Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA DEPARTAMENTO DE PRÓTESE DENTÁRIA DISCIPLINA DE ODONTOLOGIA RESTAURADORA CLÍNICA I ANA MARIA DE ALMEIDA RAMOS ARTHUR SEGATTO LUBIANA CARLOS ALBERTO MATOS NETO ISABELA SILVEIRA TRANNIN MANUELLA SOUSSA BRAGA MATHEUS JORDÃO MACHADO RESINAS BULK-FILL VITÓRIA – ES 2019 ANA MARIA DE ALMEIDA RAMOS ARTHUR SEGATTO LUBIANA CARLOS ALBERTO MATOS NETO ISABELA SILVEIRA TRANNIN MANUELLA SOUSSA BRAGA MATHEUS JORDÃO MACHADO RESINAS BULK-FILL Trabalho apresentado à disciplina de Odontologia Restauradora Clínica I do curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo como requisito para avaliação teórica. VITÓRIA – ES 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS RESINAS RESINAS COMPOSTAS 3 RESINAS BULK-FILL 3.1 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS RESINAS BULK- FILL PRESENTES NO MERCADO 3.2 TENSÃO DE POLIMERIZAÇÃO 3.3 PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAÇÃO 3.4 TRANSLUCIDEZ 3.5 PROPRIEDADES MECÂNICAS 3.6 EVIDÊNCIAS CLÍNICAS 4 RELATO DE CASO 4.1 PROTOCOLO RESTAURADOR PARA SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR DIREITO – TÉCNICA BULK-FILL 4.2 PROTOCOLO RESTAURADOR PARA PRIMEIRO MOLAR INFERIOR ESQUERDO – TÉCNICA SANDUÍCHE 5 ESTUDOS DE CASO 5.1 ANÁLISE DE CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO, PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAÇÃO E FORMAÇÃO DE GAP EM RESINAS BULK-FILL 5.2 DEMONSTRAÇÃO DA TÉCNICA RESTAURADORA DE RESINA BULK- FILL EM MOLAR PERMANENTE 5.3 EFEITO DO MÉTODO DE POLIMERIZAÇÃO NA PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS BULK-FILL 6 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 1 INTRODUÇÃO Com a finalidade de atender as necessidades estéticas da atual odontologia restauradora, as resinas compostas têm sido amplamente utilizadas em restaurações diretas, substituindo o amálgama de prata. Tal fato se dá pela capacidade de assemelhar-se precisamente às características ópticas do dente, bem como possibilidade de aplicação clínica dada pela adesividade e à sua capacidade de adaptação aos tecidos dentais (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). Ainda assim, a utilização das resinas compostas apresenta desafios que interfere no desempenho clínico desse grupo de material, como o tempo clínico utilizado para a sua inserção, por exemplo. Tal característica, por sua vez, é influenciada pela técnica de inserção incremental utilizada no procedimento restaurador (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). A técnica incremental consiste na inserção da resina composta em pequenos incrementos e vem sendo avaliada como padrão ouro em estudos laboratoriais (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). Devido à limitada profundidade de polimerização da maioria dos compósitos convencionais e a alta contração de polimerização dos mesmos, é comum que tenha que se colocar sempre camadas muito finas de material (VAN ENDE, A. et al, 2017). Já a contração de polimerização é a principal desvantagem do uso de compósitos, pois cria tensões entre o dente e a restauração, levando a falhas na interface adesiva, microgaps e deflexão da cúspide. As tensões resultantes dessa contração podem se manifestar clinicamente como hipersensibilidade, pulpite, cáries secundárias e microfissuras de esmalte, reduzindo a longevidade das restaurações. (VASCONCELOS, R. et al, 2019). No esforço para reduzir o estresse de contração, foi indicado que as resinas compostas devem ser inseridas na cavidade em incrementos de 2 mm de espessura máxima (a técnica incremental). Por meio dessa técnica, um menor número de paredes é unido, diminuindo o fator de configuração da cavidade, conhecido como fator C. No entanto, o método de inserção incremental apresenta algumas desvantagens, como a possibilidade de incorporação de bolhas de ar, falhas na aderência e contaminação entre os incrementos, além de necessitar de maior tempo clínico para realização da restauração. (VASCONCELOS, R. et al, 2019). Existia uma tendência mundial na procura de uma alternativa mais prática, como amálgama, para o preenchimento mais rápido da cavidade, mas associado com a praticidade e vantagens estruturais e das propriedades das resinas. A respeito disso, a ideia de preencher a cavidade em massa tem vantagens: menor tempo de procedimento (consequentemente menor probabilidade de erros na técnica), evitando a incorporação e contaminação entre os incrementos de resina. Outras propriedades também são desejáveis como: auto-adesão (evitando uso de adesivos ou preparos cavitários com geometria específica), boa resistência a fratura e estabilidade dimensional, além da baixa contração de polimerização e alta profundidade de polimerização. (VAN ENDE, A. et al, 2017). Diante disso, com o intuito de resolver o problema da contração de polimerização e consequente técnica incremental, surgiram no mercado as resinas bulk-fill ou resinas de preenchimento único (CANEPPELE, T.M.F; BRESCIANE, E., 2016). Tal grupo possibilita a inserção do material na cavidade dental em incremento único, resultando na diminuição do tempo clínico do procedimento e, portanto, tornando-o mais confortável para o paciente e o profissional (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). 2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS RESINAS COMPOSTAS Estruturalmente, as resinas compostas são constituídas de uma matriz orgânica, matriz inorgânica e o agente de união silano. A matriz orgânica é composta por bisfenol glicidil metacrilato (Bis-GMA) ou poliuretano. Por esses compostos apresentarem uma alta viscosidade, foram adicionados monômeros que possuem baixa viscosidade, o trietilenoglicol dimetacrilado (TEGMA) e o etilenoglicol dimetacrilato (EDGMA), por serem mais flexíveis. A composição e a versatilidade da matriz orgânica têm influência na polimerização, no grau de conversão de monômeros em polímeros, na viscosidade do material e na absorção de água (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). A matriz inorgânica, por sua vez, é constituída por partículas de carga, que têm como principal objetivo ampliar a resistência do material e pode influenciar em diversas propriedades, tais como dureza, o nível de expansão térmica, a absorção de água, brilho, o módulo de elasticidade e a resistência à fratura. Além disso, a quantidade de partículas inorgânicas presente no material está intimamente relacionada à penetração da luz e, consequentemente, à profundidade de polimerização (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). As propriedades físico-químicas ideais das resinas compostas são alcançadas levando em consideração o seu grau de conversão, sendo este a quantidade de monômeros resinosos sensibilizados no processo de polimerização e convertidos em polímeros. Fatores como a distância entre o fotopolimerizador e o compósito resinoso, o tamanho do incremento de resina composta introduzido na cavidade e a opacidade da resina interferem nesse valor, resultando em uma porcentagem de, aproximadamente, 60% de conversão de monômeros em polímeros nesse material restaurador (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). 3 RESINAS BULK-FILL 3.1 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS RESINAS BULK- FILL PRESENTES NO MERCADO As resinas bulk-fill ou resinas de preenchimento único podem ser classificadas de acordo com a consistência em resinas de baixa viscosidade (flow) e de alta viscosidade. A primeira é indicada como material restaurador de base e necessita que um incremento de 2 mm de uma resina composta convencional seja adicionado sobre sua camada, pois apresenta uma menor dureza superficial por causa da menor quantidade de carga inorgânica observada em sua composição. Já as resinas de alta viscosidade podem ser inseridas unicamente, em toda a extensão da cavidade (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). Devido a suabaixa viscosidade, as resinas bulk-fill flow são mais utilizadas em cavidades menos acessíveis e profundas (mais que 4 mm), como cavidades classe I tratadas endodonticamente. No entanto, essas resinas possuem baixa resistência ao desgaste e são difíceis de serem esculpidas e, por isso, sempre devem ser recobertas por compósitos resinosos convencionais. A consistência menos viscosa também ajuda a manter um bom ponto de contato. (VAN ENDE, A. et al,2017; VASCONCELOS, R. et al, 2019). Já as resinas bulk-fill de alta viscosidade, chamadas de verdadeiras bulk- fill, permitem que toda a cavidade a ser restaurada seja preenchida por esse material sem precisar que uma camada de resina convencional a recubra. Geralmente são resinas mais viscosas e, portanto, possuem maior resistência ao desgaste e são esculpidas facilmente, sendo destinadas a cavidades mais largas (VAN ENDE, A. et al, 2017; VASCONCELOS, R. et al, 2019). Na composição química desses compósitos existem características semelhantes às das resinas compostas nanohíbridas e microhíbridas, incluindo monômeros como Bis-GMA, UDMA, TEGDMA e Bisfenol-A-etoxilato dimetacrilato (EBADMA) em sua matriz orgânica. Além disso, as partículas inorgânicas utilizadas para compor as resinas bulk-fill, as nanohíbridas e as microhíbridas também são semelhantes. (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). De forma geral, a principal propriedade que caracteriza esse tipo de material é o baixo grau de contração após a polimerização, o que possibilita a utilização destes materiais em camadas de 4 a 5 mm de espessura, deixando de lado características importantes como fator C e técnica incremental, sempre discutida na técnica de restauração com resinas convencionais (CANEPPELE, T.M.F; BRESCIANE, E., 2016). 3.2 TENSÃO DE POLIMERIZAÇÃO As resinas compostas bulk fill possuem moduladores de grupos químicos de polimerização e monômeros plastificantes em sua composição, os quais são capazes de reduzir a tensão causada pela contração de polimerização. (VASCONCELOS, R. et al, 2019).No caso das resinas Bulk Fill, a contração de polimerização é observada apenas na superfície oclusal da restauração. Nas resinas compostas convencionais, a contração de polimerização acontece tanto na superfície oclusal como no fundo da cavidade junto à camada híbrida (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). Enquanto o encolhimento volumétrico dos compósitos bulk-fill de alta viscosidade é comparável ao dos compósitos posteriores convencionais, com valores reportados em torno de 2%, o encolhimento dos compósitos fluidos Bulk-Fill tende a ser um pouco mais elevado, em torno de 3%. (MILETIC, V. et al, 2018). Apesar de uma infinidade de publicações a respeito da tensão de polimerização nas resinas bulk-fill, os resultados permanecem, em grande parte, contraditórios e inconclusivos. Uma das principais razões é que a tensão de contração não é uma propriedade do material, mas depende muito da conformidade e da configuração da cavidade, bem como do desenvolvimento das propriedades ao longo do tempo. A maioria dos estudos reporta menor tensão de contração com compósitos bulk-fill quando comparados a compósitos convencionais, mas as diferenças encontradas entre os compósitos fluidos e de alta viscosidade variam amplamente (MILETIC, V. et al, 2018). 3.3 PROFUNIDADE DE POLIMERIZAÇÃO Além da menor tensão de polimerização causada, a presença de fotoiniciadores potentes e a transparência desses compósitos permitem polimerização de profundidade eficiente. Assim, esses compósitos podem ser inseridos em cavidades dentárias em um único volume de até 4 a 5 mm de espessura ao invés da técnica incremental de 2 mm, reduzindo assim o tempo de trabalho clínico (VASCONCELOS, R. et al, 2019). Melhorar a polimerização profunda nas resinas é a chave para os compósitos bulk-fill. As ondas de luz azul, com um espectro específico, devem chegar no material resinoso em sua totalidade para ativar os fotoiniciadores e então iniciar a reação de polimerização que endurece e dá as propriedades mecânicas ao material. A maioria das resinas bulk-fill contém a canforoquinona como iniciador primário e uma amina terciária como co-iniciador, assim como as resinas convencionais. (VAN ENDE, A. et al, 2017). Também devem ser utilizados fotopolimerizadores de excelente qualidade, com potência mínima de 800 mW/cm², sendo o ideal que a potência atinja 1000 mW/cm², já que parte da luz se perde antes de atingir as camadas mais profundas (FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). A capacidade de fotopolimerização em profundidade na cavidade é diretamente proporcional a translucidez do material, uma vez que quanto mais translucido for o material, menos ele vai atenuar a luz que chega no material posicionado mais profundamente. A diminuição do número de partículas inorgânicas também aumenta a profundidade de polimerização, pois a penetração de luz está intimamente relacionada com a quantidade de partículas presentes Portanto, a grande maioria das resinas bulk-fill apresenta alta translucidez, o que também compromete as propriedades estéticas desse tipo de resina, o que é inevitável. (VAN ENDE, A., 2017; FERREIRA, A.B; NETO, E.F., 2017). Na literatura, há grandes variações na profundidade de polimerização medida de compósitos bulk-fill, o que pode ser facilmente explicado pelas diferenças na configuração. Além do fato de que a profundidade de polimerização não é apenas dependente do material restaurador, mas também da fonte de luz utilizada, dos parâmetros de irradiação e do momento das medições, não há consenso sobre como uma profundidade de polimerização aceitável deve ser estabelecida (MILETIC, V. et al, 2018). 3.4 TRANSLUCIDEZ Compósitos bulk fill são mais translúcidos que as resinas convencionais. Consequentemente, esse alto nível de translucidez pode ter uma influência negativa na aparência estética, uma vez que a inserção em um único incremento impede a estratificação. No entanto, geralmente, essa limitação não foi relevante, uma vez que as restaurações com bulk-fill são realizadas nos dentes posteriores e os resultados são esteticamente satisfatórios. (VASCONCELOS, R. et al, 2019). Além disso, as bulk-fill mais fluidas e translúcidas são mascaradas por sua camada de cobertura com a resina convencional. (MILETIC, V. et al, 2018). A translucidez dos compósitos bulk fill está relacionada à menor quantidade de material de matriz inorgânica. A redução na quantidade de carga afeta negativamente as propriedades mecânicas dos compósitos. Embora a transmissão de luz aprimorada melhore a possibilidade de inserir incrementos mais espessos, um alto nível de propriedades mecânicas aumenta a longevidade clínica das restaurações. Portanto, esses são fatores a serem considerados, principalmente nas restaurações realizadas em dentes posteriores. (VAN ENDE, A. et al, 2017) 3.5 PROPRIEDADES MECÂNICAS Quando um volume considerável de compósito é colocado em áreas de suporte de carga, são necessárias boas propriedades mecânicas. Estudos extensos têm sido realizados comparando a resistência à flexão de vários compósitos bulk-fill flow e de alta viscosidade. No geral, os compósitos com alto volume de carga e viscosidade apresentam melhores propriedades mecânicas, como resistência à flexão e tenacidade à fratura, do que as fluidas (MILETIC, V. et al, 2018). A estabilidade mecânica das restaurações realizadas com compósitos bulk-fill ainda é uma questão em aberto, uma vez que ainda não existem estudos clínicos de longo prazo disponíveis. Alguns pesquisadores observaram um aumento nas propriedades micromecânicas de compósitos bulk-fill quando comparados com resinas convencionais, provavelmente devido ao melhor conteúdo de preenchimento de materiais a granel. No entanto, outros pesquisadoes observaram que as propriedades mecânicas dos compósitos bulkfill foram muito menores quando comparadas com as resinas compostas convencionais, e destacaram a importância de adicionar uma última camada de cobertura com resina convencional para reduzir o desgaste da superfície da restauração. As resinas bulk-fill de base, por serem mais viscosas, tem propriedades mecânicas inferiores às resinas bulk-fill de alta viscosidade (VASCONCELOS, R. et al, 2019). Uma profundidade de polimerização aumentada só é relevante se acompanhada de propriedades mecânicas e físicas desejáveis para a área de estresse, que no caso das bulk-fill, são os dentes posteriores. Como as propriedades variam muito, o tamanho da cavidade, o tipo e a localização devem guiar a escolha do material para a restauração. (VAN ENDE, A. et al, 2017) 3.6 EVIDÊNCIAS CLÍNICAS Como os compósitos bulk-fill são uma classe bastante nova, não há estudos a longo prazo disponíveis no momento. Alguns resultados a médio prazo foram publicados e mostram que, em um período de até 5 anos, esses dois compósitos não apresentam desempenho significativamente diferente das restaurações convencionais de compósitos na área posterior de suporte de carga (MILETIC, V. et al, 2018). Ensaios clínicos mais controlados que se concentram exclusivamente em restaurações profundas e extensas são necessárias para elucidar se são realmente adequados para essas indicações. A evidência atualmente disponível claramente não é substancial o suficiente para tirar conclusões definitivas (MILETIC, V. et al, 2018). 4 RELATO DE CASO De acordo com um relato de caso publicado por VASCONCELOS, R. et al, em 2019, um homem de 25 anos de idade compareceu à clínica odontológica para exames de rotina, relatando a sensibilidade dentária enquanto ingeria alimentos frios e doces. No exame intraoral, possíveis lesões de cárie não cavitadas foram observadas. As lesões foram confirmadas através do exame radiográfico interproximal, que revelou grandes lesões em dentina no segundo pré-molar superior direito e no primeiro molar inferior esquerdo. Uma vez que as lesões de cárie estavam profundas em dentina, os autores optaram pela remoção do tecido cariado e direcionaram a restauração com resina bulk- fill. Figura 1. Aspectos clínicos e radiográficos iniciais de lesões cariosas no segundo pré-molar superior direito (O) e no primeiro molar inferior esquerdo (OM) (FONTE: VASCONCELOS, R. et al, 2019). 4.1 PROTOCOLO RESTAURADOR PARA SEGUNDO PRÉ-MOLAR SUPERIOR DIREITO – TÉCNICA BULK-FILL O acesso à lesão de cárie foi obtido com uma broca esférica diamantada em alta rotação. A remoção da lesão de cárie foi realizada com curetas de dentina e broca esférica em baixa rotação. Após a remoção da lesão, o esmalte foi condicionado com ácido fosfórico a 37%, por 30 segundos. Em seguida, o adesivo Single Bond Universal foi aplicado em esmalte e dentina e foi fotoativado por 10 segundos. Uma única porção da resina composta Filtek Bulk Fill (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA), cor A3, foi colocada e comprimida na cavidade dental. A superfície oclusal foi esculpida e depois polimerizada por 40 segundos. Após a polimerização final, o lençol de borracha foi removido e procedeu- se ao ajuste oclusal com broca diamantada. Na consulta posterior, o acabamento e o polimento foram realizados com brocas diamantadas e borrachas abrasivas. O aspecto final observado após uma semana de controle foi extremamente satisfatório. Figura 2. Etapas do procedimento restaurador: remoção do tecido cariado, condicionamento seletivo do esmalte, aplicação do sistema adesivo universal e inserção de resina em um único incremento (FONTE: VASCONCELOS, R. et al, 2019). Figura 3. Aspecto final da restauração (FONTE: VASCONCELOS, R. et al, 2019). 4.2 PROTOCOLO RESTAURADOR PARA PRIMEIRO MOLAR INFERIOR ESQUERDO – TÉCNICA SANDUICHE O acesso à lesão de cárie foi obtido através do sulco oclusal com uma broca diamantada esférica em alta rotação. A lesão de cárie foi removida com curetas de dentina e broca redonda em baixa rotação. Devido à fragilidade do esmalte, a crista marginal foi removida, resultando em uma cavidade Classe II. Após condicionamento seletivo do esmalte com ácido fosfórico a 37%, o sistema adesivo foi aplicado por 20 segundos e fotopolimerizado por 10 segundos. Uma matriz metálica parcial biconvexa foi inserida e estabilizada com calço elástico, e um anel de metal foi colocado para melhorar a adaptação da matriz ao dente. Para restaurar essa cavidade, foi utilizada a técnica “Sandwich”. Uma única porção da resina composta A3 Tetric N-Ceram Bulk fill (Ivoclar-Vivadent, Schaan, Liechtenstein) foi inserida na cavidade, mantendo um espaço livre de aproximadamente 2 mm para a camada de resina de esmalte e polimerizada por 10 segundos. Em seguida, foi inserido um incremento de resina composta A3 convencional da Empress Direct (Ivoclar-Vivadent, Barueri, SP, Brasil) na cavidade dental remanescente. As características anatômicas da superfície oclusal foram restabelecidas com uma espátula metálica e uma escova, seguida de polimerização leve por 20 segundos. Após a polimerização final, o lençol de borracha foi removido e o ajuste oclusal foi realizado com uma broca diamantada 3118 FF. Na consulta posterior, o acabamento e o polimento foram realizados com brocas diamantadas e borrachas abrasivas. O aspecto final observado após uma semana de controle foi extremamente satisfatório. Figura 4. Preparação de classe II após remoção de tecido cariado e aplicação de uma camada de revestimento com resina composta (FONTE: VASCONCELOS, R. et al, 2019). Figura 5. Aspecto final da restauração após acabamento e polimento (FONTE: VASCONCELOS, R. et al, 2019). 5 ESTUDOS DE CASO 5.1 ANÁLISE DE CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO, PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAÇÃO E FORMAÇÃO DE GAP EM RESINAS BULK-FILL As resinas bulk-fill de alta viscosidade (Tetric EvoCeram Bulk Fill e SonicFill): demonstraram contração de polimerização e formação de gap similares a resinas convencionais. Já as resinas bulk-fill flow (x-tra base e Venus Bulk Fill): demonstraram maior contração de polimerização e formação de gaps maiores que as resinas convencionais. Um único compósito bulk-fill (SDR) teve melhor desempenho que as resinas convencionais, com maior profundidade de polimerização, menor formação de gaps, mas contração de polimerização maior. 5.2 DEMONSTRAÇÃO DA TÉCNICA RESTAURADORA DE RESINA BULK- FILL EM MOLAR PERMANENTE Carlos 5.3 EFEITO DO MÉTODO DE POLIMERIZAÇÃO NA PROFUNDIDADE DE POLIMERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS BULK-FILL Carlos 6 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 1) ALENCAR, W.R.M. et al. Resina Bulk Fill: demonstração da técnica restauradora em molar permanente. J Odonto FACIT, Araguaína, v.2, n.2, p.20, 2015 2) BENETTI, A.P. et al. Bulk-fill Resin Composites: Polymerization Contraction, Depth of Cure and Gap Formation. Operative Dentistry, Copenhagen, Dinamarca, v.40, n.2, p.190-200, 2015 3) CANEPPELE, T.M.F., BRESCIANI, E. Resinas bulk-fill – o estado da arte. Revista da Associação Paulista de Cirurgia Dentária, São José dos Campos, v.70, n.3, p.242-248, 2016 4) CATALÃO, F. et al. Efeito do método de polimerização na profundidade de polimerização de compósitos bulk-fill. Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Bucomaxilofacial, Lisboa, v.54, n.51, p.51-59, 2013 5) FERREIRA, A.B., NETO, E.F.S. Utilização das Resinas Compostas Bulk Fill: uma revisão de literatura. 2017. 21 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade Integrada de Pernambuco, Recife, 2017 6) MILETIC, V. Dental Composite Materials for Direct Restorations. 1ª Edição, Belgrado: Springer, 2018 7) VAN ENDE, A et al. Bulk-Fill Composites: A Review of the Current Literature. Journal ofAdhesive Dentistry, Leuven, Leuven, v.19, n.2, p.95-109, 2017. 8) VASCONCELOS, R. et al. Bulk-Fill Composite Restorations Step-by-Step Description of Clinical Restorative Techniques Case Reports. International Journal of Dental Science, v.21, n.2, p.23-31, 2019
Compartilhar