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ETICA NOS SERVICOS DE SAUDE

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ÉTICA NOS SERVIÇOS 
DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 
..........................................................................................................03 
1 O QUE É ÉTICA? ...................................................................................................07 
1.1 Origens 
................................................................................................................07 
1.2 Definições ............................................................................................................. 9 
1.3 O pensamento dos filósofos ................................................................................ 11 
1.4 Valores éticos ...................................................................................................... 14 
2 ÉTICA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ..................................................................... 17 
2.1 As regras deontológicas e os profissionais da saúde ......................................... 17 
2.2 A humanização como expressão de ética ........................................................... 18 
2.3 Sugestão de parâmetros para avaliar os níveis de humanização ....................... 21 
3 RELAÇÕES HUMANAS, TRABALHO EM EQUIPE, QUALIDADE NO 
ATENDIMENTO PÚBLICO ....................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ......... Erro! Indicador não definido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
INTRODUÇÃO 
. 
Seja bem vindo ao IPEMIG, queremos reafirmar os esforços do Instituto 
Pedagógico de Minas Gerais- IPEMIG em oferecer um material condizente com a 
graduação daqueles que se candidataram a esta especialização e procuramos 
referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao 
curso. 
 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada está 
pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar 
nosso trabalho. 
 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês são 
livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos 
nossos/ seus alunos. 
 
Deste modo, o módulo em questão traz os seguintes conteúdos: Ética: origens, 
definições, o pensamento dos filósofos, valores éticos. As regras deontológicas. A ética 
no serviço público: conflitos, interesses, o decreto n. 1171/94. As relações humanas, o 
trabalho em equipe, os fatores positivos do relacionamento e a qualidade no 
atendimento público. 
 
O módulo tem como objetivo geral levar o profissional a perceber que a ética 
permeia todo a vida do sujeito, quer seja no ambiente pessoal quanto profissional. 
 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos 
serem os mais importantes para a disciplina. 
 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação 
científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
 
4 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da 
apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos.
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Inferências iniciais... 
 
A Ética é a ciência da verdade; não existe uma ética da mentira, nem a meia ética 
e ambas, ética e verdade são a essência da consciência humana. Ninguém lhes pode 
ser indiferente. 
 
A omissão da consciência é tão dolorosa que o homem, quando não consegue 
seguir seus ditamos, inventa simulacros de ética e de verdade. Cria caricaturas da ética, 
sacrificando a verdade por meio de retóricas ideológicas, assim, prevalecem as 
exteriorizações que nada mais são do que a relativização da ética, que corresponde à 
elasticidade da consciência. 
 
A ética e a verdade, por habitarem a consciência, vêm de dentro, têm a ver com 
o ser: ou é ou não se é! (MATOS, 2008). 
 
A ética é o fundamento da sociedade! 
 
Não há possibilidade de vida social sem que haja observância de princípios 
éticos. 
 
A sociedade apoia-se em três conceitos, seus pilares éticos: 
1. É essencial que ela seja justa – que haja oportunidade para todos; 
2. É essencial que ela seja livre – que a vontade educada torne a liberdade 
responsável; 
3. É vital que ela seja solidária – que haja compromisso com o bem pessoal e o bem 
comum. 
 
Ética da simulação ou meia-ética são mentiras inteiras que não resistem à 
verdade, no tempo, mas estão aí camufladas no meio social e nosso interesse é 
justamente levá-los a refletir que o compromisso com a sociedade, o respeito à 
dignidade humana passam necessariamente pela ética, onde quer que esteja o 
profissional, na educação, nos serviços de saúde, na administração pública, no meio 
empresarial, ele deve permear seu viver na ética. 
 
Para que sejam cumpridas as funções básicas da sociedade, são imprescindíveis 
desenvolverem-se, igualmente, três capacidades, eminentemente éticas: 
 Liderança integrada – não basta que haja líderes, eles devem estar integrados 
por verdades comuns; 
 Organização flexível – que as estruturas estimulem a participação, a 
criatividade, a descentralização e a delegação de autoridade; 
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 Visão e ação estratégicas – que se desenvolva simultaneamente a percepção 
diagnóstica (saber o que está acontecendo) e o pensamento estratégico (saber 
definir cenários do porvir e tomar decisões eficazes) (MATOS, 2008). 
7 
 
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Tópico I: O Que É Ética? 
 
 
Desde suas origens entre os filósofos da antiga Grécia, a Ética é um tipo de saber 
normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres humanos. A moral 
também é um saber que oferece orientações para a ação, mas enquanto ela propõe 
ações concretas em casos concretos, a Ética – como Filosofia moral – remonta à 
reflexão sobre as diferentes morais e as diferentes maneiras de justificar racionalmente 
a vida moral, de modo que sua maneira de orientar a ação é indireta: no máximo, pode 
indicar qual concepção moral é mais razoável para que, a partir dela, possamos orientar 
nossos comportamentos (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
 
Portanto, em princípio, a Filosofia moral ou Ética não tem motivos para ter uma 
incidência imediata na vida cotidiana, pois seu objetivo último é esclarecer 
reflexivamente o campo da moral. No entanto, esse esclarecimento, certamente pode 
servir de modo indireto como orientação moral para os que pretendam agir 
racionalmente no conjunto da sua vida. 
 
 
AULA 1: Origens 
 
 
 
Ética é uma palavra de origem grega, com duas origens possíveis. A primeira é 
a palavra grega éthos, com e curto, que pode ser traduzida por costume, a segunda 
também se escreve éthos, porém com e longo, que significa propriedade do caráter.A 
primeira é a que serviu de base para a tradução latina Moral, enquanto que a segunda 
é a que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos a palavra Ética (GOLDIM, 
2000). 
 
Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. 
 
Ética significa modo de ser, caráter, comportamento. É o ramo da filosofia que 
busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. Diferencia-
se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, 
costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao 
contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano. 
 
Na filosofia clássica, a ética não se resume ao estudo da moral (entendida como 
“costume”, do latim mos, mores), mas a todo o campo do conhecimento que não é 
abrangido na física, metafísica, estética, na lógica e nem na retórica. 
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Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados 
antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, educação física e até mesmo 
política, em suma, campos direta ou indiretamente ligados a maneiras de viver. 
 
Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento 
que se seguiu à revolução industrial, a maioria dos campos que eram objeto de estudo 
da filosofia, particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas 
independentes. Deste modo, é comum que atualmente a ética seja definida como “a 
área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas” 
e busca explicar e justificar os costumes de um determinado agrupamento humano, bem 
como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Neste sentido, 
ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a 
qualidade desta conduta, quando julga- se do ponto de vista do Bem e do Mal. 
 
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência 
a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum 
indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas 
éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode 
ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética. 
 
Modernamente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética 
profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da 
ética, frequentemente incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos 
passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não 
estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por 
exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional. 
Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela sociedade 
profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do direito de 
exercer a profissão. 
 
A Ética tem por objetivo facilitar a realização das pessoas. Que o ser humano 
chegue a realizar-se a si mesmo como tal, isto é, como pessoa. (...) A Ética se ocupa e 
pretende a perfeição do ser humano. 
 
Ética existe em todas as sociedades humanas, e, talvez, mesmo entre nossos 
parentes não humanos mais próximos. Podemos abandonar o pressuposto de que a 
Ética é unicamente humana. 
 
A Ética pode ser um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que 
guiam, ou chamam a si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular 
(moralidade), ou é o estudo sistemático da argumentação sobre como nós devemos agir 
(filosofia moral). 
9 
 
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É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas 
três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo 
sobreposições (GOLDIM, 2003). 
 
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma 
certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. 
 
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de 
garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma 
identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial 
moral comum. 
 
O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas 
fronteiras do Estado. As leis tem uma base territorial, elas valem apenas para aquela 
área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. O Direito 
Civil, que é referencial utilizado no Brasil, baseia-se na lei escrita. A Common Law, dos 
países anglo-saxões, baseia-se na jurisprudência. As sentenças dadas para cada caso 
em particular podem servir de base para a argumentação de novos casos. O Direito Civil 
é mais estático e a Common Law mais dinâmica. 
 
Alguns autores afirmam que o Direito é um sub-conjunto da Moral. Esta 
perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras 
situações demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A 
desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate 
uma determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-
se a uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes. 
 
Sintetizando: A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau. Um dos objetivos da 
Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela 
é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. 
 
Esta reflexão sobre a ação humana é que a caracteriza (GOLDIM, 2003). 
 
 
AULA 2: Definições 
 
 
 
Ético (ethos): disciplina filosófica que estuda o valor das condutas humanas, seus 
motivos e finalidades. Reflexão sobre os valores e justificativas morais, aquilo que se 
considera o bem. 
Análise da capacidade humana de escolher, ser livre e responsável por sua 
conduta entre os demais. Para alguns autores, o mesmo que moral (MARTINS, 2002). 
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Anti-ético: contra uma ética estabelecida ou contra a ideia (da ética) de 
estabelecer o que devemos fazer ou quem queremos ser levando os outros em 
consideração. Muitas vezes, o antiético têm ideias éticas próprias. 
 
Aético: sem ética, mas não contra uma ou outra ética. 
 
Para o Professor de Filosofia Alfredo de Oliveira Moraes (2000) o termo ética 
provém de outro, mais especificamente de ethos, o qual por sua vez corresponde, em 
nosso idioma, a uma transliteração dos dois vocábulos gregos, sejam: ethos com eta 
inicial cuja raiz semântica remete ao significado de morada do homem, sendo o ethos 
designativo da casa do homem, resumido na bela expressão – o homem habita sobre a 
terra acolhendo-se ao recesso seguro do ethos. 
 
Na visão do teólogo Leonardo Boff (2000) “O centro do ethos é o bem (Platão), 
pois somente ele permite que alcancemos nosso fim, que consiste em sentirmo-nos em 
casa. E nos sentirmos bem em casa (temos um ethos, realizamos o fim almejado) 
quando criarmos mediações adequadas, como hábitos, certas normas e maneiras 
constantes de agir. Por elas, habitamos o mundo, que pode ser a casa concreta, ou o 
nosso nicho ecológico local, regional ou nossa casa maior, o planeta Terra”. 
 
Ética é a ciência da moral (SILVA, 1999). 
 
Dalai Lama (2000), de maneira simples nos diz que ético “é aquele que não 
prejudica a experiência ou a expectativa de felicidade de outras pessoas”. 
 
Robert Henry Srour (2000) ensina que a moral vem a ser um conjunto de valores 
e de regras de comportamento, um código de conduta que coletividades adotam, quer 
sejam uma nação, uma categoria social, uma comunidade religiosaou uma organização. 
Enquanto a ética diz respeito à disciplina teórica, ao estudo sistemático, a moral 
correspondente às representações imaginárias que dizem aos agentes sociais o que se 
espera deles, quais comportamentos são bem-vindos e quais não. Em resumo, as 
pautas de ação ensinam o “o bem fazer” ou o “fazer virtuoso”, a melhor maneira de agir 
coletivamente; qualificam o bem e o mal, o permitido e o proibido, o certo e o errado, a 
virtude e o vício. 
 
Para José Renato Nalini (1999) a ética é uma ciência, pois tem objeto próprio, leis 
próprias e método próprio. O objeto da ética é a moral. A moral é dos aspectos do 
comportamento humano. A expressão deriva da palavra romana mores, com o sentido 
de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática. 
A ética e a moral não devem ser confundidas. Segundo os estudiosos do assunto, 
a ética não cria a moral (MARTINS, 2002). 
 
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O Professor de ética Mário Alencastro (2000) assevera que toda moral supõe 
determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os 
estabelece numa determinada comunidade. A ética depara com uma experiência 
histórico-social no terreno da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em 
vigor e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua origem, as 
condições objetivas e subjetivas do ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza 
e a função dos juízos morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que 
rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais. 
 
“Os problemas éticos, ao contrário dos prático-morais são caracterizados pela 
sua generalidade. Por exemplo, se um indivíduo está diante de uma determinada 
situação, deverá resolvê-la por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e 
aceita intimamente, pois o problema do que fazer numa dada situação é um problema 
prático-moral e não teórico-ético. Mas, quando estamos diante de uma situação, como, 
por exemplo, definir o conceito de Bem, já ultrapassamos os limites dos problemas 
morais e estamos num problema geral de caráter teórico, no campo de investigação da 
ética. Tanto assim, que diversas teorias éticas organizaram-se em torno da definição 
do que é Bem. Muitos filósofos acreditaram que, uma vez entendido o que é Bem, 
descobriríamos o que fazer diante das situações apresentadas pela vida. As respostas 
encontradas não são unânimes e as definições de Bem variam muito de um filósofo para 
outro. Para uns, bem é o prazer, para outros é o útil e assim por diante” (ALENCASTRO, 
2000). 
 
 
AULA 3: O pensamento dos filósofos 
 
 
 
Na antiguidade, todos os filósofos entendiam a ética como o estudo dos meios de 
se alcançar a eudaimonia1 e investigar o que significa felicidade. Porém, durante a Idade 
Média, a filosofia foi dominada pelo cristianismo e pelo islamismo, e a ética se centralizou 
na moral (interpretação dos mandamentos e preceitos religiosos). 
 
No renascimento e no século XVII, os filósofos redescobriram os temas éticos da 
antiguidade, e a ética foi entendida novamente como o estudo dos meios de se alcançar 
o bem estar e a felicidade. 
 
A seguir são descritas brevemente as teorias éticas de alguns filósofos clássicos: 
 
 
1 O fenômeno da felicidade 
12 
 
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Para a escola cirenaica2, a felicidade consistia no gozo de todo prazer imediato. 
Defendia, porém, um controle racional sobre o prazer para que não se desenvolvesse 
uma dependência dos prazeres. 
 
Demócrito de Abdera afirmava que, ao buscarmos ser felizes, devemos fazer 
poucas coisas afim de que o que fizermos não ultrapasse nossas forças e não nos leve 
à inquietação. Dizia que “é sábio quem não se aflige com o que lhe falta e se alegra com 
o que possui” e que “a moderação aumenta o gozo e acresce o prazer”. Afirmava que a 
agressividade é insensata porque “enquanto se busca prejudicar o inimigo, esquecemos 
o nosso próprio interesse”. 
 
Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, afirma que a felicidade (eudemonia) 
não consiste nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida 
virtuosa. A virtude (areté), por sua vez, se encontra num justo meio entre os extremos, 
que será encontrada por aquele dotado de prudência (phronesis) e educado pelo hábito 
no seu exercício. 
 
Aristóteles faz uma distinção entre os saberes teóricos, poiéticos e práticos que 
nos levam a entender melhor que tipo de saber constitui a ética. 
 
Os saberes teóricos (do grego theorein: ver, contemplar) ocupam-se de 
averiguar o que são as coisas, o que ocorre de fato no mundo e quais são as causas 
objetivas dos acontecimentos. São saberes descritivos, mostram-nos o que existe, o que 
é, o que acontece. As diferentes ciências da natureza (Física, Química, Biologia, 
Astronomia, etc.) são saberes teóricos na medida em que o que buscam é, 
simplesmente, mostrar-nos como é o mundo. 
 
Aristóteles dizia que os saberes teóricos versam sobre “o que não pode ser de 
outra maneira”, ou seja, o que é assim porque assim o encontramos no mundo, não 
porque assim o dispôs a nossa vontade: o sol aquece, os animais respiram a água se 
evapora, as plantas crescem... tudo isso é assim e não podemos mudá-lo a nosso bel-
prazer. Podemos tentar impedir que uma coisa concreta seja aquecida pelo sol, 
utilizando para tanto quaisquer meios que tenhamos a nosso alcance, mas que o sol 
aqueça ou não aqueça não depende de nossa vontade: pertence ao tipo de coisas que 
“não podem ser de outra maneira”. 
Em contrapartida, os saberes poiéticos e práticos versam, segundo Aristóteles, 
sobre “o que pode ser de outra maneira”, ou seja, sobre o que podemos controlar à 
vontade. Os saberes poiéticos (do grego poiein: fazer, fabricar, produzir) são aqueles 
 
2 Escola de pensamento fundada em Atenas, por Aristipo de Cirene. Foi a partir do nome desta cidade que os 
cirenaicos receberam sua denominação. É considerada pela tradição uma das chamadas escolas socráticas, 
juntamente com os cínicos e os megáricos. Tais escolas recebem esta denominação por se configurar, cada uma 
delas, como uma determinada interpretação dos ensinamentos de Sócrates, especialmente no que concerne à 
correlação entre conhecimento e virtude. 
13 
 
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que nos servem de guia para a elaboração de algum produto, de alguma obra, quer seja 
algum tipo de artefato útil (como construir uma roda ou tecer uma manta) ou 
simplesmente um objeto belo (como uma escultura, uma pintura ou um poema) 
(CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
 
As técnicas e as artes são saberes desse tipo. O que hoje chamamos de 
“tecnologias” são igualmente saberes que abarcam tanto a simples técnica - baseada 
em conhecimentos teóricos - como a produção artística. 
 
Os saberes poiéticos, diferentemente dos saberes teóricos, não descrevem o 
que existe, mas procuram estabelecer normas, padrões e orientações sobre como se 
deve agir para atingir o fim desejado (ou seja, uma roda ou uma manta bem feitas, uma 
escultura, uma pintura ou um poema belos). Os saberes poiéticos são normativos, 
porém não pretendem servir de referência para toda a nossa vida, mas unicamente para 
a obtenção de certos resultados que supostamente buscamos. 
 
Por sua vez, os saberes práticos (do grego práxis: atividade, tarefa, negócio), 
que também são normativos, são aqueles que procuram orientar-nos sobre o que 
devemos fazer para conduzir nossa vida de uma maneira boa e justa, como devemos 
agir, qual decisão é a mais correta em cada caso concreto para que a própria vida seja 
boa em seu conjunto. Tratam do que deve existir, do quedeveria ser (embora ainda não 
seja), do que seria bom que acontecesse (segundo alguma concepção do bem humano). 
Tentam nos mostrar como agir bem, como nos conduzir adequadamente no conjunto de 
nossa vida (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
 
Na classificação aristotélica, os saberes práticos eram agrupados sob o rótulo 
“filosofia prática”, rótulo que abarcava não só a Ética (saber prático destinado a orientar 
a tomada de decisões prudentes que nos levam a conseguir uma vida boa), mas também 
a Economia (saber prático encarregado da boa administração dos bens da casa e da 
cidade) e a Política (saber prático que tem por objeto o bom governo da pólis). 
 
Para Epicuro3 a felicidade consiste na busca do prazer, que ele definia como um 
estado de tranquilidade e de libertação da superstição e do medo (ataraxia), assim como 
a ausência de sofrimento (aponia). Para ele, a felicidade não é a busca desenfreada de 
bens e prazeres corporais, mas o prazer obtido pelo conhecimento, amizade e uma vida 
simples. Por exemplo, ele argumentava que ao comermos, obtemos prazer não pelo 
excesso ou pelo luxo culinário (que leva a um prazer fortuito, seguido pela insatisfação), 
mas pela moderação, que torna o prazer um estado de espírito constante, mesmo se 
nos alimentarmos simplesmente de pão e água. 
 
 
3 Um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas 
se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador. 
14 
 
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Para os filósofos cínicos, a felicidade era identificada com o poder sobre si mesmo 
ou autossuficiência (em grego, autárkeia) e é alcançada eliminando-se da vontade todo 
o supérfluo, tudo aquilo que fosse exterior. Defendiam um retorno à vida da natureza, 
errante e instintiva, como a dos cães. Desacreditavam as conquistas da civilização, suas 
estruturas jurídicas, religiosas e sociais. 
 
Para os estóicos, a felicidade consiste em viver de acordo com a lei racional da 
natureza e aconselha a indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo. O homem 
sábio obedece à lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e 
propósito do universo, devendo assim manter a serenidade e indiferença perante as 
tragédias e alegrias. 
 
Espinoza, em sua obra Ética, afirma que a felicidade é encontrada através da 
alegria ativa, que nos possibilita ultrapassar as paixões (tristeza e alegria passivas). A 
alegria ativa consiste em compreender e ativamente criar as condições/oportunidades 
exteriores que levam à alegria e ao amor (o amor é definido por ele como a alegria que 
associamos a uma causa exterior a nós), contra a tristeza e o ódio (o ódio é definido por 
ele como a tristeza que associamos a uma causa exterior a nós). Ele criticava 
severamente os filósofos cristãos medievais que afirmavam que a tristeza e o sofrimento 
são bons (como em Cristo). 
 
Para Espinoza, unicamente a alegria nos leva ao amor no cotidiano e na 
convivência com os outros, enquanto a tristeza nunca é boa, intrinsecamente 
relacionada ao ódio, à tristeza sempre é destrutiva para nós e para os outros. 
 
 
AULA 4: Valores éticos 
 
 
 
A ética aristotélica afirma que existe moral porque os seres humanos buscam 
inevitavelmente a felicidade, a ventura, e para alcançar plenamente esse objetivo 
necessitam das orientações morais. 
 
Mas, além disso, ela nos proporciona critérios racionais para averiguar que tipo 
de comportamentos, quais virtudes, em suma, que tipo de caráter moral é o adequado 
para essa finalidade. 
 
Desse modo, Aristóteles entende a vida moral como um modo de “auto- 
realização” e por isso dizemos que a ética aristotélica pertence ao grupo de éticas 
eudemonistas, porque assim se aprecia melhor a diferença em relação a outras éticas. 
 
Para ele os valores seriam: 
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1- Próprias do intelecto teórico: 
 Inteligência (nous) 
 Ciência (episteme) 
 Sabedoria (Sofia) 
 
 
2- Próprias do intelecto prático: 
 Prudência (frónesis) 
 Arte ou técnica (tekne) 
 Discrição (gnome) 
 Perspicácia (euboulía) 
 
 
3- Próprias do autodomínio: 
 Fortaleza ou coragem (andreía) 
 Temperança ou moderação (sofrosine) 
 Pudor (aidos) 
 
4- Próprias das relações humanas: 
 Justiça (dikaiosine) 
 Generosidade ou liberdade (eleutheríotes) 
 Amabilidade (filia) 
 Veracidade (aletheía) 
 Bom humor (eutrapelía) 
 Afabilidade ou doçura (praotes) 
 Magnificência (megaloprepéia) 
 Magnanimidade (megalofijía) (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
 
Para Scheler4, existe uma ciência pura dos valores, uma axiologia pura, que se 
sustenta em três princípios: 
1. Todos os valores são negativos ou positivos; 
2. Valor e dever estão relacionados, pois a captação de um valor não realizado é 
acompanhada pelo dever de realizá-lo; 
3. Nossa preferência por um valor e não por outro verifica-se porque nossa intuição 
emocional capta os valores já hierarquizados. A vontade de realizar um valor 
moral superior em vez de um inferior constitui o bem moral, e seu contrário é o 
mal. Não existem, portanto, valores especificamente morais. 
 
 
4 Max Scheller (1874-1928) foi um filósofo fenomenologista, preocupado especialmente com a filosofia dos 
valores. 
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Esse modelo ético foi seguido e ampliado por pensadores como Nicolai 
Hartmann, Hans Reiner, Dietrich Von Hildebrand e José Ortega y Gasset, que chamou 
a intuição emocional de “estimativa” e incluiu os valores morais na hierarquia objetiva, 
diferentemente de Scheler, como mostra o quadro abaixo. 
 
 
Valores positivos e negativos 
 
Úteis 
Capaz – incapaz 
Caro – barato 
Abundante – escasso 
 
 
Vitais 
Saudável – doente 
Selecionado – vulgar 
Cheio de energia – inerte 
Forte – fraco 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espirituais 
 
Intelectuais 
Conhecimento – erro 
Exato – aproximado 
Evidente – provável 
 
 
 
Morais 
Bom – mau 
Bondoso – maldoso 
Justo – injusto 
Escrupuloso – negligente 
Leal – desleal 
 
 
Estéticos 
Bonito – feio 
Gracioso – tosco 
Elegante – deselegante 
Harmonioso – desamôrnico 
 
 
Religiosos 
Santo ou sagrado – profano 
Divino – demoníaco 
Supremo – derivado 
Milagroso – mecânico 
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Fonte: ORTEGA y GASSET (1993, p. 334) 
Surgida na década de 1970, a ética do discurso propõe encarnar na sociedade 
os valores e liberdade, justiça e solidariedade por meio do diálogo, como único 
procedimento capaz de respeitar a individualidade das pessoas e, ao mesmo tempo, 
sua inegável dimensão solidária, porque em um diálogo precisamos contar com 
pessoas, mas também com a relação que existe entre elas, a qual, para ser humana, 
deve ser justa. 
 
Esse diálogo nos permitirá questionar as normas vigentes em uma sociedade e 
distinguir quais são moralmente válidas, porque acreditamos realmente que humanizam. 
 
Obviamente, não é qualquer forma de diálogo que nos levará a distinguir o 
socialmente vigente do moralmente válido, por isso a ética discursiva tentará apresentar 
o procedimento dialógico adequado para alcançar essa meta, e mostrar como ele 
deveria funcionar nos diferentes âmbitos da vida social. Por isso, divide sua tarefa em 
duas partes: uma dedicada à fundamentação – à descoberta do princípio ético – e outra 
à aplicação deste à vida cotidiana (CORTINA; MARTÍNEZ, 2009). 
 
Tópico III: Ética Nos Serviços De Saúde 
 
 
AULA 1: As regras deontológicas e os profissionais da saúdeA ação humana, sob o aspecto da moral, é fundada em valores criados segundo 
juízos apreciativos vividos pelos sujeitos em suas relações entre si e com a natureza, e 
que são concretizados objetivamente por normas práticas de ação e em costumes 
culturais das sociedades (ZUBIOLI, 2004). 
 
Estas palavras remetem para a Deontologia, uma das teorias normativas, 
segundo as quais as escolhas são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas. 
 
Deontologia ou ética profissional é uma disciplina filosófica que em última 
instância busca a melhoria da conduta e o bom relacionamento dos indivíduos nos 
grupos específicos e na sociedade em geral em que estão inseridos. 
Partindo do pressuposto de que a Deontologia compreende um conjunto 
específico de deveres, aos quais são obrigados os membros de uma profissão, 
deveres estes diferentes daqueles impostos pela lei, acredita-se que profissionais de 
saúde é exigido muito mais do que simplesmente cumprir com as exigências éticas 
gerais impostas pela legislação vigente. 
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Os profissionais da área de saúde precisam pautar sua conduta nos moldes 
preconizados pela profissão abraçada por diversar razões, mas uma delas prevalece: o 
trato com o ser humano, o que lhes reservam, portanto, grande responsabilidade, 
precisando ser persuasivo e ao mesmo tempo humano (ZUBIOLI, 2004). 
 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (1993), “prover medicamentos e 
outros produtos e serviços para a saúde e ajudar as pessoas e a sociedade a utilizá- los 
da melhor maneira possível é a missão de algumas práticas de saúde”. Essa missão 
precisa do envolvimento de profissionais com formação direcionada para não deixar 
nenhum dos elos da cadeia de atendimento a descoberto, ou seja, desde a produção 
até o usuário final. 
 
A atuação destes profissionais inclui uma somatória de atitudes, 
comportamentos, co-responsabilidades e habilidades na prestação dos serviços, 
com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos eficientes e seguros, privilegiando a 
saúde e a qualidade de vida do paciente (MARTINEZ, 1996 apud OLIVEIRA et al, 2005). 
 
 
AULA 2: A humanização como expressão de ética 
 
 
A necessidade de melhorar a qualidade do relacionamento e atendimento nos 
hospitais e nos serviços de saúde de maneira geral, onde podemos considerar também 
as Unidades Básicas de Saúde, os Programas de Saúde da Família, os prontos-socorros 
municipais dentre outros, buscando cumprir um dos artigos da Constituição Federal – 
direito de qualquer cidadão ao atendimento na saúde, levou o Ministério da Saúde a 
lançar sua Política Nacional de Humanização, a priori para o serviço público, mas que 
contagiou também as demais instituições de saúde. 
 
Numa concepção ampla ou numa visão holística, humanizar é tornar-se mais rico 
em humanidade, em sensibilidade, em afetividade. É ter e demonstrar, além de 
competência profissional e conhecimento técnico, maturidade emocional e pessoal para 
lidar com serenidade e firmeza ao paciente, ao cuidador, ao colega profissional. 
 
Para Silva (2007) quando falamos, portanto, em “humanização do atendimento”, 
não falamos apenas em resgatar o mais bonito do humano ou o quanto somos 
“maravilhosos”, mas resgatar-nos de uma forma mais inteira, mais coerente em todas 
essas nossas dimensões da comunicação. 
 
Precisamos ser capazes de não ficar imaginando que “em algum lugar do planeta” 
nos comunicaríamos muito bem, mas sim entendermos que a nossa habilidade de 
comunicação passa pela verdade de sermos capazes de nos relacionar com quem 
existe à nossa volta; que as pessoas que nos rodeiam são os nossos professores de 
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comunicação, e que melhorar a nossa comunicação significa conquistar o melhor de nós 
mesmos, significa colocarmos a atenção em dimensões que, muitas vezes, não a pomos 
(SILVA, 2007). 
 
Assim, humanizar a assistência à saúde é agregar à eficiência técnica e científica, 
valores éticos, além do respeito e solidariedade ao ser humano. 
 
Para conceituar humanização é preciso entender a priori, o que é “ser humano”, 
portanto, o que diferencia o ser humano da natureza e dos animais é que seu corpo 
biológico é capturado desde o início numa rede de imagens e palavras, apresentadas, 
primeiro pela mãe, depois pelos familiares e em seguida pelo social. 
 
É esse “banho” de imagem e de linguagem que vai moldando o desenvolvimento 
do corpo biológico, transformando-o num ser humano, com um estilo de funcionamento 
e modo de ser singulares (OLIVEIRA; COLLET e VIERA, 2006). 
 
O fato dos seres humanos serem dotados de linguagem torna possível a 
construção de redes de significados, que são compartilhadas em maior ou menor 
medida com os semelhantes e que lhes dão uma identidade cultural. Em função disto, o 
ser humano é capaz de transformar imagens em obras de arte, palavras em poesia e 
literatura e sons em fala e música, ignorância em saber e ciência. É capaz ainda de 
produzir cultura e a partir dela, intervir e modificar a natureza. Por exemplo, 
transformando doença em saúde (OLIVEIRA; COLLET e VIERA, 2006). 
 
Entretanto, segundo os mesmos autores acima, a palavra pode fracassar e 
quando a palavra fracassa o ser humano também é capaz das maiores arbitrariedades, 
levando a destruições. Essa destrutividade pode se manifestar em muitos níveis e 
intensidades, desde um “não olhar no rosto e dar bom dia”, até o ato de violência mais 
cruel e definitivo. 
 
Partindo das inferências acima, humanizar é garantir à palavra a sua dignidade 
ética. Ou seja, o sofrimento humano e as percepções de dor ou de prazer no corpo, para 
serem humanizados, precisam tanto que as palavras que o sujeito expressa sejam 
reconhecidas pelo outro, quanto esse sujeito precisa ouvir do outro, palavras de seu 
reconhecimento. Pela linguagem se fazem as descobertas de meios pessoais de 
comunicação com o outro, sem o que a desumanização é recíproca. 
 
Isto é, sem comunicação não há humanização. A humanização depende de nossa 
capacidade de falar e ouvir, do diálogo com nossos semelhantes (BRASIL, 2004). 
 
O planejamento da assistência deve sempre valorizar a vida humana e a 
cidadania, considerando, assim, as circunstâncias sociais, étnicas, educacionais e 
psíquicas que envolvem cada indivíduo. Deve ser pautada no contato humano, de forma 
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acolhedora e sem juízo de valores e contemplar a integralidade do ser humano 
(BRASIL, 2004). 
 
A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde (PNH) entende por 
humanização a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção 
de saúde e enfatiza a autonomia e o protagonismo desses sujeitos, a co- 
responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários e a participação 
coletiva no processo de gestão. Pressupõe mudanças no modelo de atenção e, portanto, 
no modelo de gestão. Assim, essa tarefa convoca gestores, trabalhadores e usuários. 
 
Reafirmando a importância do termo humanizar, este é um verbo que precisa ser 
conjugado continuadamente por um número cada vez maior de usuários e trabalhadores 
da saúde, pois ele facilmente se desgasta e vira desumanização. 
 
Para Backes, Lunardi e Lunardi Filho (2006), perceber o outro requer uma atitude 
profundamente humana. Reconhecer e promover a humanização, à luz de 
considerações éticas, demanda um esforço para rever, principalmente, atitudes e 
comportamentos dos profissionais envolvidos direta ou indiretamente no cuidado do 
paciente, o que também está enraizado no Código de Ética dos Profissionais de 
Enfermagem (CEPE, 1993), evidenciando que os códigos de ética profissionais, 
enquanto expressão de sistemas de valores, explicitama moralidade de um grupo, 
pressupondo a imposição desses valores, e não o seu questionamento(COHEN; 
FERRAZ, 1995). 
 
A humanização encontra respaldo, também, na atual Constituição Federal, no 
artigo primeiro, Inciso III, que assinala “a dignidade da pessoa humana” como um dos 
fundamentos do Estado Democrático de Direito (BRASIL, 1988). 
 
Os direitos dos seres humanos nascem com os homens e, naturalmente, quando 
se fala de direitos da pessoa humana, pensa-se em sua integridade, dignidade, 
liberdade e saúde (GARRAFA, 1995). 
 
As discussões até o momento nos levam a crer que não é possível pensar um 
cuidado que não seja humanizado, entretanto, o fato de haver a necessidade do 
estabelecimento de uma política voltada para a humanização, infelizmente, é porque o 
cuidado não acontece de fato humanizado. 
 
A implementação de um cuidado humanizado, no entanto, mais do que o 
cumprimento de uma prescrição moral, pautada na obediência ao que deve ser, 
associada ao risco da punição frente a transgressões (COHEN; FERRAZ, 1995), 
necessita fundamentar-se na ética. 
 
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Dessa forma, é importante assinalar que a ética não se preocupa apenas com as 
coisas como são, mas como as coisas podem ser e, especialmente, como devem ser 
(MARTIN, 2003), de modo particular a partir da identificação de conflitos presentes 
nessas relações. 
 
Em meio a tantos avanços tecnológicos e possibilidades de melhoria da 
assistência hospitalar e de sua humanização, os recursos, todavia, parecem estar mais 
associados a propostas de investimentos na estrutura física dos prédios, na alta e 
moderna tecnologia e a outros processos que não, necessariamente, impliquem 
mudanças na cultura organizacional em prol da humanização do trabalho e do cuidado 
enquanto expressão da ética. Sem dúvida, tais medidas podem ser relevantes numa 
instituição. Contudo, não podem descaracterizar a dimensão humana que necessita 
estar na base de qualquer processo de intervenção na saúde, principalmente, no que 
diz respeito à pretendida humanização de um hospital (BACKES, LUNARDI E LUNARDI 
FILHO, 2006). 
 
Humanização, como espaço ético, requer, então, o fomento de relações 
profissionais saudáveis, de respeito pelo diferente, de investimento na formação humana 
dos sujeitos que integram as instituições, além do reconhecimento dos limites 
profissionais. Nesse processo, o profissional, possivelmente, terá condições de 
compreender sua condição humana e sua condição de cuidador de outros seres 
humanos, respeitando sua condição de sujeito, sua individualidade, privacidade, história, 
sentimentos, direito de decidir quanto ao que deseja para si, para sua saúde e seu corpo. 
O verdadeiro cuidado humano prima pela ética, enquanto elemento impulsionador das 
ações e intervenções pessoais e profissionais, constituindo a base do processo de 
humanização (BACKES, LUNARDI E LUNARDI FILHO, 2006). 
 
Quando se define a humanização hospitalar como expressão da ética, a filosofia 
da instituição necessita convergir para a construção de estratégias que contribuam para 
a humanização do/no trabalho, mediante o estímulo à participação e à comunicação 
efetiva, com qualidade em todas as suas dimensões: na relação da administração com 
os trabalhadores, dos trabalhadores entre si e desses com os pacientes. 
 
Por consequência, faz-se necessário incentivar a horizontalidade nas relações, 
pautada na liberdade de ser, pensar, falar, divergir, propor. É imprescindível reconhecer, 
ainda, que o exercício da autonomia, ou seja, a relação sujeito-sujeito, não é um valor 
absoluto, mas um valor que dignifica tanto a pessoa que cuida quanto a que está sob 
cuidado profissional. 
 
 
AULA 3: Sugestão de parâmetros para avaliar os níveis de 
humanização 
 
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A avaliação das ações de humanização, a partir dos parâmetros propostos abaixo 
pelo Programa de Humanização de Assistência à Saúde (BRASIL, 2004), pode colocar 
o grupo de trabalho (GT) frente a uma série de questões que ultrapassam sua 
responsabilidade e possibilidade de ação. Portanto, deve-se, antes de tudo, determinar 
qual o grau de governabilidade ou ingovernabilidade que o GT terá sobre as mesmas. 
 
No entanto, em relação a muitas ações, o GT poderá criar alternativas e soluções 
que podem ajudar a melhorar o atendimento e o trabalho em termos da humanização 
dos serviços. Será no processo de análise, discussão, elaboração e implementação das 
ações, campanhas, programas e políticas que irá se desenhando e construindo uma 
filosofia organizacional que permitirá avaliar se o que está sendo feito promove a 
humanização ou não. 
 
Uma cultura de humanização leva tempo para ser construída e envolve a 
participação de todos os atores do sistema. 
 
É preciso lembrar também que humanizar é verbo pessoal e intransferível, posto 
que ninguém pode ser humano em nosso lugar. E é multiplicável, pois é contagiante. 
 
a) Parâmetros para humanização do atendimento dos usuários: 
 
* Condições de acesso e presteza dos serviços: 
1. Sistema de marcação de consultas 
2. Tempo de espera para atendimento 
3. Acesso de acompanhantes e visitas 
4. Sistema de internação 
5. Sistema de marcação, realização e resultados de exames 
 
 
 
* Qualidade das instalações, equipamentos e condições ambientais do hospital: 
1. Adequação/criação de áreas de espera 
2. Sinalização das áreas e serviços do hospital 
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3. Instalações físicas e aparência do hospital 
4. Equipamentos 
5. Refeições 
6. Meios para efetivação de queixas e sugestões 
7. Espaço de recreação e convivência dos pacientes 
 
 
 
* Clareza das informações oferecidas aos usuários 
1. Identificação dos profissionais 
2. Informações aos familiares sobre o atendimento do usuário 
3. Informações sobre prevenção de doenças e educação em saúde 
4. Informações sobre outros serviços de saúde e serviços sociais disponíveis 
na comunidade 
 
* Qualidade da relação entre usuários e profissionais 
1. Eficiência, gentileza, interesse e atenção 
2. Compreensão das necessidades dos usuários 
3. Informações aos usuários, quanto a diagnóstico, 
encaminhamento 
tratamento e 
4. Privacidade no atendimento 
 
 
b) Parâmetros para humanização do trabalho dos profissionais: 
 
* Gestão hospitalar e participação dos profissionais 
1. Oportunidades de discussão da qualidade dos serviços prestados 
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2. Oportunidades de discussão das dificuldades na execução do trabalho de 
atendimento aos usuários 
3. Manutenção de mecanismos para captação de sugestões para a melhoria 
do trabalho 
4. Oportunidades de reconhecimento e resolução de conflitos e divergências 
5. Aplicação sistemática de normas de trabalho 
 
 
 
* Condições de trabalho na instituição 
1. Áreas de conforto 
2. Segurança 
3. Equipamentos e materiais 
4. Higiene 
 
* Condições de apoio aos profissionais 
1. Transporte, estacionamento e condições de acesso ao hospital 
2. Refeitório 
3. Área de descanso e convivência 
4. Atividades recreativas e/ou sociais 
5. Programas de atendimento às necessidades psicossociais dos 
profissionais 
6. Cursos ou treinamentos para aprimoramento profissional 
7. Cursos ou treinamentos para melhoria da relação com os usuários 
 
 
* Qualidade da comunicação entre os profissionais 
1. Canais de informação e resolução de problemas e necessidades 
2. Canais de informações oficiais da administração do hospital 
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3. Canaisde informação e comunicação interna sobre programas e 
atividades 
 
 
* Relacionamento interpessoal no trabalho 
1. Confiança 
2. Integração grupal 
3. Cooperação 
 
 
* Valorização do trabalho e motivação profissional 
1. Respeito 
2. Reconhecimento 
3. Motivação 
4. Realização 
5. Satisfação (MANUAL PNHAH, 2004). 
 
Tópico IV: Relações Humanas, Trabalho Em Equipe, Qualidade 
No Atendimento Público 
 
Segundo Pepe (2008), cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de 
pensar a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há pessoas 
mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que se interessam em aprender 
constantemente, outras não, enfim as pessoas têm objetivos diferenciados e nesta 
situação muitas vezes priorizam o que melhor lhes convém e às vezes estará em conflito 
com a própria empresa. 
 
Como observado por Bom Sucesso, o autoconhecimento e o conhecimento do 
outro são componentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no trabalho, 
dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades mais observadas, 
destacam-se: a falta de objetivos pessoais, dificuldade em priorizar e dificuldade em 
ouvir. 
 
É bom lembrar também que o ser humano é individual, é único e que, portanto 
também reage de forma única e individual a situações semelhantes. 
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Para Bom Sucesso (1997, p. 176) no cenário idealizado de pleno emprego, 
mesmo de ótimas condições financeiras, conforto e segurança, alguns trabalhadores 
ainda estarão tomados pelo sofrimento emocional. Outros, necessitados, cavando o 
alimento diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes, esperançosos. 
 
Nesse contexto e de acordo com os processos dinâmicos e interativos de gerir 
pessoas (agregar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar) estabelecidos por 
Chiavenato (2005), a promoção da socialização do funcionário ou colaborador também 
agrega valor às inter-relações no ambiente de trabalho, ou seja, as empresas precisam 
promover a socialização dos novos funcionários, o que pode acontecer através de vários 
programas de integração, quer sejam do tipo formal ou informal; individual ou coletivo; 
uniforme ou variável, dentre outros. 
 
Um ambiente saudável, rico, tranquilo e ao mesmo tempo desafiador, que leve o 
indivíduo a buscar novas conquistas, a satisfazer novas necessidades favorece não só 
as relações pessoais, mas o bom desenvolvimento, a fruição dos trabalhos e o 
atendimento dos objetivos da administração quer seja ela pública ou privada. 
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SUA ATIVIDADE 
 
 
1) A sociedade se apoia em três pilares éticos. É vital que ela seja solidária é um 
dos pilares. Qual das opções abaixo explica esse pilar? 
A( )é preciso haver oportunidade para todos. 
 
B( )é preciso educar a vontade para que a liberdade se torne responsável. 
C( )é preciso haver compromisso com o bem pessoal e o bem comum. 
D( )n.r.a. 
 
 
2) Organização flexível enquanto capacidade ética quer dizer que: 
 
A( )as estruturas estimulem a participação, a criatividade, a descentralização e a 
delegação da autoridade. 
B( )não basta haver líderes, eles devem estar integrados por verdades comuns. 
 
C( )deve se desenvolver simultaneamente a percepção diagnóstica e o 
pensamento estratégico. 
D( )n.r.a. 
 
 
3) Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. Pois bem, assinale a opção 
falsa: 
A( ) Ética significa modo de ser, caráter, comportamento. 
B( ) É o ramo da biologia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no 
cotidiano e na sociedade. 
C( ) É o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no 
cotidiano e na sociedade. 
D( ) Diferencia-se da moral, pois enquanto está se fundamenta na obediência a 
normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos 
recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo 
pensamento humano. 
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4) Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma 
certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam. 
Qual das opções abaixo fala da moral de acordo com o texto? 
A( )estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir 
o seu bem-viver. 
B( )independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que 
sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. 
C( ) busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do 
Estado. 
D( )estão corretas as opções A e B. 
 
 
5) Qual das opções abaixo refere-se a “sem ética, mas não contra uma ou outra 
ética”? 
A( )anti-ético 
B( )aético 
C( )ético 
D( )n.r.a. 
 
 
6) Aristóteles faz distinção entre alguns tipos de saberes. Quais os saberes 
correspondem a: “ocupam-se de averiguar o que são as coisas, o que ocorre de 
fato no mundo e quais são as causas objetivas dos acontecimentos. São 
saberes descritivos, mostram-nos o que existe, o que é, o que acontece”. 
A( )poiético 
B( )práticos 
C( ) teóricos 
D( )n.r.a. 
 
 
7) São valores éticos próprios do intelecto teórico segundo Aristóteles: 
 
A( )prudência – arte - discrição 
B( )fortaleza – temperança - pudor 
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C( )justiça – amabilidade – bom humor 
D( )inteligência – ciência - sabedoria 
 
 
8) Para Scheler, existe uma ciência pura dos valores, uma axiologia pura, que se 
sustenta em três princípios. Leia as afirmativas abaixo e assinale a opção 
correta. 
I – Todos os valores são negativos ou positivos. 
II– Valor e dever estão relacionados, pois a captação de um valor não realizado é 
acompanhada pelo dever de realizá-lo. 
III – Nossa preferência por um valor e não por outro verifica-se porque nossa 
intuição emocional capta os valores já hierarquizados. A vontade de realizar um 
valor moral superior em vez de um inferior constitui o bem moral, e seu contrário é 
o mal. Não existem, portanto, valores especificamente morais 
 
 
A( )Somente está correta a afirmativa I 
B( )Somente está correta a afirmativa II 
C( )Todas as afirmativas são falsas 
D( )Todas as afirmativas são verdadeiras 
 
 
 
9) “Propõe encarnar na sociedade os valores e liberdade, justiça e solidariedade por 
meio do diálogo, como único procedimento capaz de respeitar a individualidade das 
pessoas e, ao mesmo tempo, sua inegável dimensão solidária, porque em um 
diálogo precisamos contar com pessoas, mas também com a relação que existe entre 
elas, a qual, para ser humana, deve ser justa”. Esta definição pertence a qual das 
éticas abaixo? 
A( )Ética da falação 
B( )Ética do Discurso 
C( )Ética da falácia 
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D( )Ética Poiética 
 
10) Leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: 
 
I – A humanização depende de nossa capacidade de falar e ouvir, 
do diálogo com nossos semelhantes. 
II – A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde 
(PNH) entende por humanização a valorização dos diferentes sujeitos 
implicados no processo de produção de saúde e enfatiza a autonomia e o 
protagonismo desses sujeitos, a co- responsabilidade entre eles, o 
estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no processo 
de gestão. 
III – Humanização, como espaço ético, requer, então, o fomento de 
relações profissionais saudáveis, de respeito pelo diferente, de investimento 
na formação humana dos sujeitos que integram as instituições, além do 
reconhecimento dos limites profissionais 
 
 
A( )Somente está correta a afirmativa I 
B( )Somente está correta a afirmativa II 
C( )Todas as afirmativas são falsas 
D( )Todas as afirmativas são verdadeiras

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