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Maycom Ferreira Andrade 30/09/2020 // 1° EDIÇÃO PÁGINA 1 JORNAL FILOSÓFICO A TEORIA DO CONHECIMENTO PARA O FILÓSOFO PLATÃO Pintura que faz referência ao mundo das idéias Platão e o mundo das idéias Maycom Andrade Setembro de 2020 Para Platão (428 a.C.- 348 a.C.) a realidade era dividida em dois mundos: o mundo sensível; esse mundo que habitamos, material, imperfeito, mutável, uma cópia imperfeita de um outro mundo; o mundo das ideias ou inteligível, o mundo das ideias primordiais, perfeitas e imutáveis, onde residia o conhecimento verdadeiro. Tudo que existe nessa realidade sensível é uma cópia imperfeita das formas perfeitas das quais se originaram. Escultura do filósofo que criou um outro “mundo”, o mundo verdadeiro, onde poderíamos acessar a verdade. É possível acessar o conhecimento verdadeiro? Maycom Andrade Setembro de 2020 Platão afirmava que trazíamos conosco um conhecimento prévio desde o nascimento, a priori, através da alma que nos permite indentificar as coisas materias – conhecimento inato. Esses conhecimentos eram ideias ou formas que residem no mundo intelígivel, fora do tempo e espaço. Toda a multiplicidade deriva da unidade, a ideia, que é perfeita, imutavel. O mundo sensível material que residimos, o qual conhecemos pelo paladar, olfato, visão e tato, é um mundo enganoso, já que os nossos sentidos frequentemente nos enganam, distorcem a realidade e nos impedem de alcançar a verdade. Mesmo assim temos impressão que podemos alcançar a verdade, porém, tudo que emitimos são apenas opiniões (doxas), fundamentadas nas sensações, tendo uma “falsa consciência” de si mesma, julgado-se correta. Esse mundo para Platão é um engano, um falseamento. Para atingirmos a verdade, o conheciemento, temos que converter o sensível ao intelígivel, relembrar do conhecimento esquecido ao chegarmos nesse mundo, nos libertando das aparências e podendo atingir o conhecimento das ideias. Essse processo de se dá atraves da dialética, essencialmente a dialógica. Para Platão, o diálogo é a melhor maneira de buscar a verdade e um meio de chegarmos ao consenso. Para exemplificar sua teoria e como nossos sentidos nos enganam, Platão criou a alegoria da caverna. MUNDO DAS IDEIAS E A IMPOSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO VERDADEIRO NO MUNDO SENSÍVEL. ALEGORIA DA CAVERNA Maycom Andrade Setembro de 2020 AS ILUSÕES DOS SENTIDOS 30/09/2020 // / / 30 / / 1° EDIÇÃO JORNAL FILOSÓFICO PÁGINA 2 ALEGORIA DA CAVERNA Interpretação da alegoria da caverna Maycom Andrade Setembro de 2020 A caverna é uma alegoria ao modo que os homens permanecem antes da filosofia, tal como sua subida ao mundo superior. O homem comum, prisioneiro de hábitos, preconceitos, costumes e práticas que adquiriu desde a infância, é um homem que está na caverna, e só consegue enxergar as coisas de maneira parcial, limitada, incompleta e distorcida, como “sombras”. Na caverna, só veriam as sombras, ou seja, estariam presos nas correntes da ignorância, não entendendo o mundo em que vivem. A caverna representa, portanto, o domínio da opinião (doxos). A partir da filosofia e da dialética, o homem buscaria compreender o mundo, se libertaria das correntes e sairia da escuridão da caverna, tomando contato com a luz do sol, que é a representação da verdade do mundo das Ideias. Adquirindo dessa maneira um conhecimento verdadeiro. Por que o homem iria querer sair das sombras, sendo que tal processo é doloroso? No diálogo Fedro, Platão nos lembra que há, na alma humana, um conflito entre a força do hábito, que faz com que o prisioneiro se sinta confortável em sua situação familiar, e a força do eros, quer dizer, a curiosidade, o impulso, que o estimula para fora, para buscar algo além de si mesmo. Maycom Andrade Setembro de 2020 Para clarificar esse pensamento Platão expõe a alegoria da caverna em sua obra A república.. A alegoria se inicia com dois homens numa espécie de morada subterrânea em forma de caverna. Há uma entrada na caverna por onde a luz entra, porém, os dois homens estão de costas para essa luz, tudo que veêm são as sombras projetadas pela luz. Esses homens estariam acorrentados pelas pernas e pelo pelo pescoço desde a infância, de modo que não poderiam mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, e entre eles e o fogo há um caminho no qual exibidores de marionetes apresentam seus espetáculos. A sombras dos objetos que é emitida até a caverna é vista pelos homens e admitida como a mais pura realidade. Em um determinado momento um desses prisioneiros se solta e sai da caverna. A luz do sol, logo de início ofusca sua visão e causam incômodo mas logo seus olhos se adaptam à luz e ele percebe que aquele é o mumdo verdadeiro e as sombras da caverna não passam de uma imitação. O homem volta para caverna afim de libertar seu companheiro e lhe mostrar o mundo real, mas seu amigo não acredita que o mundo da caverna seja ilusório e permanece acorrentado. Prisioneiros na caverna onde confundem a realidade com as sombras, era só o que conseguiam enxergar A sombra das coisas eram as proprias coisas