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ATIVIDADE DE VERIFICAÇÃO DO APROVEITAMENTO ESCOLAR DO 1º BIMESTRE – CASOS CLÍNICOS Farmacologia III – 5º termo A Gabrielli de Oliveira Morceli, RA: 121810941 1) João, 35 anos, sexo masculino, branco, divorciado, motorista, natural e residente de Presidente Prudente. Paciente relata que há 18 meses vêm apresentando cefaleia intensa e frequente, melhorando com analgésicos. Procurou o Pronto-Socorro quando a cefaleia piorou, sendo detectado nível pressórico elevado. Foi encaminhado ao Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Presidente Prudente e na ocasião foi prescrito amlodipina 5mg/dia e clortalidona 12,5 mg/dia (nas consultas, o esquema anti-hipertensivo foi aumentado progressivamente). No ano seguinte, os exames evidenciaram discreta hipocalemia e um início de aterosclerose. O médico cardiologista otimizou e fez algumas alterações no esquema terapêutico. O esquema atual foi composto por: amlodipina 10mg/dia, metoprolol 50mg/dia, enalapril 20mg/dia, sinvastatina 20 mg/dia e AAS 100mg/dia. Determine o provável medicamento que causou a hipocalemia no paciente e explique como ocorreu este evento. Liste duas medicações que podem alterar o perfil lipídico do paciente. Descreva a farmacodinâmica de cada fármaco citado no texto relacionado com as patologias apresentadas pelo paciente. A Clortalidona promove aumento da excreção de Potássio, sendo então o provável medicamento causador da hipocalcemia. A Clortalidona e o Metoprolol podem alterar o perfil lipídico do paciente. Quanto à farmacodinâmica: Amlodipina: pertencente ao grupo dos Bloqueadores de Canal de Cálcio, subgrupo dos diidropiridínicos, atua bloqueando canais de cálcio voltagem- dependentes do tipo L nos vasos sanguíneos, promovendo vasodilatação. É considerado fármaco de primeira linha no tratamento de Hipertensão, e, por isso, foi prescrito ao paciente. Clortalidona: é um diurético tiazídico, que atua no túbulo contorcido distal inibindo o simporte de Sódio e Cloro, ou seja, inibe a reabsorção destes íons mantendo elevadas suas concentrações no filtrado. Consequentemente, há maior excreção de Sódio e, portanto, de água. Esse mecanismo contribui para a diminuição da volemia. Também é considerado um fármaco de primeira linha do tratamento da Hipertensão, e, por isso, foi prescrito ao paciente. Metoprolol: beta-bloqueador de segunda geração, vai bloquear os receptores beta-1, que estão localizados nas células justaglomerulares dos rins e no coração, promovendo diminuição da liberação de Renina e efeito cronotrópico e inotrópico negativo. Foi prescrito ao paciente para tratamento de hipertensão associada à aterosclerose, que é uma coronariopatia, uma das situações especiais em que o fármaco é indicado. Enalapril: pertence ao grupo dos Inibidores de Enzima Conversora de Angiotensina, seu mecanismo de ação é a inibição da ECA, com consequente diminuição da formação de Angiotensina II, logo, promove, vasodilatação, diminuição da remodelação cardiovascular e redução da aldosterona. Secundariamente, inibe a inativação de Bradicinina, que ao se acumular nos vasos vai promover vasodilatação - por estimular a síntese de NO e de prostaglandinas – além de aumentar a síntese de Angiotensina 1-7, que também promove vasodilatação. É um fármaco de primeira linha no tratamento de Hipertensão e, por isso, foi prescrito ao paciente. Sinvastatina: pertencente ao grupo farmacológico das Estatinas, vai inibir a ação da HMG-CoA, diminuindo a produção do colesterol hepático. Consequentemente, o fígado aumenta a expressão de receptores de LDL, isso aumenta a captação de LDL da circulação, repondo o colesterol que estava faltando no fígado. Logo, há redução do LDL plasmático. É um fármaco hipolipemiante, e foi prescrito ao paciente em decorrência da aterosclerose, que é consequência de dislipidemia. AAS: é um AINE não seletivo e, portanto, inibe COX-1 e COX-2. É utilizado como antiplaquetário, pois o Tromboxano sintetizado nas plaquetas através da COX-1 é o mais potente indutor da agregação plaquetária, logo, se COX-1 está inibida, não há síntese de Tromboxano e, portanto, não há agregação plaquetária. Como o paciente do caso tem início de aterosclerose, o fármaco em questão foi prescrito como forma de profilaxia, diante da possibilidade de um processo trombótico. 2) Nivaldo, 70 anos, aposentado, obeso, 120 quilos, portador de hipertensão, diabetes, dislipidemia, insuficiência venosa periférica e osteoartrose nos joelhos. Sempre que faz churrasco em sua casa come costela e linguiça, são suas carnes preferidas. Após alguns anos de espera na fila do SUS, conseguiu marcar sua cirurgia: artroplastia de joelho. Depois de várias consultas pré operatórias com ajustes nas medicações (passou a tomar 2 anti-hipertensivos e insulina NPH) e exames laboratoriais: Glicemia em jejum = 105 mg/dL, Coagulograma: tempo de Sangramento = 3 minutos (até 3 minutos) e tempo de Coagulação = 8 minutos (5 a 10 minuto). O clínico liberou Nivaldo para a cirurgia que foi um sucesso e Nivaldo permaneceu internado na enfermaria da Ortopedia para o pós operatório. Foi prescrito anti-hipertensivos, hipolipemiante, insulina NPH, HNF em dose profilática (5000 U subcutânea de 8/8 horas), dieta oral branda hipossódica e controle de dextro capilar de 2 em 2 horas. No 5° dia pós operatório, Nivaldo apresentou dor, calor e edema na panturrilha esquerda, oposto ao joelho operado. No hemograma observou-se Eritrócitos 4,2 M/mm³, Hb 12,6 g/dL, Ht 37,8%, Leucócitos 9,7 K/mm³ com diferencial normal, plaquetas 278 K/mm³. O médico suspeitou de TVP confirmado por US com doppler e iniciado varfarina 5 mg/dia e heparinização plena com HNF IV em bomba de infusão. O acompanhamento com exame laboratorial TPAP, deve ser feito após 2 a 3 doses antes de iniciar a avaliação do INR e dosá-lo até o INR se manter em 2 dosagens consecutivas entre 2 e 3. Depois o tratamento a longo prazo é mantido por um período de 3 meses no mínimo com warfarina com controle com TPAP e INR. Tempo e Atividade de Protrombina AJUSTE DE DOSE DO WARFARINA (para INR alvo 2-3) segundo Chest (2012). Descreva mecanismo de ação da HNF e da varfarina. Explique se há necessidade da associação desses anticoagulantes e julgue se a conduta médica está correta em relação aos exames laboratoriais. Tanto a Heparina Não Fracionada (HNF) quanto a Varfarina são fármacos antitrombóticos anticoagulantes. A HNF vai atuar se ligando à Antitrombina, um polipeptídeo endógeno que inibe alguns fatores da cascata de coagulação, o complexo HNF + Antitrombina vai inibir o Fator Xa ativado e a Trombina, logo, não ocorre conversão do fibrinogênio em fibrina e, portanto, não se forma o coágulo de fibrina. A Varfarina, por sua vez, é antagonista da Vitamina K, logo, vai inibir a ativação dos fatores de coagulação II, VII, IX e X, que são dependentes de Vitamina K, com esses fatores desativados, não ocorre formação do coágulo de fibrina. A associação Heparina + Varfarina é necessária em decorrência do efeito demorado da Varfarina, que deve ser prescrita 24 horas após a administração da Heparina. Caso o paciente permaneça no hospital por um período prolongado, após o 3º dia da associação a Heparina pode ser suspensa, pois o efeito da Varfarina já terá iniciado. Quanto à conduta, o médico é assertivo ao pedir a dosagem do Tempo de Atividade de Protrombina (TPAP) e a avaliação do INR, visto que é o método recomendado para o acompanhamento de pacientes fazendo uso de Varfarina, já que o risco de sangramento é muito alto. No entanto, o fato de ter prescrito também a HNF, exige do médico a solicitação do Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) também para monitoramento e ajuste da dose do fármaco, já que se o TTPA estiver alto há risco de sangramento e a dose deve ser diminuída, e se ele estiver baixo há risco de formação de tromboe a dose ser aumentada.
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