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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Ana Paula Santana dos Santos Nilmara Delfina da Silva Vera Maria de Oliveira ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO INSTRUMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROCESSO LICITATÓRIO Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP - Lins - SP Lins - SP 2012 ANA PAULA SANTANA DOS SANTOS NILMARA DELFINA DA SILVA VERA MARIA DE OLIVEIRA ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO INSTRUMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROCESSO LICITATÓRIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Curso de Ciências Contábeis sob a orientação do Prof. M. Sc. Ricardo Yoshio Horita e orientação técnica da Profª. M. Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. Lins - SP 2012 Santos, Ana Paula Santana dos; Silva, Nilmara Delfina da; Oliveira, Vera Maria de S233o Orçamento na construção civil como instrumento para participação em processo licitatório: Alfini Engenharia e Construção Ltda EPP / Ana Paula Santana dos Santos; Nilmara Delfina da Silva; Vera Maria de Oliveira. -- Lins, 2012. 121p. il. 31 cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2012. Orientadores: Ricardo Yoshio Horita; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Planejamento Orçamentário. 2. Licitação. 3. Construção Civil. I Título. CDU 657 ANA PAULA SANTANA DOS SANTOS NILMARA DELFINA DA SILVA VERA MARIA DE OLIVEIRA ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO INSTRUMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROCESSO LICITATÓRIO Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em: _____/_____/_____ Banca Examinadora: Prof. Orientador: Ricardo Yoshio Horita Titulação: Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de São Carlos. Assinatura:_____________________________ 1º Prof (a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:_____________________________ 2º Prof (a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:_____________________________ Aos nossos familiares, pelo incentivo e pelo apoio em todos os momentos. “Sem esforço de nossa parte, jamais atingiremos o alto da montanha. Não desanime no meio da estrada: siga à frente, por que os horizontes se tornarão amplos e maravilhosos à medida que for subindo. Mas não se iluda, pois só atingirá o cimo da montanha se estiver decidido a enfrentar o esforço da caminhada.” (Luiz Jorge de Oliveira Bello) Ana Paula, Nilmara e Vera AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pela plenitude da vida, por ter paciência comigo e estar a todo o momento ao meu lado. Somente Deus sabe o que passei e me deu forças para chegar até aqui, aumentando a minha fé a cada dia, ouvindo minhas orações tanto de súplicas e também as de agradecimento, pois sem Ele não sou nada. Aos meus pais João e Isabel, que acreditaram no meu sonho e me apoiaram em todos os momentos. Quantas noites acordados aguardando o meu retorno, quanta preocupação tinham quando eu me desesperava, em teus abraços sempre encontrei amor e acima de tudo fé. Amo vocês, mesmo não sendo perfeita. Às minhas irmãs Josi e Nathaly que são essenciais em minha vida, pelas altas horas de conversas que envolviam lágrimas e também muitas risadas. Eu amo vocês sempre. Ao Nivaldo, que posso chamar de meu irmão. Obrigada por fazer parte de minha família e cuidar tão bem de meus sobrinhos Guilherme e Weslley Victor, que também não posso deixar de agradecer pela alegria de cada travessura e cada sorriso que tiram de mim. E à minha vó Cida, que é mais que uma mãe para mim. Amo vocês. Ao meu noivo Alexsandro. Por acreditar que eu conseguiria chegar até o fim desta etapa, dando motivação para eu vir à faculdade nos momentos em que estava muito exausta. Eu o amo muito. Agradeço à empresa Alfini Engenharia e ao Engº Nilson por contribuir com os novos conhecimentos adquiridos. Agradeço às minhas companheiras de trabalho Vera e Nilmara e aos orientadores Prof. Me Horita e a Profª. Ma Heloisa, pessoas essenciais para a vitória deste desafio. Certa vez me disseram que “O porto é um lugar seguro para o barco, mas ele não foi fabricado para isso”. Obrigada por suas palavras Prof. Irso Tófoli. Desejo a todos muito sucesso e que Deus continue a nos abençoar, pois nossa jornada está apenas começando. Ana Paula Agradeço em primeiro lugar a Deus que me ajudou a superar e a enfrentar as pedras que surgiram no meio dessa caminhada. Na sequência minha mãe Carmem, que me deu o alicerce para ser quem eu sou para tomar iniciativa para a realização desse curso. Muito obrigada, eu a amo. Agradeço também ao meu irmão Vagner e à minha cunhada Renata que nas horas de tristeza e desânimo me mostrou que no final do túnel tinha uma luz à minha espera e também ao meu sobrinho Hollyver que desde pequeno não sabe a força que me dava com apenas um sorriso de criança. Eu o amo muito, meu anjo. À minha irmã Lucia, apesar da distância, ela sempre esteve por perto com palavras de incentivo em tudo, a amo muito. Agradeço também ao meu marido Marcos Vinicius, pessoa maravilhosa que chegou na hora certa da minha vida me preenchendo e quando pensei em desistir me deu forças para continuar. Obrigada pela paciência, eu o amo. Agradeço também às minhas amigas de grupos de pesquisa, pois conseguimos cumprir mais esta etapa nas nossas vidas e que foi uma satisfação fazer esse trabalho com vocês conhecendo melhor vocês e que o nosso elo de amizade verdadeira não fique apenas na faculdade e sim para a vida toda. Muito obrigada pela colaboração, esforços de noites mal dormidas e pelo apoio. Vocês foram essenciais e são. Agradeço aos orientadores Prof. Me Horita e a Profª. Ma Heloisa pelo auxilio e por contribuírem com a vitória dessa etapa em minha vida. Deus os abençoe. Nilmara Agradeço primeiramente a Deus, que sempre está comigo me mostrando como devo fazer. Ao meu Pai, que mesmo partindo tão cedo me ensinou a ser verdadeira e a lutar pelos meus propósitos. À minha mãe que soube dar o seu colo e apaziguar os meus momentos difíceis. Às minhas irmãs Juliana e Cláudia pelo diálogo nos mais diversos momentos dessa trajetória. Aos meus anjinhos, Pedro, João e Dudu, que são a luz da minha vida com os seus lindos sorrisos. Titia ama muito vocês. Às minhas companheiras de monografia, Paulinha e Nilmara que foram sábias para lidar com momentos difíceis. Um obrigada especial para Paula que, com seu extinto de liderança, soube conduzir esse trabalho com toda sua sabedoria e inteligência. Aos orientadores, Heloisa e Horita, um agradecimento especial a ele que ficou em nosso caminho durante esse ano todo de 2012, que soube me falar de forma muito correta o seu ponto de vista e me fez entender que algo deveria mudar. Um agradecimento especial a todos os meu familiares e amigos. Agradeço especialmente às pessoas como: Ângela, Cândida, tia Fátima, tio Natalino, Eduardo e Adriana que sempre estão presentes em minha vida e me incentivaram a ter coragem, mesmo a vida dizendo não. Vera RESUMO Com a evolução da engenharia civil, nota-se o avanço do crescimentodas construções, crescimento este que contribui na elevação do nível econômico da sociedade, garantindo segurança, estabilidade e comodidade do meio em que vivem a população. Com isso, surgiu a necessidade de mensurar os itens monetários envolvidos na construção civil para estimar os custos com materiais, mão de obra, custos diretos e custos indiretos relacionados em cada empreendimento. Tal necessidade passou a ser esclarecida a partir do planejamento de valores definido como orçamento. O orçamento da construção tem por objetivo efetuar um estudo criterioso dos preços de todos os insumos integrantes da obra de modo a reduzir o grau de incerteza na tomada de decisão, analisando a viabilidade econômica do empreendimento e o retorno do investimento. Em 21 de junho de 1993, a Constituição Federal Brasileira instituiu a Lei nº 8.666, regulamentando e estabelecendo normas gerais sobre licitações devido ao poder de compra do Governo quando o mesmo necessita efetuar investimento na área pública. Para participar em um processo licitatório, a empresa deve analisar os critérios exigidos para a apresentação de sua proposta. Ressalta-se que o preço proposto não deve ser tão baixo ao ponto de não permitir lucro e nem tão alto ao ponto de não ser competitivo na disputa com os demais proponentes. É essencial que a empresa avalie criteriosamente o edital de publicação do objeto a ser licitado, verificando cada item que o compõe, solicitando esclarecimento junto ao Órgão Público sobre todas as dúvidas que julgar necessário. Isto auxilia no planejamento adequado de cada etapa do orçamento e para a execução satisfatória da obra objeto de licitação. Assim, o planejamento orçamentário deve conter todas as etapas de modo a atingir as metas necessárias, garantindo maiores chances de vencer a concorrência, alcançando seus objetivos e obtendo o resultado esperado. Palavras-chave: Planejamento Orçamentário. Licitação. Construção Civil. ABSTRACT With the evolution of civil engineering, it’s possible has seen the progress of building growth, a growth helped in raising the economic level of society, ensuring security, stability and comfort in the middle of the living population. Thus, the need arose to measure monetary items involved in construction to estimate the costs of materials, labor, direct and indirect costs related for each project. This need became clear from the planning values, as defined budget. The building budget aims to make a careful study of the prices of all inputs members work to reduce the degree of uncertainty in decision making, analyzing the economic feasibility of the project and return on investment. On June 21st,1993, the Brazilian Federal Constitution established the 8666 Law, regulating and establishing general rules about bidding, purchasing power due to the Government when it needs to make investment in the public area. To participate in a bidding process, the company must analyze for the submission of its proposal. It’s noteworthy that the proposed price should not be so low to the point of not allowing profit and not so high that it will not be competitive in the race with the other bidders. It is essential that the company evaluate carefully the notice of publication of the object to be bid, checking each item that makes up, by the Public Agency clarifying all doubts to judge the necessity of understanding. This helps in a correct planning of each stage of the budget and for the good project implementation. So the budget planning must include all steps to reach the goals necessary ensuring greater chances of winning the competition, it’s reaching goals and getting the effect result. Keywords: Budget Planning. Bidding. Building. LISTA DE QUADROS Quadro 1: Custo da construção civil no Estado de São Paulo, 2012.......... 33 Quadro 2: Siglas para projeto padrão.......................................................... 33 Quadro 3: Composição de preço para orçamento....................................... 37 Quadro 4: Fontes de composição para orçamento...................................... 38 Quadro 5: Princípios da licitação.................................................................. 49 Quadro 6: Planilha orçamentária................................................................... 62 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Abrigo de cavernas....................................................................... 15 Figura 2: Muralha da China.......................................................................... 16 Figura 3: Escola Politécnica, 1874............................................................... 17 Figura 4: Símbolo da engenharia civil.......................................................... 18 Figura 5: Logomarca da empresa................................................................ 19 Figura 6: Mapa da região de Lins................................................................ 20 Figura 7: Modelo de ART............................................................................. 23 Figura 8: Placa de obra padrão Caixa Econômica Federal......................... 24 Figura 9: Escopo do orçamento................................................................... 31 Figura 10: Curva ABC.................................................................................. 39 Figura 11: Etapas do orçamento.................................................................. 40 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ART: Anotação de Responsabilidade Técnica BDI: Benefício de Despesas Indiretas CRC: Certificado de Registro Cadastral CLT: Consolidação das Leis do Trabalho CSSL: Contribuição Social Sobre Lucro CAPS: Centro de Atenção Psicossocial CEI: Cadastro Estadual de INSS CUB: Custo Unitário Básico da Construção CREA: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social EPP: Empresa de Pequeno Porte EPI: Equipamento de Proteção Individual FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FDE: Fundação para Desenvolvimento da Educação IML: Instituto Médico Legal ISS: Imposto Sobre Serviços IRPJ: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica PIS: Programa de Integração Social SINAPI: Sistema Nacional de Pesquisa de Custo e Índice da Construção Civil TCPO: Tabela de Composição de Preços para Orçamento SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................. 13 CAPÍTULO I – ALFINI ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA EPP........ 15 1 A HISTÓRIA DA ENGENHARIA CIVIL.............................................. 15 1.1 Evolução da engenharia civil.............................................................. 15 1.1.1 Engenharia civil no Brasil................................................................... 16 1.1.2 Símbolo da engenharia civil............................................................... 18 1.2 A empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP...................... 19 1.2.1 Objetivos e Missão............................................................................. 19 1.2.2 Localização........................................................................................ 20 1.2.3 A Administração................................................................................. 21 1.2.4 Contabilidade..................................................................................... 21 1.2.5 Recursos humanos............................................................................ 22 1.2.6 Engenheiro civil.................................................................................. 22 1.2.7 Canteiro de obras............................................................................... 241.2.8 Compras............................................................................................. 25 1.2.9 Contratação por subempreitada......................................................... 25 1.2.10 Principais clientes e obras realizadas................................................. 25 CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................... 28 2 ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL.......................................... 28 2.1 Definições........................................................................................... 28 2.2 Planejamento e controle de obras...................................................... 29 2.3 Planejamento orçamentário................................................................ 29 2.4 Escopo do orçamento......................................................................... 30 2.5 Orçamento de projeto......................................................................... 31 2.6 Tipos de orçamento............................................................................ 32 2.6.1 Estimativa de custo............................................................................ 32 2.6.2 Orçamento preliminar......................................................................... 34 2.6.3 Orçamento analítico e detalhado....................................................... 35 2.6.4 Orçamento sintético ou resumido....................................................... 35 2.7 Cotação de preço............................................................................... 35 2.8 Tabela de composição de preços para orçamento............................ 36 2.9 Curva ABC......................................................................................... 38 2.10 Etapas do orçamento......................................................................... 40 2.10.1 Estudo das condicionantes................................................................ 41 2.10.2 Composição de custos....................................................................... 42 2.10.2.1 Encargos sociais e trabalhistas...................................................... 43 2.10.2.2 Composição e cálculo do BDI........................................................ 43 2.10.3 Fechamento do orçamento................................................................ 44 2.11 Planilha orçamentária........................................................................ 44 2.12 Memorial descritivo............................................................................ 45 2.13 Cronograma....................................................................................... 45 CAPÍTULO III – LEI DAS LICITAÇÕES – LEI FEDERAL Nº 8.666 DE 21 DE JUNHO DE 1993.................................................................................... 47 3 LICITAÇÃO....................................................................................... 47 3.1 Conceito de licitação.......................................................................... 47 3.2 Regulamento da licitação................................................................... 48 3.3 Princípios da licitação......................................................................... 48 3.4 O edital............................................................................................... 50 3.5 Modalidades de licitação.................................................................... 51 3.5.1 Concorrência...................................................................................... 51 3.5.2 Tomada de preço............................................................................... 51 3.5.3 Convite............................................................................................... 52 3.5.4 Concurso............................................................................................ 52 3.5.5 Leilão.................................................................................................. 52 3.6 Fases da licitação............................................................................... 53 3.7 Tipos de licitação................................................................................ 54 3.8 Critérios para habilitação..................................................................... 54 3.9 A proposta.......................................................................................... 55 3.9.1 Apresentação da proposta................................................................. 55 3.9.2 O julgamento da proposta.................................................................. 56 3.10 A contratação................................................................................... 57 3.10.1 Conceito de contrato.......................................................................... 57 3.10.2 Principais tipos de contrato................................................................ 58 CAPÍTULO IV - ORÇAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO INSTRUMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROCESSO LICITATÓRIO - ALFINI ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA EPP. ............................. 59 4 INTRODUÇÃO................................................................................... 59 4.1 Aviso de licitação............................................................................... 60 4.2 Aquisição do edital............................................................................. 60 4.3 Visita in loco....................................................................................... 61 4.4 Avaliação do projeto........................................................................... 62 4.5 Estudo da planilha orçamentária........................................................ 62 4.6 Orçamento e elaboração da proposta................................................ 63 4.7 As documentações para habilitação................................................... 63 4.8 Entrega dos envelopes....................................................................... 64 4.9 Julgamento das proponentes............................................................. 64 4.10 Contratação da empresa vencedora.................................................. 65 4.11 Início da obra...................................................................................... 66 4.12 Conclusão da obra............................................................................. 66 4.13 Acervo técnico.................................................................................... 66 4.14 Resultado da pesquisa....................................................................... 67 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................. 69 CONCLUSÃO............................................................................................... 70 REFERÊNCIAS............................................................................................ 72 APÊNDICES................................................................................................. 74 ANEXOS....................................................................................................... 82 13 INTRODUÇÃO O orçamento, sendo um instrumento de planejamento empresarial, contém em sua estrutura, informações de receitas previstas e estimativa de despesas com o objetivo de controlar as atividades que refletem as premissas da empresa. Sua elaboração começa antes do início da obra e a preparação deve estabelecer critérios rigorosos para que não haja lacunas na composição do custo e considerações incertas que afetem a decisão eficiente da administração. Quando o orçamento é generalizado por critério de licitação, os meios orçamentários são fornecidos pelo órgão contratante através de planilha de quantidades aderidas ao projeto. Com o fornecimento do projeto, oorçamentista norteia-se sobre a identificação dos serviços constantes na obra, obtendo seus próprios valores. Sendo uma peça importante de previsões, o orçamento procura auxiliar o planejamento das necessidades operacionais, desde a compra de insumos, custos com mão de obra, bonificações de despesas indiretas (BDI), verificando entre eles, o grau de interferência e as dificuldades para a realização dos serviços. A elaboração do orçamento deve ser demonstrada em planilha, constando a descrição dos serviços, identificando as unidades de medidas e quantidades, a composição dos preços unitários, tanto da mão de obra quanto dos materiais e demonstrar o valor total por item e o valor global da obra. A partir de previsões, o orçamento gera estimativas utilizadas no empreendimento para atender as demandas necessárias para sua execução, dando condições para a empresa avaliar os resultados que poderão ser alcançados. O planejamento orçamentário visa a alocação de estratégias a serem adotadas para controle das despesas e das receitas a fim de identificar o resultado total. Os objetivos da pesquisa foram abordar a importância do orçamento utilizado no ramo da construção civil da empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda EPP, no que tange os custos com materiais, mão de obra e a 14 forma de retorno de tais custos, analisando os critérios utilizados para atendimento da prestação de serviços ao órgão público com contratação por processo de licitação. Diante do exposto, surgiu a seguinte pergunta problema: A elaboração do orçamento de forma adequada pode ser um instrumento determinante para concorrer em processo licitatório? Diante desta indagação, surgiu como hipótese que: O planejamento estabelece critérios a serem desenvolvidos que permitem a visualização no controle orçamentário, sendo este realizado antes do início da obra, a fim de mensurar os resultados ao término de sua execução. Portanto o orçamento da construção civil, quando estabelecido através de planejamento, identifica componentes que otimizam a gestão na preparação de propostas para as entidades públicas na participação do processo licitatório. Para demonstrar a veracidade da hipótese, foi realizada pesquisa de campo na empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP, durante o período de fevereiro a outubro de 2012. Os métodos e técnicas utilizados para a realização da pesquisa estão descritos no capítulo IV. O presente trabalho está estruturado em quatro capítulos: Capítulo I – Relata a história da engenharia civil, apresenta a empresa e objetivos. Capítulo II – Expõe o conceito, o planejamento, o escopo e as etapas para a elaboração do orçamento. Capítulo III – Esclarece com base na Lei das Licitações as regras para concorrer em um processo licitatório. Capítulo IV – Descreve o estudo de caso realizado relatando a teoria e a prática. Por fim, apresentam-se a proposta de intervenção e as conclusões. 15 CAPÍTULO I ALFINI ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO LTDA EPP. 1 A HISTÓRIA DA ENGENHARIA CIVIL 1.1 Evolução da engenharia civil A evolução histórica da engenharia civil iniciou-se desde os tempos das cavernas, quando os povos começaram a desenvolver as primeiras ferramentas e a pensar em uma moradia mais segura e confortável para se abrigarem. Com os descobrimentos vindouros da audácia e dos recursos precedidos da própria natureza, o homem edificou a primeira arquitetura, permitindo a vida em grupo e tomando consciência do meio social. (RIBARD, 1964). Figura 1: Abrigo de Cavernas Fonte: Theixeira, 2012. Em suas engenhosidades, verifica a pedra que rola e cria a roda servindo de auxílio para aliviar seus esforços. E há, talvez, quinhentos mil anos, não se sabe exatamente de que forma, revelou-se o poder do fogo. A partir de então, sua busca pela melhoria contínua não encerra até os tempos 16 atuais. Neste instante, surge também uma natural preocupação com a estabilidade das paredes do abrigo. (REBELLO, 2008). Segundo Valle et al. (2007), o desenvolvimento histórico da engenharia motivou os aspectos relacionados à garantia de determinado padrão de qualidade, surgindo normas de execução para a realização de obras. Pode-se citar uma das construções mais antigas como as pirâmides do Egito, com grandiosa estrutura, sendo o símbolo de poder do antigo Egito e a Muralha da China, um dos maiores empreendimentos já realizados no mundo, surgiu por causa de uma série de guerras realizadas por volta de 450 a.C.; obras estas, que causam admiração até os dias de hoje. Figura 2: Muralha da China Fonte: Freitas, 2012. Assim, sucessivamente, os projetos foram sendo criados e elaborados com uma estruturação resistente a fim de proteger o indivíduo, seja numa pequena sociedade ou em uma grande nação. (VALLE et al., 2007). 1.1.1 Engenharia civil no Brasil A arte de ampliar as edificações no Brasil iniciou ainda no período colonial com construções de fortificações e igrejas. Neste período, os projetos e 17 edificações eram executados por apenas duas categorias na área de engenharia, sendo os oficiais do exército português e os mestres pedreiros. Os oficiais tinham curso regular na área, já os mestres pedreiros não tinham conhecimento científico. (TÉSIO, 2007) Segundo UFRJ (2012), em 1792 o vice-rei D. Luiz de Castro, 2º Conde de Rezende, aprovou a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, iniciando o ensino de disciplinas que seria a base da engenharia. Somente em 1858, através da Escola Central ocorreu a abrangência do curso de engenharia civil com as técnicas de construção de estradas, pontes e edifícios, ministrados pelos engenheiros civis. Em 1874, a Escola Central passou a ser Escola Politécnica criando novas especialidades de engenharia. (UFRJ, 2012) Figura 3: Escola Politécnica, 1874. Fonte: UFRJ, 2012 A partir do século XX, com o desenvolvimento industrial, o Brasil passou por diversas mudanças, como a construção de ferrovias e prédios que contribuíram com o crescimento das obras. Assim, a engenharia civil procura modernizar-se empregando novas técnicas que envolvem a utilização de inovados tipos de materiais e mão de obra qualificada. Contudo, devido à evolução da engenharia junto ao seu vasto crescimento, a mão de obra especializada torna-se escassa. (TÉSIO, 2007) 18 Atualmente, a construção civil é um importante ramo de atuação no Brasil, envolvendo o conjunto das construtoras junto aos órgãos governamentais, tendo como desafio encontrar mão de obra especializada que atenda a demanda das construções. A engenharia civil tem por objetivo desenvolver moradia adequada à população, proporcionando segurança, comodidade, acessibilidade à sociedade, onde através das novas técnicas utilizadas procuram evoluir suas inovações e, ao mesmo tempo, conservar as obras já realizadas com reformas de construção já antigas de modo a manter a melhoria contínua ao meio em que se vive. 1.1.2 Símbolo da engenharia civil Figura 4: Símbolo da Engenharia Civil Fonte: CREA-SP, 2012. A simbologia oficial da engenharia refere-se à deusa Minerva, que segundo a mitologia romana é a deusa das artes, da sabedoria e da guerra. Após engolir a deusa da prudência Métis, Júpiter, com fortes dores de cabeça, pediu a Vulcano que a abrisse com o seu melhor machado, dando origem ao nascimento de Minerva. Portando escudo, lança e armadura, Minerva disputou com Neptuno quem daria o nome a cidade que seria construída em Ática, pelo qual foi nomeada Atenas após a vitória de Minerva, onde com seu golpe de 19 lança fez nascer da terra, uma oliveira em flor, onde os deuses que presidiram o duelo decidiram a seu favor, por ser a oliveira florida o símbolo da paz, enquanto Neptuno, com seu golpe de tridentefez nascer um cavalo alado e fogoso. Representada com capacete na cabeça, escudo no braço e lança na mão, por ser uma deusa da guerra, Minerva tem junto de si, um mocho e vários instrumentos matemáticos, aspectos de sua sabedoria. Por isso, acabou sendo conhecida como símbolo oficial da engenharia. (UESC, 2011) 1.2 A empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. – EPP Figura 5: Logomarca da Empresa Fonte: Empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP 1.2.1 Objetivo e missão A empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP, inscrita no cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) sob o número 11.409.855/0001- 97, fundada em 2009 e com cadastro no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de São Paulo (CREA-SP) sob o número 0907726, tem por objetivo explorar o ramo da construção civil em geral, como execução de obras de terraplanagem, infraestrutura, pavimentação, instalações elétricas, projeto, planejamento, urbanismo, além de correlatos, realizando obras de 20 serviços de empreitada ou administração, atendendo com eficácia as necessidades de seus clientes. Sua missão é contribuir com o desenvolvimento estrutural adequado que atenda as exigências da construção civil, proporcionando à sociedade, segurança e comodidade pelo trabalho bem executado. O propósito da empresa está voltado ao aumento dos investimentos com foco no atendimento à demanda e expectativa de expandir-se de acordo com os interesses e possibilidades através de participação em concorrência em processos licitatórios, uma vez que fornecer para o governo tornou-se um dos relevantes mecanismos de desenvolvimento e um fator de transformação econômica. 1.2.2 Localização Localizada no município de Lins/SP a 458 km da capital, a empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP presta atendimento a obras públicas e privadas em toda a região, podendo expandir-se em filiais, agências ou departamentos onde convier, de acordo com os interesses e possibilidades da sociedade. Figura 6: Mapa da Região de Lins Fonte: Adaptado Prefeitura de Lins, 2012. 21 1.2.3 A administração A administração da empresa é de responsabilidade dos sócios José Aparecido Alfini e Roney Henrique Alfini, que possuem autonomia na tomada de decisão utilizando-se das informações fornecidas pelos demais departamentos de Contabilidade, Recursos Humanos, Engenheiro Civil e Compras, que auxiliam no controle do andamento da empresa, desde a situação financeira, o andamento das obras, assim como os resultados alcançados. 1.2.4 Contabilidade A contabilidade da empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda EPP é realizada pelo escritório Modelo, localizado no município de Cafelândia/SP, responsável pelas informações que garantem uma orientação segura aos administradores, de modo que as análises dos dados fornecidos favoreçam na tomada de decisão adequada para o bom desempenho da empresa. A empresa, embora optante do regime de tributação por lucro presumido, detém o benefício do tratamento diferenciado para questões não tributárias de acordo com o Art. 44 da Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006 devido ao enquadramento como EPP, que contribui nas participações das concorrências públicas de modo preferencial conforme a lei. O escritório de contabilidade é responsável pela apuração dos impostos, dentre os quais incluem-se o Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social Sobre Lucro (CSSL) e Imposto Sobre Serviços (ISS). O Contador é o profissional de fundamental importância, pois é responsável por desempenhar o papel de registrar todas as transações financeiras, fiscais e contábeis. Ele tem por propósito fornecer à empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP seus serviços profissionais contemplando dois fatores de suma importância: segurança e confiabilidade, fornecendo dados essenciais na tomada de decisão para a elaboração de propostas comerciais para a participação em concorrência pública. 22 1.2.5 Recursos humanos A contratação da mão de obra especializada na empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda. EPP é realizada com base na experiência do colaborador, que deve ser comprovada em carteira profissional ou por informações de terceiros, demonstrando através de treinamento sua qualificação profissional. Atualmente a empresa possui 15 colaboradores, sendo um orçamentista, um auxiliar financeiro, uma recepcionista, um vigilante, um motorista, um mestre de obras, um eletricista, três pedreiros e cinco serventes de pedreiro, devidamente com a Carteira de Trabalho da Previdência Social registrada a partir do momento de contratação, com período de experiência de 45 dias e, comprovada a aptidão do colaborador, passa a ser registrado efetivamente. 1.2.6 Engenheiro civil A responsabilidade técnica da sociedade é exercida pelo engenheiro civil Nilson A. Ferraz da Silva, devidamente credenciado pelo CREA-SP sob a inscrição de número 5060759530, exercendo atividade na empresa através prestação de serviço por contrato de trabalho desde 2009. Compromete-se a realizar a visita técnica no local da obra para conhecimento do solo, tipo de fundação e as condições do imóvel quando solicitado reforma, avaliando o projeto fornecido pela contratante, conferindo as conformidades do mesmo, de modo a garantir a segurança da sociedade. Assim que recebe a ordem de serviço emitida pela empresa contratante para iniciar a obra, o responsável técnico efetua a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) que é o instrumento que registra as atividades solicitadas nos contratos, discriminando além da responsabilidade técnica do engenheiro civil, assim como a empresa contratada, a contratante, especificações da obra, valor contratual e prazo de execução do empreendimento, posteriormente efetua o devido recolhimento da taxa de ART, para garantir a regulamentação da obra de acordo com as exigências do CREA-SP. 23 Figura 7: Modelo de ART CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO ESTADO DE SÃO PAULO Av. Brig. Faria Lima, 1059 - Pinheiros - São Paulo - SP CEP 01452-920 Tel.: 0800 17 18 11 ART 1- Nº DA ART Anotação de Responsabilidade Técnica Lei Federal Nº. 6.496 de 07/12/77 9222122012XXXXXXX CONTRATADO 2 - Nº DO CREASP DO PROFISSIONAL 3 - Nº DO CPF DO PROFISSIONAL 4 - NOME DO PROFISSIONAL 5 - TÍTULO DO PROFISSIONAL ART 6 - TIPO DE ART 7 - VINCULADA A ART Nº 8 - HÁ OUTRAS ARTs VINCULADAS 9 - ALTERAÇÃO/COMPL./SUBST. DA ART 10 - SUBEMPREITADA ANOTAÇÃO 11 - CLASSIFICAÇÃO DA ANOTAÇÃO 12 - ÁREA DE ATUAÇÃO 13 - TIPO DE CONTRATADO EMPRESA CONTRATADA 14 - Nº DE REGISTRO NO CREA 15 - NOME COMPLETO 16 - CGC/CNPJ 17 – CLASSIFICAÇÃO CONTRATANTE 18-NOME DO CONTRATANTE DA OBRA/ SERVIÇO 19-TELEFONE P/ CONTATO 20 - CPF/CNPJ DADOS DA OBRA / SERVIÇO OBJETO DO CONTRATO 21 - ENDEREÇO DA OBRA / SERVIÇO 22 - CEP CLASSIFICAÇÃO 23 - NATUREZA 24 – UNIDADE 25 - QUANTIFICAÇÃO 26 - ATIVIDADES TÉCNICAS 1 2 3 27 - DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS EXECUTADOS SOB SUA RESPONSABILIDADE OU DO CARGO/FUNÇÃO RESUMO DO CONTRATO Nº E ESCOPO DO CONTRATO, CONDIÇÕES, PRAZO, CUSTOS, ETC... 28 - VALOR DO CONTRATO 29 - DATA DO CONTRATO 30 - DATA INÍCIO DA EXECUÇÃO 31 - 10% ENTIDADE DE CLASSE 32 - VALOR DA ART A PAGAR ASSINATURA Declaro não ser aplicável, dentro das atividades assumidas nesta ART e nos termos aqui anotados, o atendimento às regras de acessibilidade previstas nas Normas Técnicas de Acessibilidade da ABNT e na legislação específica, em especial o Decretonº.5.296/2004, para os projetos de construção, reforma ou ampliação de edificações de uso público ou coletivo, nos espaços urbanos ou em mudança de destinação (usos) para estes fins. 33 - LOCAL E DATA PROFISSIONAL CONTRATANTE __________________________ _______________________________ Fonte: CREA-SP, 2012 O engenheiro tem a função de efetuar o acompanhamento da execução da obra do início até o término, garantindo o segmento de execução de acordo com o projetado, solicitando após a entrega da obra, atestado de conclusão 24 definitiva emitida pela contratante. Assim, o engenheiro solicitará juntamente ao órgão responsável CREA o Acervo Técnico que comprova sua experiência na execução de determinada obra. 1.2.7 Canteiro de obras O canteiro de obras é o local onde o projeto será executado, incluindo os materiais, equipamentos e máquinas que serão utilizados na execução obra, o que requer a construção de barracão provisório para o armazenamento dos mesmos. Além disso, a empresa deverá ser identificada através de placa de obra seguindo o padrão exigido em edital, que caracteriza a sua responsabilidade com o início e término da execução da construção, sendo a placa afixada também no canteiro de obras de acordo com a exigibilidade da contratante. Figura 8: Placa de obra padrão Caixa Econômica Federal Fonte: Caixa Econômica Federal, 2012 25 1.2.8 Compras O departamento de compras é responsável pela cotação de preços dos insumos e pela realização do levantamento orçamentário dos custos de materiais e mão de obra para preenchimento da planilha que compõe a proposta a ser emitida para concorrência de licitação. Cada detalhe é primordial para avaliar a vantagem de tal participação, uma vez que os valores licitados, muitas vezes, não permitem a apresentação de valores acima do proposto em edital, sendo necessário o estudo de cada componente dos custos para decidir a participação ou não na concorrência. Juntamente aos valores orçamentários, o departamento de compras verifica o prazo a ser cumprido na execução da obra para orçar os custos indiretos e o período de locação de equipamentos quando for o caso. 1.2.9 Contratação por subempreitada Após a avaliação do quantitativo da obra, pode haver a necessidade de contratação por subempreitada para prestação de serviços com fornecimento de mão de obra, obedecendo às normas contratuais estabelecidas junto à empresa, respeitando prazo dos serviços a serem executados e assegurando a entrega da obra com qualidade e segurança. Ressalva-se que a responsabilidade de empreitada referente à obra cabe à empresa construtora. De acordo com o art. 445 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) do Decreto Lei nº 5.452/43, nos contratos de subempreitada, o subempreiteiro responderá pelas obrigações derivadas do contrato de trabalho que celebrar. (BRASIL, 1943) 1.2.10 Principais clientes e obras realizadas Quando há a participação na concorrência de processo licitatório, a empresa que apresenta a melhor proposta, de acordo com as exigências emitidas em edital, tornar-se vencedora do processo. Sendo assim, caso a empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda EPP seja vencedora, é firmado contrato com o Órgão Público interessado. 26 Abaixo segue a descrição das atividades executadas pela empresa através da contratação pelas entidades públicas. a) Prefeitura Municipal de Bastos - realizou obras de pavimentação asfáltica, guias e sarjetas, passagem de águas pluviais no Bairro Jardim Novo Bastos, fornecendo material e mão de obra; b) Prefeitura Municipal de Garça - realizou obras de construção de Centro Comunitário no bairro Jardim Sol Nascente; c) Prefeitura Municipal de Getulina - realização de reforma e ampliação do Centro de Saúde no distrito de Macucos, entre outras obras; d) Prefeitura Municipal de Lins - obras como reforma do novo centro administrativo da Prefeitura Municipal de Lins, reforma na antiga Casa da Cultura localizada a Rua XV de novembro, construção do Centro de Saúde da Família no Jardim Tangará, reforma no Instituto Médico Legal (IML), construção de 38 casas no Manabu Mabe; e) Prefeitura Municipal de Queiroz – reforma da praça Padre João Guilherme Braem e Praça Alaor Garcia Brado; f) Prefeitura Municipal de Sabino - realização de reforma e ampliação do Centro Comunitário do conjunto Habitacional Henrique Bertin. Atualmente a empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda EPP possui obras nas entidades: a) Prefeitura Municipal de Cafelândia – construção de 33 unidades habitacionais na Vila Simões; b) Prefeitura Municipal de Getulina – construção do Terminal Rodoviário; c) Prefeitura Municipal de Guarantã – construção de uma Creche Escola, construção de uma Unidade Básica de Saúde; d) Prefeitura Municipal de Jaú – cobertura de uma quadra poliesportiva; e) Prefeitura Municipal de Lins – reforma do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), instalação dos itens relativos ao Sistema de Prevenção e Combate a incêndios do Futuro Palácio do Governo, construção de quadra descoberta no bairro Jardim Primavera; f) Prefeitura Municipal de Piacatu – construção de 40 unidades habitacionais. 27 Para cada obra, a empresa responsabiliza-se, após a assinatura contratual e emissão da ordem de serviço emitida pelo órgão público, a efetuar a emissão da ART, cadastrar a empresa no Cadastro Estadual de INSS (CEI), emitir a garantia de realização da obra e cumprir rigorosamente os termos contratuais, com o objetivo de atender as necessidades e exigências de seus clientes, garantindo a satisfação entre as partes envolvidas. A empresa Alfini Engenharia e Construção Ltda EPP, por meio do crescimento da demanda da construção civil, procura atingir seus objetivos com o cumprimento de sua missão, atendendo as necessidades de seus clientes de maneira precisa os trabalhos que lhe foram confiados, executando com eficiência e de modo satisfatório, tanto em qualidade quanto em quantidade monetária os empreendimentos que garantem o retorno da lucratividade empresarial. 28 CAPÍTULO II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2 ORÇAMENTO NA CONTRUÇÃO CIVIL 2.1 Definições “Orçamento é o cálculo dos custos para executar uma obra ou um empreendimento, quanto mais detalhado, mais se aproximará do custo real.” (SAMPAIO, 1989, p. 17) Segundo Cardoso (2009), orçamento é um documento valioso em qualquer estudo preliminar ou de viabilidade. Uma obra iniciada sem a definição do seu custo, ou sem o seu provisionamento adequado dos recursos necessários, pode resultar numa obra inacabada. O orçamento, parte integrante dos contratos, é o documento por meio do qual o auditor acessa as mais variadas informações dos projetos de arquitetura e de engenharia, podendo ainda efetuar diversas confrontações com os documentos e relatórios de prestação de contas. (CARDOSO, 2009, p. 15) Sendo parte integrante do projeto básico, o orçamento é considerado como elemento imprescindível em qualquer licitação de acordo com a Lei 8.666/93. (BRASIL, 1993) O orçamento, de acordo com as definições descritas, demonstra ser uma ferramenta de unânime importância para abordar os custos relacionados à realização de uma obra, sendo necessário efetuar o levantamento de dados com exatidão para que o orçamento seja o mais real possível. Tisaka (2011) afirma que o orçamento, ao ser elaborado, deverá conter todos os serviços a serem executados na obra, compreendendo o levantamento dos quantitativos físicos do projeto e da composição dos custos unitários de cada serviço, das leis sociais e encargos complementares apresentados em planilha. 29 2.2 Planejamento e controle das obras O planejamento e o controle de produção na indústria da construçãocivil são extremamente importantes por ser considerado um processo que resulta num conjunto de ações necessárias que evita a baixa produtividade, segundo Cardoso (2009). De acordo com o mesmo autor, o planejamento tem por objetivo o sucesso do empreendimento, fazendo-se necessária a implantação de entendimento que podem ser acompanhados pelos seguintes níveis: a) planejamento estratégico que abrange toda a organização, envolvendo todas as atividades da empresa, definido como plano mais importante da organização; b) planejamento tático seleciona os principais recursos como tecnologia, materiais e mão de obra; c) planejamento operacional tem por objetivo atingir a maior produtividade no desenvolvimento das atividades e tarefa específica isoladamente no momento da execução. “Ter capacidade de planejar e gerenciar o custo da construção é, certamente, um dos principais diferenciais competitivos que uma empresa deve buscar. [...]”. (GONÇALVES, 2011, p. 32) 2.3 Planejamento orçamentário A elaboração de um orçamento, segundo Cordeiro (2007), necessita de planejamento que compreende as possibilidades e limitações técnicas, além do cálculo dos custos de uma série de tarefas sucessivas e ordenadas, através de informações obtidas que direciona o desenvolvimento do orçamento. Ao estudar determinado projeto, o orçamento é uma das primeiras informações que o empreendedor deseja conhecer. De acordo com Cardoso (2009), o orçamento é um documento que necessita de absoluta credibilidade e o seu planejamento tem por objetivo a elaboração de um roteiro de ações para se atingir um determinado fim. 30 O orçamento é um documento que necessita de absoluta credibilidade perante os gerentes e técnicos, para que as informações produzidas em decorrência, como o cronograma, a aferição das produtividades, e o controle dos custos da obra, possam funcionar como ferramentas gerenciais seguras para tomada de decisão. (CARDOSO, 2009, p. 189.) O Instituto de Engenharia (2011) caracteriza o planejamento como elaboração de condições para a execução dos serviços, tais como os métodos a serem utilizados, volume ou porte do serviço, prazos de execução, equipamentos necessários, jornada de trabalho e todos os fatores envolvidos para a realização do empreendimento. Tisaka (2011) afirma que para iniciar um orçamento é necessário estudar, analisar e entender o conjunto detalhado dos fatores que compõem o projeto. O planejamento orçamentário é utilizado para direcionar os passos dos gestores para que os objetivos organizacionais sejam atingidos, favorecendo a análise da viabilidade econômico-financeira, o levantamento de materiais e de serviços, quantidade de mão de obra necessária para cada etapa da obra e controle de execução do empreendimento. 2.4 Escopo do orçamento Através do orçamento, conforme afirma Sampaio (1989), é possível analisar a viabilidade econômico-financeira do empreendimento, efetuar o levantamento dos materiais e dos serviços e mão de obra necessária para cada etapa de serviço, elaborar o cronograma físico e efetuar o acompanhamento sistemático da aplicação da mão de obra e materiais no empreendimento. Em geral, um orçamento é determinado somando-se os custos diretos – mão de obra de operários, material, equipamento – e os custos indiretos – equipes de supervisão e apoio, despesas gerais de canteiro de obras, taxas etc – e por fim adicionando-se impostos e lucro para se chegar ao preço de venda. Para participar de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não deve ser tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não ser competitivo na disputa com os demais proponentes. (MATTOS, 2006, p. 22-23). 31 O orçamento tem por objetivo efetuar o levantamento dos custos que serão utilizados na obra, demonstrando através de um estudo preliminar a estimativa de valores que pressupõe o levantamento de quantidades, de materiais e processos necessários para a execução do empreendimento. Isto exige pesquisa dos preços dos insumos, caracterizando a composição dos custos de modo a disponibilizar um orçamento analítico e detalhado, reduzindo o grau de incerteza na tomada de decisão para prosseguimento a execução do projeto, conforme descreve Mattos (2006). Figura 9: Escopo do orçamento + = Fonte: Elaborada pelas autoras, 2012. O escopo do orçamento envolve desde o estudo do projeto que direciona os serviços a serem executados até a composição dos custos que compreendem o fechamento do orçamento. Os estudos estabelecem as metas que auxiliam a elaboração do planejamento, onde a junção dessas funções determinam os resultados do empreendimento que deseja alcançar. 2.5 Orçamento de projeto A interpretação do projeto, de acordo com Cordeiro (2007), corresponde à análise do projeto com o objetivo de extrair todos os dados que compõem o orçamento, de modo a identificar se o projeto está completo ou se há ausência de projetos específicos. Ao iniciar o orçamento de projeto, o primeiro passo é analisar a documentação técnica. Para Valentini (2009), através dessa análise são identificados os serviços com seus respectivos quantitativos integrantes do escopo do orçamento. O orçamento é considerado uma ferramenta de apoio ao projeto, sendo um instrumento de suporte e credibilidade que identifica com clareza os METAS PLANEJAMENTO RESULTADOS 32 recursos necessários ao processo de acompanhamento e monitoramento para verificar como foram investidos os insumos. Tisaka (2011) esclarece que, para a elaboração do orçamento é necessário examinar certas condições e fatores que nem sempre são expressos no projeto, porém, influenciam no custo da obra. 2.6 Tipos de orçamento Segundo o Instituto de Engenharia (2011), de acordo com a Norma Técnica nº 01/2011 para elaboração de orçamento de obras de construção civil, os tipos de orçamento podem ser por estimativa de custo, orçamento preliminar, orçamento analítico ou detalhado e orçamento sintético ou orçamento resumido. 2.6.1 Estimativa de custo O Instituto de Engenharia (2011) especifica que a estimativa de custo corresponde à avaliação de custo obtida através da pesquisa de preço no mercado após examinar os dados preliminares de uma ideia de projeto em relação à área a ser construída, quantidade de materiais e serviços envolvidos. Para Mattos (2006), a estimativa de custo é expedida pela avaliação realizada com base em custos históricos e comparação com projetos similares. Em geral, a estimativa de custos é feita de indicadores genéricos, números consagrados que servem para uma primeira abordagem da faixa de custo da obra. A tradição representa um aspecto relevante na estimativa. (MATTOS, 2006, p. 34.) Mattos (2006) afirma que a representação do custo da construção por m² realizada pelo Custo Unitário Básico da Construção (CUB) é um dos indicadores mais utilizados para estimativa de custos. A Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, no § 3 do Art. 54 descreve que os orçamentos ou estimativas, baseados nos custos unitário, só poderão ser considerados atualizado, em certo mês, se baseados em custos relativos ao próprio mês, ou a um dos dois meses anteriores. Os responsáveis pela 33 divulgação mensal dos custos unitários de construção a serem adotados é de obrigatoriedade dos sindicatos estaduais da indústria da construção civil. Segue amostra da tabela do custo da construção no Estado de São Paulo, divulgada no ano de 2012 pelo Sinduscon-SP até o mês de julho de 2012 referente ao padrão PIS. Quadro 1: Custo da Construção no Estado de São Paulo – 2012 Fonte: Adaptado de Sinduscon-SP, 2012 Sua variação (%) demonstra o aumento referente ao mês anterior, por exemplo, o mês de julho R$ 691,95 obteve aumento de 0,50% com relação ao mês de junho R$688,51. As siglas utilizadas para o projeto padrão discriminadas pelo Sinduscon- SP é demonstrada conforme o quadro abaixo: Quadro 2: Siglas para projeto-padrão Fonte: Adaptado de Sinduscon-SP, 2012 Custo da construção no Estado de São Paulo - 2012 - padrão PIS Mês R$/m² Variação % Global Mão de obra Material Adm Global Mão de obra Material Adm Jan 654,90 316,37 325,79 12,74 0,11% 0,06% 0,15% 0,00% Fev 656,61 317,64 326,23 12,74 0,26% 0,40% 0,14% 0,00% Mar 659,04 318,81 327,47 12,76 0,37% 0,37% 0,38% 0,16% Abr 659,62 318,81 328,05 12,76 0,09% 0,00% 0,18% 0,00% Mai 678,12 335,35 329,57 13,20 2,80% 5,19% 0,46% 3,45% Jun 688,51 344,81 329,98 13,72 1,53% 2,82% 0,12% 3,94% Jul 691,95 346,66 331,57 13,72 0,50% 0,54% 0,48% 0,00% RPQ1: Residência Popular PIS: Projeto de Interesse Social R-8: Residência Multifamiliar GI: Galpão Industrial R-16: Residência Multifamiliar CSL-8: Comercial Salas e Lojas R-1: Residência Unifamiliar CSL-16: Comercial Salas e Lojas PP-4: Prédio Popular CAL-8: Comercial Andares Livres 34 Torna-se fácil estimar o custo de construção de um imóvel consultando a tabela correspondente ao padrão e multiplicá-la pela área construída. (MATTOS, 2006) Logo: Custo Total = Área de Construção x CUB A estimativa de custo é citada por Tisaka (2011) da seguinte forma: Avaliação de custo da obra obtida através do exame de dados preliminares de uma ideia de projeto em relação à área a ser construída, com a aplicação de um valor médio por m², para determinadas opções de estrutura de acabamento, publicadas em revistas especializadas, ou outras formas de avaliação sintética baseadas nas experiências de outras obras similares. (TISAKA, 2011, p. 69) 2.6.2 Orçamento preliminar Segundo Sampaio (1989), o orçamento preliminar corresponde à avaliação de custo obtida através de levantamento e estimativa de quantidades de materiais e de serviços e pesquisa de preços médios, efetuada na etapa do anteprojeto. O Instituto de Engenharia (2011) reafirma que o orçamento preliminar corresponde à avaliação de custo obtido através de exames de dados preliminares de uma ideia de projeto em relação à área a ser construída, quantidade de materiais e serviços envolvidos e preços médios. Para Mattos (2006), este tipo de orçamento é mais detalhado do que a estimativa de custos, onde pressupõe o levantamento de quantidade e requer a pesquisa de preço dos principais insumos e serviços. No orçamento preliminar, trabalha-se com uma quantidade maior de indicadores, que representam um aprimoramento da estimativa inicial. Os indicadores servem para gerar pacotes de trabalho menores, de maior facilidade de orçamentação e análise de sensibilidade de preços. (MATTOS, 2006, p. 39) Tisaka (2011) esclarece que o orçamento preliminar, para não ser apenas custo, deve incluir o Benefício e Despesas Indiretas (BDI) que caracteriza a margem adicionada para determinar o valor do orçamento. 35 2.6.3 Orçamento analítico ou detalhado Compreende a avaliação do custo através da composição de custos unitários, com nível de precisão adequado obtido através do levantamento de quantidades, materiais, serviços e equipamentos, realizado na etapa de projeto. De acordo com o Instituto de Engenharia (2011), o orçamento analítico ou detalhado, inclui todos os custos diretos, despesas indiretas, tributos e o lucro do construtor. Valentini (2009) define orçamento analítico como detalhamento de todas as etapas do empreendimento, resultando na confiabilidade do preço apresentado, considerando todos os recursos e variáveis mensurados por custo direto, custos indiretos acrescidos de BDI, formando, assim, o preço de venda. Segundo Cordeiro (2007), na análise de interpretação do projeto, é indispensável extrair os dados necessários para compor o projeto, como instalações, estrutura, fundações e outros dados que discriminam os itens e subitens relacionados aos serviços que compõem o orçamento obtendo uma relação completa de informações. 2.6.4 Orçamento sintético ou resumido Compreende o resumo do orçamento analítico expresso através das etapas com valores parciais ou grupos de serviços a serem realizados, com seus respectivos totais e o preço do orçamento da obra, conforme descreve Tisaka (2011). 2.7 Cotação de preço Consiste na coleta de preços de mercado para os diversos insumos da obra. Mattos (2006) esclarece que a cotação de preço dos materiais é uma tarefa que requer cuidado, devendo considerar algumas particularidades e comparar as cotações entre os fornecedores. 36 O orçamento deve ser capaz de refletir a realidade e conduzir a um preço justo, onde, de acordo com Mattos (2006) no processo de compra existem aspectos que influenciam no preço de aquisição do material, como: a) especificações técnicas – descreve a qualidade do material; b) unidade e embalagem – tipo de embalagem em que o material vem acondicionado; c) quantidade – analisar a disponibilidade que o fornecedor possui; d) prazo de entrega – período compreendido entre o pedido e a entrega do material; e) condições de pagamento – programar desembolso, se à vista ou a prazo, com ou sem entrada, com ou sem desconto; f) validade de proposta – verificar se o início da obra, ou a época provável de compra são atendidos pelo prazo da proposta; g) local e condições de entrega – se na obra, na fábrica ou depósito; h) despesas complementares – caso o vendedor não se comprometer a entregar a mercadoria. Outro fator importante de avaliação da cotação de preço é a comparação obtida entre dois ou mais fornecedores, analisando nem sempre o menor preço, mas sim o melhor preço, verificando os aspectos acima mencionados, conforme Mattos (2006). A importância de obter os preços dos produtos é fundamental para auxiliar na lucratividade da empresa, sendo este relacionado com as compras mais representativas adequadamente controladas. Para o setor de compras, dois principais objetivos relacionados na cotação de preço são: as compras de materiais ou insumos mais baratos obedecendo ao padrão de qualidade e a negociação das melhores condições de pagamento. 2.8 Tabela de composição de preços para orçamento A Tabela de Composição de Preços para Orçamento (TCPO) norteia o orçamento de construção, planejamento e controle de obras. De acordo com Tisaka (2011) é na TCPO que se encontram os parâmetros de quantitativos, produtividade e de consumo necessárias para a composição dos principais serviços utilizados na construção civil. 37 Para Tognetti (2011), para compreender o orçamento em construção é necessário entender o conceito de insumos e composições. Os insumos são considerados parte integrante dos materiais, mão de obra e equipamentos, considerando a hora do pedreiro, o tijolo, o quilo do cimento, o dia da máquina de terraplenagem, a hora do servente. Já a composição refere-se à combinação dos insumos para realização do empreendimento. Para melhor entendimento, segue exemplo prático do orçamento de uma parede de blocos de concreto 14x19x19 cm, com 5 metros de comprimento e 3 metros de altura, correspondente a 15 m². Quadro 3: Composição de preço para orçamento Insumos Consumo (C) Unidade Preço (P) Subtotal (CxP) Pedreiro 0,92 H R$ 4,65 R$ 4,28 Servente 1,10 H R$ 3,81 R$ 4,19 Areia 0,023 m² R$ 79,20 R$ 1,82 Cal Hidratada 4,14 Kg R$ 0,34 R$ 1,41 Cimento 3,24 Kg R$ 0,37 R$ 1,20 Bloco de concreto 14x19x19 cm 13 Um R$ 1,92 R$ 24,96 Leis Sociais 120% R$ 10,16 Benefícios e Despesas Indiretas 20% R$ 12,00 TOTAL (por m²) R$ 60,02 Parede com 15m² (3x5m) R$ 900,37 Fonte: Tognetti, 2011. Além da TCPO, de acordo com Tognetti (2011), existem outras fontes de tabela para orçamentos disponibilizados por órgãos governamentais, como da Fundação para oDesenvolvimento da Educação (FDE) e o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) disponibilizado pela Caixa Econômica Federal, que fornecem os preços dos insumos sem a composição, porém auxiliam na ideia da grandeza dos custos dos serviços. 38 Quadro 4: Fontes de composições para orçamentos Fonte: Adaptado de Tognetti (2011) Cardoso (2009) menciona que a composição de preço demonstra as necessidades na realização de serviços no que diz respeito a todos os itens envolvidos na execução da obra, como quantidade de materiais, mão de obra, encargos sociais e equipamentos, caso necessário. A TCPO deve ser utilizada como referência inicial, de acordo com Cardoso (2009), de modo que o orçamentista possa comparar alguns índices de produtividade com os seus próprios levantamentos. 2.9 Curva ABC A curva por Atividade Baseada em Custo (ABC), de acordo com Valentini (2009), consiste no método de classificação dos insumos ou serviços que possui maior destaque financeiro no empreendimento. Cardoso (2009) ressalva que a curva ABC é uma informação gerencial importante para o planejamento e controle de custo do empreendimento. “A análise baseada nas curvas ABC permite verificar de imediato os itens críticos do orçamento: os insumos e os serviços que pesam mais.” (CORDEIRO, 2007, p. 54) Segundo Mattos (2006), a Curva ABC auxilia o orçamentista a mensurar os principais insumos, orientando a prioridade de cotação de preços, definindo as negociações mais criteriosas. Editora Pini possui a composição de custos de vários serviços da construção. Possui a composição dos principais serviços de obras e reforma e construção de escolas. SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisas de Custo e Índices da Construção Civil - Caixa 39 A B C Insumos P e rc e n tu al d e cu st o a cu m u la d o A Curva ABC é uma ferramenta que o orçamentista não pode deixar de gerar ao final do processo de orçamentação. Ela traz benefícios para o próprio orçamentista e também para o engenheiro que vai gerenciar a obra. A curva ABC aponta os itens que mais pesam na obra. É justamente nesses itens que o gerente da obra deve se concentrar para melhorar o resultado de sua obra. (MATTOS, 2006, p. 176) Mattos (2006) afirma que o nome Curva é originário da representatividade do gráfico e discrimina as características da Curva ABC, como: Figura 10: Curva ABC Fonte: Mattos, 2006, p. 175 Ainda de acordo com Mattos (2006), a Curva ABC demonstra os insumos, desde os mais representativos (Faixa A e B) até os menos significantes (Faixa C). Os principais insumos em termos de custos são expressas nas faixas A e B, o que exige do orçamentista uma cotação rigorosa para adquirir produtos com preços favoráveis. A faixa C demonstra os insumos com custos baixos, porém não exime o orçamentista de cotar o preço dos 40 mesmos. A Curva ABC é uma ferramenta essencial para auxiliar as prioridades de cotação para o orçamento. 2.10 Etapas do orçamento Para a elaboração do orçamento é necessário obter informações que expressem os custos para a realização do empreendimento, com o objetivo de absorver informações exatas com relação aos valores que serão estabelecidos. Segundo Mattos (2006), o orçamento engloba três etapas de trabalho, como: estudo das condicionantes, composição de custos e determinação do preço. Figura 11: Etapas do orçamento Fonte: Adaptado de Mattos, 2006. ESTUDO DAS CONDICIONANTES Leitura e interpretação do projeto Leitura e interpretação do edital Visita Técnica Identificação dos Serviços. Levantamento de Quantitativo. Lucro Custo direto Encargos Cotação de Preço Composição de Custo Custo indireto Cotação de Preço Encargos FECHAMENTO DO ORÇAMENTO COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS PPllaanniillhhaa ddee PPrreeççoo.. Preço de venda/BDI 41 2.10.1 Estudo das condicionantes É o estudo das condicionantes quem norteia o orçamentista conforme afirma Mattos (2006), auxiliando na identificação das condições da obra através da leitura e interpretação do projeto composto por: a) plantas baixas; b) cortes; c) vistas – fachadas, perfis; d) perspectivas – isométricas, cavaleiras; e) notas esclarecedoras; f) detalhes – em escala que permita melhor observação; g) diagramas – croquis; h) gráficos – perfis de sondagem, curvas cota-volume; i) tabelas – de elementos topográficos, curvas granulométricas; j) quadros – de ferragem, de cabos. Além da interpretação do projeto, o orçamentista necessita avaliar as especificações técnicas que, segundo Mattos (2006), são documentos de texto de natureza mais qualitativa do que quantitativa, como: a) descrição qualitativa dos materiais; b) padrão de acabamento; c) tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais e tubulações; d) critério de aceitação de materiais; e) tipo de quantidade de ensaios a serem feitos; f) grau de compactação exigido para aterro; g) interferências com tubulações enterradas. Após a compreensão do projeto, o orçamentista avalia o edital através de leitura de modo a interpretar as regras do projeto para a elaboração do orçamento. Mattos (2006) esclarece que o edital é o documento que rege as licitações no caso de a obra ser objeto de uma concorrência. O edital informa as condições necessárias para a elaboração do orçamento, como: a) prazo da obra; b) penalidade por atraso no cumprimento do prazo; c) critérios de medição, pagamento e reajustamento; 42 d) regime de preço; e) limitação de horários de trabalho; f) critérios de participação na licitação; g) documentação requerida para habilitação; h) seguros exigidos. A visita técnica no local da obra é um item indispensável para complementar o estudo das condicionantes, sendo possível efetuar o levantamento de dados importantes para o orçamento, avaliar o estado das vias de acesso e disponibilidades de itens necessários para à realização do empreendimento na região. 2.10.2 Composição dos custos A composição de custos são peças básicas na elaboração do orçamento. Segundo Cordeiro (2007), esta composição de custo exige o conhecimento dos materiais, mão de obra, encargos sociais e o BDI. A composição de custo compreende em primeiro plano a identificação dos serviços integrantes da obra. Cada serviço identificado precisa ser quantificado. De acordo com Mattos (2006) este levantamento de quantitativo é a principal tarefa do orçamentista. Os custos diretos, segundo Valentini (2009), é o somatório de todos os custos provenientes dos insumos necessários à realização das atividades de execução do empreendimento, como: mão de obra, materiais e equipamentos. Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos serviços de campo, mas que são requeridos para que tais serviços sejam realizados, como a equipe técnica, de suporte e identificação de despesas gerais da obra, conforme Mattos (2006). De acordo com Tisaka (2011) a soma dos custos unitários dos serviços necessários para a construção, mais os custos de infraestrutura para a realização do empreendimento, são os fatores que constituem os custos diretos e os custos indiretos. E quando os custos recebem o acréscimo de BDI denomina-se o preço de venda. Assim, a composição de custo, auxilia e contribui para análise da lucratividade sobre o empreendimento, assim como estabelece o preço de 43 venda e o BDI aplicado uniformemente sobre todos os serviços a fim de garantir o retorno do investimento. 2.10.2.1 Encargos sociais e trabalhistas SegundoMattos (2006), os encargos sociais e trabalhistas são definidos pelo percentual a ser aplicado na mão de obra. Envolve impostos que incidem sobre a hora trabalhada e os benefícios que tem direito os trabalhadores e que são pagos pelo empregador. Este mesmo autor afirma que os encargos em sentido estrito são os mais utilizados pelos orçamentistas, baseia-se nos encargos sociais, trabalhistas e indenizatórios previstos em lei e ao qual o empregador está obrigado a arcar. 2.10.2.2 Composição e cálculo do BDI O cálculo do BDI é definido pela própria empresa, efetuando a relação entre as despesas operacionais e o faturamento alcançado. O cálculo do BDI de acordo com a TCPO é realizado após a apuração dos custos diretos. Segundo o Instituto de Engenharia (2011), o BDI refere-se à taxa adicionada ao custo direto de uma obra ou serviço. Quando a empresa estabelece a taxa de BDI a cada um dos componentes, deve justificar a origem das mesmas e analisar a qualificação e quantificação de estrutura mínima das empresas que participam de uma licitação. Enquanto o Custo Direto representa todos os valores constantes da planilha, o BDI é a margem que se adiciona ao Custo Direto para determinar o valor do orçamento, conforme descreve Tisaka (2011). Uma vez que compreendidos os materiais, é necessário trabalhar os custos que envolvem a mão de obra representada pelo salário dos trabalhadores, acrescidos dos encargos sociais, onde a remuneração ocorre por horas trabalhadas. Ainda, conforme Tisaka (2011), é preciso calcular as despesas de alimentação, transporte e equipamento de proteção individual (EPI) e as ferramentas de uso pessoal. Tisaka (2006) representa, figurativamente, o BDI da seguinte maneira: 44 PV = CD x 1 + ou PV = CD (1+b) Onde: PV = Preço de Venda ou Orçamento CD = Custo Direto BDI = Benefício e Despesa Indireta expresso em percentual b = Benefício e Despesa Indireta expresso em número decimal “Em termos práticos, o BDI é o percentual que deve ser aplicado sobre o custo direto dos itens da planilha da obra para chegar ao preço de venda.” (MATTOS, 2006, p. 235) 2.10.3 Fechamento do orçamento O fechamento do orçamento é estabelecido com a definição do lucro baseado no levantamento dos custos do empreendimento. Cardoso (2009) esclarece que o orçamento é um documento que necessita de absoluta credibilidade, para que as informações produzidas em decorrência, como o controle de custo da obra possa funcionar como ferramentas seguras para tomada de decisão. O fechamento do orçamento é demonstrado em planilha que formaliza a discriminação de cada item do empreendimento, preço unitário de material, preço unitário de mão de obra, preço total dos materiais e mão de obra, incluindo os custos diretos, custos indiretos, preço de venda e BDI. Para Mattos (2006), no fechamento do orçamento o construtor define a lucratividade que deseja obter na obra, considerando os fatores de concorrência e risco do empreendimento. 2.11 Planilha orçamentária A planilha orçamentária é o documento que reúne todos os serviços de forma discriminada correspondente aos custos diretos especificados nos projetos, suas unidades de medições, quantidades e seus respectivos preços unitários e totais. BDI (%) 100 45 Proporciona a apropriação de todos os custos facilitando sua análise e aprovação pelos cálculos do orçamento que a planilha disponibiliza. Segundo Cardoso (2009), é importante que a planilha do orçamento compreenda as composições de custos dos serviços que a compõe, demonstrando correta e integralmente todas as atividades da construção, de modo a listar todos os materiais que serão aplicados no empreendimento. De acordo com Tisaka (2011), uma vez apresentada a proposta para concorrer em certame licitatório, de acordo com a Lei nº 8.666/93, não poderá haver arrependimento, sendo essencial estudar e analisar profundamente os custos diretos e indiretos e despesas indiretas envolvidas, uma vez que o princípio fundamental que rege a Lei de Licitações é o menor preço, não se permitindo negociações após a abertura das propostas. 2.12 Memorial descritivo O memorial descritivo conforme ressalva Xavier (2008), corresponde à execução do empreendimento de forma manuscrita detalhando as etapas a serem realizadas na obra de maneira a explicitar o modo de utilização dos materiais e as especificações técnicas que deverão ser abordadas. Segue a ordem da planilha orçamentária referente aos serviços e atividades, tendo por objetivo estabelecer o diário de obra, evitando erros durante o processo de execução do empreendimento, detalhando desde a demolição, limpeza do terreno, até a pintura e revestimentos. Segundo Tisaka (2011), o memorial descritivo é a descrição detalhada do objeto projetado na forma escrita, apresentando soluções técnicas adotadas e as justificativas que são necessárias ao pleno entendimento do projeto. 2.13 Cronograma O cronograma, de acordo com Almeida (2003), é importante para garantir que as ações estabelecidas sejam realizadas, de modo a cumprir as metas da execução de cada serviço. O cronograma demonstra as etapas de execução da obra e a estimativa de prazo a contar do início estabelecido através da ordem de serviço até a conclusão e entrega definitiva da obra. 46 Para que os períodos estabelecidos no cronograma sejam cumpridos, é importante planejar os objetivos a serem alcançados para obter um resultado satisfatório dentro do prazo. Segundo Mattos (2010), o cronograma é um instrumento do planejamento no dia a dia da obra, tornando-se como base para tomada de decisões do gerente e sua equipe, como: programar as atividades das equipes de campo, instruir equipes, fazer pedidos de compra, alugar equipamento, recrutar operários, aferir o progresso das atividades, monitorarem atrasos ou adiantamento das atividades, replanejar obras, pautar reuniões, entre outras decisões. Tisaka (2011) cita o cronograma físico da seguinte forma: Representação gráfica do desenvolvimento dos serviços a serem executados ao longo do tempo de duração da obra, demonstrando em cada período o percentual físico a ser executado e o respectivo valor financeiro envolvido. (TISAKA, 2011, p. 53) O cronograma descreve detalhes profundos e cuidadosos sobre as atividades a serem executadas durante o período determinado. 47 CAPÍTULO III LEI DAS LICITAÇÕES LEI FEDERAL Nº 8.666 DE 21 DE JUNHO DE 1993 3 LICITAÇÃO 3.1 Conceito de licitação Licitação de acordo com Mattos (2006), é o procedimento utilizado pelo governo federal, estadual e municipal, para realizar compra de bens e serviços ou venda de bens que não são mais utilizados pelos mesmos. São poucas as situações que não se exige licitação, como por exemplo, no caso de calamidade pública. Toda entidade que possua recursos públicos está vinculada ao processo licitatório. A licitação é a regra padrão para qualquer aquisição ou venda por parte do Poder Público. Segundo a Constituição Federal, obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes. (MATTOS, 2006, p. 264). Para o TCU (2010), licitação é a regra utilizada para a compra de bens ou contratação de obras e serviços pela Administração Pública. Ocorre por meio de convocação através da divulgação das condições estabelecidas, onde empresas interessadas apresentam suas propostas para disponibilizar seus bens e serviços. A convocação é realizada por meio de edital ou convite, garantindo a importância do princípio constitucional da isonomia com o objetivo de selecionar a melhor proposta, assegurando oportunidade a todos os interessados. A Lei Federal nº