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Imunologia do câncer

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IMUNOLOGIA DO
CÂNCER
GÊNESE DO CÂNCER
 A célula cancerosa é originada de uma célula normal que foi induzida a mudar suas características naturais relacionadas à sua vida celular. Entre essas características destacam-se: a
 A descontrole da reprodução celular, ou seja, num determinado tempo do seu período vital a célula produz o dobro ou o triplo de células.
 Após o ciclo normal de vida, a célula morre naturalmente por desgaste metabólico do DNA e organelas num processo conhecido por apoptose, enquanto que na célula cancerosa esse ciclo de vida se prolonga por muito tempo.
 As consequências desses dois processos, geralmente de ocorrência individualizada, se devem ao acúmulo de células anormais que iniciam a formação do tumor. 
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 Câncer é o nome que se dá a um tumor maligno, que pode ser caracterizado como aquele que tem um crescimento invasivo. Já um tumor que não cresce invadindo os tecidos adjacentes, é um tumor benigno. O tumor maligno pode sofrer metástase. Nesse caso, uma ou mais células cancerosas migram para os vasos sanguíneos ou linfáticos, instalando-se em outros tecidos, onde continuam a crescer. 
Imagem: crescimento tumoral e metástase. (a,b) tumor benigno e (c,d) tumor maligno. 
SISTEMA IMUNOLÓGICO
 O reconhecimento dos microrganismos pelo sistema imune se dá a partir de uma estrutura chamada de PAMPs (Padrões Moleculares Associados à Patógenos) que são reconhecidos pelos Receptores de Reconhecimento de Padrões (RRP) ativando a resposta imune inata. As estruturas que são liberadas por células lesionadas devido um processo infeccioso são chamadas de DAMPs (Padrões Moleculares Associados ao Dano) e também são reconhecidas pelos RRP. Quando os RRP reconhecem e ligam nestes padrões, ocorre a ativação de vias de transdução de sinal que ativam a resposta imunológica a partir de secreção de moléculas inflamatórias pelas células que apresenta estes receptores, capaz de destruir estes patógenos. 
 As células que compõe a imunidade inata são diretamente envolvidas na imunologia dos tumores e servem de ponte entre as respostas inata e adaptativa, tornando-as essencial para eficácia da resposta imunológica 
O SISTEMA IMUNOLÓGICO E SEU PAPEL NA DEFESA DO ORGANISMO
 Cabe aos linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por vírus oncogênicos (capazes de causar câncer) ou as células em transformação maligna, bem como de secretar substâncias chamadas de linfocinas. As linfocinas regulam o crescimento e o amadurecimento de outras células e do próprio sistema imune. Acredita-se que distúrbios em sua produção ou em suas estruturas sejam causas de doenças, principalmente do câncer.
 Além dos linfócitos existem outros tipos celulares citotóxicos, tais como as células matadoras naturais (NK) e os eosinófilos. As células matadoras naturais (ou linfócitos grandes granulares) destroem as células alvo sem a necessidade de estas expressarem moléculas do MHC, tanto de classe I quanto de classe II. Os eosinófilos possuem núcleo bilobulado e, assim como as células NK, lesam as células-alvo desgranulando nas proximidades do alvo, perfurando a parede celular da célula infectada e matando-a por choque osmótico.
 Os basófilos e mastócitos agem como células auxiliares, pois promovem a inflamação. A inflamação é causada pelos mediadores contidos nos grânulos do citoplasma destas células, e ela é importante pois atrai os leucócitos para a região de infecção. Eles são funcionalmente iguais, porém os basófilos são circulantes e os mastócitos encontram-se nas proximidades dos vasos sanguíneos.
 Existe uma série de moléculas que são importantes nas respostas imunes, tais como os anticorpos e citocinas, além de outras que estão presentes no soro e são chamadas de proteínas de fase aguda, já que seus níveis aumentam muito rapidamente em infecções. Algumas destas moléculas são responsáveis pelo controle da inflamação e fazem parte do sistema complemento que, quando ativado, secreta peptídeos que opsonizam (facilitam a fagocitose) microorganismos, atraem fagócitos (quimiotaxia), lesionam a célula infectada ou o próprio microorganismo e promovem a ativação dos mastócitos para que estes liberem outros mediadores da inflamação. 
 Outra variedade de moléculas envolvidas nas respostas imunes são as citocinas, que enviam sinais para outras células para efetivar a resposta imune. As citocinas produzidas por leucócitos são chamadas de linfocinas. As citocinas se enquadram em três principais grupos: os interferons (IFNs), que promovem resistência contra vírus em células não infectadas, as interleucinas (ILs), que estão envolvidas na divisão e diferenciação celular, e os fatores estimuladores de colônia (CSFs), que são responsáveis pelas divisões e diferenciações de células-tronco e células progenitores de leucócitos. Além destas, existem outros tipos de citocinas, como o fator de necrose tumoral (TNF) que é muito importante nas respostas citotóxicas
AÇÃO IMUNOLÓGIA CONTRA CÉLULAS COM TENDÊNCIA TUMORAL
 A fase inicial da formação de um tumor causa um processo inflamatório na região afetada. Esse fato provoca forte reação imunológica por meio de alguns leucócitos, com destaques aos linfócitos T CD4 e CD8, macrófagos e células dendríticas, e células CD 45 (um antígeno celular presentes em alguns leucócitos e que ativa continuamente os linfócitos T) que eliminam a maioria das células com tendência tumoral em nosso organismo. 
A IMUNOLOGIA DO CÂNCER
 Estudos imunológicos têm revelado que a progressão da doença tecidual para a forma invasiva do câncer requer células que participam normalmente de processos de inflamatórios e de cicatrização (células endoteliais, macrófagos, fibroblastos e adipócitos) e outras atividades funcionais desviadas para o local onde se está iniciando a formação de tecido pré-maligno (citocinas, plaquetas e fatores de coagulação sanguínea).
 Algumas das células envolvidas nesse processo são “seqüestradas” nesse ambiente “pré-maligno” para se tornarem cúmplices na carcinogênese. compreende-se que um tumor não é somente um conjunto de células aberrantes, mas é dependente também de vários fatores como o micro ambiente tumoral que abrange células do tecido imunológico e sinais químicos que cruzam uma extensa rede de vasos sanguíneos.
 Esse novo ponto de vista de compreender o câncer implica que a erradicação até a última célula cancerosa se torna necessária. Um outro fato importante na imunologia dos tumores se refere ao TNF (fator de necrose tumoral), descoberto no final da década de 90, em que esta citocina quando administrada diretamente no tumor induzia a morte das células cancerosas. 
 Entretanto, pesquisas recentes demonstraram que quando a presença do TNF se torna crônica no tumor, sua ação se desenvolve ao contrário do que poderia se prever. A explicação é de que o gene produtor do TNF se desliga e dessa forma não se produz mais TNF e por essa razão o tumor não se contrai ou retrai.
 Esse fato se torna evidente em algumas situações já bem conhecidas entre a relação “inflamação e câncer” em dois exemplos típicos: a infecção com a bactéria Helicobacterpylorique induz a um tipo de inflamação aumentando as chances da pessoa desenvolver o câncer gástrico, e a infecção com o vírus da hepatite C que também induz a inflamação no fígado com grande risco de causar câncer hepático. 
 Presume-se que um determinado tumor pode “armar uma cilada” contra o sistema imune com o objetivo de dar continuidade à sua sobrevivência e ao seu crescimento. 
IMUNOTERAPIATRADICIONAL NO COMBATE AO CÂNCER
 A indústria farmacêutica e os pesquisadores têm procurado obter novas terapias para também “armar uma cilada” contra as células cancerosas. Entre essas novas terapias feitas com drogas biotecnológicas destacam-se os anticorpos monoclonais – anticorpos idênticos que são capazes de atacar antígenos de células cancerosas. 
Os anticorpos monoclonais são classificados de imunoterapia. Esse processo induzido laboratorialmente é mais rápidoe eficiente em relação à reação imunológica em que o próprio paciente produz o seu anticorpo contra os antígenos das células cancerosas. 
Em contraste, as vacinas contra câncer – que até agora tem mostrado resultados frustrantes – são classificados como imunoterapia ativa. Nesse caso o paciente recebe a injeção de um antígeno, geralmente extraído das células cancerosas, para induzir a reação do seu próprio sistema imunológico.
 Assim, o sistema imune adaptativo nem sempre as vê como células estranhas e o tumor pode enganar o organismo, induzindo-o a desligar a resposta imunológica. Nesse novo contexto de entendimento da progressão do câncer, situam-se novas perspectivas, agora de base imunológica, para inibir a ação das células malignas. 
NOVAS PERSPECTIVAS PARA COMBATER AS CÉLULAS CANCEROSAS
 A produção de vacina contra o câncer tem sido o desejo de todos aqueles que lidam com esse grave problema. Nesse contexto se juntam pesquisadores das áreas imunológica, citológica, cito-patológica, genética, ambiental, farmacológica, epidemiológica, bioquímica, fisio-química e informática. 
 As indústrias farmacêuticas também entram nessa acirrada luta para obter vacinas específicas contra os mais diversos tipos de câncer. Entretanto, tudo indica que o câncer tem um desenvolvimento quase personalizado para cada pessoa, pois o seu desenvolvimento depende da fragilidade da reação biológica, quer seja:
a) predisposição biológica, ambiental ou comportamental;
b) imunidade;
c) equilíbrio psíquico-biológico;
d) atendimento médico adequado.
Grupo: Anyssa Grazielle
Bruna Mysaelle
Carla Lindalva
Márcia Eduarda
Maria Luiza Xavier
Sara Ribeiro
Thalita Lou

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