Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESCOLA DE NEGÓCIOS CURSO DE TGP PROF. PAULO DANELON PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO PÚBLICO 1. INTRODUÇÃO Uma das características mais marcantes da economia do século XX é o crescimento das despesas públicas. No Brasil, o crescimento acelerado das despesas públicas teve início a partir do término da Segunda Guerra Mundial. 1. INTRODUÇÃO As despesas governamentais apenas dobraram entre 1907 e 1943. A participação das despesas públicas no Produto Interno Bruto (PIB) em 1947 foi de 17% e, em 1969, de 25%. No decorrer da década de 70, houve uma redução da carga bruta em relação ao PIB: 24% (1970), 23,9% (1975) e 21,9% (1980). 1. INTRODUÇÃO No decorrer da década de 1980 e primeiros anos da década de 1990, a carga tributária global no Brasil girou em torno de 24% a 26% do PIB. Em 1994, o Plano Real conseguiu estabilizar os preços no Brasil. No entanto, várias crises internacionais atingiram o País (Japonesa, Asiática e Russa) no final da década de 90 gerando os seguintes óbices: 1. INTRODUÇÃO - aumento da taxa básica de juros; - aumento do endividamento; - superávits primários insuficientes para atender os encargos do refinanciamento da dívida; - déficits nominais sistemáticos em razão do grande volume de vinculações de receitas e despesas obrigatórias: pessoal, previdência e transferências legais a Estados e Municípios 1. INTRODUÇÃO O melhor de todos os planos financeiros é gastar pouco, e o melhor de todos os impostos é o que for o menor possível. As três funções econômicas do Estado são: ALOCATIVA , DISTRIBUTIVA E ESTABILIZADORA. 1. INTRODUÇÃO De acordo com o parágrafo quinto, do artigo 165, da Constituição Federal de 1988, a lei orçamentária anual compreenderá: ORÇAMENTO FISCAL, ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO E ORÇAMENTO DE SEGURIDADE SOCIAL. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Razões do crescimento da despesa pública O Bird aponta três causas determinantes para o aumento das despesas públicas com base em Wagner: - o crescimento das funções administrativas e de segurança; - as crescentes demandas por maior bem-estar social, especialmente educação e saúde; - a maior intervenção direta e indireta do governo no processo produtivo. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Razões do crescimento da despesa pública O atual grau de controle exercido pelo governo sobre a economia é realizado por intermédio dos seguintes canais institucionais: sistema fiscal, banco central, os bancos comerciais e de desenvolvimento (federais e estaduais), as autarquias, as empresas produtoras de bens e serviços (federais e estaduais) e o sistema de controle de preços. 2. DESENVOLVIMENTO 2.2 A evolução do orçamento público no Brasil A Constituição de 1988 assinalou que os planos plurianuais deverão orientar a elaboração da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e a lei orçamentária anual (LOA), bem como a apresentação de emendas por parte dos legisladores. 2. DESENVOLVIMENTO 2.3 Classificações da despesa de acordo com a norma geral: institucional, funcional, por programas e segundo a natureza 2.3.1 Institucional Finalidade: evidenciar as unidades administrativas responsáveis pela execução da despesa: os órgãos orçamentários que gastam recursos de conformidade com a programação orçamentária. 2. DESENVOLVIMENTO 2.3.2 Funcional Vigorou até o exercício de 1999 para a União, Distrito Federal e Estados e até 2001 para os municípios. A sua finalidade principal era fornecer as bases para a apresentação de dados e estatísticas sobre os gastos públicos nos principais segmentos em que atuam as organizações. A partir de 2002, retornou -se à classificação por funções e subfunções separada da classificação por programas. 2. DESENVOLVIMENTO 2.3.3 Por programas 2.3.3.1 Antecedentes: classificação funcional-programática As categorias da classificação funcional- programática são cinco: função, programa, subprograma, projeto e atividade. 2. DESENVOLVIMENTO O programa, ao evidenciar os objetivos a serem atingidos com a execução do orçamento, é a categoria mais importante. As funções são constituídas pela divisão, em grandes linhas, das áreas de educação do governo. Os subprogramas são partes dos programas; representam objetivos parciais buscados pelo governo por meio do orçamento. 2. DESENVOLVIMENTO Os projetos e as atividades são os instrumentos que, no nível de programação, viabilizam operacionalmente a consecução dos objetivos dos programas. Projeto é um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre para a expansão ou aperfeiçoamento da ação do governo. 2. DESENVOLVIMENTO Atividade é um instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, necessárias à manutenção da ação do governo. OBS: A CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL- PROGRAMÁTICA VIGOROU NOS ORÇAMENTOS FEDERAL E ESTADUAL ATÉ O EXERCÍCIO DE 1999 E NOS ORÇAMENTOS MUNICIPAIS ATÉ O EXERCÍCIO DE 2001. 2. DESENVOLVIMENTO Operações Especiais são as despesas que não contribuem para a manutenção das ações do governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. 2. DESENVOLVIMENTO 2.3.4 Classificação segundo a natureza A classificação da despesa orçamentária segundo a natureza está assim organizada: - categorias econômicas; - grupos; - modalidades de aplicação; e - elementos. 2. DESENVOLVIMENTO 2.3.4.1 Categorias econômicas Procura indicar os efeitos que o gasto público tem sobre toda a economia. Ela é constituída por duas categorias: - Despesas correntes; e - Despesas de Capital. 2. DESENVOLVIMENTO 2.3.4.1 Categorias econômicas São classificadas como Despesas Correntes as destinadas à produção de bens e serviços correntes. Na definição da Lei nr 4.320/64, compreendem as: - dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis; e as - dotações para despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público e privado. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1.4.1 Categorias econômicas Categorias econômicas Grupos 3. Despesas Correntes 1. Pessoal e Encargos Sociais 2. Juros e Encargos da Dívida 3. Outras Despesas Correntes 4. Despesas de Capital 4. Investimentos 5. Inversões Financeiras 6. Amortização da Dívida 2. DESENVOLVIMENTO 2.4 Lei de Responsabilidade Fiscal A LRF é um código de conduta para os administradores públicos que passam a obedecer normas e limites para administrar as finanças, prestando contas de quanto e como gastam os recursos da sociedade. É um conjunto de normas para que a União, os Estados e os Municípios administrem com prudência suas receitas e despesas, e evitem desequilíbrios orçamentários e o endividamento excessivo 2. DESENVOLVIMENTO Objetivo : estabelecer o regime de gestão fiscal responsável para as três esferas de governo e para cada um dos seus Poderes. Gestão Fiscal é a administração financeira e patrimonial exercida pelo Poder Público, que envolve ação tributária, financeira e orçamentária. 2. INTRODUÇÃO O que é Gestão Fiscal Responsável? Aquela em que só se gasta o que se arrecada. Além disso, esse gasto deve estar voltado para o atendimento das necessidades definidas de acordo com as prioridades estabelecidas em conjunto com a sociedade. 2. DESENVOLVIMENTO Pilares da LRF : Planejamento, Transparência, Controle e Responsabilidade Planejamento: definir objetivos e traçar caminhos que possibilitem o equilíbrio das finanças públicas, sinalizando riscos e corrigindo desvios constituem a chamada ação planejada. Planejar para bem gastar.A LRF visa o equilíbrio das finanças públicas, isto é, que as despesas sejam compatíveis com a receita arrecadada. 2. DESENVOLVIMENTO Pilares da LRF : Planejamento, Transparência, Controle e Responsabilidade Transparência da Gestão Fiscal: é a maneira pela qual os gestores públicos utilizam instrumentos que permitam a publicidade e o entendimento do conteúdo dos atos da administração relativos à arrecadação e aos gastos. 2. DESENVOLVIMENTO Pilares da LRF : Planejamento, Transparência, Controle e Responsabilidade Controle: As normas devem ser cumpridas para que sejam atingidas as metas previstas e, consequentemente, atendido o interesse público. Os sistemas de controle externo e interno devem verificar e fiscalizar a atividade administrativa sob os mais variados aspectos. 2. DESENVOLVIMENTO Pilares da LRF : Planejamento, Transparência, Controle e Responsabilidade Responsabilidade: O gestor público deve cumprir a lei. A LRF prevê sanções institucionais em seu próprio texto e sujeita os responsáveis a sanções de outros diplomas legais. 2. DESENVOLVIMENTO Capítulos da LRF : DA DESPESA PÚBLICA: A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. 2. DESENVOLVIMENTO Capítulos da LRF : DA DESPESA PÚBLICA - GASTOS COM PESSOAL Se o governante verificar que ultrapassou os limites para despesa de pessoal, deverá tomar providências para se enquadrar, no prazo de oito meses. Mas, se depois disso, continuarem a existir excessos, ele sofrerá penalidades. 2. DESENVOLVIMENTO Capítulos da LRF : ÚLTIMO ANO DE MANDATO : A Lei de Responsabilidade Fiscal contém restrições adicionais para controle das contas públicas em an os de eleição, com destaque para o seguinte: -fica impedida a contratação de operações de cré dito por antecipação de receita orçamentária (ARO); - é proibido ao governante contrair despesa que não possa ser paga no mesmo ano. A despesa só pode ser transferida para o ano seguinte se houver disponibi lidade de caixa; e - é proibida qualquer ação que provoque aumento da despesa de pessoal nos Poderes Legislativo e Execut ivo nos 180 dias anteriores ao final da legislatura ou mand ato dos chefes do Poder Executivo. 3.CONCLUSÃO Capítulos da LRF : O que acontecerá se as regras não forem respeitadas? Há dois tipos de sanções: - as institucionais, previstas na própria LRF; e - as pessoais, previstas na lei ordinária que trata de Crimes de Responsabilidade Fiscal. REFERÊNCIAS GIACOMONI, James. Orçamento Público. 13 ed. São Paulo: Atlas, 2010. _____. Orçamento Público. 17 ed. São Paulo: Atlas, 2017.
Compartilhar