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relacoes interpessoais na sociedade moderna (4ª Semana) - Texto da semana

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA 
SOCIEDADE MODERNA E O PAPEL DA 
PSICOLOGIA 
PARTE I 
 
Conteudista 
ME. ANA CRISTINA ALVES LIMA 
 
 
 
 
 
 
2 
 
A evolução das relações interpessoais através dos tempos 
 
 
Fonte: https://digartmedia.wordpress.com/2012/03/01/a-internet-e-o-seu-impacto-nas-
relacoes-interpessoais/ 
 
As relações humanas mudaram bastante nos últimos tempos. 
Comparando o início do século XIX com o final dessa primeira década do 
século XXI, muitas mudanças na sociedade aconteceram e, por sua vez, essas 
mudanças refletiram-se no desenvolvimento do indivíduo, bem como em sua 
maneira de se relacionar com o outro. 
O modo como a Psicologia tenta dar conta das relações 
sociais apresenta dupla característica. Uma consiste em 
focalizar as dimensões ideais e simbólicas e os processos 
psicológicos e cognitivos que se articulam aos fundamentos 
materiais dessas relações. A outra aborda essas dimensões e 
esses processos considerando o espaço de interação entre 
pessoas ou grupos, no seio do qual elas se constroem e 
funcionam. Jodelet (2004, p 54) 
https://digartmedia.wordpress.com/2012/03/01/a-internet-e-o-seu-impacto-nas-relacoes-interpessoais/
https://digartmedia.wordpress.com/2012/03/01/a-internet-e-o-seu-impacto-nas-relacoes-interpessoais/
 
 
3 
 
Muitas pesquisas abordam as mudanças na formação de gênero, dos 
papéis sociais, bem como nas relações entre os gêneros. A identidade de 
gênero constitui peça chave no desenvolvimento da personalidade, e irá 
influenciar o modo de agir do indivíduo dentro de um conjunto de crenças já 
atribuídas ao gênero ao qual o indivíduo se identifica. Os estereótipos de 
homem e mulher acompanham as mudanças da sociedade, por isso, o que se 
espera de um homem ou uma mulher varia de cultura para cultura e de forma 
temporal. 
Antecedentes biológicos, psicológicos e sociais influenciam a formação de 
gênero, bem como determinam interesses e comportamentos que vão 
acompanhar o indivíduo para o resto da vida. Mas o mais importante é refletir 
sobre como ocorre a formação do conceito de identidade de gênero, para, a 
partir daí, entender como esse indivíduo irá perceber a existência das 
diferenças sexuais, para depois se identificar como homens ou mulheres. 
Alguns autores da Psicologia procuram explicar essa questão de 
identificação de gênero. Freud, por exemplo, cita a resolução do Édipo, na 
qual a criança se identifica com o genitor de mesmo sexo, tendo o genitor de 
sexo oposto como objeto amoroso. É nessa fase, por volta dos três anos de 
idade, que ocorre a descoberta da diferença entre os sexos, principalmente na 
anatomia. Segundo Bandura (1961), teórico da aprendizagem social, a 
identificação de gênero ocorre através da observação de modelos dos pais e 
de outras pessoas. A imitação de um comportamento adequado ao seu sexo 
pode ser reforçada ou punida quando apresenta alguma característica 
considerada inadequada socialmente. Com isso, o indivíduo se identifica com 
o comportamento, associando a diferença entre ser homem e ser mulher, 
tornando-se aptos a desempenhar os papéis de acordo com o gênero social 
identificado. O grupo social influencia de forma a dar expectativas de como o 
indivíduo deve desempenhar seu comportamento, ou, até mesmo, sobre a 
forma correta de fazê-lo. Fatores como os estereótipos, a situação cultural e a 
fase do desenvolvimento, na qual o indivíduo se encontra, também influenciam 
a formação de gênero. 
A escolha das atividades feita pelas crianças manifesta o seu 
conhecimento sobre identidade e papel de gênero, porém, como a família é 
 
 
4 
 
responsável pela socialização primária, ela reforça o que é “brincadeira de 
menina ou de menino”. Os conceitos desenvolvidos desde criança sobre 
tipificação serão base para identidade futura de gênero do indivíduo adulto. 
Geralmente, os pais são as principais referências dos estereótipos que 
influenciarão o desenvolvimento do papel de gênero para a criança. Mais tarde, 
a escola e outros grupos de referências (grupo de amigos), também podem 
influenciar a formação de gênero. Alguns estudos investigam como pais e 
mães influenciam separadamente no processo de tipificação de gênero de seus 
filhos, e os resultados obtidos por Ignico & Mead (1990) apontaram que 
meninos são mais influenciados em relação às brincadeiras e atividades físicas 
adequadas para seu gênero do que as meninas. Como na maioria das vezes 
são os pais que compram brinquedos como presentes para seus filhos, 
geralmente compram o que acreditam ser da preferência da criança, porém 
alguns estudos vêm indicando algumas mudanças nas preferências de 
meninos e meninas que de certa forma não correspondem às expectativas dos 
pais. 
A tipificação de gênero ainda é tema de vários estudos, portanto, 
falaremos a seguir de mudanças importantes que ocorreram no decorrer do 
tempo no papel da mulher e no papel do homem na sociedade, e como essas 
mudanças influenciaram novas formas de se relacionar, formar família e viver 
em sociedade. 
 
O papel da mulher 
 
Fonte: https://curitibapsicologa.wordpress.com 
https://curitibapsicologa.wordpress.com/
 
 
5 
 
As transformações ocorridas na sociedade, nas últimas décadas, 
acabaram desencadeando profundas mudanças e até uma redefinição do 
papel da mulher na sociedade moderna. Ao saber que está grávida, uma das 
primeiras coisas que a mulher pensa é se o bebê que espera será menina ou 
menino para comprar o tão sonhado enxoval. Se for menina, será cor de rosa, 
e se for menino será azul. Muito simples pensar nas questões de gênero como 
uma escolha da cor que melhor represente seu papel na sociedade. Na 
verdade, essa é uma ideia errônea sobre questão de gênero, pois não se 
escolhe ser menino ou ser menina. Trata-se da formação de gênero que diz 
respeito às relações sociais e aos papéis sociais desempenhados conforme o 
sexo do indivíduo. 
Para a Sociologia, o papel social pode ser entendido como a função que o 
indivíduo desempenha em suas relações sociais, e essa função pode variar de 
acordo com diversos fatores como condição sócio-econômica, grau de 
instrução, religião e, principalmente, segundo o sexo. Viver em sociedade 
prevê comportamentos, ou ao menos pressupõe a expectativa de 
comportamentos entres os indivíduos, bem como consigo mesmos. Homens e 
mulheres vêm desempenhando papéis diferentes ao longo da história. 
 A função da mulher tem sido objeto de investigação, e uma temática 
muito discutida acerca do papel social da mulher é a desigualdade existente 
nas relações, com prejuízo principalmente para a figura feminina. A posição e a 
função social da mulher mudaram muito nos últimos anos, porém, ainda sofrem 
resquícios culturais e morais de tempos atrás. 
Menina pode jogar de futebol? Menino pode ser cozinheiro? Há tempos 
atrás, a resposta para essas duas perguntas seria um enfático NÃO. Pensando 
que a formação do gênero depende da convivência em sociedade, e é fruto de 
uma construção cultural, o que é coisa de menino e o que é coisa de menina 
pode variar de uma cultura para outra, bem como conforme convenções 
adotadas socialmente numa determinada época. 
Muitas são as associações relacionadas à imagem da mulher, por 
exemplo, a do sexo frágil, que depende do marido, ou de qualquer outra figura 
do sexo masculino para desempenhar tarefas, as quais, sem ajuda, não faria 
sozinha. Esse pensamento tem origem em uma cultura patriarcal e machista, 
 
 
6 
 
em que o casamento é um rito de passagem, no qual a mulher “adquire” uma 
nova família e passa das “mãos” do pai para as de seu noivo (como se vê na 
cerimônia) e, a partir de então, deverá assumir o papel de mãe e esposa, 
cumprindo todos os seus deveres. 
Mas, “ainda bem que as coisas mudam” é a frase que iniciava a 
campanha do Governo Federal sobre a Lei Seca, em 2010. O vídeo está fora 
do ar (infelizmente),mas abordava uma série de mudanças que aconteceram 
na sociedade nos últimos tempos e foram positivas, por exemplo, a mudança 
do papel social da mulher. 
Ao longo da história, vemos transformações ocorridas, por exemplo, com 
o surgimento da sociedade industrial, a partir da qual a mulher assume a 
posição de operária em fábricas e indústrias, deixando os afazeres de casa. A 
Revolução Industrial trouxe uma nova realidade, porém muitos problemas 
foram enfrentados nessa nova conquista, além de um contexto com a maioria 
de homens trabalhadores, muitas horas de trabalho fora de casa, bem como, 
trabalhos em condições exaustivas. 
O movimento feminista foi muito representativo na luta das mulheres para 
que seus direitos fossem respeitados, desde o voto até outros que vêm sendo 
pleiteados até os dias atuais. Por muito tempo, mesmo na segunda metade do 
século XX, as mulheres ainda sofriam preconceito e tratamento inferior, o 
estereótipo de mulher era importado dos EUA, aquela mulher, feminina, dona 
de casa perfeita que esperava o marido com o jantar pronto, feito em uma 
cozinha equipada com todos os eletrodomésticos existentes na época. Só no 
decorrer das décadas 1950, 1960 e 1970 é que as mudanças ocorridas 
surtiram efeitos no papel social da mulher, mais próximas da figura que 
conhecemos atualmente. 
A inserção da mulher no mercado de trabalho deu-se por conta do 
desenvolvimento tecnológico, que cada vez menos depende de trabalho braçal, 
necessitando cada vez mais de trabalho intelectual. As mulheres começaram a 
entrar no mercado de trabalho em diferentes ramos de atividades. Foram 
estudar e se preparar para assumir funções que até então eram exercidas 
apenas por homens, cargos de chefia e liderança. 
 
 
7 
 
As relações sociais com os homens sofreram grande influencia dessa 
“guinada” das mulheres em seu papel social. Isto significa que se houve 
mudanças no papel da mulher, em contrapartida deveria haver mudanças no 
papel do homem, o qual está passando por uma crise de identidade ao se ver 
dividindo um espaço, no qual reinava absoluto. 
As mulheres começaram a pensar em suas carreiras, foram estudar, 
aumentaram o seu nível de escolaridade, com isso diminuíram as taxas de 
natalidade tendo menos filhos e mais tardiamente, uma vez que estão se 
casando com idades mais avançadas. Apesar de ter mais qualidade de vida e, 
consequentemente, um aumento na expectativa de vida, a mulher vem 
assumindo suas escolhas e, muitas vezes, o comando da família. Não é raro, 
hoje em dia, ver a mulher saindo de casa para trabalhar e deixando o marido 
em casa cuidando dos filhos. 
Mesmo com tantas mudanças, a mulher ainda é vítima da desigualdade 
de salários, da violência doméstica e, ainda assim, tem que se superar em 
desempenho em todos os papéis que representa, tem que ser excelente 
profissional, mãe e esposa amorosa, cumprindo todos os afazeres domésticos, 
além de criar primorosamente seus filhos. 
Hoje em dia, a mulher tem mais autonomia, liberdade de ideias e 
posicionamentos que, em tempos atrás, eram sufocados e subordinados à 
figura masculina. A mulher de hoje tem voz ativa, desligou-se dessa imagem de 
fragilidade e inferioridade, assumindo nova posição, com novas possibilidades 
e responsabilidades. As mulheres não ficam mais sujeitas ao trabalho 
doméstico, mas podem escolher que papel querem exercer (até de donas de 
casa, se quiserem). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
O papel do homem 
 
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/ 
 
Com tantas mudanças acontecendo tão rápido, a cena da figura acima 
não é tão rara. Os homens diante das mudanças na sociedade atual, inclusive 
no papel atuado pelas mulheres, podem de certa forma sentirem-se perdidos 
diante de qual é seu papel na sociedade de hoje. O papel desempenhado por 
eles mudou, não só no âmbito do trabalho, mas também nos aspectos pessoal, 
social e até mesmo sexual. Pode-se dizer que os homens vêm passando por 
uma crise de masculinidade devido à tamanha independência feminina 
conquistada nos últimos anos. 
Os padrões culturais foram redefinidos em um curto espaço de tempo, em 
decorrência da globalização, possibilitando uma evolução social e tecnológica. 
Como consequência da globalização, a disseminação rápida da informação 
gera uma miscigenação de ideias, conceitos, costumes e culturas, podendo 
provocar uma perda de identidade. Os valores culturais do que é ser homem e 
do que é ser mulher, que, até então, estavam enraizados, começam a ter suas 
estruturas abaladas por conta dessas mudanças. 
Por muito tempo, o reconhecimento das diferenças do sexo biológico 
serviu como base para reconhecimento das diferenças entre homens e 
mulheres em outras dimensões, como a social e psicológica. A partir do 
movimento feminista na década de 1960, pesquisadores voltaram seus olhares 
http://www.colegioweb.com.br/
 
 
9 
 
para as mudanças na utilização dos termos sexo e gênero, ficando o termo 
sexo referenciando ao aspecto biológico e o termo gênero fazendo referência 
aos estereótipos psicossociais que são considerados adequados a cada sexo. 
As pesquisas dimensionaram as diferenças individuais, bem como, conduziram 
as investigações a partir da conceituação de formação de gênero, como uma 
aceitação de um gênero que, em geral, se complementa com a consciência de 
um sexo biológico (Katz, 1986). O autoconceito também sofre influências da 
identidade de gênero, pois, através de uma autopercepção, o indivíduo irá se 
relacionar tipicamente segundo o papel reconhecido culturalmente do gênero 
masculino ou feminino. 
A formação da masculinidade, no Brasil, foi conduzida através de um 
processo histórico, e, além de questões culturais deve-se à mistura de três 
raças distintas: o negro, o índio e o branco. Desde o período colonial, até hoje 
em dia, as proibições acerca do gênero masculino e feminino em relação à 
sexualidade têm um cunho religioso, enfatizando a relação sexual com a 
finalidade de reprodução e constituição da família. 
Pode-se pensar que o tema sexualidade seja algo discutido com 
naturalidade entre as pessoas de uma mesma família, no entanto, mesmo no 
século XIX, as influências patriarcais ainda imperavam em relação à iniciação 
sexual, os meninos eram estimulados a terem relações sexuais, mesmo que 
procurem prostitutas, e meninas são estimuladas a preservar sua virgindade, 
guardá-la para “aquele homem” merecedor desse prêmio. 
A construção do gênero masculino também começa na primeira infância, 
assim como a do gênero feminino, e são as companhias (mãe, pais, irmãos, 
primos, colegas) que irão determinar os modelos recebidos e incorporados por 
esse menino, que ao se tornar adolescente precisa incorporar um conjunto de 
regras comportamentais que “ensinam o que é ser um homem”. As revistas 
com conteúdos eróticos e a ida a prostíbulos fazem parte do rito de passagem 
do rapaz para a vida sexual adulta. 
O estereótipo de que homem não deve acessar suas emoções e sua 
intimidade ainda faz parte da educação brasileira, principalmente o conceito 
puramente sexualizado de que homens e mulheres têm necessidades 
diferentes. A virilidade, desde cedo reforçada, colabora para a aprendizagem 
 
 
10 
 
de gênero baseado em força, domínio e repressão de qualquer expressão de 
sensibilidade, podendo trazer problemas em relacionamentos futuros. 
A questão da sensibilidade revela um medo que os pais têm de que se o 
menino não se identificar com o papel de homem, e demonstrar sua 
sensibilidade se tornara um homossexual. Esse medo pode ser entendido pela 
criança como uma pressão psicológica na formação do gênero masculino. 
Devido às mudanças nos papéis sociais, e às conquistas femininas, o 
homem se vê perdido, uma vez que ainda é educado para ser o gestor da 
família tradicional. Porém as mudanças no mercado de trabalho, no qual eles 
não reinam mais absolutos, e as mulheres, que a cada diaocupam cargos de 
liderança, fazem com que o homem tenha dificuldade em perceber nitidamente 
o seu papel. 
Pensando que hoje em dia grande parte dos meninos, que se tornarão 
homens são criados por suas mães, a preocupação de ter um referencial 
masculino por perto deveria ser importante. Muitos filhos, que só vêm seus pais 
nos finais de semana, buscam referencial masculino em outros modelos, como 
tios, professores e até mesmo na televisão. A ideia de que homem não chora e 
que deve reprimir suas emoções ainda é muito forte, gerando uma dificuldade 
crescente dos meninos em lidar com as emoções, e no futuro eles poderão vir 
a se tornar homens violentos, bem como autodestrutivos. 
Não é tão raro ver nos telejornais, notícias de situações de violência 
envolvendo homens, seja no trânsito, contra a mulher e filhos e até em 
homicídios. Sutilmente essa violência é noticiada, e representa nada mais do 
que uma angústia em relação às emoções sentidas e o medo de perder a 
referência de seu papel social de homem. 
A mulher é estimulada socialmente a expressar suas emoções, e isso não 
a desqualifica. . Já os homens que querem ser “homens de verdade” devem 
excluir as emoções de seu repertório de respostas. Em contrapartida, as novas 
exigências em relação à masculinidade requer que o homem seja mais 
sensível, demonstre suas emoções e, ao mesmo tempo, não perca sua 
virilidade. 
 
 
11 
 
Os homens de hoje passam por uma situação de fragilidade e até de 
desespero, uma vez que seus modelos não se adaptam mais à realidade da 
sociedade contemporânea. Segundo Flávio Gikovate, nesse modelo frágil : 
Os padrões de comportamento já estão prontos. Os 
meninos têm que seguir as normas próprias do seu sexo, e o 
mesmo acontece com as meninas. Em muitos aspectos as 
regras são opostas: se o menino tem que ser mais agressivo, a 
menina deverá ser mais delicada; ele será mais ousado e ela 
mais discreta; ele mais forte e ela mais frágil; ele duro e ela 
sentimental; etc. Aparentemente cada sexo se define por si 
segundo o seu código. (GIKOVATE, 1989, p.13). 
 
Características como ser forte, valente e audacioso são incentivadas na 
criação de meninos, que ao negarem suas emoções, crescem acreditando que 
ao expressá-las estão perdendo sua virilidade. 
Por isso, é importante repensar valores e conceitos acerca do gênero 
masculino e feminino, uma vez que mães, pais, tios e tias que convivem com 
as crianças, irão determinar outros conceitos importantes na constituição do 
indivíduo: relacionar-se com os outros e com a família. 
 
As novas formas de ser família 
 
Fonte: http://bemqueeutedisse.blogspot.com.br/ 
http://bemqueeutedisse.blogspot.com.br/
 
 
12 
 
Desde pequenos somos estimulados a ter relacionamentos amorosos 
com a única e exclusiva finalidade de formar família. A família forma-se a partir 
de um casamento que, segundo Diniz (2004), é o “vínculo jurídico entre homem 
e a mulher que visa o auxílio mútuo material ou espiritual, de modo que aja 
uma integração fisiopsíquica e a constituição de uma família legítima”. 
Como se sabe, os pais são as primeiras referências dos filhos, e serão 
modelo de muitos comportamentos observados e imitados por eles por uns 
bons anos de sua infância. Há décadas, em uma sala de aula, quando se pedia 
para levantar a mão as crianças que eram filhos de pais separados, era uma 
situação que podia causar grande constrangimento para elas . Hoje em dia, por 
conta das necessidades da vida moderna, a maioria das famílias teve que se 
adaptar às mudanças e, nesse rearranjo, a família ganhou uma nova 
configuração, e ser filho de pais separados não é mais visto como “coisa de 
outro mundo”. 
 Pode-se pensar que a aceitação dessa nova organização familiar é fruto 
de uma reflexão social sobre os acontecimentos advindos de grandes 
transformações no campo da sexualidade e afetividade, alterando os padrões 
de referência que tinham como modelo único a família tradicional. A percepção 
social vem possibilitando o reconhecimento de novas formas de 
“agrupamentos” e “afiliações”, uma vez que o número de homens e mulheres 
que vivem sozinhos e coordenam seus lares junto com seus filhos vem 
crescendo de forma vertiginosa nos últimos tempos, são as chamadas famílias 
monoparentais. 
 Mesmo com tantas mudanças, os papéis continuam os mesmos: pais, 
mães e filhos. O que mudou foi a forma como se organizam e se relacionam no 
dia a dia. Porém os mesmos eventos e fenômenos continuam a influenciar a 
dinâmica familiar: uma gravidez inesperada da filha adolescente; a traição do 
marido; a revelação da homossexualidade do filho; a briga da mulher por ter 
seus direitos e poder trabalhar fora de casa. No entanto, a intensidade que 
esses eventos interferem e abalam a dinâmica familiar é que vem sendo fruto 
de “evolução” na conscientização da mudança de valores. 
 É necessário fazer uma revisitação de conceitos e valores até então 
enraizados por uma forte herança cultural patriarcal, que vem sendo reavaliada 
 
 
13 
 
e dando espaço para novas formas e configurações da família na sociedade 
atual. Devemos repensar, então, a maneira como a identidade de gênero deve 
ocorrer no processo de desenvolvimento, uma vez que masculinidade e 
feminilidade não são qualidades atribuídas, respectivamente, somente a 
homens e mulheres. 
 O mundo mudou, a sociedade é reflexo e, ao mesmo tempo, sujeito 
dessas mudanças que buscam nada mais do que respeito às diferenças e 
tratamento igualitário dentro das relações independente das posições 
ocupadas pelos seus membros (sejam pais, mães ou filhos). No entanto, 
em 24 de setembro de 2015, um projeto lei foi aprovado pela Comissão 
Especial do Estatuto da Família o conceito de família como sendo: “como o 
núcleo formado a partir da união entre um homem e uma mulher”. 
 
Fonte: http://www.blogdefranciscocastro.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.blogdefranciscocastro.com.br/
 
 
14 
 
Referências 
 
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2004. 
 
GIKOVATE, F. Homem: o sexo frágil. São Paulo: Mg Editores Associados, 
1989. 
 
IGNICO, A. A. & Mead, B. J. Children's perceptions of the gender-
appropriateness of physical activities. Perceptual and Motor Skills, 71, 1275-
1281; 1990. 
 
JODELET, D. Os processos psicossociais da exclusão. In: SAWAIA, B. 
As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade 
social. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

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