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Relatório, Hamoy Introdução Os agentes de indução anestésica disponíveis atualmente, embora proporcionem hipnose adequada, exigem muitos cuidados à sua administração, visto que a maioria deles pode levar a complicações cirúrgicas em determinados grupos de pacientes, como depressão miocárdica e/ou respiratória. Nesse sentido, houve um grande avanço na prática clínica de anestesiologia na década de 1960, tendo em vista que nesse período, durante estudos experimentais em animais visando desenvolver um agente antifúngico à base de imidazol realizados pela gigante farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, foi observado que a substância em estudo, substância derivada do imidazol, possuía efeito hipnótico. Posteriormente, em 1972, esse hipnótico foi introduzido no mercado e devido às suas características, não possuir efeito depressor respiratório nem cardíaco, foi amplamente introduzido na prática clínica, tornando-se rapidamente o indutor/anestésico mais utilizado para procedimentos cirúrgicos. Sendo utilizado tanto para indução quanto para manutenção anestésica por infusão contínua. Entretanto, no decorrer de 1983 vários estudos relataram que o etomidato poderia estar relacionado a um maior número de óbitos em pacientes que eram submetidos a infusão contínua por esse anestésico, isso estaria diretamente relacionado à capacidade desse hipnótico de inibir a enzima 11-beta-hidroxilase, logo, inviabilizando a produção tanto de cortisol como de aldosterona, dois hesteroides de extrema importância para o metabolismo. Desenvolvimento PARTE 0.1 0 - Etomidato O Etomidato é um agente de indução anestésica intravenosa. Possui meia vida de distribuição rápida (1,64 a 2,81 min) e meia vida de eliminação curta ( pode variar de 1 a 3 horas). É um hipnótico não barbiturico sem propriedades analgésicas que age como agonista do receptor do ácido γ-aminobutírico tipo A (GABA A ) aumentado a tempo de abertura dos canais de cloro do receptor ,assim, hiperpolarizando a célula, tem como base o imidazol e devido a sua natureza lipofílica atravessa rapidamente a barreira hematoencefálica, logo, sua ação é independente da presença do neurotransmissor GABA, na prática clínica é usado para indução de anestesia geral e sedação. Produz alterações mínimas na pressão arterial sistemica e no débito cardíaco, o que o torna o hipnótico de escolha para determinados grupos de pacientes, como hemodinamicamente instáveis, choques hemorrágicos e pacientes com complicações cardíacas. Os efeitos colaterais notáveis do etomidato, pelos menos que se pensava até o ano de 1983, incluem náuseas e vômitos pós-operatórios, dor à injeção e movimentos mioclônicos ou movimentos musculares involuntários (IMM), durante a indução e emergência. Sua administração é preferível via intravenosa, porém embora não recomendado pode ser administrado intramuscular. Embora esse fármaco ainda seja muito usado na clínica, seu uso tem sido motivo de diversos debates no campo médico, visto que estudos apontam que a propriedade desse fármaco de induzir a supressão adrenocortical está diretamente relacionada ao maior número de óbitos em pacientes críticos. Processo de produção dos esteróides O ACTH estimula o córtex da adrenal a produzir esteróides, isso por meio da estimulação de receptores das zonas glomerulosa, fasciculada e reticular. No receptor, o ACTH induz a troca do GDP por GTP que ativa a adenilato ciclase (é uma proteína GS). Essa proteína [GS] vai ativar o adenilato ciclase que converte o ADP em AMP cíclico oqual vai ativar uma proteína quinase A. Para o colesterol ser convertido em pregnenolona ele deve ser transportado para o interior da mitocôndria, a proteína que faz esse transporte é a proteína STAR. A enzima P450SCC (enzima responsável pela clivagem da cadeia lateral do colesterol), pega o colesterol o qual é composto por cadeias de 27 carbonos e o converte através da ação da enzima 22 desmolase em pregnenolona. Na etapa seguinte, a 17-alfa-hidroxilase converte a pregnenolona em 17-Hidroxiprogesterona, a seguir a 17-20-liase origina a dehidro-epi-androstenediona. Nas zonas corticais, fasciculada e reticular há presença de uma enzima chamada 3-beta-hidroxiesteroide desidrogenase (3-beta-HSD) que atua na conversão da pregnenolona em dois esteróides: 17-hidroxipregnenolona e 17- alfa-hidroxiprogesterona. As zonas glomerular e fascicular possuem um componente genético que induz a produção de duas enzimas em ambas as vias: 21-alfa-hidroxilase e 11-beta-hidroxilase, a primeira pega a progesterona e a converte em 11-desoxicorticosterona; a segunda (11-beta-hidroxilase) vai converter a 11-desoxicorticosterona em corticosterona. Além disso, a 21-alfa-hidroxilase também converte a 17-alfa-hidroxiprogesterona em desoxicortisol, que vai ser convertido em cortisol. Na zona glomerulosa, vai estar presente também um grupo de enzimas conhecido como aldosterona sintase (CYP11B2) que convertem a corticosterona em aldosterona. A formação da aldosterona é fortemente influenciada por sinais do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), bem como pelos níveis de potássio no organismo. - SRAA A liberação de renina pelos rins é estimulada por diferentes estímulos, como baixos níveis de sódio no sangue, baixa pressão arterial ou ativação do sistema nervoso simpático. A renina converte o angiotensinogênio em angiotensina I, que é posteriormente convertida em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II, por sua vez, estimula a liberação de aldosterona nas glândulas adrenais (zona glomerulosa). A aldosterona atua então nos rins, aumentando a reabsorção de sódio e a excreção de potássio. Altos níveis de potássio no sangue (hipercalemia) estimulam diretamente a liberação de aldosterona. A aldosterona atua nos rins para aumentar a excreção de potássio e, ao mesmo tempo, promover a reabsorção de sódio. Isso ajuda a normalizar os níveis de potássio. Esse sistema é estritamente controlado, porém a administração do hipnótico etomidato interfere diretamente na produção de aldosterona ao inibir a enzima 11-beta-hidroxilase, que desempenha um papel crucial na síntese de aldosterona na zona glomerulosa da glândula adrenal. A inibição dessa enzima impede a conversão de 11-desoxicorticosterona em corticosterona, que é um precursor direto da aldosterona e cortisol. - Complicações clínicas -Relacionadas a inibição da produção de aldosterona Sem a síntese normal de aldosterona, por conta do bloqueio da enzima 11-beta-hidroxilase, ocorre uma redução nos mecanismos que promovem a reabsorção de sódio nos rins e a excreção de potássio. Isso resulta em uma resposta fisiológica que leva à excreção aumentada de sódio na urina, o que, por sua vez, contribui para a perda de líquidos e eletrólitos. Esse quadro em pacientes pós-cirúrgicos é preocupante, tendo em vista que pode levar a um rápido quadro de desidratação, perda de eletrólitos e complicações mais graves que se não tratadas podem levar a óbito. 1 - Cortisol: funções e complicações clínicas decorrentes da inibição de sua síntese. Complicações clínicas relacionadas à inibição da produção de cortisol via inativação da enzima 11-beta-hidroxilase pelo etomidato: inibição da proteólise, super ativação do sistema imune, comprometimento do processo de cicatrização e comprometimento da produção de ácidos gástricos e absorção intestinal. 1.0- proteólise O cortisol é um hormônio hiperglicemiante, atua no catabolismo promovendo a proteólise. Assim, liberando mais aminoácidos como alanina e glutamina na circulação, o que por sua vez, aumenta a gliconeogênese, logo, o fígado a partir desses substratos libera glicose na circulação aumentando a glicemia. Além disso, o cortisol aumenta ainda a glicogenólise e lipólise( quebra de tecido adiposo). Nesse sentido, o bloqueio de sua produção pode levar o indivíduo a um estado de hipoglicemia. Isso num contexto pós-cirúrgico é preocupante, tento em vista que corrobora negativamente com o estado do paciente. 1.1- Depressão do sistema imune É um potente anti-inflamatório,isso porque ele inibe a fosfolipase-A2. Essa enzima é responsável pela produção de prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos a partir do ácido aracdônico. Daí surgiu a ideia de fármacos anti-inflamatórios corticosteroides, visto que são derivados do cortisol. Isso porque ele diminui a liberação de citocinas pelos leucócitos e linfócitos e, além disso, diminui a expressão de anticorpos pelos linfócitos B. Ademais, o cortisol estabiliza ainda a membrana dos lisossomos, isso porque após traumas sofridos pelas células elas tendem a liberar seus lisossomos para que a mesma seja degradada. Esse hormônio, portanto, torna-se essencial na resposta imune, logo, caso um paciente seja anestesiado para procedimento cirúrgico com o etomidato por infusão contínua ele está sujeito a desenvolver resposta exacerbada do sistema imune, tendo em vista que sua produção de cortisol foi inibida. 1.2- Cicatrização e intestinal O cortisol estimula ainda a regeneração celular e o sistema gastrointestinal. Na regeneração celular, ele aumenta a quantidade de matéria prima para esse processo, aminoácidos e glicose circulantes. No sistema gastrointestinal, ele aumenta a produção de ácidos e enzimas aumentando a digestão e absorção de nutrientes. Assim, a diminuição deste hormônio em pacientes que foram submetidos a processos cirúrgicos nos qual o anestésico usado foi o etomidato, pode levar a agravamento do quadro, uma vez que tanto a absorção intestinal quanto a disponibilidade de matéria prima para a cicatrização foram comprometidos. É importante ressaltar ainda que o cortisol estimula a produção de células sanguíneas, assim, quando há comprometimento de sua produção o indivíduo pode apresentar quadro anêmico. Portanto, uma vez que o Etomidato seja utilizado como anestésico por infusão contínua por mais de duas horas, há bloqueio da enzima 11-beta-hidroxilase, isso leva ao bloqueio da produção tanto de aldosterona quanto de cortisol, logo, como já descrito anteriormente, leva ao agravamento do quadro pós-cirúrgico. Metabolismo do etomidato O etomidato é predominantemente metabolizado pelo fígado, sofrendo o processo de hidrólise em sua ligação de éster. Após esse processo, que é basicamente a quebra da molécula por adição de água, formasse metabólitos inativos que são majoritariamente excretados via renal (urina). PARTE 0.2 - Alprostadil A Prostaglandina E1 (PGE1) relaxa o músculo liso contraído por ação da norepinefrina. Essa substância desempenha um papel crucial em várias funções fisiológicas, incluindo a regulação do fluxo sanguíneo e a resposta do músculo liso. O alprostadil é o análogo sintético equivalente à prostaglandina E1 (PGE1). É um fármaco de segunda linha utilizado para tratar disfunção erétil irresponsiva a tratamentos de primeira linha. Atua ligando-se a receptores de PGE1 e estimulando a produção de cAMP no interior das células, a resposta no relaxamento do músculo liso e dos corpos esponjosos e cavernosos é mediada pelo cAMP, utilizando, portanto, uma via metabólica diferente dos IPDE-5, que estimulam GMPc, via estímulo ao NO endotelial. A via metabólica do cAMP é independente da líbido, logo, é diferente daquela associada ao monofosfato de guanosina cíclico (cGMP), que é estimulado pelos inibidores de PDE5 (como sildenafil, tadalafil e vardenafil). No caso do alprostadil, ao aumentar o cAMP, ocorre relaxamento do músculo liso, o que é particularmente relevante em contextos como o tratamento da disfunção erétil. Além disso, sabe-se que esse fármaco também tem grande potencial de inibir a agregação plaquetária. - Aplicações Clínicas Uma aplicação notável do alprostadil é no tratamento da disfunção erétil. Ele pode ser administrado por injeção intracavernosa direta no pênis, transdérmica ou intra-uretral (um creme ou supositório). O relaxamento do músculo liso induzido pelo alprostadil aumenta o fluxo sanguíneo para o pênis, assim, independente da presença ou não de líbido, há ereção peniana. O alprostadil induz a ereção com o relaxamento do músculo liso trabecular e pela dilatação das artérias cavernosas. Isto leva à expansão dos espaços lacunares e aprisionamento de sangue por compressão das vênulas contra a túnica albugínea, um processo referido como o mecanismo veno-oclusivo corporal. Além da disfunção erétil, o alprostadil também é utilizado clinicamente em situações como a manutenção do canal arterial patente em recém-nascidos com algumas formas de cardiopatias congênitas. - Metabolismo O alprostadil é rapidamente convertido em compostos que são metabolizados antes da sua excreção. Após a administração intravenosa, aproximadamente 80% do alprostadil em circulação é metabolizado em uma única passagem pelos pulmões, principalmente por beta e ômega oxidação. Então, qualquer alprostadil que entra na circulação sistêmica após injeção intracavernosa é muito rapidamente metabolizado. Os metabólitos principais do alprostadil são: 15-ceto-PGE1, 15-ceto-13,14 dihidro-PGE1 e 13,14-dihidro-PGE1. Em contraste ao 15-ceto-PGE1 e 15-ceto-13,14-dihidro-PGE1, que não tem atividade biológica quase completa, o 13,14-dihidro-PGE1 parece baixar a pressão arterial e inibir a agregação plaquetária. - Eliminação Os metabólitos de alprostadil são excretados principalmente pelos rins (90%), o restante é excretado nas fezes, com tempo máximo de eliminação em 24 horas. - Advertências sobre o fármaco Podem ocorrer ereção prolongada (ereção persistente por 4 a 6 horas) e priapismo (ereção persistente por mais de 6 horas) após a administração intracavernosa. Além disso, há relatos na literatura de: fibrose peniana, nódulos fibróticos e doença de Peyronie (é uma condição médica caracterizada pelo desenvolvimento de tecido cicatricial fibroso no tecido erétil do pênis). Isso pode levar a uma curvatura anormal do pênis durante a ereção e dor durante a relação sexual, principalmente qua do usado de forma contínua. PARTE 0.3 Mecanismos relacionados a vasoconstrição e vasodilatação. - Receptores anti-ereção, vasoconstritores: ALFA-ADRENÉRGICOS Os receptores alfa-adrenérgicos são frequentemente associados a efeitos "anti-ereção" devido à sua capacidade de promover a constrição do músculo liso vascular. Esses receptores respondem à noradrenalina, um neurotransmissor liberado pelo sistema nervoso simpático. Processos de ativação. Esses receptores ,na superfície do músculo liso, estão ligados a uma proteína Gq, no processo de ativação, esta proteína troca o GDP por GTP, que ativa a fosfolipase C fração beta, esta, por sua vez, hidrolisa o fósforo de inositol bifosfato em diacilglicerol e IP3. Devido tal processo está ocorrendo no interior de musculatura lisa rica em retículo sarcoplasmático rico em cálcio, o IP3 retira o cálcio do retículo sarcoplasmático expondo-o como um segundo mensageiro. Isso vai ativar o diacilglicerol que, por sua vez, vai ativar uma proteína quinase C a qual possui inúmeras funções, dentre elas ativar uma calmodulina que se liga ao cálcio e ativa uma quinase de cadeia leve de miosina. Essa miosina vai ser fosforilada, se liga a actina e promove a vasoconstrição ,logo, diminuindo o fluxo sanguíneo local e por consequência estimulando a flacidez peniana. Outros receptores “anti-ereção” também podem ser encontrado nessa mesma região [de musculatura lisa] dentre eles: AT1- Também induz a vasoconstrição. Diversos fatores podem estimular a produção de angiotensina II, como o ADH, por exemplo. Uma vez produzida, ela se liga ao receptor AT1 (receptor específico da angiotensina) ativado-o. Quando ativado, esse receptor estimula o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Isso promove vasoconstrição periférica, logo, aumentando a pressão arterial e ,por consequência, inibindo a ereção. Receptores de endotelina, também promove vasoconstrição e é dependente de proteína Gq. - Receptores e mecanismos pró-ereção RECEPTORES DE ACETILCOLINA (ACH): Quando a ACh se liga ao seu receptor muscarínico M2, que também está ligado a uma proteína Gq, há troca do GDP por GTP, liga a fosfolipase fração beta, hidrolisao fosfato de inositol bifosfato em diacilglicerol e IP3. Porém, devido essa reação não está ocorrendo no interior de células musculares, não há o retículo sarcoplasmático e sim apenas vesículas citoplasmáticas que contêm cálcio, logo, a quantidade de cálcio necessária para ativar a ajusante da sinalização é menor. Assim, embora em pouca quantidade, o cálcio vai ativar uma proteína quinase C, que vai ativar a calmodulina endotelial (é diferente da calmodulina muscular, necessita de pouco cálcio para sua ativação quando comparada com a muscular que necessita de muito cálcio). A calmodulina, por sua vez, ativa uma nocitase. A Partir desse ponto, há a conversão de arginina e oxigênio em citrulina e óxido nítrico, este, por sua vez, (embora possua meia vida muito curta) ativa a guanilato ciclase solúvel, que converte o GTP em GMP cíclico, assim, é ativada uma proteína quinase G que inibe tanto a saída do cálcio quanto a quinase de cadeia leve de miosina e desfosforila a miosina, assim, inibindo a contração, logo, estimulando vasodilatação e ,portanto, a ereção. Nesse sentido, uma vez que tem início estímulos(físicos, visuais e/ou neurais) necessários para que haja ereção, “o tônus simpático vai tornando-se parassimpático”, assim, tendo início o processo de ereção. - Das fosfodiesterases As fosfodiesterases( PDEs) nucleotidas cíclicas constituem um grupo de enzimas intracelulares envolvidas na hidrólise do cAMP e o cGMP , para 5’ AMP e 5’ GMP, e por este mecanismo inibem o relaxamento da célula muscular lisa. Foram descobertas, até ao momento, 11 famílias diferentes de PDEs no organismo, cada uma delas apresenta ações específicas no tônus vascular. - PDE I - Envolvida em processos como contração muscular, regulação da frequência cardíaca e secreção de insulina. Essa enzima hidroliza o AMPc e GMPc, sendo inibida parcialmente pelo fármaco Zaprinast, que também pode inibir a PDE5. - PDE II - Presente principalmente no cérebro, associada à regulação da neurotransmissão e outras funções neuronais. Hidrolisa o AMPc e é estimulada pelo GMPc. Não possui inibidor conhecido. - PDE III - Relacionada ao controle da contração do músculo cardíaco, regulação da pressão arterial e agregação plaquetária. Hidrloiza o AMPc, é inibida pelos fármacos milrinona, pela papaverina e de forma competitiva com o GMPc. A milrinona tem uma concentração inibitória 50 vezes superior à papaverina, o que pode trazer benefícios na clínica médica. - PDE IV - Encontrada em células imunes e no sistema nervoso central. De acordo com Mark Givenbycz, as PDEs IV estão associadas à regulação da resposta inflamatória e da função cognitiva. Hidrolisa o AMPc, sendo inibida pelos fármacos Rolipram e Denbufilina. Estudos demonstram que há quatro subtipos genéticos distintos de PDEs IV que seriam: A, B, C e D. Embora não se tenha plena convicção do mecanismo de ação de cada subtipo, estudos realizados por James O’ Donnell , em ratos, sugerem que as elevações de cAMP mediadas por neurotransmissores são reguladas pela PDE IV A e PDE IV B e não pela PDE IV D. As conclusões destes estudos animais, demonstraram que o emprego dos inibidores, PDE IV A e PDE IV B, têm uma atividade antidepressiva, enquanto os inibidores da PDE IV D são desprovidos dessa atividade, o que pode vir a trazer no futuro benefícios clínicos. - PDE V - Presente no músculo liso vascular, desempenha um papel na regulação do fluxo sanguíneo, sendo notavelmente relevante na função erétil, onde a inibição da PDE5 promove a vasodilatação. Hidroliza selectivamente o GMPc, sendo inibida pelo Sildenafil, Vardenafil e tadalafil (IC351). Estes inibidores têm a possibilidade de aumentarem a concentração de GMPc e, por este mecanismo, intensificam o efeito relaxante do NO no músculo cavernoso, assim, uma vez que a vida útil do AMPc é aumentada, o tempo de ereção é prolongado. - Dos inibidores das PDEs Inibidores de fosfodiesterases (PDE) são substâncias que bloqueiam a ação dessas enzimas específicas. As PDEs são responsáveis pela degradação de segundos mensageiros celulares, como o monofosfato de adenosina cíclico (cAMP) e o monofosfato de guanosina cíclico (cGMP). A inibição dessas enzimas resulta no aumento dos níveis desses mensageiros celulares, afetando diversas vias de sinalização intracelular. -Inibidores da PDE I: Zaprinast, Vinpocetina e IC8634, 8-Metoximetil Teofilina (8-MM-Teofilina) e a Enoximona. -Inibidores da PDE II: Não conhecido -Inibidores da PDE III: milrinona , enoximona e papaverina. -Inibidores da PDE IV: Rolipram e Denbufilina -Inibidores da PDE V: sildenafil, tadalafil e vardenafil. - Dos principais inibidores das PDEs Citrato de Sildenafil: foi o primeiro inibidor da Fosfodiesterase tipo V, o que permitiu uma nova abordagem do tratamento da disfunção eréctil. Apresenta alta eficácia terapêutica e morbidade reduzida. Para ser eficaz, o Sildenafil, requer a integridade das fibras nervosas NANC e do endotélio vascular do corpo cavernoso, pois age apenas impedindo a degradação do GMPc induzido pelo NO, que é libertado pela estimulação sexual. Devido a isso, esse fármaco pode não ser eficaz em usuários que apresentam ausência de líbido ou disfunção endotelial. A dosagem comum varia entre 25 mg, 50 mg e 100 mg. Seus efeitos podem ser notados após 30 minutos da ingestão os quais perduram de 4 a 6 horas. - Metabolismo: a principal via metabólica é a hepática, sendo metabolismo pela citocromo P450. Após metabolização forma o metabólito ativo N-desmetil sildenafil, que tem uma atividade inibitória semelhante à do sildenafil. - Eliminação: Esses metabólitos são posteriormente eliminados principalmente através do sistema biliar e, em menor medida, através dos rins. - Efeitos colaterais: geralmente ocorre distúrbio de visão, cefaleias, flash cutâneo e a congestão nasal - Administração: oral Vardenafila: É um inibidor recente da PDE V, com a CI 50 ,isto é, a concentração inibitória minima necessária para desencadear o efeito máximo esperado, inferior ao Sildenafil, o que parece conferir uma maior selectivi-dade farmacológica. Assim como os demais Inibidores da PDE5, necessita da excitabilidade. O início da ação ocorre geralmente em 30 a 60 minutos após a ingestão, e a duração dos efeitos pode variar entre 4 a 6 horas. Metabolismo: é metabolizado no fígado pela p450. principal metabólito ativo resultante do metabolismo da vardenafila é o N-desmetil vardenafila. Este metabólito também possui atividade inibitória da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) e contribui para os efeitos farmacológicos. Efeitos Colaterais: pode causar efeitos colaterais, como dor de cabeça, rubor facial, congestão nasal e distúrbios visuais temporários. Eliminação: Os metabólitos da vardenafila são eliminados principalmente através do fígado, via excreção biliar, e em menor extensão, pelos rins. Tadalafila: embora semelhante as demais drogas inibidorss da fosfodiasterase, ela possui um diferencial. Sua meia-vida é muito mais longa, podendo perdurar por até 36 horas. Devido as características específicas dessa droga ela, em doses diferentes, ela pode ser usada para outras aplicações clínicas, como a hiperproliferação arterial pulmonar. Assim como as demais, depende da excitabilidade. Apresenta início de ação 30 minutos após ingerida, sendo que seus efeitos perduram por 36 horas pós ingestão. - Metabolismo: possui metabolismo hepático, através da enzima CYP3A4. - Eliminação: seus metabólitos são inativos e são excretados a maioria pelas fezes e em menor grau pela urina. - Efeitos colaterais: cefaléia, dores musculares, rubor facial, distúrbios gastrointestinais, congestão nasal e alterações da visão. PARTE 0.4 Inicialmente a aula prática( data) teve como objetivo demonstrar o efeito do fármaco alprostadil como um agente anti-disfunção erétil. Isso por meio da aplicação de pequena dose do fármaco no pênis do rato, o qual estava sob efeito anestésico, assim, buscou-se verificar que mesmo sem a presença de líbido há ereção, tendo em vista que o alprostadil age ligando-se ao PGE 1, logo,estimulando a ereção independente da presença de excitação. A parte prática teve início com a apresentação do anestésico etomidato, na concentração de 0,2% por mL. A seguir foi apresentado o animal que foi utilizado no experimento, um rato macho da espécie Mus musculus, que pesava em média 200 gramas. Além disso, foi explanado acerca do, o alprostadil( é apresentado em formato liofilizado para solução injetável que contém o equivalente a 10 mcg ou 20 mcg de alprostadil, respectivamente, que deve ser diluído em álcool benzílico e/ou água para injetáveis), que também foi utilizado no decorrer da aula. Além disso, foi feito uso, ainda, de um sistema de aplicação intracavernosa ou autoinjetor (seringa de aplicação do alprostadil). Após explicações sobre os mecanismos de ação dos respectivos fármacos, foi feito um cálculo (regra de três simples)para verificar a quantidade do primeiro (etomidato)fármaco que deveria ser injetada no rato. Assim: concentração do fármaco, etomidato → 0,2% para cada mL. Isso é igual a: 2mg (de fármaco) → 100g (de rato), onde X é igual ao volume em mL que deve ser aplicado e 200 é igual ao peso do rato. Aplicando a regra de três simples: 2mg → 100g X → 200g = 2mL Logo, duas mLs do hipnótico devem ser injetadas no animal para obtenção do efeito anestésico apropriado. A seguir, foi feita a sucção do fármaco e injetado de forma intraperitoneal. Cerca de 2 minutos depois, a maioria dos reflexos já não eram observados, inclusive o de postura. Na próxima etapa, foi feito a sucção de 0.2 mL do alprostadil( estava na concentração de dois microgramas por mL) e foi aplicado na base do pênis do rato de forma subcutânea, no entanto, poderia ser intracavernoso. Cerca 50 segundo pós-aplicação foi observado ereção peniana a qual foi acompanhada de intenso sangramento. Seguindo com a explicação, foi explanado que o tempo médio de ereção seria em torno de 60 minutos, e que o intenso sangramento observado pós-aplicação do alprostadil se deve a capacidade desse fármaco de bloquear a agregação plaquetária. Isso ocorre porque uma vez que o alprostadil aumenta o cAMP intracelular ele aumenta o adenilato ciclase que, por sua vez, inibe a agregação plaquetária. Além disso, foi relatado que o alprostadil pode ser aplicado, em humanos, nas seguintes doses: 2, 10 ou até 60 (no máximo)microgramas, de forma intracavernosa. Finalizando, foi observado que, como discutido no decorrer da aula, todos os efeitos dos fármacos em questão foram comprovados na prática.
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