Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
COLÉGIO SATC Disciplina na modalidade a distância APOSTILA DE SEGURANÇA E NORMAS TÉCNICAS EM ELETRICIDADE Professor Tutor: Samuel Tavares Anselmo CRICIÚMA – SC COLÉGIO SATC Coordenadora Geral Maria da Graça Cabral Coordenadora EaD Izes Ester Machado Beloli Orientadora Pedagógica Ana Alíria da Silva Peres Coordenador do Curso Gilberto Fernandes da Silva – Eletrotécnica Professora Conteudista Anelize Piacentini Messaggi Designer Instrucional Patrícia Medeiros Paz Diagramadores Anelize Piacentini Messaggi Juliano Walnier Patrícia Medeiros Paz Revisora Ortográfica Patrícia Medeiros Paz SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 5 UNIDADE 1: SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................ 7 TÓPICO 1: APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 8 TÓPICO 2: UM POUCO DA HISTÓRIA .......................................................................... 8 TÓPICO 3: LEGISLAÇÃO ............................................................................................ 10 TÓPICO 4: NORMAS REGULAMENTADORAS .......................................................... 11 EXERCÍCIOS ................................................................................................................ 15 CHECK LIST ................................................................................................................. 17 UNIDADE 2: RISCOS DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO ...................... 18 TÓPICO 1: DEFINIÇÕES .............................................................................................. 19 TÓPICO 2: ACIDENTE DE TRABALHO....................................................................... 20 TÓPICO 3: RISCOS PROFISSIONAIS ......................................................................... 28 EXERCÍCIOS ................................................................................................................ 35 CHECK LIST ................................................................................................................. 39 UNIDADE 3: SINALIZAÇÃO E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ............................ 40 TÓPICO 1: INTRODUÇÃO ............................................................................................ 41 TÓPICO 2: NR – 6: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs) .............. 42 TÓPICO 3: RESPONSABILIDADES ............................................................................ 43 TÓPICO 4: LISTA DE EQUIPAMENTOS...................................................................... 45 TÓPICO 5: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCs) ............................ 54 TÓPICO 6: NR – 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA .............................................. 55 EXERCÍCIOS ................................................................................................................ 59 CHECK LIST ................................................................................................................. 61 UNIDADE 4: PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS ................................................................ 62 TÓPICO 1: INTRODUÇÃO ............................................................................................ 63 TÓPICO 2: DEFINIÇÕES .............................................................................................. 63 TÓPICO 3: MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS.............................................. 68 TÓPICO 4: CLASSES DE INCÊNDIOS ........................................................................ 70 TÓPICO 5: EXTINTORES DE INCÊNDIO ..................................................................... 72 EXERCÍCIOS ................................................................................................................. 75 CHECK LIST ................................................................................................................. 77 UNIDADE 5: NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS ................................................. 78 TÓPICO 1: INTRODUÇÃO ............................................................................................ 79 TÓPICO 2: PARADA CARDIORESPIRATÓRIA ........................................................... 82 TÓPICO 3: QUEIMADURAS ......................................................................................... 86 TÓPICO 4: FRATURAS ................................................................................................ 89 TÓPICO 5: HEMORRAGIA ........................................................................................... 91 EXERCÍCIOS ................................................................................................................. 94 CHECK LIST ................................................................................................................. 96 GABARITO COMENTADO ........................................................................................... 97 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 106 5 APRESENTAÇÃO Bem-vindo(a) ao componente curricular Segurança e Normas Técnicas em Eletricidade do curso Técnico de Eletrotécnica, na modalidade a distância, da SATC. Este material foi desenvolvido para auxiliá-los em seus estudos, tornando assim seu processo de aprendizagem mais proveitoso. Estudaremos na Unidade 1, o que podemos definir como saúde e segurança e qual a importância dessas palavras no nosso dia a dia. Além disso, identificaremos o que são as normas regulamentadoras, para que elas servem e como vamos utilizá-las na rotina diária de trabalho. E também vamos aprender quais são os direitos e deveres dos trabalhadores perante o ambiente de trabalho. Na sequência, Unidade 2, estudaremos os riscos de acidentes aos quais estamos expostos e quais as causas que podem desencadear as doenças do trabalho. Na Unidade 3 estudaremos os equipamentos de proteção, o porquê de eles serem tão importantes para nossa segurança e também conheceremos as sinalizações de segurança. Na Unidade 4 aprenderemos as noções básicas de primeiros socorros, o que fazer frente a um acidente ou a uma situação de perigo, como devemos agir e quais as técnicas de reanimação. Na Unidade 5 aprenderemos como funciona um incêndio, como ele se desencadeia (quais os produtos que podem causar um incêndio), como devemos agir para combatê-lo, o que devemos e o que não devemos utilizar para controlá-lo. A carga horária dessa disciplina é de 50 horas/aula, mas você poderá organizar seus momentos de estudos com autonomia, conforme os horários de sua preferência. No entanto, não esqueça que há um prazo limite para a conclusão desse processo. Então fique atento as datas para realizar as avaliações presenciais, as on line, publicadas pelos professores no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), e possíveis trabalhos solicitados pelo educador. Para o estudo dessa apostila você terá auxílio de alguns recursos pedagógicos que facilitarão o seu processo de aprendizagem. Perceba que a margem externa das páginas dos conteúdos são maiores. Elas servem tanto para você fazer anotações durante os seus estudos quanto para o professor incluir informações adicionais importantes. Esse material também dispõe de vários ícones de aprendizagem, os quais destacarão informações relevantes sobre os assuntos que você está estudando. Vejamos quais são eles e os seus respectivos significados: 6 ÍCONES DE APRENDIZAGEM Indica a proposta de aprendizagem para cada unidade da apostila. Mostra quais conteúdos serão estudados emcada unidade da apostila. Apresenta exercícios sobre cada unidade. Apresenta os conteúdos mais relevantes que você deve ter aprendido em cada unidade. Se houver alguma dúvida sobre algum deles, você deve estudar mais antes de entrar nas outras unidades. Apresenta a fonte de pesquisa das figuras e as citações presentes na apostila. Traz perguntas que auxiliam você na reflexão sobre os conteúdos e no sequenciamento dos mesmos. Apresenta curiosidades e informações complementares sobre um conteúdo. Traz endereços da internet ou indicações de livros que possam complementar o seu estudo sobre os conteúdos. Lembre-se também de diariamente verificar se há publicações de aulas no Portal. Pois é por meio delas que os professores passarão a você todas as orientações sobre a disciplina. Ainda é bom lembrar que além do auxílio do professor, você também poderá contar com o acompanhamento de nosso sistema de Tutoria. Você poderá entrar em contato sempre que sentir necessidade, seja pelo email tutoria.eadedutec@satc.edu.br ou pelo telefone (48) 3431 – 7590/ 3431 – 7596. Desejamos um bom desempenho nesse seu novo desafio. E não esqueça: estudar a distância exige bastante organização, empenho e disciplina. Bom estudo! mailto:tutoria.eadedutec@satc.edu.br 7 UNIDADE 1 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: explicar os conceitos e a história da saúde e da segurança do trabalho; identificar as normas regulamentadoras; identificar a legislação relacionada aos direitos e aos deveres do empregado e do empregador. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em quatro tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: APRESENTAÇÃO TÓPICO 2: UM POUCO DA HISTÓRIA TÓPICO 3: LEGISLAÇÃO TÓPICO 4: NORMAS REGULAMENTADORAS 8 TÓPICO 1 APRESENTAÇÃO Para iniciar os conteúdos propostos pela disciplina, precisaremos saber o que é segurança. Esse termo se refere às medidas destinadas a garantir a integridade das pessoas, da comunidade, dos bens ou das instituições. Será por meio da segurança que iremos reconhecer, avaliar e controlar os riscos que possam afetar a saúde dos trabalhadores. Para a OMS, saúde é definida como: “estado de completo bem estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afeições ou enfermidades”. Dessa forma podemos perceber que a segurança no trabalho vai além da simples preocupação com apenas o ambiente de trabalho, o empregador deve ficar atento ao bem estar total de seu trabalhador. TÓPICO 2 UM POUCO DA HISTÓRIA Desde as épocas mais remotas, grande parte dos ofícios de dedicação do homem têm-se apresentado numa série de riscos em potencial que, frequentemente, se concretizam em lesões que afetam a sua integridade física ou a sua saúde. A segurança no trabalho começou a ter mais ênfase a partir da Revolução Industrial, que teve início no fim do século XVIII, na Inglaterra. Para você, o que significa o termo segurança? OMS: Organização Mundial de Saúde. 9 A era das máquinas, como pode ser chamada, revolucionou a indústria, com a criação de maquinários mais velozes, visando aumentar a produtividade. Em contrapartida ao avanço tecnológico, aumentou também o índice de ocorrências de acidentes, tendo-se em vista que, na época, tais máquinas não possuíam os dispositivos de segurança que as de hoje obrigatoriamente possuem e o fato de o trabalhador nem sempre estar devidamente treinado quanto à operação correta e segura de tais máquinas. As doenças do trabalho aumentaram em proporção a evolução e a potencialização dos meios de produção, com as deploráveis condições de trabalho e de moradia dos trabalhadores. Os locais de trabalho eram improvisados nas grandes cidade, as jornadas de trabalho ultrapassavam 12 horas diárias, a mão de obra era composta de mulheres, crianças e idosos, conforme podemos ver na figura abaixo: Podemos perceber como as máquinas não eram apropriadas ao trabalho e a exploração da mão de obra infantil. Devido a precariedade no serviço, com o desenvolver da sociedade começou-se a perceber a necessidade de melhorar as condições de trabalho. Dessa forma, em 1802, começou a ser implantada a primeira lei de proteção aos trabalhadores, a qual previa a A figura ao lado foi retirada do site: http://professorcalebe. wordpress.com/ 10 redução nas jornadas de trabalho, a proibição dos trabalhos noturnos e obrigava a ventilação das fábricas. TÓPICO 3 LEGISLAÇÃO Conforme vimos no tópico 2 desta unidade, existiam constantes problemas nos locais de trabalho em função dos acidentes que os trabalhadores vinham sofrendo dentro das fábricas. Então, começou-se a preocupação em otimizar esses locais, buscando uma melhor proteção aos empregados. Na Inglaterra, esta preocupação começou no ano 1802, com a Implantação da Lei da saúde e da moral dos aprendizes. Esta lei estabelecia a proibição do trabalho noturno, obrigava a ventilação das fábricas e definiu a jornada de trabalho para 12 horas diárias. Porém, apenas em 1833 as condições de trabalho começaram a melhorar, apesar da resistência dos empregadores. No Brasil a preocupação com a saúde dos trabalhadores começou a surgir apenas a partir de 1919, com o Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919. Em 1940, foi criada a Associação de Prevenção a Acidentes de Trabalho, afim de buscar soluções aos problemas ocupacionais existentes na época. Nesse período existiam diversas normas legislativas, das quais cada empregador fazia uso daquela que fosse mais conveniente aos seus interreses e a sua empresa. Para que você possa compreender melhor esse tema, sugiro que você assista ao filme – Tempos Modernos de Charlie Chaplin. Problemas ocupacionais: problemas desencadeados pelo trabalho. 11 Então, em 1943, no governo de Getúlio Vargas, foi implantada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a qual veio para unificar todas as leis anteriores. A CLT trouxe como benefício aos trabalhadores: carteira de trabalho (registro de trabalho); jornada de trabalho; período de descanso; férias; organização sindical; fiscalização; justiça do trabalho e processo trabalhista; entre outras. Em junho de 1972, integrando o plano de valorização do trabalhador, o Governo Federal baixou a Portaria nº 3237, que torna obrigatória a existência não somente de serviços médicos, mas também de serviços de higiene e segurança em todas as empresas onde trabalham uma quantia de cem ou mais pessoas. TÓPICO 4 NORMAS REGULAMENTADORAS O Ministério do Trabalho, com a finalidade de garantir a saúde e segurança dos trabalhadores nos locais de trabalho, criou normas regulamentadoras aprovadas pela portaria nº 3214 de junho de 1978, sendo que no decorrer deste período algumas foram atualizadas e outras foram criadas. Ao todo, atualmente somam-se trinta e quatro normas regulamentadoras que são: NR-1 – Disposições Gerais – determinam direitos e deveres; Para maiores informações sobre a CLT, acesse o site do Ministério do Trabalho: https://www.planalto.gov. br/ccivil_03/decreto- lei/Del5452.htm 12 NR-2 – Inspeção Prévia – nenhum estabelecimento pode funcionar sem previa autorização do Ministério do trabalho; NR-3 – Embarco e Interdição – os procedimentos para embargos e interdição de locais que apresentam riscos; NR-4 – Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador – determina o dimensionamento do SESMT; NR-5 - CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; NR-6 – EPI – Equipamento de Proteção Individual; NR-7 – PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional; NR-8 – Edificações – normatiza a construção de locais de trabalho; NR-9 – PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; NR-10 - Segurança em Eletricidade; NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais; NR-12 – Segurança em Máquinas e Equipamentos; NR-13 – Vasos sob Pressão; NR-14 – Segurança em Fornos; NR-15 – Atividades Insalubres; NR-16 – Atividades e Operações Perigosas; NR-17- Ergonomia; NR-18 – Segurança na Construção Civil – (PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção); NR-19 - Segurança no Transporte, Armazenamento e Manuseio de Explosivos; NR-20 – Combustíveis Líquidos e Inflamáveis; NR-21 – Trabalho a céu aberto; Para maiores informações sobre as Normas Regulamentadoras, acesse o site do Ministério do Trabalho: http://portal.mte.gov.br/le gislacao/normas- regulamentadoras-1.htm 13 NR-22 – Segurança na Mineração; NR-23 – Proteção contra Incêndios; NR-24 – Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho; NR-25 – Resíduos Industriais; NR-26 – Sinalização de Segurança; NR-27 – Registro de Profissionais – trata do registro dos profissionais de segurança e medicina do trabalho (essa norma foi revogada pela Portaria GM nº 262, 29/05/2008); NR-28 – Fiscalização e Penalidades; NR-29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário; NR-30 – Segurança e Saúde do Trabalhador Aquaviário – determina condições de segurança e saúde aos trabalhadores das embarcações comerciais; NR-31 – Segurança e Saúde do Trabalhador na Agricultura, Pecuária, Exploração Florestal; NR-32 – Segurança e Saúde do Trabalhador em Estabelecimento de Saúde; NR-33 – Segurança em Espaço Confinado; NR-34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval; NR-35 – Trabalho em Altura; NR-36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. Essas normas foram criadas para definir os requisitos técnicos e legais que toda empresa deve seguir para identificar e controlar os riscos existentes no ambiente de trabalho, buscando sempre a segurança e saúde dos seus empregados. As normas tratam desde a prevenção de riscos ambientais a edificações, passando por cuidados que devem ser As informações ao lado foram retiradas do site: http://www.prodfor.co m.br/revista-do- prodfor/item/87- normas- regulamentadoras 14 tomados com explosivos e práticas a céu aberto. De uma forma geral, essas normas conseguem cobrir qualquer setor de atuação empresarial, de uma mineradora a uma escola. Sendo que quanto mais riscos houverem em uma determina área de atividade, mais normas se aplicam à empresa. Tudo isso visando à segurança no ambiente de trabalho e a integridade dos trabalhadores. É de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST), fiscalizar, controlar e coordenar as atividades relacionadas a Segurança e a Saúde Ocupacional. 15 EXERCÍCIOS 1. O que é segurança no trabalho? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 2. Descreva como era o trabalho antes e depois da Revolução Industrial? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 3. Em 1802, na Inglaterra, foi publicada a “Lei da saúde e da moral dos aprendizes”. O que esta lei estabelecia? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 16 4. Em 1943, no governo de Getúlio Vargas, entrou em vigor a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Quais benefícios esta lei trouxe aos trabalhadores? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 5. O que são as NRs (Normas Regulamentadoras)? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ __________________________________________________ 17 CHECK LIST Nessa unidade aprendemos um pouco sobre a história da segurança no trabalho e percebemos como ela vem ganhando força nos dias atuais. Assim, para darmos continuidade aos estudos, você deverá: identificar as normas regulamentadoras; identificar, em sua maioria, os direitos e deveres de cada trabalhador. 18 UNIDADE 2 RISCOS DE ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: avaliar situações que possam causar acidentes e doenças do trabalho; identificar os atos e as condições inseguras; identificar os tipos de riscos existentes. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em três tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: DEFINIÇÕES TÓPICO 2: ACIDENTE DE TRABALHO TÓPICO 3: RISCOS PROFISSIONAIS 19 TÓPICO 1 DEFINIÇÕES Em nosso dia-a-dia, nas nossas casas, nos lugares por onde passamos e mesmo naqueles onde nos divertimos estamos sujeitos a situações de perigo. O perigo constitui-se nas mais diversas situações que encontramos, as quais se não forem removidas ou protegidas, podem se transformar em riscos e causar danos as pessoas. Isso tudo também pode acontecer nos lugares onde trabalhamos, o que denominamos riscos profissionais. Estes riscos acontecem devido as precárias condições do ambiente de trabalho ou devido ao próprio processo operacional das atividades desenvolvidas. Podemos entender melhor esses riscos por meio da figura abaixo, na qual, devido à falta de sinalização do ambiente, o trabalhador acaba se expondo ao perigo, caindo dentro do buraco no chão: Quando os perigos não são removidos acabam se transformando em riscos que poderão causar os acidentes e as doenças do trabalho. Perigo: situação ou circunstância ameaçadora. Aquilo que pode provocar mal ou dano. 20 Uma coisa nós sabemos, todo acidente ou doença, seja ele em casa, no trânsito ou no trabalho, só causará problemas e transtornos as nossas vidas, a empresa onde trabalhamos e a sociedade. Por isso, evitar que eles aconteçam é muito importante e só fará bem a nossa saúde e a dos colegas. TÓPICO 2 ACIDENTE DE TRABALHO Vimos anteriormente alguns termos importantes na segurança do trabalho – perigo e riscos. Esses termos são importantes para que possamos prevenir possíveis acidentes de trabalho. Segundo o artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente. Simplificando essa definição, dizemos que acidente é qualquer ocorrência não programada, inesperada que interfere ou interrompe o processo normalde uma atividade, trazendo como Fique sempre atento para que um PERIGO não se torne um RISCO para você e seus colegas de trabalho. Mas afinal de contas, o que significa acidente de trabalho? As informações ao lado foram retiradas do site: http://www.planalto.go v.br/ccivil_03/Leis/L82 13cons.htm 21 consequência: perda de tempo, dano material ou lesões ao trabalhador. O artigo de lei citado considera ainda diversas condições especiais em que a ocorrência é interpretada como acidente de trabalho. Tipos de Acidente Acidente de trajeto: este tipo de acidente é caracterizado pelo acidente que ocorre no trajeto entre a residência e o local de trabalho do empregado. Nesse caso não será levado em conta o meio de locomoção que o trabalhador utilize (carro, ônibus, a pé). O que deve ser considerado é o trajeto que ele faz. Este caminho deve ser aquele que o leve diretamente de casa ao serviço ou do serviço para casa; Funcionário a serviço da empresa: este acidente acomete os trabalhadores que fazem trabalhos externos para as empresas, desta forma tudo que ocorrer a eles fora do âmbito da empresa, estando ele prestando um serviço para a mesma, será considerado um acidente de trabalho. eletricista, mecânico, entre outros. Se o trabalhador desviar de sua rota e sofrer um acidente, não será considerado acidente de trabalho. 22 Doença Profissional x Doença do Trabalho Quando o ambiente de trabalho não é adequado às características e ao funcionamento da máquina humana, colocando-a em situações penosas, o que se pode observa é o surgimento de diferentes tipos de doenças. A doença do trabalho é aquela desencadeada/ adquirida pelo trabalho que você desenvolve, está relacionada diretamente com as condições em que o serviço é realizado. É necessário a comprovação de que ela foi adquirida em decorrência do trabalho. o trabalho num lugar com muito ruído e sem a proteção recomendada pode levar ao aparecimento da surdez. Neste caso, precisamos comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença. O conteúdo presente neste título foi baseado na Cartilha SESI/SEBRAE – 2005. Até mesmo se o funcionário estiver participando de um curso, treinamento a serviço da empresa e sofra um acidente, também se enquadrará como acidente de trabalho. 23 Na figura acima podemos ver que o ambiente apresenta muitos ruídos, mas será que podemos comprovar que o motivo do funcionário não estar ouvindo nada está relacionado ao trabalho? Já a doença profissional surge por intermédio da exposição do trabalhador a agentes físicos, químicos e biológicos de forma contínua. Ela é produzida/desencadeada pelo exercício do trabalho que você desenvolve. o trabalho com manipulação de areia, sem a devida proteção, pode levar ao aparecimento de uma doença chamada silicose. A própria atividade de trabalho basta para comprovar a relação de causa e efeito entre a doença e o trabalho. Comunicado de Acidente de Trabalho Quando ocorrer um acidente de trabalho, a Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT) deverá ser emitida em até 24 horas após o acidente. Esse documento também será utilizado para registro de doenças do trabalho. Esse documento serve para que o acidente seja legalmente reconhecido pelo INSS, afim de que o trabalhador possa estar recebendo o auxílio acidente, bem como as indenizações que o mesmo gerar e, principalmente, para que os serviços de saúde tenham informações sobre os acidentes e as doenças que estão acometendo os trabalhadores e possam criar estratégias de preveni-los. Causas dos Acidentes de Trabalho Inúmeros são os fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes e doenças nos locais de trabalho. INSS: Instituto Nacional de Seguro Social. 24 Geralmente, adotamos concepções simples e erradas para aquilo que causou os acidentes ou doenças, buscando, desta forma, o consolo para os infortúnios por meio da alegação de que foi coisa do destino, má sorte, obra do acaso, castigo de Deus. Como podemos perceber na figura a seguir: Os acidentes de trabalho não são uma fatalidade, na realidade, todos eles podem ser evitados desde que sejam adotadas, com antecedência, medidas de proteção e capacitação dos funcionários. Pois sempre que eles ocorrem foi porque alguma coisa ou alguém os provocou. Podemos ter a certeza de que um acidente é sempre a consequência de uma ou mais causas, já que ele sempre terá uma causa. Sendo assim, ele poderá ser evitado ou minimizado por meio da investigação e da eliminação das mesmas. O material ao lado foi retirado da Cartilha SESI/SEBRAE – 2005. Todos os ACIDENTES são acontecimentos previsíveis e, portanto, possíveis de serem evitados! 25 As causas desses acidentes podem ser classificadas em: atos inseguros; condições inseguras. Atos Inseguros É a maneira pela qual o indivíduo se expõe, consciente ou inconscientemente, a riscos de acidentes. São os típicos comportamentos que levam o trabalhador a se acidentar. Muitas vezes se trata da violação de um procedimento de segurança estipulado pela empresa. Podemos verificar, no exemplo acima, a irresponsabilidade do trabalhador em não utilizar materiais adequados (escada) para fazer a manutenção na fiação elétrica, além de não estar vestido adequadamente – utilizando chinelos. Outro fator importante é saber se ele possui conhecimento sobre o que está fazendo, pois para muitos consertar uma fiação elétrica parece uma tarefa fácil, mas se não for feita por pessoas capacitadas pode resultar em graves acidentes. A figura ao lado foi retirada do site: http://tstsergiobigi.blog spot.com.br/2009/06/fi m-do-ato- inseguro.html 26 Podemos ainda identificar outras exemplos de atos inseguros: levantamento impróprio de carga (com esforço desenvolvido a custo da musculatura das costas); permanência embaixo de cargas suspensas; manutenção, lubrificação ou limpeza de máquinas em movimento; abusos, brincadeiras grosseiras; operação de máquinas com velocidades inseguras; não utilizar equipamentos de proteção necessários para execução da tarefa. Devemos buscar compreender também os motivos que levam o trabalhador a realizar esses atos inseguros e buscar ensiná-los e orientá-los. Pois o trabalhador que não conhece os riscos ou que está passando por problemas pessoais dentro ou fora da empresa pode acabar se descuidando no momento de realizar suas tarefas. Condições Inseguras São fatores de acidentes que se apresentam por meio de falhas nas condições do ambiente de trabalho, erros de projetos, planejamento incorreto ou omissão de requisitos essenciais de segurança para manter um ambiente físico relativamente livre de riscos. 27 Podemos ver na figura acima um clássico exemplo de condição insegura: a falta de proteção nos equipamentos utilizados para desenvolver a produção. Temos que compreender que a condição insegura está diretamente relacionada ao local onde trabalhamos. Infelizmente esta não é a nossa realidade, ainda hoje encontramos locais de trabalho em péssimas condições de segurança, caindo aos pedaços, colocando constantemente a vida dos trabalhadores em riscos. Podemos ainda identificar como exemplos de condições inseguras: condição defeituosa de equipamentos, escadas, pisos, tubulações, encanamentos, etc.; projetos ou construções inseguros; processos, operações ou arranjos perigosos; iluminação inadequada; falta de equipamentos de proteção. A figura ao lado foi retirada do site: http://www.singrafs.org. br/infografs/seguranca/c ondicoes_inseguras.htm Será que todos os ambientes de trabalho possuem as condições mínimasde segurança aos seus trabalhadores? 28 Inspeção de Segurança Elas são fontes de informação que auxiliam na determinação e na adoção de medidas preventivas. Devem ser feitas em todos os ambientes, pois se trata de vistorias feitas nas áreas de trabalho, afim de descobrir situações de risco a saúde e a integridade física do trabalhador. Ela não é um simples passeio pela empresa, deve ser realizada com uma visão crítica das irregularidades que estão presentes nas empresas, mas que não são percebidas no dia a dia, até que ocorra um acidente. TÓPICO 3 RISCOS PROFISSIONAIS São riscos presentes nos locais de trabalho, que interagem com o trabalhador, podendo gerar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais em função da natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição. Esses riscos são separados em cinco grupos e para cada um existe uma cor correspondente: físicos – verde; químicos - vermelho; biológicos - marrom; ergonômicos - amarelo; de acidente - azul. Riscos Físicos (Cor Verde) São riscos gerados pelas máquinas e pelas condições físicas características dos locais de trabalho (ambiente), que podem causar danos a saúde do trabalhador. 29 Um exemplo característico desse risco são as empresas frigoríficas, onde o local em que a maioria dos trabalhadores realizam suas atividades atinge temperaturas baixíssimas (abaixo de 0ºC) e acaba causando vários tipos de desconforto a seus empregados. Outros exemplos de risco físico: calor; ruídos; vibrações; pressões anormais; radiações: ionizantes e não ionizantes. Riscos Químicos (Cor Vermelha) São substâncias ou produtos químicos que podem contaminar o ambiente de trabalho, por intermédio da natureza da atividade ou da exposição ao mesmo. Podem penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou mesmo por ingestão. Veja: aerodispersóides: são partículas sólidas e líquidas dispersas no ar. A figura ao lado foi retirada do site: http://www.opresenter ural.com.br/noticias.ph p?n=3429 30 poeiras, fumos metálicos, nevoas e neblinas; gases: são substâncias químicas que se apresentam no ar no estado gasoso. monóxido de carbono, gás sulfídrico. Riscos Biológicos (Cor Marrom) São aqueles causados por micro-organismos como bactérias, fungos, vírus e outros. Riscos Ergonômicos (Cor Amarelo) Este risco está relacionado aos fatores fisiológicos e/ou psicológicos que interferem na vida do trabalhador, causando desconforto e afetando sua saúde: A figura ao lado foi retirada do site: http://dc108.4shared.c om/doc/wtWaYjuC/pre view.html Fisiológicos: funções orgânicas do ser humano. 31 Quando paramos para analisar uma situação como a mostrada acima, podemos perceber que a postura deste trabalhador está completamente inadequada. Quanto mais tempo ele permanecer nessa posição, maiores serão os danos a sua saúde, pois começarão a surgir as dores (costas, ombros, mãos) e o cansaço, os quais acabarão atrapalhando seu rendimento, podendo até mesmo causar acidentes de trabalho. Podemos verificar mais alguns exemplos de risco ergonômico: monotonia; fadiga; rítmo de trabalho; esforço físico; levantamento e transporte de peso; controle rígido de produtividade; jornada de trabalho. Riscos de Acidentes (Cor Azul) Este risco está diretamente ligado a disposição dos ambientes de trabalho, ele ocorre devido as irregularidades nos ambientes. A figura ao lado foi retirada do site: http://www.grergo.com .br/ Fadiga: cansaço. 32 Por intermédio da imagem acima podemos identificar vários exemplos desse risco. Podemos perceber como a máquina está velha, com peças soltas que podem atingir algum dos funcionários que nela trabalham. A mesma não conta com nenhum tipo de proteção, podendo a qualquer momento um trabalhador ficar preso. O ambiente de trabalho também está precário, pois conta com pouca iluminação, pouca ventilação e uma instalação elétrica bastante danificada. Mapa de Risco É uma representação gráfica dos fatores presentes nos locais de trabalho, que podem acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores. Nele a presença de cada riscos deverá ser identificada por intermédio das cores vistas anteriormente. Ele é produzido por meio da planta baixa do setor e sempre deverá mostrar se o risco é pequeno, médio ou grande. Ele serve para identificar situações e locais potencialmente perigosos dentro da empresa, informar e conscientizar os trabalhadores sobre os riscos existentes no seu A figura ao lado foi retirada do site: http://dc108.4shared.c om/doc/wtWaYjuC/pre view.html 33 ambiente de trabalho e auxiliar no planejamento das ações preventivas que serão adotadas pela empresa. veja o mapa de risco abaixo: Segurança nas Instalações Elétricas A condição estrutural das instalações elétricas é um dos principais fatores na segurança de trabalhadores que lidam com eletricidade. As causas principais de acidentes com eletricidade por falha das instalações são: instalações elétricas velhas; falta de manutenção; material de baixa qualidade; projetos mal feitos ou inadequados; instalações sobrecarregadas; acidentes mecânicos; equipamentos mal dimensionados. A figura ao lado foi retirada do site: http://www.ss- solucoes.com.br/page s/mapa_riscos.html 34 Aterramento Elétrico Nos aspectos de segurança em eletricidade, um dos pontos mais importantes nas instalações elétricas é o aterramento elétrico. Infelizmente, muitas vezes ele é deixado em segundo plano. Os principais objetivos do aterramento são: reduzir a corrente de falha para a terra ao menor valor possível, apresentando um mínimo de resistência de aterramento; apresentar potenciais reduzidos nas carcaças dos equipamentos que impeçam correntes além dos limites de segurança, de modo a não causar fibrilação; escoar cargas estáticas; servir como caminho de escoamento das descargas atmosféricas para a terra; fazer com que equipamentos de proteção fiquem mais sensíveis e isolem rapidamente as falhas para a terra. 35 EXERCÍCIOS 1. O que é um acidente de trabalho? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 2. Complete a frase a seguir: Todo acidente de trabalho ocorre devido a uma causa, que pode ser um _____________________ ou uma _____________________. 3. O que é CAT : a. o comunicado de assitência técnica de reparos dos equipamentos de ferramentas. b. a carta de aviso de trabalho perigoso ou insalubre. c. o instrumento formal de registro de acidente de trabalho. d. o instrumento formal de necessidades de melhorias nas instalações. e. Todas as respostas anteiores estão corretas. 36 4. Defina o que é Condição Insegura e Ato Inseguro. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 5. Explique qual é a diferença entre doença do trabalho e doença profissional. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________6. Vimos no decorrer de nossa apostila cinco riscos profissionais que poderemos encontrar em nosso ambiente de trabalho. Informe qual a cor correspondente a cada risco: risco físico - ______________________ risco biológico - ___________________ risco ergonômico - _________________ risco químico - ____________________ risco de acidente - _________________ 7. Explique o que é risco físico e cite três exemplos. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 37 8. Explique o que é risco ergonômico e cite três exemplos. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 9. Explique o que é risco de acidente e cite três exemplos. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 10. Explique o que é risco químico e cite três exemplos. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 11. Explique o que é risco biológico e cite três exemplos. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 38 12. O que é um mapa de risco e para que ele serve? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ ____________________________________________________ 39 CHECK LIST Nessa unidade aprendemos um pouco sobre os acidentes e as doenças desencadeadas no trabalho, o que devemos fazer para preveni-las. Também identificamos quais os tipos de riscos que estamos expostos diariamente no nosso ambiente de trabalho e como podemos identificá-los. Para podermos avançar no nosso estudo você deverá: explicar o que são acidentes de trabalho e o que pode desencadeá-los; identificar os diferentes tipos de riscos profissionais que podemos encontrar. 40 UNIDADE 3 SINALIZAÇÃO E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: identificar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs); demonstrar o uso dos EPIs e EPCs nas rotinas de trabalho; listar os principais itens de sinalização de segurança. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em seis tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: INTRODUÇÃO TÓPICO 2: NR – 6: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs) TÓPICO 3: RESPONSABILIDADES TÓPICO 4: LISTA DE EQUIPAMENTOS TÓPICO 5: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCs) TÓPICO 6: NR – 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA 41 TÓPICO 1 INTRODUÇÃO Todos nós temos o instinto de nos proteger sempre que ocorre uma situação de perigo em nosso cotidiano. Desde a Idade Média, o homem já vem utilizando equipamentos para se proteger durante uma batalha, sendo o mais antigo o escudo. Com o passar dos anos, eles foram percebendo que apenas o escudo não os protegeria de todos os perigos existentes, assim foram implantando outros equipamentos de proteção no seu dia-a-dia, como o capacete e a armadura. Hoje, podemos perceber que esses equipamentos utilizados antigamente continuam sendo muito importantes para a sociedade. Claro que para cada função temos um equipamento adequado e, com certeza, os atuais são mais confortáveis e práticos. “A vida humana tem, certamente, um valor econômico. É um capital que produz e os matemáticos podem avaliá-lo. Mas a vida do homem possui, também, um imenso valor afetivo e um valor espiritual inestimável, que não se pode pagar com todo o dinheiro do mundo. Nisso consiste, sobretudo, o valor da prevenção em que se evita a perda irreparável de um pai, de um marido, de um filho, enfim, daquele que sustenta o lar proletário e preside os destinos de sua família. A prevenção é como a saúde. Um bem no qual só reparamos quando o acidente e a moléstia chegam”. Sussekind (1999, p. 384). Moléstia: incômodo ou sofrimento físico; doença; mal. 42 Podemos perceber como é importante a prevenção das doenças do acidente, pois ele poderá nos tirar pessoas muito valiosas. Assim a importância da proteção individual e coletiva está diretamente ligada à preservação da saúde e da integridade física do trabalhador e indiretamente ligada ao aumento da produtividade e dos lucros para a empresa, pois quando o trabalhador está bem ele produz muito mais do que quando está doente. O tipo de equipamento e o seu uso serão determinados por meio da atividade que cada trabalhador desempenha, sempre levando em conta os agentes de risco específicos de cada função. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com a finalidade de controlar a qualidade dos equipamentos fabricados, comercializados e utilizados pelas empresas, normatizou a NR – 6, a qual estaremos estudando nesta unidade. TÓPICO 2 NR – 6: EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs) Esta norma estabelece as definições legais, a forma de proteção, os requisitos necessários para comercialização dos equipamentos e as responsabilidades de todos os envolvidos no processo de criação, desenvolvimento, venda e consumo dos equipamentos. Nesse processo de responsabilidade estão incluídos o empregador, os empregados, o fabricante, o importador e o MTE. Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. O uso do EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasileira, por meio da NR – 6. O não cumprimento desta norma O material lado foi retirado do site: http://portal.mte.gov.br /legislacao/normas- regulamentadoras- 1.htm 43 poderá acarretar em ações de responsabilidade civil e penal, além de multa aos infratores. TÓPICO 3 RESPONSABILIDADES Toda a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e acabe desencadeando danos à saúde dos empregados; enquanto as medidas de proteção coletivas estiverem sendo implantadas; para atender situações de emergência. Infelizmente essa não é a nossa realidade nos dias atuais, ainda muitas empresas adotam os EPIs de forma errônea, utilizando-os como primeira opção, sem levar em conta que se adotarmos primeiro medidas de proteção coletiva (estudaremos a seguir), podemos não precisar alguns EPIs. Devemos levar em conta que os equipamentos podem muitas vezes ser desconfortáveis, o que faz com que o trabalhador se negue a utilizá-los. Em muitos casos, quando aplicamos as medidas deproteção coletiva estamos já diminuindo o risco de acidente ou doença. Cabe ao Empregador Quanto ao EPI Adquirir o equipamento adequado ao risco de cada atividade; 44 Exigir o uso do mesmo; Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho (MTE); Orientar e treinar os trabalhadores sobre o uso adequado dos equipamentos, disponibilizar espaços para guardá-los e explicar-lhes sobre a conservação dos mesmos; Substitur imediatamente, quando o mesmo estiver danificado ou extraviado; comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. Cabe ao Empregado Quanto ao EPI Utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina; Responsabilizar-se pela sua guarda e sua conservação; Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado do mesmo. A prática demonstra que a utilização do EPI por iniciativa do empregado, na maior parte das vezes, não ocorre, necessitando, portanto, de permanente supervisão por parte do empregador em conjunto com campanhas educacionais. Todo EPI deverá possuir um Certificado de Aprovação (CA). 45 Considera-se inconcebível que o empregador adote uma posição de espera, na expectativa de uma atitude pró-ativa do empregado quanto ao uso de EPI. TÓPICO 4 LISTA DE EQUIPAMENTOS Veremos a seguir os equipamentos de proteção mais utilizados. Proteção para Cabeça São os elementos que, colocados sobre a cabeça, protegem a parte superior da mesma contra queda de objetos. Devem ser constituídos, no mínimo, por armação e fita de fixação. Como veremos abaixo: Outro equipamento utilizado para proteção da cabeça é o capuz, ele protege não só a cabeça, mas o pescoço também, Lembre-se: o EPI não o torna um super-homem, eles não evitam o acidente, apenas amenizam a lesão! A figura ao lado foi retirada do site: http://www.cekuniform es.com.br/produtos_e pi_cat.php?cat=2 46 principalmente contra risco de origem térmica e respingos de produtos químicos. Proteção dos Olhos São os conhecidos óculos de segurança. Eles protegem os olhos dos usuários quando existam riscos de projeção de partículas que não puderem ser evitados. Quando colorido serve também como filtro de luz. Proteção Auditiva Sempre que exista uma fonte de emissão de ruído e um trabalhador esteja exposto à mesma, o ideal seria controlar o ruído na origem, onde este é gerado. Muitas vezes isso não é possível, quer por causas técnicas, quer por motivos econômicos (na maioria dos casos). É nesses casos que se recorre ao uso de EPI. O equipamento utilizado nesse caso será o protetor auricular, que é um aparelho de proteção projetado para ser utilizado no canal auditivo externo, protegendo o ouvido de barulhos altos, entrada de água ou de vento excessivo. Frente ao ruído o primeiro passo é realizar a sua medição, analisar e avaliar o risco. Só após conhecer o nível sonoro e a frequência principal que causa perturbação é que se procura a proteção mais adequada. A figura ao lado foi retirada do site: http://biomedicinaema cao- unip.blogspot.com.br/2 012/02/equipamentos- de-protecao- individual.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido 47 O EPI deve ser utilizado em locais que apresentam ruído superior a 82 dB. Quando mal dimensionado ou inadequado ao risco, passa a ter caráter inverso do que foi inicialmente proposto. A seguir veremos alguns modelos de protetores auriculares: Podemos verificar que não existe um único modelo de protetor auricular, desta forma precisamos verificar qual dos modelos apresentados se encaixa melhor na atividade que desenvolvemos. Sem contar ainda que dependendo do ruído que estamos expostos será necessário a utilização de mais de um protetor ao mesmo tempo. Proteção para o Tronco São vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, química, A figura ao lado foi adaptada a partir do site: http://www.logismarket .ind.br/leal- seg/protetor- auditivo/2105706977- 1250081914-p.html Sempre higienizar o protetor auricular após o uso! http://www.danny.com.br/protetores-auriculares-copolimero.html 48 radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de água. Para algumas profissões específicas a vestimenta de trabalho deve possuir uma proteção ainda maior, como no caso de quem trabalha com a eletricidade. As roupas destes trabalhadores devem estar preparadas para proteger os mesmos de arcos elétricos e anti-chamas. A importância da tipagem sanguínea presente na roupa deve-se ao fato de que se o trabalhador sofrer um acidente e se encontrar inconsciente no momento do resgate será mais fácil a identificação do tipo sanguíneo e com isso a socorro ocorre de maneira mais eficiente. A figura ao lado foi retirada do site http://www.cimm.com. br/portal/produtos/exibi r/16900-uniforme- antichama-eletricista- nr10 Essas roupas devem ser bordadas com a identificação do profissional e sua tipagem sanguínea. 49 Proteção para os Membros Superiores Nesta classe entra como equipamentos de proteção as luvas, mangas isolantes e o protetor solar. Luvas Utilizada para proteção das mãos e dos braços do empregado. Um dos equipamentos indispensáveis para quem trabalha em atividades com circuitos elétricos energizados (Baixa Tensão – BT ou Alta Tensão – AT) e está constantemente em risco de levar um choque. As luvas isolantes são exigidas por lei, como todo o EPI e isso está previsto na CLT (Capítulo V - Segurança e Medicina do Trabalho art. 166/NR 6 - II - Proteção para os membros superiores - 4 - choque elétrico). É necessário prevenir o perigo e o empregador é obrigado, com base na saúde e segurança no trabalho, a fornecê-las, sem ônus para o empregado. De sua parte, o empregado tem o dever, de acordo com o item 6.7 da NR 6, de usá-las e cuidá-las. A seguir veremos a tabela de características das luvas isolantes de segurança, na qual podemos verificar que cada cor corresponde a uma tensão de uso diferente. Então, o trabalhador deve ficar atento no momento do uso para que ocorram as trocas. O material ao lado foi retirado do site: http://www.avatec.com .br/v3/visualiza_boleti m.asp?id=48 50 Classe Cor Tensão de Uso Tensão de Ensaio 00 Bege 500 V 2.500 V 0 Vermelha 1.000 V 5.000 V 1 Branca 7.500 V 10.000 V 2 Amarela 17.000 V 20.000 V 3 Verde 26.500 V 30.000 V 4 Laranja 36.000 V 40.000 V Segundo a NBR 10622, deve constar no dorso do punho da luva: cor da classe de tensão; nome do fabricante; classe; tamanho; CA; número de série; número da norma aplicada; tensão máxima de uso; outras informações do fabricante. Outro tipo de luva muito utilizada, principalmente na área elétrica, são as luvas em vaqueta ou raspa. Elas são confeccionadas de um material parecido com couro (raspa fina curtida ao cromo) e servem para proteção das mãos contra As luvas isolantes devem ser testadas quanto à possibilidade de existência de furos e também quanto a sua isolação. 51 agentes abrasivos e escoriantes, devendo sempre ser utilizadas sobre as luvas isolantes, a fim de proteger a mesma de cortes e rasgos. Protetor Solar Protetor solar é um creme que protege a pele contra a ação nociva dos raios ultravioleta dos tipos UVA e UVB, das radiações infravermelhas emitidas pelos raios solares em atividades desenvolvidas a céu aberto, das radiações provenientes de trabalhos com soldas elétricas, lâmpadas germicidas, fornos e equipamentos de secagem. Proteção para os MembrosInferiores São os equipamentos utilizados para proteger principalmente os nossos pés. Calçados São os principais equipamentos utilizados, pois protegem nossos pés contra torções, escoriações, choques, perfurações, picadas, derrapagens e umidade. Os calçados para trabalhos com eletricidade deverão possuir isolamento elétrico. O protetor solar é muito importante, pois nos previne de adquirir câncer de pele. Deve ser utilizado sempre! 52 Equipamentos para Trabalho em Altura O trabalho em altura é definido como toda atividade executada acima de 2 metros do piso de referência, na maioria dos casos, do chão. Uma das principais causas de mortes de trabalhadores se deve a acidentes envolvendo queda de pessoas e materiais. O risco de queda existe em vários ramos de atividades, devemos intervir nessas situações de risco regularizando o processo e tornando os trabalhos mais seguros. Uma das maneiras de prevenir esses riscos é por meio da utilização dos equipamentos de proteção. Dispositivo Trava-Quedas Dispositivo de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas. A figura ao lado foi retirada do site: http://criciuma.olx.com .br/calcado-ou-botina- de-seguranca-epi- linha-completa-para- todo-o-brasil-iid- 92266593 IMPORTANTE! É vedado o uso de qualquer adorno pessoal (anel, joias, pulseiras, colares) nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades. 53 Esse equipamento não necessita das mãos para funcionar. O operário pode movimentar-se no plano horizontal, assim como subir e descer escadas, rampas e pilhas de materiais, sem risco de queda. O cabo retrátil nunca fica frouxo, devido à ação de uma mola de retorno. Havendo movimento brusco, tropeço, desequilíbrio do operário ou quebra de telha, o equipamento trava-se imediatamente e evita a queda da pessoa. Cinto de Segurança Paraquedas Dispositivo de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura. Quando utilizamos equipamentos de proteção devemos levar em conta o conforto do mesmo. Pois em muitos casos os funcionários não utilizam a proteção por sentirem que o equipamento os machuca ou fica desconfortável. Neste momento o empregador deve ficar atento e intensificar as campanhas de A figura ao lado foi retirada do site: http://www.protlinea.co m.br/asp/view.asp?id= 50 A figura ao lado foi retirada do site: http://www.nrfacil.com. br/blog/?cat=103 54 motivação ao uso, pois serão esses equipamentos que estarão salvando a vida do funcionário. TÓPICO 5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCs) É toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento destinado à proteção de uma ou mais pessoas. As medidas e os equipamentos de proteção coletiva visam proteger muitos trabalhadores ao mesmo tempo e a otimização do ambiente de trabalho. Destacam-se por serem mais rentáveis e duráveis para a empresa. Como o próprio nome já diz, o EPC diz respeito ao coletivo, devendo esses dispositivos de proteção preservarem a integridade física e a saúde de todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Exemplificando, podemos citar o enclausuramento acústico de fontes de ruídos, ventilação nas indústrias, proteção das partes móveis de máquinas, faixas e cones de sinalização. Como veremos a seguir: A NR – 10, no subitem 10.2.8.1, determina que em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas medidas de proteção coletiva aplicáveis Enclausuramento acústico: isolamento do barulho. A figura ao lado foi retirada do site: http://segurancasaude. blogspot.com.br/2011/ 12/epcs-o-que-e- isso.html 55 (mediante procedimentos) às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança dos trabalhadores. TÓPICO 6 NR – 26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA Esta norma tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos. A sinalização nos ambientes de trabalho alerta trabalhadores e visitantes sobre os riscos existentes e a necessidade de utilização dos equipamentos de proteção. Essa sinalização tem por objetivo chamar a atenção, de forma rápida e inteligível, para objetos ou situações que comportem riscos ou possam estar na origem de perigos. Esses sinais podem ser classificados como: sinais de obrigação – indicam comportamentos ou ações específicas e a obrigação de utilizar EPIs; sinais de perigo – indicam situações de atenção, precaução, verificação ou atividades perigosas; sinais de aviso – indicam atitudes proibidas ou perigosas para o local; sinais de emergência - indicam direções de fuga, saídas de emergência ou localização de equipamento de segurança. Vejamos abaixo uma tabela com as cores e suas utilizações na segurança: 56 Cor Indicação Vermelha Para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. Usada excepcionalmente com sentido de advertência de perigo nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras obstruções temporárias; em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência. Amarelo Deverá ser empregado para indicar Cuidado. Usado para sinalizar locais onde as pessoas possam bater, tropeçar, etc., ou ainda em equipamentos que se desloquem como os veículos industriais. Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases não liquefeitos. Branco Passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas, indicadores de direção e de circulação, localização de coletores de resíduos e de bebedouros; áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência; áreas destinadas à 57 armazenagem e zonas de segurança. Preto Será empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (ex.: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche etc.). Verde É a cor da SEGURANÇA e deve ser utilizada para canalizações de água, em caixas de equipamento de socorro de urgência, em caixas contendo máscaras contra gases. Deve aparecer também em chuveiros de segurança, macas, lava- olhos, dispositivos de segurança, mangueiras de oxigênio, etc. Laranja Deve ser empregado para canalizações contendo ácidos, em partes móveis de máquinas e equipamentos, em partes internas das guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas. É usada também em faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos, faces externas de polias e engrenagens, botões de arranque de segurança, dispositivos de corte, borda de serras e prensas. Púrpura Usada para indicar os perigos 58 provenientes das radiações eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares. Cinza Cinza claro - usado para identificar canalizações em vácuo; Cinza escuro - usado para identificar eletrodutos. 59 EXERCÍCIOS 1. Assinale a alternativa correta: O trabalhador que não faz o uso de EPI. a. não conta tempo para a aposentadoria. b. fica impedido de concorrer a eventuais promoções. c. corre o risco de se acidentar. d. não pode prestar exame de saúde. e. todas as respostas anteiores estão corretas. 2. Qual a importância dos equipamentos de proteção? _____________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 3. Explique a diferença de EPI e EPC. Indique cinco exemplo de cada um deles. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 60 4. Cite cinco obrigações da empresa (empregador) quanto ao EPI. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 5. Cite cinco obrigações do empregado quanto ao EPI. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 6. Qual a importância da sinalização de segurança numa empresa? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 7. Quais as cores utilizadas para sinalização de segurança? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 61 CHECK LIST Nessa unidade aprendemos sobre os equipamentos de proteção. Como esses equipamentos são importantes para o nosso dia a dia na empresa. Verificamos como a falta deles pode provocar graves acidentes com consequências pouco desejadas. Vimos também a importância da sinalização de segurança, na qual cada cor simboliza uma ação diferente que devemos realizar. Para darmos continuidade aos estudos você deve ter aprendido: quais os equipamentos de segurança devemos utilizar; a importância das placas de sinalização, pois é por meio delas que identificamos os riscos de maneira fácil e prática. 62 UNIDADE 4 PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade você deverá: identificar produtos explosivos no ambiente organizacional; identificar ações (técnicas) para combate ao incêndio. Plano de Estudos Esta unidade está dividida em cinco tópicos, organizados de modo a facilitar sua compreensão dos conteúdos. TÓPICO 1: INTRODUÇÃO TÓPICO 2: DEFINIÇÕES TÓPICO 3: MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS TÓPICO 4: CLASSES DE INCÊNDIOS TÓPICO 5: EXTINTORES DE INCÊNDIO 63 TÓPICO 1 INTRODUÇÃO Quando os homens das cavernas, há aproximadamente 1.200.000 anos, aprenderam a utilizar o fogo, deu-se início a civilização. Por intermédio do fogo, o homem tornou-se capaz de cozinhar os alimentos obtidos, fazendo com que eles ficassem mais digeríveis e de melhor gosto. Já por intermédio da iluminação proveniente da chama, ele pode afugentar os animais, iluminar seu ambiente e tornar as noites frias mais confortáveis, assegurando assim sua sobrevivência. Com o passar dos anos o fogo se tornou o elemento básico de sobrevivência e sua utilização foi evoluindo com o passar dos anos. Ao mesmo tempo em que se tornou indispensável, quando sai do controle do homem o fogo acaba causando prejuízos e desastres as nossas vidas. A proteção contra incêndios é um assunto bastante complexo, pois a ela não é composta apenas pelos equipamentos de combate ao incêndio. A proteção é composta do treinamento das pessoas para poderem manusear os equipamentos destinados ao combate do fogo. TÓPICO 2 DEFINIÇÕES O fogo é uma reação química de transformação. É o resultado de uma reação química que desprende luz e calor devido à combustão de materiais diversos. O fogo é constituído por três entidades distintas, que compõem o chamado triângulo do fogo. São eles o combustível (aquilo que queima, como a madeira), o comburente (entidade que permite a queima, como o oxigênio) e o calor. Esse triângulo será melhor exemplificado na figura abaixo, com a qual podemos 64 perceber que sem uma ou mais dessas entidades, não pode haver fogo. Combustível É todo material que queima. São sólidos, líquidos e gasosos, sendo que os sólidos e os líquidos se transformam primeiramente em gás pelo calor e depois inflamam. madeira, papel, tecido, algodão, álcool, graxa, butano, propano. Comburente É o elemento ativador do fogo, que se combina com os vapores inflamáveis dos combustíveis, dando vida às chamas e possibilitando a expansão do fogo. O mais comum é o oxigênio (02). A figura ao lado foi retirada do site: http://cpcivilesah.blogs pot.com.br/2010/11/o- triangulo-do-fogo.html A figura ao lado foi retirada do material SPN/SP. 65 Calor É uma forma de energia. É o elemento que dá início ao fogo e faz com que ele se propague. Ele pode apresentar-se como uma faísca, uma chama ou até um superaquecimento em máquinas e aparelhos energizados. Propagação do Fogo O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada pelo atrito dos corpos. O fogo se propaga por três processos de transmissão: condução; convecção; irradiação. Condução É a forma pela qual se transmite o calor: através do próprio material, de molécula a molécula ou de corpo a corpo. quando uma barra de ferro é aquecida em uma das suas extremidade, o calor é transmitido para a outra extremidade. As figuras a seguir foram retiradas do site: http://fisica.ufpr.br/grim m/aposmeteo/cap2/ca p2-9.html 66 Convecção É quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida, que se desloca do local em chamas, levando para outros locais quantidade de calor suficiente para que os materiais combustíveis ali existentes atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo. o aquecimento da água dentro da chaleira, onde a convecção ocorre como consequência de diferenças na densidade do ar. Irradiação É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do espaço, sem utilizar qualquer meio material. o calor que vem do sol para a terra. 67 Pontos e Temperaturas Importantes do Fogo Ponto de fulgor: temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases inflamáveis, os quais, combinados com o oxigênio do ar em contato com a chama, começam a se queimar, mas a chama não se mantém porque os gases produzidos são ainda insuficientes; Ponto de combustão: temperatura mínima necessária para que um combustível desprenda vapores ou gases inflamáveis que combinados com o oxigênio do ar em contato com a chama, se inflamam, e, mesmo que se retira a chama, o fogo não se apaga, pois essa temperatura faz gerar, do combustível, vapores suficientes para manter o fogo; Temperatura de ignição: aquela em que os gases desprendidos dos combustíveis entram em combustão apenas pelo contato com o oxigênio do ar, independente de qualquer fonte de calor. 68 Combustíveis Ponto de Fulgor Ponto de Combustão Temperatura de Ignição Diesel 55 ºC +3 ou 4 ºC - Gasolina -43 ºC +3 ou 4 ºC 257 ºC Querosene 40 ºC +3 ou 4 ºC 254 ºC Álcool Etílico 16 ºC +3 ou 4 ºC 371 ºC TÓPICO 3 MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS Conformevimos anteriormente, um incêndio pode começar por diversos fatores. Para evitar que o mesmo se alastre, se tornando um acidente de proporções maiores, causando danos e perdas irreparáveis, devemos adotar medidas de extinção de incêndios. Você deve ter em mente que o fogo é um elemento totalmente instável dependendo do seu tipo e local. Vamos partir do princípio de que para haver fogo são necessários o combustível, o comburente e o calor, formando o triângulo do fogo. Para nós extinguirmos o fogo, basta retirar um desses elementos. Com a retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes métodos de extinção abaixo. Isolamento ou Retirada do Material Consiste na retirada do material combustível, ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão (forma mais simples de extinguir um incêndio). Conforme podemos ver a seguir: 69 Resfriamento Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está queimando (método mais utilizado). Vejamos: Abafamento Consiste em diminuir ou interromper o contato do comburente com o material combustível. As figuras desta página foram retiradas do material SPN/SP. 70 Quebra da Reação em Cadeia Certos agentes extintores agem na estrutura química da combustão, assim neutralizando certos agentes como o comburente (O2). TÓPICO 4 CLASSES DE INCÊNDIOS Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza do material que está se queimando, pode-se descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura. Classe “A” Os incêndios que envolvem materiais combustíveis ordinários, como: madeira, tecido, papel, borracha e muitos plásticos. Ou seja, materiais que após sua combustão deixam resíduos. Necessita de água para sua extinção, pois por queimar profundamente outros extintores só retardariam o processo. A figura ao lado foi retirada do site: http://valoreseatitudes. blogspot.com.br/2010/ 10/prevencao-e- combate-incendio- parte-i.html 71 Classe “B” Os incêndios que envolvem líquidos, graxas, óleos e líquidos inflamáveis. O método de extinção é o abafamento ou a quebra do contato do combustível com o comburente. Classe “C” Os incêndios que envolvem equipamentos elétricos energizados. Esse tipo de incêndio pode ser controlado, às vezes, por agente extintor não condutor - Pó Químico Seco (PQS) e gás carbônico (CO2). O procedimento mais seguro consiste em sempre desligar os circuitos da alta voltagem e tratar essa classe como incêndio de classe “A” ou “B”, segundo o tipo de combustível envolvido. A figura ao lado foi retirada do site: http://valoreseatitudes. blogspot.com.br/2010/ 10/prevencao-e- combate-incendio- parte-i.html A figura ao lado foi retirada do site: http://valoreseatitudes. blogspot.com.br/2010/ 10/prevencao-e- combate-incendio- parte-i.html IMPORTANTE! Não se pode usar água no combate de um incêndio em equipamentos energizados, pois ela contém sais que conduzem a eletricidade. 72 Classe “D” Os incêndios que incluem materiais pirofóricos: magnésio, titânio, zircônio, sódio e potássio. Esse tipo de incêndio pode ser extinto com abafamento. Necessita-se que o material utilizado funda-se ao material combustível, assim criando uma camada protetora, neutralizando a reação em cadeia. Os extintores utilizados no combate são extintores especiais. TÓPICO 5 EXTINTORES DE INCÊNDIOS Destinam-se ao combate imediato e rápido de pequenos focos de incêndios, não devendo ser considerados como substitutos aos sistemas de extinção mais complexos, mas sim como equipamentos adicionais. Extintor de Água É o agente extintor indicado para incêndios de classe A; Age por resfriamento e/ou abafamento; Pode ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro ou neblina. Para os dois primeiros casos, a ação é por resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é de resfriamento e abafamento. A figura ao lado foi retirada do site: http://valoreseatitudes. blogspot.com.br/2010/ 10/prevencao-e- combate-incendio- parte-i.html Materiais pirofóricos: materiais com combustão espontânea. 73 Extintor Gás Carbônico (CO2) É o agente extintor indicado para incêndios de classe C, por não ser condutor de eletricidade; Age por abafamento, podendo ser utilizado nas classes A, somente em seu início e na classe B em ambientes fechados. Extintor Pó Químico Seco (PQS) É o agente extintor indicado para incêndios de classe B; Age por abafamento, podendo ser utilizado nas classes A e C, podendo nesta última danificar o equipamento. Como Utilizar o Extintor A eficácia que se pode obter no combate ao fogo está diretamente ligada ao procedimento adotado no manuseio do extintor. Siga a sequência a seguir e aprenda passo a passo, uma maneira fácil e eficiente de combate ao fogo: 1. aproxime-se do fogo no sentido do vento; 2. aproxime-se do foco do incêndio cuidadosamente, puxe a trava de segurança; 3. movimente o jato em forma de leque, atacando a base do fogo, mantendo o extintor na posição vertical e aperte o gatilho; 4. no caso de combustível líquido, evite uma pressão muito forte para que não aumente a área de combustão; 5. ao final, assegure-se de que não houve reignição. 74 IMPORTANTE! Telefone do Corpo de Bombeiro em todo o Brasil - 193 75 EXERCÍCIOS 1. Explique o que é o triângulo do fogo? _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ ____________________________________________________ 2. O calor se propaga por três processos de transmissão. Identifique e explique cada um desses processos. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 3. Leia a seguinte definição: para haver fogo são necessários o combustível, o comburente e o calor, formando o triângulo do fogo. Então, para nós extinguirmos o fogo basta retirar um desses elementos. Partindo dessa informação, explique como funciona cada processo de extinção do fogo. ____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 76 4. Para que exista o fogo é necessária a presença de quais elementos descritos abaixo? a. Gás carbônico, Combustível e Água. b. Combustão, Gás carbônico e Calor. c. Oxigênio, Combustão e Água. d. Calor, Oxigênio e Combustível. e. Combustível, Calor e Gás carbônico. 5. Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza do material que está queimando, pode- se descobrir o melhor método para sua extinção rápida e segura. Relacione as classes de incêndio de acordo com o material: (1) Classe A. (2) Classe B. (3) Classe C. (4) Classe D. ( ) metais pirofóricos (alumínio, antimônio, magnésio). ( ) materiais sólidos (madeira, borracha, tecido). ( ) materiais líquidos (graxas, gasolina). ( ) materiais elétricos (computador). 6. Explique porque não devemos utilizar água no combate de um incêndio com equipamentos elétricos.
Compartilhar