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MANUAL DAS PRINCIPAIS TESES TRIBUTÁRIAS AULA 03 MATERIAL EXCLUSIVO E DISPONIBILIZADO PARA OS INSCRITOS DA II SEMANA TRIBUTÁRIO DE ELITE 1. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DE PIS E COFINS Considerada por muitos a tese da década, a exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS e COFINS recupera valores consideráveis aos empresários, e sobre isso a mídia tem noticiado: 1. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DE PIS E COFINS O entendimento de que "o icms não deve compor a base de cálculo para incidência de PIS e COFINS" foi fixada pelo STF em março de 2017, ao julgar o RE 574.706. Todas as empresas do lucro real e presumido, e que sejam contribuintes do PIS, COFINS e ICMS podem se beneficiar dessa tese. OK! MAS E COMO ELA FUNCIONA NA PRÁTICA? OK! MAS E COMO ELA FUNCIONA NA PRÁTICA? Vamos supor que uma empresa do lucro real, fature R$ 100.000,00 por mês. Sobre esse faturamento, a empresa pagará 18% de ICMS, e 9,25% de PIS e COFINS. Os valores pagos por ela correspondem a R$ 18.000,00 de ICMS, e R$ 9.250,00 de PIS e COFINS. Ocorre que esse valor de PIS e COFINS não é de todo devido, já que o cálculo deve ser feito levando em consideração a exclusão do ICMS da base de cálculo. OK! MAS E COMO ELA FUNCIONA NA PRÁTICA? Desta forma, o que você precisa é excluir o valor do ICMS, que nesse exemplo corresponde a R$ 18.000,00, do faturamento, que corresponde a R$ 100.000,00. R$ 100.000,00 - R$ 18.000,00 = R$ 82.000,00 Perceba que agora temos uma nova base de cálculo de R$82.000,00 e não mais cem mil reais. Agora, você pode calcular o novo valor de PIS e COFINS a ser pago, com a exclusão do ICMS da base de cálculo. ANTES 9,25% de R$ 100.000,00 = R$ 9.250,00 DEPOIS 9,25% de R$ 82.000,00 = R$ 7.585,00 DIFERENÇA MENSAL R$ 9.250,00 - R$ 7.585,00 = R$ 1.665,00 QUAIS OS EFEITOS DESSA TESE? Note que com a propositura dessa ação, a empresa não mais irá pagar PIS e COFINS de forma indevida, e passará a contribuir de forma correta, o que significa uma economia futura mensal. Mas além disso, a empresa irá recuperar os últimos 60 (sessenta) meses que pagou indevidamente. No caso do exemplo teríamos: R$ 1.665,00 x 60 MESES = R$ 99.900,00 Após a decisão do STF, a União opôs embargos de declaração visando a modulação dos efeitos da decisão, ou seja, solicitou que essa decisão do STF tenha efeitos apenas futuros, mas que os contribuintes percam o que pagaram a maior nos últimos 05 anos. Caso essa modulação de fato aconteça, pelo histórico de julgamento do STF podemos afirmar que ele garante o direito daqueles contribuintes que propuseram a ação até o julgamento da modulação. Por conta disso, você não pode mais perder tempo e precisa levar essa solução para os seus clientes, ou iniciar nessa área o mais rápido possível. 2. NÃO INCIDÊNCIA DO INSS SOBRE AS VERBAS INDENIZATÓRIAS O INSS aqui mencionado refere- se à contribuição patronal de 20%. Referida contribuição não poderá ser calculada sobre as verbas não habituais, ou indenizatórias. Existem várias verbas sobre as quais não pode recair a contribuição patronal, mas aquelas já pacificadas pelo STJ são: Os 15 dias que antecedem o auxílio doença, 1/3 de férias, aviso prévio indenizado, e auxílio alimentação. Em 2020, o STF manifestou-se também com relação ao salário maternidade, informando que sobre ele não deve incidir a Contribuição Patronal. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional emitiu parecer favorável com relação as seguintes verbas: auxílio alimentação in natura, auxílio creche, abono indenizatório não habitual. Pasmem com isso: mesmo a PGFN emitindo parecer contrário à incidencia do INSS sobre essas verbas, a União continua cobrando. A Lei 8.212/1991, em seu artigo 28, §9º, nos traz as verbas não habituais sobre as quais o INSS não deve incidir. As verbas que apresentam menor grau de segurança, são aquelas que apesar de já terem repercussão geral reconhecida pelo STF, ainda estão pendente de julgamento: excedente de hora extra, adicional de insalubridade, adicional noturno, e férias gozadas. A documentação necessária para análise é a seguinte: Folha de pagamento, GPS e GFIP dos últimos 05 anos. Empresas do lucro real, presumido, e aquelas do anexo IV do Simples nacional podem se beneficiar dessa tese. Procure aqueles clientes que possuem maior rotatividade de funcionários, como as grandes prestadoras de serviço, postos de combustível, construtoras. 3. AMPLIAÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS PELO STJ Desde 2002 a legislação de PIS e COFINS definiu que as empresas optantes pelo regime da nãocumulatividade de PIS/COFINS, podem descontar créditos sobre insumos utilizados na produção de bens e prestação de serviços. Em suma o entendimento é: posso me creditar de PIS e COFINS de tudo aquilo que eu compro mas utilizo como insumo na minha atividade empresarial DAÍ A DÚVIDA: MAS O QUE É INSUMO? Para sanar a discussão, o STJ definiu que insumo é tudo aquilo que é relevante + essencial para a atividade produtiva da empresa. O STJ definiu ainda que o insumo não atrela-se obrigatoriamente ao produto, mas ao processo produtivo. Esse entendimento está no RESP 1.221.170-PR A Receita Federal, obviamente, manifestou-se de forma restrita, em duas instruções normativas A RFB manifestou-se por meio de Instruções Normativas (antes do julgamento do STJ), e após o julgamento, por Solução de Consulta, COSIT nº 05/2018. Entretanto, o entendimento é restrito. Em suma, o advogado deve propor essa ação visando discutir específicamente o que deve ser considerado insumo para o seu cliente. O pedido deve ser feito para que a empresa deixe de pagar PIS/COFINS sobre os insumos apresentados, bem como, que recupere os últimos 05 anos pagos indevidamente Quem se beneficia? Empresas do regime não cumulativo para PIS e COFINS - normalmente as do lucro real. Espero que esse manual possa te auxiliar a encontrar a melhor solução para o seu cliente. lembre-se que estou sempre a sua disposição: ME SIGA NO INSTAGRAM Com carinho, Isabella Albuquerque http://instagram.com/isabellaalbuquerqueofc https://www.youtube.com/channel/UClpRdbzTdoPUdlgiJyq14rA/videos?view_as=subscriber