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EF 8º ANO_HISTÓRIA_LIVRO DE ATIVIDADES_VOLUME 2 (PROFESSOR)

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Livro do Professor
Livro de
atividades
8o. ano
Volume 2
História
Ideias iluministas na 
América 2
5
6
7
8
Independência dos 
Estados Unidos da 
América 9
América Latina: lutas 
pela emancipação 
política 15
Brasil: emancipação 
política 20
2 Livro de atividades 
Ideias iluministas 
na América
5
No século XVIII, as críticas dos filósofos iluministas voltavam-se contra as arcaicas estruturas do Antigo Regi-
me. Para os iluministas, que valorizavam o pensamento racional, as pessoas deveriam ser livres para questionar 
e se expressar a respeito do mundo e da sociedade em que viviam.
 arcaicas: antigas, remotas, obsoletas.
O Café Le Procope, primeiro 
café literário da França, foi 
inaugurado em 1686. Situado 
em um dos pontos mais 
movimentados de Paris, esse 
estabelecimento ficou conhecido 
por reunir intelectuais, políticos 
e artistas de renome, como 
Diderot, Rousseau, Voltaire, 
Montesquieu, entre outros. No 
século XVIII, nos salões e nos 
cafés da Europa, frequentados 
pela burguesia e por dissidentes 
da nobreza, eram comuns os 
debates em torno das questões 
levantadas pelos filósofos 
da época. Aos poucos, o 
pensamento circulante nesses 
locais ultrapassou barreiras e 
atingiu toda a sociedade.
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O Iluminismo chega à América
No século XVIII, tornou-se comum a elite colonial enviar seus filhos para estudar na Europa. Ao retornarem 
ao Brasil, esses jovens traziam consigo não apenas a formação universitária em Direito ou Medicina, mas tam-
bém um sentimento de indignação diante da exploração despótica dos governos absolutistas.
Influência iluminista no Brasil
• No século XVIII, não existiam universidades no Brasil. Em virtude disso, muitos jovens, filhos de represen-
tantes da elite colonial, estudavam na Europa.
JACQUAND, Claudius. Voltaire na sala de leitura do Café Le Procope. 1846. 1 óleo sobre painel, color., 33,3 cm × 50,2 cm. 
Coleção particular. 
3 História – 8o. ano – Volume 2
Conjuração Mineira
CONJURAÇÃO MINEIRA
Ano 1789
Local Minas Gerais
Causas Aumento no controle e na fiscalização dos impostos por parte de Portugal; monopólio da Coroa na extração de diamantes; ameaça da derrama. 
Objetivos
Emancipação política de Minas Gerais; estabelecimento de São João del Rei como capital 
do novo governo; fim do monopólio sobre a exploração de diamantes; cancelamento de 
dívidas; criação de uma universidade em Vila Rica.
Integrantes Membros dos Corpos de Ordenança, da Igreja e da administração colonial. Em geral, pessoas da elite ligadas à atividade mineradora. 
Desfecho O movimento foi delatado. Após investigações, alguns conjurados foram banidos para a África e outros, condenados à prisão perpétua. Tiradentes foi o único executado. 
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Conjuração ou inconfidência?
Além do termo “conjuração”, pode ser que você encontre o termo “in-
confidência” para se relacionar ao movimento mineiro, mas há algumas di-
ferenças entre eles. De acordo com o dicionário Aurélio, conjuração é uma 
conspiração contra uma autoridade constituída. Já inconfidência significa a 
falta de fidelidade ou deslealdade ao soberano – no caso, o rei de Portugal. 
Para os integrantes do movimento, a questão não era falta de lealdade ao rei. 
Era um movimento para acabar com a exploração metropolitana. 
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SILVA, Oscar P. da. Retrato de Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes). 1922. 
1 óleo sobre tela, color., 154 cm × 71 cm. Museu Paulista, São Paulo. 
Em 1889, com a Proclamação da República, Tiradentes, praticamente uma personalidade 
desconhecida durante o Império, transformou-se em um dos principais símbolos da oposição à 
Monarquia no Brasil. Na época, além de se instituir o dia 21 de abril como feriado nacional, em 
referência à data da execução do alferes (21/04/1792), houve o incentivo à produção de pinturas 
históricas retratando Tiradentes como um mártir a favor da independência do Brasil. 
• Influenciados pelas ideias iluministas, 
muitos desses estudantes voltavam 
para o Brasil questionando e criticando 
as políticas do governo português.
Fundada em 1290, essa instituição recebeu muitos 
brasileiros como alunos em fins do século XVIII. 
Esse intercâmbio fez com que os ideais iluministas 
chegassem até a América e se difundissem entre 
grupos sociais que aspiravam a mudanças.
MEFFISTA, Olga. Vista da Universidade de Coimbra, Portugal. s.d. 1 fotografia, color. 
4 Livro de atividades 
Conjuração Baiana
Ano 1798
Local Salvador, Bahia
Causas Crise econômica resultante da transferência da capital da Colônia – de Salvador para o Rio de Janeiro; altos impostos; escassez de alimentos.
Objetivos Estabelecimento de um governo republicano; abolição da escravatura; fim da discriminação racial. 
Integrantes Comerciantes, escravizados, artesãos, membros de baixa patente dos Corpos de Ordenanças e afrodescendentes livres. 
Desfecho 
Com a ajuda de delatores, as investigações levaram à prisão dos principais envolvidos. Muitos 
foram condenados à prisão; outros, ao degredo para a África; alguns, todos afro-brasileiros, à 
pena de morte.
Atividades
1. Os gritos de liberdade entoados na Europa e nas Treze Colônias Inglesas não tardaram a atingir a 
América portuguesa. No final do século XVIII, dois grandes movimentos sociais marcaram a história 
do Brasil: a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana. A respeito desse tema, analise as afirmativas 
e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
( V ) Os conjurados buscavam os princípios da igualdade e da liberdade presentes nos ideais iluministas.
( V ) A crítica ao Absolutismo e aos privilégios de classe, com maior ou menor intensidade, marcou 
os movimentos de emancipação da América portuguesa. 
( F ) O isolamento colonial evitou a proliferação de ideias iluministas no Brasil nos séculos XVIII e XIX. 
( V ) Muitos jovens da elite brasileira, ao retornarem da Europa após estudos de níveis superiores, 
difundiam na América características do pensamento iluminista. 
( F ) O pensamento iluminista influenciou uma série de movimentos de contestação ao colonialis-
mo na América, exceto a Conjuração Mineira. 
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BINDILATTI, Almir. Solar do Unhão, atual sede do Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador. s.d. 
1 fotografia, color.
Em 1798, esse foi o local 
escolhido por alguns 
líderes da Conjuração 
Baiana como esconderijo. 
Vale lembrar que alguns 
estudos indicam que a 
Conjuração Baiana contou 
com o apoio da sociedade 
secreta Cavaleiros da 
Luz, loja maçônica que 
influenciou na difusão das 
ideias iluministas e na 
elaboração das propostas 
pelos revoltosos.
5 História – 8o. ano – Volume 2
2. Na Capitania de Minas Gerais, ocorreu um dos principais movimentos de contestação à Coroa por-
tuguesa: a Conjuração Mineira. A esse respeito, leia o texto a seguir. 
A produção de ouro vinha caindo desde 1760, e os impostos atrasados atingiam uma soma 
enorme, o que assustava e revoltava a população. Em Ouro Preto, capital e centro intelectual, as 
ideias francesas e o precedente da independência norte-americana eram discutidos por intelectuais 
locais, alguns deles ex-estudantes da Europa. Poetas, sacerdotes, funcionários, militares e proprie-
tários, em menor número, realizaram reuniões secretas, preparando uma conjuração [...]. Tudo 
indica, de fato, não se ter avançado muito ainda no caminho da rebelião quando, denunciada a 
conjura, prenderam-se os envolvidos e procedeu-se a inquéritos. Depois da comutação de várias 
penas de morte e de degredo perpétuo ou temporário pela rainha D. Maria I, foi executado somente 
o alferes Joaquim José da Silva Xavier, chamado “Tiradentes”, em 1792.
CARDOSO, Ciro F. A crise do colonialismo luso na América portuguesa: 1750-1822. In: LINHARES, Maria Y. História geraldo Brasil. Rio de Janeiro: 
Campus, 1999. p. 104.
 Com base no texto, faça o que se pede. 
a) Explique o contexto político e econômico que contribuiu para a ocorrência da Conjuração 
Mineira em fins do século XVIII.
A queda na produção de ouro e, consequentemente, na arrecadação de impostos levaram a Coroa portuguesa a intensificar a 
rigidez na cobrança e na fiscalização dos tributos, inclusive com a ameaça da derrama. A esse contexto, somava-se a influência das 
ideias iluministas e do movimento de Independência dos Estados Unidos, que inspiravam as lideranças do movimento. 
b) As propostas dos conjurados mineiros não refletiram apenas preocupações imediatas. Pelo con-
trário, questionavam a estrutura colonial imposta por Portugal. Cite dois objetivos do movimento 
que tinham essa pretensão. 
Emancipação política, estabelecimento de São João del Rei como capital do novo governo; fim do monopólio 
sobre a exploração de diamantes; cancelamento de dívidas. 
3. Analise esta obra:
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AMÉRICO, Pedro. Tiradentes esquartejado. 1893. 1 óleo 
sobre tela, color., 270 cm × 165 cm. Museu Mariano 
Procópio, Juiz de Fora. 
6 Livro de atividades 
 Conforme a sua análise, assinale as três opções corretas.
X a) A obra Tiradentes esquartejado, de autoria de Pedro Américo, foi feita um século após a execução 
do mais conhecido líder da Conjuração Mineira.
X b) A representação ao lado de um crucifixo nitidamente reforça a ideia de Tiradentes como herói e 
mártir brasileiro. 
X c) Não se sabe ao certo quais eram as feições de Tiradentes, pois todos os retratos feitos a seu res-
peito são póstumos.
d) Em 1822, com a Independência do Brasil, a imagem de Tiradentes transformou-se em um dos 
principais símbolos da oposição ao domínio português sobre o Brasil.
e) O imaginário de heroísmo ligado à figura de Tiradentes não tem nenhuma relação com o estabe-
lecimento da República no Brasil. 
4. (PUC Minas – MG) Leia com atenção a sentença de Tiradentes em 1792.
Justiça que a Rainha nossa Senhora manda fazer a este infame Réu Joaquim José da Silva 
Xavier pelo horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constituiu chefe, e cabeça na 
Capitania de Minas Gerais, com a sua escandalosa temeridade contra a Real Soberania, e Supre-
ma autoridade da mesma Senhora que Deus guarde. Manda que com baraço (corda ou laço para 
estrangular) e pregão (proclamação pública) seja levado pelas ruas públicas desta Cidade ao lugar 
da forca, e nela morra morte natural (morte por sentença) para sempre e que separada a cabeça 
do corpo seja levada a Vila Rica, donde será conservada em poste alto junto ao lugar da sua habi-
tação, até que o tempo a consuma; que seu corpo seja dividido em quartos, e pregados em iguais 
postes pela estrada de Minas nos lugares mais públicos, principalmente no da Varginha, e Sebo-
las; e que a casa da sua habitação seja arrasada; e salgada, e no meio de suas ruínas levantando 
um padrão em que se conserve para a posteridade a memória de tão abominável Réu, e delito, e 
que ficando infame para seus filhos, e netos lhe sejam confiscados seus bens para Coroa e Câmara 
Real. Rio de Janeiro 21 de abril de 1792. Eu o Desembargador Francisco Luís Álvares da Rocha, 
Escrivão da Comissão, que o escrevi.
Sebastião Vasconcelos Coutinho
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Autos de devassa da Inconfidência Mineira. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1938. v. VII, p. 241-2.
 Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, recebeu a pena máxima entre os inconfidentes que conspira-
ram contra a opressão metropolitana. Pode-se perceber na sentença a intenção de que o ex-alferes 
servisse como exemplo para coibir novas revoltas. Todas as afirmativas comprovam tal intenção a 
partir das medidas explicitadas no trecho, exceto:
a) Que se arrasasse e salgasse também sua habitação no simbolismo de que nada ali crescesse, assim 
como a lembrança de seu antigo morador e de seu delito.
b) Que a Cabeça, fruto da morte do líder, fosse vista por todos para que ficasse na memória como 
um aviso de que nenhum deles atentasse contra a ordem colonial.
c) Que afetasse a memória de Minas e dos descendentes do líder na sua condição social com a 
realização do confisco de bens, para a Coroa e para a Câmara Real.
X d) Que esquartejamento simbolizasse a fragmentação do movimento pela liberdade das Minas 
Gerais e suprimindo efetivamente as revoltas coloniais.
7 História – 8o. ano – Volume 2
JANCSÓ, István. Na Bahia, contra o Império: história do ensaio da sedição de 1798. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 118.
 Após a leitura do documento, analise estas afirmativas:
 I. A leitura do panfleto permite constatar a influência das ideias iluministas no movimento. 
 II. A abolição da escravidão, pela natureza polêmica, nunca foi uma pauta do movimento social 
baiano.
 III. Os conjurados baianos, assim como os mineiros, estavam insatisfeitos com o despotismo pratica-
do pela Coroa portuguesa.
 IV. A linguagem utilizada nos panfletos era simples a fim de que seu conteúdo fosse facilmente com-
preendido e divulgado pela população. 
 Após a análise das afirmativas, assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Apenas as afirmativas I, II e IV estão certas.
c) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
X d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão certas.
e) Todas as afirmativas estão erradas.
6. A cidade de Salvador, capital da colônia até 1763, no final do século XVIII vivia um clima de tensão e 
descontentamento. Explique de que maneira esse contexto estimulou o surgimento da Conjuração 
Baiana em 1798.
No final do século XVIII, uma grave crise econômica atingia Salvador, marcada principalmente pelo aumento no custo de vida e pela 
escassez de alimentos. Essa situação, associada à divulgação de ideias iluministas, contribuiu para a ocorrência da Conjuração Baiana 
de 1798. 
 
5. Na madrugada do dia 12 de agosto de 1798, uma série de panfletos foi afixada em locais de grande 
circulação de moradores da cidade de Salvador. Leia o que trazia um desses panfletos. 
8 Livro de atividades 
7. Leia este texto sobre o processo revolucionário que atingiu Salvador em fins do século XVIII. 
A Conjuração Baiana de 1798 é, nesse sentido, exemplar. Expressão da crise do Antigo Regime, 
ela foi um episódio cujo alcance permaneceu pontual e localizado. No entanto, permite vislumbrar 
desdobramentos possíveis da assimilação na sociedade escravista de uma ideia de cidadão como 
titular de direitos de caráter igualitário. Projeto abordado de revolução contra o que se designava 
como “despotismo” e a “tirania” da Coroa portuguesa, a Conjuração Baiana de 1798 tem entre seus 
traços distintivos a assimilação do ideário da Revolução Francesa. Como proclamavam os pasquins 
afixados nas ruas da cidade de Salvador, seria chegada a hora dos “homens cidadãos”, dos “povos 
curvados e abandonados pelo rei” levantarem “sagrada bandeira da liberdade”. Ao incorporar o 
ideário francês, o discurso dos conjurados atingia as bases estamentais da sociedade colonial e 
as concepções de direito que lhe eram próprias e, ao mesmo tempo, transformava a igualdade de 
direitos em condição de pertencimento à comunidade política.
FERES, João. Léxico da história dos conceitos políticos do Brasil. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2009. p. 51.
 A respeito desse tema, analise as afirmativas e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
( F ) A Conjuração Baiana de 1798 buscava, assim como os revolucionários franceses de 1789, uma 
sociedade baseada na manutenção dos privilégios de classe. 
( V ) A Conjuração Baiana pode ser considerada como um movimento popular, pelo fato de atingir 
as “bases estamentais da sociedade colonial”.
( F ) O texto afirma que os conjurados eram vistos pela Coroa portuguesa como “homens cida-
dãos”; portanto, pertencentes à comunidade política.
( V ) A difusão das ideias iluministas, bem como dos acontecimentos relacionados à Revolução 
Francesa,inicialmente foi feita em Salvador por meio de grupos de intelectuais. 
( V ) A Revolta dos Alfaiates, nome popular pelo qual ficou conhecida a Conjuração Baiana, não 
obteve êxito. A Metrópole portuguesa, ao descobrir a conjura, atuou com extremo rigor na 
repressão do movimento. 
8. Analise este texto sobre a situação da cidade de Salvador no final do século XVIII: 
A escassez de gêneros alimentícios e a carestia deram origem a vários motins na cidade, entre 
1797 e 1798. No Sábado de Aleluia de 1797, por exemplo, os escravos que transportavam grandes 
quantidades de carne destinada ao general-comandante de Salvador foram atacados pela multidão 
faminta e seu fardo dividido entre os atacantes e as negras que vendiam quitutes na rua. 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015. p. 103.
 Com base no texto, faça o que se pede a seguir.
a) Quais fatos históricos ajudam a explicar a situação econômica de Salvador nas vésperas da Con-
juração Baiana? 
A transferência da capital para o Rio de Janeiro, em 1763, que retirou grandes investimentos da cidade, e a escassez de alimentos 
ocasionada pelo plantio maciço de cana-de-açúcar, em detrimento ao cultivo de alimentos de primeira necessidade. 
b) Cite dois objetivos dos conjurados baianos. 
Estabelecimento de um governo republicano; abolição da escravatura; fim da discriminação racial. 
 
9 História – 8o. ano – Volume 2
Colônias inglesas na América 
Independência dos 
Estados Unidos da 
América
6
As Treze Colônias, território que atualmente corresponde à costa leste dos Estados Unidos da América, 
foram constituídas pelos ingleses durante o século XVII. 
Fonte: ALBUQUERQUE, Manuel M. de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: 
FAE, 1988. p. 62, 63. Adaptação.
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As colônias inglesas do Novo Mundo 
foram povoadas de maneira distinta. O 
primeiro grupo se estabeleceu nas terras 
férteis e temperadas do sul, onde se 
instalaram as colônias da Virgínia (1607), 
Maryland (1634), Carolina do Norte (1653), 
Carolina do Sul (1670) e Geórgia (1733). 
Adotaram a forma econômica das colônias 
ibéricas. O segundo grupo se estabeleceu no 
norte, nas regiões frias da Nova Inglaterra, 
formado por Massachusetts (1620), New 
Hampshire (1623), Connecticut (1635), 
Rhode Island (1636). A região foi povoada 
inicialmente por protestantes, os chamados 
peregrinos, que deixaram a Inglaterra em 
busca de uma terra onde pudessem exercer 
a sua fé religiosa, sem a interferência da 
Coroa e da religião anglicana adotada na 
metrópole.
As Treze Colônias e o comércio triangular
• No século XVII, as Treze Colônias tiveram relativa autonomia política e econômica em relação à Inglaterra. 
• Comércio triangular: realizado entre as colônias do Norte, as Antilhas e a África Ocidental.
JUNQUEIRA, Mary. Estados Unidos: a consolidação da nação. 
São Paulo: Contexto, 2001. p. 16-17.
10 Livro de atividades 
Antecedentes da independência
Guerra dos 
Sete Anos 
(1756-1763)
França Revolução Francesa (1789)
A derrota na guerra 
agravou a situação política 
e econômica da França
A Inglaterra decidiu 
manter o exército inglês 
nas Treze Colônias
Apesar da vitória, os 
ingleses terminaram o 
conflito endividados
Inglaterra
O Parlamento 
inglês estabeleceu 
novos impostos
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FRANKLIN, Benjamin. Junte-se ou morra. 9 maio 
1754. 1 ilustração. Biblioteca do Congresso, 
Washington, D.C.
Advertência de Benjamin Franklin às colônias 
britânicas na América: “Juntem-se ou morram”, 
exortando-as a se unirem contra os franceses e os 
nativos, na Guerra dos Sete Anos. A ilustração mostra 
uma cobra segmentada, com os nomes abreviados 
das colônias do Norte.
Processo de emancipação política
COX, Allyn. Primeiro Congresso Continental da Filadélfia. 
1973-1974. 1 mural. Capitólio dos Estados Unidos, 
Washington, D.C.
No centro da imagem, representantes das Treze Colônias 
estão reunidos para discutir a respeito das medidas 
impositivas da Inglaterra. À esquerda, um colono realiza o 
pagamento de impostos. A tributação sem representação 
era uma das principais queixas contra o governo inglês. 
À direita, um soldado bloqueia o caminho de uma mulher 
e de uma criança, simbolizando a ocupação armada que 
enfureceu muitos colonos.
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Conflito entre países 
europeus pela posse de 
territórios em diferentes 
regiões do mundo
1774 – Primeiro Congresso Continental da Filadélfia: convenção realizada 
para organizar a resistência dos colonos diante da crescente opressão inglesa. 
Na ocasião, foi elaborada uma petição para o governo inglês solicitando o 
fim das “Leis Intoleráveis” e o direito à representação no Parlamento. No 
documento, os colonos declaravam lealdade e afirmavam que a separação 
ainda não era um objetivo. A Inglaterra rejeitou as propostas do documento.
1775 – Segundo Congresso Continental da Filadélfia: 
diante do avanço das medidas repressivas da Inglaterra, 
os colonos convocaram um segundo congresso, o qual 
reuniu representantes de todas as Treze Colônias. Durante 
os encontros, foi decidido que a emancipação era a única 
solução para os problemas enfrentados por elas.
11 História – 8o. ano – Volume 2
A fundação de uma nação
Em 1787, o Congresso da Confederação aprovou a Constituição que estabelecia que os Estados Unidos da 
América eram uma República federal e presidencialista. Observe outros pontos importantes desse documento. 
As leis inglesas e a reação colonial
Lei do Açúcar 
(1764)
Reduziu em 50% o imposto sobre o melaço estrangeiro. 
Estabeleceu impostos adicionais sobre café, açúcar, roupas 
brancas, vinhos e artigos de luxo. Determinou que as 
mercadorias produzidas nas Colônias deveriam ser vendidas 
exclusivamente para a Metrópole.
Lei do Selo 
(1765)
Exigiu o uso de papel timbrado especial para todos os 
documentos públicos. Após intensos protestos, cerca de um 
ano depois a lei foi revogada pelo Parlamento. 
Lei do Chá 
(1773)
Aumentou a taxa de impostos sobre a comercialização do 
chá. Como resposta ao governo metropolitano, manifestantes 
tomaram o Porto de Boston e despejaram o chá inglês no mar, 
o chamado Boston Tea Party (O Incidente de Boston).
Leis de Coerção 
ou “Leis 
Intoleráveis” 
(1774)
Em resposta às manifestações de 1773, o governo 
metropolitano decretou o fechamento do Porto de Boston. 
A Lei também obrigava os colonos a ressarcir os prejuízos 
causados pelo Boston Tea Party e limitava a organização de 
assembleias. 
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REVERE, Paul. Tropas britânicas alvejando 
manifestantes em Boston. 1770. 1 gravura com 
aquarela, 25,28 cm × 33,4 cm. Biblioteca do 
Congresso, Washington, D.C.
Com as imposições do governo britânico por meio 
das leis que aumentavam o tributo e a fiscalização 
nas Treze Colônias, uma onda de protestos ocorreu 
em diferentes cidades. A gravura de Paul Revere 
retrata um massacre realizado pelas tropas 
britânicas contra manifestantes na cidade de Boston, 
em Massachusetts.
EUA. Constituição dos Estados Unidos. 17 set. 1787. Registros 
Gerais do Governo dos Estados Unidos, Washington, D.C.
Primeira página da Constituição dos Estados Unidos. Na 
primeira frase, lê-se “We the people” (“Nós, o povo”). 
A utilização dessa frase reafirmava que era o povo quem 
estava estabelecendo os artigos do documento.
A Constituição adotou a divisão dos pode-
res proposta por Montesquieu. 
• Poder Executivo: presidente da República.
• Poder Judiciário: Suprema Corte.
• Poder Legislativo: Câmara dos Represen-
tantes e Senado. 
1776 – Declaração da Independência: 
documento pelo qual as Treze Colônias 
declaravam e justificavam os motivos 
para a independência em relação à 
Inglaterra.
1781 – Vitória dos colonos na guerra: 
com o apoio de espanhóis e franceses, 
os colonos venceram a Inglaterra em 
outubro de 1781.
1783 – Tratado deParis: 
a Inglaterra reconheceu a 
independência dos Estados Unidos 
da América. 
A Constituição de 1787 
limitou a participação 
política por meio do voto 
masculino e censitário, uma 
vez que, para participar das 
eleições, era necessário 
ter alguma propriedade 
ou renda. Assim, pobres, 
mulheres, escravizados e 
indígenas foram privados 
de direitos políticos.
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12 Livro de atividades 
1. A respeito da colonização inglesa na América, leia o texto a seguir. 
Atividades
A chegada dos peregrinos ao território que hoje é Massachussetts não foi fácil. O navio aportou 
mais ao norte do que se imaginava. O clima era frio, muito mais do que a Inglaterra. O primeiro 
ano dos colonos foi muito difícil, ocorrendo muitas mortes. No início do inverno seguinte, em 
1621, os sobreviventes decidiram comemorar uma Ação de Graças (thanksgiving). Desde então, os 
norte-americanos repetem, no mês de novembro, a festa de Ação de Graças, reforçando a ideia de 
que eles querem ter os “pais peregrinos” de Massachussetts como modelo de fundação.
KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação. São Paulo: Contexto, 2001. p. 38.
 A respeito desse tema, analise as afirmativas e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
( V ) As primeiras colônias da costa leste dos Estados Unidos foram fundadas por ingleses que 
fugiam das perseguições religiosas da Inglaterra do século XVII.
( F ) As grandes propriedades rurais, o escravismo e a agroexportação foram características 
marcantes das Colônias do Norte, entre elas Massachussetts e New Hampshire. 
( V ) As colônias da Virgínia e da Geórgia integravam o grupo de colônias fundadas ao Sul das Treze 
Colônias, nas quais havia o predomínio da mão de obra escrava e da produção destinada ao 
comércio internacional.
( V ) O comércio triangular, um dinâmico negócio que envolvia as Antilhas e o litoral da África 
Ocidental, consistia em uma intensa e lucrativa atividade comercial das Colônias do Sul. 
( V ) O Dia de Ação de Graças surgiu como forma de agradecimento à resistência dos “pais pere-
grinos” de Massachussetts. 
2. Analise este fragmento de texto:
A Guerra dos Sete Anos gerou certo grau de prosperidade, como costumam fazer as guerras, 
mas a ela logo se seguiu uma depressão que atingiu a maioria das colônias.
HEALE, Michael. A revolução norte-americana. São Paulo: Ática, 1998. p. 30.
 Explique a relação entre a afirmação presente no texto e a Declaração de Independência dos Estados 
Unidos. 
3. Observe esta imagem: 
Esperamos que os alunos relacionem o fim da Guerra dos Sete Anos com a incidência de novos impostos sobre as Treze 
Colônias, o que repercutiu de maneira negativa, contribuindo para o processo de emancipação política. 
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REVOGAÇÃO ou o funeral de Miss Americ-Stamp. 1766. 
1 gravura, 28,8 cm × 39,9 cm. Biblioteca do Congresso, 
Washington, D.C.
 A imagem é uma sátira popular a respeito 
da Lei do Selo. Conforme a análise da ima-
gem e seus conhecimentos, responda:
a) Quais obrigações a Lei do Selo contem-
plava?
b) Por que os personagens da ilustração 
foram representados em luto?
a) A lei exigia o uso de papel timbrado especial para todos os documentos públicos, incluindo jornais e outros meios de comunicação.
Pela revogação da Lei do Selo, que durou apenas um 
ano.
13 História – 8o. ano – Volume 2
4. Ao final da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a Inglaterra decidiu lançar para os colonos os custos 
do conflito por meio do estabelecimento de diversos impostos. A esse respeito, assinale as duas 
opções corretas. 
X a) Em 1764, foi aprovada pelo Parlamento inglês a Lei do Açúcar, que, apesar de reduzir o imposto 
sobre o melaço estrangeiro, estabelecia tributos adicionais sobre café, açúcar, roupas brancas, 
vinhos e artigos de luxo.
b) A aprovação da Lei do Selo, em 1765, foi recebida com indignação nas Treze Colônias, que rea-
giram promovendo um boicote às mercadorias inglesas. Contudo, a Inglaterra foi irredutível e o 
tributo, revogado apenas após a Declaração de Independência. 
c) Pelos Atos de Townshend, os colonos ficavam obrigados a receber as tropas britânicas em serviço 
na América, abrigando os soldados da Metrópole em suas residências e arcando com as despesas 
da estadia.
X d) A Lei do Chá, além de aumentar a taxa de impostos sobre a comercialização do produto, instituiu 
o monopólio da venda para a Companhia das Índias Orientais. 
5. Na segunda metade do século XVIII, influenciada pelo Iluminismo, parte da população das Treze 
Colônias repetia com exaustão: “Nenhuma taxação sem representação”. Nas Colônias, a tensão au-
mentava a cada dia. A esse respeito, analise a imagem:
 Conforme a análise, responda às questões.
a) A imagem representa o episódio que ocorreu na colônia de Massachussetts em dezembro de 
1773. Como ficou conhecido esse acontecimento? 
b) Em represália ao acontecimento retratado na imagem, o rei Jorge III e o Parlamento inglês deter-
minaram uma série de medidas repressoras. Como os colonos denominaram essas imposições? 
Cite duas dessas medidas. 
6. Em setembro de 1787, os Estados Unidos da América promulgaram sua Constituição. Sobre esse 
tema, analise as afirmativas a seguir. 
 I. O país tornou-se uma República presidencialista e federalista. George Washington foi eleito o 
primeiro presidente.
 II. Os poderes do Estado, com base na teoria do filósofo Montesquieu, foram divididos em Executi-
vo, Legislativo e Judiciário.
 III. A Constituição garantia o exercício dos direitos civis e políticos, como a liberdade de expressão, 
de imprensa, de credo e de manifestação pública.
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BOSTON Tea Party: três cargas de chá 
destruídas. 1903. 1 impressão fotomecânica 
(cartão-postal). Biblioteca do Congresso, 
Washington, D.C.
a) Boston Tea Party ou Incidente de Boston.
b) As medidas foram chamadas de “Leis Into-
leráveis”, as quais determinavam o fecha-
mento do Porto de Boston enquanto os 
colonos não indenizassem a Coroa pelos 
prejuízos ocasionados, além de limitar a 
organização de reuniões e assembleias. 
14 Livro de atividades 
 IV. O texto constitucional previa garantia de direitos iguais a indígenas, negros e mulheres. 
 V. A Independência dos Estados Unidos e, por conseguinte, sua Constituição tornaram-se referência 
para diversas colônias latino-americanas que almejavam se libertar do domínio despótico das 
nações europeias.
 Estão corretas as afirmativas:
X a) I, II, III e V.
b) II, III, IV e V.
c) I, III, IV e V.
d) I, III e IV.
e) Todas. 
7. Sobre os Congressos Continentais realizados na Filadélfia, marque com X a coluna adequada em 
cada caso.
Congressos Continentais da Filadélfia 1º. 2º. 
Reuniu representantes de todas as Treze Colônias. X
Exigia a nomeação de representantes para o Parlamento inglês. X
Decidiu pela independência das Treze Colônias. X
Não contou com a presença de representantes da Geórgia. X
Declarava lealdade ao rei Jorge III e ao Parlamento inglês. X
8. A Declaração de Independência dos Estados Unidos foi redigida por Thomas Jefferson e aprovada 
por aqueles que estavam presentes no Segundo Congresso da Filadélfia. Leia com atenção o trecho 
do documento e, em seguida, responda às questões.
Consideramos [...] que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de 
certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura pela felicidade. Que 
para assegurar esses direitos, [...] é direito do povo alterá-lo ou aboli-lo e instituir novo governo, 
fundamentando-o nesses princípios e organizando-lhe os poderes da forma que lhe pareça mais 
conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. [...] quando uma longa série de abusos e 
usurpações [...] indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, e o 
dever, de desfazer-se desse governo e instituirnovos guardiões para sua futura segurança. 
Nós [...] representantes dos Estados Unidos da América, em Congresso Geral reunidos, [...] pu-
blicamos e declaramos solenemente que estas colônias unidas são e por direito devem ser estados 
livres e independentes; [...] E em apoio dessa declaração, com a firme convicção da Divina Provi-
dência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa honra sagrada.
DECLARAÇÃO de Independência dos Estados Unidos (1776). In: ISHAY, Micheline R. (Org.). Direitos humanos: uma antologia. Tradução de Fábio 
Duarte Joly. São Paulo: Núcleo de Estudos da Violência – USP, 2003. p. 230.
a) Quais motivos levaram os colonos a se emanciparem do governo inglês?
b) A que organização dos poderes o texto da Declaração faz menção?
c) Quais argumentos utilizados por Thomas Jefferson apresentam caráter iluminista?
d) Identifique e sublinhe no texto como a religiosidade foi abordada na Declaração de Independência.
8. a) Segundo o documento, os abusos e as usurpações praticados pela Coroa Inglesa por meio de um governo déspota.
b) À divisão dos poderes proposta por Montesquieu em Executivo, Legislativo e Judiciário.
c) Que todos os homens são dotados de direitos inalienáveis, como a liberdade e a procura pela felicidade.
d) Consideramos [...] que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes 
 estão a vida, a liberdade e a procura pela felicidade. E em apoio dessa declaração, com a firme convicção da Divina Providência, empenha-
mos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa honra sagrada.
15 História – 8o. ano – Volume 2
América Latina: lutas 
pela emancipação 
política
7
Na América espanhola, as contradições internas e a inspiração no Iluminismo e nos processos revolucioná-
rios que ocorreram na Europa e nos Estados Unidos motivaram o desejo pela emancipação política.
América Latina espanhola no século XVIII
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TOVAR, Martín Tovar y. Simón Bolívar. 
1883. 1 óleo sobre tela, color. Palácio 
Federal Miraflores, Caracas.
Simón Bolívar (1783-1830) nasceu em 
Caracas, atual Venezuela. Tinha origem 
aristocrata e é considerado um dos mais 
importantes líderes dos movimentos de 
independência da América Latina. Ele 
esperava que, após a independência das 
antigas colônias espanholas, haveria a 
formação de uma confederação latino-
-americana. Porém, as elites criollas 
pretendiam assegurar a autonomia 
regional e, com ela, seus privilégios.
CRIOLLOS
Quem eram? O que questionavam?
Como contribuíram 
para os processos de 
independência?
Descendentes de 
espanhóis nascidos na 
América.
Estavam descontentes 
com o monopólio 
comercial praticado 
pela Metrópole e 
com a ausência de 
representação política. 
Aproveitaram-se da 
fragilidade do Império 
Espanhol para dar 
início aos conflitos 
que resultaram na 
independência e na 
formação de diversas 
nações latino-americanas. 
A emancipação política das Treze Colônias 
Inglesas (1776) e o início da Revolução 
Francesa (1789) serviam de inspiração para 
ideias separatistas. 
A população era formada pela miscigenação 
entre espanhóis, nativos, africanos e seus 
descendentes, livres ou escravizados.
Descontentes com o governo metropolitano, 
os grupos menos favorecidos promoveram 
rebeliões contra a Metrópole.
Em 1807, Napoleão invadiu o território 
espanhol e entregou o trono ao seu irmão, 
José Bonaparte.
AMÉRICA 
LATINA 
ESPANHOLA 
(SÉCULO XVIII)
16 Livro de atividades 
Emancipação política das colônias espanholas
Vice-Reino da 
Nova Espanha
• O atual México era o centro do governo espanhol na América.
• O movimento teve início com indígenas e mestiços que, além da emancipação, 
desejavam o fim da exploração da mão de obra indígena, a reforma agrária e a igualdade 
jurídica entre os grupos sociais. 
• A elite criolla era contra o movimento de indígenas e mestiços.
• O general Agustín de Iturbide, membro da elite criolla, combateu a revolta indígena 
e, em 1821, proclamou a Independência do México, assumindo para si o título de 
imperador.
• Em 1824, um grupo de criollos republicanos, que não aceitou a Monarquia, assassinou 
Iturbide e implantou a República.
Capitania Geral 
da Venezuela e 
Vice-Reino de 
Nova Granada
• O processo de emancipação teve início em 1806 e foi marcado por conflitos entre os 
colonos e a Metrópole.
• Em 1811, o general Francisco de Miranda proclamou a independência.
• Francisco de Miranda foi preso pelos espanhóis e acabou morrendo na prisão.
• Simón Bolívar assumiu a liderança do movimento. 
• Formação da Grã-Colômbia (1823): Venezuela, Colômbia e Equador.
Vice-Reino do 
Rio da Prata
• O início da campanha de emancipação ocorreu no ano de 1810. 
• Foi marcada pela divergência de interesses entre os grupos que buscavam um novo 
sistema e os grupos da elite criolla que pretendiam garantir seus privilégios. 
• Em 1816, os argentinos declararam oficialmente sua independência, formando as 
Províncias Unidas do Rio da Prata.
• O Paraguai proclamou sua emancipação política em 1811. Dois anos depois, o criollo 
Gaspar Francia estabeleceu uma política isolacionista para o novo país. 
• O Uruguai se manteve até 1817 sob o poder espanhol, quando foi anexado ao Brasil 
(Província Cisplatina). 
• Com o apoio dos argentinos, declarou sua emancipação em 1825, formando a 
República Oriental do Uruguai.
Capitania Geral 
do Chile e 
Vice-Reino do 
Peru
• Em 1818, ocorreu a emancipação política do Chile e O’Higgins assumiu a presidência 
do país.
• A Espanha não estava disposta a abrir mão das riquezas do Peru. 
• San Martín partiu com seus homens em marcha do Chile para o Peru, em uma missão 
que durou três anos e implicou atravessar os Andes.
• Batalha de Ayacucho (1824) – Firmou a emancipação política do Peru.
Capitania 
Geral de Cuba 
e República 
Dominicana 
• A República Dominicana proclamou sua independência em 1821, mas o local foi 
imediatamente dominado pelo Haiti, permanecendo sob a tutela deste até 1844.
• Em Cuba, as lutas pela independência tiveram início em 1850. Mas apenas em 1901 
ocorreu a emancipação definitiva do país. 
17 História – 8o. ano – Volume 2
 América Latina espanhola 
após a independência
• Necessidade de organização política e econômica das 
recém-criadas nações. 
• Pan-americanismo: movimento pela unificação dos terri-
tórios que formavam a América espanhola. 
 Emancipação política 
do Haiti
• O Haiti, anteriormente chamado de São Domingos, era 
uma colônia francesa.
• Sua população era predominantemente de africanos e 
afrodescendentes escravizados.
• A Revolução Haitiana (1791-1804), liderada por escravi-
zados e ex-escravizados, conquistou a independência e 
colocou fim ao regime escravocrata. 
• O Haiti foi a primeira colônia da América Latina a se tornar 
independente, em 1804.
• Haitianismo: medo que as elites latino-americanas tinham 
das revoltas de africanos e afrodescendentes escravizados. 
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BEAUVAIS, Jean. Toussaint-Louverture. 1802. 1 gravura, 
color. Biblioteca Nacional da França, Paris. 
O processo de independência do Haiti representou uma 
referência na história da humanidade. As opressões 
causadas pelas políticas francesas, nessa colônia, 
culminaram em uma violenta revolta em busca de 
liberdade. Na gravura, o líder da revolução haitiana 
Toussaint-Louverture.
Atividades
1. Considerando a atual configuração política da América Latina, numere a segunda coluna de acordo 
com a primeira.
( 1 ) Vice-Reino da Nova Espanha
( 2 ) Vice-Reino de Nova Granada
( 3 ) Vice-Reino do Rio da Prata
( 3 ) Argentina, Uruguai e Paraguai
( 1 ) México
( 2 ) Colômbia e Equador
2. A respeito da emancipação das colônias do Vice-Reino do Rio da Prata, assinale as duas opções 
corretas.
a) O primeiro país a se emancipar foi o Brasil, em 1822.
b) Em 1821, o Uruguai foi incorporado pela Argentina, formando a Província Cisplatina.
X c)Os argentinos, após a emancipação política de 1816, intencionavam anexar o Paraguai ao seu 
território.
d) O Uruguai alcançou sua emancipação política após a Guerra do Pacífico entre Argentina e Brasil. 
X e) Após a emancipação política de 1811, os paraguaios mantiveram uma política isolacionista em 
relação aos países latino-americanos. 
18 Livro de atividades 
San Martin, a partir de uma plataforma 
elevada na Plaza Mayor, declarou: “O Peru é 
a partir deste momento livre e independen-
te pela vontade do povo e da justiça de sua 
causa que Deus defende.” “Viva o país! Viva 
a independência! Viva a liberdade!”.
Ele levantou a bandeira vermelha e bran-
ca e foi aclamado pela multidão.
©Wikimedia Commons/Museu Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru3. Analise estas informações: 
LEPIANI, Juan. San Martín proclama a independência do Peru, em 28 de 
julho de 1821, em Lima, Peru. 1904. 1 óleo sobre tela, color. Museu 
Nacional de Arqueologia, Antropologia e História do Peru, Lima. 
 Com base nas informações anteriores, analise as afirmativas e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F 
para a(s) falsa(s).
( F ) A Igreja Católica representou uma grande oposição à emancipação política do Peru.
( F ) Todos os grupos sociais, inclusive os menos favorecidos, lideraram o processo de emancipação 
política do Peru. 
( V ) Na obra, o artista representou os criollos com indumentárias que ressaltam as cores da bandei-
ra do Peru.
( F ) No relato, assim como na imagem, é possível observar a referência à população indígena do 
Peru. 
4. Analise este documento histórico: 
PIATTELLI, Alberto. Valores, ideales, vida y obra del padre de la patria. 
San Diego: Palibrio, 2013. p. 139.
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma só nação com um único 
vínculo que ligue suas partes entre si com o todo. Por ter uma só origem e língua, mesmos cos-
tumes e uma única religião, deveria ter um único governo que confederasse os diferentes Estados 
que venham a formar-se; mas não é possível porque climas distintos, situações adversas, interesses 
opostos, índoles dessemelhantes dividem a América.
BOLÍVAR, Simón. Carta da Jamaica, 6 set. 1815. In: MARTINS, Marcos A. F. Construtores da geopolítica sulamericana. Boa Vista: Editora da UFRR, 
2018. p. 36.
 A respeito das ideias de Simón Bolívar e do contexto histórico da independência da América 
espanhola, responda: 
a) Como ficou conhecido o movimento de unificação dos territórios da América espanhola?
Pan-americanismo.
b) Qual era a justificativa de Simón Bolívar para essa unificação?
Simón Bolívar acreditava na formação de uma confederação latino-americana com base nas semelhanças culturais dos povos. 
19 História – 8o. ano – Volume 2
c) Por que essa proposta não se efetivou?
As elites criollas não concordavam com essa proposta, pois desejavam a manutenção da autonomia regional e de seus privilégios.
d) Em sua carta, Simón Bolívar ressalta a importância da unidade dos povos latino-americanos. Essa 
proposta levava em consideração a diversidade das populações indígenas e afrodescendentes? 
A emancipação política teve poucos efeitos qualitativos para indígenas e afrodescendentes. Isso porque muitos países mantiveram 
suas políticas de escravização desses grupos. O documento, ao ressaltar a existência de uma única origem, língua e religiosidade, 
desprezava a diversidade cultural latino-americana. 
5. (FGV – SP) No início do século XIX, a ruptura dos laços coloniais e a construção de Estados indepen-
dentes deram o tom da movimentação política na América Latina. A esse respeito, é correto afirmar:
a) A liderança dos diversos movimentos de emancipação foi exercida por negros e mestiços e teve 
como modelo a Revolução do Haiti, liderada por Toussaint Louverture.
b) Em razão da importância geopolítica do Brasil e do impacto de sua independência, a maior parte 
dos novos Estados adotou a monarquia como forma de governo.
c) Ameaçados de um lado pela ofensiva napoleônica e de outro pelo imperialismo inglês, os líderes 
latino-americanos passaram à área de influência da monarquia brasileira.
d) Liderados pelos chapetones, os novos Estados independentes logo puseram fim à escravidão e 
concederam direitos políticos à massa criolla recém-alforriada.
X e) Aproveitando o contexto das Guerras Napoleônicas, a elite criolla rebelou-se contra a metrópole, 
procurando, no entanto, preservar as bases de seus privilégios sociais.
6. Leia o trecho de texto a seguir.
O Haiti está sempre presente quando avaliamos a história caribenha nos últimos dois séculos. 
O maior produtor de açúcar do mundo no final do século XVIII e o segundo país das Américas 
a conquistar a independência, através de uma revolução popular de negros escravos e libertos, 
teve uma enorme influência em todo o Caribe, como também nas outras sociedades escravagistas 
americanas.
PAIVA, Eduardo F.; ANASTASIA, Carla M. J. (Org.). O trabalho mestiço: maneiras de pensar e formas de viver – séculos XVI a XIX. Belo Horizonte: 
Editora da UFMG, 2002. p. 64. 
 Com base no texto e em seus conhecimentos, faça o que se pede. 
a) Por que a emancipação política do Haiti se destaca na história americana? 
Porque ocorreu por meio de uma revolução popular de negros escravizados e libertos. 
b) Explique que influência o processo revolucionário do Haiti teve sobre as sociedades escravagistas 
americanas. 
Após a revolução haitiana, as colônias e os países que mantinham um sistema escravagista de trabalho passaram a temer uma 
revolução de escravizados em seus territórios. 
20 Livro de atividades 
Brasil: emancipação 
política
8
No início do século XIX, a influência do Iluminismo, associada aos exemplos deixados pela Independência 
dos Estados Unidos (1776) e pela Revolução Francesa (1789), contribuiu para acelerar o processo de emancipa-
ção política das colônias latino-americanas. 
No Brasil, esse processo teve uma série de particularidades. Isso porque, diferentemente da América es-
panhola, que sentiu a ausência do poder real em virtude das invasões napoleônicas, em 1808, chegavam ao 
território brasileiro a Família Real e inúmeros membros da Corte portuguesa. 
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DELERIVE, Nicolas-Louis-Albert. Embarque de D. João, príncipe regente de 
Portugal, para o Brasil, em 27 de novembro de 1807. 1818. 1 óleo sobre tela, 
color., 62,5 cm × 87,8 cm. Museu Nacional dos Coches, Lisboa. 
Pressionado por duas potências europeias, o príncipe regente decidiu – com a 
ajuda da Inglaterra – transferir sua Corte para o Brasil, a mais rica das colônias 
portuguesas. O sigilo deveria marcar os preparativos para essa transferência. 
Entretanto, segundo relatos, o que se presenciou foi uma cena de desespero e 
confusão. Após arrumarem as malas e limparem os cofres, a Família Real e a 
Corte portuguesa partiram com destino ao Brasil.
ABERTURA DOS 
PORTOS (1808)
FIM DO EXCLUSIVO 
COMERCIAL
EMANCIPAÇÃO 
POLÍTICA
O decreto permitia ao 
Brasil que realizasse 
comércio com nações 
aliadas a Portugal, em 
especial a Inglaterra.
A medida pôs fim a 
séculos de monopólio 
comercial. Na prática, o 
Brasil deixava de seguir o 
chamado "Pacto Colonial". 
Essa medida é 
entendida como um 
dos primeiros passos 
para a emancipação 
política do Brasil. 
A frota de D. João aportou em Salvador em janeiro de 1808. Na Bahia, 
o príncipe regente realizaria um dos mais importantes atos no território 
colonial: o decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas.
 Vinda da Família Real portuguesa 
para o Brasil
No início do século XIX, as invasões napoleônicas esfacelavam fron-
teiras e espalhavam temor por diferentes regiões da Europa. Em Portugal, 
cujo governo era exercido pelo príncipe D. João, a situação era muito de-
licada. Por um lado, o reino mantinha uma aliança com os ingleses havia 
séculos; por outro, era pressionado por Napoleão Bonaparte a romper 
essa aliança respeitando o Bloqueio Continental.
21 História – 8o. ano –Volume 2
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 Mudanças políticas e econômicas na Colônia
DEBRET, Jean-Baptiste. Retrato 
de João VI de Portugal. 1817. 
1 óleo sobre tela, color., 
60 cm × 42 cm. Museu Nacional 
de Belas Artes, Rio de Janeiro.
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TRONI, Giuseppe. Maria I, rainha 
de Portugal. 1783. 1 óleo sobre 
tela, color., 122 cm × 94 cm. 
Palácio Nacional de Queluz, 
Queluz. 
TAUNAY, Nicolas-Antoine. Morro de Santo Antônio. 1816. 1 óleo 
sobre tela, color., 45 cm × 56,5 cm. Museu Nacional de Belas Artes, 
Rio de Janeiro. 
Em 1816, à convite da Coroa portuguesa, chegou ao Rio de Janeiro 
uma série de artistas franceses, como os pintores Jean-Baptiste 
Debret e Nicolas-Antoine Taunay, compondo a Missão Artística 
Francesa. Esta, cujo objetivo era introduzir o ensino das Artes no 
Brasil, teve para a nossa História um significado muito especial, pois, 
por meio do trabalho desses artistas, foi possível compreender muitos 
hábitos e costumes da elite e das camadas populares que viviam no 
Rio de Janeiro no início do século XIX. 
É importante 
lembrar!
Por causa da 
doença mental da 
rainha D. Maria I, 
seu filho D. João 
assumiu o governo 
como príncipe 
regente.
Tratados de 
1810
Tratado de Paz e Amizade
Tratado de Navegação 
e Comércio
Garantia taxas alfandegárias que 
privilegiavam os comerciantes ingleses. 
Firmava uma aliança política e militar 
entre Portugal e Inglaterra.
Concedia liberdade religiosa e imunidade 
jurídica aos ingleses na Colônia.
Previa a extinção gradual do tráfico de 
africanos escravizados.
Foram fundados:
• Banco do Brasil 
• Biblioteca Real
• Jardim Botânico
• Imprensa Régia
• Teatro São João
• Academia Militar
• Observatório 
Astronômico
• Cursos superiores 
de Direito e 
Medicina
Em março de 1808, após um curto período em Salvador, a 
Família Real e a Corte portuguesa foram recebidas no Rio de 
Janeiro. Essa presença alterou radicalmente o cotidiano da cida-
de e os rumos da Colônia.
De início, a Coroa tomou posse de casas, igrejas e outros lo-
cais para servirem de sedes administrativas ou residências dos 
membros da Corte. Em seguida, iniciou um amplo processo de 
adequação da cidade às necessidades da Corte.
22 Livro de atividades 
Reino Unido
Em meados de 1815, com o fim do Império napoleônico, realizou-se o Congresso de Viena, cujo principal 
objetivo era reorganizar as fronteiras europeias. Esse fato, associado ao desejo de D. João de permanecer no 
Brasil e evitar revoltas internas, fez com que o príncipe regente decidisse elevar o Brasil a Reino Unido de Por-
tugal e Algarves.
Insurreição Pernambucana
Data e 
local Pernambuco, 1817
Causas
• Crise econômica que atingia a região. 
• Altos impostos.
• Insatisfação com o alto custo da Corte e da máquina administrativa montadas por D. João VI.
Influências Independência dos Estados Unidos (1776) e Revolução Francesa (1789-1799).
Grupos 
sociais
Comerciantes, militares, membros do clero, grandes proprietários, juízes, artesãos e homens 
livres.
Início Os insurgentes tomaram Recife, fundaram uma república e formaram um governo provisório.
Desfecho As divergências entre os líderes, a falta de apoio de outras regiões e o avanço das tropas portuguesas marcaram o fim do movimento. Muitos líderes foram presos e executados. 
Sociedade colonial
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RUGENDAS, Johann M. Rua Direita no Rio de Janeiro. 
[ca. 1827-1835]. 1 litografia, color., 36,4 cm × 55 cm. 
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. 
Com a 
presença 
da Coroa 
Portuguesa 
Campanhas 
de incentivo 
para a vinda 
de imigrantes
O uso da 
mão de 
obra escrava 
permaneceu
Necessidade de mão de 
obra especializada
Hábitos europeus 
foram adotados
Presença de 
artistas e de 
pesquisadores 
europeusMedo da revolta 
de escravizados
23 História – 8o. ano – Volume 2
7 de setembro 
de 1822 – 
Independência do 
Brasil
 Processo de independência
 Revolução Liberal do Porto e a 
regência de D. Pedro 
Em 1820, iniciou-se na cidade do Porto, em Portugal, um processo re-
volucionário que apresentava como exigências básicas: o retorno imediato 
da Família Real e da Corte portuguesa e a convocação de uma Assembleia 
Constituinte.
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SILVA, Oscar P. da. Sessão das Cortes de Lisboa. 1922. 1 óleo sobre tela, color., 
330 cm × 227 cm. Museu Paulista, São Paulo. 
A Revolução do Porto representou em Portugal a crise do Antigo Regime e o 
advento de uma ordem liberal. Apesar de se denominarem liberais, muitos 
integrantes do movimento eram favoráveis à recolonização do Brasil. 
Atividades
1. Leia o trecho de texto a seguir.
A guerra que Napoleão movia na Europa contra a Inglaterra, em princípios do século XIX, aca-
bou por ter consequências para a Coroa portuguesa. Após controlar quase toda a Europa Ocidental, 
Napoleão impôs um bloqueio ao comércio entre a Inglaterra e o continente. Portugal representava 
uma brecha no bloqueio e era preciso fechá-la. Em novembro de 1807, tropas francesas cruzaram 
a fronteira de Portugal com a Espanha e avançaram em direção a Lisboa.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015. p. 105.
 No início do século XIX, Portugal se encontrava em uma situação delicada. Por um lado, o país 
mantinha uma aliança com os ingleses havia séculos; por outro, era pressionado por Napoleão. Com 
base no texto anterior, explique o que os franceses desejavam e qual foi a solução encontrada por 
Portugal para resolver esse dilema.
A exigência francesa era que Portugal rompesse relações comerciais com a Inglaterra, respeitando o bloqueio continental. Diante dessa 
situação, a decisão tomada pelo príncipe regente foi a de transferir a Família Real e a Corte portuguesa para o Brasil. 
 
Dia do Fico (9 
de janeiro de 
1822)
Pressão 
das Cortes 
portuguesas pelo 
retorno de D. 
Pedro 
D. Pedro – 
príncipe regente
Retorno da 
Família Real a 
Portugal (1821)
Revolução 
Liberal do Porto 
(1820)
24 Livro de atividades 
2. Analise estes quadrinhos:
SCHWARCZ, Lilia M.; SPACCA. D. João carioca: a Corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821). São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 31. 
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 Conforme a sua análise, faça o que se pede a seguir.
a) Os quadrinhos têm relação com um dos mais importantes atos realizados por D. João no Brasil. 
Como ficou conhecido esse ato? 
Abertura dos Portos às Nações Amigas em 1808. 
b) Explique como essa medida, associada ao Tratado de Navegação e Comércio (1810), beneficiou 
os comerciantes ingleses. 
Esperamos que os alunos citem que a Inglaterra foi a principal beneficiária da Abertura dos Portos, principalmente após o esta-
belecimento de tarifas alfandegárias privilegiadas para seus produtos, as quais foram asseguradas pelo Tratado de Navegação e 
Comércio. 
c) Cite duas consequências dessa medida que foram evidenciadas nos quadrinhos. 
O aumento no preço dos alimentos e a grande quantidade de produtos ingleses nos mercados brasileiros. 
25 História – 8o. ano – Volume 2
3. Observe esta obra: 
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DEBRET, Jean-Baptiste. Desembarque de D. Leopoldina no Brasil. 1817. 1 óleo sobre tela, color., 
21,6 cm × 30,1 cm. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
 Com base na imagem e nos estudos realizados a respeito da presença da Família Real e da Corte 
portuguesa no Rio de Janeiro, assinale a única alternativa incorreta.
a) A cidade do Rio de Janeiro, após a transferência da Corte portuguesa, apresentou um grande 
aumento demográfico. 
b) As mulheres passaram a frequentar os espaços públicosda cidade de forma mais constante, o que 
antes não era bem visto pela sociedade colonial.
c) A sociedade colonial era composta, em sua maioria, de afrodescendentes livres e escravizados.
X d) Por causa do clima tropical, a Corte portuguesa abandonou o hábito de usar roupas de tecidos 
quentes.
e) O príncipe regente incentivou a vinda de artistas e cientistas para o Brasil, entre eles Jean-Baptiste 
Debret, autor dessa obra. 
4. Leia o trecho de texto a seguir.
Em 1817, numa insurreição que estourou em Pernambuco, os rebeldes ainda buscavam inspira-
ção nas constituições francesas de 1791, 1793, 1795. Um dos líderes do movimento, Cruz Cabugá, 
tinha pendurado nas paredes de sua casa retratos dos principais líderes da Revolução Francesa e da 
Independência Americana.
COSTA, Emília V. da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1999. p. 28. 
 Com base no texto e no contexto histórico da Insurreição Pernambucana, responda às questões 
propostas.
a) Quais foram as razões que levaram os habitantes de Pernambuco a se rebelarem contra o gover-
no estabelecido no Rio de Janeiro?
Os insurgentes pernambucanos, descontentes em virtude da crise econômica da região, não concordavam com o aumento dos 
impostos e das taxas para bancar a administração joanina e a Corte portuguesa.
26 Livro de atividades 
b) Por que a Revolução Francesa inspirava muitos dos insurgentes?
A luta dos revolucionários contra o governo absolutista francês levou os insurgentes a buscar liberdade perante a Coroa portu-
guesa.
c) Que elemento da Independência dos Estados Unidos estava presente no movimento pernambu-
cano de 1817?
A proclamação de uma república.
5. (ENEM)
No tempo da independência do Brasil, circulavam nas classes populares do Recife trovas que 
faziam alusão à revolta escrava do Haiti: 
Marinheiros e caiados. Todos devem se acabar, Porque só pardos e pretos O país hão de habitar. 
AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos. Recife: Cultura Acadêmica, 1907. 
 O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como se depreende:
X a) dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a população escrava e entre 
os mestiços pobres, alimentando seu desejo por mudanças. 
b) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à opressão da Metrópole, como 
ocorreu na Noite das Garrafadas. 
c) do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a perspectiva de receber sua 
proteção contra as injustiças do sistema escravista. 
d) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam contra os marinheiros, por-
que estes representavam a elite branca opressora. 
e) da expulsão de vários líderes negros independentistas, que defendiam a implantação de uma 
república negra, a exemplo do Haiti.
6. O texto a seguir descreve a situação dos povos indígenas após a emancipação política do Brasil. 
Analise-o.
Um ano após a independência política do país, José Bonifácio de Andrada e Silva denunciava o 
tratamento dispensado aos grupos indígenas por meio de sua obra “Apontamentos para a Civiliza-
ção dos Índios Bravos do Império do Brasil”. Discorria que por responsabilidade dos “não índios” 
esses povos foram desprezados. Já tinham roubado-lhes as suas terras, imposto-lhes trabalhos em 
troca de algum ou nenhum mísero pagamento, alimentando-lhes mal, enganando-lhes em con-
tratos de compra e venda, deixando de demonstrar-lhes qualquer atitude de virtude e de talento, 
transmitindo-lhes apenas moléstias e vícios. 
ALBUQUERQUE, Antonio A. U. do L. Multiculturalismo e direito à autodeterminação dos povos indígenas. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 
2008. p. 198.
 De acordo com o texto, quais foram as mudanças acarretadas no cotidiano dos povos indígenas 
após a emancipação política do Brasil?
O texto, ao citar a descrição realizada por José Bonifácio, denuncia que os indígenas sofriam com a violência e com o preconceito im-
posto pelos “não índios”. Isso nos permite concluir que a emancipação política pouco significou para o reconhecimento das terras e da 
autodeterminação dos povos indígenas.
5. Este é um dos conteúdos que aparece com frequência nas provas nacionais. Enfatize a importância de compreender o 
contexto histórico do processo de Independência do Brasil, principalmente no que se refere às suas estruturas políticas e 
sociais. Essa atividade é um bom momento para fazer uma retomada dos conteúdos estudados.

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