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Administração e Rotinas Financeiras Prof. Ma. Juliana Hernandez Correia PALAVRA DA PROFESSORA AUTORA Caro estudante, Já estamos na metade da nossa jornada no curso de Microempreendedor Individual do Programa Novos Caminhos do Instituto Federal Goiano – Campus Morrinhos com o componente curricular Administração e Rotinas Financeiras. Essa disciplina será ofertada na plataforma Moodle e possui carga horária de 20 horas. É de suma importância a empresa possuir uma administração e rotinas para controlar melhor o seu funcionamento. São processos que viabilizam as atividades, facilitando as tomadas de decisão da empresa. Mas não pense que Administração e Rotinas Financeiras são somente para o ambiente empresarial! Este material lhe auxiliará, também, a promover melhor capacidade de operar no aspecto financeiro o seu dia a dia. No decorrer das aulas, além do estudo deste material, você será direcionado a assistir videoaulas expositivas, a interagir em chats e fóruns de discussões e a realizar atividades individuais e/ou em grupo. Espero, ao final do processo de aprendizagem da disciplina, que você a barreira entre você a Matemática seja diminuída, compreendendo que ela pode ser uma grande oportunidade para você aprender a investir e a financiar de modo correto, tendo conhecimento sobre tributos e de como você calculará o preço final do seu produto para ter o lucro esperado. Toda a equipe de professores e tutores caminhará com você nesta jornada. Portanto, dedique-se! Reserve tempo, material e espaço apropriado para a sua formação. Qualquer dúvida, sugestão ou crítica, não hesite em nos procurar, estaremos à disposição para melhor atendê-lo. Então, vamos em frente! Prof. Ma. Juliana Hernandez Correia Professora Autora ROTEIRO 1) PLANEJAMENTO FINANCEIRO 2) INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 3) NOÇÕES DE BALANÇO PATRIMONIAL, CONTAS DE RESULTADO E TRIBUTOS 4) PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO 4.1. ORÇAMENTO PREVISTO E ORÇAMENTO REALIZADO 5) APLICAÇÕES FINANCEIRAS 6) VERIFICAÇÃO E CONCILIAÇÃO DE CONTAS 7) FLUXO DE CAIXA - CAIXA - FLUXO DE CAIXA PREVISTO - FLUXO DE CAIXA REALIZADO - CONTAS A PAGAR - CONTAS A RECEBER 8) TÍTULOS DE CRÉDITO 8.1 QUALIDADE NO CRÉDITO E COBRANÇA 9) NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 1. PLANEJAMENTO FINANCEIRO Como mencionado nas aulas anteriores, é essencial a empresa planejar as ações que irá tomar e o planejamento financeiro é um dos pontos mais importantes para que a empresa se desenvolva e tenha a estabilidade desejada. Para se fazer um planejamento financeiro é preciso, primeiramente, separar as contas pessoais das contas da empresa, pois serão dois controles independentes. E com essa desassociação fica definido exatamente o que está entrando e o que está saindo da empresa, mostrando realmente o valor do seu faturamento. Dessa forma, o empreendedor sabe o que deve ser implementado ou modificado para alcançar o retorno esperado e aumentar a lucratividade. Um outro fator importante seria a utilização de um sistema informatizado para facilitar o controle dos processos de forma mais efetiva. Um software de gestão capaz de lançar os dados básicos e essenciais para obter as informações de valor das receitas e das despesas da produção, por exemplo, aumentaria os recursos e economizaria o tempo do gestor. Esse software pode ser, inclusive, uma planilha de excel. O importante é alimentá-la com as informações para controle. Possuir algumas habilidades como: consistência, disciplina e organização também é de suma relevância para o empreendedor no planejamento financeiro, já que preencher planilhas e mantê-las atualizadas promove visualizar as contas reais da empresa e, a partir disso, promover ações estratégicas para um investimento mais certeiro. No final de cada mês, quando todas as despesas forem pagas, o empreendedor deve transformar o que restou do caixa em capital de giro. Ou seja, ele deve possuir uma “reserva” de dinheiro para manter-se competitivo no mercado. Tendo capital, a empresa consegue obter vantagens como: - Se sustentar mesmo oferecendo prazos maiores de pagamento para que os clientes possam adquirir seus produtos ou serviços; - Negociar descontos com os fornecedores por meio de pagamento antecipado; - Possuir dinheiro extra para qualquer emergência, não necessitando de empréstimo do banco. Essas ferramentas e planos estratégicos colaboram para que a empresa tenha sucesso financeiro. O empreendedor deve conhecer os conceitos e ferramentas básicas da área financeira para conseguir gerenciar, portanto, o fluxo de caixa, o estoque, a produção, reduzir os custos, fazer demonstrativos financeiros e investir em ativos e títulos, por exemplo. Ao longo dessa disciplina, discutiremos os principais elementos que o gestor deve conhecer e utilizar para o melhor planejamento financeiro de sua empresa. Para conhecer melhor as características, ferramentas e empregabilidade do Planejamento Financeiro, sugiro que você faça uma leitura aprofundada da apostila do Professor Francisco Rodrigues dos Santos disponibilizada gratuitamente pela Rede E-Tec em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso. Segue o link http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1546 http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1546 2. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Instituições Financeiras intermediam a relação entre capitais financeiros dos clientes e o mercado financeiro. Elas foram criadas com o objetivo de realizar algum investimento, empréstimos, financiamento, entre outros serviços. Cada instituição financeira possui suas próprias regras, com riscos, custos, taxas e prazos diferentes. O empreendedor tem que estudar para identificar qual das instituições oferece o melhor benefício tanto para o seu tipo de perfil quanto para a quantidade de recursos que a sua empresa possui e/ou precisa. As instituições são reguladas (com normas e critérios de atuação) pelas Agências Reguladoras ou Supervisoras para incentivar a concorrência e evitar que elas se unam e promovam excesso ou falta de moeda no mercado ou que gere especulação sobre o valor da moeda no futuro, por exemplo. Em termos gerais, existem três principais tipos de instituições financeiras: a) Instituições depositárias Essas a gente conhece bem! São aquelas que aceitam receber depósitos do nosso dinheiro e também fazem empréstimos (cobrando uma taxa de juros, como no caso de cheque especial e parcelamento de cartão de crédito). São bancos, sociedades de construção, cooperativas de créditos e empresas de empréstimo hipotecário. Dica da Professora Se você estiver planejando solicitar um empréstimo a algum banco, antes, faça uma pesquisa sobre os juros praticados. O site do Banco Central disponibiliza uma lista atualizada desses juros, acrescidos de encargos fiscais e operacionais, pelos diferentes tipos de crédito ofertados. Segue o link https://www.bcb.gov.br/estatisticas/txjuros b) Instituições contratuais São aquelas instituições especializadas em contratos que, se algo ocorrer, você poderá ser ressarcido, a exemplo de companhias de seguros e fundos de pensões. c) Instituições de investimento São as instituições especializada em alocação de ativos, ou seja, analisam o mercado para você e oferecem oportunidades para você fazer seu investimento (a exemplo de ações e títulos de renda fixa). São os bancos de investimentos e corretoras. https://www.bcb.gov.br/estatisticas/txjuros 3. NOÇÕES DE BALANÇO PATRIMONIAL, CONTA DE RESULTADO E TRIBUTOS É importante ao gestor conhecer o aspecto financeiro de sua empresa, ter controle sobre saídas de caixa, valor pago em insumos para produção, valor de incidência de tributos, conhecer o valor de bens que estão estocados (e o custo para estocá-los) paradefinir preços, estimular promoções ou eventos, entre outros e ser capaz de definir o lucro que se espera da empresa naquele determinado período. Sabendo que o lucro é calculado sendo a diferença entre as receitas (todo o dinheiro arrecadado) e os custos e despesas (todo o dinheiro gasto para se alcançar a venda, a exemplo de aluguel de espaço físico, compra de insumos, pagamentos de funcionários e tributos), a Ciência Contábil utiliza de ferramentas para controlar o patrimônio e apurar o resultado da empresa. São as Contas Patrimoniais, representadas pelo Balanço Patrimonial e as Contas de Resultado. a) Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é a demonstração contábil formada depois de registrar todas as movimentações financeiras de uma empresa em determinado período. Nele contém as contas que são classificadas de acordo com os elementos do patrimônio e agrupadas com a finalidade de facilitar a leitura e a análise da situação financeira naquela data, informando, portanto, os bens, os direitos e as obrigações da empresa. Então, com o balanço patrimonial é possível realizar o estudo para saber se vale a pena ou não fornecer ou comprar produtos e investir na empresa, por exemplo. O Balanço Patrimonial é representado por uma estrutura em formato de "T", em que seu lado esquerdo reproduz as aplicações da empresa, que estão os ativos e o seu lado direito caracteriza as origens da empresa, que estão os passivos e o patrimônio líquido. O ativo corresponde ao conjunto de bens e direitos, capazes de gerar benefícios econômicos futuros originados de eventos ocorridos. O passivo é representado pelas obrigações presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos. E o patrimônio líquido é composto pelo capital próprio (capital dos sócios), que é o resultado do interesse nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. O balanço patrimonial deve estar em equilíbrio: a soma de todos os valores dos ativos deve corresponder à soma dos passivos com o patrimônio líquido. Os ativos têm como exemplos: caixa, dinheiro guardado em bancos, estoque e investimentos. Já os passivos são: fornecedores a pagar, financiamentos a pagar e impostos. E o patrimônio líquido é composto por: reserva legal, capital social. b) Conta de Resultado A empresa realiza no seu dia a dia inúmeras operações de compras e vendas, ações de pagamentos e recebimentos. É preciso registrar todas essas movimentações como forma de controle, organização e análise. A conta de resultado é a conta final da empresa em determinada data, apresentando o seu lucro ou o seu prejuízo a partir da contabilização das receitas e das despesas e é representada pela Demonstração dos Resultados do Exercício – DRE. A receita é o direito da empresa de receber um determinado valor, seja no presente ou no momento futuro, como por exemplo a venda de seus produtos ou a prestação de serviços. Já a despesa é a obrigação que a empresa tem de efetuar pagamentos, seja também no presente ou futuro. Exemplos: operações de compra de bens e serviços, pagamento do salário aos funcionários. O que costuma acontecer, primeiramente, é a realização da despesa ao comprar mercadorias e matérias primas, e posteriormente ter a receita, com a venda do produto ao cliente final. Portanto, é necessário que a receita seja maior do que a despesa para que a empresa tenha lucro no final do período analisado. Obs.: Lembre-se, que sua empresa, inscrita no Simples Nacional, tem como custos a serem apurados os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP). Todos eles são recolhidos mensalmente em um documento único denominado DAS. Por isso, para cálculo de conta de resultado não se faz necessário calcular “Resultado Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido”. TRIBUTO Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966): Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Isso quer dizer que a gente é obrigado a pagar tributo sempre que ocorrer o fato gerador que dê causa para o pagamento e isso não é uma punição, serve apenas para a manutenção e desenvolvimento do Estado, subsidiando as suas funções. Tributo é o termo genérico, que é dividido* em: - Imposto, em que o valor retido não tem destinação específica. Ele vai para o bolo, que posteriormente será dividido para financiar a estrutura do Estado e seus, como educação, saúde e segurança. Ou seja, se você possui um veículo, é obrigado por lei a pagar o IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, mas não significa que o dinheiro será investido em obras de infraestrutura asfáltica. - Taxas, que se paga quando existe uma contraprestação do serviço público, como Taxa de Recolhimento de Lixo. - Contribuições de Melhoria, é o tributo pago quando o contribuinte possui um benefício em função de alguma intervenção do Estado. Por exemplo: quando se cria uma praça perto da sua casa, valorizando o seu imóvel. * Para a elaboração da apostila, foi adotada a divisão tripartite do tributo, seguindo sua legislação originária, porém, outros tributos já foram apresentados pela Constituição Federal de 1988, a exemplo de: empréstimos compulsórios, contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas. 4. PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO Quando você vai viajar, primeiro você pensa em quem irá com você, qual é o lugar, qual dia será realizada a viagem, sua duração, a hospedagem, o meio de transporte para o deslocamento, quais serão as roupas que você utilizará, quanto de dinheiro você irá gastar e quanto tempo levará para juntar esse dinheiro, entre outras coisas. Isso é planejamento! Para a empresa, o Planejamento Orçamentário estabelece metas financeiras e traça o que precisa ser feito para alcançá-las, executá-las e controlá-las a partir de um determinado montante financeiro. É, portanto, a medida quantitativa de programação das atividades empresariais. Não se esqueça que um bom Planejamento Orçamentário é realizado por diversas pessoas da administração da empresa, possui metas realistas (que podem ser alteradas ao longo da execução), seu detalhamento é baseado nos critérios de relevância, pode ser iniciado a partir de um levantamento orçamentário de histórico de anos anteriores, ou iniciado do zero e, por fim, ele deve se basear em diferentes tipos de cenários possíveis, desde um pessimista, sugerindo, por exemplo, uma nova onda de Coronavírus, até um otimista, quando se tem incentivos para crescimento. Fonte: Handit Repito: é fundamental que haja um trabalho em equipe para colocá-lo em prática, necessidade constante de verificação se a execução está de acordo com o planejado. http://www.handit.com.br/blog/melhores-praticas-de-planejamento-orcamentario-em-tempos-de-crise/ De maneira geral, o Planejamento Orçamentário é composto por: Planejamento de Vendas; Projeção de Deduções de Vendas; Orçamento de Custos de Produção; Orçamento de Gastos com Pessoal; Orçamento de Despesas Operacionais e Orçamento de Investimentos. A partir desses dados, pode-se fazer uma projeção de contas patrimoniais e contas de resultados. 4.1. ORÇAMENTO PREVISTO E ORÇAMENTO REALIZADO Agora que você sabe da importância do planejamento orçamentário, vamos falar sobre a relação entre aquilo que se planejou e o que aconteceu de verdade. É fato que uma boa gestão financeira da empresa está associadaà capacidade de encabeçar estratégias para interferir nas ações que vêm sendo realizadas, ajustando- as ao exigido no planejamento inicial, ou até mesmo, de revisar o planejamento, dado a alguma mudança de cenário externo que comprometa ou facilite o alcance das metas ou até mesmo mudanças culturais da empresa. Se em sua comparação, o desvio for positivo, representando um ganho além do esperado, significa possíveis oportunidades de novos investimentos. Para isso, é necessário que se faça frequentemente uma análise comparativa entre o que foi previsto e o que foi realizado, mantendo alinhado os objetivos estratégicos do planejamento. A maneira mais simples de fazê-la é criando uma coluna extra em sua planilha de controle, ou até mesmo na sua DRE. Se você quiser aprofundar seu estudo em Orçamento Empresarial, sugiro que leia a apostila do professor Homero Pampolini Junior, elaborada em 2012 e disponibilizada gratuitamente pela Rede E-Tec em parceria com o Instituto Federal do Paraná: http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1335 http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1335 5. APLICAÇÕES FINANCEIRAS Aplicações Financeiras fazem parte do conjunto das operações financeiras e têm como objetivo obter recursos adicionais. Isso ocorre quando o fluxo de caixa da empresa é positivo, ou seja, tem dinheiro extra no caixa e a empresa decide comprar um ativo financeiro ou título oferecido por uma instituição na expectativa do retorno ser ainda maior depois de determinado tempo. Espera-se captar além da valorização do dinheiro investido, um título de juros ou dividendos. Existem muitas opções de aplicações financeiras, com variações no tipo de rendimento, data de vencimento, liquidez e risco. Elas podem ser mais seguras, mas com uma rentabilidade menor, indicadas especialmente aos empreendedores com perfil conservador, ou podem ser mais arriscadas, porém oferecendo, possivelmente, uma rentabilidade maior, indicadas aqueles mais liberais. As aplicações financeiras mais usuais são: poupança, CDB e ações. a) Poupança A poupança é o exemplo de aplicação financeira com um risco pequeno e a rentabilidade mínima*, já que se sabe a taxa aplicada sobre o valor inicial que promoverá ganhos após o aniversário (sempre contado mensalmente após a data da aplicação). A vantagem da poupança é a sua liquidez. * No dia em que a apostila foi escrita, a taxa SELIC - taxa de juros básicos da economia, que é uma ferramenta que controla a inflação, estava em 2,2% ao ano. Investimentos na poupança realizados após maio de 2012, possuem rendimento de 70% da taxa SELIC mais uma taxa referencial, que há anos é zero. Ou seja, atualmente, a poupança possui um rendimento anual de 1,57%, o que leva a um rendimento mensal de apenas 0,13%. Bem abaixo da taxa de juros básicos vigente. b) CDB Certificados de Depósitos Bancários (CDB) são títulos ofertados por bancos e instituições financeiras para financiar suas atividades, que, de modo geral, são empréstimos a outros clientes, em que os juros são muito altos e somente uma parte desses juros é cedida ao investidor do CDB. Eles podem ser remunerados de forma prefixada ou pós-fixada. A remuneração prefixada é quando o valor da taxa é definido em contrato inicial, independentemente da variação da inflação no período contratado (ex.: 13% a.a.). Já a pós-fixada leva em conta a inflação do período – denominada taxa IPCA (ex.: IPCA + 3% a.a.). Os CDBs possuem garantia* caso o banco investido venha a falir e, a depender do contrato, também possuem liquidez*. * A proteção é dada pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC e é limitada a R$250.000,00 por CPF e por instituição financeira. * A liquidez é dada pela oscilação do mercado. Ou seja, pode ser que no dia que você for resgatar o investimento, ela esteja valendo mais ou menos do que você investiu. De qualquer modo, o valor final, quando o contrato vencer, será aquele acordado inicialmente. c) Ações Investir em ações requer conhecimentos e habilidades na área financeira, dado seu elevado grau de risco, pois há uma grande oscilação dos preços, podendo levar o investidor a perder parte do dinheiro aplicado em instantes. No entanto, vale ressaltar que toda aplicação está sujeita a riscos. Se o empreendedor estiver com dinheiro extra no caixa e não se sentir seguro para fazer aplicações financeiras, poderá destinar o seu recurso em outas opções, como por exemplo: investir em estoque, se existir alguma expectativa de aumento de preços; pagamento antecipado aos fornecedores, com a possibilidade de desconto; financiamento das vendas realizadas aos clientes com o acréscimo de juros pela operação (à vista seriam R$ 3.000,00 e a prazo seriam 10 vezes de R$ 330,00, obtendo 10% (R$ 300,00) de lucro). 6. VERIFICAÇÃO E CONCILIAÇÃO DE CONTAS Conciliação é a confrontação da mesma informação com dados vindos de origens diferentes. Ela se faz útil para a confirmação dos dados que você coloca em suas demonstrações financeiras. “Será mesmo que o depósito no banco foi do valor que você anotou?” “Será mesmo que o cheque depositado foi em nome de Fulano de Tal?” “E será que o cliente X não fez o pagamento da cobrança desse mês?” “Teve estorno sobre o pagamento em duplicidade?” Todos os valores que entram ou saem da empresa têm origem e destino, sendo necessária a comparação entre eles para facilitar a identificação e a confirmação do saldo em caixa e evitar possíveis desentendimentos, como uma cobrança indevida ao cliente. Como o movimento do fluxo de caixa é cíclico, é interessante fazer um monitoramento diário das contas e manter um arquivamento de documentações, caso seja necessária uma nova conciliação. 7. FLUXO DE CAIXA Fluxo de Caixa é uma ferramenta de gestão fundamental para controlar a área financeira da empresa e analisar as tomadas de decisões. Ele registra as entradas e as saídas de recursos do negócio, ou seja, registra o que se recebe e o que se paga. Para as pequenas empresas, montar uma planilha no excel já é suficiente para fazer a organização do fluxo de caixa. O gestor apresenta todos os valores que recebeu com a venda de produtos e/ou serviços e calcula o seu total. Da mesma forma, anota todas os pagamentos que foram feitos, como por exemplo, fornecedores, folhas de pagamento, tributos, aluguel, energia, internet, combustível, e calcula o seu total. Com isso, verifica-se, o valor da receita e o valor da despesa naquele determinado período, e a empresa trabalha com uma maior previsibilidade das contas futuras. Nesse capítulo, falaremos sobre: - FLUXO DE CAIXA PREVISTO E FLUXO DE CAIXA REALIZADO - CAIXA - CONTAS A PAGAR E CONTAS A RECEBER O Fluxo de Caixa Previsto é uma projeção das entradas e saídas financeiras de uma empresa durante certo período. Por isso, possuir a ferramenta “Fluxo de Caixa” é essencial para fazer este estudo, pois a partir dela percebe-se se está faltando recursos ou sobrando dinheiro no caixa, assim, se faz o planejamento para as futuras ações. Por exemplo: se será preciso diminuir os gastos com pessoal para os próximos meses, ou se sobrará dinheiro para comprar o veículo que a empresa tanto precisa. O fluxo de caixa projetado, também, auxilia o gestor a verificar quais são os melhores dias para fazer os pagamentos, fazer uma nova compra, e, principalmente, a prever situações de crise, tomando, portanto, atitudes para que ela não aconteça ou buscando novos atalhos para minimizar os prejuízos que poderiam haver para o empreendimento. Com essa projeção para o futuro, a empresa tem a possibilidade de criar barreiras contra imprevistos, e se destacar no mercado competitivo. Já o Fluxo de Caixa Realizado define a tendência do comportamento financeiro da empresa, mostrando as entradas e as saídas dos seus recursos em um certo períodode tempo. Além disso, o fluxo de caixa realizado e o fluxo de caixa previsto funcionam juntos, já que o gestor está sempre comparando um com o outro. O fluxo de caixa realizado define a base para haver a programação futura, e identifica as razões das possíveis falhas das projeções. O caixa é o responsável por guardar os recursos disponíveis da empresa. No balanço patrimonial, ele está enquadrado na primeira colocação do ativo circulante, o que representa possuir maior liquidez. Liquidez é a capacidade de o ativo se transformar em dinheiro rapidamente. Portanto, se a empresa necessitar com urgência de fazer algum pagamento, ela retirará o dinheiro do caixa. Contas a pagar gerenciam todos os gastos da empresa, e, por meio delas, o gestor consegue visualizar o que já foi pago e o que ainda deve ser pago, e se será possível contrair outras dívidas para investir na empresa. Contas a receber controlam todas as vendas de uma empresa que foram ou ainda serão recebidas. Quando o cliente realiza a compra do produto e/ou serviço, a empresa deve emitir uma nota fiscal. No momento desta emissão é criado o “título a receber”, caso o cliente tenha feito o pagamento a prazo. No título a receber é importante colocar o nome do cliente, o vencimento do título e o valor gasto, para ter todo o controle. Caso algum cliente não pague a empresa da data limite, o gestor deverá cobrá-lo juntamente com multa e juros. 8. TÍTULOS DE CRÉDITO Título de Crédito é um documento que abrange o direito de crédito e representa a obrigação desta dívida com as informações nele inscrita. Os elementos necessários para constituí-lo são: confiança, já que o crédito se assegura a partir da promessa de pagamento, e tempo, pois o título de crédito corresponde o acordo do pagamento no futuro. O título de crédito é a garantia de que o cliente irá pagar pelo produto ou serviço consumido. Tanto, que até mesmo o empreendedor pode transferi-lo aos fornecedores como forma de precaução. Os títulos de crédito mais conhecidos são: os cheques, as letras de câmbio, as notas promissórias e as duplicatas. 8.1. QUALIDADE NO CRÉDITO E COBRANÇA Se você possui a estratégia de vender seu produto ou serviço oferecendo crédito, primeiro devem ser estabelecidos três fatores para análise da qualidade no crédito e gerenciamento de riscos: 1. Cadastro completo e atualizado de clientes: você deve ter em mãos todo o suporte para analisar o seu cliente junto ao mercado e para uma possível cobrança; 2. Análise de crédito: identificar o perfil de risco do cliente, para tomar a decisão de vender ou não a títulos de crédito. Alguns órgãos de proteção ao crédito oferecem uma pontuação sobre inadimplência da pessoa física, denominada credit score. Tendo essa informação, você pode oferecer um limite estimado de crédito, que varia conforme o perfil do cliente. 3. Cobrança de inadimplentes: você deve definir políticas de cobrança caso a análise não estiver funcionando corretamente. Tenha cuidado com os excessos nas cobranças, pois podem ferir o Código de Defesa do Consumidor. Multas e juros por atraso, na maioria das vezes inibem a inadimplência. Se persistir, sugiro que entre em contato com o cliente, comunicando-o da dívida em questão e das consequências de sua não quitação. Somente após esse comunicado, que pode ser dado via e-mail ou carta, é que o gestor pode recorrer aos órgãos de proteção ao crédito. 9. NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA Por fim, vamos estudar o valor do dinheiro no tempo. Lembra, no início dessa apostila, que falamos sobre os investimentos em poupança, CDB e ações? Pois bem, eles se diferenciam, em partes, pelo retorno financeiro que dão sobre o investimento. Falamos também de inflação, que é o aumento dos preços de produtos e serviços, gerando aquela sensação de que “no nosso tempo” as coisas custavam menos. Te levo a um questionamento: R$ 1000,00 hoje, valerão os mesmos R$1000,00 daqui a um ano? O que você pode comprar hoje com esse valor, continuaria com possibilidade de ser comprado? Acredito que sua resposta tenha sido “Não”. E, de fato, não é mesmo. Então, para entendermos como o cálculo do dinheiro no valor do tempo é feito, utilizamos da Matemática Financeira. Ela analisa a interação entre quatro principais fatores: • Juro (J), que é a remuneração do capital no tempo; • Capital (C), que é qualquer valor expresso em moeda disponível; • Taxa (i), que é a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no fim de um período de tempo, que pode ser um dia, semana, mês, semestre ou ano; e • Montante (M), que é a soma do capital aplicado no início da operação financeira e dos juros acumulados no final do período de aplicação. Vamos imaginar que você tenha R$ 3.000,00 investidos, rendendo 1% ao mês e necessita comprar um computador novo, para elaborar suas planilhas. Na loja, o vendedor te oferece o computador a um pagamento de R$ 3.000,00 à vista, ou parcelado em 3 vezes de R$ 1.005,00, sendo a primeira parcela paga à vista. Qual das opções é a mais vantajosa para você? Para decidir, temos que calcular quanto o seu dinheiro renderia nesses 3 meses: 1º mês: R$ 3.000,00 – R$1.005,00 = R$ 1.995,00 Do primeiro mês para o segundo, renderia 1% sobre os R$ 1.995,00: 1 x 1995 = R$ 19,95 100 Somando R$ 19,95 aos R$ 1.995,00 que você já possui: R$ 2014,95 Então, com esse dinheiro, você pagaria a segunda parcela (R$ 1005,00), restando: R$ 2014,95 – R$ 1005,00 = R$ 1009,95 Do segundo mês para o terceiro, renderia 1% sobre os R$ 1009,95 1 x 1009,95 = R$ 10,09 100 Somando R$ 10,09 aos R$ 1.009,95 que você já possui: R$ 1020,04 E, finalmente, você pagaria a terceira parcela de R$ 1005,00, lhe restando, ainda: R$ 1020,04 – R$ 1005,00 = R$ 15,04 Nessa situação corriqueira você pode imaginar o trabalho que o gestor possui sobre a tomada de decisões acerca do dinheiro. Porém, existem cálculos que facilitam esse estudo. Eles se baseiam principalmente sobre a forma de incidência de juros. a) Juros Simples O juro simples é o juro calculado unicamente sobre o dinheiro (capital) inicial, em qualquer período de tempo. No regime de juros simples, a taxa de juros incide somente sobre o capital inicial – não incide, pois, sobre os juros acumulados. Significa que os juros são todos iguais, porque são calculados sobre o capital inicial. Podem ser retirados no fim de cada mês, ou no final do período. A seguir temos a fórmula usada para o cálculo de juros simples. J = C.i.t Lembrando que: J = valor dos juros C = valor do capital inicial ou principal i = taxa de juros t = tempo (dia, mês, ano, trimestre...) Obs: em alguns lugares, você pode encontrar o t (tempo) como n, que representa o número de períodos. É a mesma coisa! Ex.: Uma pessoa empresta R$ 1.000,00 a outra, a um juro simples de 1% ao mês. No final de 3 meses, quanto essa pessoa deverá? J = ? C = 1000 i = 1/100 = 0,01 ao mês t = 3 meses obs.: perceba que tanto a taxa de juros quanto o período possuem a mesma medida (meses). Se não possuíssem, teríamos que fazer a transformação de um para a medida do outro. J = C x i x t J = 1000 x 0,01 x 3 J = 30 Então, a pessoa deverá o valor inicial (R$ 1.000,00) mais os juros, de R$ 30,00, equivalente a R$ 1.030,00. Porém, no mundo dos negócios, é difícil encontrar contas em que a taxa de juros é cobrada apenas sobre o valor inicial. Geralmente, ela é cobrada sobre o valor que vai se formando ao longo do tempo, como o cálculo inicial da compra de um computador que fizemos. A esse tipo de incidência damos o nome de Juros Compostos. b) Juros Compostos No início do capítulo, foi apresentado um exercício sobre investimento com juros compostos. Fizemos um cálculo mês a mês. Agora imagine se o período a ser analisado fosse maior. Seria muito trabalhoso, concorda?Pensando nisso, foi elaborado o estudo sobre os juros compostos. No regime de juros compostos, a taxa de juros incide sobre o montante acumulado ao final do período anterior, ou seja, ocorrerá a incidência de juros sobre juros. Esse regime é mais comum do que o regime de juros simples, sendo utilizado nas principais operações financeiras, tanto em investimento como financiamentos. t M = C. (1 + i) Lembrando que: M = montante = valor final do dinheiro somado aos juros C = valor do capital inicial ou principal i = taxa de juros t = tempo (dia, mês, ano, trimestre...) Vamos imaginar, naquele exemplo inicial, que você optasse por permanecer sem o computador e ter o dinheiro (R$ 3.000,00) investido por um ano, com o rendimento de 1% ao mês. Quanto será que você teria? Portanto, para realizar qualquer negócio, ou decidir sobre investimentos, primeiro, utilize a calculadora financeira e compreenda os verdadeiros juros incidentes. Para um estudo de Matemática Financeira mais aprofundado, acesse a apostila da Professora Regiane Santana, feito em parceria com a Rede E-Tec e a UFMT, em 2018: http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1571 M = ? C = 3.000,00 i = 1% ao mês t = 1 ano = 12 meses T M = C. (1 + i) M = 3000 x (1 + 0,01)¹² M = 3000 x 1,12683 M = R$ 3.380,47 http://proedu.rnp.br/handle/123456789/1571 Agora é com você! Realize as atividades de aprendizagem disponibilizadas na plataforma e teste seus conhecimentos adquiridos. Se possuir quaisquer dúvidas, pode nos comunicar pelo Fórum de Discussões, estamos a sua disposição. BIBLIOGRAFIA CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2008. DRUCKER, Peter. Introdução à Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2007. GROPELLI, A. A. e NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006. HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária: Matemática Financeira Aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ROSS, Stephen A; WESTERFIELD, Randolph W; JORDAN, Bradford D. Princípios de Administração Financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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