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Página 1 O MITO DA CAVERNA Processo de conhecimento A teoria das ideias também costuma ser estudada em seus aspectos epistemológicos, como teoria do conhecimento. Isso porque nessa doutrina Platão propõe que conhecer a verdade implica um processo de passagem progressiva do mundo sensível (das sombras e aparências) para o mundo das ideias (das essências ou seres verdadeiros). A primeira etapa desse processo é dominada pelas impressões ou sensações advindas dos sentidos. Essas impressões sensíveis são responsáveis pela opinião (doxa) que temos da realidade, isto é, o saber que se adquire sem uma busca metódica. O conhecimento, porém, para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, o mundo das ideias. Para atingir esse mundo, o ser humano não pode ter apenas “amor às opiniões” (filodoxia); precisa possuir um “amor ao saber” (filosofia). O método proposto por Platão para realizar essa passagem e atingir o conhecimento autêntico (epistéme) é a dialética. Equivalente aos diálogos críticos de Sócrates, a dialética socrático-platônica consiste, basicamente, na contraposição de uma opinião à crítica que podemos fazer dela, ou seja, na afirmação de uma tese qualquer seguida de uma discussão e negação dessa tese, com o objetivo de purificá-la dos erros e equívocos, permitindo uma ascensão até as ideias verdadeiras. Pela explicação de Platão, nesse processo vamos recordando as verdades eternas e imutáveis que já haviam sido contempladas por nossa alma no mundo das ideias, antes de nossa existência material. Isso quer dizer que o conhecimento verdadeiro (epistéme), para ele, é uma imagem do passado, uma reminiscência da alma. Portanto, temos uma concepção gnosiológica inatista. O mito da caverna Platão criou em seus textos várias alegorias para expor suas doutrinas. A mais conhecida é o mito da caverna, que nos ajuda a entender a evolução do processo de conhecimento. De acordo com essa alegoria, homens prisioneiros desde pequenos encontram-se em uma caverna escura e estão amarrados de uma maneira que os obriga a permanecer sempre de costas para a abertura da caverna. Nunca saíram e nunca viram o que há fora dela. No entanto, devido à luz de um fogo que entra por essa abertura, podem contemplar na parede do fundo da caverna a projeção das sombras dos seres que passam em frente ao fogo lá fora. Acostumados a ver somente essas projeções, que são as sombras do que não podem observar diretamente, assumem que o que veem é a verdadeira realidade. Se saíssem da caverna e vissem as coisas do mundo iluminado, não as identificariam como verdadeiras ou reais. Isso levaria um tempo. Estando acostumados às sombras, às ilusões, teriam de habituar os olhos à visão do real: primeiro pudessem encarar diretamente o Sol e enxergar a fonte de toda a luminosidade. Olhariam as estrelas da noite, depois as imagens das coisas refletidas nas águas tranquilas, até que pudessem encarar diretamente o Sol e enxergar a fonte de toda a luminosidade. EEEF ''GERMANO ANDRE LUBE'' Atividade não presencial - Aula 10 Profª Sérgio José do Nascimento Aluno(a): Nota: Data: 09/06/ 2020 Ano/turma: 1º Tec. ADM Página 2 Página 3 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1- Você consegue estabelecer uma analogia (relação de semelhança) entre o mito da caverna e algum espaço ou meio do mundo contemporâneo urbano? Há alguma situação ou elemento do cotidiano que recorde a prisão em que vivem os homens submetidos às ilusões da caverna? Justifique.
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