Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 A HERANÇA JACENTE E HERANÇA VACANTE COM BASE NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Álvaro Rafael Santos Bernardes1 Cairo Cândido Pereira2 Douglas Gabriel Cunha Abreu3 João Victor Moreira Borba4 Leonardo Alvarenga Lourenço5 RESUMO Inicialmente, num primeiro momento desse trabalho é importante trazer a baila o esclarecimento de que o inventário é um processo, de jurisdição contenciosa, que poderá ser realizado pelas vias judiciais ou extrajudicial o qual tem a incumbência de apurar o patrimônio, e os herdeiros, bem como investigar sobre a existência de dívidas deixadas pelo falecido, e também as contraídas pelo espólio. Conquanto, depois do pagamento do passivo, determina-se a divisão do patrimônio deixado pelo de cujus entre os herdeiros, representando dessa forma, um procedimento que se destina a passar as mãos dos herdeiros os bens, fazendo-os ingressar de forma efetiva nos bens individuais dos herdeiros. Portanto, o processo de inventário e partilha trata-se de um instrumento que objetiva, antes de tudo, promover a organização dos bens deixados pelo falecido. A transmissão aos herdeiros ou legatários dos bens ou direitos acontece de maneira automática. Entrementes, caso não se encontre herdeiros, ou tendo ele repudiado a herança deixada pelo falecido, o patrimônio será arrecadado para Estado. Diante disso, o presente trabalho propõe investigação acerca da herança jacente e da herança vacante, com a intenção de demonstrar ao leitor com se da cada uma dessas espécies de herança no ordenamento juridico brasileiro. Palavras-chave: Herança Jacente; Herança Vacante. SUMÁRIO INTRODUÇÃO; 1. CONCEITO DE HERANÇA JACENTE; 1.1. Natureza jurídica; 1.2. Hipóteses de jacência; 1.3. Procedimento; 1.4. Arrecadações de bens; 1.5. Qualificação e Competência; 1.6. Prazo para habilitação; 1.7. Obrigação do curador; 2. HERANÇA VACANTE; 2.1. Efeitos da vacância; CONSIDERAÇÕES FINAIS; REFERÊNCIAS. 1Acadêmico do 7º de Direito pela Faculdade Evangélica de Rubiataba. Email: alvarorsb@hotmail.com 2 Acadêmico do 7º de Direito pela Faculdade Evangélica de Rubiataba. Email: cairocandido09hotmail.com 3 Acadêmico do 7º de Direito pela Faculdade Evangélica de Rubiataba. Email:douglas_abreu_@hotmail.com. 4 Acadêmico do 7º de Direito pela Faculdade Evangélica de Rubiataba. Email: joaovmborba2015@outlook.com. 5 Acadêmico do 7º de Direito pela Faculdade Evangélica de Rubiataba. Email:leonardoalvarenga96@gmail.com. 2 INTRODUÇÃO Em uma primeira plana, cuida arrazoar, a título de esclarecimento, que o inventário nada mais é que um processo judicial, de jurisdição contenciosa, destinado a apurar o acervo hereditário e verificar as dívidas deixadas pelo de cujus, bem como as contraídas pelo espólio. Ademais, após o pagamento do passivo, estabelece-se a divisão dos bens deixados entre os herdeiros, consistindo, assim, no procedimento destinado a entregar os bens herdados aos seus titulares, fazendo-os ingressar efetivamente no patrimônio individual dos herdeiros. O processo de inventário e partilha é instrumento que visa, antes de tudo, a reorganização do patrimônio deixado pelo falecido, de modo a que as situações econômico- patrimoniais dos sucessores restem claramente definidas, gerando segurança nas respectivas relações jurídicas. Logo, a transmissão do patrimônio acontecerá autormáticamente após a morte, e deverá ser entregue aos herdeiros ou legatários do de cujus, no entanto, deverá haver a aceitação da herança, após a realização de todo o procedimento do inventário para levanter todos os bens que foram deixados e que serão transmitidos aos sucessores. Assim, o direito das sucessões tem a incumbência de organizer tudo isso, fazendo a devida transmissão de bens a devida pessoa, depois da morte do de cujus. No entanto, poderá ocorrer alguns percalços, como a não identificação dos herdeiros ou a renúncia a herança por parte destes. Em razão disto, temos a chamada herança jacente e herança vacante. Apesar de parecer similitures a herança jacente e a vacante são institutos totalmente diferentes, aos quais estão disciplinados pelo Código civil e Código de processo civil. Assim, o presente trabalho tem a intenção de demonstrar as particularidades de cada uma, apontando características e requisitos, e principalmente a fase de arrecadação de bens. Desse modo, após a morte se constatado que não há herdeiros para receber a herança, restará configurado a herança jacente e futura vacante. Portanto, na hipótese de nenhum herdeiros reclarar a herança ela será declarada vacante de acordo com o art. 1.820 do Código civil. Assim, será demonstrado ainda no presente trabalho que a herança jacente possui carater transitório, enquanto a vacante caráter definitivo. Esse artigo, utilizou como fontes doutrinas, livros, decisões dos tribunais brasileiros e a própria legislação. É oportuno esse estudo considerando a questão patrimonial dos bens que compõem a herança. 3 1. CONCEITO DE HERANÇA JACENTE O Direito tem um ramo denominado direito das sucessões o qual regula e garante aos indivíduos seus direitos patrimoniais frente a morte de alguém, através de pressupostos a serem observados as determinações legais, e também através da disposição de última vontade do de cujus, o que a chamamos de herdeiros testamentários. De forma genérica, o termo sucessão, representa o ato jurídico em que alguém ira representar outra pessoa tanto nas obrigações quanto nos direitos, essa consequência poderá ser entre pessoas vivas ou depois da morte de alguém. Portanto, o Direito, aceita duas formas de sucessão, quais sejam, a sucessão inter vivo e causa mortis que se inicia com a morte. Para a sucessão, existem certos pressupostos como a morte de cujus que é do autor da herança e também a vocação hereditária, ou seja, alguém deve ter falecido e deve haver um substituto ou herdeiro. Como sabe-se com a certidão de óbito que o falecimento é comprovado. Nesse sentido, cabe pontuar que a Constituição Federal garantiu o direito de herança em seu artigo 5º, da mesma forma que assegurou o direito de propriedade no inciso XXII, também do artigo 5º, ambos estão relacionados, considerando que se não fosse assegurada o direito de propriedade não caberia falar em herança de nossos sucessores. (BRASIL, 1988). Damos o nome de espolio a todo o patrimônio deixado pelo falecido, ou seja, o espolio é um conjunto de direitos e obrigações do de cujus, em outras palavras, uma massa patrimonial a qual será gerenciada por um inventariante sob condomínio dos herdeiros. Realizados estes esclarecimentos prévios passemos agora analisar no transcorrer deste artigo a forma jurídica disciplinada no nosso ordenamento pátrio que versa sobre a herança, mais precisamente sobre a herança jacente e vacante disposta no capitulo do Direito da Sucessão. Começaremos pelo conceito de herança jacente É considerada herança jacente quando não há herdeiro certo e determinado, quando não se sabe da existência dele, ou quando o mesmo existe, mas a repudia. É quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento, e não há conhecimento da existência de algum herdeiro. (GONÇAVELS, 2012, p. 2982). https://pt.wikipedia.org/wiki/Sucess%C3%A3o 4 De acordo com obra jurídica a herança jacente do doutrinador a herança é considerada jacente quando não existem herdeiros ou quando se desconhece o paradeiro destes. A herança jacente segundo o autor pode ainda ser aquela que foi desprezada pelo herdeiro. O autor prossegue ainda enfatizando que: Quando se abre a sucessão sem que o de cujus tenha deixado testamento, e não há conhecimento da existência de algum herdeiro, diz-se que a herança é jacente. Pela jacência, portanto, tem-se o desconhecimento da existência de herdeiros, motivo pelo qual se abrirá prazo para que, emhavendo, possam se habilitar a receber o montante deixado pelo de cujus. Neste sentido expressa-se Rui Ribeiro de Magalhães, ao afirmar que “a herança jacente não tem herdeiros, mas espera tê-los. (GONÇAVELS, 2012, p. 2982). Segundo trata o Código Civil que rege o ordenamento brasileiro a herança jacente, refere-se a uma espécie de sucessão (causa mortis) que segundo o artigo 1819 instituto jurídico de natureza transitória e tem a finalidade de proteger e resguardar todos os bens deixados até que seja entregue aos herdeiros, em razão disso, o Estado será o possuidor dos bens. A herança jacente nas lições predileções de Venosa seria: "quando não conhecemos quais são os herdeiros, ou então quando os herdeiros conhecidos repudiaram a herança, renunciaram, não existindo substitutos,", ou seja, em que o patrimônio deverá ser arrecadado judicialmente e posto sob tutela de um curador. (VENOSA, 2013, p. 224). Diante disso, considera-se o estado de jacência como transitório, pois se o patrimônio não for devidamente entregue aos herdeiros, falaremos em herança vacante, ou seja, o patrimônio que não tem titular, dessa forma, será repassado para o Estado. Para asseverar, narra o art. 1819 do Código Civil: “Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.” (BRASIL, 2002). 1.1.Natureza jurídica Podemos resumir que a herança jacente é uma sucessão que não possui dono atual. Seria o estado da herança que não sabe se será adida ou repudiada. O que temos a pontuar sobre a natureza jurídica é que a herança jacente não tem personalidade jurídica e tampouco possui é 5 patrimônio autônomo sem pessoa. Representa um conjunto de bens do de cujus que é administrado por um curador o qual será por um juiz nomeado para exercer as atividades relacionadas ao cargo, o curador ficará sob fiscalização do poder judiciário, até o momento em que aparecer os herdeiros e eles se habilitarem para receber o patrimônio, ou ainda, até quando declarada a vacância da herança caso não seja possível encontrar os herdeiros. Sobre a natureza jurídica da herança jacente, podemos afirmar se tratar de “acervo de bens, administrados por um curador, sob fiscalização da autoridade judiciária, até que se habilitem os herdeiros, incertos ou desconhecidos, ou se declare por sentença a respectiva vacância” (idem, p. 116). Ressalta-se, ainda, não se confundir a herança jacente com o espólio, visto que este se trata de conjunto patrimonial sem personalidade jurídica conhecendo-se os herdeiros, enquanto naquele os herdeiros ainda não são conhecidos. (VENOSA, 2013, p. 63). Ainda que não tenha a personalidade jurídica devida, podem ter legitimidade e usufruir de capacidade processual e ativa e passivamente para provocar o judiciário. São formadas sem o desejo de seus membros essas entidades. Cabe lembrar que, a herança jacente distingui-se do espólio como já mencionado previamente alhures. No espólio são compreendidos os bens deixados pelo falecido desde a abertura da sucessão até a partilha, podendo tanto aumentar com os rendimentos que produzir, como diminuir em virtude dos ônus ou deteriorações. 1.2.Hipóteses de jacência As hipóteses de jacência estão presentes no art. 1.819 do Código Civil a qual determina que: Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. (BRASIL, 2002). Conforme artigo citado acima existe duas espécies de jacência, uma seria aquele em que não há qualquer tipo de testamento deixado pelo falecido e a outra com o testamento. A hipótese de não haver testamento é dividida da seguinte forma, inexistência de herdeiros conhecidos e por fim, com a Renúncia da herança por parte dos herdeiros que não foram encontrados. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 6 Já a se segunda espécie é aquela em que o herdeiro não aceita a herança, e o de cujus não deixar cônjuge, ou ainda qualquer das hipóteses dos herdeiros legítimos. Assim, também será a herança arrecadada e colocada sob cuidados de um curador. Nesse sentido, o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves preceitua que: Herdeiro notoriamente conhecido são os presentes no lugar em que se abre a sucessão, que podem ser facilmente localizados por serem conhecidos de todos. (GONÇALVES, 2016, p. 213). Assim, como vemos na obra do jurista Carlos Roberto Gonçalves existem outras hipóteses em que a doutrina reconhece a herança jacente, sendo uma destas quando deve-se aguarda o nascimento de um herdeiro. Por exemplo, o herdeiro pode, nomear como herdeiro universal o nascitura, ou seja, aquele que já concebido mas ainda não nasceu. Logo, após a morte do testador, deverá ser arrecada a herança como jacente, ate o momento em que a criança nascer com vida. Sendo assim, será autorizado que seja retirado do patrimônio, aquilo que for julgado como essencial para a manutenção da genitora do nascituro, caso ela não possua formas próprias para sua subsistência. 1.3.Procedimento O procedimento para a jacência está disciplinado também no código civil de 2002, segundo o qual para ser instaurado o procedimento de jacência deverá ser endereçado para o juízo competente (deve ser o do ultimo domicilio do de cujus, caso o domicilio seja incerto, será no local em que se encontrarem os bens). (TARTUCE, 2013). Após a escolha do curador, o juiz, acompanhado do escrivão, do curador e de um representante da Fazenda Pública e do Ministério Público, comparecerá na residência do falecido e mandará descrever os bens e o estado em que se encontram. Esse processo de descrição dos bens deverá ser feito na presença de duas testemunhas. O juiz examinará papéis, livros, documentos e verificando não serem de importância no processo mandará empacotar e lacrar para entregar aos sucessores do falecido ou queimados quando os bens forem declarados vacantes. Os bens que estiverem em local distante, deverão ser arrecadados e descritos por autoridade policial a pedido do juiz. Durante esse processo o juiz fará perguntas aos moradores da vizinhança, buscando informações sobre possíveis sucessores do falecido e endereço. Não será realizado o processo de arrecadação e descrição de bens ou suspensão deste, se alguém se apresentar para reclamar os bens. Neste caso podendo ser o cônjuge, herdeiro ou testamenteiro, desde que reconhecidos e não houver oposição do curador, do órgão do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública. Terminada a arrecadação, o juiz mandará publicar edital três vezes com intervalos de trinta dias para cada um, no órgão oficial e na imprensa da comarca. Comparecendo algum sucessor e sendo reconhecido como tal, a arrecadação será 7 convertida por decisão do juiz em inventário. Passado um ano da publicação do primeiro edital e não comparecendo nenhum herdeiro pedindo habilitação do processo ou comparecendo algum herdeiro fazendo o pedido, mas ser julgado improcedente, a herança será declarada vacante. (TARTUCE, 2013, p. 433). Deverá na mesma ação constar o nome da peça, e conter o fundamento legal presente no art.1819 do código civil e seguintes, assim como no art. 1142 e 1143 do código de processo civil. Na ocasião o pedido deve ser fundamentado, indicando o falecimento da pessoa, o desconhecimento da existência de patrimônio de herança bem como de herdeiros ou algum testamento que mencione com quem deverá ficar os bens. Ou ainda indicar a renúncia do herdeiro. É necessário listar a localidade dos bens, ecaso haja urgência deverá explicar ao juiz de acordo com o art. 1.143 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015). 1.4. Arrecadação dos bens Apos a abertura da sucessão, caso não seja nenhum herdeiros habilitado no processo de inventário para receber a herança, poderá de ofício, o juiz da comarca do domicílio do de cujus, por meio de uma portaria, e sem perda de tempo, promover a arrecadação de todos o patrimônio deixado pelo de cujus, nos termos da determinação do CPC, art. 1.142. Nesse momento inicia-se o período de jacência, assim, todo o patrimônio do falecido que for arrecadado ficará sob a tutela de um curador o qual será devidamente nomeado pelo juiz, com a atribuição de resguardar o patrimônio, até findar a jacência da herança, que poderá acontecer através da habilitação dos herdeiros, e também sentença que declara vacância dos bens. (BRASIL, 2015). Logo, o ato de arrecadar o patrimônio deixando pelo falecido é cautelar, considerandoa preservação dos bens. Nos dizeres de Venosa: “os bens são arrecadados para evitar uma dilapidação por terceiros oportunistas, em prol de futuros herdeiros a serem encontrados ou, em última análise, do Estado” (VENOSA, 2013, p. 147). Considerando a existência “de um tempo legalmente determinado para que coloque fim aos períodos da herança jacênte e da vacância do patrimônio do de cujus a que os institutos se destinam devem receber do Estado”, ou seja, cabe ao poder público tomar os devidos cuidados, haja visto que o Estado é o herdeiros final de todo o acervo patrimonial ao qual não se encontrou nenhum herdeiro. 8 1.5.Qualificação e Competência De acordo com o Código de Processo Civil mais precisamente art. 1.142, a arrecadação dos bens deixados pelo falecido que forma a herança jacente será de competência do juiz titular da comarca em que se encontrar o de cujus. Segundo o CPC, a competência da herança jacente, será da Justiça Estadual exclusivamente, mesmo que seja verificado a existência de interesses de entidades federais no processo de inventario do falecido. Caso exista várias comarcas, caberá ao juiz do domicilio do de cujus deprecar ao juiz responsável por cada lugar que venha interessar os herdeiros da herança, desse modo, deve proceder a fase de arrecadação de todo o patrimônio na sua jurisdição. E ainda, se verificado que o falecido não possuía domicilio certo, será competente a comarca estipulada pela prevenção, em outras palavras, será a do juiz que tiver iniciado a arrecadação dos bens primeiro (BRASIL, 2002). 1.6.Prazo para habilitação Após realizar a arrecadação dos bens deixados pela herança, e não sendo a herança reclamada, será considerando a lei processual e por parte do juiz expedido, por parte do juiz, assim para a habilitação será expedido edital para realizar a publicação em órgão oficial e também na imprensa local, desse modo os herdeiros terá o prazo de 06 (seis meses) a ser datados a partir da primeira publicação. Ademais, deverá essa publicação acontecer por três vezes, obedecendo o prazo de 30 (trinta) dias entre uma e outra. Tal hipótese está prevista no caput do art. 1.152 do CPC e também no art 1.820, do Código Civil, verbis: Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. (BRASIL, 2002). Art. 1.152 - Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será estampado três vezes, com intervalo de 30 (trinta) dias para cada um, no órgão oficial e na imprensa da comarca, para que venham a habilitar-se os sucessores do finado no prazo de 6 (seis) meses contados da primeira publicação. (destacamos). (BRASIL, 2015). 9 Entretanto, poderá o herdeiro necessário ou testamentário, pleitear ação sem prejuízo do edital, conforme determina o art. 1.152 e 1.820 dos códigos retrocitado, nesse sentido, após “decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante”. Isso significa que não havendo nenhum herdeiro para no prazo de 1 contado da primeira publicação para se habilitar, o juiz, transformará a herança jacente em vacante de acordo com a sentença declaratória, abrindo assim o prazo para futuras habilitações, podendo ser passado o domínio dos bens do de cujus para o Poder Público em caráter definitivo. Entretanto, pode ocorrer, a hipótese de, após findar o tempo de um ano da primeira publicação, restar em apreço em algum juízo alguma habilitação. Neste sentido, caberá de acordo com art. 1.157, Código de Processo Civil, para aquele: “pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma sentença que a julgar improcedente. Sendo diversas habilitações, aguardar- se-á o julgamento da última”. Logo, o juiz, considerando o princípio da economia processual, deverá declarar a improcedência da habilitação na mesma sentença se for o caso, assim como a vacância da herança do de cujus. 1.7. Obrigações do curador Como já mencionado, não sendo possível encontrar os herdeiros, será confiado o patrimônio deixado pelo falecido às mãos de alguém ao qual terá a incumbência resguardar os bens. Segundo o diploma civil essa pessoa é o curador, que ficará responsável pelo bens e com a guarda e administração do patrimônio até que se encontre um herdeiro. Assim, quando os herdeiros não são conhecido, o espólio ficará sob guarda de um administrador que é o curador. Desse modo, os bens ficarão com o curador até que se possa encontrar os herdeiros para realizar a partilha, enquanto perdura esse tempo à herança é considerada jacente. Entretanto, nos moldes da Código Civil caso a herança seja reclamada por um possível herdeiro, será ela disponibilizada a ele. De acordo com os ensinamentos de Wald: “os bens da herança ficam sobre a guarda de um curador, após ter recebido a comunicação do oficial de registro civil ou a requerimento do representante da fazenda pública ou o Ministério Público”, (WALD 2012, p. 88). 10 Nesse sentido, vejamos como trata o Código de Processo Civil Brasileiro sobre as obrigações do curador: Art. 1.144. Incumbe ao curador: I - representar a herança em juízo ou fora dele, com assistência do órgão do Ministério Público; II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes; III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança; IV - apresentar mensalmente ao juiz um balancete da receita e da despesa; V - prestar contas a final de sua gestão. Parágrafo único. Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 148 a 150. (BRASIL, 2015). Assim, o curador como se verifica no art. 1.144 do CPC tem a obrigação de representar a herança deixado, ou seja, de responder pelo espólio em juízo, da mesma forma, cabe a ele ainda promover a guarda dos bens, e realizar se necessário medidas para a conservação o patrimônio, ao qual deverá ao final de sua administração prestar contas de todas as receitas e despesas referente a herança. Desta forma, pode-se concluir que os poderes do curador são de administrar o patrimônio deixado pelo falecido até que apareça os herdeiros ou a herança torne-se vacante, não obstante, incumbe ainda ao curador promover cobranças e até alienar em hasta pública. No que tange as pessoas que poderão se candidatar a função de curador a lei é omissa, o juiz nomeará um curador que poderá ser qualquer pessoa, como amigo ou parente do de cujus, assim a lei não menciona sobre os requisitos para ser curador dos bens, o diploma civil menciona somente que poderá ser qualquer pessoa que tenha relação com o falecido, como um amigo ou vizinho e ainda parentes. 2. HERANÇA VACANTE Doutro lado temos a herança vacante, que segundo disposiçõesdo diploma civil de 2002, é aquela em que após ser chamado os herdeiros a suceder aos bens, estes a desprezam, renunciando. Como já mencionado alhures, a herança jacente não se confunde com a herança vacante, já que a primeira representa uma fase do procedimento que surge antes do procedimento que declara a herança vacante. 11 Conforme sapiência de Maria Helena Diniz: “Herança Vacante é quando o bem é devolvido à fazenda pública por se ter verificado não haver herdeiros que se habilitassem no período da jacência”. (DINIZ, 2014, p. 233). Outro conceito de herança vacante pode ser extraído da obra de Silvio Rodrigues: A herança é considera vacante quando ultrapassado o tempo prescrito em lei não aparecerem herdeiros sucessíveis. É de clareza solar o artigo 1820 do Código Civil de 2002 que assim assevera: Praticados as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. A vacância é, pois, quase sempre o estado definitivo da herança que foi jacente. (RODRIGUES, 2016, p. 421). Sublinha-se, ainda o que diz Rodrigues, “herança vacante é a que não foi disputada, com êxito, por qualquer herdeiro e que, judicialmente, foi proclamada de ninguém.” (RODRIGUES, 2016, p. 421). Em face de tais definições pode-se notar que a vacância representa da herança estado definitiva o que um dia foi jacente, já que a sentença após declarar uma herança como vaga coloca fim a duvida jurídica da jacência. Esses ensinamentos são transportados pelo doutrinador Carlos Roberto Gonçalves: A sentença que declara vaga a herança põe fim à imprecisão que caracteriza a situação de jacência, estabelecendo a certeza jurídica de que o patrimônio hereditário não tem titular até o momento da delação ao ente público. Concomitantemente, ao declarar vago o patrimônio hereditário, a sentença de vacância devolve-o ipso iure ao Poder Público. (GONÇALVES, 2012, p. 234). Similarmente, Maria Helena Diniz esclarece que: A sentença que declara a herança vacante transfere ao Poder Público a propriedade dos bens arrecadados; contudo, essa propriedade não será plena, mas resolúvel (CC, art. 1.359) , pois mesmo vaga a herança permanecerá algum tempo aguardando o aparecimento e a habilitação de herdeiro sucessível. (DINIZ, 2014, p. 521). Assim, serão declarados vacantes os bens da herança jacente se, depois de cumprir todas as diligências que a lei determina, não for possível identificar os herdeiros sucessíveis. No 12 entanto, não será feita essa declaração senão aguardar o prazo de um ano após a data da primeira publicação do edital que convocou as pessoas interessadas, isso se não houver herdeiro habilitado ou processo de habilitação em andamento. Desse modo, a herança jacente que esperava por um herdeiro conhecido move-se para o estado de vacante, em detrimento da falta de herdeiro sucessível, o qual seria posteriormente o titular dos bens deixados em herança. Consoante a habilitação do interessado, será declarada a vacância pela mesma sentença que a julgou improcedente. Considerando as varias habilitações, o julgamento da derradeira será aguardado, conforme preconiza artigo 1.157, parágrafo único do Código de Processo Civil, (BRASIL, 2015). Na hipótese de todas as pessoas que forem chamadas a suceder à herança vier a renunciar o patrimônio, será esta declarada vacante imediatamente declarada vacante, junto as consequências jurídicas homólogas, não existindo, na ocasião, a fase da jacência. A herança vacante é a que é devolvida ao poder público por não haver herdeiros que se habilitassem no período da jacência, sendo, quase sempre, o estado definitivo da herança que foi jacente. Ou melhor, é o resultado da jacência (TARTUCE, 2013, p. 393). Averbe-se, por carecido, que a entrega do patrimônio ao Estado na figura do Município ou ao Distrito Federal, se identificado em suas respectivas circunscrições, ou também à União, que poderá acontecer perfeitamente se os bens estiverem situados em Território Federal, assim, após ser declarada a vacância da herança, não tem a capacidade de integrar a herança definitivamente aos bens públicos, isso somente ocorrerá após decorrido o prazo de cinco anos, a datar do momento da abertura da sucessão. Nesse sentido, importante trazer a colação do entendimento jurisprudencial que abaliza as ponderações esquadrinhadas: Ementa: Civil. Vocação hereditária. Legitimidade de município para sucessão de bem vacante. I - A jurisprudência acolhe entendimento no sentido de que o Município tem legitimidade para a sucessão de bem jacente, cuja declaração de vacância deu-se na vigência da lei que alterou dispositivo que, retirando o Estado-Membro, substituiu-o na ordem hereditária. (Superior Tribunal de Justiça – Segunda Seção/ REsp 71.551/SP/ Relator Ministro Waldemar Zveiter/ Julgado em 11.03.1998/ Publicado no DJ em 09.11.1998, p. 6) (destaque nosso). 13 Por esse ângulo, instrui Orlando Gomes, em sua obra: “a declaração judicial da vacância defere a propriedade dos bens arrecadados ao ente público designado em lei, mas ainda não em caráter definitivo”. (GOMES, 2006, p. 12). Posto isto, a sentença que declarar a herança como vacante irá transferir ao Estado a propriedade de todos os dos bens arrecadados no procedimento. Gize-se que será resolúvel a propriedade transferida em conformidade com o código civil, art. 1.359: eis que “mesma vaga a herança permanecerá algum tempo aguardando o aparecimento e a habilitação do herdeiro sucessível” (BRASIL, 2002). 2.1. Efeitos da vacância Com relevância, a sentença que declarar a herança como vacante provocará resultados na órbita jurídica, como por exemplo, a descontinuação das obrigações e deveres de guarda, bem como a administração e conservação dos bens por parte do curador. Encontrando os bens em Território Federal, a devolução do patrimônio será para à União, já quando ao Distrito Federal e Municípios que são chamados de sucessores irregulares, serão destinados a estes se os bens do de cujus estiver alocado nas respectivas localizações, assim, a sentença irá conferir a estes a propriedade resolúvel, nos termos do Código Civil, artigo 1.822 do Código Civil. No entanto, os herdeiros terão a oportunidade reclamarem o patrimônio vago, no prazo de cinco (05) anos para promover em suas habilitações a ser contados a partir da abertura da sucessão, concluindo o qual os bens hereditários serão incorporados aos bens públicos de forma definitiva, assim não será permitido a nenhum herdeiro requere-lo em juízo. Esse tempo disponibilizado pelo ordenamento jurídico é o tempo de carência. De acordo com Diniz: “Antes de perfazer o quinquênio, contado da data do falecimento do de cujus, o cônjuge, ou companheiro, sobrevivente, os descendentes e ascendentes do finado, após o trânsito em julgado que declarou a vacância” (DINIZ, 2014, p. 444). De acordo com o Código Civil, art 1.821, será assegurado aos credores o direito de requerer o pagamento das dívidas identificadas, nas demarcações da herança, assim poderão se habilitar para o inventário, ou também através de uma ação de cobrança por meio de ajuizamento da ação ordinária. Dispõe ainda o art. 1822 da Lei Substantiva Civil que estarão excluídos 14 aqueles herdeiros colaterais da sucessão legítima, que não realizar sua habilitação até que seja declarada a vacância, transformando-se em renunciantes a herança. (BRASIL, 2002). Diante disso, estará precluso o direito dos herdeiros colaterais após a sentença que declara a vacância for proferida, durante o efeito preclusivo do direito sucessório das outras pessoas que figurarem como herdeiros da herança, isto e, o cônjuge, ou companheiro, o descendente ou ascendente, foi deferido teráo prazo de cinco anos. No que tange a contagem desse prazo a lei é clara, será contabilizado a partir da data da abertura da sucessão. Já aos parentes colaterais através da ação direta poderá reclamar seu direito, como espanca o artigo 1.824 da Lei Substantiva Civil. Considerando isso, como afiança Maria Helena Diniz para haver a exclusão do herdeiro colateral: “basta seu desinteresse em habilitar-se a decretação da vacância, passando a ser considerado como renunciante. Logo, pune-se o seu desinteresse, com a exclusão da herança”. (DINIZ, ANO, p. 532). Logo, a sentença que declarar a vacância da herança impõe ao poder público, que conquistou o domínio do patrimônio que foi arrecadado, a aplicar tais bens em fundações que são designadas para o desenvolvimento do ensino universitário, a qual terá como órgão de fiscalização o Ministério Público, como determina o Decreto-Lei 8.207/1945 em seu artigo 3º d. no entanto, sendo o bem considerado insuficiente para edificar tal fundação, o patrimônio deverá ser transformado em títulos da dívida pública. (BRASIL, 1945). Ademais, importa realçar que a vacância tem outro efeito que se trata do afastamento nos termos do paragrafo único do artigo 1822 do código civil a sucessão legítima dos herdeiros colaterais. Não obstante, o código civil garante ainda a preservação do direito dos credores em reclamar o pagamento das dívidas reconhecidas, de acordo com a herança, estes poderão se habilitar tanto no processo de inventário como na ação de cobrança como já mencionado. CONCLUSÃO Diante de todo o exposto, pode-se concluir que existem algumas pessoas que falecem e deixam patrimônio mas não é possível encontrar os herdeiros necessários ou testamentários. Considerando essa lacuna na legislação no que tange a sucessão de bens do de cujus, o 15 patrimônio transferido para o poder público, haja vista a continuidade dos bens do falecido, que de acordo com o exposto pode acontecer de haver herdeiros em locais desconhecidos. Assim, o presente trabalho cuidou de demonstrar sobre a herança jacente e a herança vacante, apontado os dois institutos e demonstrado a diferença de etapas que há entre eles. Logo, ficou constatado que a herança jacente é aquela em que uma pessoa vem a falecer deixando bens a inventariar, no entanto, não é possível encontrar os herdeiros estes que poderão ser herdeiros necessários ou testamentários, e ainda a hipótese em que o herdeiro renuncia sua herança, assim estaríamos diante da herança jacente. O ordenamento jurídico brasileiro deixa claro que a herança jacente acontecerá diante da morte de uma pessoa que não deixa testamento, parentes ou cônjuge conhecido. Portanto, a herança jacente é aquela em que abre a sucessão e não há nem testamento nem sequer o conhecimento do paradeiro dos herdeiros. Foi tratado ainda sobre a natureza jurídica da herança jacente, ao qual revelou-se que trata-se de um acervo do patrimônio que será administrado por um curador a partir da nomeação por um juiz de direito até que se encontre herdeiros ou seja declarada a vacância. Logo, refere-se a um conjunto de bens que se desconhece seus herdeiros, portanto, não há massa de personalidade jurídica. Mencionamos ainda que a herança vacante é aquela que ocorrerá após a herança jacente. Como regra do código civil, art. 1.823 a herança será declarada vacante quando todas as pessoas forma chamadas a suceder renunciam seu direito à herança. Ou seja, caso haja renuncia por parte dos herdeiros, não será necessário aguardar o prazo legal para que a herança jacente seja declarada efetivamente vacante. Assim, diante da análise sobre a herança jacente e a herança vacante, podemos concluir que esses institutos jurídicos do direito civil tem a intenção de atender ao objetivo principal do direito sucessório em promover a continuidade dos bens deixados pelo de cujus. Logo, ressalta-se a importância desses institutos para a transmissão dos bens deixados, por isso, é necessário que o patrimônio fique sob a tutela de um curador para que os bens não sejam deteriorados. Por fim, as hipóteses de jacência e vacância serão situações eventuais, ou seja, que não acontecem com rotina, somente serão caracterizadas se o autor da herança não deixar herdeiros e deixar bens a inventariar, mesmo assim, deverá cumprir o prazo para pleitear o pedido, nos termos da legislação vigente. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. 23ª edição. São Paulo: Saraiva, 2014. Volume 6. GOMES, Orlando. Sucessões. 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, v.7: direito das sucessões, 10ª ed, São Paulo: SARAIVA, 2016. ________. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em: 06.03.18. ____ Lei Nº. 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Institui o novo Código de Processo Civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 março. 2015. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 07.03.18. LÔBO, Paulo Luiz Netto. Programa de direito sucessões. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. NADER, Paulo. Curso de direito civil: direito das sucessões. Vol. 6. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. RODRIGUES. S. Direito Civil: Direito das Sucessões. 26ª edição, revisado e atualizado por Zeno Veloso. São Paulo: Saraiva, 2016. Volume 7. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Direito das Sucessões. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013, WALD, ARNOLD, Direito Civil: direito das sucessões, V. 6, 15ª Ed. Editora: Saraiva, ano: 2012. WAMBIER, LUIZ RODRIGUES, Curso Avançado De Processo Civil, V. 3, 10ª Ed. Editora: Revista Dos Tribunais, Ano: 2010. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://books.google.com.br/books/about/DIREITO_CIVIL_V_5_SUCESSOES.html?id=7sBwmwEACAAJ&redir_esc=y
Compartilhar