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Infecções nosocomiais Prof. Dr. Anderson Garcia Essa infecção é adquirida como resultado de uma hospitalização (o termo nosocomial é derivado da palavra grega para hospital, incluindo também infecções adquiridas em casas de repouso ou outros estabelecimentos para cuidados de saúde). Uma infecção nosocomial não apresenta qualquer evidência de estar presente ou em incubação no momento da admissão do paciente a um hospital. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) estima que cerca de 5 a 15% de todos os pacientes em hospitais adquirem alguma forma de infecção nosocomial. Entretanto, apesar das modernas técnicas de esterilização e do uso de materiais descartáveis, as taxas de infecções nosocomiais aumentaram cerca de 36% nos últimos 20 anos. Somente nos Estados Unidos, em torno de 2 milhões de pessoas contraem infecções nosocomiais todos os anos, e cerca de 20.000 morrem como resultado delas. As infecções nosocomiais representam a oitava causa de morte nos Estados Unidos ESTIMATIVAS As infecções nosocomiais resultam da interação de diversos fatores a existência de micro-organismos nos ambientes hospitalares a presença de hospedeiros em condições comprometidas a cadeia de transmissão no hospital. 1 2 3 Para que ocorra uma infecção nosocomial é necessária a interção dos três fatores, a ocorrência em separado não resulta ou caracteriza uma infecção nosocomial. Micro-organismos no hospital Embora muitos esforços sejam feitos para matar ou impedir o crescimento de micro-organismos em hospitais, o ambiente hospitalar é um reservatório importante de uma variedade de patógenos. A maioria dos micróbios que causam infecções nosocomiais não provoca doença em pessoas saudáveis, mas pode ser patogênica somente para indivíduos cujas defesas foram enfraquecidas por doenças ou terapia Microbiota normal Indivíduos saudáveis Não gera doenças Indivíduos enfraquecidos Patógeno oportunista causa doenças Além de serem oportunistas, alguns micro-organismos presentes em hospitais se tornaram resistentes a drogas antimicrobianas, comumente usadas nesses ambientes. 1980 Staphylococcus aureus, estafilococos coagulase-negativos e Enterococcus spp Resistência a antibióticos patógenos nosocomiais 1990 34% das infecções nosocomiais Bactérias gram-negativas 32% 2000 Resistência a antibióticos em infecções nosocomiais problema extremamente sério de saúde pública Essas cepas bacterianas passam a fazer parte da microbiota dos pacientes internadas e dos profissionais trabalhando nos hospitais e ficam progressivamente mais resistentes à antibioticoterapia. SE TORNAM RESERVATÓRIOS E TRANSMITEM Se resistência do hospedeiro é alta NÃO COMPORMETE O INDIVÍDUO Indivíduos com defesa enfraquecida ( cirurgias, traumas, internação) COMPORMETE O INDIVÍDUO Hospedeiro comprometido É aquele cuja resistência a infecções está reduzida por doença, terapia ou queimaduras. Duas condições importantes podem comprometer o hospedeiro: Ruptura da pele ou das membranas mucosas Queimaduras, feridas cirúrgicas, traumas (como ferimentos acidentais), injeções, procedimentos diagnósticos invasivos, respiradores, terapia intravenosa e cateteres urinários (usados para drenar urina) são fatores que podem romper a primeira linha de defesa do organismo e tornar a pessoa mais suscetível a doenças em hospitais, administração de anestesia, traqueotomia Os patógenos também podem se proliferar nos próprios aparelhos utilizados em procedimentos invasivos Sistema imune suprimido Os anticorpos fornecem imunidade por ações como neutralização de toxinas, inibição da ligação de patógenos às células do hospedeiro e auxílio na lise de patógenos. Drogas, terapias radioativas, uso de esteroides, queimaduras, diabetes, leucemia, doenças renais, estresse e desnutrição são fatores que podem afetar adversamente a ação das células T e B e comprometer o hospedeiro. Além disso, o vírus da Aids destrói determinados tipos de células T. Cadeia de transmissão As principais vias de transmissão das infecções nosocomiais são: (1) o contato direto dos profissionais da saúde com o paciente ou de um paciente com outro. (2) o contato indireto através de fômites ou aos sistemas de ventilação do hospital (transmissão aérea). Um fômite é qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos (de germes a parasitas), de um indivíduo a outro. Há vários exemplos de fômites na Medicina. Sapatos contaminados podem espalhar doenças nos pés e na boca. Controle das infecções nosocomiais Utilização de técnicas assépticas Desinfecção de banheiras; Respiradores e umidificadores curativos e intubações devem ser descartados após o uso ou esterilizados antes do uso; As embalagens usadas para manter as condições de esterilidade devem ser removidas assepticamente Meio mais eficiente de prevenção Hospitais devem ter uma comissão de controle de infecções. A maioria dos hospitais possui pelo menos um enfermeiro ou epidemiologista O papel desses profissionais é: Identificar as fontes de problemas, como cepas de bactérias resistentes a antibióticos e técnicas inapropriadas de esterilização. realizar exames periódicos dos equipamentos hospitalares e determinar a extensão das contaminações microbianas
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