centriacinar e panacinar são doenças de clínica obstrutiva com significância para o paciente. Enfisema Centriacinar ou Centrolobular A característica distintiva desse tipo de enfisema consiste no padrão de acometimento dos lóbulos. As partes centrais ou proximais dos ácinos, formadas por bronquíolos respiratórios, estão afetadas, enquanto os alvéolos distais estão poupados. Observam-se espaços aéreos tanto enfisematosos quanto normais dentro do mesmo ácino ou lóbulo. As lesão são mais comuns e, em geral, mais graves nos lobos superiores, particularmente, nos segmentos apicais. Ocorre em 95% dos casos e em pacientes com alta taxa de tabagismo associa-se com a bronquite. Enfisema Panacinar ou Panlobular Nesse tipo, os ácinos estão uniformemente aumentados desde o nível do bronquíolo respiratório até os alvéolos terminais. O prefixo pan- refere-se ao acometimento de todo o ácino. Esse tipo de enfisema tende a ocorrer mais comumente nas zonas inferiores e nas margens anteriores do pulmão, sendo geralmente mais grave nas bases. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Macroscopia do Enfisema Panacinar Pulmões volumosos que envolvem o coração. Enfisema prevalente nas margens inferiores e anteriores do pulmão. Centriacinar Pulmões não tão volumes e partes superiores mais afetadas pelo enfisema. Motivo da obstrução → microvasculatura e bronquíolos respiratórios são comprimidos e deformados pelos grandes sacos aéreos. Radiologia Hiperinsuflação → pulmões aumentados, diafragmas deprimidos e aumento do diâmetro anteroposterior - tórax em barril. Microscopia do Enfisema Alvéolos anormalmente grandes, separados por finos septos. Diminuição do leito capilar pulmonar. Pequenas vias aéreas inflamadas. Patogênese Ainda não há uma causa estabelecida para explicar a destruição septal do alvéolos no enfisema centriacinar e panacinar, porém, a causa mais provável consiste no mecanismo da protease-antiprotease. De acordo com a teoria da protease-antiprotease, a destruição da parede alveolar resulta em um desequilíbrio entre as proteases, principalmente as elastases, e as antiproteases no pulmão. A elastase dos neutrófilos tem a capacidade de digerir o pulmão humano, e essa digestão pode ser inibida pela 𝛂₁-AT. Essa elastase induz enfisema quando instilada na traqueia. Qualquer estímulo capaz de aumento o número de leucócitos (neutrófilos e macrófagos) no pulmão ou a liberação deseus grânulos contendo elastase, irá aumentar a atividade elastolítica. Os neutrófilos estimulados também liberam radicais livres de oxigênio, os quais, inibem a atividade da 𝛂₁-AT. Na presença de baixos níveis séricos de 𝛂₁- AT, o processo de destruição do tecido elástico t o r n a - s e d e s c o n t ro l a d o, p ro m o v e n d o o desenvolvimento do enfisema. Tabagismo: - Os fumantes possuem um maior número de neutrófilo e macrófagos nos alvéolos. - O fumo estimula a liberação de elastase dos neutrófilos; - O fumo aumenta a atividade elastolítica das proteases nos macrófagos; - Os oxidastes na fumaça de cigarro e os radicais livres de oxigênio sercetados pelos neutrófilos inibibrm a 𝛂₁-AT e, por conseguinte, reduzem a atividade da antielastase nos fumantes. Curso Clínico As manifestações clínicas só são aparentes no pacientes após a destruição de cerca de ⅓ dos pulmões. O sintoma mais comum é a dispneia. Alguns pacientes podem apresentar: tosse crônica, chiado, expectoração, perda de peso, etc. Curso Típico → paciente com cerca de 60 anos de idade com tórax em barril, dispnéia, expiração prolongada (pode ser aferida pela espirometria) e sinta-se inclinado. Curso Tardio → dispnéia insidiosa aos esforços e firmemente progressiva com tosse mínima não produtiva. Tosse e chiado em alguns (asma); Tosse e expectoração quando há bronquite associada. Perda de peso com possibilidade de neoplasia maligna. Exame Físico → Tórax em barril/tonel (aumento do diâmetro anteroposterior), dispneico, inclinado para frente, utilização de músculos acessórios para respirar, lentidão da expiração forçada e taquipnéia. Radiologia → Hiper insufl ação; Pulmões aumentados, diafragmas deprimidos e aumento do diâmetro anteroposterior - tórax em barril/ tonel. Complicações do Enfisema - Cor pulmonale → insuficiência cardíaca por aumento das câmaras direitas pela hipertensão arterial pulmonar.; - Causa de morte → acidose respiratória e coma; Insuficiência cardíaca de câmaras direitas; Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Tórax em Barril/Tonel Hipertransparência Normal Diâmetro Normal Inclinado para Frente pneumotórax levando a colapso massivo dos pulmões. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Enfisema Paraseptal Comparação entre os Diferentes Tipos de Enfisema Tipos Clínica Significante? Patogenia Local Obs. Centroacinar Sim Tabagismo pesado Lobos Superiores 95% dos casos Panacinar Sim Deficiência de 𝛂₁-AT Partes inferiores e anteriores Ocorre mais cedo e com severidade no tabagistas Paraseptal Não Áreas de fibrose peripleura Metade Superior Irregular Não Cicatriz Pequenos Assintomáti cos Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas
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