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HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS Profª. Regina H. Pires III- PROLACTINA ✓A prolactina é um hormônio polipeptídico secretado pela adenohipófise; ✓Principais funções: a) Fator regulador do desenvolvimento da glândula mamária durante a gravidez - efeito lactogênico; b) Fator de estimulação para a lactação no período após o parto –efeito galactopoético. ✓Funções “secundárias” (secreção extra- hipofisária): Influência no metabolismo glicídico e no funcionamento do tecido adiposo. HORMÔNIOS DA HIPÓFISE ANTERIOR GUELHO et al., 2016 (https://doi.org/10.1016/j.rpedm.2016.02.012) REGULAÇÃO DA PROLACTINA ✓ É inibida pela dopamina (PIF, neurotransmissor catecolaminérgico do SNC), embora a noradrenalina, o ácido gama‐aminobutírico, a serotonina, a histamina, a somatostatina, a colecistoquina também possam exercer efeitos inibitórios; ✓ Produção estimulada por TRH mas a serotonina, o peptídeo intestinal vasoativo, a vasopressina e a ocitocina também podem estimular a secreção de prolactina; ✓ A própria prolactina também influencia a síntese ao atuar diretamente nos neurônios neuroendócrinos dopaminérgicos, que expressam receptores de prolactina, ativando‐os e aumentando a secreção de dopamina; ✓ Produção durante a gravidez (aumento na fase final), a qual inibe a secreção das gonadotrofinas (FSH e LH) e, portanto, a ovulação e menstruação bem como de seus hormônios associados. ✓ A lactação é estimulada pela sucção do mamilo pelo bebê que também estimula a ejeção do leite pela ocitocina e inibe a liberação do hormônio inibidor de PRL, a dopamina, pelo hipotálamo; ✓ Outros estímulos para a lactação: choro do bebê; ✓ Outros estímulos para a inibição da lactação: estresses físicos e psicológicos. CONTROLE HORMONAL DURANTE A GRAVIDEZ HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS – HIPÓFISE POSTERIOR HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS – HIPÓFISE POSTERIOR HIPERPROLACTINEMIA 1. Distúrbio hormonal mais comum do eixo hipotálamo- hipofisário 1. Pode decorrer de fatores fisiológicos, farmacológicos e patológicos. →Causas fisiológicas • Gravidez • Estímulos hormonais • Estresse • Amamentação • Exercícios • Sono • Período neonatal HIPERPROLACTINEMIA FARMACOLÓGICA Qualquer droga que modifique a liberação da dopamina pode induzir à alterações na liberação de prolactina, tais como. ✓ Antipsicóticos : Clorpromazina, Perfenazina e Haloperidol; ✓ Antieméticos ou reguladores da motilidade gástrica : metoclopramida e domperidona; ✓ Antihipertensivos: Alfa Metil Dopa; ✓ Anti-histamínicos H2- (usados para o controle da secreção de ácido clorídrico no estômago): cimetidina e ranitidina ✓ Opióides - São estimuladores da secreção de dopamina; ✓ Antidepressivos : Imipramina e Fluoxetina; ✓ Estrógenos – inibidores de hormônios sexuais. Lesões do Hipotálamo ou da Haste Hipofisária - Em comprometimentos da ligação dela com a hipófise, (haste hipofisária), não há inibição da secreção de prolactina pela dopamina e assim a hipófise secreta prolactina em maiores quantidades. - Tumores secretores de Prolactina - Tumores do tipo Prolactinomas, são produtores de Prolactina; - Demais lesões da hipófise – Massas tumorais também podem induzir o aumento da prolactina, pois eles comprimem a haste hipofisária e portanto, diminuem a comunicação inibitória da dopamina e a hipófise. - Demais Causas - Hipotiroidismo, síndrome dos ovários policísticos, estimulação periférica neurogênica, falência renal ou cirrose hepática. HIPERPROLACTINEMIA PATOLÓGICA Quadro Clínico Galactorréia Disfunção Gonadal Sintomas compressivos Avaliação dos níveis de prolactina sérica: é necessário repouso antes da coleta? • 21.854 amostras coletadas sem repouso prévio, com valores acima de 40 µg/L→ 1.688 amostras →uma nova coleta após 30 minutos de repouso. • 25,5% os resultados foram normais na amostra coletada em repouso e em 74,5% os valores continuaram acima do normal José Gilberto H. Vieira; Juliana H. Oliveira; Teresinha Tachibana; Rui M.B. Maciel; Omar M. Hauache Arq Bras Endocrinol Metab vol.50 no.3 São Paulo June 2006 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DIAGNÓSTICO LABORATORIAL A prolactina pode circular na corrente sanguínea em três formas: a) Monomérica – forma biologicamente ativa e mais comum (60-90%); b) Dimérica (15 – 30%); c)Macroprolactina (ligada a uma imunoglogulina ou em forma agregada) – menos de 5% da prolactina circulante (podem causar aumento nos níveis de prolactina na ausência de sintomas compatíveis hiperprolactinemia). A macroprolactina precipita na presença de polietilenoglicol (PEG). ✓ Valores de prolactina acima do limite normal superior (25 ng/mL) até 100 ng/mL podem ser encontrados em hiperprolactinemias de qualquer etiologia; ✓ Níveis acima de 200 ng/mL normalmente indicam a presença de um prolactinoma; ✓ Os macroprolactinomas, associam‐se tipicamente a níveis superiores a 250 ng/mL, podendo levar ao hook effect (saturação dos anticorpos no imunoensaio) que poderá ser resolvido pela diluição de 1:100 do soro. ✓ Suspeita: paciente sintomático, com níveis de prolactina < 150 e extensa massa tumoral identificada aos exames de imagem DIAGNÓSTICO LABORATORIAL (A) Utilizam‐se dois Acs específicos ‐ o Ac de captura (fixo numa matriz de fase sólida) e o Ac marcado (sinalizador) – que se ligam a diferentes epítopos da PRL formando um complexo sandwich. (B) O excesso de Acs marcados não ligados é removido com a fase líquida, restando os complexos sandwich que vão emitir um sinal, o qual é directamente proporcional à concentração de PRL sérica. (C) O hook effect verifica‐se quando os níveis de PRL são muito elevados causando a saturação de ambos os Acs (de captura e sinalizador), o que impede a formação dos complexos sandwich com consequente diminuição da detecção quantitativa da PRL. ✓ O GH é secretado com maior intensidade nas fases de crescimento; ✓ Geralmente no turno noturno, durante as primeiras horas do sono. ✓ Quando sintetizado este hormônio é lançado na circulação sanguínea, agindo inicialmente no fígado. Este será então estimulado a produzir outro hormônio chamado somatomedina (IGF-1) que, por sua vez, atua diretamente sobre os tecidos cartilaginoso, ósseo e até muscular. IV- HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (HGH) MECANISMO DE AÇÃO DO GH SECREÇÃO DO GH O GH é segregado de uma maneira pulsátil ao longo do dia. Quase 50% da secreção de GH ocorre durante o terceiro e quarto estágios do sono REM. Entre os picos, os níveis de GH basais são, geralmente inferiores a 5 ng/mL durante a maior parte do dia e da noite. Uma série de fatores são conhecidos por afetar a secreção de GH-hormônio de crescimento , como idade, sexo, dieta, exercício, estresse e outros hormônios. O hormônio do crescimento (GH), também conhecido como somatotrofina (ST), é fundamental para o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos (epífise), processo que ocorre entre os 15 aos 20 anos de idade. Além disso, apresenta as seguintes funções: ✓ Aumento da síntese proteica (especialmente nos músculos e ossos): ocorre porque o GH aumenta o transporte de aminoácidos através da membrana celular, aumenta a produção de RNA e aumenta os ribossomos intracelulares. ✓ Aumento da utilização de gordura por parte das células para gerarem energia, além de uma maior demanda de ácidos graxos dos tecidos adiposos para que estes sejam utilizados pelas células; ✓ Reduz o consumo de glicose hepática (efeito oposto da insulina); ✓ Retenção de sódio e eletrólitos; ✓ Aumento da absorção intestinal e eliminação renal de cálcio. AÇÕES DO GH No tecido ósseo, a somatotrofina (forma ativa do GH) leva ao aumento do número de mitoses das células das placas epifisárias e estimula a síntese proteica. A formação de um osso endocondrial consiste na substituição de uma cartilagem embrionária por uma calcificação. Assim, mais tecido ósseo é depositado sob forma de lamelas na superfície da cartilagem, o que épossível graças a influência do GH. Além desse hormônio, os ossos também contam no seu processo de desenvolvimento, com a ação dos osteoblastos, responsáveis pela origem da célula óssea madura. Os osteoblastos depositam tecido ósseo nos locais da cartilagem destruída (ossificação) e processa-se a partir do centro do "osso" em direção a ambas extremidades do modelo cartilaginoso. HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH) ✓ A liberação do GH é estimulada pelo hormônio liberador do hormônio de crescimento (GHRH) e inibida pelo hormônio somatostatina, ambos secretados pelo hipotálamo. ✓ O GH chegando no fígado, estimulará a secreção da somatomedina C (IGF-1) que tem ações diversas. ✓ São fatores estimulantes de secreção de GH o sono, o exercício físico, a hipoglicemia, as proteínas ingeridas na dieta e o estradiol. ✓ Fatores inibidores da liberação do GH encontram-se os carboidratos provenientes da dieta e os glicocorticóides. MECANISMO DE REGULAÇÃO Doença crônica de adultos causadas pela hipersecreção do hormônio de crescimento caracterizada pelo alargamento de algumas partes do esqueleto, especialmente as porções distais. A produção excessiva do GH após a adolescência pode acontecer, decorrente de uma tumoração das células da hipófise que secretam este hormônio. Nesse caso, uma vez que já houve o fechamento das cartilagens de conjugação, os ossos aumentam em espessura e os indivíduos acromegálicos podem apresentar alongamento de mandíbula e deformidade nos ossos da face, mãos e pés. HORMÔNIO DO CRESCIMENTO - PATOLOGIAS a) ACROMEGALIA HORMÔNIO DO CRESCIMENTO - PATOLOGIAS b) NANISMO- em geral, os hormônios são produzidos durante a infância e a adolescência. No entanto, se nesse período ocorrer uma deficiência na taxa de circulação do hormônio de crescimento (GH), o indivíduo sofrerá uma grave redução do crescimento. Daí essa anomalia ser denominada nanismo. O nanismo geralmente é definido como altura de 1,40 m ou menos na idade adulta. A altura média dos adultos com nanismo é 1,20 m. b.1) Acondroplasia - É o tipo mais comum de nanismo congênito e seus portadores são chamados popularmente de anões. É causada por uma mutação genética (gene do receptor3 do fator de crescimento de fibroblastos - FGFR3). Mais de 97% dos casos são causados por uma ou duas mutações neste gene, o qual resulta na substituição de um aminoácido. Clinicamente a doença é caracterizada por encurtamento das extremidades, particularmente nos segmentos proximais, alargamento da fronte, hipoplasia mediana da face e configuração das mãos em forma de tridente. c) GIGANTISMO- o hormônio de crescimento também pode ser produzido em excesso durante a infância devido à hiperfunção da glândula secretora nesta fase. Isto resultará na aceleração do crescimento , em especial dos ossos longos , o que levará o indivíduo a um crescimento excessivo, atingindo alturas de até 2,45m. A hiperprodução de hormônio de crescimento é quase sempre causada por um tumor da hipófise não canceroso - adenoma. HORMÔNIO DO CRESCIMENTO - PATOLOGIAS
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