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ENSINO FUNDAMENTAL 8º ANO _FILOSOFIA_VOLUME 1 (PROFESSOR)

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8o. ano
Volume 1
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Filosofia
Livro do professor
Livro
didático
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Livro do professor
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1. Que ideias podem ser associadas a essa imagem?
2. Qual a resposta desta adivinha? 
Encaminhamento de atividades.
Todo mundo me quer.
Mas nem todo mundo me tem.
Quem me tem não quer me largar.
Quem não me tem vive a me procurar.
Decidir dentro 
do possível
2
Quem sou eu?
A Filosofia surgiu há mais de 2 500 anos, motivada, em especial, por dois grandes desejos da humanidade: 
expressar suas dúvidas e compreender a realidade à sua volta. Muitos acreditam que a Filosofia tenha raízes na 
Grécia Antiga, daí seu nome de origem grega, que pode ser traduzido como “amor ao saber” ou “amizade pela 
sabedoria”. Portanto, o filósofo é aquele que observa, analisa, questiona e pensa livremente sobre o mundo, 
sobre si mesmo e sobre o próprio pensamento. Esse conjunto de atitudes é chamado de reflexão.
A partir de agora, você também está convidado a refletir sobre um tema que já despertou a curiosidade 
de muitos filósofos. Com a ajuda da adivinha da página 2 e pela leitura do poema a seguir, descubra que tema 
é esse. 
Objetivos
• Reconhecer a atualidade das questões filosóficas desde as mais antigas.
• Explorar a leitura e o diálogo oral e escrito com textos de diversos gêneros, compreendendo os 
elementos filosóficos presentes neles.
• Refletir sobre o papel das ciências na formação das culturas contemporâneas.
• Refletir sobre a capacidade de adiar a satisfação de um desejo.
• Diferenciar sentimentos de ações. 
• Criar expectativas realistas para si mesmo.
Introdução de conceito. 2 Encaminhamento metodológico.3
Reflexão divertida 
LUCINDA, Elisa. Lili, a rainha das escolhas. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 2; 13.
Resposta e encaminhamento da atividade.4
Em verdade sou muito clara
embora seja tão procurada,
tão desejada,
tão próxima de todos
e tão difícil de ser encontrada.
Sou tão velha como a história do mundo,
quando nem existia humano
eu já era o tesouro do reino animal.
Sou a tal, quem não me tem diz que me quer,
quem me tem não quer me perder,
e tem gente que até já me usou pra guerrear
mas sou da paz, não sou da guerra,
se faço revoluções é pra eu poder durar.
[...]
Calma, não pense que sou estrela-guia,
embora eu possa até ser profecia
construindo um mundo melhor
juntando emoção e razão.
Pois é sempre entre o limite e a possibilidade
que encontro o tamanho exato da minha ação.
3
 1. Quem é o(a) narrador(a) do poema que você acabou de ler? Converse sobre isso com os colegas. Depois, 
registre por escrito a sua conclusão.
Conexões
A liberdade se apresenta na vida humana sob diferentes formas: como uma ideia, um pensamento ou como 
possibilidade, busca, objetivo ou necessidade. Mas será que ela é percebida e compreendida por todos os indi-
víduos e as sociedades igualmente? Será que existe uma forma universal de representá-la? 
Nos mais variados contextos, as pessoas utilizam imagens como uma forma visual de comunicação, capaz 
de expressar pensamentos, sentimentos, desejos, acontecimentos e outros. Será, então, que é possível uma 
imagem ser usada para representar a liberdade ou, ainda, para promover uma reflexão sobre ela, contrastá-la 
com seus limites ou incentivar sua prática?
Como você, adolescente do século XXI, imagina a liberdade? Que forma esse conceito tem em seu pen-
samento? Você acredita que uma imagem pode mostrar, sugerir, dar a sensação de liberdade, denunciar sua 
ausência ou fazer pensar sobre ela?
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 2. Imagine um símbolo para representar o(a) narrador(a) do poema. Então, siga as orientações do professor 
para registrar esse símbolo dentro da moldura que se encontra no material de apoio.
Na atividade anterior, você estabeleceu uma relação de semelhança entre a liberdade e uma imagem 
simbólica. Esse desenho poderia comunicar algo sobre a liberdade para outras pessoas, as quais você 
talvez nem conheça? 
Depois de pensar sobre isso, observe atentamente esta obra do pintor francês René Magritte.
8o. ano – Volume 14
Leitura da obra de arte.5
Introdução de conceito. 6
Que relações é possível estabelecer entre essa tela e a liberdade? Converse a respeito com os colegas e 
registre, nas linhas a seguir, uma dessas relações. 
Somos livres?
Ainda que procurássemos em locais distantes, ou em tempos remotos, dificilmente encontraríamos um ser 
humano que jamais ouviu, pensou, falou sobre a liberdade ou a desejou. Afinal, bem mais que uma palavra, tra-
duzida para as mais diversas línguas, ela é também um sonho, um objetivo, uma esperança, uma conquista, um 
ideal, que vive na mente e no coração das pessoas. É cantada e retratada pelos artistas, pensada e investigada 
pelos filósofos, defendida e buscada por muitos homens e mulheres.
Dizem ainda que o desejo de liberdade é a grande marca da juventude, que está sempre em busca de novas 
experiências e novas alegrias. Mas, afinal de contas, por que a ideia de liberdade é tão presente em todas as 
épocas e todos os lugares? Será que ela já nasce conosco? Que tal refletir sobre isso?
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MAGRITTE, René. Afinidades 
eletivas. 1933. 1 óleo sobre tela, 
color., 41 cm × 33 cm. Coleção 
Etienne Périer, Paris.
 Filosofia 5
Olhar de filósofo
Será que podemos afirmar que uma pessoa é livre simplesmente por não estar presa, trancada em 
algum lugar? Você já deve ter percebido que o conceito de liberdade também inclui a possibilidade de 
fazer escolhas, ou seja, de decidir entre diversas alternativas ou entre algo e o seu contrário. No entan-
to, as escolhas podem esbarrar em alguns limites, como a nossa própria constituição física, a natureza, 
as regras ou a liberdade dos outros. Diante disso, muitos filósofos questionaram se a natureza nos fez 
realmente livres, já que temos necessidades que precisam ser satisfeitas a fim de garantirmos nossa 
sobrevivência.
No século XVII, um filósofo inglês chamado Thomas Hobbes (pronuncia-se “Tômas Róbes”) concluiu 
que essas necessidades limitam, de algum modo, nossa liberdade, mas não nos impedem de realizar 
escolhas ou de tomar decisões. Ele afirmava que não há liberdade para querer ou não, mas, sim, para 
fazer ou não aquilo que queremos. Porém, segundo Hobbes, somente podemos nos considerar de fato 
livres quando somos capazes de avaliar as consequências, boas ou más, das nossas ações.
Para explicar essas ideias, vamos recorrer a alguns exemplos. Sabemos que é natural querer alimento, 
agasalho, proteção e repouso. Afinal, toda pessoa tem necessidade dessas coisas, já que não pode evitar 
a fome, o frio, o medo, a dor ou o cansaço. Mesmo assim, alguém pode escolher trocar uma refeição por 
uma conversa ao telefone, passear ou tomar sorvete numa gelada manhã de inverno, enfrentar uma 
grande montanha-russa, exercitar-se o dia todo ou ficar até tarde assistindo a um filme. Porém, de acordo 
com o pensamento de Hobbes a respeito da liberdade, só é possível afirmar que essa pessoa é livre caso 
ela esteja consciente dos prazeres e dos problemas que podem resultar de cada uma das suas escolhas. 
 1. Reflita sobre as ideias de Hobbes e registre, a seguir, se você concorda ou não com elas e por quê.
Encaminhamento de atividades.8
NÃO SOMOS LIVRES NO 
QUERER, MAS SOMOS 
LIVRES NO FAZER.
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Orientações para a leitura.7
8o. ano – Volume 16
BRENIFIER, Oscar; DESPRÉS, Jacques. O livro dos grandes opostos filosóficos. Belo Horizonte: Autêntica, 2014. p. 30.
Considerando o texto, responda às questões a seguir. 
 1. Qual a opinião dos autores do texto em relação à ideia de liberdade como “uma vida sem limites e 
obrigações”? Você concorda com o ponto de vista deles? Por quê?
Encaminhamento de atividades e sugestão de respostas.9
Atividades
Muitasvezes pensamos que liberdade significa poder fazer tudo o que queremos. Sem limites 
e sem obrigações. Para isso, seria preciso ser um deus capaz de controlar tudo. Mas a vida em so-
ciedade exige obediência a regras. A natureza também nos submete a leis: ninguém escolhe nascer 
menino ou menina. Todo mundo deve comer, beber e dormir para sobreviver. Tudo o que existe é 
livre apenas dentro dos limites do que é. 
A liberdade, para nós, humanos, é imensa, pois somos capazes de fazer escolhas e de ser respon-
sáveis por elas. É o que torna a liberdade difícil: por causa dela, hesitamos antes de tomar uma boa 
decisão; os outros riem de nós quando nos enganamos; precisamos refletir sempre, e nos sentimos 
culpados quando fazemos algo que não é bom. Mas é essa consciência que nos permite fazer grandes 
coisas, é ela que nos distingue dos animais, que nos faz verdadeiramente humanos.
 2. Agora é sua vez de refletir a respeito da liberdade. Em um diálogo com os colegas, apresente e ouça 
opiniões e argumentos para responder às questões a seguir.
Você é livre para escolher entre
a) medir 1,60 m ou 1,80 m?
b) comer ou não comer por um dia?
c) comer ou não comer por dez anos?
d) sentir-se bem ou mal quando aspira um odor desagradável?
e) sentir ou não sentir dor ao se machucar?
f) adoecer ou não adoecer? 
g) quebrar o recorde de velocidade em uma corrida?
h) aprender ou não um complicado passo de dança?
i) magoar-se ou não com as atitudes de outras pessoas? 
j) apaixonar-se ou não por alguém?
 Filosofia 7
 2. De acordo com o texto, quais limites naturais impedem que o ser humano seja totalmente livre para fazer 
o que quer? Você acrescentaria algo a essa lista? Em caso afirmativo, o que acrescentaria?
 3. Os autores do texto afirmam que “A liberdade, para nós, humanos, é imensa [...]”. Na sua opinião, a liber-
dade pode ser considerada imensa para os seres humanos? Por quê?
 4. Os autores do texto afirmam que a liberdade é “difícil”. Explique por que eles pensam assim e se posicione 
a favor ou contra essa opinião.
 5. Ao supor que existem limites reais à nossa liberdade, qual significado podemos atribuir à expressão 
“ser livre”? 
8o. ano – Volume 18
Você já deve ter percebido que diversas características físicas pessoais – como altura, cor dos olhos, da pele 
e do cabelo – não dependem de nossa vontade. É claro que podemos empregar determinados recursos para 
modificar algumas dessas características naturais. Por exemplo, calçar sapatos de salto para parecer mais altos, 
utilizar lentes de contato coloridas nos olhos, tintura para clarear ou escurecer os cabelos, técnicas para torná-los 
lisos ou cacheados, maquiagem para alterar a aparência da pele e da fisionomia, entre outros. Contudo, é bas-
tante difícil, ou mesmo impossível, modificar definitivamente todas essas características. 
Conexões
Orientações didáticas.10
Os genes são unidades fundamentais 
das moléculas de DNA, responsáveis 
por “transmitir” as informações genéti-
cas de uma geração a outra.
As informações genéticas estão conti-
das no DNA de cada ser vivo e são trans-
mitidas de pais para filhos por meio da 
reprodução.
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Além disso, você deve conhecer pessoas que se parecem muito 
com seus respectivos pais e irmãos. Talvez este seja o seu caso. Isso 
decorre do fato de que nossas características observáveis, como a al-
tura, a cor dos olhos, da pele e do cabelo, são herdadas dos nossos 
pais, por meio dos genes que recebemos deles. Esse mecanismo no 
qual as informações genéticas são transmitidas dos pais para os 
filhos, ao longo de gerações, chama-se hereditariedade. 
O conjunto de genes que um indivíduo recebe de seus pais e que 
pode ser transmitido aos seus descendentes é chamado de genótipo. 
Já ao conjunto de características determinadas pelo genótipo de um 
indivíduo dá-se o nome de fenótipo. 
O fenótipo de um indivíduo está sujeito a sofrer alterações ocasionadas pela influência de fatores ambien-
tais, como disponibilidade de água, exposição ao sol, tipo de alimentação ou outros que interfiram na qualidade 
de vida. No entanto, mesmo que nossa aparência se altere em razão desses fatores ou que utilizemos os mais 
variados recursos para modificar algumas de nossas características observáveis, ainda assim não é possível mo-
dificar nossos genótipos.
Diante disso, podemos nos perguntar: Será que os genes herdados determinam, em sua totalidade, quem 
somos? Será que estamos fadados a desenvolver necessariamente as mesmas características físicas e, até 
mesmo, doenças de nossos familiares? Herdamos também os comportamentos deles? É possível modificar 
alguma tendência genética por meio de hábitos e costumes aprendidos? 
Essas dúvidas são bastante discutidas entre profissionais e pesquisadores, como biólogos, médicos, 
psicólogos, neurocientistas, filósofos, entre outros. Levando-as em consideração, podemos nos perguntar até 
que ponto somos livres para escolher nosso “destino”, uma vez que não escolhemos certas características que 
fazem parte do nosso próprio ser.
 Filosofia 9
Indicações de leitura para o professor.11
Atividade da seção Hora de estudo.12
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A imagem da esquerda ilustra diversas células nervosas, chamadas neurônios, comunicando-se 
entre si (pontos luminosos), e a da direita representa a transferência de informações de um neu-
rônio para o outro (sinapse). As sinapses são impulsos elétricos por meio dos quais as mensagens 
são transmitidas de um neurônio a outro.
Nas últimas décadas, a Neurociência vem fazendo descobertas 
importantes para responder a essas e a outras questões que estão 
presentes no pensamento filosófico desde a Antiguidade. Uma das 
investigações dessa nova área de estudos refere-se à influência que 
o ambiente exerce sobre as pessoas.
Por ambiente, podemos compreender o local em que vivemos 
(formado por aspectos naturais, sociais e políticos), a cultura da qual 
fazemos parte, a época em que nascemos e vivemos, a educação 
familiar e escolar que recebemos. Resumindo: ambiente é o con-
texto humano de nossas vivências. Sendo assim, até que ponto ele 
interfere na manifestação do nosso fenótipo e, além disso, na nossa 
personalidade e no nosso “destino”? 
Para os neurocientistas, o nosso sistema nervoso tem uma 
incrível capacidade de adaptação, que se manifesta de acordo 
com as interações que realizamos com o meio. Essa capacidade 
de adaptação é denominada neuroplasticidade ou plasticidade 
neuronal. Ela atua por meio de diferentes arranjos entre as célu-
las nervosas, que são responsáveis por diversas funções do corpo 
e pelas “respostas” que podemos dar às situações que vivencia-
mos. Logo, a neuroplasticidade é responsável pela modificação de 
comportamento de acordo com experiências vividas no passado 
(memória) e que caracteriza o aprendizado para orientar as expe-
riências futuras.
O sistema nervoso é a parte do or-
ganismo responsável por transmitir 
informações entre as diferentes partes 
do corpo, além de coordenar ativida-
des voluntárias (que escolhemos rea-
lizar) e involuntárias (independentes 
de nossa vontade, como batimentos 
cardíacos, respiração, digestão, etc.). 
O sistema nervoso é composto de: 
encéfalo (que engloba cérebro, cerebe-
lo, talo, hipotálamo e bulbo), medula 
espinhal e nervos (extensas ramifica-
ções que ligam o sistema nervoso às 
diversas partes do corpo).
Neurociência é a área de conhecimen-
to multidisciplinar (envolve Biologia, 
Medicina, Psicologia, Linguística, Edu-
cação) responsável pelos estudos do sis-
tema nervoso e suas implicações com-
portamentais, fisiológicas, patológicas, 
cognitivas, etc.
8o. ano – Volume 110
Como ser livre?
Talvez, por meio das reflexões anteriores, você tenha percebido que a liberdade não está isolada de outras 
características e outros valores que fazem parte da vida dos seres humanos. Ela pode ser associada, por exem-
plo, às consequências de cadaescolha que fazemos ou, ainda, ser pensada como algo a se conquistar. 
Mas, afinal, existem situações nas quais a liberdade é mais forte que seus limites? Há momentos em que 
somos totalmente livres? Como seria viver dessa forma? O que poderíamos fazer, pensar ou sentir sendo 
plenamente livres? Encaminhamento metodológico.13 Sugestão de atividades.14
 1. Reflita: Que relações podem ser estabelecidas entre o que você concluiu nas atividades anteriores e os 
versos a seguir (retirados do poema da página 3)? 
Hora de filosofar
 Siga as orientações do professor para realizar as atividades a seguir.
1. Para cada questão, marque um X no espaço correspondente à sua resposta pessoal.
Questões Sim Não
Praticar seu esporte favorito lhe dá a sensação de liberdade?
Seu esporte favorito tem regras?
Ir a todas as festas para as quais o convidam é ter liberdade?
Há comportamentos que não são aceitáveis numa festa?
Ouvir sempre sim para seus pedidos é ter liberdade?
Existem condições para a realização de um pedido?
Falar tudo o que se pensa é ser livre?
Quem não respeita limites para falar pode ser inconveniente?
2. Para aprofundar sua reflexão sobre liberdade, dialogue a respeito destas novas questões:
• É possível sentir-se livre em meio a regras?
• A liberdade depende de condições para se realizar?
• A liberdade depende de aceitações sociais?
• Podemos nos prender à liberdade?
• Liberdade é uma conquista das pessoas livres ou das não livres?
Atividades
Encaminhamento das atividades.16
Encaminhamento das atividades. 15
“Pois é sempre entre o limite e a possibilidade 
que encontro o tamanho exato da minha ação.”
 2. Utilize as relações estabelecidas em sua reflexão para responder, em forma de texto: Como ser livre?
 Filosofia 11
Olhar de filósofo
Epicuro foi outro importante filósofo grego da Antiguidade. Ele divulgou suas ideias, algumas déca-
das depois de Aristóteles, em uma escola cercada por belos jardins. Ali, perto da natureza, Epicuro refletia 
e dialogava com seus alunos e amigos, principalmente sobre a felicidade. 
Ao contrário da maioria das pessoas, ele duvi-
dava que a felicidade viesse da satisfação de todos 
os desejos humanos. Ensinava que o prazer era 
um bem que todos deviam buscar, e a dor, um 
mal que todos deviam evitar. Porém, alertava que 
a satisfação de certos desejos causava um prazer 
momentâneo, seguido por dores e problemas du-
radouros. Por isso, aconselhava as pessoas a bus-
car o equilíbrio, a simplicidade e a tranquilidade, 
evitando os vícios, a ansiedade e os excessos.
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SEM TEMPERANÇA, 
NÃO HÁ LIBERDADE.
DEVEMOS PROCURAR O 
PRAZER, EVITAR A DOR E 
EVITAR PRAZERES QUE TRAGAM 
DORES FUTURAS!
Além das necessidades naturais ligadas à sobrevivência, o ser humano 
tem desejos. Alguns desses desejos chegam a ser tão intensos que parecem 
incontroláveis. Por isso, há pessoas que cedem a eles e justificam essa 
atitude dizendo: “Foi mais forte do que eu”. Porém, nem todas as 
pessoas pensam dessa maneira. Algumas, ao contrário, jul-
gam que podemos, e devemos, controlar todo desejo, 
agindo sempre de acordo com as regras e os deveres.
Na Grécia Antiga, um filósofo chamado Aristóteles 
refletiu sobre esses dois posicionamentos. Ele chegou 
à conclusão de que devemos procurar o equilíbrio em 
relação aos sentimentos e à satisfação dos desejos. O 
filósofo chamou esse equilíbrio 
(meio-termo) de justa medida 
ou temperança.
Para tornar-se temperante, 
Aristóteles afirmava que era preciso agir evitando dois 
extremos: a falta e o excesso. Portanto, não proibia nem 
condenava a satisfação dos desejos, mas alertava con-
tra os maus efeitos do exagero: afirmava que ele pode-
ria transformar nossos desejos em vícios escravizantes.
Encaminhamento metodológico e sugestão de respostas.17
8o. ano – Volume 112
Reflita sobre as ideias de Aristóteles e Epicuro. Depois, converse com os colegas a respeito das 
questões a seguir e registre suas conclusões.
 1. É possível ser temperante? Por quê?
 2. A temperança é valorizada em nossa sociedade? Dê exemplos.
 3. Ao contrário do conselho de Epicuro, muitas pessoas buscam prazeres imediatos e passageiros 
que resultam em dores e problemas futuros. Por que isso acontece?
4. Você concorda com a afirmação de que “Sem temperança, não há liberdade” ou discorda dela? 
Justifique sua opinião.
Atividade da seção Hora de estudo.18
 Filosofia 13
Os desejos nos movem para além daquilo que somos. Desejar nos 
motiva a buscar algo que ainda não alcançamos, por exemplo, uma 
conquista intelectual, material ou física. Quando desejamos algo, 
queremos satisfazer essa vontade. E se isso não ocorre, seja por falta 
de ação, de recursos, de tempo, seja por outro motivo qualquer, surge 
a insatisfação. 
Como vimos, Aristóteles dizia que devemos ser temperantes e 
não errar nem pela falta nem pelo excesso, buscando sempre a justa 
medida ou o meio-termo. Além disso, ele afirmava que quando uma 
pessoa não realiza seus desejos, ou quando alguém se opõe a essa 
realização, pode surgir um sentimento negativo: a cólera. Quando 
somos tomados por esse sentimento, é possível agirmos sem pen-
sar, tomando atitudes das quais podemos nos arrepender depois de 
nos acalmar. 
Aristóteles julgava que não temos o domínio sobre o surgimento 
da cólera e de outros sentimentos, mas temos o poder de controlar 
sua duração. O antídoto para a cólera, segundo ele, seria a calma, a 
tranquilidade. Ou seja, quando somos tomados pela cólera, podemos 
respirar fundo, nos acalmar e esperar a mente e o coração “esfriarem”. 
O curioso é que, 23 séculos depois, com todos os avanços tec-
nológicos na área de saúde, psicólogos e neurocientistas concordam 
com esse pensamento. Um exemplo é o psicólogo estadunidense 
Daniel Goleman. Ele afirma que o autocontrole sobre emoções ar-
rebatadoras, como a raiva, é fundamental para o nosso bem-estar. 
E, assim como Aristóteles, ele diz que não temos como controlar o 
surgimento de tais sentimentos, mas podemos decidir qual a sua du-
ração. Além disso, há neurocientistas que se aproximam do pensa-
mento de Aristóteles, afirmando que a calma é o remédio para a raiva. 
Conexões Informações complementares e encaminhamento metodológico.19
Encaminhamento metodológico e sugestão de respostas.20
Ética e cidadania 
Quando se pensa em liberdade, é comum associá-la ao querer. Chega-se ao ponto de relacionar a liberdade 
à satisfação imediata e ilimitada de nossos desejos. Além disso, a apresentação constante de bens materiais, de 
forma tão atrativa pelos diversos meios de comunicação (pois sempre surge um produto novo e melhor!), pode 
nos motivar a querer ter o que não possuímos. Assim, o consumo, em grandes quantidades, contínuo e sem 
reflexão, ou seja, o consumismo, torna-se um comportamento frequente.
Podemos ainda receber influências de pessoas famosas, as quais se tornam nossos ídolos e nos levam a 
querer ser como elas. Seu comportamento, seus gostos e suas ideias passam a mobilizar as nossas ações e es-
colhas. Dessa forma, observando como os outros são (ou parecem ser), definimos como nós gostaríamos de ser. 
E, muitas vezes, buscamos ser os melhores, estar acima dos outros, ser invejados, estar no centro das atenções, 
almejando que todos os olhares estejam voltados para nós. 
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8o. ano – Volume 114
Além disso, nosso querer pode ser tão valorizado que chegamos a nos colocar acima dos demais, julgando 
que somente os nossos desejos merecem atenção e que todos eles devem ser satisfeitos. Nessas situações, a 
ideia de liberdade passa a ser associada à afirmação Eu quero!, como se o fato de querer fazer algo bastasse 
para poder fazê-lo. 
Diante disso, vale a pena refletir sobre algumas perguntas: 
• Liberdade é a completa realização dos nossos desejos? 
• Os desejos nascidos por influência da mídia ou de celebridades são realmente nossos? 
• Querer algo é condição suficiente para que esse desejo possa sersatisfeito? 
• Existem outros aspectos que não foram citados, mas são indispensáveis à realização do nosso querer?
 1. Escreva uma conclusão a que você chegou depois de refletir sobre as perguntas presentes no final 
do texto.
 
 2. Registre, nas linhas a seguir, palavras que se relacionam ao querer.
 3. Complemente sua lista de palavras seguindo as orientações do professor.
 4. Reflita sobre a questão da imagem e encare o desafio proposto a seguir.
É possível rever seus 
hábitos de consumo? Utilize as reflexões realizadas até aqui para 
melhorar seus hábitos de consumo nas diversas 
situações de seu dia a dia!
 Filosofia 15
Para refletir sobre o grande enigma da liberdade, leia este texto, no qual ela é relacionada à escolha, mas 
não à ideia de facilidade! Seu autor é Fernando Savater, um filósofo da atualidade que vive na Espanha. O texto 
faz parte de um livro em que o autor conversa com seu filho adolescente sobre diversos assuntos importantes, 
entre os quais a liberdade.
Liberdade e responsabilidade
A liberdade não é um fim em si mesmo, mas um meio para alcançarmos a felicidade. Entretanto, a realização 
do nosso querer e da nossa liberdade, além de ter efeitos sobre nós, atinge a coletividade. Afinal, as escolhas 
pessoais que fazemos envolvem a nossa atuação diante dos outros e podem trazer bem-estar ou mal-estar para 
eles. Por tudo isso, elas devem ser bem pensadas e avaliadas.
Sendo assim, em um primeiro momento, a palavra “liberdade” pode nos trazer a ideia de algo tranquilizador, 
que produza sensações e sentimentos agradáveis, reconfortantes, animadores e até estimulantes. Mas quan-
do a associamos às consequências de nossos atos, aos deveres e às responsabilidades que os acompanham, 
podemos considerá-la um peso ou um angustiante e difícil momento de escolha. Vista dessa maneira, entre 
sentimentos contraditórios, a liberdade torna-se um grande enigma...
Conexões
Encaminhamento de atividades.21
Vou lhe contar um caso dramático. Você conhece os cupins, que, na África, constroem cupin-
zeiros impressionantes, de vários metros de altura e duros feito pedra. Como o corpo dos cupins 
é mole, por não ter a couraça de quitina que protege outros insetos, o cupinzeiro tem a função 
de uma grande carapaça coletiva que os defende contra certas formigas inimigas mais bem ar-
madas do que eles.
Mas às vezes um desses cupinzeiros desmorona por causa de uma inundação ou de algum 
elefante (os elefantes gostam de se coçarem esfregando os flancos contra os cupinzeiros – o que 
fazer?).
Logo os cupins-operários põem-se a trabalhar para reconstruir depressa a fortaleza danificada. 
E as grandes formigas inimigas lançam-se ao ataque. Os cupins-soldados saem para defender sua 
colônia, tentando deter as inimigas. Como não 
podem competir com elas nem em tamanho nem 
em armamentos, dependuram-se nas atacantes 
tentando frear sua marcha, e vão sendo despeda-
çados pelas mandíbulas das inimigas. Os operá-
rios trabalham celeremente para voltar a fechar 
o cupinzeiro ruído... mas fecham-no deixando 
fora os pobres e heroicos cupins-soldados, que 
sacrificam suas vidas pela segurança dos outros. 
Será que eles não merecem pelo menos uma me-
dalha? Não é justo dizer que são valentes? 
 quitina: substância que compõe o revestimento do corpo de certos animais, como os crustáceos e os insetos.
flancos: partes laterais do corpo entre o quadril e as últimas costelas.
celeremente: velozmente, rapidamente, ligeiramente.
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8o. ano – Volume 116
Muda o cenário, mas não o tema. Na Ilíada, Homero 
conta a história de Heitor, o melhor guerreiro de Troia, que, 
fora das muralhas de sua cidade, espera obstinadamente 
por Aquiles, o enfurecido herói dos aqueus, mesmo saben-
do que este é mais forte e provavelmente irá matá-lo. Heitor 
faz isso para cumprir seu dever, que consiste em defender 
sua família e seus concidadãos do terrível atacante. Nin-
guém duvida de que Heitor é um herói, um autêntico valen-
te. Mas não será Heitor heroico e valente do mesmo modo 
que os cupins-soldados, cuja gesta milhões de vezes repetida nenhum Homero preocupou-se 
em contar? Heitor, afinal, não faz a mesma coisa que qualquer um dos cupins anônimos? Por 
que seu valor nos parece mais autêntico [...] do que o dos insetos? Qual a diferença entre um 
caso e outro?
Simplesmente, a diferença está em que os cupins-soldados lutam e morrem porque têm que 
fazê-lo, inevitavelmente (como a aranha que come a mosca). Heitor, por outro lado, sai para 
enfrentar Aquiles porque quer. Os cupins-soldados não podem desertar, nem se rebelar, nem se 
esquivar para que os outros tomem o seu lugar: estão programados necessariamente pela natu-
reza para cumprir sua missão heroica. O caso de Heitor é dife-
rente. Poderia dizer que está doente ou que não tem vontade 
de enfrentar alguém mais forte do que ele. Talvez seus conci-
dadãos o chamem de covarde e o considerem descarado, ou 
talvez lhe perguntem se tem outro plano para deter Aquiles, 
mas é indubitável que ele tem a possibilidade de negar-se a 
ser herói. Por maior que seja a pressão dos outros sobre ele, 
sempre poderá escapar do que se supõe que deva fazer: não 
está programado para ser herói, nenhum homem está. Daí o 
mérito de seu gesto e o fato de Homero contar sua história 
com épica emoção. 
Ao contrário dos cupins, dizemos que Heitor é livre, e por 
isso admiramos seu valor.
 obstinadamente: persistentemente, teimosamente.
aqueus: o mais antigo grupo étnico que deu origem ao povo grego 
e foi vencido pelos dórios.
concidadãos: moradores, cidadãos da mesma cidade.
gesta: luta, batalha, guerra.
descarado: desavergonhado, insolente, atrevido.
indubitável: de que não se pode duvidar, incontestável, certo.
épica: relativa à epopeia, extraordinária, heroica.
Ilíada é um poema épico atribuído ao 
escritor grego Homero. Essa obra des-
creve uma guerra entre duas cidades 
por causa do sequestro da esposa do rei 
Menelau. Com outro poema de Home-
ro, chamado Odisseia, a Ilíada inaugurou 
a literatura ocidental.
SAVATER, Fernando. Ética para meu filho. São Paulo: Planeta, 2005. p. 23-24.
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 Filosofia 17
Encaminhamento de atividades. 22
 1. O autor desse texto comparou os seres humanos com outros seres vivos (os cupins), colocando-os em 
diferentes cenários de ação. O que essa comparação fez você pensar? Qual o aspecto que lhe pareceu 
mais marcante? Registre-o e comente-o com os colegas. 
 2. Na comparação feita pelo autor, a liberdade é a característica que diferencia os personagens presentes 
nos dois cenários: seres humanos e cupins. Por isso, relendo a última frase do texto, encontramos a pala-
vra “livre” relacionada a Heitor. Pensando nisso, elabore uma pergunta que possibilite uma investigação 
sobre esse tema. Para elaborá-la, você também pode consultar o poema da página 3 e, em especial, uma 
ideia contrária à que aparece no texto: a de que a liberdade já era o tesouro do reino animal antes de 
surgirem os humanos. 
Registre, no espaço a seguir, a pergunta que você elaborou. Depois, com as orientações do professor, 
reescreva sua pergunta na moldura que está no material de apoio.
Hora de filosofar
1. Dialogar com os colegas é uma oportunidade para expressar opiniões, compreender o pensamento 
dos outros, construir novas formas de ver as coisas, investigar o que se pensa e por que se pensa de 
determinada maneira. Sendo assim, utilizem as questões elaboradas na atividade anterior para realizar 
um diálogo filosófico sobre o tema “liberdade”.
2. Com as orientações do professor, registre as conclusões a que você chegou ao final do diálogo filosófico 
sobre a liberdade.
 
8o. ano – Volume 118
Reflexão divertida 
Há muito tempo, o ser humano tem a tendência de se colocar no “centro do universo”. Ele se considera o 
animal mais inteligente e mais importante do que todos os outros, sejaporque pensa, fala, ri, chora, escolhe, 
seja porque constrói muitas coisas. Entretanto, convivemos com diversos tipos de animais, domesticados ou 
selvagens, visíveis ou invisíveis. Eles são nossos vizinhos na Terra e às vezes até coabitam em nossa casa. 
Muitas vezes, chegamos a comparar o comportamento dos animais com os nossos e concluímos que o leão 
é violento porque caça animais indefesos, que um pássaro é livre porque voa, que a formiga é trabalhadeira por-
que vive a carregar mantimentos para o formigueiro, que o joão-de-barro é muito engenhoso quando constrói 
sua casa. Pensando nisso, observe um conjunto de gravuras populares do século XVIII e leia o título da obra. 
Encaminhamento de atividades. 23
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A LOUCURA dos homens – ou O mundo às avessas. Século XVIII. 1 gravura. Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo, Marseille (detalhe). 
In: ECO, Umberto. História das terras e lugares lendários. Rio de Janeiro: Record, 2013. p. 295.
 1. Depois de ler o texto, observar a imagem e analisar suas referências, converse com os colegas e o professor 
a respeito das seguintes questões.
a) Qual a relação entre as gravuras e o título: A loucura dos homens – ou O mundo às avessas?
b) Você considera que os animais têm os mesmos interesses que os seres humanos?
c) Os animais são livres?
 2. Anote o que essa conversa acrescentou às suas reflexões sobre o tema “liberdade”.
Atividade da seção Hora de estudo.24
 
 Filosofia 19
 Liberdade de ser 
diferente
Vivemos em sociedade e, mesmo sendo dife-
rentes uns dos outros, estamos todos interligados. 
Isso levanta algumas questões sobre a liberdade. 
Por exemplo: Como conviver com os outros e, ainda 
assim, manter a nossa liberdade individual? Como 
garantir que a liberdade de uns não interfira na dos 
outros? Como respeitar a liberdade de quem vive, 
pensa e age de um modo do qual discordamos ou 
que não compreendemos? Pense nessas questões 
antes de iniciar a leitura do texto a seguir. 
Conexões
Este texto faz parte do livro de Fernando Savater, do qual falamos na página 16. Nesse trecho, o autor reflete 
sobre como é viver em sociedade, convivendo com as diferenças e os conflitos que podem surgir.
Encaminhamento da atividade. 25
[...] Não há nada mais fácil do que amar a Humanidade em abstrato, sobretudo quando 
alguém quer dar uma de sublime para ficar bem: afinal, ninguém nunca tropeça na dona 
Humanidade nem tem que lhe dar lugar no ônibus. O difícil, de fato, é respeitar os outros seres 
concretos [...]. A coisa começa a complicar quando temos que aceitar o diferente, o estranho ou 
o estrangeiro, o imigrante. Afinal, nós, seres humanos, somos animais gregários e por isso gos-
tamos de viver em rebanho, ou seja, entre pessoas que se assemelham a nós. Viver em rebanho 
é como viver entre espelhos: sempre vemos à nossa volta rostos que refletem os nossos, que 
falam como nós, que comem os mesmos alimentos, que riem e choram por coisas similares.
Mas de repente chega alguém que não pertence ao nosso clã, que tem um cheiro ou uma cor 
diferente e que soa de outro modo. Então o animal gregário que há dentro de nós se assunta 
ou desconfia, sente-se em perigo, acha que está sendo “invadido”. Em resumo, tornamo-nos 
agressivos e perigosos...
Como além de sermos cada vez mais numerosos também é cada vez mais fácil viajar e 
comunicar-se, a presença de “estranhos” em nosso rebanho ou tribo não para de aumentar. Se 
você mora numa cidade grande já deve ter notado isso muito bem. Se você estuda numa escola 
como deve ser – daquelas que não excluem nem segregam ninguém para manter inumana 
“pureza” gregária –, talvez se sente ao lado de alguém que não é um simples “espelho” seu, 
mas que tem uma aparência diferente. E o mais provável é que, de início, isso crie alguma 
dificuldade... como decerto também crie para o outro! Para começar vocês já têm muita coisa 
em comum: sentem e sabem que são “diferentes” da pessoa que está ao seu lado.
 sublime: nobre, elevado, magnífico, quase perfeito.
gregários: que fazem parte de um rebanho, de um bando.
clã: indivíduos ligados por laços familiares e com ancestrais comuns.
inumana: não humana.
©Shutterstock/Luba V Nel
SAVATER, Fernando. Ética para meu filho. São Paulo: Planeta, 2005.
8o. ano – Volume 120
 1. Sublinhe o trecho do texto que mais chamou a sua atenção. Depois, comente-o com os colegas.
 2. Releia as seguintes afirmações, retiradas do texto: “[...] Nada mais fácil do que amar a Humanidade em 
abstrato [...]. O difícil, de fato, é respeitar os outros seres concretos [...]”
a) O que você entende que o autor quis dizer com essas afirmações? Registre sua interpretação.
 
b) Você concorda com as afirmações do autor? Se a sua resposta for negativa, explique por quê. Se for 
afirmativa, cite um exemplo que demonstre a validade dessas afirmações.
Encaminhamento das atividades. 26
Hora de filosofar
1. Reflita e diga se estes itens podem contribuir para libertar e/ou para aprisionar uma pessoa.
• Aparência
• Hábitos
• Tradições
• Crenças
• Opiniões
• Gostos
• Condições econômicas
• Educação recebida
• Conhecimentos adquiridos
2. Registre suas conclusões.
 
Neste capítulo, você identificou algumas faces da liberdade. No entanto, ela ainda guarda muitas outras. Em breve, você 
poderá descobri-las por meio de novas reflexões e diálogos filosóficos! 
 Filosofia 21
Hora de estudo
 1. As nossas características físicas são definidas por uma combinação de genes de nossos pais biológicos. 
A cor dos olhos, da pele ou do cabelo, o lóbulo da orelha e até a predisposição a desenvolver algumas 
habilidades são herdados deles. Pensando nisso, siga as orientações do professor e resolva o desafio de 
lógica para descobrir as características físicas de três moças: Helena, Renata e Samanta.
a) Três moças se conheceram na página virtual de um grupo de jardinagem e combinaram de se en-
contrar no curso de horta caseira, oferecido pelo grupo. Como não se conheciam pessoalmente, elas 
precisavam saber as características físicas de cada uma para poder se encontrar. Você pode ajudá-las. 
Para isso, precisa descobrir a cor dos olhos, a cor do cabelo e o tipo do cabelo de cada uma das três 
moças: Helena, Renata e Samanta. 
 1. Helena não tem cabelo liso.
 2. A moça que tem cabelo crespo não se chama Renata.
 3. Samanta tem olhos castanhos.
 4. A moça que tem o cabelo enrolado não é loira.
 5. Quem tem olhos azuis não tem cabelo enrolado.
 6. A moça ruiva tem cabelo crespo.
 7. Samanta tem os olhos e os cabelos da mesma cor e seus cabelos não são lisos.
 8. A loira não tem olhos verdes.
 9. Quem tem cabelo liso tem olhos azuis.
 10. Quem tem olhos verdes tem cabelos crespos, mas não se chama Renata.
Cor dos olhos Cor do cabelo Tipo do cabelo
 
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Nome Cor dos olhos Cor do cabelo Tipo do cabelo
Helena Verdes Ruivo Crespo 
Renata Azuis Loiro Liso 
Samanta Castanhos Castanho Crespo
Encaminhamento de atividades, sugestão de respostas e atividades complementares.27
22
b) De acordo com as características físicas das três moças, identifique-as e escreva o nome delas abaixo 
de suas respectivas fotos.
 2. Aristóteles afirmou que precisamos buscar o meio-termo, ou seja, devemos equilibrar as emoções, evi-
tando a falta ou o excesso delas. O meio-termo, ou justa medida, entre esses opostos é o que ele chamou 
de virtude. Considerando essas informações, observe as virtudes listadas no quadro a seguir.
FALTA MEIO-TERMO (VIRTUDES) EXCESSO
Vaidade Coragem Pacatez
Covardia Liberalidade Humildade indébita
Avareza Justo orgulho ProdigalidadeIrascibilidade Calma Temeridade 
a) Consulte um dicionário para pesquisar as palavras do quadro cujo significado você não conhece. 
Anote os significados que você encontrou.
 b) Volte ao quadro e ligue as palavras relacionando cada virtude com as emoções que correspondem à 
falta e ao excesso dela. 
c) Agora, complete corretamente as lacunas conforme o exemplo. Em cada item, a primeira lacuna 
refere-se à falta, e a segunda, ao excesso.
• A coragem é o meio-termo entre a covardia (falta) e a temeridade (excesso). 
• A liberalidade é o meio-termo entre a avareza (falta) e a prodigalidade (excesso) .
• O justo orgulho é o meio-termo entre a vaidade (falta) e a humildade indébita (excesso) .
• A calma é o meio-termo entre a irascibilidade (falta) e a pacatez (excesso) .
 
 
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Coragem: bravura em face do perigo, perseverança, firmeza.
Covardia: falta de coragem; medo, fraqueza de ânimo.
Temeridade: imprudência, ousadia.
Liberalidade: generosidade.
Avareza: falta de generosidade, mesquinhez.
Prodigalidade: esbanjamento, desperdício.
Justo: de acordo com a justiça, exato, preciso. / Orgulho: sen-
timento de dignidade pessoal.
Humildade: modéstia, submissão, reconhecimento da pró-
pria fraqueza. / Indébita: indevida, inadequada.
Vaidade: vanglória, desejo excessivo de atrair admiração ou 
homenagens. 
Calma: serenidade de ânimo, tranquilidade.
Pacatez: sossego, grande tranquilidade.
Irascibilidade: ira, irritação.
23
 3. A fábula é um gênero textual em que animais apresentam comportamentos humanos para provocar a 
reflexão acerca de algum assunto de nosso interesse. Geralmente, ela tem uma moral, ou seja, procura 
transmitir um ensinamento sobre como devemos agir ou nos comportar. 
Um exemplo é o poema apresentado a seguir. Trata-se da versão do poeta abolicionista Olavo Bilac para 
a narrativa do fabulista Esopo, que viveu como escravizado na Grécia Antiga. Leia o texto com atenção.
O lobo e o cão 
(Fábula de Esopo)
Encontraram-se na estrada
Um cão e um lobo. E este disse:
“Que sorte amaldiçoada!
Feliz seria, se um dia
Como te vejo me visse.
Andas gordo e bem tratado,
Vendes saúde e alegria:
Ando triste e arrepiado,
Sem ter onde cair morto!
Gozas de todo conforto
E estás cada vez mais moço;
E eu, para matar a fome,
Nem acho às vezes um osso!
Esta vida me consome...
Dize-me tu, companheiro:
Onde achas tanto dinheiro?”
Disse-lhe o cão: “Lobo amigo!
Serás feliz, se quiseres
Deixar tudo e vir comigo;
Vives assim porque queres...
Terás comida à vontade, 
Terás afeto e carinho,
Mimos e felicidade,
Na boa casa em que vivo!”
Foram-se os dois. Em caminho,
Disse o lobo interessado:
“Que é isto? Por que motivo
Tens o pescoço esfolado?”
“É que às vezes amarrado
Me deixam durante o dia...”
“Amarrado? Adeus amigo!
(Disse o lobo) Não te sigo!
Muito bem me parecia
Que era demais a riqueza...
Adeus, inveja não sinto:
Quero viver como vivo!
Deixa-me, com a pobreza!
Antes livre, mas faminto,
Do que gordo, mas cativo!
BILAC, Olavo. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Livraria Clássica de Francisco Alves, 1904. p. 125-127. In: Universidade de São Paulo. Biblioteca Brasiliana 
Guita e José Mindlin. Disponível em: <https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/4694> Acesso em: 6 jul. 2018. 
a) De acordo com a fábula, quais seriam as vantagens de se ter um “dono”? 
b) Por que o lobo preferiu uma vida difícil na floresta às facilidades e ao conforto de ter um dono?
 
c) Que relações podem ser estabelecidas entre o conteúdo dessa fábula e a liberdade humana?
24
 
Capítulo 1 – Página 4 – Reflexão divertida
8o. ano – Volume 1
Material de apoio
 Filosofia 1
Capítulo 1 – Página 18 – Conexões
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8o. ano – Volume 1
Material de apoio
 Filosofia 3

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