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MÓDULO 1 Secagem de grãos MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 12 A água é um elemento essencial para a vida e é imprescindível para que as plantas recebam alguns nutrientes e cresçam saudáveis. Então, para os resultados da produção, o que muda ter grãos com mais ou menos umidade? Informações extras Ao longo o curso, o termo genérico “grãos” vai fazer referência ao produto final do cultivo e produção de culturas como soja, milho, sorgo, arroz, girassol, entre outras, embora possa haver diferentes classificações entre elas. Entre o plantio e o crescimento da produção de grãos, ter umidade no nível certo é muito importante para o volume e a qualidade da produção. Nas atividades após a colheita de grãos, a umidade con- tinua sendo um elemento importante. Por quê? Qual é o nível certo? E como o processo de secagem ajuda a alcançar o melhor nível para conservar os grãos? Compreender a alteração da umidade dos grãos e suas consequências é essencial para saber como conservar a produção no período entre a colheita e o processamento industrial. Objetivos Por isso, ao longo deste módulo, com seu esforço, você vai: • Compreender as consequências da alta umidade nos grãos. • Entender como a umidade nos grãos afeta as atividades de pós colheita. • Descrever os conceitos relacionados ao processo de secagem de grãos. • Identificar as técnicas de secagem de grãos. • Identificar os tipos de secadores de grãos. • Entender o funcionamento dos diferentes tipos de secadores. • Identificar técnicas de aumento de eficiência e de economia na secagem de grãos. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 13 AULA 1 Influência da umidade nos grãos O teor de umidade após a colheita deve se aproximar de um nível em que o produto fique em equi- líbrio com o ar do ambiente ondee será armazenado. Isso porque a umidade acima dos teores ade- quados pode comprometer a qualidade nutritiva, a aparência e a viabilidade da utilização dos grãos. Nas principais regiões produtoras de grãos do estado de Goiás, as carac- terísticas do solo e do clima possibilitam o cultivo de duas safras no ano agrícola, mesmo em condições de cultivo sequeiro, desde que o produtor adote o manejo adequado. O intervalo entre a colheita da primeira safra e a semeadura da segunda safra deve ser o menor possível. Dependendo das condições climáticas, as duas operações podem ocorrer de forma sequencial no mesmo dia. Isso é necessário para que o desen- volvimento vegetativo e reprodutivo da cultura da segunda safra se dê em boas condições de chuvas. Por isso, é cada vez mais comum produtores investirem em estruturas de secagem de grãos, visando antecipar a colheita da primeira safra e, con- sequentemente, fazer mais cedo a semeadura da safra seguinte. Dessa forma, é possível alcançar, na média, melhores condições de desenvolvi- mento e produtividade da cultura. Nesse caso, deve haver um balanço positivo entre os custos da secagem e os ganhos de produtividade a longo prazo. Além disso, a secagem de grãos é necessária quando o ponto de colheita da lavoura se dá em meio a um longo período chuvoso, a fim de evitar que a produção se deteriore e perca qualidade por ficar exposta às condições do ambiente. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 14 Considerando o cenário da crescente produção de grãos no estado de Goiás e no Brasil, podemos di- zer que a secagem de grãos até o teor de umidade correto proporciona vantagens importantes. Por outro lado, o alto teor de umidade nos grãos após a colheita favorece o surgimento de problemas. • Permite antecipar a colheita, disponibilizando a área para novos cultivos. • Minimiza o tempo de exposição e as perdas da produção na lavoura. • Permite o armazenamento dos grãos por períodos mais longos, sem risco de deterioração do produto. • Desenvolvimento de microrganismos, como fungos e bactérias, o que provoca o surgimento de grãos ardidos e micotoxinas, inviabilizando sua utilização na agroindústria ou na alimentação animal. • Realização do processo de respiração dos grãos, que provoca perda de peso por causa da degradação dos carboidratos. • Geração de calor no interior da massa de grãos armazenados, chegando a danificar a produção. • Ocorrência de reações bioquímicas que promovem a autodegradação dos grãos e a perda de qualidade Portanto, a adequação do teor de umidade dos grãos é essencial para as operações de pós colheita: o armazenamento, o transporte e a comercialização. A secagem correta dos grãos é o que garante o fornecimento de matéria-prima de boa qualidade para a agroindústria. Para entender os princípios da secagem de grãos, siga em frente com os estudos! MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 15 A secagem é uma das etapas do pré-processamento dos grãos cuja finalidade é retirar parte da água contida neles. É definida como um processo simultâneo de transferência de calor e massa (umidade) entre os grãos e o ar de secagem. Os grãos obtidos de culturas agrícolas são produtos higroscópicos por natureza, isto é, eles são ca- pazes de perder ou absorver umidade, o que ocorre por meio de um processo que busca o equilíbrio entre o interior dos grãos e o meio externo. A retirada dessa umidade de dentro dos grãos, no nível correto, evita a perda de qualidade do produto e possibilita a boa utilização dos grãos até o destino final. Por isso, propriedades rurais dedicadas à cultura de grãos devem estabelecer uma estratégia de secagem, natural ou artificial, para reduzir o teor de umidade de toda a produção. A remoção da umidade deve ser feita em um nível tal que os grãos fiquem em equilíbrio com o ar do ambiente em que será armazenado e deve ser feita de modo a preservar a aparência, as qualidades nutritivas e, se for o intuito, a viabilidade e vigor das sementes. Durante a secagem, a retirada da umidade dos grãos acontece com a movimentação da água, que ocorre por causa de uma diferença na pressão de vapor d’água entre a superfície do produto a ser secado e o ar que o envolve. Para que a secagem ocorra, a pressão do vapor sobre a superfície dos grãos deve ser maior do que a pressão do vapor d’água no ar de secagem. Assim, o vapor d’água do grão é transferido para o ar, promovendo a secagem do produto. AULA 2 Princípios da secagem MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 16 Tome nota Para que o armazenamento de grãos a médio e a longo prazo seja seguro, o teor ideal de umidade da massa de grãos deve estar entre 12% e 13%, po- dendo haver uma tolerância máxima de 14%, quando a técnica de aeração é aplicada corretamente. Existem dois tipos de secagem: a natural e a artificial. Conheça a seguir como é cada um desses tipos. Secagem natural A secagem natural dos grãos pode ser feita no próprio campo. Nesse processo, os grãos permanecem na lavoura, secando naturalmente por meio do equilíbrio de umidade com o meio. No entanto, as condições de chuva, tempera- tura e umidade relativa do ar devem ser favoráveis. Por ser um método de secagem lento, as perdas em quali- dade neste caso tendem a ser maiores, já que a exposição da produção a fatores que provocam sua deterioração, principalmente o ataque de microrganismos, insetos, pás- saros e roedores, é maior. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 17 A secagem da própria planta ainda no campo é o principal método de secagem natural de grãos utilizado no Brasil, com a colheita realizada depois que os grãos atingem a umidade ideal. Isso é possível porque as condições climáticas no período da colheita, na maioria das vezes, são favoráveis. Além disso, a maioria dos produtores não possui estrutura de secagem ou, quando possui, ela é insuficiente para a produção. Secagem artificial Essa forma de secagem de grãos utiliza equipamentos e é uma técnica que envolve dois processos fundamentais quando o produto é colocado em contato com o ar quente: 1) A transferência de calor do ar para a massa de grãos gerada pelo efeito da diferença de temperatura existente entre eles. 2)A transferência de água para o ar gerada pela di- ferença de pressão parcial de vapor d’água existente entre o ar e a superfície dos grãos. Há basicamente três fatores envolvidos na secagem de grãos. São eles: o movimento da água, a ve- locidade e a taxa de perda de umidade. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 18 Movimento Durante a secagem, as condições externas e os mecanismos internos do movi- mento de umidade dos grãos são muito importantes. O movimento de água do interior do material até a superfície é analisado pelos mecanismos de transfe- rência de massa, que indicarão a dificuldade de secagem dos materiais. Para que haja a evaporação de água da superfície dos grãos ao ambiente, a água deve ser continuamente transportada do seu interior até a superfície, até que a massa de grãos atinja o teor ideal de umidade. Velocidade A velocidade de secagem dos grãos depende, além do tipo de sistema utilizado, das características de secagem dos grãos da espécie cultivada. Em geral, para grãos pequenos, a velocidade de secagem é maior que para grãos de grandes di- mensões. E grãos desprovidos das camadas protetoras externas secam mais rapi- damente do que aqueles que apresentam uma estrutura externa espessa e rígida. Por exemplo: os grãos de milho, por serem maiores que os de arroz e trigo, secam mais lentamente. Por outro lado, apesar de apresentarem tamanho comparável, os grãos de arroz em casca secam mais lentamente que os de trigo. Taxa de perda de umidade Outro fator considerado é a taxa de perda de umidade dos grãos. Quanto maior a umidade dos grãos, maior também será a taxa de perda de umidade no decorrer do tempo. Por outro lado, quando diminui a umidade, a água restante fica mais fortemente retida nos grãos, demandando uma “força” maior para retirá-la, por isso a taxa de secagem é menor neste caso. Com base nesses fatores, os parâmetros que influenciam a taxa de secagem com utilização de ar forçado são, principalmente: • a temperatura; • a umidade relativa do ambiente; • o fluxo do ar de secagem; • a umidade inicial, final e de equilíbrio dos grãos; MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 19 ↑ Temperatura do ar ↓ Gasto de energia ↑ Velocidade de secagem ↑ Gradiente de temperatura e umidade ↑ Fluxo de ar ↓ Eficiência energética ↑ Velocidade • a velocidade do produto no secador; e • a variedade de grãos cultivada. Esses parâmetros de secagem têm uma relação de dependência entre si e, juntos, influenciam na taxa e na eficiência de secagem. Entre eles, a temperatura do ar de secagem é o parâmetro de maior flexibilidade em um sistema de secagem em altas temperaturas. A temperatura do ar e o fluxo do ar, juntos, são os responsáveis pela quantidade de água removida e pela qualidade do produto final. Tome nota O aumento da temperatura implica em menor gasto de energia por unidade de água removida, em maior velocidade na taxa de secagem e em maior gra- diente de temperatura e umidade, enquanto um aumento no fluxo de ar re- duz a eficiência energética, mas também aumenta a velocidade de secagem. Resumindo: Temperatura do ar + fluxo do ar → Quantidade de água removida → Qualida- de do produto final A secagem artificial é feita por meio de equipamentos chamados secadores, que podem ter diferen- tes sistemas. Esse é o assunto da próxima aula. Siga em frente para conhecer os tipos de secadores de grãos. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 20 Os secadores mais utilizados para secagem de grãos podem ser classificados pelos métodos de se- cagem utilizados, que podem ser: • estacionários (de fluxo de ar axial ou radial); • convencionais (contínuos ou intermitentes); ou • mistos (seca-aeração). Vamos entender como funcionam esses equipamentos. Estacionário Os grãos permanecem estáticos e apenas o ar é movimentado durante a secagem. Nesse sistema, em decorrência da direção do fluxo de ar, os métodos são classificados em secagem com ar em fluxo axial e em fluxo radial. AULA 3 Tipos de secadores Fluxo axial Se estende conforme o comprimento do eixo principal de uma barra. Fluxo radial Se dá a partir de um ponto central para fora. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 21 Em fluxo axial, o ar se movimenta ao longo do eixo, em sentido ascendente (de baixo para cima), des- cendente (de cima para baixo) ou alternado. Os mais comuns são os silos-secadores de fundo falso, que utilizam insuflação pela base do silo quando operam o ar em fluxo axial ascendente; por exaus- tão, com fluxo descendente; ou ambos, em ciclos sucessivos, quando for pelo sistema alternado. Em fluxo radial, o ar se movimenta no sentido do raio, sendo mais comuns os de tubo central perfurado. Introdução de ar. Os métodos do sistema estacionário são os únicos entre os tecnificados que podem utilizar ar sem aquecimento, embora nesse sistema predominem os métodos que usam aquecimento do ar. Vantagens • Costuma sofrer pouca danificação mecânica. • Necessidade de baixos investimentos em estrutura operacional. Desvantagens • Pouca rapidez. • Desuniformidade. Representação esquemática de um silo-secador de fundo falso (perfurado). MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 22 Convencional Nesse sistema, o ar e os grãos se movimentam durante a operação. Conforme o fluxo de carga e des- carga e o contato do ar com os grãos, os métodos são classificados em contínuos ou intermitentes. Veja, a seguir, os detalhes de cada método convencional. Método contínuo Nos métodos contínuos, as cargas e descargas são simultâneas e o contato entre o ar e os grãos é constante, sem interrupções. Em toda a operação há entrada de ar aquecido na câmara de secagem e de ar ambiente, e entrada de ar sem aquecimento na câmara de arrefecimento (de maneira impró- pria, também chamada de câmara de resfriamento). Durante a operação, sempre há grãos úmidos entrando no secador, grãos passando nas câmaras de secagem e de arrefecimento, e grãos secos e resfriados saindo do secador. Abaixar a temperatura, resfriar. Fonte: Adaptado de Silva (2008) Representação esquemática do sistema de secador de grãos convencional com fluxo intermitente. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 23 A secagem contínua pode utilizar temperaturas do ar de 70 °C a 130 °C na entrada do secador. Vantagens Rapidez Desvantagens Grandes riscos de danos por choques térmicos Método contínuo Fonte: Adaptado de Nunes (2016) Representação esquemática de um sistema de secador com fluxo contínuo. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 24 Nos métodos intermitentes, as operações de carga e descarga não são simultâneas e o contato entre ar e grãos é descontínuo, isto é, o contato dos grãos com o ar aquecido só acontece na câmara de secagem, deixando de existir quando os grãos passam pela descarga, pelo elevador e pela câmara de equalização (ou repouso). Nesse processo, podemos ver que a relação de intermitência interfere na capacidade de secagem de um secador e na de consumo de combustível na operação. Isso porque na câmara de equalização ocorre a difusão de água do interior para a periferia dos grãos, podendo haver alguma evaporação da água periférica e, se a relação de intermitência for muito alta, pode acontecer também o início de condensação do ar intersticial. Ar que fica entre os grãos. Informações extras A câmara de equalização, ou de repouso, também é chamada de câmara de resfriamento. Essa é uma denominação inapropriada. Nessa câmara, não há renovação de ar nem mudança de energia no sistema. Diferentemente do que ocorre no processo contínuo, a secagem intermitente ocorre por bateladas, com recirculação de uma carga de cada vez. Durante a operação, não há ingresso de grãos úmidos e nem saída de grãos secos, ocorrendo uma etapa de cada vez. No início da operação, o secador é carregado enquanto os dispositivos de descarga de grãos secos permanecem fechados. Carga, grandes quantidades. A secagem intermitente pode utilizar temperaturas de 70 °C a 100 °C na entrada do secador,quando os grãos estiverem muito úmidos, e de até 120 °C, no final do processo. Vantagens Desvantagens • Uniformidade • Rapidez • Baixos riscos de danos e choques térmicos Grandes riscos de danos mecânicos MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 25 Ao utilizar qualquer um desses métodos, lembre-se dos cuidados para evitar incêndios: é importante que os grãos não contenham muitas impurezas nem materiais estranhos e que seja feita inspeção diária para a remoção de poeiras com a finalidade de evitar incêndio, especialmente no caso de grãos palhentos. Misto (seca-aeração) No sistema misto, os grãos passam inicialmente por uma secagem preliminar convencional, quando perdem parte da água – em geral até cerca de dois a três pontos percentuais de umidade acima do que se deseja como adequada para o final da operação. A etapa de secagem convencional é seguida por uma etapa de secagem estacionária, com ar sem aquecimento, após um período de espera num silo-secador, durante um tempo que geralmente varia entre seis e doze horas sem nenhum contato com o ar – denominado período de repouso. Nesse sistema podem ser empregadas temperaturas de 60 °C a 90 °C no ar de entrada nas câmaras de secagem e é necessário um período mínimo de repouso de quatro a um máximo de doze horas. Saiba mais O período de uso do secador pode ser variável. Normalmente, são utilizados períodos curtos, dependendo do teor de umidade dos grãos, alternados com períodos de repouso. Os grãos são secados até atingirem 2,5% de umidade acima do teor recomendado para o armazenamento. Durante o período de repouso para resfriamento da massa de grãos, o calor residual redistribui a umidade em todo o interior dos grãos, o que é suficiente para retirar a umi- dade excedente e atingir o teor ideal. O método mais comum do sistema misto é conhecido como seca aeração. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 26 Fique atento para não confundir seca-aeração com aeração secante ou aeração em silo secador pelo sistema estacionário. No sistema de seca-aeração geralmente são usados um secador contínuo e um silo secador. Os grãos passam por um determinado período no secador contínuo em alta temperatura e, na sequência, ficam em repouso no silo-secador. Essas operações se repetem até que a massa de grãos atinja a umidade ideal para armazenamento. Veja, a seguir, os esquemas de cada equipamento. Representação esquemática do secador seca aeração. Representação esquemática do secador de grãos estacionário. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 27 Informações extras Além desses tipos de secadores que você acabou de ver, há ainda o secador horizontal rotativo. Ele é formado por um cilindro tubular horizontal ou ligeiramente inclinado, que gira em torno de seu eixo longitudinal a uma velocidade de 1 a 15 rpm. Rotações por minuto. No caso de um secador contínuo, o produto chega à parte mais ele- vada do tambor por meio de um transportador e sai na parte mais baixa por gravidade. O ar de secagem é aquecido por uma fornalha e é introduzido no tambor no mesmo sentido ou, em caso de seca- dores inclinados, no sentido contrário ao da trajetória dos grãos. O secador contínuo é adaptado para a parte da secagem convencional: o ar aquecido é insuflado em ambas as câmaras – a de secagem e a originalmente destinada ao arrefecimento quando do método contínuo. E o silo-secador com fundo falso, chapas perfuradas e ar não aquecido, é utilizado para a parte estacionária do final da secagem. É um sistema que praticamente não causa danos mecânicos, nem danos ou choques térmicos na mas- sa de grãos. Permite a obtenção de secagem mais rápida e mais uniforme do que a obtida no esta- cionário, porém menos uniforme do que o intermitente e mais demorada do que o sistema contínuo. Legenda: Secador horizontal rotativo Fonte: Palinialves (2018) MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 28 Tabela 1 – Temperatura do ar na entrada dos secadores em diferentes sistemas tecnificados para secagem de grãos. Grãos Sistemas de secagem (em °C) Estacionário Intermitente Contínuo Seca-aeração Arroz 30-40 70-115 - 60-80 Trigo, sorgo, centeio, triti- cale 45-50 70-110 70-120 70-90 Milho, soja 50-60 80-120 90-130 79-90 Feijão 45-55 80-100 80-110 60-80 Esses são alguns dos limites de temperatura para os grãos relacionados, porém algumas dicas po- dem melhorar o processo de secagem. E nada melhor do que dicas práticas, não é mesmo? Então, para finalizar esta aula, acesse o Módulo 1 do ambiente de estudo e confira o podcast que preparamos para você! Hora da revisão! Muito bem! Você finalizou o Módulo 1 – Secagem de grãos. Você viu sobre a importância do teor de umidade nos grãos e da secagem para a manutenção dos grãos na armazenagem, no transporte e na destinação final. Também viu como o pro- cesso de secagem pode ser realizado e conheceu os tipos de secadores de grãos. Muito bem! Agora você conhece os três sistemas de secagem de grãos. Mas qual é a temperatura ideal do ar para cada um? Como você pode imaginar pelo que estudou até aqui, ela varia para cada um dos sistemas e para os diferentes tipos de grãos. Confira na tabela a seguir os limites mais uti- lizados para grãos destinados tanto para produção de ração animal como para consumo humano. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 29 Já foram muitos conhecimentos desenvolvidos até aqui, não é mesmo? E agora é hora de revisar! Antes que você vá para as atividades de aprendizagem, acesse o Módulo 1 do ambiente de aprendizagem e assista ao vídeo com o resumo do que você estudou. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 30 Atividade de aprendizagem 1. Quanto à influência da umidade nos grãos, é correto afirmar que: a) A secagem de grãos favorece o desenvolvimento de microrganismos e o surgimento de grãos ardidos. b) A alta umidade dos grãos impossibilita seu armazenamento por longos períodos de tempo sem perda de qualidade. c) A colheita antecipada é uma técnica utilizada para redução do teor de umidade dos grãos. d) A autodegradação dos grãos e perda de qualidade são maiores quando eles apresentam baixo teor de umidade. MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 31 Coluna A 1 – Estacionário 2 – Convencional 3 – Misto Coluna B ( ) Os grãos permanecem estáticos e apenas o ar é movimentado durante a secagem. Nesse sistema, de acordo com a direção do fluxo de ar, os métodos são classificados em secagem com ar em fluxo axial e em fluxo radial. ( ) Nesse sistema podem ser empregadas temperaturas de 60 °C a 90 °C no ar de entrada nas câmaras de secagem. O período de repouso mínimo é de quatro horas e o máximo é de doze horas. ( ) O ar e os grãos se movimentam durante a operação. Nesse sistema, de acordo com o fluxo de carga/descarga e o contato do ar com os grãos, os métodos são classificados em contínuos e intermitentes. 3. Considerando os princípios da secagem de grãos, analise e relacione a coluna A com a coluna B. Selecione a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo: a) 1, 3, 2 b) 3, 1, 2 c) 2, 1, 3 d) 2, 3, 1 MÓDULO 01 | Pós-Colheita de Grãos 32 4 Sabendo que existem diferente tipos de secadores, analise as afirmativas a seguir e relacione a coluna A com a coluna B. Selecione a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo: a) 1, 3, 2 b) 3, 1, 2 c) 1, 2, 3 d) 2, 3, 1
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