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Análise dos livros História da Cidade e Clássico Anticlássico

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI - FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO: ANTIGUIDADE AO SÉC. XVIII
Análise descritiva de capítulos dos livros: História da Cidade (Leonardo Benevolo) e Clássico Anticlássico (Giulio Carlo Argan)
Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, SP
RESUMO
	Neste estudo, iremos analisar o processo de desenvolvimento das cidades do Renascimento e da colonização européia, como foram suas aplicações no mundo e os fatores urbanísticos que levaram a essas transformações.
PALAVRAS-CHAVE: cidade; urbanização; Renascimento.
1. INTRODUÇÃO 
	O Renascimento foi um importante movimento artístico, cultural e científico que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações, iremos analisar e descrever como o movimento, no quesito urbano, foi aplicado na Europa e durante a colonização da América, pelos espanhóis e portugueses. Para isso, utilizaremos o método de pesquisa descritiva com a finalidade de analisar a forma de desenvolvimento das cidades, através de um estudo partindo de uma revisão bibliográfica que trata de assuntos urbanísticos do Renascimento. 
2. HISTÓRIA DA CIDADE
O capítulo “A colonização europeia no mundo”, do livro História da Cidade de Leonardo Benevolo, trata de como foram os processos da colonização europeia (Espanha e Portugal) e as formas de se urbanizar e construir novas cidades baseadas em seus princípios.
No início do Renascimento, ocorreu a expansão mundial da civilização, onde as realizações urbanísticas se tornaram mais importantes, e apesar de as construções realizadas na Idade Média bastarem para a sociedade, algumas foram modificadas. No resto do mundo, os europeus encontraram um vasto espaço para urbanizar e colonizar, porém os valores qualitativos das aplicações dos modelos culturais a serem desenvolvidos acabaram se perdendo em meio aos conflitos e não conseguiram se expandir. 
Nas cidades e bairros mais ricos, como Sampierdarena, os novos modelos chegaram, mas não foram fortalecidos por conta do sistema mercantil e tecnológico. No século XVI, Espanha e Portugal eram responsáveis pelas explorações marítimas, onde as mesmas foram divididas em zonas pelo Papa Alexandre VI e reservadas para colonização. 
Com essa divisão, os portugueses encontraram territórios pobres, e nos mais populosos instalaram bases navais para auxiliar no controle do comércio marítimo. Já os espanhóis, encontraram terras ricas e mais desenvolvidas, mas ainda assim não eram capazes de resistir ao confronto com os europeus, portanto, foram adequadas à colonização. Sendo assim, os espanhóis transformaram as cidades indígenas conforme as suas necessidades, e na América Central obrigaram todos a se instalarem em habitações mais compactas, já que haviam destruído seus conjuntos habitacionais originais. 
A cidade de Machu Picchu, por exemplo, foi abandonada pelos indígenas e ficou desconhecida até ser encontrada por um arqueólogo (BENEVOLO, 1980). Com isso, as novas cidades passaram a ter um modelo uniforme, com quarteirões iguais, ruas retilíneas, e nos centros, quando possível, se aplicava uma praça, que possuía os edifícios mais importantes, como as igrejas, que, no México, teve um papel muito grande na catequização dos indígenas. 	A primeira lei urbanística da idade moderna, segundo Felipe II em 1573, designou que a igreja deveria possuir um grande pátio e uma “capela aberta” para missas ao ar livre. Também designou que ela deve estar posicionada fora do perímetro da praça, de modo que se destaque sozinha e assim seja contemplada e embelezada. Todas as regras aplicadas nesta lei derivam-se das cidades fundadas entre o século XIII e XIV, seguindo formas regulares e geométricas, e as cidades americanas, por exemplo, possuíam desenhos grandiosos, com edifícios baixos, na maioria das vezes com um andar, e sempre com praças centrais (figura 1). Algumas dessas cidades ainda possuem vestígios da colonização até os dias de hoje, como Mérida, na Venezuela.
Figura 1: Modelo de cidade com quadras ortogonais e praça central
As cidades também deveriam possuir a liberdade de se expandir, e esse modelo dos espanhóis começou a ser aplicado também pelos franceses e ingleses, na colonização da América Setentrional. Thomas Jefferson, em 1785, criou uma malha urbanística que iria direcionar a colonização de novos espaços, e assim, se estabeleceu um padrão geométrico que formou toda a paisagem urbana dos territórios. 
CLÁSSICO ANTICLÁSSICO
O capítulo “A cidade do Renascimento” do livro Classico Anticlássico de Giulio Carlo Argan, relata a História das ideias urbanísticas, onde o Renascimento era entendido como um movimento cultural baseado na revalorização do pensamento e da arte da antiguidade clássica, e para Lewis Mumford, a cidade do Renascimento não existe. Do século XIII a XIV, a cidade europeia era sede de uma ativa comunidade burguesa, de artesãos e mercadores. Havia um agregado denso de habitações e oficinas artesãs, dispostas ao redor de áreas de interesse comum (catedral e palácio municipal), levando em consideração conceitos medievais. As ruas eram estreitas e os bairros se diferenciavam pela especialidade de produção. As casas de família do poder eram pontos focais na paisagem. 
No fim do século XIV há uma setorização dos espaços, observa-se a distinção das ruas principais, secundárias e crescimento das edificações de caráter representativo, e ocorreu a transformação do organismo socioeconômico para político.
A divisão da burguesia torna as artes distintas, entre arte liberal (atividade com princípios filosóficos com conhecimento histórico) e arte mecânica (atividade manual com conhecimento operacional). Separa-se a classe de projetistas e executantes, tornando possível imaginar e projetar uma cidade inteira.
Entre os artistas das cidades, os mais próximos do poder são os arquitetos. Usavam como fundamento o pensamento humanista, onde Deus é o fim do poder e do saber humano, e através desse conceito, envolvendo cultura e urbanismo, é que está embasada a concepção humana da cidade. A primeira fonte de tratados na arquitetura foi o tratado de Vitruvio (utilitas, firmitas e venustas), e com o passar do tempo os conceitos foram evoluindo, adquirindo novas formas, índices, entre outros. 
Dentro dos fatores culturais, a forma arquitetônica era representada através de valores ideológicos, e enquanto a fortificação das cidades medievais era totalmente defensiva, as do Renascimento eram defensivas e agressivas. As torres das cidades acabaram sendo retiradas por se tornarem alvo fácil durante as batalhas militares, e as massas mais relevantes são fortificadas. Os fatores históricos são mais complexos, onde os italianos do século XV diziam que a cidade era suprema, e o modelo ideal de cidade era a cidade política. Batistérios, catedrais e cemitérios começaram a ser construídos representando o nascimento, a vida e a morte, respectivamente. 
As cúpulas começaram a ser construídas, promovidas por Brunelleschi e se tornaram um marco da paisagem em relação com as edificações religiosas, tornando-as mais próximas do céu e transmitindo ideia de grandiosidade. A cidade no século XV já havia uma grande evolução de patrimônios culturais, e os edifícios monumentais passaram a se adaptar aos espaços vazios, ruas e praças. 
Além de Michelangelo, Rosellino, Albert, Domenico Fontana, entre outros, Bruno Zevi. é citado e faz uma abordagem analítica de como eram direcionados os pensamentos dos arquitetos para execução de palácios e afins, e conclui que o arquiteto Rosetti além de seguir as intenções do príncipe para seu grande projeto, tentava relacionar a edificação com o meio urbano e as possibilidades de seu desenvolvimento. 
Roma se tornou uma cidade histórica por excelência, e nela se desenvolviam atividades mais práticas e modernas, com novas intervenções para mudanças nas praças e ruas. A cidade se tornou uma figura imponente do século XVII, possuindo praças e ruas mais largas, facilitando a comunicação e distribuindoo tráfego, fachadas com longas janelas iguais, e começou-se a concepção de diretrizes urbanas. 
A ideia de valor da cidade no Renascimento, influencia os aglomerados urbanos, causando o surgimento de novas cidades, como Livorno. A concepção urbanística ultrapassa a ideia de cidade ideal e se torna real transformando as cidades antigas, se baseando na experiência e história da comunidade. Portanto, o Renascimento constituiu um fundamento social, político e artístico que se tornou representativo para as cidades e auxiliou no crescimento das grandes potências da Europa.
3. CONSIDERAÇÕES 
Ambas obras tratam de como foram as evoluções urbanísticas durante o período do Renascimento, e como foram concebidas se tratando de desenvolvimento histórico, cultural, social e político. Entretanto, no História da Cidade esse processo é descrito em como a ideia de cidade foi levada pelos espanhóis e portugueses para a América durante as colonizações, enquanto no Clássico Anticlássico esse desenvolvimento é relatado dentro da própria Europa (principalmente da Itália) e em como trabalharam em seus conceitos para desenvolvimento das cidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARGAN, Giulio Carlo. A cidade do Renascimento. In: ______. Clássico anticlássico: o Renascimento de Brunelleschi a Bruegel. Trad. Lorenzo Mammi. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 55-80.
BENEVOLO, Leonardo. A Colonização Europeia no Mundo. In: ______. História da Cidade. Trad. Silvia Mazza. São Paulo: Perspectiva, 2009, p. 469-502.
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