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Servico Social e Conselhos Gestores de Politicas Publicas
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos 
Tema 01
Participação: seu significado e definições
Tema 01
Participação: seu significado e definições
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos
Como citar esse documento:
SANTOS, Laura Marcia Rosa dos. Serviço Social e Conselhos gestores de Políticas Públicas: Participação: seu significado e definições. Caderno de 
Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. 
Índice
© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
Pág. 12
Pág. 14 Pág. 15
Pág. 13
Pág. 10Pág. 9
ACOMPANHENAWEB
Pág. 3
CONVITEÀLEITURA
Pág. 3
PORDENTRODOTEMA
3
Participação: seu significado e definições
Para iniciar essa temática, deve-se compreender inicialmente o que vem a ser participação, o que pode nos levar 
a ter um olhar ampliado para a história. Nessa perspectiva de ver os conceitos de participação por meio da história, 
observa-se que o “universo da participação é muito mais antigo que a própria formulação do conceito” (GOHN, 2011, p. 
16). Essa palavra permeia toda ação na sociedade, pois independente do local que você se encontra, ou seja, no campo 
social, político, cultural, educacional entre outros, ela está sempre presente, criando e fornecendo meios e subsídios 
para a democratização da sociedade como um todo.
Entretanto, Gohn (2011) afirma que há três sentidos básicos atribuídos à participação: o conceptual – que apresenta “alto grau 
de ambiguidade e varia segundo o paradigma teórico em que se fundamenta”; o político – que é “associado a processos de 
democratização”, mas que também “pode ser utilizado como um discurso mistificador em busca da mera integração social de 
indivíduos”; e o da prática social – que está relacionado ao processo social propriamente dito, ou seja, as “ações concretas 
engendradas nas lutas, movimentos e organizações para realizar algum intento” (GOHN, 2011, p. 16 -17). 
Neste tema você vai ficar por dentro dos principais estudos no que diz respeito à participação, seus diferentes 
conceitos e significados e as teorias nas quais se inserem. Você deve estar curioso para saber como este assunto está 
presente nas práticas cotidianas da sociedade civil. Vale destacar que muito se tem falado dessa questão nos sindicatos, 
movimentos, organizações e no discurso e práticas políticas, porém, em cada um desses contextos, o significado e o 
sentido da palavra ganha acepções distintas. Uma das definições mais intrigantes desse termo corresponde à participação 
política, que tem relação com o dever do indivíduo de participar da vida social, uma vez que esse processo contribui para 
se exercer influência sobre as decisões de interesse comum, como também devemos observar que há pessoas que não 
exercitam plenamente seu direito de participação política.
CONVITEÀLEITURA
PORDENTRODOTEMA
4
A participação pode ser compreendida de diversas formas. Ao analisar os paradigmas analíticos sobre o termo, é 
possível citar a concepção liberal que busca, de acordo com Gonh (2011, p. 17), a “constituição de uma ordem social 
que assegure a liberdade individual”. É neste contexto que ela objetiva o fortalecimento da sociedade civil para evitar as 
ingerências do Estado, com o intuito de “reformar a estrutura da democracia representativa e melhorar a qualidade da 
democracia nos marcos das relações capitalistas” (GOHN, 2011, p. 18). Cabe destacar que, neste ponto de vista, ela 
se baseia no princípio de que todos os membros da sociedade são iguais.
Na concepção comunitária, a participação concebe o fortalecimento da sociedade civil em termos de integração, na qual 
os “grupos organizados devem participar no interior dos aparelhos de poder estatal de forma que as esferas do público e 
do privado possam se fundir” (GOHN, 2011, p. 19) e, neste contexto, surge o tema dos conselhos que criam dispositivos 
para a construção das políticas públicas.
Observe que essa discussão coloca em evidência a soberania popular, que é o princípio regulador da forma democrática, 
na qual a “participação é concebida como um fenômeno que se desenvolve tanto na sociedade civil [...] quanto no plano 
institucional” (GOHN, 2011, p. 20), o que demarca posições entre a sociedade civil e o sistema político.
Já na forma revolucionária, a participação estrutura-se nos coletivos organizados para lutar contra as relações de 
dominação e pela divisão do poder político (GOHN, 2011). Porém, na concepção democrático-radical, ela objetiva 
“fortalecer a sociedade civil para a construção de caminhos que apontem para uma nova realidade social, sem injustiça, 
exclusões, desigualdades, discriminações” (GOHN, 2011, p. 21). Observe que nessa concepção o que está evidenciado 
é o pluralismo, o coletivo, a participação popular na qual os indivíduos são considerados cidadãos. 
Pensando ainda nas diversas concepções que a palavra participação pode assumir, fique atento ao enfoque das teorias 
sociopolíticas, pois neste universo “a participação dos indivíduos na sociedade civil ou política tornou-se parte do 
vocabulário e da agenda das nações ocidentais, a partir dos anos 1960” (GOHN, 2011, p. 23). Porém, recentemente, tal 
concepção perdeu sua importância “junto aos teóricos contemporâneos da política e da sociologia política, em relação 
ao papel que lhe foi atribuído pelos clássicos”.
Gohn (2011, p. 27) afirma que a vontade é a base da organização social e política, de acordo com os pressupostos de 
Rousseau. No entanto, numa abordagem marxista, a participação está ligada aos “processos de lutas sociais voltadas 
para a transformação das condições existentes na realidade social”.
Na área da ciência política, Gohn destaca Pizzorno (1971, p. 21), que afirma que “a participação política é uma ação 
em solidariedade para com o outro, no âmbito de um estado ou de uma classe, em vista a conservar ou modificar a 
PORDENTRODOTEMA
5
estrutura do sistema de interesses dominante”. Neste caso, a participação está relacionada aos indivíduos envolvidos 
nas tomadas de decisão, mas também tem a ver com o voto, que é a forma mais valorizada nas democracias no que se 
refere à participação política.
Na área das ciências sociais, o tema da participação retoma a perspectiva da participação da sociedade civil, pois ela 
é tão antiga quanto a própria democracia (Gohn, 2011). Na atualidade, a sociologia associa a palavra participação à 
categoria exclusão social ou ainda a considera um fator de integração.
Diante dessas definições das teorias da participação, é indispensável abordarmos a temática pensando na participação 
política, pois, de acordo com Dallari (2004), todo indivíduo deve partir da vida social e exercer influência nas decisões 
de interesse comum, uma vez que:
[...] a participação não depende de se desejar ou não, pois mesmo aqueles que não tomam qualquer atitude 
são utilizados pelos grupos mais ativos, visto que o silêncio e a passividade são interpretados como sinais de 
concordância com as decisões do grupo dominante”. (Dallari, 20004, p. 34)
Mas, por mais que essa afirmação seja contundente, não se pode afirmar que a passividade provocaria ou seria o 
dispositivo para momentos de crises e conflitos na sociedade. Uma vez que o direito e o dever de participação política 
são duas faces da mesma realidade, vale destacar que nesse tipo de participação não cabe apenas o aspecto eleitoral, 
pelo fato de que existe outro meio de se configurar essa participação.
Como a participação pode assumir várias dimensões, abordar-se-á inicialmente a individual, na qual o indivíduo não fica 
indiferente e não desanima perante os obstáculos, pois a sua participação está associada ao plano da consciência, o que 
o leva a um compromisso de vida. Ou seja, “uma constante busca dos melhores caminhos, bem como o aproveitamento 
de todas as oportunidades para conscientizar os outros e para cobrar a participaçãode todos” (DALLARI, 2004, p. 44). 
Por outro lado, a participação coletiva se dá por meio da integração em qualquer grupo social, bastando um pequeno 
grupo de pessoas com objetivos definidos e dispostas a trabalharem continuamente em busca desses objetivos para 
que se tenha uma associação (DALLARI, 2004). 
Já a participação eventual e organizada possibilita que objetivos políticos sejam atingidos por meio de um trabalho 
organizado, o que tem a ver com a proposta de modificar a vida social; é um trabalho que irá encontrar “resistência dos 
interesses estabelecidos, dos acomodados ou daqueles que têm medo de toda transformação” (DALLARI, 2004, p. 47). 
PORDENTRODOTEMA
6
Agora, observe que a organização traz uma série de vantagens para qualquer trabalho em busca de mudança social, 
posto que a participação política pode ser eventual ou organizada, “sendo igualmente válidas essas duas formas, desde 
que exercidas com a consciência e a responsabilidade exigidas pelo bem comum” (DALLARI, 2004, p.50). 
Cabe nesse momento destacar que as mais eficientes formas de participação política estão associadas aos trabalhos 
de conscientização e organização. A conscientização consiste em dar uma contribuição para que as pessoas percebam 
“que nenhum ser humano vale mais ou menos que os demais e que todos podem e devem lutar constantemente pela 
conquista ou preservação da liberdade de pensar e de agir e pela igualdade de oportunidades e responsabilidade”. Pode 
ser exercida no plano individual, “nas relações diretas entre duas ou mais pessoas, como pode também ser exercido em 
maior amplitude, falando ou escrevendo à coletividade” (DALLARI, 2004, p. 51). Por sua vez, a organização consiste em 
colaborar “concretamente, fornecendo ideias ou meios materiais, para que grupos humanos conjuguem seus esforços 
visando objetivos comuns” (DALLARI, 2004, p. 53).
Sendo assim, na visão do serviço social segundo Souza (2008, p. 79), “a participação é processo existencial concreto, se 
produz na dinâmica da sociedade e se expressa na própria realidade cotidiana dos diversos segmentos da população”, 
na própria realidade social na qual se processa. Entretanto, muitas práticas e discursos intitulados de “participação não 
são mais que processos de dominação e, por conseguinte, processos de contraparticipação”.
A participação aparece como fenômeno capaz de estimular e suscitar a atenção e a ação das camadas populares na 
consecução das políticas e propostas de desenvolvimento econômico, e isso pode ocorrer basicamente na forma de 
uma ação pedagógica. Estimular a participação da população se traduz em ações do tipo:
Trabalhar os motivos individuais da população através de recursos psicossociais;
Trabalhar a realidade cultural da população através da introdução de novos valores e padrões de comportamento. 
(SOUZA, 2008, p. 80)
Mas também pode se perceber o processo equivocado de participação, quando a população demonstra a predisposição para:
Consentimento e aquisição de novas atitudes de aceitação para com os valores de modernidade da sociedade 
em detrimento dos próprios valores, preocupações e interesses;
Angústia e sentimento de culpa em virtude de expectativa de defasagem existente entre ela própria e o seu 
meio social;
Absorção de hábitos e costumes que o mercado de consumo vai criando, apesar de as condições sociais 
permanecerem as mesmas. (SOUZA, 2008, p. 81)
PORDENTRODOTEMA
7
Nesse sentido, pode-se dizer que a participação é uma linguagem presente em todas as classes sociais em que pese 
existirem interesses e preocupações contraditórias e antagônicas entre os membros da sociedade.
Destaca-se aqui que a participação é um processo social que existe independente da interferência provocada por um 
ou outro agente externo. De acordo com Souza (2008, p.81), ela é o “próprio processo de criação do homem ao pensar 
e agir sobre os desafios da natureza e sobre os desafios sociais, nos quais ele próprio está situado. Como tal, é um 
processo dinâmico e contraditório”, uma vez que ela não é uma questão da classe subalterna, mas é “uma questão a 
ser refletida e enfrentada por todos os grupos sociais que não chegam a penetrar as decisões que dizem respeito às 
suas condições básicas de existência”. Por esse ângulo, a participação, “longe de ser política de reprodução da ordem, 
é, sobretudo, questão social”.
Ela se torna questão social à medida que as próprias contradições sociais desafiam o homem como ser criador e este 
toma consciência da sua realidade social e assume posições de desafio e enfretamento (cf Souza, 2008). 
Quando o profissional pensa a participação como fenômeno dos demandatários da assistência social e se exclui dessa 
realidade, contribui para a reprodução do social, “vivenciando a problemática da participação, uma vez que muito pouco 
define e decide sobre as condições institucionais de sua própria prática”. Sendo assim, a participação não é só questão 
do destinatário da assistência, mas do conjunto dessa relação (cf Souza, 2008).
Analisando a participação por esse ângulo, entende-se que ela supõe a criação do homem para o enfrentamento dos 
desafios sociais. Esse processo de “criação e enfrentamento resulta em dada realidade de consumo ou usufruto de bens, 
assim como numa dada realidade de funções e decisões que concretizam fins sociais a serem alcançados” (SOUZA, 
2008, p.82).
Todo o pensar da participação envolve uma prática pedagógica que supõe o exército do poder, a organização social e o 
reforço desta organização. Alguns outros pressupostos podem ser pensados e avaliados como bases para esta prática:
O pensar coletivo a partir do cotidiano, isto é, do contexto de preocupações e interesses da população objeto da 
prática, é um meio de enfrentamento da questão da organização social e, como tal, da participação;
O pensar coletivo na análise e desvendamento do real que se encobre no cotidiano;
A ultrapassagem da mobilização e grupalização para o exercício consciente da organização;
A reciclagem dos modos de enfrentamento da realidade social supõe exercícios e estratégias renovadas de 
reflexão e ação que respondem às novas exigências e demandas do contexto social em contínua mudança. 
(SOUZA, 2008, p. 86)
PORDENTRODOTEMA
8
Desse modo, coloca-se para o profissional descobrir conjuntamente com a população, por meio de processos contínuos 
de discussões e debates, os enfretamentos específicos requeridos por cada realidade de participação a ser trabalhada. 
Esse processo provoca a conscientização como um elemento do processo pedagógico de participação, que ultrapassa 
a consciência do individual para o social dos problemas coletivos, pois tanto a conscientização quanto a participação 
não operam no vazio, mas “supõe sempre um contexto de referência no qual, por sua vez, encontra-se sempre em 
processo real de participação ou conscientização”. Esse processo pode ser mais ou menos desenvolvido, não importa; 
o fato é que ele existe, e é a partir da realidade em que ele se encontra “que se pode considerar as ações a serem 
desenvolvidas como conscientes, capazes de assumir um caráter educativo em função do processo de participação” 
(SOUZA, 2008, p.90). 
Desta forma, essa ação provoca a participação social, que supõe ações coletivas articuladas conscientemente enquanto 
força social, em função de objetivos claros definidos pela população. Como afirma Dallari (2004, p 43-44), “a força do 
grupo compensa a fraqueza do individuo. Isso tem sido demonstrado através da história, nos mais diversos lugares e 
nas mais diferentes nações”.
Cabe destacar que a organização supõe a conscientização que, por sua vez, é meio para que esse processo se amplie, pois 
a organização social supõe o “exame das forças internas e externas que atuam na direção dos interesses e preocupações 
comunitárias, as alianças que se fazem com a população, da significação dessas alianças e das implicações” (SOUZA, 
2008, p. 94), o que nos leva à ampliação da força social da população.
PORDENTRODOTEMA9
Marcos Teóricos, Paradigmas e Sentidos da Participação: Faces Diversas de 
Um Mesmo Espelho.
•	Este	artigo	foi	apresentado	na	VI	CONFERÊNCIA	REGIONAL	DE	ISTR	PARA	AMÉRICA	
LATINA	Y	EL	CARIBE.	O	texto	aborda	as	transformações	contemporâneas	que	implicam	
numa	reconfiguração	societal	e	a	assunção	de	novos	papéis	por	parte	dos	diversos	
atores	 sociais,	 pois	 a	 participação	 tornou-se	 um	mote	 cada	 vez	mais	 presente	 e	
assume	uma	polissemia	de	sentidos,	conforme	o	ângulo	político,	ideológico,	social,	
econômico	 e	 cultural	 em	 que	 é	 adotada,	 tornando-se	 de	 suma	 importância	 uma	
análise	mais	detida	sobre	as	conformações	que	pode	assumir	num	projeto	global	de	
sociedade.
Link: <http://new.lasociedadcivil.org/docs/ciberteca/077.pdf>
Mudanças nos paradigmas de participação direta de atores não-estatais na 
OMC e sua influência na formulação da política comercial pelo estado e pela 
sociedade brasileiros
• Este artigo parte da premissa de que alguns novos desafios relacionados ao processo de 
globalização atingem o sistema multilateral de comércio, particularmente a regulamentação 
do processo decisório da Organização Mundial do Comércio (OMC). Entre esses desafios, 
encontram-se crescentes demandas por parte de atores não estatais para participação no 
processo de tomada de decisão daquele sistema.
Link: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9667/Michelle%20Ratton%20Sanchez%20
Badin.pdf?sequence=1>.
ACOMPANHENAWEB
10
Democracia, República e Participação.
• Assista ao vídeo produzido pelo Programa Formação de Conselheiros nacionais, o qual conta 
com a participação dos professores Valéria Marques Lobo, Leonardo Avritzer, Marcelo Gantun 
entre outros. Ele apresenta a discussão a respeito da conquista da democracia e cidadania por 
meio da participação popular, sendo a participação um elemento importante na estrutura social 
da sociedade contemporânea.
Link: <http://www.youtube.com/watch?v=vkJy2UKM6QQ>.
Tempo: 12:11.
ACOMPANHENAWEB
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AGORAÉASUAVEZ
Questão 1
De acordo com Gohn (2011), o termo participação é muito utilizado no meio político, como um processo de democratização e 
social. Trata-se de um termo que admite várias concepções dentro da história. Explique de que forma a participação comunitária 
se tornou um derivativo da concepção liberal.
Questão 2
Tendo em vista que a concepção da participação política supõe que é um dever moral de todos os indivíduos participar da vida 
social, julgue os itens a seguir:
11
AGORAÉASUAVEZ
I. O indivíduo conscientizado não fica indiferente e não desanima perante os obstáculos.
II. A participação coletiva se dá por meio da integração em qualquer grupo social.
III. O trabalho de conscientização pode ser exercido no plano individual, nas relações diretas entre duas ou mais pessoas.
IV. O processo eleitoral faz parte da participação política, por meio do qual se pode escolher um representante. 
a) Apenas I e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I, II e IV estão corretas.
d) Apenas IV está correta.
e) todas estão corretas.
Questão 3
Analise a assertiva: na abordagem marxista, o conceito de participação é encontrado de forma isolada.
a) Essa assertiva é verdadeira, pois nesta abordagem os movimentos sociais não têm valor.
b) Essa assertiva se refere às lutas para a formulação dessa abordagem.
c) Essa assertiva é verdadeira, pois o individuo é considerado como único na estrutura social.
d) Essa assertiva é falsa, pois essa abordagem está articulada a duas outras categorias.
e) Essa assertiva é verdadeira, pois representa as condições existentes da realidade social.
Questão 4
Na sociologia, a palavra participação ganhou, nas últimas décadas, o estatuto de uma medida de cidadania e está associada a 
uma outra categoria, a da exclusão social. (GOHN, 2011, p. 31)
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter informativo, explique essa associação.
12
AGORAÉASUAVEZ
Questão 5
O significado considerado pela profissão em relação à participação está na coletividade nos espaços democráticos. Sendo assim, 
o que se está evidenciando?
Neste tema, você aprendeu que o processo de participação da sociedade civil está relacionado à presença 
da sociedade na construção e publicização das políticas públicas na condução do processo de democratização da 
sociedade brasileira. Esse termo é corriqueiro no meio político e assume conotações diferenciadas ao longo da evolução 
da sociedade. A participação envolve também a conscientização e a organização como um processo contínuo de 
compreensão da realidade.
Parafraseando Dallari (2004), a participação política é um instrumento fundamental para a construção de uma nova 
sociedade, e todo indivíduo tem o direito e o dever de participar da vida social, procurando influenciar as decisões de 
interesse comum.
FINALIZANDO
13
DALLARI, Dalmo de Abreu. O que é participação política. São Paulo: Brasiliense, 2004. Coleção Primeiros Passos.
UFMG, Democracia e Justiça. Democracia, República e Participação. YouTube. Produzido pelo Programa Formação de 
Conselheiros Nacionais. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=vkJy2UKM6QQ>. Acesso em: 04 mar. 2014.
DIAS, Roberta Atherton Magalhães. Marcos Teóricos, Paradigmas e Sentidos da Participação: Faces Diversas de Um Mesmo 
Espelho. VI Conferencia Regional de ISTR para América Latina y el Caribe. Org: ISTR y CIAGS/UFBA. Salvador: 8 al 11 nov. 
2007. Disponível em: <http://new.lasociedadcivil.org/docs/ciberteca/077.pdf>. Acesso em: 04 mar. 2014.
GOHN, Maria da Glória. Conselhos gestores e participação sociopolítica. 4.ed. São Paulo: Cortez, 2011.
JOHSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático de linguagem sociológica. Tradução de Ruy Jungmann. Consultoria de 
Renato Lessa. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 1997.
SANCHEZ, Michelle Ratton. Mudanças nos paradigmas de participação direta de atores não-estatais na OMC e sua influência 
na formulação da política comercial pelo estado e pela sociedade brasileiros. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/
dspace/bitstream/handle/10438/9667/Michelle%20Ratton%20Sanchez%20Badin.pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 mar. 2014.
SOUZA, Maria Luiza de. Desenvolvimento de comunidade e participação. 9.ed. São Paulo: Cortez, 2008.
REFERÊNCIAS
14
Cidadão: é uma situação social que inclui três tipos distintos de direitos, especialmente em relação ao Estado: 1. direitos 
civis, que incluem o direito de livre expressão, de ser informado sobre o que está acontecendo, de reunir-se, organizar-
se, locomover-se sem restrição indevida e receber igual tratamento perante a lei; 2. direitos políticos, que incluem o 
direito de votar e disputar cargos em eleições livres; e 3. direitos socioeconômicos, que incluem o direito ao bem estar 
e à segurança social, sindicalizar-se e participar de negociações coletivas com empregadores e mesmo o de ter um 
emprego. 
Classe social: é uma distinção e uma divisão social que resultam da distribuição desigual de vantagens e recursos, tais 
como riqueza, poder e prestígio.
Contradição: é qualquer caso em que dois ou mais aspectos de um sistema social são incompatíveis ou colidem entre 
si. Uma sociedade cuja cultura valoriza a igualdade, a equanimidade e a justiça, por exemplo, existe em estado de con-
tradição se inclui também preconceito e opressão por motivo de raça e sexo.
Paradigmas: é um conjunto de suposições sobre a natureza das coisas que estão por trás de perguntas que fazemos 
e dos tipos de respostas a que, como resultado, chegamos. Como maneira de ver a vida humana, por exemplo, a so-
ciologia baseia-se na suposição de que sistemas sociais, tais como sociedade e família, realmente existem; que cultura, 
estruturas sociais, status e papeis são reais.
Organização social:refere-se aos padrões relativamente previsíveis de comportamento e experiências que caracteri-
zam a vida nos próprios sistemas, a ordem social.
GLOSSÁRIO
15
GABARITO
Questão 1
Resposta: a participação comunitária se tornou um derivativo da concepção liberal a partir do momento em que ela 
fortalece a sociedade civil em termo de integração dos órgãos representativos da sociedade aos órgãos deliberativos e 
administrativos do Estado. Isso se deu a partir do momento em que os grupos organizados se inseriram no interior dos 
aparelhos de poder estatal de forma que as esferas do público e do privado pudessem se fundir por meio da participação 
nos conselhos.
Questão 2
Resposta: alternativa E – todas estão corretas, pois estes são os caminhos percorridos para que a participação política 
possa ocorrer e construir uma sociedade democrática.
Questão 3
Resposta: alternativa D – pois na abordagem marxista, o conceito de participação se articula às categorias de lutas e 
movimentos sociais voltados para a transformação das condições da realidade social existente.
Questão 4
Resposta: a frase demonstra que, apesar da participação envolver toda a sociedade, de certa forma ela promove 
em determinado momento a exclusão, pois os indivíduos devem ter também motivações e estar articulados às redes 
societárias. Vale ressaltar que há posicionamento contrário a essa posição quando não existe a integração, o que leva 
o individuo à exclusão, a não à participação. 
Questão 5
Resposta: o papel do coletivo e a força da coletividade, pois toda luta é coletiva e um indivíduo não consegue fazer 
mobilizações e provocar mudanças sociais consideráveis sozinho.
Serviço Social e Conselhos Gestores de Políticas Públicas
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos 
Tema 02
A governabilidade na ampliação e democratização 
da esfera pública
Tema 02
A governabilidade na ampliação e democratização da esfera pública
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos
Como citar esse documento:
SANTOS, Laura Marcia Rosa dos. Serviço Social e Conselhos gestores de Políticas Públicas: A governabilidade na ampliação e democratização da 
esfera pública. Caderno de Atividades. Anhanguera Publicações: Valinhos, 2014.
Índice
© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
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CONVITEÀLEITURA
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PORDENTRODOTEMA
3
A governabilidade na ampliação e democratização da esfera pública
Para iniciar essa temática, deve-se estabelecer algumas diferenciações no universo dos conceitos que tratam 
da gestão na esfera pública, por meio do conselho gestor. De acordo com Gohn (2011, p. 33), “esses conceitos são: 
governo local, poder local, esfera pública e governança local [...]”. 
Observe que os estudos sobre governo local compreendem duas categorias: as teorias normativas e as teorias empíricas. 
Nesta discussão, iremos nos deter apenas ao enfoque das normativas, que se dividem em três fases, sendo que a primeira 
era liderada pelos que estimulavam a “participação política em oposição ao governo centralizado e argumentavam que 
as instituições locais realizariam a distribuição mais eficiente dos recursos”, a segunda, dos reformadores do pós-guerra, 
“que defendiam um governo local autônomo, como uma instância de governo virtuosa, em especial para a expansão de 
Neste tema você vai ficar por dentro das teorias de governo local, poder local e governança. Para que essa temática 
possa ser apresentada, deve-se principalmente levar em consideração o conceito de democracia, pois a democracia se 
inspira fundamentalmente em três valores: liberdade (a liberdade de cada um e de todos, entre os iguais), igualdade e 
ordem. A democracia está legitimada pelo consentimento, apoio, tolerância e aceitação da Constituição de 1988 e das 
leis por parte da população governada. 
Você deve estar curioso em saber como este assunto está presente nas práticas do profissional assistente social. Vale 
destacar que a atuação desse profissional está pautada pelo seu código de ética, mas também tem a ver com os artigos 
da Constituição de 1988 que orientam e regulam vários aspectos da vida em sociedade e padronizam as ações do poder 
legislativo e executivo, no que se refere à vida em sociedade.
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PORDENTRODOTEMA
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um Estado de Bem-Estar Social” e a terceira, dos localistas “que retomavam a questão da eficiência porque o governo 
local tem melhores condições para alocar recursos de acordo com as necessidades locais, por estar mais próximo 
da comunidade [...]” (GOHN, 2011, p. 34). Nas três abordagens, o que se evidencia é a participação democrática dos 
cidadãos.
 A perspectiva sobre governo local está inserida no interior do debate sobre a teoria democrática, o que eleva a 
emergência da sociedade de massas por meio da “mobilização paralela às instituições estatais, essas últimas vistas 
como as responsáveis pela formação/expressão de uma vontade geral” (GOHN, 2011, p. 34).
A partir dessas demandas, se cria uma nova versão para a teoria democrática, que é a do elitismo democrático, na qual 
“só as elites políticas teriam condições de participar do governo, como propositoras de políticas, porque só elas teriam 
condições de exercer a racionalidade” (GOHN, 2011, p.34). 
De acordo com Gohn (2011, p. 35), as teorias tradicionais sobre governo local: 
[...] assumem como enfoque prioritário a análise da governabilidade das unidades administrativas territoriais 
de um dado Estado nacional, destacando a capacidade das elites dirigentes de perseguir, atingir ou combinar 
objetivos econômicos, sociais, políticos e administrativos.
Porém, a função principal exercida pelos governos locais está em dar “condições para que os serviços coletivos locais 
se viabilizassem no mercado, num plano de competição”, pois aqui surge o binômio da autonomia entre o governo local 
e o governo central. (GOHN, 2011, p. 36). 
 A partir da discussão de governo local e central enfoca-se a questão da governabilidade. Segundo Gohn (2011), com base 
no estudo de Bobbio, Matteucci e Pasquino, ela nasce atrelada à globalização e às políticas neoliberais que provocam 
uma crise de governabilidade, na qual as possíveis causas/origens e hipóteses sobre a não governabilidade estão 
alinhadas à famosa crise fiscal do Estado. Por outro lado, Gohn traz o enfoque de Fiori que afirma que a governabilidade 
constitui “uma categoria ‘estratégica’, criada pelos intelectuais, de conteúdo normativo, associada à agenda político-
econômica liberal conservadora” (GOHN, 2011, p. 37). 
A partir dessa discussão, surge o enfoque dado ao poder local, que é mais abrangente que o governo local, por penetrar 
no interior das ações deste último e interferir “nas políticas públicas locais [...], incluindo o poder econômico, político e 
social das famílias, assim como o poder carismático de líderes locais e regionais” (GOHN, 2011, p. 37). 
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Mas o que vem a ser o poder local? De acordo com Barbosa (2000), o tema deslocou-se para o contexto da sociedade 
urbano-industrial a partir da década de 1960 com o “processo de urbanização e redemocratização”, fato este que tem a 
ver com os novos movimentos urbanos da sociedade brasileira, no qual o tema é “tratado pelo ângulo da participação 
popular e das novas formas de organização da sociedade civil” (BARBOSA, 2000, p. 55). 
Observe que o tema do poder local foi adquirindo um enfoque nitidamente político administrativo, passando a ser 
empregado praticamente como sinônimo de governo municipal e, mais especificamente, de suas sedes urbanas: as 
cidades (cf. BARBOSA, 2000). 
Por sua vez, na sociedade de classe, ele é analisado a partir da concepção de ordem jurídica, cuja estrutura influi na 
distribuição do poder econômico, ou de qualquer outro, dentro de uma comunidade. O poder econômico distingue-se do 
poder como tal, podendoser consequência ou causa do poder existente por outros motivos. Para Weber (1982, p. 268), 
as classes têm sua oportunidade determinada pela existência ou não de maior ou menor poder para dispor de bens 
ou habilidades em seu próprio beneficio. Porém, na burocracia, o poder é abordado a partir da consideração de que, 
tecnicamente, a burocracia é o meio de poder mais altamente desenvolvido nas mãos do homem que o controla. Weber 
(1982) a considera como o modo mais racional de exercer o poder, servindo a interesses políticos, econômicos ou de 
qualquer outra natureza.
Na estrutura social, o poder pode ter toda essa função. A partir de 1990, segundo Gohn (2011, p. 38), o poder local passa 
a ser visto como novas formas de participação e organização popular, como dinamizador das mudanças sociais. Como 
em Gohn (2011, p. 38-39) e Barbosa (2000, p. 55-59), a dimensão cultural contribuiu “para a redefinição do poder local”, 
por resgatar:
[...] valores, tradições, hábitos, costumes, folclore, mitos, crenças e lendas, envolvendo aspectos da antropologia, 
da historia e da sociedade local, levou a redefinição da cultura, antes tida como de domínio das elites e dos acervos 
em museus, para uma concepção em que há lugar para o cidadão comum como ator histórico, consumidor e 
produtor de bens culturais. 
No final século XX, o poder local abre caminho para a temática da esfera pública, “que comporta a interação entre grupos 
organizados da sociedade, originários das mais diversas entidades, organizações, associações, movimentos sociais” 
entre outros, pois sua natureza é essencialmente argumentativa (GOHN, 2011, p. 39). 
Ainda na década de 1990, o processo de globalização econômica e as reformas políticas neoliberais “desmantelaram boa 
parte da capacidade de o Estado controlar, via políticas públicas reguladoras, problemas ambientais, assim como problemas 
socioeconômicos, como desemprego e pobreza” (GOHN, 2011, p. 39). Por outro lado, a mobilização da sociedade civil 
ganhou espaço de poder nos locais em que o estado deixou de atuar, como uma estrutura instituinte não formal.
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Já o conceito de governança ganha destaque por objetivar “ter alcance global, criado em fóruns internacionais tais 
como o da Comissão Mundial sobre Governança Global, ocorrido em 1993”. Ou seja, esse conceito foi criado com a 
função de “dar conta dos novos processos que as políticas de globalização impuseram, enfraquecendo o conceito de 
governabilidade” (GOHN, 2011, p. 40). A globalização e as novas políticas neoliberais promovem a ingovernabilidade.
De acordo com Gohn (2011, p. 41), o conceito de governança “se insere nos marcos referenciais de um novo paradigma 
da ação pública estatal, em que o foco central das ações não se restringe aos órgãos e aparatos estatais, mas incorpora 
também, via interações múltiplas, a relação governo e sociedade”.
Porém, Gohn (2011, p. 41) apresenta outra definição de governança a partir da visão de Hamel, que diz:
A noção de governança sugere que a capacidade de governar não está unicamente ligada ao aparato institucional 
formal, mas supõe a construção de coalizões entre atores sociais, construídas em função de diversos fatores, tais 
como a interação entre as diversas categorias de atores, as orientações ideológicas e os recursos disponíveis.
Diante desses fatos, pode-se afirmar que o conceito de governança alterou o padrão e o modo de pensar a gestão de 
bens públicos, que antes era restrita aos atores presentes na esfera pública estatal. Entre 1970 e 1980 surgem novos 
atores na esfera pública não estatal, com o intuito de pressionar mudanças no que se refere aos equipamentos coletivos 
públicos, com vistas a melhores condições materiais e ambientais de vida, garantia dos direitos sociais, cidadania, a 
equidade de direitos no que diz respeito à identidade de raça, etnia, gênero, entre outros (cf. GOHN, 2011).
Cabe destacar que Gohn (2011, p. 42) afirma que essas mudanças ocorrem num cenário de tensão e conflito ao 
incorporar novos atores, os quais estão localizados em espaços públicos não estatais e fazem parte de estratégias 
de recomposição do poder de grupos políticos e econômicos em luta pela hegemonia do poder. Tal articulação busca 
privilegiar a igualdade de participação, com foco na cidadania e nos direitos.
Essa questão leva ao conceito de governança local que vai nos remeter à participação da sociedade nos conselhos 
gestores, pois, segundo Avritzer (2009, p. 27), até os anos de 1980, o Brasil tinha uma baixa propensão participativa, 
“fenômeno esse ligado às formas verticais de organização da sociabilidade política, tais como a concentração do poder 
na propriedade da terra e a proliferação do clientelismo no interior do sistema político na maior parte do século XX”. Essa 
afirmação nos faz refletir que em boa parte do século XX a participação da sociedade não esteve presente no cenário 
nacional. 
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Entretanto, a década de 1980 demonstra a presença do associativismo e das formas de organização da sociedade civil 
na cena política, sendo o auge desse período o processo constituinte, pois a “Constituição de 1988 abriu espaço para 
as práticas participativas nas áreas de políticas públicas, em particular na saúde, na assistência social, nas políticas 
urbanas e no meio ambiente” (AVRITZER, 2009, p. 29). 
Dentro dessa perspectiva, ao se falar dos conselhos gestores, é preciso ter em mente que as instituições participativas que 
realmente influenciam as políticas públicas no Brasil são resultado “das legislações, específicas ou infraconstitucionais, 
que regularizam os artigos da Constituição de 1988 sobre a saúde, a assistência social, a criança e o adolescente e as 
políticas urbanas” (AVRITZER, 2009, p. 34), uma vez que os conselhos de política são regidos por legislações federais 
que estabelecem a participação nos diferentes níveis administrativos. Porém, cada uma das legislações estabeleceu 
a participação de maneira diferente, e “a partir dos anos 1990 todas essas formas de participação ficaram conhecidas 
como conselhos” (AVRITZER, 2009, p. 34). 
Cabe destacar que Gohn (2011, p. 43), ao abordar a temática da governança, pensou a discussão em termo global, 
nacional e regional, o que implica a dimensão “da eficiência e eficácia em administrar os impactos das políticas de ajuste 
estrutural para minorar seus efeitos em termos de aumento da pobreza”. 
De acordo com a discussão apresentada sobre governança local, pode-se compreender que se trata de um conceito 
híbrido, que busca articular elementos do governo local com o poder local, mas que ainda está em formação. Porém, a 
“governança local diz respeito ao universo das parcerias, a gestão compartilhada entre diferentes agentes e atores, tanto 
da sociedade civil como da sociedade política, a exemplo do Orçamento Participativo” (Gohn, 2011, p. 44). 
Diante dessa discussão, pode-se dizer que a governança local se baseia no engajamento popular como um recurso 
produtivo por meio dos novos mecanismos participativos, que geram conhecimentos e subsídios para a elaboração de 
estratégias para resolução dos problemas e dos conflitos (cf. Gohn, 2011, p. 47). 
O conceito de governança local deve se inserir na discussão sobre os conselhos gestores, pois, para Gohn (2011, p. 48), 
as constituições presentes nesses espaços podem resignificar a política de forma inovadora, uma vez que: 
Seu impacto na sociedade não será dado por índices estatísticos, mas por uma nova qualidade exercitada na 
gestão da coisa pública ao tratar o tema exclusão social não meramente como inclusão em redes compensatórias 
destinadas a clientes/consumidores de serviços sociais.
A temática até aqui apresentada ressalta que o Estado é um espaço de experimentação institucional, em que todos têm 
possibilidade de participar sob dadas igualdades de condições, com o intuito de promover soluções institucionais e coletivas. 
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Governança, governabilidade e accountability: qualidade na administraçãopública, de Gustavo Justino de Oliveira
• O texto aborda a governança pública e é importado das empresas privadas. Nessas instituições, 
a governança corporativa veio como resposta aos conflitos de interesses entre acionistas e 
administradores em questão de sustentabilidade financeira.
Link de acesso: <http://concursospublicos.uol.com.br/aprovaconcursos/demo_aprova_concursos/administra-
cao_publica_04.pdf>
Governabilidade e (in)governabilidade: faces de um mesmo processo, de An-
ete Brito Leal Ivo
• Este texto procura discutir os diagnósticos vigentes, seus elementos e sua historicidade, na 
compreensão da governabilidade democrática, pois esta temática da governabilidade reflete 
a síntese de um quadro conflitivo cuja base está no equilíbrio instável das relações entre as 
classes, entre os governos e a sociedade, entre o governo e a política (ou seja, a forma como 
grupos se apropriam dos dispositivos institucionais de governo no plano dos seus interesses 
particulares) e desses com a função geral de prevalecência do interesse social mais amplo.
Link para acesso: <http://biblioteca.clacso.edu.ar/gsdl/collect/clacso/index/assoc/D3330.dir/3p2.pdf>.
Democracia e governabilidade, de Priscila Saito Polido e Evandro H. B Gussi
• Este artigo relata que a democracia é considerada o regime de governo ideal e é objetivada 
pela maioria dos Estados contemporâneos que respeitam a vontade de seu povo e que buscam 
o bem comum, garantindo os seus direitos fundamentais.
Link de acesso: <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1269/1210>.
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Governabilidade
• Assista a entrevista com Wilson Santos, ex-prefeito de Cuiabá/MT, que fala das ações que 
permitem governar e cumprir o programa de governo em conjunto com o poder executivo e 
legislativo. O ex-prefeito apresenta o papel do Estado, que é construir oportunidades para 
que cada indivíduo tenha condições de viver com dignidade, como também ressalta o que 
ingovernabilidade.
Link para acesso: <www.youtube.com/watch?v=nC_pq_pCJDg>
Tempo: 7:23
Governança pública e transparência
• Assista a palestra de Luiz Nelson Porto Araujo, sócio-diretor da Delta Economics & Finance, 
sobre “governança pública e transparência”. Governança tem a ver com a definição de prioridade, 
processo de decisão e como o cidadão interage com isso. Pensar a gestão pública é pensar no 
resultado da governança e em qual será o impacto dessa governança para a sociedade.
Link para acesso: <http://www.youtube.com/watch?v=HsRAgNdDn6c>
Tempo: 15:00
Governança pública: entenda o que é
• Assista ao vídeo produzido pelo Tribunal de Contas da União, que apresenta a discussão 
sobre governança e relata que ela é o meio utilizado para organizar a vida em sociedade, pois 
tem como objetivo melhorar a vida de cada cidadão. 
Link para acesso: <http://www.youtube.com/watch?v=kGYdT1mJ-0c>
Tempo: 4:19
ACOMPANHENAWEB
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Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AGORAÉASUAVEZ
Questão 1
De acordo com Gohn (2011), as teorias acerca de governo local, poder local, esfera pública e governança local estão articuladas 
à organização da sociedade para participar dos conselhos gestores. Explique de que forma a Constituição de 1988 criou meca-
nismos que possibilitaram a participação da sociedade civil.
Questão 2
A democracia deliberativa é um sistema que: 
a) Mistura a democracia direta com a democracia representativa.
b) Mistura a democracia coletiva com a democracia partidária.
c) Mistura a democracia legal com a democracia geral.
d) Elege a democracia direta como meio de organizar a sociedade.
e) Mistura as várias formas de organização social em dadas sociedades.
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AGORAÉASUAVEZ
Questão 3
A participação dos cidadãos prove informações e ___________ sobre os problemas públicos, gerando conhecimentos e _________ 
para a elaboração de estratégias para ________ dos problemas e conflitos envolvidos. 
A partir da frase anterior, assinale a alternativa que contém as palavras adequadas às lacunas.
a) Resultados; subsídios; reprodução. 
b) Diagnósticos; subsídios; resolução.
c) Diagnósticos; resultados; negociação.
d) Resultados; subsídios; negociação.
e) Diagnósticos; produções; resolução.
Questão 4
“É importante registrar que pesquisas feitas em Porto Alegre indicam a predominância de pessoas com algum tipo de experiência 
associativa anterior entre os participantes do programa Orçamento Participativo” (GOHN, 2011, p. 47). 
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter informativo, explique essa aproximação entre as experiências anterio-
res e o Orçamento Participativo.
Questão 5
No que tange a governança, para ela ter eficiência e eficácia em administrar os impactos das políticas de ajuste estrutural, seus 
efeitos em termos de aumento da pobreza devem minorar. Sendo assim, o que se coloca como desafio?
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Neste tema, você aprendeu que se deve estabelecer algumas diferenciações no universo de conceitos que tratam 
da gestão de bens públicos, segundo Gohn (2011). A discussão evidenciou a diferença entre governo local e governança 
local, como também apresentou um conceito importante nessa relação que é o poder local, o qual foi redefinido como 
sinônimo de força social a partir da participação da população, como meio para gerar processos de desenvolvimento 
autossustentável. 
Parafraseando Barbosa (2000), embora sempre tenha havido poder e lideranças locais, a descentralização político-
administrativa, por meio da qual o capitalismo vem lidando com as complexidades da gestão urbana na sociedade 
globalizada, fez florescer, nas últimas décadas, uma renovada “questão” do poder local.
FINALIZANDO
AVRITZER, Leonardo. Sociedade civil e participação no Brasil democrático. In: AVRITZER, Leonardo (Org). Experiências 
nacionais de participação social. São Paulo: Cortez, 2009.
BARBOSA, Eva Machado. Poder local e cultura democrática: elementos para uma abordagem multiescópica em ciências 
sociais. In: Revista Sociologias. Porto Alegre: UFRGS, ano 2, n. 3, jan./jun. 2000.
GOHN, Maria da Glória. Conselhos gestores e participação sociopolítica. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
Governabilidade. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=nC_pq_pCJDg>. Acesso em: 1 abr. 2014.
Governança Pública: entenda o que é. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=kGYdT1mJ-0c>. Acesso em: 1 abr. 
2014.
Governança pública e transparência. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=HsRAgNdDn6c>. Acesso em: 1 abr. 
2014.
REFERÊNCIAS
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IVO, Anete Brito Leal. Governabilidade e (in)governabilidade: faces de um mesmo processo. Disponível em: <http://biblioteca.
clacso.edu.ar/gsdl/collect/clacso/index/assoc/D3330.dir/3p2.pdf>. Acesso em: 1 abr. 2014.
JOHSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático de linguagem sociológica. Tradução de Ruy Jungmann. Consultoria de 
Renato Lessa. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 1997.
OLIVEIRA, Gustavo Justino de. Governança, governabilidade e accountability: qualidade na administração pública. Disponível 
em: <http://concursospublicos.uol.com.br/aprovaconcursos/demo_aprova_concursos/administracao_publica_04.pdf>. Acesso 
em: 1 abr. 2014.
POLIDO, Priscila Saito; GUSSI, Evandro H. B. Democracia e governabilidade. Disponível em: <http://intertemas.unitoledo.br/
revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1269/1210>. Acesso em: 1 abr. 2014. 
WEBER, Max. Os três tipos puros de dominação legítima. In: COHN, Gabriel (Org.). Max Weber. São Paulo: Ática, 1982.
REFERÊNCIAS
Gestão: refere-se ao processo ativo de determinação e orientação do caminho a ser seguido por uma empresa para a 
realização de seus objetivos, compreendendo um conjunto de análises, decisões, comunicação, liderança, motivação, 
avaliação, controle, entre outras atividades próprias da administração.
Hegemonia: é um conceito que se refere a umaforma particular de dominação na qual uma classe torna legitima sua 
posição e obtém aceitação, quando não apoio irrestrito, dos que se encontram abaixo. Até certo ponto, toda dominação 
baseia-se em coerção e no potencial de uso da força.
Poder: é um conceito sociológico fundamental, com vários significados, em torno dos quais há grande divergência. O 
mais comum entre eles é a definição de Max Weber, que conceitua o poder como a capacidade de controlar indivídu-
os, eventos ou recursos – fazer com que aconteça aquilo que a pessoa quer, a despeito de obstáculos, resistência ou 
oposição. Pode ser definido também como poder-sobre, definição esta que se aplica a sistemas sociais organizados 
hierarquicamente que consideram o poder como uma substância ou recurso que os indivíduos ou os sistemas sociais 
podem possuir. 
GLOSSÁRIO
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GABARITO
Questão 1
Resposta: a discussão permeia todos os conceitos abordados neste tema, pois a governabilidade, no que tange a 
esfera pública a partir da década de 1980, será possível apenas a partir da construção coletiva das políticas públicas, 
uma vez que a sociedade civil conhece todo o aparato da estrutura estatal e organiza frentes de trabalho com base nos 
artigos da Constituição Federal de 1988, que prevê a participação da sociedade na construção de uma democracia para 
todo cidadão brasileiro. 
Questão 2
Resposta: alternativa A, pois ela mistura a democracia direta com a democracia representativa, uma vez que ela diz 
respeito aos mecanismos de representação política.
Questão 3
Resposta: alternativa B, pois os novos mecanismos participativos baseiam-se no engajamento popular por meio de 
processos elaborados e estudados amplamente.
Questão 4
Resposta: o texto evidencia que, ao longo da história, a população porto-alegrense tem participado de forma efetiva da 
vida pública e que, a cada nova possibilidade de fazer parte desse contexto, de forma organizada, as pessoas se interam 
do processo e buscam formas concretas de participar dessa nova proposta, com a retomada da organização popular. 
Questão 5
Resposta: o desafio é articular a participação com os critérios da eficácia e da busca de resultados imediatos ao plano 
local.
Serviço Social e Conselhos Gestores de Políticas Públicas
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos
Tema 03
 As Mudanças na Forma de Participação nas Políticas Públicas
Tema 03
 As Mudanças na Forma de Participação nas Políticas Públicas
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos
Como citar esse documento:
SANTOS, Laura Marcia Rosa dos. Serviço Social e Conselhos gestores de Políticas Públicas: As mudanças na forma de participação nas políticas 
públicas. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
Índice
© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
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Neste tema, você vai ficar por dentro das análises das experiências históricas concretas referentes à participação no 
plano da gestão de bens públicos, em função da coletividade, sendo pauta dos movimentos e organizações sociais. Isso 
tem demarcado momentos importantes na história política brasileira, por meio das mudanças na forma de participação e 
no caráter associativo desses períodos. Por meio dessas ações, tornou-se possível a elaboração de políticas de inclusão 
dos excluídos social e economicamente da sociedade. Neste âmbito se estruturam os conselhos como um canal de 
deliberações e decisões dos destinos das políticas governamentais. Uma vez que o pano de fundo dessa temática 
é colocar os conselhos como uma das formas de constituição de sujeitos democráticos. Ao contribuir esse sujeito 
democrático, a temática em questão pode conduzir seu olhar para o resgate histórico do surgimento de alguns tipos de 
conselhos e os caminhos percorridos para a constituição dos novos modelos que operam na gestão pública
CONVITEÀLEITURA
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As mudanças na forma de participação nas políticas públicas
O ponto de partida dessa temática centra-se na questão da participação política dos indivíduos na sociedade, pois 
desde o conflito entre a Colônia (Brasil) e a metrópole no que tange ao escravismo e o sindicalismo anarquista nas 
primeiras décadas do século XX, tem exigido a participação ativa da sociedade. E essa participação se dá por meio da 
política, a qual estimulara a políticas públicas estatais, que de acordo com a Gohn (2011, p. 51) a “ideia da participação 
comunitária [...] no início deste século, como um componente ideológico e prático do movimento dos centros comunitários 
de saúde norte-americanos”, pois ele nasce com o propósito de dar resposta ao crescente problema na relação entre 
pobreza e doença. Já na América Latina não teve muita repercussão no período. 
Porém na década de 1950, a proposta de ‘desenvolvimento da comunidade’ tinha no Brasil um grande alcance por meio 
das literaturas produzidas no país. Uma vez que a participação dos indivíduos: 
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[...] nos processos de elaboração de estratégias e de tomada de decisão só irá aparecer na década de 1980, em 
propostas associadas aos movimentos populares, em atuação conjunta com comunidades eclesiais de base, 
oposições sindicais, algumas categorias profissionais do funcionalismo público, associações de moradores 
(GOHN, 2011, p.52). 
 No período, o termo recorrente era a participação popular, pois ela foi definida como esforços organizados para aumentar 
o controle sobre os recursos e as instituições que controlavam a vida em sociedade. Segundo Gohn (2011, p 52) “o 
povo, os excluídos dos círculos do poder dominante, eram os agentes e os atores básicos da participação popular”. Isso 
quer dizer que a década de 1980 foi um período marcado pela luta nacional pelo acesso e reconhecimento dos direitos 
sociais, econômicos e políticos dos setores populares.
Todavia, esse processo tinha como perspectiva mudar as regras do controle social e alterar a forma de fazer política 
no país. De forma que não restringia a participação aos setores populares, por ser um período de protesto e mobilização 
em busca da democratização da sociedade brasileira e o fim do período de ditadura militar. 
Para Gohn (2011), a participação era vista associada à organização política dos trabalhadores, devendo atender a dois 
princípios importantes:
1. Esclarecer e ordenar o que reivindicar e que direitos conquistar;
2. Estabelecer formas de arregimentação de forças políticas próprias que sustentem as reivindicações e a 
conquista dos direitos (GOHN, 2011, p. 52).
Ao pensar as mudanças na sociedade por meio da participação se evidência o imperativo nas relações sociais vigentes, 
pois a participação é considerada um dos principais termos articuladores no repertório das demandas e dos movimentos. 
Por meio dessas mudanças começa a se delinear uma discussão a respeito dos conselhos. Pois o conceito de participação 
pode ser visto como sinônimo de “pressão popular encaminhada diretamente aos órgãos públicos, particularmente às 
prefeituras” (GOHN, 2011, p. 54). 
Nesse sentido, pode se pensar na presença física de representantes da sociedade civil nas estruturas estatais, com o 
intuito de construir um campo democrático com a participação de toda sociedade. 
A conquista de canais de participação da população em assuntos que diziam respeito à coisa pública. A criação desses 
novos canais colocou os sujeitos demandatários em novas arenas de luta no interior dos órgãos públicos, nas salas 
5
e gabinetes estatais. A ideia básica presente nas políticas de participação popular nos “anos 1980, era a de que elas 
deveriam ser incorporadas ao planejamento administrativo, desde que se considerasse o planejamento de forma diversa 
da que predominou durante os anos 1970” (GOHN, 2011, p. 56), ou seja, que ele não se realiza de cimapara baixo nem 
de fora para dentro.
A conjuntura política dos anos 1980 construiu outras dimensões para a categoria participação. Pois quem estava engajado 
na busca de redemocratização do Estado, inicialmente o processo concentrou-se na questão dos conselhos, priorizando 
no debate a “dicotomia do caráter que deveriam ter: consultivo, para auscultar a população, ou normativo/representativo, 
com poder de decisão” (GOHN, 2011, p. 57). Diante dessa informação surgem as primeiras experiências de conselhos 
de gestão da coisa pública em uma ampla gama de tipos de seguimentos de conselhos. 
Nos anos 1990, ocorre um novo paradigma na gestão dos bens públicos, mas precisamos nesse período compreender 
o protagonismo dos movimentos sociais, pois, neste período, houve a perda da “visibilidade política no urbano em três 
momentos 1990-5; 1995 a 2000; e do início deste novo século até os dias atuais” (GOHN, 2008, p. 79). Neste período, 
houve crise nos movimentos sociais populares urbanos, nos primeiros cinco anos da década de 1990, no sentido de que 
eles tiveram reduzido, naqueles anos, parte do seu poder de pressão direta que haviam conquistado nos anos 1980. 
Cabe lembrar que o país saiu de uma etapa de conquista de novos direitos constitucionais, a maioria dos quais precisava 
ser regulamentada. A volta das “eleições diretas em todos os níveis governamentais alterou a dinâmica das lutas sociais” 
porque se tratava de “democratizar os espaços públicos estatais” (GOHN, 2008, p. 79). Por outro lado, parcelas da 
oposição política, as elites tradicionais brasileiras ascenderam ao poder em várias cidades e no governo de alguns 
estados. Esse fato é de suma importância:
[...] porque ele possibilitou requalificar a temática da participação em outras dimensões, que dizem respeito ao 
aprofundamento da democracia; a construção de um novo paradigma; as ações coletivas baseadas na categoria 
da cidadania; e a construção de novos espaços de participação, lastreados não em estruturas físicas, mas em 
relações sociais novas que se colocam entre o público e o privado, originando o público não estatal (GOHN, 2011, 
p. 59).
Diante dessa situação, surge uma nova denominação para a participação popular, pois ela se torna a participação 
cidadã, na qual a categoria central é a sociedade. Segundo Gohn (2011, p.59): 
O conceito de participação cidadã está lastreado na universalização dos direitos sociais, na ampliação do conceito 
de cidadania e em uma nova compreensão sobre o papel e o caráter do Estado, remetendo a definição das 
prioridades nas políticas públicas a partir de um debate público. 
 
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Ou seja, a participação passa a ser concebida como intervenção social periódica e planejada, ao longo de todo o circuito 
de formulação e implementação de uma política pública, porque toda a ênfase passa a ser dada nas políticas públicas. 
A principal característica desse tipo de participação é a tendência à institucionalização, entendida como inclusão 
no arcabouço jurídico institucional do Estado, a partir de estruturas de representação criadas, compostas por 
representantes eleitos diretamente pela sociedade de onde eles provêm (GOHN, 2011, p. 60).
Os conselhos gestores são os maiores exemplos desse tipo de participação. Posto que a “participação social não 
representa um sujeito social específico, mas se constrói como um modelo de relação geral/ideal, na relação sociedade/
Estado” (GOHN, 2011, p. 61). A partir da participação social surge o conceito de mobilização social, que passa a ser vista 
como energias a serem canalizadas para objetivos comuns.
Como também surge a dimensão da participação social política contemporânea redefinindo o conceito de solidariedade 
e de trabalho voluntário por meio das novas redes de sociabilidade, surgindo as organizações não governamentais 
(ONGs) com o intuito de desenvolver as ações em parceria com os governos municipais e estaduais. Vale destacar que 
esse cenário é conturbado e contraditório, pois as experiências alternativas já não se restringem a criatividade do campo 
democrático popular a se institucionalizam também como políticas focalizadas, 
[...] muitas vezes manipulatórias ou compensatórias, participar de fóruns, espaços e canais de intermediação 
dos processos de parceria entre o governo e a população tem um o significado atual de participar de lutas de 
resistência (GOHN, 2011, p. 65).
O fator dinamizador das forças de resistência aos efeitos devastadores da globalização da economia advém de uma 
categoria de múltiplas dimensões que é a categoria local e no seu interior o poder local. 
Essa dimensão do social em nível local sofreu transformações, que devem ser vistas do ponto de vista sociocultural 
e político-ideológico, pois a esfera afetada foi a do associativismo. Novas formas de sociabilidade emergiram, 
principalmente, as relativas ao lazer e a cultura. Para Gohn (2011, p. 66), a natureza desse associativismo é muito 
peculiar, pois é motivado, de um lado, por um: 
[...] espírito de agregação comunitário, um ‘nós’ que se traduz por uma identidade de interesses comuns; mas, por 
outro lado, o associativismo é estimulado também por uma busca de satisfação pessoal, pelo ‘eu’, por propósitos 
individuais.
A partir dessas informações, pode-se compreender a história dos conselhos, que é tão antiga quanto a própria democracia 
participativa. Os conselhos que se tornaram famosos na história foram: 
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[...] a Comuna de paris, os conselhos dos sovietes russos, os conselhos operários de Turim – estudados por 
Gramsci –, alguns conselhos na Alemanha nos anos 1920, conselhos na antiga Iugoslávia nos anos 1950, 
conselhos atuais na democracia americana (GOHN, 2011, p. 69).
A memória histórica coletiva da experiência de gestão pelos conselhos de operários é parte integrante da luta de setores 
oprimidos por sua emancipação econômica, política, social e cultural. “Os conselhos operários rejeitavam a lógica do 
capitalismo, buscavam outras formas de poder autônomo, descentralizado, com autonomia e autodeterminação” (GOHN, 
2011, p. 70).
No século XX, o Brasil apresenta três tipos de conselho: os criados pelo próprio poder público Executivo, para mediar 
suas relações com os movimentos e com as organizações populares; os populares, construídos pelos movimentos 
populares ou setores organizados da sociedade civil em suas relações de negociações com o poder público; e os 
institucionalizados, com possibilidade de participar da gestão dos negócios públicos criados por leis originárias do Poder 
Legislativo, surgidos após pressões e demandas da sociedade civil (GOHN, 2011).
Essa experiência no Brasil tem como modelo o que ocorreu em São Paulo no final dos anos 1970 com a implantação 
dos conselhos comunitários, por meio do Decreto n. 16.100. 
O conselho comunitário foi composto por duas associações de classe, dois clubes de serviços, duas entidades 
sociais, seis movimentos sociais religiosos e três Sociedades Amigos de Bairros (GOHN, 2011, p. 75).
Já os conselhos populares trouxeram de volta nos 1980 o cenário político a temática dos conselhos com nova polêmica. 
Essa categoria de conselho foi proposta por setores da esquerda ou de oposição ao regime militar, e surgiram com 
“papéis diversos, tais como: organismos do movimento popular atuando com parcelas de poder junto ao executivo; 
organismos superiores de luta e de organização popular, gerando situações de duplo poder” (GOHN, 2011, p. 79).
Outra dimensão da discussão sobre os conselhos populares nos anos 1980 tinha como núcleo central a questão da 
participação popular, como foco da reivindicação da sociedade civil ao longo das décadas de lutas contra o regime 
militar. Pois, “os movimentos sociais de massa, não exclusivamente sindicais e nem exclusivamente político-partidários, 
eram elementos fundamentais para a construção dos conselhos populares representativos da população” (GOHN, 2011, 
p. 79).
Já os conselhos populares são de caráter necessariamente deliberativo.Pois, “eles devem ser autônomos e independentes, 
não devem fazer parte do complexo institucional da prefeitura; devem ter peso e voz como elemento político externo 
a administração municipal” (GOHN, 2011, p, 82), uma vez que ele tem o papel de fiscalizar e auxiliar a administração 
pública no processo de gestão para a melhoria do serviço público. 
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Conselhos gestores de políticas públicas
• Esse texto discute a proliferação dos conselhos gestores de políticas públicas e enseja a 
avaliação do potencial desta nova institucionalidade, para aprofundar o conteúdo democrático 
na gestão das políticas públicas e para aumentar a eficiência destas por meio do controle social. 
Este estudo trata precisamente deste assunto, focalizando as dimensões representativa e 
deliberativa de democracia que permeiam os conselhos, bem como as possibilidades de controle 
sobre os governantes, sobre a política em si e sobre os resultados.
Disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/seges/EPPGG/producaoAca-
demica/dissertacao_EduardoGranha.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2014.
O cenário da participação em práticas de gestão da coisa pública no Brasil 
no final do milênio
• As mudanças ocorridas na sociedade civil e política brasileira, nas últimas três décadas, em 
relação à organização da população. Destaca-se um novo tipo de associativismo que tem se 
desenvolvido nos anos 1990 e as novas redes de relações criadas.
Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/22416>. Acessado em: 19 mar. 
2014.
Participação da mulher no cenário político
• Esse vídeo está vinculado à semana internacional da mulher, o que não falta na Justiça Eleitoral 
são assuntos relacionados à história do voto feminino e da escolha delas para postos de decisão 
no país. Confira nesta reportagem alguns fatos históricos sobre a participação das mulheres no 
cenário político nacional.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=efT7VI6yPNE>. Acesso em: 19 mar. 2014.
Tempo: 04:24.
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Controle social
• Assista ao vídeo ‘Controle social’ produzido pelo Sintest TV, apresentado por Lívia Cavalcanti. 
Entenda como você pode fiscalizar as ações da administração pública. A Constituição Federal 
de 1988 estabelece dispositivos para que a população acompanhe a administração pública 
fiscalizando, monitorando e controlando suas ações. Esse controle social, embora ainda 
desconhecido por muitas pessoas, é considerado um complemento indispensável ao controle 
institucional
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=lylXU8tG-zM>. Acesso em: 20 mar. 2014. 
Tempo: 18:25.
Avante – Educação e Mobilização Social
• Assista ao vídeo produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU) e organização não 
governamental Avante – Educação e Mobilização Social informam aos cidadãos que todos têm 
o direito de acompanhar o que é feito pelo Governo com as contribuições pagas por meio de 
impostos e ensinam como é possível exercer a cidadania e fiscalizar o que é feito com o dinheiro 
público.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=8ZuxhblVwPc>. Acesso em: 20 mar. 2014. 
Tempo: 11:03.
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Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
Questão 1
De acordo com Gohn (2011), as experiências históricas concretas de participação na gestão de bens públicos observam 
a coletividade como a mola impulsionadora da reivindicação dos movimentos sociais. Explique de que forma os conse-
lhos podem contribuir para a construção de uma sociedade mais justiça no que tange as políticas públicas.
Questão 2
Faça uma leitura atenta de cada questão e assinale aquela que apresenta a informação incorreta:
a) A participação dos indivíduos nos processos de elaboração de estratégias e de tomada de decisão só apareceu na década 
de 1980, em proposta associada aos movimentos populares.
b) A elite excluída dos círculos do poder dominante eram os agentes e os atores básicos da participação popular. 
c) A participação era interpretada de forma mecanicista, pois se restringia a uma aspiração a criação de canais, de organização 
e de estruturas que viabilizassem a presença física de representantes da sociedade civil nas esferas estatais. 
d) A comunidade era vista em termos de forças populares que poderiam realizar uma participação concreta no exercício do 
poder.
e) O termo participação tornou-se jargão popular, acabou apropriado por discursos políticos conservadores na década de 1980
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Questão 3
O conceito de participação cidadã está lastreado na universalização dos direitos sociais, na ampliação do conceito de:
a) Liberdade.
b) Igualdade.
c) Cidadania.
d) Equidade.
e) Participação.
Questão 4
A mobilização social passa a ser vista não como a aglutinação de pessoas para fins de protestos, manifestações públi-
cas, mas como energias a serem canalizadas para objetivos comuns. 
Considerando que o fragmento de texto anterior tem caráter informativo. Explique essa característica da mobilização 
social.
Questão 5
Os conselhos populares foram propostas dos setores da esquerda ou de oposição ao regime militar, e surgiram com 
papéis diversos. Sendo assim, informe quais são esses papéis?
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FINALIZANDO
Neste tema, você aprendeu que a história da participação e da organização da sociedade em torno dos conselhos 
é muito antiga tanto quanto a democracia. As mudanças na forma de pensar e agir em sociedade tem conduzido a 
sociedade a buscar sempre novas formas de se estruturar e de pensar a sua gestão. Ressaltemos que o processo de 
mudança no cenário da participação não tem sido gerado espontaneamente nem de forma harmoniosa segundo Gohn 
(2011, p. 66) por dois fatores: primeiro “as experiências que forneceram patamares referenciais e alimentaram as novas 
práticas”; e segundo foi “necessário ter vontade política para que um novo espaço público, de caráter não estatal, se 
implantasse”. 
Por fim, esse tema abordou de forma objetiva a trajetória histórica da consecução e organização dos conselhos no Brasil 
e suas primeiras organizações na Europa e Estados Unidos, que orientaram as discussões em torno da importância do 
conselho como um instrumento de reivindicação da classe operária e posteriormente de toda sociedade na elaboração 
e implantação de políticas públicas.
REFERÊNCIAS
GOHN, Maria da Glória. O protagonismo da sociedade civil: movimentos sociais, ONGs e redes solidárias. 2. ed. São Paulo: 
Cortez, 2008.
GOHN, Maria da Glória. Conselhos gestores e participação sociopolítica. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
GOHN, Maria da Gloria. O cenário da participação em práticas de gestão da coisa pública no Brasil no final do milênio: 
as mudanças no caráter do associativismo. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/
view/22416/20352>. Acesso em: 19 mar. 2014.
GOMES, Eduardo Granha Magalhães. Conselhos Gestores de Políticas Públicas: Democracia, Controle Social e Instituições. 
São Paulo: EAESP/FGV, 2003, 110 p. Dissertação (Mestrado em Administração Pública e Governo) – EAESP/FGV. 
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REFERÊNCIAS
Disponível em: <http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/seges/EPPGG/producaoAcademica/dissertacao_
EduardoGranha>. Acesso em: 19 mar. 2014.
JOHSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático de linguagem sociológica. Tradução: Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: 
Ed. Jorge Zahar, 1997.
MELO, Camila Barbosa de. Participação comunitária: a vivência das famílias. Disponível em: <http://www.unioeste.br/
campi/cascavel/ccsa/VISeminario/Artigos%20expostos%20em%20Pain%E9is/ART%2020%20-%20Participa%E7%E3o%20
comunit%E1ria%20-%20a%20viv%EAncia%20das%20fam%EDlias.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2014.
GLOSSÁRIO
Associativismo: tendência ou movimento dos trabalhadores de se congregarem em associações representativas,para 
defesa de seus interesses.
Coletividade: consiste de pessoas que se consideram pertencentes a uma unidade social identificável, tal como um 
partido político. As coletividades podem assumir inúmeras formas, incluindo identificações raciais, étnicas, nacionais, 
políticas, religiosas e comunitárias e associações, em que pessoas ingressam por um grande número de razões, varian-
do de um simples donativo em dinheiro a concordância em aceitar regras de conduta profissional. 
Controle social: é um conceito que se refere às maneiras como os pensamentos, sentimentos, aparência e comporta-
mento de pessoas são regulados nos sistemas sociais. Até certo ponto, o controle é exercido por meio de várias formas 
de coerção.
Movimento social: é um esforço coletivo contínuo e organizado que se concentra em algum aspecto de mudança so-
cial. Um movimento de reforma tenta melhorar condições em um sistema social, mas sem modificar seu caráter funda-
mental. Um exemplo comum seriam as campanhas para igualar o encargo dos impostos na sociedade.
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GABARITO
Questão 1
Resposta: A partir da discussão apresentada os conselhos têm papel fundamental na organização e preposição de políticas 
públicas uma vez que a sociedade está representada nesse espaço por meio do coletivo organizado (movimentos sociais) 
que busca fazer a interface entre o governo e a sociedade na busca de contribuir para a organização da sociedade de 
forma mais justa no que tange o aparato do Estado, principalmente na esfera municipal. 
Questão 2
Resposta: Alternativa B.
pois nunca na história do Brasil houve uma elite excluída, mas sim uma parcela do povo.
Questão 3
Resposta: Alternativa C. 
pois a cidadania é uma nova forma de compreensão sobre o papel e o caráter do Estado.
Questão 4
Resposta: A mobilização social ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade, uma sociedade decide e age com um 
objetivo comum, com o intuito de atingir os resultados desejados por todos.
Questão 5
Resposta: Enquanto organismo do movimento popular tinha a função de atuar junto às parcelas de poder no executivo, 
organismos superiores de luta e de organização popular, gerando situações de duplo poder e na estrutura do governo in-
corporar o movimento popular, no sentido de assumirem tarefas de aconselhamento, deliberação e/ou execução.
Serviço Social e Conselhos Gestores de Políticas Públicas
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos
Tema 04
O Cenário dos Conselhos Gestores e as Múltiplas Formas de 
Organização das Políticas Sociais
Tema 04
O Cenário dos Conselhos Gestores e as Múltiplas Formas de Organização das Políticas Sociais
Autoria: Laura Marcia Rosa dos Santos
Como citar esse documento:
SANTOS, Laura Marcia Rosa dos. Serviço Social e Conselhos Gestores de Políticas Públicas: O Cenário dos Conselhos Gestores e as Múltiplas 
Formas de Organização das Políticas Sociais. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
Índice
© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
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CONVITEÀLEITURA
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 Neste tema você vai ver que a temática dos conselhos, nesses últimos anos, foi reinventada e redescoberta pelo 
movimento de massas. Movimento este que, em diversos setores e em distintas batalhas, está a desenvolver uma séria 
crítica à democracia parlamentar e representativa, por meio da criação de novos modelos de luta caracterizados pela 
gestão democrática, pela concentração nos centros vitais do sistema produtivo e pela participação das massas, ou seja, 
caracterizados justamente pelos elementos que noutros tempos corporizaram as primeiras experiências dos conselhos. 
A partir das reflexões e discussões que integram os temas anteriores, você será capaz de analisar o conteúdo que está 
presente na constituição e a organização e implantação dos conselhos gestores, dos conselhos populares e de notáveis 
na gestão de bens, equipamentos e serviços públicos.
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O cenário dos conselhos gestores e as múltiplas formas de organização das políticas sociais
Este tema aborda os conselhos gestores previstos em leis na gestão das políticas sociais urbanas, por serem 
“analisados quanto às novidades e inovações que trouxeram, assim como as suas metas, problemas, obstáculos, 
desafios políticos e impactos na gestão das políticas sociais urbanas” (GOHN, 2011, p. 87). As inovações caminham na 
direção do estabelecimento de formas de governança democráticas.
Nos municípios, os conselhos são ordenados como forma de gestão pública, divididos por temáticas que “têm buscado 
instaurar um regime de ação política de tipo novo, com uma maior interação entre o governo e a sociedade” (GOHN, 
2011, p. 87). Os conselhos têm o papel de “instrumento mediador na relação sociedade/Estado e estão inscritos na 
Constituição de 1988” (GOHN, 2011, p. 88), na qualidade de instrumentos de expressão, representação e participação 
da população. Observe que a Constituição adotou como princípio geral a cidadania e previu instrumentos concretos para 
seu exercício via democracia participativa.
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A participação por meio de conselhos deliberativos, de composição paritária entre representantes do Poder Executivo 
e de instituições da sociedade civil, se aplica aos diversos níveis das administrações (federal, estadual e municipal). 
A reforma operada no Estado brasileiro na última década articulou a existência de conselhos ao repasse de recursos 
financeiros do nível federal ao estadual e municipal, pois, relacionado a essa instância de governança, se aplica o 
que está previsto na comissão intergestora bipartite e tripartite, no que diz respeito ao repasse de recursos para o 
desenvolvimento das políticas sociais.
Os conselhos gestores são importantes porque são fruto de lutas e demandas populares e de pressões da sociedade 
civil pela redemocratização do país. Vale destacar que os conselhos gestores são diferentes dos conselhos comunitários 
populares, pois nestes últimos o “poder reside na força da mobilização e da pressão e, usualmente, não possuem 
assentos institucionalizados junto ao poder público” (GOHN, 2011, p. 89). Outra diferenciação se faz em relação aos 
“conselhos de ‘notáveis’, existentes em algumas áreas do governo – como educação, saúde etc. – pelo fato de eles 
serem formas de assessoria especializada e incidirem na gestão pública de forma indireta” (GOHN, 2011, p. 89). 
A implementação dos conselhos depende de leis ordinárias estaduais e municipais. Por serem dotados de potencial de 
transformação política, quando são “efetivamente representativos, podem imprimir um novo formato às políticas sociais, 
pois se relacionam ao processo de formação das políticas e tomadas de decisões” (GOHN, 2011, p. 92). Com isso, eles 
promovem um novo padrão de “relações entre Estado e sociedade, porque eles viabilizam a participação de segmentos 
sociais na formulação de políticas sociais e possibilitam à população o acesso aos espaços nos quais se tomam as 
decisões políticas” (GOHN, 2011, p. 92). 
Com base na legislação em vigor no Brasil, o recebimento de recursos destinados às áreas sociais deve, desde 1996, 
ser repassado via conselhos gestores. De acordo com as leis federais, as áreas básicas dos conselhos são: educação, 
assistência social, saúde, habitação, criança e adolescente e emprego. Já nos municípios, fazem parte também os 
conselhos ligados a políticas urbanas, políticas agrícolas, cultura, Conselho do Negro, das pessoas com deficiência 
física, dos idosos, do meio ambiente, dos direitos das mulheres, entre outros (Cf. GOHN, 2011). 
Vale destacar que o debate atual sobre os conselhos gestores é da mesma natureza daqueles que foram realizados a 
respeito dos conselhos populares, no que se refere ao seu papel, sua natureza e se são organismos apenas consultivos

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