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DO DNA À PROTEÍNA − Dogma Central da Biologia: DNA RNA → PROTEÍNA − Os retrovírus que têm RNA usam a transcriptase reversa para criar cópias de DNA para se integrar no genoma do hospedeiro e produzir as proteínas virais − Proteínas não podem se tornar RNA de novo → isso indica que características adquiridas ao longo da vida não podem ser hereditárias (contraria Jean- Baptiste Lamarck) − Contudo, alguns mecanismos regulatórios podem deixar uma marca (imprint) no DNA cromossômico, sendo assim, algumas condições adquiridas podem influenciar o desenvolvimento de gerações futuras MEMBRANA NUCLEAR − Procarioto – não há membrana nuclear – carioteca -ao redor do núcleo • No procarioto, o DNA e outros componentes celulares estão no mesmo compartimento celular, de modo que uma molécula de RNAm pode ainda estar em formação quando sua porção inicial se liga aos ribossomos para iniciar a síntese de proteínas − Eucarioto – tem membrana nuclear ao redor do núcleo • As células eucarióticas possuem uma membrana dupla separando os cromossomos de outros componente celulares, formando os domínios nuclear e citoplasmático • Ao separar o processo de transcrição e tradução, fisicamente, o transcrito de RNAm consegue ser modificado antes de chegar ao ribossomo → isso aumenta a quantidade de peptídeos produzidos a partir de um único gene transcrito OPORTUNIDADES DE REGULAÇÃO − A formação de uma proteína depende da sequência de nucleotídeos de uma molécula de DNA − Uma das fitas do gene de interesse é transcrito e forma, então, uma molécula de RNAm, que é modificada por processos pós-transcricionais e então, forma um RNAm funcional − Os íntrons (sequencias de nucleotídeos não codificantes) são removidos pelo processo de Splicing, deixando apenas os éxons (sequencias codificadoras) − − O Splicing Alternativo permite que se remova os introns e se combine e recombine de diferentes formas os éxons restantes, formando RNAm com diferentes sequencias, como mostrado abaixo, originando diferentes proteínas a partir de 1 único gene − − No citoplasma, o RNA mensageiro se liga ao ribossomo para iniciar a síntese proteica − Competição entre diferentes RNAm, variação na longevidade do RNAm, inativação temporária ou silenciamento por microRNAs e outros agentes podem influenciar na velocidade e tempo de funcionamento de cada RNAm − A proteína formada pode se tornar imediatamente ativa, ou pode passar por processos pós- traducionais − Em muitos casos, uma proteína é inicialmente inativa, até que seja ativada por uma molécula indutora → ex: pepsinogênio é uma enzima proteolítica que é ativada em pepsina pelo acido clorídrico do estômago REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA REPLICAÇÃO DO DNA − DNA é uma molécula dupla fita composta por nucleotídeos contendo uma base nitrogenada, uma pentose e um grupo fosfato − As bases nitrogenadas dos nucleotídeos são: • Adenina, timina, citosina, guanina e uracila (nos RNA) − DNA-polimerases são enzimas que unem nucleotídeos para formar uma fita simples • Elas adicionam um novo nucleotídeo a uma hidroxila 3’ de uma pentose • Elas catalisam a formação de uma ligação covalente entre o carbono 3’ de um nucleotídeo com o carbono 5’ do grupo fosfato do novo nucleotídeo • Na nova fita formada, o carbono inicial é o 5’ do primeiro nucleotídeo e o carbono final é o 3’ do último nucleotídeo • Assim, a fita de DNA cresce no sentido 5’→3’ − As bases nitrogenadas são unidas por ligações de hidrogênio • C-G usam 3 ligações de hidrogênio • A-T usam 2 ligações de hidrogênio • Regra de Chargaff: a quantidade de Adeninda = timina e a quantidade de citosina = guanina −Com relação à dupla fita de DNA, uma fita tem sentido 5’→3’ e a outra fita complementar tem 3’→5’ Envolve a determinação de quais genes são transcritos e processamento do seu RNAm REPLICAÇÃO − Um complexo pré-replicação com~14 enzimas é necessário para iniciar a replicação − Para replicar um DNA, primeiro se elas se desenrolam (desfaz a espiral) e depois se separa suas fitas − A DNA-helicase rompe suas ligações de hidrogênio − Depois da separação das fitas, uma pequena sequência de RNA (iniciador ou primer) é sintetizado pela primase − A DNA-polimerase III pode usar a posição 3’-OH de um nucleotídeo de RNA como ponto de ancoragem para o primeiro nucleotídeo de DNA − A replicação nessa forquilha ocorre em direções opostas nas duas fitas molde − Na fita líder (contínua), na qual o molde é orientado com a extremidade 5’ próxima à forquilha de replicação, a síntese de uma nova fita complementar pode ser contínua porque adiciona nucleotídeos na extremidade 3’ − Na fita descontínua, porém, a síntese ocorre em interrupções contínuas à medida que um novo molde é aberto pela DNA-helicase com a criação de sequencias de iniciadores de RNA periódicos • Isso resulta em pequenas sequencias, os fragmentos de Okazaki, com cerca de 1000- 2000 nucleotídeos em bactérias e cerca de 100-200 nucleotídeos em eucariotos • Depois os primers devem ser removidos e substituídos por DNA e a ligação covalente final deve ser formada entre os fragmentos adjacentes − Em bactérias, a DNA-polimerase I remove os primers e insere os nucleotídeos de DNA − − A DNA-ligase catalisa a formação da ligação covalente final − Algumas enzimas envolvidas na replicação fazem parte de um complexo maior − A DNA-helicase e a primase são unidas como um primossomo, o qual separa as fitas parenterais e cria iniciadores de RNA espaçados ao longo da fita descontínua − Unir as proteínas ajuda a coordenar suas funções de maneira eficiente − O primossomo é associado com duas moléculas de DNA-polimerase III, uma para a fita continua e outra para a fita descontínua − Esse complexo é chamado de replissomo − Quando a polimerase da fita descontínua completa um fragmento de Okazaki, ela é liberada do molde e salta para o iniciador de RNA seguinte mais próximo para começar novamente − Sempre é possível haver erros nesses processos e as enzimas podem sofrer mutações – doenças genéticas − Muitos dos erros são detectados e corrigidos logo após a replicação por uma maquinaria de reparo celular − − − OBSERVAÇÕES − Os eucariotos têm várias DNA-polimerases diferentes e algumas podem atuar na correção de erros e no reparo de vários tipos de danos ao DNA − Como a DNA-polimerase necessita de um nucleotídeo 3’-OH preexistente para adicionar o primeiro nucleotídeo de DNA, ela não consegue replicar a extremidade 3’ inicial do cromossomo, já que não há lugar para a síntese de um iniciador − Mesmo que um iniciador fosse colocado na ponta, a DNA polimerase não conseguiria substituir os nucleotídeos de RNA mais distais sem um 3’-OH prévio para se ligar − Para prevenir o encurtamento da região codificante do DNA a cada ciclo de replicação, os cromossomos eucarióticos possuem sequencias repetidas nas suas extremidades (TTAGGG 250- 1500x) chamadas de telômeros • Esse DNA extra fornece um sitio para a formação do iniciador e evita o encurtamento do cromossomo no DNA codificador de informação MANIPULAÇÃO DA REPLICAÇÃO DO DNA: A REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE − É possível realizar o processo de replicação in vitro. Na replicação, é necessário: • Um molde de DNA fita simples e iniciadores para fornecer o grupo 3’-OH ao qual o novo nucleotídeo pode se ligar • DNA-polimerase • Quatro nucleotídeos − Para reproduzir esse processo in vitro, é necessário iniciadores: • São sequencias nucleotídica preparadas com 18-22 bases que se ligam na região a ser amplificada 1. Durante a PCR, esses componentes são manipulados em uma solução adequadamente tamponada por ciclos repetidos de aquecimento e resfriamentopara amplificar a região-alvo do DNA 2. Uma pequena quantidade de DNA genômico é primeiramente aquecida a 94 a 95°C para separar a dupla-hélice em fitas simples 3. A reação é, então, resfriada para uma temperatura entre 52°C e 58°C ou um pouco maior, a qual foi predeterminada como ótima para a hibridização dos dois iniciadores aos moldes de fita simples 4. Após trinta segundos a um minuto, a temperatura é aumentada para 72°C, quando uma DNA-polimerase termorresistente de Thermus aquaticus (Taq polimerase, isolada de uma bactéria adaptada à vida em águas termais) estende a nova fita por cerca de 1.000 bases 5. A temperatura é então reduzida − OBS: Este ciclo de aquecimento e resfriamento pode ser repetido, de 25 a 35 vezes, produzindo uma grande quantidade de cópias da amostra de DNA-alvo − O uso de Taq polimerase termorresistente garante que a enzima não seja destruída cada vez que a reação é aquecida a 94 a 95°C para desnaturar o DNA TRANSCRIÇÃO E PROCESSAMENTO DO RNA − Transcrição: é o processo de síntese de uma molécula de RNA a partir do gene. − Antes que a transcrição possa ocorrer, a dupla hélice de DNA deve se desenrolar próximo ao gene que está sendo transcrito. A região do DNA aberto é chamada de bolha de transcrição. − O local no DNA de onde o primeiro nucleotídeo de RNA é transcrito é o sítio de iniciação e esse local é chamado de ‘+1’. Os nucleotídeos que ficaram ‘para trás’ são numerados ‘-1’ em diante → é mais uma nomenclatura que pesquisadores usam para estudos − Pode ser dividida em 3 fases: • Iniciação da transcrição • Alongamento do RNA • Terminação − O reconhecimento do início do gene requer fatores de transcrição, que são proteínas que se ligam ao DNA e auxiliam a ligação da RNA-polimerase (complexo enzimático) a um promotor, que é uma sequência de nucleotídeos que fica no início do gene e deixam a RNA polimerase ou as suas proteínas auxiliares se ligarem ao DNA • Usando um molde de DNA, a RNA polimerase constrói uma nova de RNA através do pareamento de bases. Por exemplo, se houver um G no molde de DNA, a RNA polimerase adicionará um C à nova cadeia crescente de RNA. • A síntese ocorre à medida que a RNA- polimerase se move ao longo da fita molde e catalisa a inserção de um nucleotídeo de RNA complementar à sequência molde de DNA • A RNA polimerase sempre constrói uma nova fita de RNA na direção 5' para 3' • Há três tipos diferentes de RNA polimerases: I, II e III. Cada uma especializa-se em transcrever determinadas classes de genes − OBS: A RNA-polimerase começa a sintetizar uma fita de RNA no promotor, de modo que cada transcrito possua um trecho de nucleotídeos antes daqueles que serão eventualmente traduzidos em um polipeptídio − Outros fatores de transcrição podem se ligar a curtas sequências de nucleotídeos próximas ao promotor e aumentar ou inibir a taxa de transcrição − SOBRE REGIÕES PROMOTORAS NO DNA − Muitos promotores eucarióticos possuem uma sequência chamada de TATA box. − Ele é reconhecido por um dos fatores gerais de transcrição, permitindo que outros fatores de transcrição e eventualmente a RNA polimerase se liguem. Ele também contém muitos As e Ts, o que torna mais fácil de separar as fitas de DNA − Genes Sobrepostos: compartilham regiões − Genes Aninhados: utilizam diferentes partes da mesma sequência em ciclos de transcrição separados − A fita molde é definida pelos nucleotídeos da região promotora − Os nucleotídeos são adicionados ao transcrito de RNA na extremidade 3’-OH, como na replicação do DNA. A fita molde, portanto, é lida na direção 3’- 5’, já que o RNA é antiparalelo ao molde de DNA e está crescendo na extremidade 3’ − A transcrição começa quando a RNA-polimerase II, fatores de transcrição e um mediador se ligam À sequência promotora − Outra complicação nos eucariotos é que o cromossomo tem seu DNA envolvido por complexos proteicos de histonas, os nucleossomos. A cromatina precisa ser remodelada para remover os nucleossomos antes que a transcrição possa prosseguir. PROCESSAMENTO DO RNA NO NÚCLEO − O transcrito de RNA inicial, às vezes chamado de RNA nuclear heterogêneo (hnRNA) é processado para remoção dos íntrons − Os introns são removidos por um spliceossomo, composto por subunidades chamadas de ribonucleoproteínas nucleares pequenas (snRNPS) − Esse complexo de proteínas de RNA se ligam à sítios de splicing nas extremidades dos introns e clivam o DNA, ligando os exons adjacentes ADIÇÃO DE CAP E CAUDA − Há adição de moléculas cap e cauda nas duas extremidades do RNA inicial transcrito. • Elas exercem um papel de proteção, como as capas dianteira e traseira de um livro − CAP: adição de um cap de 7-metilguanosina na extremidade 5’ • A cap é uma guanina (G) modificada e protege o transcrito de ser quebrado • Ela também auxilia o ribossomo a se ligar ao RNAm e começar a leitura − CAUSA: adição de uma fita de adeninas como uma cauda poli-A na extremidade 3’ TRADUÇÃO − É o processo em que se formará uma proteína − RNA transportadores ou RNAt são "pontes" moleculares que conectam os códons do RNAm aos aminoácidos que eles codificam • Os nucleotídeos do RNAm são lidos pelo RNAt de 3 em 3 (trincas ou códons) • Em uma das extremidades de cada RNAt há uma sequência de três nucleotídeos denominada anticódon que pode se ligar a códons específicos do RNAm. A outra extremidade do RNAt transporta o aminoácido especificado pelos códons − Os aminoácidos (a.a.) tem um grupo amino ligado a um carbono e uma carboxila • Eles têm uma extremidade N-terminal e outra C-terminal • Os grupos ligados aos carbonos centrais influenciam na forma tridimensional e na polaridade do aminoácido • − Os RNAs catalíticos que fazem parte da estrutura do ribossomo ligam aminoácidos sequenciais na cadeia polipeptídica crescente − Ribossomos são as estruturas nas quais os polipeptídeos (proteínas) são construídos. Eles são feitos de proteínas e RNA (RNA ribossômico ou RNAr). Cada ribossomo tem duas subunidades, uma grande e outra pequena, que se reúnem ao redor de um RNAm − O código genético determina qual códon corresponde a cada aminoácido • Nosso códido genético é chamado de degenerado porque vários códons diferentes podem dar origem ao mesmo a.a. ETAPAS DA TRADUÇÃO INICIAÇÃO − O ribossomo se reúne em torno do RNAm a ser lido e do primeiro RNAt (o qual transporta o aminoácido metionina que corresponde ao primeiro códon, AUG) Essa configuração, chamada de complexo de iniciação, é necessária para que a tradução tenha início ALONGAMENTO – AUMENTO DA CADEIA − O RNAm é lido um códon por vez e o aminoácido que corresponde a cada códon é adicionado à cadeia de proteína − A cada vez um códon é exposto: • Um RNAt correspondente se liga ao códon • A cadeia de aminoácidos existente é ligada ao aminoácido do RNAt • O RNAm é deslocado em 1 códon no ribossomo, expondo um novo códon para ser lido − Se ocorrer malpareamento, o alongamento é interrompido até que o tRNA malpareado saia do sítio que está TERMINAÇÃO − É a etapa que a cadeia de polipeptídeo terminada é liberada. − Ela tem início quando um códon de parada (UAG, UAA ou UGA) entra no ribossomo, permitindo que a haja separação da cadeia do RNAt EVENTOS PÓS-TRADUCIONAIS − Depois da terminação, o polipeptídeo pode precisar dobrar-se na forma 3D correta através do processamento (tais como a remoção de aminoácidos), ser enviado para o lugar certo na célula, ou se combinar com outros polipeptídeos antes que possa atuar como uma proteína funcional FATORES QUE AFETAM A FORMA E A FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS − A sequência de aminoácido na proteína determina sua função, mas não é uma relação direta − As cadeias laterais dos aminoácidospodem reagir entre si, com o citosol ou com a bicamada lipídica − Além disso, a ligação da proteína a cofatores pode mudar sua função ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS − 1° - PRIMÁRIA: é a sequência de aminoácidos − 2° - SECUNDÁRIA: é a maneira como se estabelece as ligações de hidrogênio • Pode ser alfa-hélice ou folha beta-pregueada − 3° - TERCIÁRIA é a forma tridimensional na proteina • Outras proteínas, como chaperonas, ajudam a produzir a forma adequada da proteina − 4° - QUATERNÁRIA: é quando duas ou mais proteínas se ligam para formar um complexo − A forma das proteínas não é estática, pois podem ser alteradas para realizar funções • As proteínas alostéricas são aquelas que sofrem alterações reversíveis quando se ligam a outra molécula MODIFICAÇÕES PÓS-TRADUCIONAIS − A estrutura da proteina pode ser alterada de diversas formas, como: • Adicionando ou removendo aminoácidos • Se tornando ativadas • Clivadas para produzir vários polipeptídeos • Pode ocorrer metilação, fosforilação, glicosilação • Podem ser transportadas ou compartimentalizadas dentro da célula ✓ Proteínas envolvidas na síntese de ATP vão para as mitocôndrias PLEIOTROPIA − Pleiotropia é o fenômeno em que um par de genes alelos condiciona o aparecimento de várias características no mesmo organismo. • A pleiotropia mostra que a ideia mendeliana, de que cada gene afeta apenas uma característica, nem sempre é valida − Um defeito genético, por menor que seja, pode acarretar consequências no organismo inteiro DISTÚRBIOS CONGÊNITOS DE GLICOSILAÇÃO − Glicosilação é um tipo de modificação pós- traducional − Há pelo menos 11 rotas de glicosilação identificadas, que exercem papel importante na conclusão da produção de proteínas. • A glicosilação ligada a N envolve a ligação de um glicano ao nitrogênio da amida das asparaginas; • A glicosilação ligada a O envolve a ligação ao oxigênio da oxidrila da serina ou da treonina. − Há mais de 30 condições chamadas de “síndromes de glicoproteínas deficientes em carboidratos”. Atualmente são chamadas de “distúrbios congênitos de glicosilação - CDGs” − O espectro clinico delas é muito variável, pode ir de neonatos muito graves até adultos com sintomas leves − Eles geralmente se manifestam como distúrbios multissistêmicos. Os CDGs devem ser incluídos no diagnóstico diferencial de sintomas tão variados quanto problemas nos sistemas nervoso, ocular, esquelético, de coagulação ou imune − Eles podem apresentar características não específicas, tais como anormalidades de crescimento ou baixo tônus muscular. Os CDGs devem ser considerados em praticamente todo paciente com problemas multissistêmicos não explicados • Felizmente, um teste simples e relativamente barato está disponível como uma primeira linha de avaliação. Esse teste, chamado de “focalização isoelétrica da transferrina”, observa a migração da proteína transferrina em uma eletroforese em gel. No caso de glicosilação anormal, a proteína irá migrar no gel com um padrão diferente do normal SÍNDROME DE JAEKEN − O distúrbio congênito de glicosilação tipo 1a (CDG la) também foi chamado de síndrome de Jaeken. É a forma mais comum de CDG e foi a primeira a ser descrita. − Sabe-se que é causado por uma deficiência da enzima fosfomanomutase 2. • Essa deficiência resulta em glicoproteínas com níveis reduzidos de ácido siálico. − Os pacientes com CDG 1a tipicamente apresentam sintomas neurológicos que incluem déficits cognitivos, hipotonia central (supranuclear), reflexos de estiramento reduzidos e ataxia do tronco. − Outras características que podem estar presentes incluem miocardiopatia, fígado aumentado e fibrótico e problemas renais. Anormalidades endócrinas, imunológicas e de coagulação também podem estar envolvidas. − Pode haver um número de pistas importantes vistas no exame físico que podem alertar o médico para o possível dignóstico. Tais características incluem: • Características faciais dismórficas, mamilos invertidos, distribuição anormal de gordura subcutânea e aspecto de “casca de laranja” em áreas da pele. SÍNDROME DE CHARGE − MUTAÇÃO: É uma doença autossômica dominante, embora a maioria dos casos seja esporádica, devido a mutações • O CHD7 localizado no locus 8q12 é o único gene conhecido associado a essa síndrome e encontra-se mutado em mais de 95% dos paciente e em 60-70% de pacientes suspeitos • A causa dessa síndrome ainda não é bem definida, mas parece resultar de anomalias especificas da diferenciação cerebral, uma complexa neurocristopatia − SINTOMAS: A maioria dos pacientes com S. Charge tem anosmia e hipogonadismo hipogonadotrófico (HH) − O acrônimo Charge significa: • C – coloboma • H – cardiopatia congêninta (Heart malformation) • A – atresia de coanas • R – Atraso de crescimento e/ou desenvolvimento (Retardation of growth and/or development) • G – Anomalias genitais (Genital anomalies) • E – Anomalias de ouvido (Ear anomalies) − DIAGNÓSTICO: A pesquisa da mutação desse gene está indicado depois do estabelecimento do diagnóstico clinico e nos casos atípicos ou parciais • O exame de cariótipo deve ser feito para excluir cromossomopatias • O pico pós-natal de LH e FSH permite fazer diagnostico de HH nos primeiros 6 meses de vida. Depois disso, só volta a ser possível por volta dos 13-14 anos se houver atraso pubertário − TRATAMENTO: pode haver reposição de testosterona para meninos com atraso de puberdade ou para RN para promover o crescimento do pênis • Pode haver terapia com estrogênio na puberdade feminina − O manejo do caso deve ser multidisciplinar − SÍNDROME DE NOONAN − Os genes PTPN11, SOS1, RAF1, KRAS e SHOC2 foram relacionados com a etiologia da síndrome e são responsáveis pela via de sinalização RAS/MAPK − Existem casos em que a mutação ocorre após a concepção (mutação de novo) − Está intimamente relacionada a graves malformações cardíacas, sendo a segunda causa mais prevalente, ficando somente atrás da trissomia do 21 − Facies típica, pescoço alado, pectus carinatum, baixa estatura, estenose pulmonar, cardiomiopatia hipertrófica, alterações dermatológicas, oftalmológicas e renais, displasia linfática, deficiência dos fatores de coagulação e criptorquidia − O seu diagnóstico é, portanto, dificultado pela variedade dos achados semiológicos e, por isso, subdiagnosticada − A anomalia congênita mais comum é o defeito cardíaco. Dessa forma, é preconizado que todos os pacientes devem ser submetidos a uma avaliação cardiológica por um especialista ao momento do diagnóstico − MUTAÇÃO: Cada uma dessas anomalias cardiovasculares está relacionada com um determinado tipo de mutação gênica, sendo a mutação no gene PTPN11 a responsável pela estenose pulmonar valvar com folhetos displásicos, deformidade mais prevalente na síndrome de Noonan − SINTOMAS: A deformidade torácica e a baixa estatura são estatisticamente significantes nesses pacientes (58% e 76% respectivamente). Há muitos defeitos congênitos cardíacos. Há baixa estatura e atraso na puberdade • No recém-nascido o que chama a atenção é a macrocefalia, fronte larga e alta, hipertelorismo, proeminência ocular, palato alto, dobras epicânticas e ptose palpebral • As orelhas têm implantação baixa, com rotação posterior, formato oval e lóbulo espessado • O lábio superior tende a ter uma linha de sulco profunda e geralmente, o pescoço é curto, com excesso de pele, possui nariz curto e cabelos de baixa implantação • Na infância e adolescência as características fenotípicas são mais atenuadas − TRATAMENTO: O tratamento inicial dessa anomalia é o uso de betabloqueadores ou amiodarona nos casos de arritmia HETEROGENEIDADE FENOTIPICA EM PACIENTES COM LIPODISTROFIA ASSOCIADA A MUTACOESNO GENE LMNA − As lipodistrofias sao um grupo heterogeneo de disturbios do tecido adiposo caracterizadas por distribuicao alterada de gordura corporal e complicacoes metabolicas − Podem ser classificadas de acordo com o padrao clinico da perda de gordura (formas generalizadas ou parciais) ou de acordo com sua origem (formas adquiridas ou geneticas familiares) − Dentre as formas geneticas a mais prevalente e a lipodistrofia parcial familiar (LPF) − LIPODISTROFIA PARCIAL FAMILIAR (LPF) − Trata-se de doenca de heranca autossomica dominante que se caracteriza por perda do tecido adiposo subcutaneo em extremidades e tronco com acumulo de gordura em face, pescoco e regiao intra-abdominal − Os pacientes afetados apresentam resistencia a insulina importante, com consequente desenvolvimento de diabetes mellitus, acanthosis nigricans, hirsutismo e sindrome dos ovarios policisticos − E uma doenca fenotipica e geneticamente heterogenea, sendo causada por mutacoes nos genes LMNA, PPARG, AKT2, PLIN1, CAV1 e CIDEC − Em relacao a LPF associada a mutacoes no gene LMNA, conhecida como LPF tipo 2 (variante de Dunnigan), aproximadamente 75% dos pacientes apresentam mutacoes envolvendo o residuo arginina na posicao 482 − Mutacoes no gene LMNA estao associadas a diversas outras doencas chamadas de laminopatias, as quais apresentam fenotipos heterogeneos incluindo doencas da musculatura estriada, neuropatias perifericas, sindrome de envelhecimento precoce, alem das sindromes lipodistroficas − −
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