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REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO 2019 Prof.ª Juliana Frainer GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Qual foi o primeiro catálogo da história da catalogação e de que maneira ele influenciou na evolução dos catálogos? R.: O primeiro registro de um catálogo que se tem na história foi o da Biblioteca de Alexandria. O bibliotecário responsável organizou um catálogo, mais propriamente uma lista, contendo todos os autores das obras existentes na biblioteca e os organizou obedecendo a ordem alfabética. Esse catálogo, sem dúvida, é considerado um dos marcos históricos mais expressivos para o início do registro e controle de procedimentos com o extremo objetivo de organização e armazenamento de dados. A referida biblioteca englobava procedimentos necessários e disponíveis à época de sua existência, para organização e recuperação de seu acervo. Alguns procedimentos são utilizados até os dias de hoje, tais como classificação e catalogação. 2 Quais aspectos históricos que norteiam a catalogação no Brasil? Cite pelo menos 3 aspectos históricos. R.: • As discussões para a organização de normas de cabeçalhos de entrada de nomes pessoais, especificamente de autores brasileiros e portugueses, bem como de nomes das entidades coletivas brasileiras. • Entre 1934 e 1963 evidenciou-se uma grande produção de estudos e pesquisas com o objetivo de desenvolver métodos, regras e padrões para elaboração de um código de catalogação para países com língua oficial portuguesa, a exemplo de Portugal e do Brasil. • Em 1940 adota-se no Brasil o uso do código da Vaticana, em especial nas escolas e cursos de biblioteconomia do Rio de Janeiro e São Paulo. • Em 1954 tem-se a criação do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação – IBBD –, que foi transformado no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT –, voltado para os sistemas especializados de informação não mais como órgão centralizador das atividades, mas como gerente e suporte técnico. • O AACR foi traduzido para o português em uma versão brasileira em 1969 e recebeu o título de Código Anglo-Americano de Catalogação, com a segunda edição traduzida entre 1983 a 1985 e desde então, este código passou a ser adotado, inclusive no que se refere ao ensino nos cursos de formação e graduação em biblioteconomia, praticamente em todos os estados brasileiros. 3 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO • Entre os anos de 1994 e 1996 são processadas mudanças na Rede Bibliodata/CALCO (o escritório CALCO foi constituído por um grupo de trabalho pertencente ao IBCT ainda em 1984), em especial no formato dos registros bibliográficos, que passa de CALCO para USMARC, e deste para MARC21. TÓPICO 2 1 Conceitue, mediante o que foi exposto no segundo tópico desta unidade, o que é representação descritiva – catalogação. R.: A representação descritiva – catalogação permite a descrição de informações de forma padronizada, é essencialmente construída a partir de regras que minimizam as interpretações individuais, no sentido de que existem determinados aspectos da informação que precisam ser identificados, para que se garanta a unicidade de cada item informacional que está sendo representado, mas que, ao seu final, se consiga a universalidade da informação. Pode ser considerada um processo de decisão multidimensional que tem como objetivo estruturar e padronizar os diferentes aspectos e ou características de um item ou dado informacional, com vias a torná-lo único, passível de recuperação e utilização. Refere-se aos aspectos da descrição formal das características dos documentos, mais especificamente a descrição física e a descrição dos elementos para identificação de determinado documento. Além dessa descrição física ou bibliográfica do item informacional, faz parte do processo da representação descritiva a indicação dos pontos de acesso. Ainda, aliada à representação descritiva, tem-se a representação temática, que exprime o conteúdo de determinado documento por meio de assuntos a partir das classificações bibliográficas, da indexação e da elaboração do resumo de um item informacional. 2 Quais os principais objetivos e funções da representação descritiva – catalogação? R.: As principais funções representação descritiva – catalogação, são: • permitir ao usuário localizar um item ou informação específica, e nesta gama de possibilidades, ter como escolher e decidir pelo que, inicialmente, pode atender a sua necessidade. Ainda, permite ao usuário escolher dentre essas várias informações semelhantes, sobre os quais, inclusive, possa não ter conhecimento prévio algum e como consequência, o permita ser autônomo, ou seja, expressar, organizar ou alterar seu conhecimento interno, isto é, ‘dialogar’ com o catálogo ou a fonte/suporte que lhe disponibiliza a informação; 4 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO • permitir a um item ou a uma informação encontrar seu usuário; e • permitir a outra biblioteca ou centro de informação a localização de um item ou informação que, por ventura, não existe em seu acervo e ampliar a colaboração e cooperação da divulgação e disponibilização da informação entre os diferentes espaços. Os principais objetivos da representação descritiva – catalogação, são: • propor e desenvolver as normas, regras e códigos para seja possível a discrição, ou como acusa o próprio nome, a representação de um item informacional; • propiciar a elaboração e desenvolvimento de catálogos, sejam impressos ou por meio dos bancos de dados, com vias a representar as informações relativas aos documentos dos acervos institucionais a serem pesquisados; • o processamento técnico, tal qual faz parte a representação descritiva – catalogação, implica na recuperação da informação, possibilitada pela utilização dos metadados, ou seja, dados que se referem a descrição e identificação dos recursos, e estes, por sua vez, são utilizados para tornar a informação única, identificável, localizável e acessível, para que esta possa, então, ser disseminada. TÓPICO 3 1 Descreva, de maneira geral, como o advento da sociedade da informação e do conhecimento impactou nos rumos da representação descritiva – catalogação. R.: Após a Revolução Industrial, com o advento da tecnologia e da internet, a sociedade da informação passa a se adaptar ao mundo das tecnologias, das produções intelectuais demandado mais informações logo, gerando e disseminando maior quantitativo de conhecimento. Assim, essas novas tecnologias e essa explosão informacional vêm intensificando o trabalho dos catalogadores e, neste sentido, a sociedade da informação e do conhecimento designou a representação descritiva – catalogação, como um dos protagonistas nas diversas discussões e tentativas de minimizar a dispersão e desqualificação da disseminação da informação. Para além dos aprimoramentos no que confere aos códigos de catalogação para o tratamento da informação num contexto geral, discutem-se as melhores e mais adequadas estruturas tecnológicas para a representação da informação em documentos que agora ganham o formato digital. 5 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO 2 Qual a principal mudança da configuração da representação descritiva – catalogação, nos contextos dos documentos em formato digital, em especial com o advento das bibliotecas virtuais/digitais e os repositórios institucionais. R.: A configuração da representação descritiva – catalogação, no contexto dos documentos em formato digital, implicou em mudanças de caráter estrutural para o fluxo de tratamento, recuperação e disseminação da informação, cujas implicações requerem mais reflexões no âmbito da Ciência da Informação e da Biblioteconomia. Nesta nova configuração, contudo, as funções do bibliotecário continuam sendo tradicionais, ou seja, analisar os dados, tratá-los, obter a informação contida nos itens resultando assim, na possibilidade de armazenare disseminar a informação. Para isso, o profissional deverá conhecer os métodos e técnicas da representação descritiva para gerenciar com qualidade a informação e assim disponibilizá- la. Conforme alega Alvarenga (2006, p. 97), “[...] mudam-se os meios, sofisticam-se os instrumentos e surgem nomes novos para designar coisas novas e velhas. Entretanto, a essência das coisas permanece”. UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 Qual a importância dos catálogos para a biblioteca e qual a relação do catálogo com o usuário? R.: O objetivo dos catálogos em uma biblioteca é o de conhecer os dados existentes de uma obra e representar a informação de forma operacionalizada, e, quando organizadas e sistematizadas, possibilitar a disponibilização de toda as coleções do acervo de forma a representar também os dados equivalentes à pesquisa do usuário. Neste caso, para além da organização do acervo, o catálogo deve auxiliar o usuário a ter independência em sua pesquisa, visto que os dados fornecidos de forma representativa devem possibilitar ao usuário autonomia para evidenciar o que precisa e em qual local encontrar. 2 Qual a importância dos códigos de catalogação? R.: Os códigos de catalogação são instrumentos utilizados para auxiliar a normatização, a descrição dos itens catalogados e possibilitar a representação descritiva da obra com qualidade, obedecendo padrões internacionais e universais para potencializar a cooperação de dados. 6 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO 3 O que são os Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBRs)? R.: O FRBR não se trata de um código ou instrumento de catalogação, mas sim, um modelo conceitual de descrição que tem a intenção de ser, inclusive, independentemente de qualquer instrumento ou código de catalogação. Este modelo define uma representação de informações baseada em entidades, em atributos e em relacionamentos entre as entidades. As entidades são objetivos do mundo real identificados univocamente em relação a todos os outros objetos. “[…] representam os objetos de interesse para os utilizadores de registros bibliográficos. As entidades […] estão associadas a um conjunto de características e atributos. São os atributos que constituem o meio pelo qual os usuários elaboram as suas perguntas e obtêm e interpretam as respostas quando procuram por uma informação” (FUSCO, 2011, p. 12). TÓPICO 2 1 Qual foi a importância do bibliotecário Antonio Genesio Maria Panizzi, para a catalogação? R.: Panizzi foi um dos bibliotecários mais importantes para a história da catalogação, após muitos estudos, inspirações em várias bibliotecas e todo seu cuidado para que não houvesse em seu código margem para diferentes interpretações, foi o precursor das 91 regras de catalogação. Suas regras foram tão bem elaboradas para aquele contexto que Panizzi pensou não só no catálogo que geraria na configuração técnica, mas também na organização do acervo. Ele foi o primeiro a reconhecer a importância de distinguir as obras para sua recuperação e utilização. Suas regras são utilizadas até os dias atuais, a considerar, claro, as adequações tecnológicas que ocorreram. 2 Charles Ammi Cutter, importante bibliotecário, publicou a obra Rules for a dictionary catalog, que listava, alfabeticamente, um conjunto de autor, título e assunto. Cite os principais objetivos deste catalogo e mencione qual foi a criação realizada em 1880 utilizada até hoje nas demais Bibliotecas do mundo. R.: Os objetivos do Rules for a dictionary catalog são: 1- permitir que uma pessoa encontre um livro do qual conhece: (a) o autor; (b) o título; (c) o assunto; 2- mostrar o que a biblioteca possui: (d) de um determinado autor; (e) em um determinado assunto, (f) em um determinado tipo de literatura; 7 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO 3- auxiliar na escolha de um livro: (g) quanto à sua edição; (h) quanto ao seu caráter (literário ou tópico). E em 1880 Cutter elaborou a tabela para nomes de autores (Tabela de Cutter) ordenada por ordem alfabética utilizada para abreviar nomes de autores e gerar números de chamadas exclusivos. A tabela exprime um sobrenome de determinado autor pela sua letra inicial e pelos seus três dígitos seguintes. Caso não se consiga encontrar exatamente um dos sobrenomes indicados na tabela, sugere-se a utilização do código imediatamente anterior. Essa tabela é conhecida como Tabela de Cutter e é amplamente utilizada no processamento técnico nas bibliotecas brasileiras (MEY, 1995). 3 Quem foi Maria Luiza Monteiro da Cunha e qual sua importância para a catalogação no Brasil? R.: Graduada em biblioteconomia, foi professora na disciplina da Catalogação durante 30 anos. Atuou como bibliotecária-chefe na Biblioteca Municipal Mario de Andrade, exercendo a função de catalogadora. Destacou-se internacionalmente quando, em 1954, exerceu importante participação como integrante no Grupo de Trabalho com catalogadores de diferentes países referente aos estudos da Catalogação em âmbito internacional. Em 1959, em Londres, ocorreu um evento no qual o referido grupo se reuniu para discutir e estabelecer o planejamento, a composição, a definição dos objetivos e dos campos de ação famosa “Conferência Internacional sobre Princípios de Catalogação”, que aconteceu em 1961 em Paris, organizado pela IFLA - Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias, e que deu origem a publicação dos Princípios de Paris ou Princípios de 1961 (BARBOSA, 1978). Entre outras importantes contribuições, em 1960 foi eleita para exercer a função de presidente da Comissão Brasileira de Catalogação, filiada à FEBAB – Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições. TÓPICO 3 1 Qual a importância da Biblioteca do Congresso para a biblioteconomia? R.: A Biblioteca do Congresso é considerada a maior sede de catalogação na publicação do mundo biblioteconômico. A Biblioteca é o principal ramo de pesquisa do Congresso dos EUA e a sede do Escritório de Direitos Autorais 8 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO dos EUA. A referida Instituição, em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization – Unesco) e Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (International Federation of Library Associations and Institutions – IFLA), desempenham um importante papel na descrição e domínio das publicações, no que diz respeito às normas e padrões relativos à Representação Descritiva – Catalogação. 2 Qual principal objetivo do AACR2? R.: O objetivo do AACR2 é normalizar a catalogação no âmbito internacional, servindo de base para o tratamento da informação por meio de um sistema de pontuação em que a catalogação pode ser feita pelo suporte físico da Obra, através da forma escrita convencional ou legível por máquina. Para atingir tal objetivo, estabelece normas referentes à descrição das publicações, atribuindo uma ordem aos elementos descritivos, prescrevendo, ainda, um sistema de pontuação de descrição (FUSCO, 2011, p. 31). 3 Para que a Biblioteca Nacional organizou os catálogos técnicos de Autoridades de nomes/entidades e Terminologia de assunto? R.: A Biblioteca Nacional organizou os catálogos técnicos de autoridades de nomes/entidades e terminologia de assuntos, para auxiliar o profissional nas referidas informações (de autoria e assunto) relacionadas ao processo da catalogação. O Catálogo Autoridades de nomes/entidades é formado por nome de pessoas, entidades, eventos de autoridades, em especial de autores em contexto brasileiro. É considerado a maior e a lista mais completa de autores brasileiros consultada por diversos profissionais de diferentes instituições. Da mesma forma, o Catálogo Terminologia de Assuntos, utilizado como instrumento para a adequação e padronização dos termos utilizados para a representação temática das obras, abrange umalista de termos configurados por um tesauro e apresenta termos gerais, termos específicos e termos relacionados de diversificadas e inúmeras temáticas. Ainda, se é possível ter acesso à ‘remissivas ver’ e ‘remissivas ver também’, que tem a função de agregar relações na busca quando o autor ou assunto buscados são os mesmos, mas, com significado ou nome diferentes (BIBLIOTECA NACIONAL, 20--b). 9 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Qual a principal missão da Catalogação Cooperativa, a considerar o advento das Tecnologias da Informação e da Comunicação? R.: A Catalogação Cooperativa tem como missão implícita a propagação e disseminação dos registros bibliográficos com a iniciativa de reduzir custos, bem como a possibilidade de auxiliar na efetivação do trabalho do profissional quando este se debruça no processamento técnico da informação, operacionalizando-o com maior rapidez e consequentemente reduzindo o tempo que a obra ficaria parada, impossibilitando sua utilização pelo usuário. 2 Explicite a ideia central da Web Semântica no contexto atual. R.: A Web Semântica foi desenvolvida inicialmente para “[…] categorizar a informação de maneira padronizada, facilitando seu acesso” (BREITMAN, 2005, p. 5). Contudo, a ideia por trás do advento da Web Semântica não é o de sobrepor as pessoas já que, pelo menos por enquanto, os agentes inerentes a Web Semântica não estão capacitados para tomar decisões criativas. Estes atuam de fato com a função de reunir, organizar, selecionar e organizar as informações (BREITMAN, 2005). Facilitar as tarefas efetivadas pelas pessoas no cotidiano é um dos pressupostos da Web Semântica, e esta ideia amplia a simples noção de que o foco principal da Web Semântica está direcionado apenas nos aspectos relativos a organização e a recuperações de informações na Web. 3 Cite algumas alternativas para que os atuais catálogos elaborados pelas bibliotecas consigam ser adequados para o contexto da Web Semântica. R.: Um dos aspectos a ser considerado diz respeito a adaptação dos códigos de catalogação, vocabulários, tesauros, índices etc., para formatos dentro dos padrões propostos pelo W3C para configurar os pressupostos da Web Semântica, como é o caso do RDF. Outro aspecto a ser considerado é que para “[...] transformar os dados bibliográficos em dados interligados na web faz-se necessário modelar os dados já existentes que se utilizam de MARC ou Dublin Core, por exemplo, nos moldes do RDF. Deve-se, ainda, tornar o modelo conceitual FRBR e o código de catalogação RDA, recentemente publicado como sucessor do AACR, em base RDF; além de escrever os vocabulários controlados existentes em linguagens propostas pelo W3C (RDF e RDF Schema, Simple Knowledge Organization System (SKOS), OWL e RIF) (CATARINO, SOUZA, 2012, p. 85). 10 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO TÓPICO 2 1 O que são os metadados e os padrões de metadados? R.: Metadados: de maneira clássica, são conhecidos como dados sobre dados com a capacidade de descrever outros dados. De maneira mais abrangente, os metadados podem ser considerados os elementos descritivos utilizados para representar as características de um recurso informacional, ou seja, os atributos intrínsecos e extrínsecos que caracterizam e individualizam um recurso informacional durante o processo Tratamento Descritivo da Informação (TDI), processo este, por sua vez, inerente à Representação Descritiva – Catalogação. E ainda, mais especificamente o que confere ao conceito de metadado para a catalogação, estes podem ser considerados os elementos de representação de recursos resultantes do processo de construção do catálogo utilizando como requisitos informacionais, as regras de catalogação, padrões de intercâmbio de dados e necessidades de organização. Padrões de metadados: a padronização dos metadados implica em uma estrutura conhecida como ‘padrão de metadados’ que, metodologicamente construídos e padronizados, referem-se às estruturas de descrição constituídas por um conjunto predeterminado de metadados, ou seja, atributos codificados ou identificadores de uma entidade. O objetivo do padrão de metadados é descrever uma entidade gerando uma representação unívoca e padronizada que possa ser utilizada para recuperação da mesma. 2 Qual o conceito de interoperabilidade e quais as principais características já existentes na construção dos primeiros catálogos bibliográficos? R.: Pode-se dizer que a interoperatividade é a capacidade de dois ou mais sistemas, ambientes informacionais digitais e padrões de metadados heteronêneos, intercambiarem seus dados a partir da codificação das regras e esquemas de descrição utilizadas pelo catalogador, na confecção padronizada e metodológica dos metadados e na estruturação conceitual do ambiente informacional proporcionados pelas ontologias. Podem- se ser consideradas características da interoperabilidade visualizadas intrinsecamente na construção dos primeiros catálogos bibliográficos a filosofia de cooperação, colaboração e compartilhamento de recursos informacionais, e a criação de uma rede estruturada e ordenada de informações para o acesso e recuperação de documentos. 11 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO 3 Quais os principais requisitos de interoperabilidade entre os sistemas utilizados no âmbito do tratamento técnico da informação? R.: Atualmente, como um dos principais requisitos para a interoperabilidade entre os sistemas no âmbito do tratamento técnico da informação, em especial nas áreas da Biblioteconomia e da Ciência de Informação e, de certa forma, para atender as preocupações apontadas por Méndez Rofríguez (2002), utilizam- se amplamente o Formato MARC 21 bibliográfico – padrão de estrutura de metadados descritivos; as AACR – padrão conteúdo; o Z39.50 – protocolo de comunicação; e a ISO 2709 – formato de intercâmbio de registros bibliográficos. TÓPICO 3 1 Por que o Formato MARC 21 se tornou tão importante para a prática da Representação Descritiva – Catalogação, em especial para a Catalogação Cooperativa, bem como para a rotina das bibliotecas? R.: O registro no sistema MARC auxilia na catalogação e descrição dos documentos dentro dos sistemas de bibliotecas e ou unidades de infirmaçao, e implica na transferência de seus dados para o sistema via computador, bem como a incorporação de tais dados para um catálogo automatizado. Para tal, os dados são lidos por um software, que realiza a formatação dos mesmos gerando, consequentemente, a informação. Assim, essas informações ficam disponíveis para a busca e recuperação realizadas pelo usuário de forma clara e objetiva considerando um esquema de padrões. Além de tudo, a considerar todos os estudos e esforços de diversos países e instituições, com o constante avanço da tecnológico, a Biblioteca do Congresso, como importante percursora no desenvolvimento de instrumentos e arcabouço teórico e técnico para os procedimentos, em especial de Representação Descritiva – Catalogação, alavancou o desenvolvimento do formato MARC para que, como uma das consequências, todas as bibliotecas pudessem se beneficiar da integração dos registos e disseminação da informação. A partir deste momento se fez história com a catalogação cooperativa, ao se conseguir integrar e universalizar o serviço de catalogação entre bibliotecas de forma padronizada, e, ao implementar uma rede coorporativa, foi possível potencializar a diminuição do custo e de retrabalho dos profissionais que atuam com a organização e disponibilização da informação. Evidencia-se mais uma vez, que o desenvolvimento e implementação do MARC21, implicou na possibilidade efetiva de atender o que predispõem o programa denominado Controle Bibliográfico Universal, criado em 1970 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 12 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO Cultura – UNESCO, inicialmente gerenciado pela Federação Internacional de Associações eInstituições Bibliotecárias (IFLA), e atualmente acoplado ao International MRAC, denominado “Universal Bibliographic Control and Information Mar” (UBCIM). O referido programa tem como objetivo de, por meio de uma rede internacional de informação, reunir e tornar disponíveis os registros da produção bibliográfica produzida em todos os países, ou pelo menos grande parte deles, considerando não apenas a identificação de que determinada produção existe, mas também ter dados de onde é possível encontrá-la ter acesso a ela fisicamente (MACHADO, 2003, MEY, 1995). 2 O que é o Dublin Core e o que compõem os fundamentos para a sua construção? R.: O Dublin Core é um padrão de metadados formado por um grupo de elementos organizados para descrever as características de um objeto em formato digital. Em outras palavras, o conjunto de elementos que estão definidos pelo Dublin Core, foi planejado com o intuito de facilitar a descrição e descoberta de recursos eletrônicos. Para tal, apresenta um vocabulário controlado e padronizado correspondente a 15 elementos de dados utilizados para descrever recursos web, como páginas HTML. 3 Quais as recomendações feitas no relatório final publicado pela IFLA, as direções deliberadas pelas discussões do Seminário sobre Registros Bibliográficos de Estocolmo, relativas ao FRBR e, a partir disso, como a catalogação passou a ser compreendida? R.: O relatório final publicado pela IFLA em 1998, foi elaborado com recomendações para reestruturar os registros bibliográficos com vias a impulsionar as reflexões referentes a estruturas conceituais de buscas de informação, levando em conta a diversidade de: a) usuários - usuários da biblioteca, pesquisadores, bibliotecários da seção de aquisição, publicadores, editores, vendedores; b) materiais - textuais, musicais, cartográficos, audiovisuais, gráficos e tridimensionais; c) suporte físico - papel, filme, fita magnética, meios óticos de armazenagem etc.; e d) formatos - livros, folhas, discos, cassetes, cartuchos etc. que o registro possa conter. 13 REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA I – CATALOGAÇÃO As discussões efetivadas no Seminário em Estocolmo, tais quais impulsionaram a elaboração do modelo conceitual FBR, foram direcionadas para reavaliar o processo da criação do registro bibliográfico que diminuísse os custos da catalogação “mantendo o consenso sobre a composição do registro e sem perder de foco a necessidade do usuário, a diversidade de suportes da informação e os contextos de utilização dos registros bibliográficos” (FUSCO, 2011, p. 82). Em decorrência do FRBR a catalogação passou “[...] a ser entendida não só como a descrição bibliográfica de um item, mas também como o registro dos elementos “organizativos”, aqueles gerados por outros processos que não a representação descritiva — por exemplo, a classificação e indexação” (GRINGS, 2015, p. 139).
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