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© Sh ut te rs to ck / Sp ec tra l-D es ig n Livro do Professor Livro de atividades 8o. ano Volume 2 História Ideias iluministas na América 2 5 6 7 8 Independência dos Estados Unidos da América 9 América Latina: lutas pela emancipação política 15 Brasil: emancipação política 20 2 Livro de atividades Ideias iluministas na América 5 No século XVIII, as críticas dos filósofos iluministas voltavam-se contra as arcaicas estruturas do Antigo Regi- me. Para os iluministas, que valorizavam o pensamento racional, as pessoas deveriam ser livres para questionar e se expressar a respeito do mundo e da sociedade em que viviam. arcaicas: antigas, remotas, obsoletas. O Café Le Procope, primeiro café literário da França, foi inaugurado em 1686. Situado em um dos pontos mais movimentados de Paris, esse estabelecimento ficou conhecido por reunir intelectuais, políticos e artistas de renome, como Diderot, Rousseau, Voltaire, Montesquieu, entre outros. No século XVIII, nos salões e nos cafés da Europa, frequentados pela burguesia e por dissidentes da nobreza, eram comuns os debates em torno das questões levantadas pelos filósofos da época. Aos poucos, o pensamento circulante nesses locais ultrapassou barreiras e atingiu toda a sociedade. © Fo to ar en a/ Br id ge m an O Iluminismo chega à América No século XVIII, tornou-se comum a elite colonial enviar seus filhos para estudar na Europa. Ao retornarem ao Brasil, esses jovens traziam consigo não apenas a formação universitária em Direito ou Medicina, mas tam- bém um sentimento de indignação diante da exploração despótica dos governos absolutistas. Influência iluminista no Brasil • No século XVIII, não existiam universidades no Brasil. Em virtude disso, muitos jovens, filhos de represen- tantes da elite colonial, estudavam na Europa. JACQUAND, Claudius. Voltaire na sala de leitura do Café Le Procope. 1846. 1 óleo sobre painel, color., 33,3 cm × 50,2 cm. Coleção particular. 3 História – 8o. ano – Volume 2 Conjuração Mineira CONJURAÇÃO MINEIRA Ano 1789 Local Minas Gerais Causas Aumento no controle e na fiscalização dos impostos por parte de Portugal; monopólio da Coroa na extração de diamantes; ameaça da derrama. Objetivos Emancipação política de Minas Gerais; estabelecimento de São João del Rei como capital do novo governo; fim do monopólio sobre a exploração de diamantes; cancelamento de dívidas; criação de uma universidade em Vila Rica. Integrantes Membros dos Corpos de Ordenança, da Igreja e da administração colonial. Em geral, pessoas da elite ligadas à atividade mineradora. Desfecho O movimento foi delatado. Após investigações, alguns conjurados foram banidos para a África e outros, condenados à prisão perpétua. Tiradentes foi o único executado. © Sh ut te rs to ck /O lg a M ef fis ta Conjuração ou inconfidência? Além do termo “conjuração”, pode ser que você encontre o termo “in- confidência” para se relacionar ao movimento mineiro, mas há algumas di- ferenças entre eles. De acordo com o dicionário Aurélio, conjuração é uma conspiração contra uma autoridade constituída. Já inconfidência significa a falta de fidelidade ou deslealdade ao soberano – no caso, o rei de Portugal. Para os integrantes do movimento, a questão não era falta de lealdade ao rei. Era um movimento para acabar com a exploração metropolitana. © W ik im ed ia C om m on s/ Jo sé R os ae l/H él io N ob re /M us eu P au lis ta d a US P SILVA, Oscar P. da. Retrato de Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes). 1922. 1 óleo sobre tela, color., 154 cm × 71 cm. Museu Paulista, São Paulo. Em 1889, com a Proclamação da República, Tiradentes, praticamente uma personalidade desconhecida durante o Império, transformou-se em um dos principais símbolos da oposição à Monarquia no Brasil. Na época, além de se instituir o dia 21 de abril como feriado nacional, em referência à data da execução do alferes (21/04/1792), houve o incentivo à produção de pinturas históricas retratando Tiradentes como um mártir a favor da independência do Brasil. • Influenciados pelas ideias iluministas, muitos desses estudantes voltavam para o Brasil questionando e criticando as políticas do governo português. Fundada em 1290, essa instituição recebeu muitos brasileiros como alunos em fins do século XVIII. Esse intercâmbio fez com que os ideais iluministas chegassem até a América e se difundissem entre grupos sociais que aspiravam a mudanças. MEFFISTA, Olga. Vista da Universidade de Coimbra, Portugal. s.d. 1 fotografia, color. 4 Livro de atividades Conjuração Baiana Ano 1798 Local Salvador, Bahia Causas Crise econômica resultante da transferência da capital da Colônia – de Salvador para o Rio de Janeiro; altos impostos; escassez de alimentos. Objetivos Estabelecimento de um governo republicano; abolição da escravatura; fim da discriminação racial. Integrantes Comerciantes, escravizados, artesãos, membros de baixa patente dos Corpos de Ordenanças e afrodescendentes livres. Desfecho Com a ajuda de delatores, as investigações levaram à prisão dos principais envolvidos. Muitos foram condenados à prisão; outros, ao degredo para a África; alguns, todos afro-brasileiros, à pena de morte. Atividades 1. Os gritos de liberdade entoados na Europa e nas Treze Colônias Inglesas não tardaram a atingir a América portuguesa. No final do século XVIII, dois grandes movimentos sociais marcaram a história do Brasil: a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana. A respeito desse tema, analise as afirmativas e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). ( V ) Os conjurados buscavam os princípios da igualdade e da liberdade presentes nos ideais iluministas. ( V ) A crítica ao Absolutismo e aos privilégios de classe, com maior ou menor intensidade, marcou os movimentos de emancipação da América portuguesa. ( F ) O isolamento colonial evitou a proliferação de ideias iluministas no Brasil nos séculos XVIII e XIX. ( V ) Muitos jovens da elite brasileira, ao retornarem da Europa após estudos de níveis superiores, difundiam na América características do pensamento iluminista. ( F ) O pensamento iluminista influenciou uma série de movimentos de contestação ao colonialis- mo na América, exceto a Conjuração Mineira. © Ge tty Im ag es /S am ba Ph ot o/ Al m ir Bi nd ila tti BINDILATTI, Almir. Solar do Unhão, atual sede do Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador. s.d. 1 fotografia, color. Em 1798, esse foi o local escolhido por alguns líderes da Conjuração Baiana como esconderijo. Vale lembrar que alguns estudos indicam que a Conjuração Baiana contou com o apoio da sociedade secreta Cavaleiros da Luz, loja maçônica que influenciou na difusão das ideias iluministas e na elaboração das propostas pelos revoltosos. 5 História – 8o. ano – Volume 2 2. Na Capitania de Minas Gerais, ocorreu um dos principais movimentos de contestação à Coroa por- tuguesa: a Conjuração Mineira. A esse respeito, leia o texto a seguir. A produção de ouro vinha caindo desde 1760, e os impostos atrasados atingiam uma soma enorme, o que assustava e revoltava a população. Em Ouro Preto, capital e centro intelectual, as ideias francesas e o precedente da independência norte-americana eram discutidos por intelectuais locais, alguns deles ex-estudantes da Europa. Poetas, sacerdotes, funcionários, militares e proprie- tários, em menor número, realizaram reuniões secretas, preparando uma conjuração [...]. Tudo indica, de fato, não se ter avançado muito ainda no caminho da rebelião quando, denunciada a conjura, prenderam-se os envolvidos e procedeu-se a inquéritos. Depois da comutação de várias penas de morte e de degredo perpétuo ou temporário pela rainha D. Maria I, foi executado somente o alferes Joaquim José da Silva Xavier, chamado “Tiradentes”, em 1792. CARDOSO, Ciro F. A crise do colonialismo luso na América portuguesa: 1750-1822. In: LINHARES, Maria Y. História geraldo Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1999. p. 104. Com base no texto, faça o que se pede. a) Explique o contexto político e econômico que contribuiu para a ocorrência da Conjuração Mineira em fins do século XVIII. A queda na produção de ouro e, consequentemente, na arrecadação de impostos levaram a Coroa portuguesa a intensificar a rigidez na cobrança e na fiscalização dos tributos, inclusive com a ameaça da derrama. A esse contexto, somava-se a influência das ideias iluministas e do movimento de Independência dos Estados Unidos, que inspiravam as lideranças do movimento. b) As propostas dos conjurados mineiros não refletiram apenas preocupações imediatas. Pelo con- trário, questionavam a estrutura colonial imposta por Portugal. Cite dois objetivos do movimento que tinham essa pretensão. Emancipação política, estabelecimento de São João del Rei como capital do novo governo; fim do monopólio sobre a exploração de diamantes; cancelamento de dívidas. 3. Analise esta obra: © M us eu M ar ia no P ro có pi o, Ju iz de Fo ra AMÉRICO, Pedro. Tiradentes esquartejado. 1893. 1 óleo sobre tela, color., 270 cm × 165 cm. Museu Mariano Procópio, Juiz de Fora. 6 Livro de atividades Conforme a sua análise, assinale as três opções corretas. X a) A obra Tiradentes esquartejado, de autoria de Pedro Américo, foi feita um século após a execução do mais conhecido líder da Conjuração Mineira. X b) A representação ao lado de um crucifixo nitidamente reforça a ideia de Tiradentes como herói e mártir brasileiro. X c) Não se sabe ao certo quais eram as feições de Tiradentes, pois todos os retratos feitos a seu res- peito são póstumos. d) Em 1822, com a Independência do Brasil, a imagem de Tiradentes transformou-se em um dos principais símbolos da oposição ao domínio português sobre o Brasil. e) O imaginário de heroísmo ligado à figura de Tiradentes não tem nenhuma relação com o estabe- lecimento da República no Brasil. 4. (PUC Minas – MG) Leia com atenção a sentença de Tiradentes em 1792. Justiça que a Rainha nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na Capitania de Minas Gerais, com a sua escandalosa temeridade contra a Real Soberania, e Supre- ma autoridade da mesma Senhora que Deus guarde. Manda que com baraço (corda ou laço para estrangular) e pregão (proclamação pública) seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar da forca, e nela morra morte natural (morte por sentença) para sempre e que separada a cabeça do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habi- tação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos, e pregados em iguais postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha, e Sebo- las; e que a casa da sua habitação seja arrasada; e salgada, e no meio de suas ruínas levantando um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito, e que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para Coroa e Câmara Real. Rio de Janeiro 21 de abril de 1792. Eu o Desembargador Francisco Luís Álvares da Rocha, Escrivão da Comissão, que o escrevi. Sebastião Vasconcelos Coutinho MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Autos de devassa da Inconfidência Mineira. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1938. v. VII, p. 241-2. Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, recebeu a pena máxima entre os inconfidentes que conspira- ram contra a opressão metropolitana. Pode-se perceber na sentença a intenção de que o ex-alferes servisse como exemplo para coibir novas revoltas. Todas as afirmativas comprovam tal intenção a partir das medidas explicitadas no trecho, exceto: a) Que se arrasasse e salgasse também sua habitação no simbolismo de que nada ali crescesse, assim como a lembrança de seu antigo morador e de seu delito. b) Que a Cabeça, fruto da morte do líder, fosse vista por todos para que ficasse na memória como um aviso de que nenhum deles atentasse contra a ordem colonial. c) Que afetasse a memória de Minas e dos descendentes do líder na sua condição social com a realização do confisco de bens, para a Coroa e para a Câmara Real. X d) Que esquartejamento simbolizasse a fragmentação do movimento pela liberdade das Minas Gerais e suprimindo efetivamente as revoltas coloniais. 7 História – 8o. ano – Volume 2 JANCSÓ, István. Na Bahia, contra o Império: história do ensaio da sedição de 1798. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 118. Após a leitura do documento, analise estas afirmativas: I. A leitura do panfleto permite constatar a influência das ideias iluministas no movimento. II. A abolição da escravidão, pela natureza polêmica, nunca foi uma pauta do movimento social baiano. III. Os conjurados baianos, assim como os mineiros, estavam insatisfeitos com o despotismo pratica- do pela Coroa portuguesa. IV. A linguagem utilizada nos panfletos era simples a fim de que seu conteúdo fosse facilmente com- preendido e divulgado pela população. Após a análise das afirmativas, assinale a alternativa correta. a) Todas as afirmativas estão certas. b) Apenas as afirmativas I, II e IV estão certas. c) Apenas as afirmativas I e III estão certas. X d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão certas. e) Todas as afirmativas estão erradas. 6. A cidade de Salvador, capital da colônia até 1763, no final do século XVIII vivia um clima de tensão e descontentamento. Explique de que maneira esse contexto estimulou o surgimento da Conjuração Baiana em 1798. No final do século XVIII, uma grave crise econômica atingia Salvador, marcada principalmente pelo aumento no custo de vida e pela escassez de alimentos. Essa situação, associada à divulgação de ideias iluministas, contribuiu para a ocorrência da Conjuração Baiana de 1798. 5. Na madrugada do dia 12 de agosto de 1798, uma série de panfletos foi afixada em locais de grande circulação de moradores da cidade de Salvador. Leia o que trazia um desses panfletos. 8 Livro de atividades 7. Leia este texto sobre o processo revolucionário que atingiu Salvador em fins do século XVIII. A Conjuração Baiana de 1798 é, nesse sentido, exemplar. Expressão da crise do Antigo Regime, ela foi um episódio cujo alcance permaneceu pontual e localizado. No entanto, permite vislumbrar desdobramentos possíveis da assimilação na sociedade escravista de uma ideia de cidadão como titular de direitos de caráter igualitário. Projeto abordado de revolução contra o que se designava como “despotismo” e a “tirania” da Coroa portuguesa, a Conjuração Baiana de 1798 tem entre seus traços distintivos a assimilação do ideário da Revolução Francesa. Como proclamavam os pasquins afixados nas ruas da cidade de Salvador, seria chegada a hora dos “homens cidadãos”, dos “povos curvados e abandonados pelo rei” levantarem “sagrada bandeira da liberdade”. Ao incorporar o ideário francês, o discurso dos conjurados atingia as bases estamentais da sociedade colonial e as concepções de direito que lhe eram próprias e, ao mesmo tempo, transformava a igualdade de direitos em condição de pertencimento à comunidade política. FERES, João. Léxico da história dos conceitos políticos do Brasil. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009. p. 51. A respeito desse tema, analise as afirmativas e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). ( F ) A Conjuração Baiana de 1798 buscava, assim como os revolucionários franceses de 1789, uma sociedade baseada na manutenção dos privilégios de classe. ( V ) A Conjuração Baiana pode ser considerada como um movimento popular, pelo fato de atingir as “bases estamentais da sociedade colonial”. ( F ) O texto afirma que os conjurados eram vistos pela Coroa portuguesa como “homens cida- dãos”; portanto, pertencentes à comunidade política. ( V ) A difusão das ideias iluministas, bem como dos acontecimentos relacionados à Revolução Francesa,inicialmente foi feita em Salvador por meio de grupos de intelectuais. ( V ) A Revolta dos Alfaiates, nome popular pelo qual ficou conhecida a Conjuração Baiana, não obteve êxito. A Metrópole portuguesa, ao descobrir a conjura, atuou com extremo rigor na repressão do movimento. 8. Analise este texto sobre a situação da cidade de Salvador no final do século XVIII: A escassez de gêneros alimentícios e a carestia deram origem a vários motins na cidade, entre 1797 e 1798. No Sábado de Aleluia de 1797, por exemplo, os escravos que transportavam grandes quantidades de carne destinada ao general-comandante de Salvador foram atacados pela multidão faminta e seu fardo dividido entre os atacantes e as negras que vendiam quitutes na rua. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015. p. 103. Com base no texto, faça o que se pede a seguir. a) Quais fatos históricos ajudam a explicar a situação econômica de Salvador nas vésperas da Con- juração Baiana? A transferência da capital para o Rio de Janeiro, em 1763, que retirou grandes investimentos da cidade, e a escassez de alimentos ocasionada pelo plantio maciço de cana-de-açúcar, em detrimento ao cultivo de alimentos de primeira necessidade. b) Cite dois objetivos dos conjurados baianos. Estabelecimento de um governo republicano; abolição da escravatura; fim da discriminação racial. 9 História – 8o. ano – Volume 2 Colônias inglesas na América Independência dos Estados Unidos da América 6 As Treze Colônias, território que atualmente corresponde à costa leste dos Estados Unidos da América, foram constituídas pelos ingleses durante o século XVII. Fonte: ALBUQUERQUE, Manuel M. de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1988. p. 62, 63. Adaptação. Lu ci an o Da ni el Tu lio As colônias inglesas do Novo Mundo foram povoadas de maneira distinta. O primeiro grupo se estabeleceu nas terras férteis e temperadas do sul, onde se instalaram as colônias da Virgínia (1607), Maryland (1634), Carolina do Norte (1653), Carolina do Sul (1670) e Geórgia (1733). Adotaram a forma econômica das colônias ibéricas. O segundo grupo se estabeleceu no norte, nas regiões frias da Nova Inglaterra, formado por Massachusetts (1620), New Hampshire (1623), Connecticut (1635), Rhode Island (1636). A região foi povoada inicialmente por protestantes, os chamados peregrinos, que deixaram a Inglaterra em busca de uma terra onde pudessem exercer a sua fé religiosa, sem a interferência da Coroa e da religião anglicana adotada na metrópole. As Treze Colônias e o comércio triangular • No século XVII, as Treze Colônias tiveram relativa autonomia política e econômica em relação à Inglaterra. • Comércio triangular: realizado entre as colônias do Norte, as Antilhas e a África Ocidental. JUNQUEIRA, Mary. Estados Unidos: a consolidação da nação. São Paulo: Contexto, 2001. p. 16-17. 10 Livro de atividades Antecedentes da independência Guerra dos Sete Anos (1756-1763) França Revolução Francesa (1789) A derrota na guerra agravou a situação política e econômica da França A Inglaterra decidiu manter o exército inglês nas Treze Colônias Apesar da vitória, os ingleses terminaram o conflito endividados Inglaterra O Parlamento inglês estabeleceu novos impostos © Bi bl io te ca d o Co ng re ss o, W as hi ng to n, D .C . FRANKLIN, Benjamin. Junte-se ou morra. 9 maio 1754. 1 ilustração. Biblioteca do Congresso, Washington, D.C. Advertência de Benjamin Franklin às colônias britânicas na América: “Juntem-se ou morram”, exortando-as a se unirem contra os franceses e os nativos, na Guerra dos Sete Anos. A ilustração mostra uma cobra segmentada, com os nomes abreviados das colônias do Norte. Processo de emancipação política COX, Allyn. Primeiro Congresso Continental da Filadélfia. 1973-1974. 1 mural. Capitólio dos Estados Unidos, Washington, D.C. No centro da imagem, representantes das Treze Colônias estão reunidos para discutir a respeito das medidas impositivas da Inglaterra. À esquerda, um colono realiza o pagamento de impostos. A tributação sem representação era uma das principais queixas contra o governo inglês. À direita, um soldado bloqueia o caminho de uma mulher e de uma criança, simbolizando a ocupação armada que enfureceu muitos colonos. © W ik im ed ia C om m on s/ US Ca pi to l Conflito entre países europeus pela posse de territórios em diferentes regiões do mundo 1774 – Primeiro Congresso Continental da Filadélfia: convenção realizada para organizar a resistência dos colonos diante da crescente opressão inglesa. Na ocasião, foi elaborada uma petição para o governo inglês solicitando o fim das “Leis Intoleráveis” e o direito à representação no Parlamento. No documento, os colonos declaravam lealdade e afirmavam que a separação ainda não era um objetivo. A Inglaterra rejeitou as propostas do documento. 1775 – Segundo Congresso Continental da Filadélfia: diante do avanço das medidas repressivas da Inglaterra, os colonos convocaram um segundo congresso, o qual reuniu representantes de todas as Treze Colônias. Durante os encontros, foi decidido que a emancipação era a única solução para os problemas enfrentados por elas. 11 História – 8o. ano – Volume 2 A fundação de uma nação Em 1787, o Congresso da Confederação aprovou a Constituição que estabelecia que os Estados Unidos da América eram uma República federal e presidencialista. Observe outros pontos importantes desse documento. As leis inglesas e a reação colonial Lei do Açúcar (1764) Reduziu em 50% o imposto sobre o melaço estrangeiro. Estabeleceu impostos adicionais sobre café, açúcar, roupas brancas, vinhos e artigos de luxo. Determinou que as mercadorias produzidas nas Colônias deveriam ser vendidas exclusivamente para a Metrópole. Lei do Selo (1765) Exigiu o uso de papel timbrado especial para todos os documentos públicos. Após intensos protestos, cerca de um ano depois a lei foi revogada pelo Parlamento. Lei do Chá (1773) Aumentou a taxa de impostos sobre a comercialização do chá. Como resposta ao governo metropolitano, manifestantes tomaram o Porto de Boston e despejaram o chá inglês no mar, o chamado Boston Tea Party (O Incidente de Boston). Leis de Coerção ou “Leis Intoleráveis” (1774) Em resposta às manifestações de 1773, o governo metropolitano decretou o fechamento do Porto de Boston. A Lei também obrigava os colonos a ressarcir os prejuízos causados pelo Boston Tea Party e limitava a organização de assembleias. © Bi bl io te ca d o Co ng re ss o, W as hi ng to n, D .C . REVERE, Paul. Tropas britânicas alvejando manifestantes em Boston. 1770. 1 gravura com aquarela, 25,28 cm × 33,4 cm. Biblioteca do Congresso, Washington, D.C. Com as imposições do governo britânico por meio das leis que aumentavam o tributo e a fiscalização nas Treze Colônias, uma onda de protestos ocorreu em diferentes cidades. A gravura de Paul Revere retrata um massacre realizado pelas tropas britânicas contra manifestantes na cidade de Boston, em Massachusetts. EUA. Constituição dos Estados Unidos. 17 set. 1787. Registros Gerais do Governo dos Estados Unidos, Washington, D.C. Primeira página da Constituição dos Estados Unidos. Na primeira frase, lê-se “We the people” (“Nós, o povo”). A utilização dessa frase reafirmava que era o povo quem estava estabelecendo os artigos do documento. A Constituição adotou a divisão dos pode- res proposta por Montesquieu. • Poder Executivo: presidente da República. • Poder Judiciário: Suprema Corte. • Poder Legislativo: Câmara dos Represen- tantes e Senado. 1776 – Declaração da Independência: documento pelo qual as Treze Colônias declaravam e justificavam os motivos para a independência em relação à Inglaterra. 1781 – Vitória dos colonos na guerra: com o apoio de espanhóis e franceses, os colonos venceram a Inglaterra em outubro de 1781. 1783 – Tratado deParis: a Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos da América. A Constituição de 1787 limitou a participação política por meio do voto masculino e censitário, uma vez que, para participar das eleições, era necessário ter alguma propriedade ou renda. Assim, pobres, mulheres, escravizados e indígenas foram privados de direitos políticos. © Na tio na l A rc hi ve s, W as hi ng to n, D .C . 12 Livro de atividades 1. A respeito da colonização inglesa na América, leia o texto a seguir. Atividades A chegada dos peregrinos ao território que hoje é Massachussetts não foi fácil. O navio aportou mais ao norte do que se imaginava. O clima era frio, muito mais do que a Inglaterra. O primeiro ano dos colonos foi muito difícil, ocorrendo muitas mortes. No início do inverno seguinte, em 1621, os sobreviventes decidiram comemorar uma Ação de Graças (thanksgiving). Desde então, os norte-americanos repetem, no mês de novembro, a festa de Ação de Graças, reforçando a ideia de que eles querem ter os “pais peregrinos” de Massachussetts como modelo de fundação. KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação. São Paulo: Contexto, 2001. p. 38. A respeito desse tema, analise as afirmativas e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). ( V ) As primeiras colônias da costa leste dos Estados Unidos foram fundadas por ingleses que fugiam das perseguições religiosas da Inglaterra do século XVII. ( F ) As grandes propriedades rurais, o escravismo e a agroexportação foram características marcantes das Colônias do Norte, entre elas Massachussetts e New Hampshire. ( V ) As colônias da Virgínia e da Geórgia integravam o grupo de colônias fundadas ao Sul das Treze Colônias, nas quais havia o predomínio da mão de obra escrava e da produção destinada ao comércio internacional. ( V ) O comércio triangular, um dinâmico negócio que envolvia as Antilhas e o litoral da África Ocidental, consistia em uma intensa e lucrativa atividade comercial das Colônias do Sul. ( V ) O Dia de Ação de Graças surgiu como forma de agradecimento à resistência dos “pais pere- grinos” de Massachussetts. 2. Analise este fragmento de texto: A Guerra dos Sete Anos gerou certo grau de prosperidade, como costumam fazer as guerras, mas a ela logo se seguiu uma depressão que atingiu a maioria das colônias. HEALE, Michael. A revolução norte-americana. São Paulo: Ática, 1998. p. 30. Explique a relação entre a afirmação presente no texto e a Declaração de Independência dos Estados Unidos. 3. Observe esta imagem: Esperamos que os alunos relacionem o fim da Guerra dos Sete Anos com a incidência de novos impostos sobre as Treze Colônias, o que repercutiu de maneira negativa, contribuindo para o processo de emancipação política. © Bi bl io te ca d o Co ng re ss o, W as hi ng to n, D .C . REVOGAÇÃO ou o funeral de Miss Americ-Stamp. 1766. 1 gravura, 28,8 cm × 39,9 cm. Biblioteca do Congresso, Washington, D.C. A imagem é uma sátira popular a respeito da Lei do Selo. Conforme a análise da ima- gem e seus conhecimentos, responda: a) Quais obrigações a Lei do Selo contem- plava? b) Por que os personagens da ilustração foram representados em luto? a) A lei exigia o uso de papel timbrado especial para todos os documentos públicos, incluindo jornais e outros meios de comunicação. Pela revogação da Lei do Selo, que durou apenas um ano. 13 História – 8o. ano – Volume 2 4. Ao final da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a Inglaterra decidiu lançar para os colonos os custos do conflito por meio do estabelecimento de diversos impostos. A esse respeito, assinale as duas opções corretas. X a) Em 1764, foi aprovada pelo Parlamento inglês a Lei do Açúcar, que, apesar de reduzir o imposto sobre o melaço estrangeiro, estabelecia tributos adicionais sobre café, açúcar, roupas brancas, vinhos e artigos de luxo. b) A aprovação da Lei do Selo, em 1765, foi recebida com indignação nas Treze Colônias, que rea- giram promovendo um boicote às mercadorias inglesas. Contudo, a Inglaterra foi irredutível e o tributo, revogado apenas após a Declaração de Independência. c) Pelos Atos de Townshend, os colonos ficavam obrigados a receber as tropas britânicas em serviço na América, abrigando os soldados da Metrópole em suas residências e arcando com as despesas da estadia. X d) A Lei do Chá, além de aumentar a taxa de impostos sobre a comercialização do produto, instituiu o monopólio da venda para a Companhia das Índias Orientais. 5. Na segunda metade do século XVIII, influenciada pelo Iluminismo, parte da população das Treze Colônias repetia com exaustão: “Nenhuma taxação sem representação”. Nas Colônias, a tensão au- mentava a cada dia. A esse respeito, analise a imagem: Conforme a análise, responda às questões. a) A imagem representa o episódio que ocorreu na colônia de Massachussetts em dezembro de 1773. Como ficou conhecido esse acontecimento? b) Em represália ao acontecimento retratado na imagem, o rei Jorge III e o Parlamento inglês deter- minaram uma série de medidas repressoras. Como os colonos denominaram essas imposições? Cite duas dessas medidas. 6. Em setembro de 1787, os Estados Unidos da América promulgaram sua Constituição. Sobre esse tema, analise as afirmativas a seguir. I. O país tornou-se uma República presidencialista e federalista. George Washington foi eleito o primeiro presidente. II. Os poderes do Estado, com base na teoria do filósofo Montesquieu, foram divididos em Executi- vo, Legislativo e Judiciário. III. A Constituição garantia o exercício dos direitos civis e políticos, como a liberdade de expressão, de imprensa, de credo e de manifestação pública. © Bi bl io te ca d o Co ng re ss o, W as hi ng to n, D .C . BOSTON Tea Party: três cargas de chá destruídas. 1903. 1 impressão fotomecânica (cartão-postal). Biblioteca do Congresso, Washington, D.C. a) Boston Tea Party ou Incidente de Boston. b) As medidas foram chamadas de “Leis Into- leráveis”, as quais determinavam o fecha- mento do Porto de Boston enquanto os colonos não indenizassem a Coroa pelos prejuízos ocasionados, além de limitar a organização de reuniões e assembleias. 14 Livro de atividades IV. O texto constitucional previa garantia de direitos iguais a indígenas, negros e mulheres. V. A Independência dos Estados Unidos e, por conseguinte, sua Constituição tornaram-se referência para diversas colônias latino-americanas que almejavam se libertar do domínio despótico das nações europeias. Estão corretas as afirmativas: X a) I, II, III e V. b) II, III, IV e V. c) I, III, IV e V. d) I, III e IV. e) Todas. 7. Sobre os Congressos Continentais realizados na Filadélfia, marque com X a coluna adequada em cada caso. Congressos Continentais da Filadélfia 1º. 2º. Reuniu representantes de todas as Treze Colônias. X Exigia a nomeação de representantes para o Parlamento inglês. X Decidiu pela independência das Treze Colônias. X Não contou com a presença de representantes da Geórgia. X Declarava lealdade ao rei Jorge III e ao Parlamento inglês. X 8. A Declaração de Independência dos Estados Unidos foi redigida por Thomas Jefferson e aprovada por aqueles que estavam presentes no Segundo Congresso da Filadélfia. Leia com atenção o trecho do documento e, em seguida, responda às questões. Consideramos [...] que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura pela felicidade. Que para assegurar esses direitos, [...] é direito do povo alterá-lo ou aboli-lo e instituir novo governo, fundamentando-o nesses princípios e organizando-lhe os poderes da forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. [...] quando uma longa série de abusos e usurpações [...] indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, e o dever, de desfazer-se desse governo e instituirnovos guardiões para sua futura segurança. Nós [...] representantes dos Estados Unidos da América, em Congresso Geral reunidos, [...] pu- blicamos e declaramos solenemente que estas colônias unidas são e por direito devem ser estados livres e independentes; [...] E em apoio dessa declaração, com a firme convicção da Divina Provi- dência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa honra sagrada. DECLARAÇÃO de Independência dos Estados Unidos (1776). In: ISHAY, Micheline R. (Org.). Direitos humanos: uma antologia. Tradução de Fábio Duarte Joly. São Paulo: Núcleo de Estudos da Violência – USP, 2003. p. 230. a) Quais motivos levaram os colonos a se emanciparem do governo inglês? b) A que organização dos poderes o texto da Declaração faz menção? c) Quais argumentos utilizados por Thomas Jefferson apresentam caráter iluminista? d) Identifique e sublinhe no texto como a religiosidade foi abordada na Declaração de Independência. 8. a) Segundo o documento, os abusos e as usurpações praticados pela Coroa Inglesa por meio de um governo déspota. b) À divisão dos poderes proposta por Montesquieu em Executivo, Legislativo e Judiciário. c) Que todos os homens são dotados de direitos inalienáveis, como a liberdade e a procura pela felicidade. d) Consideramos [...] que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura pela felicidade. E em apoio dessa declaração, com a firme convicção da Divina Providência, empenha- mos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa honra sagrada. 15 História – 8o. ano – Volume 2 América Latina: lutas pela emancipação política 7 Na América espanhola, as contradições internas e a inspiração no Iluminismo e nos processos revolucioná- rios que ocorreram na Europa e nos Estados Unidos motivaram o desejo pela emancipação política. América Latina espanhola no século XVIII © W ik im ed ia C om m on s TOVAR, Martín Tovar y. Simón Bolívar. 1883. 1 óleo sobre tela, color. Palácio Federal Miraflores, Caracas. Simón Bolívar (1783-1830) nasceu em Caracas, atual Venezuela. Tinha origem aristocrata e é considerado um dos mais importantes líderes dos movimentos de independência da América Latina. Ele esperava que, após a independência das antigas colônias espanholas, haveria a formação de uma confederação latino- -americana. Porém, as elites criollas pretendiam assegurar a autonomia regional e, com ela, seus privilégios. CRIOLLOS Quem eram? O que questionavam? Como contribuíram para os processos de independência? Descendentes de espanhóis nascidos na América. Estavam descontentes com o monopólio comercial praticado pela Metrópole e com a ausência de representação política. Aproveitaram-se da fragilidade do Império Espanhol para dar início aos conflitos que resultaram na independência e na formação de diversas nações latino-americanas. A emancipação política das Treze Colônias Inglesas (1776) e o início da Revolução Francesa (1789) serviam de inspiração para ideias separatistas. A população era formada pela miscigenação entre espanhóis, nativos, africanos e seus descendentes, livres ou escravizados. Descontentes com o governo metropolitano, os grupos menos favorecidos promoveram rebeliões contra a Metrópole. Em 1807, Napoleão invadiu o território espanhol e entregou o trono ao seu irmão, José Bonaparte. AMÉRICA LATINA ESPANHOLA (SÉCULO XVIII) 16 Livro de atividades Emancipação política das colônias espanholas Vice-Reino da Nova Espanha • O atual México era o centro do governo espanhol na América. • O movimento teve início com indígenas e mestiços que, além da emancipação, desejavam o fim da exploração da mão de obra indígena, a reforma agrária e a igualdade jurídica entre os grupos sociais. • A elite criolla era contra o movimento de indígenas e mestiços. • O general Agustín de Iturbide, membro da elite criolla, combateu a revolta indígena e, em 1821, proclamou a Independência do México, assumindo para si o título de imperador. • Em 1824, um grupo de criollos republicanos, que não aceitou a Monarquia, assassinou Iturbide e implantou a República. Capitania Geral da Venezuela e Vice-Reino de Nova Granada • O processo de emancipação teve início em 1806 e foi marcado por conflitos entre os colonos e a Metrópole. • Em 1811, o general Francisco de Miranda proclamou a independência. • Francisco de Miranda foi preso pelos espanhóis e acabou morrendo na prisão. • Simón Bolívar assumiu a liderança do movimento. • Formação da Grã-Colômbia (1823): Venezuela, Colômbia e Equador. Vice-Reino do Rio da Prata • O início da campanha de emancipação ocorreu no ano de 1810. • Foi marcada pela divergência de interesses entre os grupos que buscavam um novo sistema e os grupos da elite criolla que pretendiam garantir seus privilégios. • Em 1816, os argentinos declararam oficialmente sua independência, formando as Províncias Unidas do Rio da Prata. • O Paraguai proclamou sua emancipação política em 1811. Dois anos depois, o criollo Gaspar Francia estabeleceu uma política isolacionista para o novo país. • O Uruguai se manteve até 1817 sob o poder espanhol, quando foi anexado ao Brasil (Província Cisplatina). • Com o apoio dos argentinos, declarou sua emancipação em 1825, formando a República Oriental do Uruguai. Capitania Geral do Chile e Vice-Reino do Peru • Em 1818, ocorreu a emancipação política do Chile e O’Higgins assumiu a presidência do país. • A Espanha não estava disposta a abrir mão das riquezas do Peru. • San Martín partiu com seus homens em marcha do Chile para o Peru, em uma missão que durou três anos e implicou atravessar os Andes. • Batalha de Ayacucho (1824) – Firmou a emancipação política do Peru. Capitania Geral de Cuba e República Dominicana • A República Dominicana proclamou sua independência em 1821, mas o local foi imediatamente dominado pelo Haiti, permanecendo sob a tutela deste até 1844. • Em Cuba, as lutas pela independência tiveram início em 1850. Mas apenas em 1901 ocorreu a emancipação definitiva do país. 17 História – 8o. ano – Volume 2 América Latina espanhola após a independência • Necessidade de organização política e econômica das recém-criadas nações. • Pan-americanismo: movimento pela unificação dos terri- tórios que formavam a América espanhola. Emancipação política do Haiti • O Haiti, anteriormente chamado de São Domingos, era uma colônia francesa. • Sua população era predominantemente de africanos e afrodescendentes escravizados. • A Revolução Haitiana (1791-1804), liderada por escravi- zados e ex-escravizados, conquistou a independência e colocou fim ao regime escravocrata. • O Haiti foi a primeira colônia da América Latina a se tornar independente, em 1804. • Haitianismo: medo que as elites latino-americanas tinham das revoltas de africanos e afrodescendentes escravizados. © Bi bl io te ca N ac io na l d a Fr an ça , P ar is BEAUVAIS, Jean. Toussaint-Louverture. 1802. 1 gravura, color. Biblioteca Nacional da França, Paris. O processo de independência do Haiti representou uma referência na história da humanidade. As opressões causadas pelas políticas francesas, nessa colônia, culminaram em uma violenta revolta em busca de liberdade. Na gravura, o líder da revolução haitiana Toussaint-Louverture. Atividades 1. Considerando a atual configuração política da América Latina, numere a segunda coluna de acordo com a primeira. ( 1 ) Vice-Reino da Nova Espanha ( 2 ) Vice-Reino de Nova Granada ( 3 ) Vice-Reino do Rio da Prata ( 3 ) Argentina, Uruguai e Paraguai ( 1 ) México ( 2 ) Colômbia e Equador 2. A respeito da emancipação das colônias do Vice-Reino do Rio da Prata, assinale as duas opções corretas. a) O primeiro país a se emancipar foi o Brasil, em 1822. b) Em 1821, o Uruguai foi incorporado pela Argentina, formando a Província Cisplatina. X c)Os argentinos, após a emancipação política de 1816, intencionavam anexar o Paraguai ao seu território. d) O Uruguai alcançou sua emancipação política após a Guerra do Pacífico entre Argentina e Brasil. X e) Após a emancipação política de 1811, os paraguaios mantiveram uma política isolacionista em relação aos países latino-americanos. 18 Livro de atividades San Martin, a partir de uma plataforma elevada na Plaza Mayor, declarou: “O Peru é a partir deste momento livre e independen- te pela vontade do povo e da justiça de sua causa que Deus defende.” “Viva o país! Viva a independência! Viva a liberdade!”. Ele levantou a bandeira vermelha e bran- ca e foi aclamado pela multidão. ©Wikimedia Commons/Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru3. Analise estas informações: LEPIANI, Juan. San Martín proclama a independência do Peru, em 28 de julho de 1821, em Lima, Peru. 1904. 1 óleo sobre tela, color. Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru, Lima. Com base nas informações anteriores, analise as afirmativas e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s). ( F ) A Igreja Católica representou uma grande oposição à emancipação política do Peru. ( F ) Todos os grupos sociais, inclusive os menos favorecidos, lideraram o processo de emancipação política do Peru. ( V ) Na obra, o artista representou os criollos com indumentárias que ressaltam as cores da bandei- ra do Peru. ( F ) No relato, assim como na imagem, é possível observar a referência à população indígena do Peru. 4. Analise este documento histórico: PIATTELLI, Alberto. Valores, ideales, vida y obra del padre de la patria. San Diego: Palibrio, 2013. p. 139. É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma só nação com um único vínculo que ligue suas partes entre si com o todo. Por ter uma só origem e língua, mesmos cos- tumes e uma única religião, deveria ter um único governo que confederasse os diferentes Estados que venham a formar-se; mas não é possível porque climas distintos, situações adversas, interesses opostos, índoles dessemelhantes dividem a América. BOLÍVAR, Simón. Carta da Jamaica, 6 set. 1815. In: MARTINS, Marcos A. F. Construtores da geopolítica sulamericana. Boa Vista: Editora da UFRR, 2018. p. 36. A respeito das ideias de Simón Bolívar e do contexto histórico da independência da América espanhola, responda: a) Como ficou conhecido o movimento de unificação dos territórios da América espanhola? Pan-americanismo. b) Qual era a justificativa de Simón Bolívar para essa unificação? Simón Bolívar acreditava na formação de uma confederação latino-americana com base nas semelhanças culturais dos povos. 19 História – 8o. ano – Volume 2 c) Por que essa proposta não se efetivou? As elites criollas não concordavam com essa proposta, pois desejavam a manutenção da autonomia regional e de seus privilégios. d) Em sua carta, Simón Bolívar ressalta a importância da unidade dos povos latino-americanos. Essa proposta levava em consideração a diversidade das populações indígenas e afrodescendentes? A emancipação política teve poucos efeitos qualitativos para indígenas e afrodescendentes. Isso porque muitos países mantiveram suas políticas de escravização desses grupos. O documento, ao ressaltar a existência de uma única origem, língua e religiosidade, desprezava a diversidade cultural latino-americana. 5. (FGV – SP) No início do século XIX, a ruptura dos laços coloniais e a construção de Estados indepen- dentes deram o tom da movimentação política na América Latina. A esse respeito, é correto afirmar: a) A liderança dos diversos movimentos de emancipação foi exercida por negros e mestiços e teve como modelo a Revolução do Haiti, liderada por Toussaint Louverture. b) Em razão da importância geopolítica do Brasil e do impacto de sua independência, a maior parte dos novos Estados adotou a monarquia como forma de governo. c) Ameaçados de um lado pela ofensiva napoleônica e de outro pelo imperialismo inglês, os líderes latino-americanos passaram à área de influência da monarquia brasileira. d) Liderados pelos chapetones, os novos Estados independentes logo puseram fim à escravidão e concederam direitos políticos à massa criolla recém-alforriada. X e) Aproveitando o contexto das Guerras Napoleônicas, a elite criolla rebelou-se contra a metrópole, procurando, no entanto, preservar as bases de seus privilégios sociais. 6. Leia o trecho de texto a seguir. O Haiti está sempre presente quando avaliamos a história caribenha nos últimos dois séculos. O maior produtor de açúcar do mundo no final do século XVIII e o segundo país das Américas a conquistar a independência, através de uma revolução popular de negros escravos e libertos, teve uma enorme influência em todo o Caribe, como também nas outras sociedades escravagistas americanas. PAIVA, Eduardo F.; ANASTASIA, Carla M. J. (Org.). O trabalho mestiço: maneiras de pensar e formas de viver – séculos XVI a XIX. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002. p. 64. Com base no texto e em seus conhecimentos, faça o que se pede. a) Por que a emancipação política do Haiti se destaca na história americana? Porque ocorreu por meio de uma revolução popular de negros escravizados e libertos. b) Explique que influência o processo revolucionário do Haiti teve sobre as sociedades escravagistas americanas. Após a revolução haitiana, as colônias e os países que mantinham um sistema escravagista de trabalho passaram a temer uma revolução de escravizados em seus territórios. 20 Livro de atividades Brasil: emancipação política 8 No início do século XIX, a influência do Iluminismo, associada aos exemplos deixados pela Independência dos Estados Unidos (1776) e pela Revolução Francesa (1789), contribuiu para acelerar o processo de emancipa- ção política das colônias latino-americanas. No Brasil, esse processo teve uma série de particularidades. Isso porque, diferentemente da América es- panhola, que sentiu a ausência do poder real em virtude das invasões napoleônicas, em 1808, chegavam ao território brasileiro a Família Real e inúmeros membros da Corte portuguesa. © M us eu N ac io na l d os C oc he s, Li sb oa DELERIVE, Nicolas-Louis-Albert. Embarque de D. João, príncipe regente de Portugal, para o Brasil, em 27 de novembro de 1807. 1818. 1 óleo sobre tela, color., 62,5 cm × 87,8 cm. Museu Nacional dos Coches, Lisboa. Pressionado por duas potências europeias, o príncipe regente decidiu – com a ajuda da Inglaterra – transferir sua Corte para o Brasil, a mais rica das colônias portuguesas. O sigilo deveria marcar os preparativos para essa transferência. Entretanto, segundo relatos, o que se presenciou foi uma cena de desespero e confusão. Após arrumarem as malas e limparem os cofres, a Família Real e a Corte portuguesa partiram com destino ao Brasil. ABERTURA DOS PORTOS (1808) FIM DO EXCLUSIVO COMERCIAL EMANCIPAÇÃO POLÍTICA O decreto permitia ao Brasil que realizasse comércio com nações aliadas a Portugal, em especial a Inglaterra. A medida pôs fim a séculos de monopólio comercial. Na prática, o Brasil deixava de seguir o chamado "Pacto Colonial". Essa medida é entendida como um dos primeiros passos para a emancipação política do Brasil. A frota de D. João aportou em Salvador em janeiro de 1808. Na Bahia, o príncipe regente realizaria um dos mais importantes atos no território colonial: o decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas. Vinda da Família Real portuguesa para o Brasil No início do século XIX, as invasões napoleônicas esfacelavam fron- teiras e espalhavam temor por diferentes regiões da Europa. Em Portugal, cujo governo era exercido pelo príncipe D. João, a situação era muito de- licada. Por um lado, o reino mantinha uma aliança com os ingleses havia séculos; por outro, era pressionado por Napoleão Bonaparte a romper essa aliança respeitando o Bloqueio Continental. 21 História – 8o. ano –Volume 2 © M us eu N ac io na l d e Be la s A rte s, Ri o de Ja ne iro Mudanças políticas e econômicas na Colônia DEBRET, Jean-Baptiste. Retrato de João VI de Portugal. 1817. 1 óleo sobre tela, color., 60 cm × 42 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. © M us eu N ac io na l d e Be la s A rte s, Ri o de Ja ne iro © W ik im ed ia C om m on s/ Go og le C ul tu ra l I ns tit ut e TRONI, Giuseppe. Maria I, rainha de Portugal. 1783. 1 óleo sobre tela, color., 122 cm × 94 cm. Palácio Nacional de Queluz, Queluz. TAUNAY, Nicolas-Antoine. Morro de Santo Antônio. 1816. 1 óleo sobre tela, color., 45 cm × 56,5 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Em 1816, à convite da Coroa portuguesa, chegou ao Rio de Janeiro uma série de artistas franceses, como os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, compondo a Missão Artística Francesa. Esta, cujo objetivo era introduzir o ensino das Artes no Brasil, teve para a nossa História um significado muito especial, pois, por meio do trabalho desses artistas, foi possível compreender muitos hábitos e costumes da elite e das camadas populares que viviam no Rio de Janeiro no início do século XIX. É importante lembrar! Por causa da doença mental da rainha D. Maria I, seu filho D. João assumiu o governo como príncipe regente. Tratados de 1810 Tratado de Paz e Amizade Tratado de Navegação e Comércio Garantia taxas alfandegárias que privilegiavam os comerciantes ingleses. Firmava uma aliança política e militar entre Portugal e Inglaterra. Concedia liberdade religiosa e imunidade jurídica aos ingleses na Colônia. Previa a extinção gradual do tráfico de africanos escravizados. Foram fundados: • Banco do Brasil • Biblioteca Real • Jardim Botânico • Imprensa Régia • Teatro São João • Academia Militar • Observatório Astronômico • Cursos superiores de Direito e Medicina Em março de 1808, após um curto período em Salvador, a Família Real e a Corte portuguesa foram recebidas no Rio de Janeiro. Essa presença alterou radicalmente o cotidiano da cida- de e os rumos da Colônia. De início, a Coroa tomou posse de casas, igrejas e outros lo- cais para servirem de sedes administrativas ou residências dos membros da Corte. Em seguida, iniciou um amplo processo de adequação da cidade às necessidades da Corte. 22 Livro de atividades Reino Unido Em meados de 1815, com o fim do Império napoleônico, realizou-se o Congresso de Viena, cujo principal objetivo era reorganizar as fronteiras europeias. Esse fato, associado ao desejo de D. João de permanecer no Brasil e evitar revoltas internas, fez com que o príncipe regente decidisse elevar o Brasil a Reino Unido de Por- tugal e Algarves. Insurreição Pernambucana Data e local Pernambuco, 1817 Causas • Crise econômica que atingia a região. • Altos impostos. • Insatisfação com o alto custo da Corte e da máquina administrativa montadas por D. João VI. Influências Independência dos Estados Unidos (1776) e Revolução Francesa (1789-1799). Grupos sociais Comerciantes, militares, membros do clero, grandes proprietários, juízes, artesãos e homens livres. Início Os insurgentes tomaram Recife, fundaram uma república e formaram um governo provisório. Desfecho As divergências entre os líderes, a falta de apoio de outras regiões e o avanço das tropas portuguesas marcaram o fim do movimento. Muitos líderes foram presos e executados. Sociedade colonial © Co le çã o Ba nc o Ita ú, S ão P au lo RUGENDAS, Johann M. Rua Direita no Rio de Janeiro. [ca. 1827-1835]. 1 litografia, color., 36,4 cm × 55 cm. Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. Com a presença da Coroa Portuguesa Campanhas de incentivo para a vinda de imigrantes O uso da mão de obra escrava permaneceu Necessidade de mão de obra especializada Hábitos europeus foram adotados Presença de artistas e de pesquisadores europeusMedo da revolta de escravizados 23 História – 8o. ano – Volume 2 7 de setembro de 1822 – Independência do Brasil Processo de independência Revolução Liberal do Porto e a regência de D. Pedro Em 1820, iniciou-se na cidade do Porto, em Portugal, um processo re- volucionário que apresentava como exigências básicas: o retorno imediato da Família Real e da Corte portuguesa e a convocação de uma Assembleia Constituinte. © M us eu P au lis ta , S ão P au lo SILVA, Oscar P. da. Sessão das Cortes de Lisboa. 1922. 1 óleo sobre tela, color., 330 cm × 227 cm. Museu Paulista, São Paulo. A Revolução do Porto representou em Portugal a crise do Antigo Regime e o advento de uma ordem liberal. Apesar de se denominarem liberais, muitos integrantes do movimento eram favoráveis à recolonização do Brasil. Atividades 1. Leia o trecho de texto a seguir. A guerra que Napoleão movia na Europa contra a Inglaterra, em princípios do século XIX, aca- bou por ter consequências para a Coroa portuguesa. Após controlar quase toda a Europa Ocidental, Napoleão impôs um bloqueio ao comércio entre a Inglaterra e o continente. Portugal representava uma brecha no bloqueio e era preciso fechá-la. Em novembro de 1807, tropas francesas cruzaram a fronteira de Portugal com a Espanha e avançaram em direção a Lisboa. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015. p. 105. No início do século XIX, Portugal se encontrava em uma situação delicada. Por um lado, o país mantinha uma aliança com os ingleses havia séculos; por outro, era pressionado por Napoleão. Com base no texto anterior, explique o que os franceses desejavam e qual foi a solução encontrada por Portugal para resolver esse dilema. A exigência francesa era que Portugal rompesse relações comerciais com a Inglaterra, respeitando o bloqueio continental. Diante dessa situação, a decisão tomada pelo príncipe regente foi a de transferir a Família Real e a Corte portuguesa para o Brasil. Dia do Fico (9 de janeiro de 1822) Pressão das Cortes portuguesas pelo retorno de D. Pedro D. Pedro – príncipe regente Retorno da Família Real a Portugal (1821) Revolução Liberal do Porto (1820) 24 Livro de atividades 2. Analise estes quadrinhos: SCHWARCZ, Lilia M.; SPACCA. D. João carioca: a Corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 31. © Ilu st ra çã o de S pa cc a, do li vr o “D . J oã o Ca rio ca ”, d e Li lia M . S ch w ar cz e S pa cc a. Ci a. da s L et ra s, 20 07 . Conforme a sua análise, faça o que se pede a seguir. a) Os quadrinhos têm relação com um dos mais importantes atos realizados por D. João no Brasil. Como ficou conhecido esse ato? Abertura dos Portos às Nações Amigas em 1808. b) Explique como essa medida, associada ao Tratado de Navegação e Comércio (1810), beneficiou os comerciantes ingleses. Esperamos que os alunos citem que a Inglaterra foi a principal beneficiária da Abertura dos Portos, principalmente após o esta- belecimento de tarifas alfandegárias privilegiadas para seus produtos, as quais foram asseguradas pelo Tratado de Navegação e Comércio. c) Cite duas consequências dessa medida que foram evidenciadas nos quadrinhos. O aumento no preço dos alimentos e a grande quantidade de produtos ingleses nos mercados brasileiros. 25 História – 8o. ano – Volume 2 3. Observe esta obra: © M us eu N ac io na l d e Be la s A rte s, Ri o de Ja ne iro DEBRET, Jean-Baptiste. Desembarque de D. Leopoldina no Brasil. 1817. 1 óleo sobre tela, color., 21,6 cm × 30,1 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Com base na imagem e nos estudos realizados a respeito da presença da Família Real e da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, assinale a única alternativa incorreta. a) A cidade do Rio de Janeiro, após a transferência da Corte portuguesa, apresentou um grande aumento demográfico. b) As mulheres passaram a frequentar os espaços públicosda cidade de forma mais constante, o que antes não era bem visto pela sociedade colonial. c) A sociedade colonial era composta, em sua maioria, de afrodescendentes livres e escravizados. X d) Por causa do clima tropical, a Corte portuguesa abandonou o hábito de usar roupas de tecidos quentes. e) O príncipe regente incentivou a vinda de artistas e cientistas para o Brasil, entre eles Jean-Baptiste Debret, autor dessa obra. 4. Leia o trecho de texto a seguir. Em 1817, numa insurreição que estourou em Pernambuco, os rebeldes ainda buscavam inspira- ção nas constituições francesas de 1791, 1793, 1795. Um dos líderes do movimento, Cruz Cabugá, tinha pendurado nas paredes de sua casa retratos dos principais líderes da Revolução Francesa e da Independência Americana. COSTA, Emília V. da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1999. p. 28. Com base no texto e no contexto histórico da Insurreição Pernambucana, responda às questões propostas. a) Quais foram as razões que levaram os habitantes de Pernambuco a se rebelarem contra o gover- no estabelecido no Rio de Janeiro? Os insurgentes pernambucanos, descontentes em virtude da crise econômica da região, não concordavam com o aumento dos impostos e das taxas para bancar a administração joanina e a Corte portuguesa. 26 Livro de atividades b) Por que a Revolução Francesa inspirava muitos dos insurgentes? A luta dos revolucionários contra o governo absolutista francês levou os insurgentes a buscar liberdade perante a Coroa portu- guesa. c) Que elemento da Independência dos Estados Unidos estava presente no movimento pernambu- cano de 1817? A proclamação de uma república. 5. (ENEM) No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que faziam alusão à revolta escrava do Haiti: Marinheiros e caiados. Todos devem se acabar, Porque só pardos e pretos O país hão de habitar. AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907. O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende: X a) dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças. b) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas. c) do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema escravista. d) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, por- que estes representavam a elite branca opressora. e) da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do Haiti. 6. O texto a seguir descreve a situação dos povos indígenas após a emancipação política do Brasil. Analise-o. Um ano após a independência política do país, José Bonifácio de Andrada e Silva denunciava o tratamento dispensado aos grupos indígenas por meio de sua obra “Apontamentos para a Civiliza- ção dos Índios Bravos do Império do Brasil”. Discorria que por responsabilidade dos “não índios” esses povos foram desprezados. Já tinham roubado-lhes as suas terras, imposto-lhes trabalhos em troca de algum ou nenhum mísero pagamento, alimentando-lhes mal, enganando-lhes em con- tratos de compra e venda, deixando de demonstrar-lhes qualquer atitude de virtude e de talento, transmitindo-lhes apenas moléstias e vícios. ALBUQUERQUE, Antonio A. U. do L. Multiculturalismo e direito à autodeterminação dos povos indígenas. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008. p. 198. De acordo com o texto, quais foram as mudanças acarretadas no cotidiano dos povos indígenas após a emancipação política do Brasil? O texto, ao citar a descrição realizada por José Bonifácio, denuncia que os indígenas sofriam com a violência e com o preconceito im- posto pelos “não índios”. Isso nos permite concluir que a emancipação política pouco significou para o reconhecimento das terras e da autodeterminação dos povos indígenas. 5. Este é um dos conteúdos que aparece com frequência nas provas nacionais. Enfatize a importância de compreender o contexto histórico do processo de Independência do Brasil, principalmente no que se refere às suas estruturas políticas e sociais. Essa atividade é um bom momento para fazer uma retomada dos conteúdos estudados.
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