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SERPENTES História, Mitos e Realidade Bruno Frões Bermudes Biólogo E-mail: brunofroes38@outlook.com A diversidade biológica foi a grande sacada do planeta terra, a perfeita combinação entre ambiente físico e seres vivos. O que é uma serpente? É um grupo de répteis que apresenta corpo alongado, revestido por escamas, sem membros e sem pálpebras. As serpentes necessitam de fontes externas de calor para regular a temperatura do seu corpo e, por isso, são chamadas de animais “ectotérmicos”. Uma característica muito importante deste grupo são as modificações no crânio. Há uma fraca ligação entre os ossos que permite a elas abrir muito a boca e engolir presas até três vezes maiores que o diâmetro do seu corpo. Existem alguns animais que se assemelham às serpentes, mas pertencem a outros grupos como, por exemplo, a cobra-de-vidro (lagarto), a cobra-de-duas-cabeças (anfisbenídeo) ou a cobra-cega (anfíbio). Cobra-de-vidro / Ophiodes ssp Cobra-de-duas-cabeças / Amphisbaena alba Cobra-cega / Siphonops annulatus As serpentes podem ser encontradas em praticamente todos os ambientes. Podem atingir de 20cm á 10M de comprimento, divididas em 84% não peçonhentas 329 sp, e 16% peçonhentas 63 sp. Arborícolas Terrícolas Fossoriais Aquáticas Marinhas Diversidade Origem e história O que se sabe é que as serpentes surgiram no período Cretáceo Inferior, entre 135 a 130 milhões de anos, quando os dinossauros estavam em fase de extinção. Segundo as hipóteses clássicas, os Sauria (Lacertilia) grupo de lagartos, deram origem às serpentes. Histórico no Brasil • 1º registro sobre serpentes em 31 de março de 1560, na carta de São Vicente escrita pelo jesuíta José de Anchieta. • Otto Wucherer (1820-1973), médico português, escreveu o 1º artigo sistemática das serpentes Brasileiras. • João Batista de Lacerda (1870) escreveu artigos sobre sistemática e fisiologia, em (1881) ele propôs que o permanganato de potássio servia como antídoto dos venenos ofídicos. • No Brasil, nesta mesma época, Vital Brazil estudava várias plantas preconizadas como antídotos contra os venenos ofídicos; Mas através dos trabalhos de Otto e Lacerda, resolveu o problema do ofidismo, criando para nossas espécies venenosas os respectivos soros específicos. • 1901 - Vital Brazil passou a distribuir junto com o soro o “Boletim de Acidente Ofídico” para ser preenchido com os dados referentes aos acidentes que levou ao uso desse anti-veneno. Os sentidos das cobras O olfato nas serpentes não é feito pelas narinas, mas pela língua e o órgão vômeronasal ou órgão de Jacobson. A língua é bífida (duas pontas) é úmida, quando exposta, capta várias partículas químicas presentes no ambiente. Quando a serpente retrai a língua, as pontas entram em contato com o órgão de Jacobson, presente no céu da boca, que é responsável por analisar e enviar as informações captadas pela língua para o cérebro. Os sentidos das cobras As serpentes não tem ouvidos externo e médio, possuem uma pequena estrutura óssea chamada columela, que une a base da mandíbula à caixa craniana. Como a mandíbula da serpente está geralmente em contato com o solo ou sobre o próprio corpo, qualquer vibração (passos, quedas de objetos, sons graves) podem vibrar a columela e dessa maneira a serpente percebe o som. Columela Os sentidos das cobras Outro órgão importante para os sentidos de algumas espécies de serpentes é a “fosseta loreal”, uma abertura entre os olhos e narinas presentes em todos os viperídeos americanos (jararacas, cascavel e surucucu). As fossetas permitem a percepção de variações mínimas de temperaturas, da ordem de 0,003ºC. São importantes sensores térmicos para detectar (presa e predadores) nas proximidades. Como elas comem? Todas as serpentes são carnívoras e ingerem suas presas inteiras. Podem ingerir presas bem maiores que seu próprio diâmetro, devido a grande abertura de sua boca. Alimentam-se desde invertebrados como minhocas ou artrópodes, até peixes, anfíbios, lagartos, serpentes, aves, mamíferos. Como elas comem? Algumas espécies fazem busca ativa (cobra-cipó, caninana) outras se posicionam em um local especifico esperando pela passagem da presa (jararacas e cascavéis). Enquanto algumas engolem o alimento vivo, outras matam suas presas para depois ingeri-los. Isso ocorre porque a presa pode apresentar perigo a serpente podendo mordê-la (roedores) ou bicá-la (aves). Constrição e envenenamento são as formas utilizadas para matarem suas presas. Constrição, as serpentes se enrolam em suas presas, matando-as por asfixia (jiboias e sucuris). Já corais-verdadeiras, jararacas e cascavéis utilizam de peçonha para matar as suas presas, outras serpentes também possuem peçonha para predar (parelheira, cobras- cipó, cobra-verde, entre outras). Reprodução As serpentes podem ser divididas em 2 grandes grupos: as ovíparas, que botam ovos, e as vivíparas cujo os filhotes já nascem formados. A surucucu-pico-de-jaca (Lachesis sp.) e corais-verdadeiras (Micrurus sp.) são exemplos de ovíparas. Jararacas (bothrops) e cascavéis (Crotalus) são exemplos de vivíparas. Ao sair do ovo ou do corpo da mãe, uma serpente peçonhenta já é capaz de inocular veneno, podendo causar acidente tão relevante quanto um adulto. Dentição A dentição é um fator determinante no grau de periculosidade das serpentes. São quatro os tipos básicos de dentição: Áglifa – Não existem dentes especializados para a inoculação de substância tóxicas. São utilizados para segurar o alimento e ingeri-lo, facilitando a constrição ou a mesmo a ingestão da presa viva. Ex: jiboia, sucuri e caninana. Opistóglifa – Na maxila superior, há um dente sulcado localizado na parte de trás por onde escorre a peçonha. Este dente se localiza na parte posterior da maxila e, por isso, envenenamento em humanos são raros, e o alívio dos sintomas é, em geral, suficiente para tratar o paciente. Ex: falsa-coral, parelheira, cobra-cipó e corre-campo. Dentição Proteróglifa – Neste tipo de dentição, o dente sulcado está localizado na parte da frente da maxila. Além disso, a produção de toxinas muito potentes produzidas pelas glândulas de veneno faz com que, em caso de acidente, posso ser necessário o uso do soro antiofídico para neutralizar a ação do veneno. Exemplo: coral-verdadeira. Solenóglifa – Este tipo de dentição é especializada para inoculação de peçonha. O dente da frente da maxila superior é oco, formando um tubo por onde escorre a peçonha. Ao abrir, tem seu dente inoculador projetado para frente. O acidentado deve receber o soro antiofídico como sendo o único tratamento eficaz. Exemplos: jararacas, cascavéis e surucucus. Apesar de praticamente todas as serpentes poderem morder, apenas as que possuem dentição proteróglifa e solenóglifa são consideradas de interesse em saúde, devendo o acidentado ser encaminha o mais rápido possível para um local de atendimento a fim de receber o tratamento correto. Identificação das serpentes Características como formato da cabeça, comprimento da cauda, tipo de escamas, ou marca deixadas pela mordida não devem ser usadas para a identificação das serpentes peçonhentas. encurtador.com.br/ryFM4 Identificação das serpentes No Brasil, as serpentes que causam acidentes graves são os viperídeos e elapídeos, ou seja, aqueles com dentição solenóglifa e proteróglifa, respectivamente. A presença da fosseta loreal permite distinguir prontamente todos os viperídeos como a jararaca, cascavel e a surucucu-pico-de-jaca. A identificação da cascavel é particularmente facilitada pela presença do guizo ou chocalho na ponta da cauda. Identificação das serpentes As corais apresentam coloração geralmente avermelhada, com ou sem anéis ao longo do corpo. A distinção entre corais-verdadeiras e falsas é muito difícil para quem não está treinado, havendo espécies de corais-falsas com grande semelhança às verdadeiras. Serpentes comdentição áglifa e opistóglifa são conhecidas como “não peçonhentas”, apesar de algumas espécies terem algum tipo de toxina, podendo causar acidentes sem gravidade. Espécies perigosas no Brasil Gênero: Bothrops, Bothrocophias,Bothriopsis, Bothropoides; Nomes populares: jararaca, jararacuçu, papagaia, cotiara, caiçaca. São encontradas em vários ambientes: nos campos, matas e até periferias das cidades. Vivem no chão e, às vezes, sobre a vegetação. Podem atingir até 1,5m. Incidência: Aproximadamente 90% dos acidentes ofídicos. Letalidade: 0,3%. Distribuição geográfica: todo o Brasil. Atividades do veneno: proteolítica, coagulante e hemorrágica. Espécies perigosas no Brasil Sintomas da vítima: dor, sangramento no local a picada, edema (inchaço) no local da picada (pode evoluir para todo o membro), hemorragias (gengivorragia, hematúria, sangramento em ferimentos recentes), equimose, abscesso, formação de bolhas e necrose; hipotensão e choque periférico em casos graves; tempo de coagulação sanguínea prolongado; risco de insuficiência renal aguda. Soro: antibotrópico, antibotrópico-laquetico ou antibotrópico-crotálico. Espécies perigosas no Brasil Gênero: Crotalus. Nomes populares: cascavel, boicininga e maracamboia. Vivem no chão, principalmente em ambientes abertos e secos. Podem atingir até 1,5m. Incidência: Aproximadamente 8% dos acidentes ofídicos. Letalidade: 1,8%. Distribuição geográfica: áreas abertas (campos, cerrados e caatingas) de todas regiões do Brasil. Na Amazônia, está presente em manchas de campos e cerrados de Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. Atividades do veneno: neurotóxica, miotóxica e coagulante. Espécies perigosas no Brasil Sintomas da vítima: edema discreto ou ausente, dor discreta ou ausente, parestesia, ptose palpebral, diplopia, visão turva, urina avermelhada ou marrom; insuficiência respiratória aguda em casos graves; tempo de coagulação sanguínea prolongado. Soro: anticrotálico ou antibotrópico-crotálico Espécies perigosas no Brasil Gênero: Lachesis. Nomes populares: surucucu-pico-de-jaca, bico-de-jaca, surucucu, surucutinga. São encontradas principalmente em matas densas. Vivem no chão. Podem atingir até 2,5 m. Incidência: 1,4% dos acidentes ofídicos. Letalidade: 0,9%. Distribuição geográfica: fica restrita à floresta Amazônica e faixa litorânea da mata atlântica (da Paraíba até o Rio de Janeiro). Atividades do veneno: proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurotóxica. Espécies perigosas no Brasil Sintomas da vítima: semelhante ao acidente botrópico com dor, edema e equimose, formação de bolhas, gengivorragia e hematúria; difere do acidente botrópico devido ao quadro neurotóxico com bradicardia, hipotensão arterial, sudorese (suor), vômitos, náuseas, cólicas abdominais e distúrbios digestivos (diarréia); risco de insuficiência renal aguda. Soro: antilaquético ou antibotrópico-laquético Espécies perigosas no Brasil Gênero: Micrurus e Leptomicrurus. Nomes populares: coral-verdadeira, cobra-coral ou coral. A maioria possui desenhos de anéis ao longo do corpo. Vivem no chão, sob a vegetação morta ou em buracos no solo. Podem atingir até 1 m. Incidência: menos de 1% dos acidentes ofídicos. Distribuição geográfica: todo o Brasil. Atividades do veneno: neurotóxica. Espécies perigosas no Brasil Sintoma da vítima: dor local, parestesia (sensação anormal na pele), ptose palpebral, diplopia (visão dupla), sialorréia (abundância de salivação), dificuldade de deglutição e mastigação, dispinéia (falta de ar); risco de insuficiência respiratória nos casos graves. Soro: antielapídico ADMINISTRAÇÃO DO SORO Dose única, não fracionada Via endovenosa, diluído ou não Quantidades iguais para crianças e adultos Número de ampolas proporcional a gravidade do acidente Reações precoce ao soro Manifestações clínicas CUTÂNEAS – plurido, urticária, rubor GASTROINTESTINAIS – náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia RESPIRATÓRIAS – estridor laríngeo, broncoespasmo, edema de glote CARDIOVASCULARES – angioedema, hipotensão, choque Tratamento: adrenalina, corticosteroide, antihistaminico, suporte respiratório e hemodinâmico. Reações tardias (doença do soro) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Febre Artralgia (dor articulações) Urticária Adenomegalia (hipertrofia glândula) Hepatoesplenomegalia (aumento fígado/baço) Proteinuria (proteínas na urina) Tratamento: prednisona (1mg/Kg/dia, VO, máximo 60mg), 5-7 dias. Primeiros socorros • Manter a vítima calma. • Evitar esforços físicos, como correr. • Beber muita água. • Procurar um hospital o mais rápido possível; tentar saber antes se o hospital possui soro antiofídico. • Se possível levar a serpente causadora do acidente pra facilitar o diagnóstico. • Lavar o local da picada. • Não fazer torniquete ou garrote no membro picado, pois poderá agravar o acidente, aumentando a concentração do veneno no local. • Não fazer perfurações ou corte no local da picada, porque isso aumentará as chances de hemorragia ou infecção por bactérias. • Evitar curandeiros e benzedores, lembrando que o rápido atendimento hospitalar é fundamental para a reversão do envenenamento. • Não ingerir bebidas alcoólicas. Prevenção de acidentes • Sempre andar calçado no campo. Cerca de 80% das picadas acontecem do joelho para baixo, sendo 50% na região do pé. O uso de botinas ou botas previne melhor do que calçados baixos. • Evitar acúmulo de lenhas, telhas, entulhos e lixos próximo às moradias humanas. • Usar luvas de couro ao remover lenhas. • Não colocar as mãos dentro de buracos do solo ou árvores. • Olhar para o chão quando estiver andando em trilha. • Procurar não andar fora da trilha. • Ao atravessar troncos caídos, olhar sobre ou atrás dele. • Evitar andar a noite, pois é o horário de maior atividade das serpentes venenosas. • Ao sentar-se no chão, olhar primeiro em volta. • Ao encontrar uma cobra, avise o resto da turma sobre onde ela se encontra e procure desviar-se dela. Lembre-se de que ela está em seu hábitat natural e você que é o invasor. Por que temos medo de cobras? A ofidiofobia ou ofiofobia referem-se ao medo de serpentes. O medo de cobras é às vezes chamado por um termo mais geral, herpetofobia, o medo de répteis. encurtador.com.br/agyQZ Evolutivo - Hereditário encurtador.com.br/fyLRX É uma adaptação evolutiva para detecção do predador. A cerca de 60 milhões de anos, os nossos ancestrais primatas precisaram evoluir seu sistema visual para detectar as serpentes, e predadores que geralmente ficavam escondidos na vegetação. Se isso não ocorresse teríamos sidos extintos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Serpente https://pt.wikipedia.org/wiki/Herpetofobia https://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9ptil Por que temos medo de cobras? Religioso encurtador.com.br/zQ268 Na Bíblia, no Antigo Testamento, Eva foi tentada pela Serpente no Paraíso e acabou comendo a maçã da árvore do bem e do mal. Neste caso, a Serpente representa a mente, a dualidade do bem e mal, a corrupção, e a tentação. Por que temos medo de cobras? Adquirido encurtador.com.br/ghwY5 Geralmente passado de geração para geração através de histórias. É uma das principais causas do medo de serpentes devido a falta de conhecimento sobre o assunto. encurtador.com.br/zFP79 Mitos e Lendas encurtador.com.br/egDR6 Cobras que Hipnotizam Contam-se histórias em muitas cidades Brasileiras, que cobras tem o poder de hipnotizar suas vítimas. Alguns acabam tirando conclusões precipitadas, por exemplo ao ver uma serpente camuflada no chão com folhas secas (Jiboia), e um pássaro se aproxima sem perceber a serpente, e então é capturado. A pessoa acaba concluindo que a Jiboia “hipnotizou” a ave. Mitos e Lendas Cobra da Mangueira encurtador.com.br/stFH7 Uma lenda urbana que conta sobre uma criança que, ao beber numa mangueira, engole uma cobrinha (jararaquinha) e a mesma a pica por dentro, noestômago, matando-a. Mitos e Lendas Cobra que deixa o veneno na folha para atravessar o rio encurtador.com.br/cGKLX A lenda diz que as cobras venenosas deixam o veneno em uma folha para poder atravessar o rio, pois se não podem se envenenar e morrer; ao retornar, pegam o veneno de volta na folha. Mitos e Lendas A cobra que mama encurtador.com.br/uHK27 De acordo com a lenda, a caninana (ou outra cobra) é capaz de mamãe em uma mulher lactante enquanto mantém a ponta da cauda na boca do bebê, para ele não chorar. A morfologia da boca da serpente e, sua fisiologia (enzimas necessárias para digerir leite) não estão adaptadas para isso. Essa lenda pode estar associada a serpentes encontradas em currais a procura de roedoras ou proteção, na hora da ordenha, e as pessoas as associavam com as vacas leiteiras. Mitos e Lendas Cascavel e o guizo encurtador.com.br/mnvT9 Existe uma lenda por todo o Brasil de que cada anel do guizo da cascavel corresponde a um ano de sua vida. Na verdade corresponde ao número de vezes que a cobra trocou de pele, e muitos anéis se perdem ao longo dos anos. Cobra enterrada viva encurtador.com.br/lorS2 Existem relatos por todo o Brasil de pessoas que dizem ter enterrado cobras vivas e, depois de anos, escavaram o local e elas saíram vivas. Mitos e Lendas Cobra mal morta que se vinga encurtador.com.br/ikxZ4 Espinho de cobra encurtador.com.br/cdFOZ De acordo com essa crença, se um sujeito machucar uma cobra sem matar, ela poderá persegui-lo ou emboscá-lo no futuro. Essa lenda afirma que se deve enterrar as cobras mortas, pois o “espinho” delas (as costelas) conteria veneno, e se a pessoa pisar nesse espinho vai se envenenar. Muito obrigado! Referências Bibliográficas Of snakes and faces An evolutionary perspective on the psychology - Scandinavian Journal of Psychology, 2009, 50, 543–552; Snakes as agents of evolutionary change in primate brains - Isbell 2006; https://veja.abril.com.br/ciencia/nascemos-com-um-medo-natural-de-aranhas-e- cobras-diz-estudo/ https://www.britannica.com/science/ophidiophobia https://veja.abril.com.br/ciencia/cerebro-dos-primatas-esta-programado-para-ter- medo-de-cobras/ https://www.greenme.com.br/significados/6035-simbologia-da-cobra-e-seus- significados/ https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/neurocientistas-dao-explicacao-evolutiva- para-medo-de-serpentes-10667912 Bernade,P. Anfíbios e Répteis – Introdução ao estudo da Herpetofauna Brasileira