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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS BLOCO 01 LC - 1º dia | Página 2 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 *TPP: Trans-Pacific Partnership **NAFTA: North American Free Trade Agreement Disponível em: https://www.dcourier.com. Acesso em: 13 maio 2018. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país de um acordo nuclear internacional com o Irã, aumentando o risco de conflitos no Oriente Médio, irritando aliados europeus e lançando incerteza sobre o fornecimento mundial de petróleo. De acordo com a imagem acima, o uso do vocábulo “killatreaty” (que faz alusão ao vulcão Kilauea, que está em erupção há vários dias no Havaí) remete à A insistência de Trump de não respeitar leis que protegem os direitos dos imigrantes. B decisão de Trump de retirar os Estados Unidos de diver- sos tratados internacionais. C promessa de campanha de Trump de revogar acordos firmados por seu antecessor. D iniciativa de Trump de recuperar a economia retirando o país de acordos ambientais. E intransigência de Trump, que não consegue reconhecer o valor de pactos comerciais. QUESTÃO 02 BRAZIL GOV’T SUMMIT FOUND TO HAVE ALLOWED EXECUTIONS IN MILITARY RULE A document made public by the US State Department shows that former Brazilian president Ernesto Geisel (1974– 1979) gave permission to Brazil’s Intelligence Center of the Army (CIE) to continue its summary execution policy against those opposing the military dictatorship in Brazil — a policy adopted under Emílio Garrastazu Médici — adding, however, that killings should be limited to the more “dangerous subversives.” The memorandum, dated April 11, 1974, signed by then CIA director Willian Colby and directed to then State Secretary Henry Kissinger, says that President Geisel told João Baptista Figueiredo, head of National Information Service (SNI) at the time, who became president 1979 and 1985, that the executions should remain uninterrupted. Geisel and Figueiredo, the document reports, agreed that when the CIE arrested someone that could be classified as “dangerous subversive”, the CIE head should consult with General Figueiredo, who was subsequently to give permission for the execution. Figueiredo is reported to have insisted on the continuity of executions, Geisel reportedly made remarks on the potentially harmful aspects of the matter, asking to consider the issue over the weekend before making a decision. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 13 maio 2018. Um registro da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) joga luzes sobre um dos momentos mais conturbados da política brasileira. Com base no texto, o memorando em questão A mostra que o maior número de execuções de presos po- líticos no regime militar ocorreu entre o período de 1979 a 1985. B demonstra que o general Figueiredo tentou colocar um fim nas execuções de presos políticos durante a ditadura militar. C revela que, durante o governo do presidente Ernest Gei- sel, houve execuções de pessoas consideradas subver- sivas. D indica que o presidente Médici era totalmente contra a política de execuções de pessoas que eram contrárias ao regime. E sugere que a Central de Inteligência Americana colabo- rou diretamente com o governo brasileiro para as execu- ções políticas. LC - 1º dia | Página 3 QUESTÃO 03 NASA WILL SEND HELICOPTER TO MARS TO TEST OTHERWORLDLY FLIGHT Nasa is sending a helicopter to Mars, in the first test of a heavier-than-air aircraft on another planet. The Mars Helicopter will be bundled with the US space agency’s Mars rover when it launches in 2020. Its design team spent more than four years shrinking a working helicopter to “the size of a softball” and cutting its weight to 1.8 kg (4 lbs). It is specifically designed to fly in the atmosphere of Mars, which is 100 times thinner than Earth’s. Nasa describes the helicopter as a “heavier-than- air” aircraft because the other type – sometimes called an aerostat – are balloons and blimps. Soviet scientists dropped two balloons into the atmosphere of Venus in the 1980s. No aircraft has ever taken off from the surface of another planet. The helicopter’s two blades will spin at close to 3,000 revolutions a minute, which Nasa says is about 10 times faster than a standard helicopter on Earth. Disponível em: http://www.bbc.com. Acesso em: 13 maio 2018. A NASA planeja começar a usar um mini-helicóptero em Marte durante as missões de estudo do planeta em 2021. De acordo com o texto, o helicóptero em questão A foi projetado para voar na atmosfera de Marte, cujo ar é muito mais denso do que o da Terra. B representa a primeira tentativa de fazer um aeróstato atin- gir a atmosfera de um outro planeta. C levará, aproximadamente, quatro anos para conseguir al- cançar a atmosfera do planeta Marte. D terá hélices que girarão cerca de dez vezes mais rápido do que as de um helicóptero na Terra. E apresenta uma massa aproximada de 4 kg, o que seria equivalente à massa de uma bola de tênis. QUESTÃO 04 Disponível em: https://www.adsoftheworld.com. Acesso em: 13 maio 2018. Uma campanha de conscientização nada mais é um do que um esforço para produzir mudanças. Através da combinação de elementos verbais e não verbais, o produtor do texto pretende A combater, veementemente, o aumento da incidência de furtos de livros nas bibliotecas do mundo inteiro. B divulgar uma campanha para tentar erradicar definitiva- mente o analfabetismo entre os jovens adultos. C incentivar a leitura de textos clássicos que contribuem para formação intelectual dos cidadãos de um país. D alertar os motoristas quanto ao risco do ato de enviar mensagens de texto enquanto estão dirigindo. E estimular o aprendizado da escrita em uma época total- mente dominada por recursos tecnológicos. LC - 1º dia | Página 4 QUESTÃO 05 ADDRESS TO SLAVERY Slavery, O Slavery! I cannot conceive Why judges and magistrates do not relieve My down-trodden people from under thy hand, Restore them their freedom, and give them their land. The loud voice of reason incessantly cries, Ye lovers of Mammon, when will ye be wise? How long will misanthropy reign in your hearts? Behold the poor slaves, and consider their smarts. Upon the plantation they labor and toil, Exert all their strength to enrichen the soil, While the sun pours upon them its hot scorching ray, Without intermission the whole livelong day. Hope God by His power will save them at last, And bring them as Israel in ages that’s past, Out of the reach of proud slavery’s chain, To enjoy the sweet comfort of freedom again. WRIGHT, S. Disponível em: http://www.wbur.org. Acesso em: 13 maio 2018. “Address to Slavery” é um poema escrito por Samuel Wright em 1860. Com base na leitura do poema, o eu lírico A critica Israel por contribuir decisivamente para o tráfico de escravos. B tenta justificar a escravidão como algo necessário para a economia. C descreve o trabalho árduo e incessante dos escravos na agricultura. D enaltece os esforços de juízes e magistrados para abolir a escravidão. E menospreza a inteligência dos escravos, reduzindo-os a meros objetos. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 Com base no argumento final de Mafalda, o que se pode inferir é que A a mãe não aceitou a ideia de ter os mesmos direitos da filha. B Mafalda afirma que não vai fazer o que a mãe ordenou. C mãe e filha têm os mesmos direitos e deveres. D Mafalda questiona seu posicionamento de ser filha. E a menina não aceita a ideia de ter a mãe que ela possui. QUESTÃO 02 Cociente Intelectual ¿Cómo se obtiene el cociente intelectual de un niño? ¿Cuándo debe medirse? y, sobre todo, ¿cómo se interpretan los resultados en la edad escolar? Jesús Jarque, orientadoren Educación Infantil y Primaria de un colegio público y autor de numerosos libros relacionados con las pautas educativas, la pedagogía y dificultades de aprendizaje, lo explica así: El Cociente intelectual (a partir de ahora, CI) es una medida general de la capacidad cognitiva de una persona, ya sea un niño o un adulto, y es el resultado de una división (edad mental entre edad cronológica x 100). La edad mental es la que se obtiene por medio de los test de inteligencia que miden esta variable. En realidad, es la puntuación promedio que los niños de determinada edad obtienen en el test. El CI es una puntuación general; como tal, aporta una información limitada. Por ejemplo, dos niños pueden haber obtenido un CI de 97, pero ser completamente distintos desde el punto de vista cognitivo. Es algo similar a lo que sucede con la temperatura y el clima. Si nos dicen que en una ciudad están a 18 grados de temperatura, nos falta información para conocer el tiempo que realmente hace: no sabemos si está nublado o soleado, si está lloviendo, si hace viento… Disponível em: http://www.abc.es/familia/educacion/ 201804061735 (adaptado). Sobre a validade do quociente intelectual (QI) de uma criança, o texto afirma que A crianças de mesmo valor de QI são iguais do ponto de vista cognitivo. B informações apresentadas pelos testes de QI têm suas limitações. C os resultados dos testes de QI dependem da meteorologia. D os testes de QI apresentam resultados inquestionáveis. E os testes de QI mostram informações específicas. LC - 1º dia | Página 5 QUESTÃO 03 Comer distraído te hace engordar Si estás comiendo con el móvil, leyendo, viendo la tele etc., harás que tu mente se disperse y no seas realmente consciente de lo que has comido. Según un estudio del American Journal of Clinical Nutrition, las personas que comen distraídas suelen ingerir hasta un 50% más de calorías. Disponível em: http://www.mujerhoy.com/belleza/dietas/201804/09. Segundo o estudo feito pelo Jornal Americano de Nutrição Clínica, A comer distraidamente causa um aumento de mais de 50% de calorias. B o alimento não é aproveitado quando alguém come e vê televisão. C pessoas que comem distraídas deixam de ingerir até 50% de calorias. D comer e ler ao mesmo tempo deixa a pessoa consciente da comida. E pessoas que comem distraídas costumam ingerir até 50% a mais de calorias. QUESTÃO 04 El 40% del fracaso escolar es debido a dificultades del lenguaje Muchos padres con hijos que tienen un trastorno específico del lenguaje (TEL) tardan en recibir el diagnóstico. Las familias muchas veces se encuentran con pediatras que cuando les cuentan que han observado dificultades en el lenguaje de sus hijos, les responden que «ya hablará, cada niño tiene su ritmo». Tampoco es fácil que lo detecten en el colegio, «aunque lo normal es que las tutoras de infantil detecten a los niños con dificultades en el lenguaje y los deriven al departamento de orientación del centro escolar», precisa Ángeles Álvarez-Cedrón, logopeda y maestra de Educación Infantil y Primaria del madrileño colegio Sagrado Corazón. Disponível em: http://www.abc.es/familia/educacion/abci-201804092115_noticia.html. O texto nos informa sobre uma realidade pouco conhecida: a relação entre dificuldade linguística e fracasso escolar. O que ocorre muitas vezes é que A os pais detectam logo a deficiência dos filhos por meio dos pediatras. B a escola é a primeira a observar o problema e encami- nhar aos pais. C geralmente os pais recebem o diagnóstico algum tempo depois. D deve-se respeitar o ritmo de cada pessoa, principalmente das crianças. E o normal é que as professoras primárias encaminhem as crianças aos pediatras. QUESTÃO 05 Poco sueño + mucho estrés = mucha hambre El dormir poco o mal afecta el nivel hormonal, facilita la conversión de calorías en grasa y que no tengas sensación de saciedad al comer. El estrés provoca el “hambre emocional” y hace que te lances a la comida basura o repleta de calorías para calmar tu ansiedad. El estrés también activa la insulina, favorece que tu organismo acumule más grasa y que tus depósitos no se quemen (inhiben la lipolisis). Disponível em: http://www.mujerhoy.com/belleza/dietas/201804/09 (adaptado). Há uma relação entre dormir pouco e ter muita fome. Além dessa ideia, o texto acrescenta que A o que ativa o estresse é a produção de insulina. B o estresse provoca a busca por comida calórica. C dormir pouco causa uma sensação de estar saciado. D dormir pouco dificulta a conversão de calorias em gor- dura. E o estresse dá a sensação de estar satisfeito com pouca comida. LC - 1º dia | Página 6 Questões de 06 a 45 QUESTÃO 06 a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer a barba vai descendo e os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer os filhos vão crescendo e o tempo vai dizendo que agora é pra valer os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esque- cer não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer eu quero é viver pra ver qual é e dizer venha pra o que vai acontecer eu quero que o tapete voe / no meio da sala de estar eu quero que a panela de pressão pressione e que a pia comece a pingar eu quero que a sirene soe e me faça levantar do sofá eu quero pôr Rita Pavone no ringtone do meu celular eu quero estar no meio do ciclone pra poder aproveitar e quando eu esquecer meu próprio nome que me chamem de velho gagá pois ser eternamente adolescente nada é mais démodé com uns ralos fios de cabelo sobre a testa que não para de crescer não sei por que essa gente vira a cara pro presente e esquece de aprender que felizmente ou infelizmente sempre o tempo vai correr. ANTUNES, A. Envelhecer. Álbum Ao vivo lá em casa. 2010. O trecho que critica explicitamente aqueles que não aceitam a velhice é A “e quando eu esquecer meu próprio nome que me cha- mem de velho gagá”. B “não quero morrer pois quero ver como será que deve ser envelhecer”. C “pois ser eternamente adolescente nada é mais démodé”. D “a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”. E “os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer”. QUESTÃO 07 É menina É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai, parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa, não chora, isso é choro de fome, isso é choro de sono, isso é choro de chata, choro de menina, igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vocês fazem tudo o que ela quer, isso1 vai crescer mimada, eu queria essa vida pra mim, dormir e mamar, aproveita enquanto ela ainda não engatinha, isso2 daí quando começa a andar é um inferno, daqui a pouco começa a falar, daí não para mais [...]. DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 16 set. 2013. Observando os fragmentos “isso vai crescer mimada” e “isso daí quando começa a andar é um inferno”, percebemos que esses trechos nos ofertam visões negativas acerca da menina. Tais pontos de vista são reforçados pelo uso do pronome isso, porque ele associa a criança a uma ideia de A contradição. B individualização. C estagnação. D coisificação. E negação. QUESTÃO 08 Si o senhor num tá lembrado / Dá licença de contá Que aqui onde agora está / Esse edifício arto Era uma casa véia / Um palacete assobradado Foi aqui seu moço / Que eu Mato Grosso e o Joca Construímo nossa maloca Baseando-se na linguagem predominante da música Saudosa Maloca, de Adoniran Barbosa, e na transformação da paisagem paulistana, podemos inferir que A o fenômeno da entrada de estrangeiros no país ocasio- nou um forte desemprego da população urbana da cida- de de São Paulo, o que obrigou as pessoas a viverem nas ruas, parques e jardins, especialmente nas áreas mais antigas da cidade. B o fato de as habitações coletivas se concentrarem nas áreas mais periféricas da cidade é resultado da intensa especulação imobiliária, que expulsa as pessoas de seus palacetes velhos para construíremedifícios comerciais de alto padrão. C a cidade de São Paulo, na época áurea da cafeicultura, passou por uma intensificação das construções de malo- cas, que, apesar de muito humildes, eram bastante sa- tisfatórias em termos de qualidade de moradia, deixando saudades para quem nelas vivia. D não se pode afirmar que o texto da canção retrate a cida- de de São Paulo, porque os palacetes dos antigos barões do café permanecem na paisagem urbana paulistana praticamente como eram há mais de um século, sendo proibida a sua destruição. E a forte migração interna, entre outros fatores, contribuiu para acentuar a degradação urbana na área central da cidade, fazendo com que os antigos casarões do período cafeeiro se transformassem em moradias precárias, algu- mas das quais, posteriormente, foram derrubadas para a construção de edifícios. LC - 1º dia | Página 7 QUESTÃO 09 “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada. História Viva, n. 99, 2011. Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que o(a) A digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances. B conhecido autor de O guarani e Iracema foi importan- te porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal. C divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial. D digitalização dos textos de José de Alencar terá impor- tante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional. E grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista. QUESTÃO 10 Essa pequena Meu tempo é curto, o tempo dela sobra Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora Temo que não dure muito a nossa novela, mas Eu sou tão feliz com ela Meu dia voa e ela não acorda Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas Não canso de contemplá-la Feito avarento, conto os meus minutos Cada segundo que se esvai Cuidando dela, que anda noutro mundo Ela que esbanja suas horas ao vento, ai Às vezes ela pinta a boca e sai Fique à vontade, eu digo, take your time Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas O blues já valeu a pena CHICO BUARQUE. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012. A presença da conotação no texto de Chico Buarque pode ser notada nos trechos A “Meu cabelo é cinza” e “Eu sou tão feliz com ela”. B “Não canso de contemplá-la” e “Feito avarento”. C “Temo que não dure muito a nossa novela” e “anda noutro mundo”. D “Fique à vontade” e “take your time”. E “Sinto que ainda vou penar com essa pequena” e “O blues já valeu a pena”. QUESTÃO 11 A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. ASSIS, M. “Pai contra mãe”. In: Relíquias da casa velha. Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1959, vol. II, p. 639. Após leitura e compreensão do texto, podemos depreender que o discurso A é de caráter dissertativo. O enunciador mostra-se favorá- vel à instituição da escravidão. B é de caráter narrativo. O narrador, em terceira pessoa, mostra-se favorável à instituição da escravidão. C mescla elementos narrativos e descritivos, mas não há sinais de discurso dissertativo, pois o enunciador mostra- -se neutro quanto ao tema da abolição da escravatura. D mescla elementos narrativos, descritivos e dissertativos para abordar o tema da escravidão como uma instituição necessária. E dissertativo vale-se da descrição e, em menor escala, da narração para denunciar a escravidão como uma institui- ção que degrada o ser humano escravizado e também a sociedade escravocrata. LC - 1º dia | Página 8 QUESTÃO 12 TEXTO I “Os sertões” Canudos não se rendeu, fechemos este livro. Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados. Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem poderíamos fazê-lo. Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo- la vacilante e sem brilhos. Vimos como quem vinga uma montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior, a vertigem... Ademais, não desafiaria a incredulidade do futuro a narrativa de pormenores em que se amostrassem mulheres precipitando-se nas fogueiras dos próprios lares, abraçadas aos filhos pequeninos... E de que modo comentaríamos, com a só fragilidade da palavra humana, o fato singular de não aparecerem mais, desde a manhã de 3, os prisioneiros válidos colhidos na véspera, e entre eles aquele Antônio Beatinho, que se nos entregara, confiante — e a quem devemos preciosos esclarecimentos sobre esta fase obscura da nossa História? Caiu o arraial a 5. No dia 6 acabaram de o destruir, desmanchando-lhe as casas, 5 200, cuidadosamente contadas. TEXTO II Os sertões Marcado pela própria natureza O Nordeste do meu Brasil Oh! solitário sertão De sofrimento e solidão A terra é seca Mal se pode cultivar Morrem as plantas e foge o ar A vida é triste nesse lugar Sertanejo é forte Supera miséria sem fim Sertanejo homem forte Dizia o Poeta assim Foi no século passado No interior da Bahia O Homem revoltado com a sorte do mundo em que vivia Ocultou-se no sertão espalhando a rebeldia Se revoltando contra a lei Que a sociedade oferecia Os Jagunços lutaram Até o final Defendendo canudos Naquela guerra fatal Escola de samba em Cima da Hora – 2016. A leitura dos textos I e II conduz à seguinte dedução: A Formalmente “Os sertões” é inovador. Por isso, pode ser abordado em qualquer época. B Tematicamente “Os sertões” extrapola o regionalismo e universaliza-se. Por isso, pode ser tratado em qualquer época, sob qualquer formato. C Formalmente “Os sertões” representa o rompimento com a tradição romanesca do século XI. Por isso, é modernista. D Estilisticamente “Os sertões” apresenta escrita subjetiva e sinestésica, embora dotado de traço fantástico ou so- brenatural. E Tematicamente “Os sertões” representa um estudo cien- tífico e como tal deve ser visto longe do campo artístico- -literário. QUESTÃO 13 “Ainda estava sob a impressão da cena meio cômica entre sua mãe e seu marido, na hora da despedida. Durante as duas semanas da visita da velha, os dois mal se haviam suportado;os bons dias e as boas tardes soavam a cada momento com uma delicadeza cautelosa que a fazia querer rir. Mas eis que na hora da despedida, antes de entrarem no táxi, a mãe se transformara em sogra exemplar e o marido se tornara o bom genro. ‘Perdoe alguma palavra mal dita’, dissera a velha senhora, e Catarina, com alguma alegria, vira Antônio não saber o que fazer das malas nas mãos, gaguejar — perturbado em ser o bom genro. [...].” LISPECTOR, C. Laços de Família. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982. p. 109-111. Na frase “Perdoe alguma palavra mal dita”, a A palavra “mal” representa o precário nível de instrução do personagem. B referência a um momento anterior da narrativa está repre- sentada pela expressão de tempo “mal”. C rudeza do falante é expressa pela forma verbal imperativa. D indicação de ordem é representada pela forma verbal no imperativo. E ideia de incerteza vem expressa pelo pronome indefinido “alguma”. LC - 1º dia | Página 9 QUESTÃO 14 “Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel.” Há nessa passagem um sentido crítico, que denuncia a ordem humana e social que se obtém mediante o grotesco e a crueldade, ou seja, por meio da desordem humanitária. O recurso retórico usado para se obter tal efeito de sentido foi o(a) A metonímia. B prosopopeia. C símbolo. D ironia. E quiasmo. QUESTÃO 15 Quando a propaganda é decisiva na troca de marcas Todo supermercadista sabe que, quando um produto está na mídia, a procura pelos consumidores aumenta. Mas, em algumas categorias, a influência da propaganda é maior, de acordo com pesquisa feita com 400 pessoas pela consultoria YYY e com exclusividade para o supermercado XXX. O levantamento mostrou que, mesmo não sendo a razão o fator mais apontado para trocar de marca, não se pode ignorar a força das campanhas publicitárias. Em algumas categorias, um terço dos respondentes atribuem a mudança à publicidade. Para Nicanor Guerreiro, a propaganda estabelece uma relação mais “emocional” da marca com o público. “Todos sentimos necessidade de consumir produtos que sejam ‘aceitos’ pelas outras pessoas. Por isso, a comunicação faz o papel de endosso das marcas”, afirma. O executivo ressalta, no entanto, que nada disso adianta se o produto não cumprir as promessas transmitidas nas ações de comunicação. Um dos objetivos da propaganda é tornar o produto aspiracional, despertando o desejo de experimentá-lo. O que o consumidor deseja é o que a loja vende. E é isso o que o supermercadista precisa ter sempre em mente. Observe o gráfico: De acordo com o texto e com as informações fornecidas pelo gráfico, para aumentar as vendas de produtos, é necessário que A a campanha seja centrada em produtos alimentícios, a fim de aumentar o percentual de troca atual que se apre- senta como o mais baixo. B a preferência de um produto ocorra por influência da pro- paganda devido à necessidade emocional das marcas. C a propaganda influencie na troca de marca e que o con- sumidor valorize a qualidade do produto. D os produtos mais vendidos pelo comércio não sejam di- vulgados para o público como tal. E as marcas de qualidade inferior constituam o foco da pu- blicidade por serem mais econômicas. QUESTÃO 16 TEXTO I Versos de amor A um poeta erótico Oposto ideal ao meu ideal conservas. Diverso é, pois, o ponto outro de vista Consoante o qual, observo o amor, do egoísta Modo de ver, consoante o qual, o observas. Porque o amor, tal como eu o estou amando, É Espírito, é éter, é substância fluida, É assim como o ar que a gente pega e cuida, Cuida, entretanto, não o estar pegando! É a transubstanciação de instintos rudes, Imponderabilíssima, e impalpável, Que anda acima da carne miserável Como anda a garça acima dos açudes! ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 (fragmento). TEXTO II Arte de amar Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus – ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. Os textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar disso, ambos definem esse sentimento a partir da oposição entre A corpo e espírito. B ideal e irreal. C egoísmo e generosidade. D felicidade e sofrimento. E satisfação e insatisfação. LC - 1º dia | Página 10 QUESTÃO 17 A ideia De onde ela vem?! De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?! Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa! Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas do laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica... Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No mulambo da língua paralítica. ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Segundo alguns críticos do século XX, a poesia de Augusto dos Anjos liga-se tematicamente à seguinte vanguarda europeia: A Futurista, por fazer apologia ao novo século que se ini- ciava. B Cubista, por retratar simetricamente as formas poéticas. C Dadaísta, por agredir os postulados artísticos e filosóficos da época. D Expressionista, por demonstrar artisticamente a dor hu- mana. E Surrealista, por apresentar imagens oriundas do mundo onírico. QUESTÃO 18 Na charge, a crítica social associa-se à construção do humor no texto. Que situação concorre, fundamentalmente, para esse humor? A A ironia de o repórter noticiar sua própria demissão. B A falta de atenção do repórter, que não leu direito o núme- ro de desempregados. C O fato de a personagem que corrige o repórter não apa- recer completamente na imagem. D A total neutralidade do repórter ao corrigir o número. E O movimento dos olhos do repórter, expressando calma. QUESTÃO 19 Cantiga Ai! A manhã primorosa do pensamento... Minha vida é uma pobre rosa ao vento. Passam arroios de cores sobre a paisagem. Mas tu eras a flor das flores, Imagem! Vinde ver asas e ramos, na luz sonora! Ninguém sabe para onde vamos agora. Os jardins têm vida e morte, noite e dia... Quem conhecesse a sua sorte, morria. E é nisto que se resume o sofrimento: cai a flor, — e deixa o perfume no vento! MEIRELES, C. Viagem. In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1991. p. 115-116. A leitura atenta do poema Cantiga, de Cecília Meireles, permite-nos depreender que A os jardins, representados de forma monocrática, repre- sentam a crise existencial do eu lírico, sua tristeza e so- lidão. B o sofrimento amoroso é representado pela rosa. C o perfume que cai ao vento, nos últimos versos do poe- ma, é metáfora que representa a paixão. D a imagem sinestésica do verso “na luz sonora”, terceira estrofe, atribui ao jardim característica de melancolia. E a efemeridade da vida é retratada, principalmente, na quarta estrofe. LC - 1º dia | Página 11 QUESTÃO 20 Teatro de Rua – Barueri/SP A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retratado na fotografia é uma manifestação do teatro de rua é o fato de A dispensar o edifício teatral para a sua realização. B utilizar figurinos com adereços cômicos. C empregar elementos circenses na atuação. D excluir o uso de cenário na ambientação. E negar o uso de iluminação artificial. QUESTÃO 21 “(...) há, ainda, o peso da herança deixada pelo longo período de escravidão no país, que influencia o racismo a que os negros ainda são submetidos.” O pronome relativo é um conectivo muito importante na coesão textual, visto que evita a repetição desnecessáriade palavras num texto. Na frase acima, os termos representados pelos pronomes relativos destacados são, respectivamente, A “Herança” e “escravidão”. B “Período de escravidão” e “país”. C “Herança” e “país”. D “Escravidão no país” e “racismo”. E “O peso da herança” e “racismo”. QUESTÃO 22 São 68 milhões num universo de 190 milhões de brasileiros conectados às redes virtuais. O e-mail ainda é uma ferramenta imprescindível de comunicação, mas já começa a dar espaço para ferramentas mais ágeis de interação, como MSN, Orkut, Facebook, twitter e blogs. A campanha dos principais pré-candidatos à Presidência da República, por exemplo, não chegou às ruas, mas já se firma na rede. O marco regulatório da Internet no Brasil é discutido pela sociedade civil e parlamentares no Congresso Nacional, numa queda de braço pela garantia de um controle do que alguns consideram “uma terra sem lei”. Por abrir um canal, apresentar instrumentos e diversificar as ferramentas de interação na troca de informações, a Internet levanta preocupações em relação aos crimes cibernéticos, como roubo de senhas e pedofilia. F. JÚNIOR, H. Internet cresce no país e preocupa. Jornal Hoje em Dia. Brasília, 25 abr. 2010 (adaptado). Ao tratar do controle à Internet, o autor usou a expressão “uma terra sem lei” para indicar opinião sobre A a falta de uma legislação que discipline o uso da Internet e a forma de punição dos infratores. B a liberdade que cada político tem de poder atingir um nú- mero expressivo de eleitores via Internet. C o constante crescimento do número de pessoas que pos- suem acesso à Internet no Brasil. D o ponto de vista de parlamentares e da sociedade civil que defendem um controle na Internet. E os possíveis prejuízos que a Internet traz, apesar dos be- nefícios proporcionados pelas redes sociais. QUESTÃO 23 “Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condenava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara. Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!” Lima Barreto. As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele A desenvolve temas do nacionalismo e se liga diretamente às vanguardas europeias. B engloba toda a produção artística e literária que se fez antes do Modernismo. C antecipa, em vários gêneros, temática e formalmente as manifestações modernistas. D se preocupa com o estudo das raças e das culturas for- madoras do nordestino brasileiro. E prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo. LC - 1º dia | Página 12 QUESTÃO 24 Ao se apossarem do novo território, os europeus ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos por um sistema integrado. A recusa em se inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma descrição simplista desses grupos e à sua sucessiva destruição. Na verdade, não existe uma distinção entre a nossa arte e aquela produzida por povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem ser encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir e pensar das várias sociedades, mas também como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos comuns. SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra do redescobrimento: arqueologia. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil 500 anos artes visuais, 2000. De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes produzidas pelos colonizadores e pelos colonizados, pois ambas compartilham o(a) A estrutura estética. B nível intelectual. C grau tecnológico. D referencial estrutural. E base cultural. QUESTÃO 25 Essa pequena Meu tempo é curto, o tempo dela sobra Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora Temo que não dure muito a nossa novela, mas Eu sou tão feliz com ela Meu dia voa e ela não acorda Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas Não canso de contemplá-la Feito avarento, conto os meus minutos Cada segundo que se esvai Cuidando dela, que anda noutro mundo Ela que esbanja suas horas ao vento, ai Às vezes ela pinta a boca e sai Fique à vontade, eu digo, take your time Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas O blues já valeu a pena CHICO BUARQUE. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 31 jun. 2012. O texto Essa pequena registra a expressão subjetiva do enunciador, trabalhada em uma linguagem informal, comum na música popular. Observa-se, como marca da variedade coloquial da linguagem presente no texto, o uso de A palavras emprestadas de língua estrangeira, de uso inu- sitado no português. B expressões populares, que reforçam a proximidade entre o autor e o leitor. C palavras polissêmicas, que geram ambiguidade. D formas pronominais em primeira pessoa. E repetições sonoras no final dos versos. QUESTÃO 26 Da humana condição Custa o rico entrar no céu (Afirma o povo e não erra). Porém muito mais difícil É um pobre ficar na terra. QUINTANA, M. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2003. Mário Quintana ficou conhecido por seus “quintanares”, nome que o poeta Manuel Bandeira deu a esses quartetos com pequenas observações sobre a vida. Nessa perspectiva, os versos do poema Da humana condição ressaltam A a desvalorização da cultura popular. B a falta de sentido da existência humana. C a irreverência diante das crenças do povo. D uma visão irônica das diferenças de classe. E um olhar objetivo sobre as diferenças sociais. LC - 1º dia | Página 13 QUESTÃO 27 Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM- 5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como a “bíblia da psiquiatria”)? Corremos o risco de todos sermos considerados doentes mentais? Allen Frances – O DSM-5 expandiu ainda mais o que já era um sistema de diagnóstico muito vagamente definido. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna- se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna- se transtorno da compulsão alimentar; ataques de birras de crianças podem se tornar “transtorno do temperamento irregular”; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as crianças normais são diagnosticadas com deficit de atenção e hiperatividade. Folha – Qual a influência que as grandes farmacêuticas exercem nessa tendência? Allen Frances – As multinacionais farmacêuticas não têm qualquer influência direta sobre as decisões do DSM, mas aproveitam qualquer oportunidade para criar novas desordens psiquiátricas. Eu acredito, por exemplo, que as farmacêuticas sejam as responsáveis por essas falsas epidemias de TDAH (transtorno do deficit de atenção e hiperatividade) e transtorno bipolar. COLUCCI, C. “Gastamos muito dinheiro para tratar pessoas normais, diz psiquiatra”. www.folha.uol.com.br, 11 set. 2016. De acordo com o texto, A o problema mais importante na área da psiquiatria é a universalização do acesso a tratamentos médicos.B o progresso científico no diagnóstico psiquiátrico pressu- põe a autonomia absoluta de cada indivíduo. C há tendências preocupantes de patologização e medicali- zação de comportamentos cotidianos. D os critérios de diagnóstico da psiquiatria são diretamente condicionados pelo mercado farmacêutico. E a medicalização da vida é guiada por critérios científicos e filosoficamente indiscutíveis. QUESTÃO 28 O farrista Quando o almirante Cabral Pôs as patas no Brasil O anjo da guarda dos índios Estava passeando em Paris. Quando ele voltou de viagem O holandês já está aqui. O anjo respira alegre: “Não faz mal, isto é boa gente, Vou arejar outra vez.” O anjo transpôs a barra, Diz adeus a Pernambuco, Faz barulho, vuco-vuco, Tal e qual o zepelim Mas deu um vento no anjo, Ele perdeu a memória... E não voltou nunca mais. MENDES, M. História do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992. Ao recriar o passado histórico do Brasil com teor satírico, o efeito de humor no poema está diretamente ligado à ideia de um(a) A nacionalismo crítico. B ufanismo idealista. C reconstrução imediatista. D patriotismo idílico. E idealismo parnasiano. LC - 1º dia | Página 14 QUESTÃO 29 Embaixo, o rumor da água pipocando sobre o pedregulho; vaga-lumes retouçando no escuro. Desci, dei-me com o lugar onde havia estado; tenteei os galhos do sarandi; achei a pedra onde tinha posto a guaiaca e as armas, corri as mãos por todos os lados, mais pra lá, mais pra cá...; nada... nada!... Então, senti frio dentro da alma... o meu patrão ia dizer que eu havia roubado!... roubado... Pois então eu ia lá perder as onças!... Qual! Ladrão, ladrão, é que era!... E logo uma tenção ruim entrou-me nos miolos: eu devia matar-me, para não sofrer a vergonha daquela suposição. É, era o que eu devia fazer: matar-me... e já, aqui mesmo! Tirei a pistola do cinto: amartilhei o gatilho... benzi-me, e encostei no ouvido o cano, grosso e frio, carregado de bala... Ah! patrício! Deus existe!... No refilão daquele tormento, olhei para diante e vi... as Três-Marias luzindo na água... o cusco encarapitado na pedra, ao meu lado, estava me lambendo a mão... e logo, logo, o zaino relinchou lá em cima, na barranca do riacho, ao mesmíssimo tempo que a cantoria alegre de um grilo retinia ali perto, num oco de pau!... Patrício! não me avexo duma heresia; mas era Deus que estava no luzimento daquelas estrelas, era ele que mandava aqueles bichos brutos arredarem de mim a má tenção... O cachorrinho tão fiel lembrou-me a amizade da minha gente; o meu cavalo lembrou-me a liberdade, o trabalho, e aquele grilo cantador trouxe a esperança... Eh-pucha! patrício, eu sou mui rude... a gente vê caras, não vê corações...; pois o meu, dentro do peito, naquela hora, estava como um espinilho ao sol, num descampado, no pino do meio-dia: era luz de Deus por todos os lados!... E já todo no meu sossego de homem, meti a pistola no cinto. Fechei um baio, bati o isqueiro e comecei a pitar. LOPES NETO, J. S. Contos gauchescos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2008. p. 21-22. A partir da leitura deste excerto de Contos gauchescos, de João Simões Lopes Neto, pode-se depreender que A é representativa da chamada Geração de 30, de feição neorrealismo, preocupada em apresentar as desigualda- des sociais do Brasil. B trata a afinidade entre o homem e a natureza de forma inverossímil, o que a filia à tradição do realismo mágico no Brasil. C publicada antes da Semana de Arte Moderna, é uma obra representativa do regionalismo, tendência estética inicia- da no período romântico. D sob uma perspectiva crítica, delineia os contornos físicos e sociais dos grandes centros urbanos paulistas. E caracteriza-se por conter referências à história do Brasil, indo desde a chegada dos portugueses até a Era Vargas. QUESTÃO 30 Para os impressionistas, as figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar imagens. A imagem que confirma essa informação é: A O baile no moulin de la Galette, Pierre-Auguste Renoir, 1876, lona, tinta a óleo. B Os quebradores de pedras, Gustave Courbet, 1849, tin- ta a óleo. C As respigadoras, Jean Fraçois Millet, 1857, lona, tinta a óleo. D Caminhante sobre o mar de névoa, Caspar David Frie- drich, 1818, tinta a óleo. E Liberdade guiando o povo, Delacroix, 1830. LC - 1º dia | Página 15 QUESTÃO 31 “Minha flor minha flor. Minha prímula meu pelargônio meu gladíolo meu botão-de-ouro. Minha peônia. Minha cinerária minha calêndula minha boca-de-leão. Minha gérbera. Minha clívia. Meu cimbídio. Flor flor flor. Floramarílis. Floranêmona. Florazálea. Clematite minha.” Com este fragmento da Declaração de Amor, poema da década de 1980, pode-se observar que Carlos Drummond de Andrade confirma, num exemplo-limite, uma das constantes de sua trajetória poética: A A preferência pelo ritmo fluente do poema em prosa, que revoluciona a cadência do verso tradicional. B O interesse pelas pesquisas de léxico e pelo poder en- cantatório da palavra. C A predominância de frases nominais como recurso estilís- tico de impacto na poesia. D Maior relevo dado ao significante das palavras, em detri- mento de seu significado. E O abandono do verso e consequente adoção de um outro tipo de efeito rítmico. QUESTÃO 32 Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e, em consequência disso, fazem arte pura, guardando os eternos rirmos da vida, e adotados para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres (...) A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos de cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz de escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento. Paranoia ou mistificação é como ficou conhecido o artigo escrito por Monteiro Lobato, intitulado, A propósito da exposição Malfatti, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 20 de dezembro de 1917. Tal artigo provocou polêmica e afastou Lobato dos modernistas de 1922 porque A os escritores da primeira geração modernista tinham um pensamento retrógrado e alicerçavam suas ideias poéti- cas nos passadistas. B Lobato entendia as obras na arte nova como algo sem passageiro, arbitrário e excessivo, sendo, portanto, uma manifestação de mau gosto. C Os escritores da fase heroica buscavam a displicência e a rebeldia, a fim de destruir as obras dos grandes escritores parnasianos e românticos. D Monteiro Lobato defendia o ideal parnasiano da “Arte pela Arte” e utilizava o conceito filosófico do “Carpe Diem”. E Os escritores de 1922 eram iconoclastas e zombeteiros em relação à arte passadista, e Lobato mantinha influên- cia simbolista. QUESTÃO 33 Organizados pelo Comitê Intertribal Indígena, com apoio do Ministério dos Esportes, os Jogos dos Povos Indígenas têm o seguinte mote: “O importante não é competir, e sim celebrar”. A proposta é recente, já que a primeira edição dos jogos ocorreu em 1996, e tem como objetivo a integração das diferentes tribos, assim como o resgate e a celebração dessas culturas tradicionais. A edição dos jogos de 2003, por exemplo, teve a participação de sessenta etnias, dentre elas os kaiowá, guarani, bororo, pataxó e yanomami. A última edição ocorreu em 2009, e foi a décima vez que o torneio foi realizado. A periodicidade dos jogos é anual, com exceção do intervalo ocorrido em 1997, 1998, 2006 e 2008, quando não houve edições. RONDINELLI, P. Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 15 ago. 2013. Considerando o texto, os Jogos dos Povos Indígenas assemelham-se aos Jogos Olímpicos em relação à A aproximação de diferentes variantesde culturas. B atualização tecnológica e desportiva. C reavaliação anual de eventos sociais. D melhoria em resultados e medalhas. E quantificação de recordes e prêmios. LC - 1º dia | Página 16 QUESTÃO 34 Ismália Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar… Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar… Queria subir ao céu, Queria descer ao mar… E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar… Estava perto do céu, Estava longe do mar… E como um anjo pendeu As asas para voar… Queria a lua do céu, Queria a lua do mar… As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par… Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar… Alphonsus de Guimaraens. Considerando a leitura do poema, percebe-se que A há nele presença de elementos da cultura greco-latina; cultivo de formas clássicas, como o soneto; uso de uma linguagem simples com vocabulário comum; desprezo pela vida urbana e gosto pela paisagem campestre. B há nele linguagem vaga, fluida e imprecisa, com abun- dante emprego de substantivos abstratos e adjetivos; aproximação ou cruzamento de campos sensoriais dife- rentes, procedimento denominado sinestesia; presença do misticismo e da religiosidade. C há nele expressão das contradições e do conflito espiri- tual do homem; uso de figuras de linguagem, sugestões de cor e som e de imagens fortes com a finalidade de traduzir o sentido trágico da vida. D há nele uso de um vocabulário culto e gosto pelas for- mas clássicas, presença do objetivismo e do racionalis- mo; presença de elementos da mitologia greco-latina e universalismo. E há nele proposição temática ligada à tragicidade huma- na, utilização de recursos fônicos que amenizam o tema pulsante da loucura que se configura pela imagem de isolamento. QUESTÃO 35 Aquela triste e leda madrugada, cheia toda de mágoa e de piedade, enquanto houver no mundo saudade quero que seja sempre celebrada. Ela só, quando amena e marchetada saía, dando ao mundo claridade, viu apartar-se de uma outra vontade, que nunca poderá ver-se apartada. Ela só viu as lágrimas em fio que, de uns e de outros olhos derivadas, se acrescentaram em grande e largo rio. Ela viu as palavras magoadas que puderam tornar o fogo frio, e dar descanso às almas condenadas. CAMÕES, L. Sonetos, 2001. Observando-se os aspectos coesivos do texto, podemos inferir que o pronome “Ela”, que se repete no início de três estrofes, refere-se à A “piedade”. B “mágoa”. C “saudade”. D “claridade”. E “madrugada”. QUESTÃO 36 Um dia, um doutor portou lá por causa da chuva e espantou-se de tanta miséria. Vendo o caboclo tão amarelo e chucro, resolveu examiná-lo. Amigo Jeca, o que você tem é doença. Pode ser. Sinto uma canseira sem fim, e dor de cabeça, e uma pontada aqui no peito que responde na cacunda. Isso mesmo. Você sofre de anquilostomiase. Anqui... o quê? Sofre de amarelão, entende? Uma doença que muitos confundem com a maleita. (...) O doutor receitou-se o remédio adequado; depois disse: “E trate de comprar um par de botinas e nunca mais me ande descalço nem beba pinga, ouviu?” Ouvi, sim, senhor! LOBATO, M. Jeca Tatu. Pré-modernista, Monteiro Lobato criou obras que mostram o Brasil do início do século XX. Personagens como o Jeca ficaram marcados na Literatura brasileira. O trecho acima indica que esse personagem é A um modelo de caipira não idealizado, legado ao abando- no pelo Estado. B um modelo romântico de caipira, que, apesar do sofri- mento, reage de forma heroica. C esperto e oportunista, tirando proveito da situação na qual se encontra. D um exemplo da miséria contraditória à situação do país. E pessimista e irônico, sendo apresentado por meio de uma linguagem subjetiva. LC - 1º dia | Página 17 QUESTÃO 37 Cântico VI Tu tens um medo de Acabar. Não vês que acabas todo o dia. Que morres no amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que te renovas todo dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida. No desejo. Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo. Que morrerás por idades imensas. Até não teres medo de morrer. E então serás eterno. MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento). O elemento figurativo mais expressivo do poema de Cecília Meireles está associado à ideia de A sublimação. B depreciação. C resignação. D revolta. E subordinação. QUESTÃO 38 TEXTO I A lua vinha assomando pelo cimo das montanhas fronteiras; descobri nessa ocasião, a alguns passos de mim, uma linda moça, que parara um instante para contemplar no horizonte as nuvens brancas esgarçadas sobre o céu azul e estrelado. Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de suprema elegância. O vestido que o moldava era cinzento com orlas de veludo castanho e dava esquisito realce a um desses rostos suaves, puros e diáfanos, que parecem vão desfazer-se ao menor sopro, como os tênues vapores da alvorada. Ressumbrava na sua muda contemplação doce melancolia e não sei que laivos de tão ingênua castidade, que o meu olhar repousou calmo e sereno na mimosa aparição. Trecho de Lucíola, de José de Alencar. TEXTO II Era uma terça-feira fria e sem graça Quando eu te vi, o resto ficou todo sem graça Ela não deve nada pro Serasa e muito menos pra vocês E eu pirei no seu jeito, esse jeito sem jeito Tão perfeitamente imperfeito Que eu nem esperei três dias pra ligar de novo Acho que vai ser dessa vez Projota, Mulher feita. Os trechos acima foram escritos em períodos diferentes e representam um momento em que um homem vê determinada mulher pela primeira vez. A partir da leitura dos textos, podemos inferir que A o texto I é essencialmente descritivo e subjetivo, demons- trando, por meio dos excessivos recursos da subjetivida- de, uma visão romântica, assim como ocorre no texto II. B eles não compreendem a razão de estarem tão envolvi- dos e admirados com as mulheres que contemplam por- que elas são pessoas comuns. C o apelo romântico nos dois textos se dá pelo forte impac- to causado nos homens no momento em que eles veem essas mulheres que os encantaram. D a linguagem utilizada nos dois textos confirma o enalteci- mento da figura feminina, ou seja, quanto mais exaltada a mulher, mais formal é o texto. E apesar dos defeitos das mulheres, os homens percebem, racionalmente, que as qualidades excedem os defeitos. QUESTÃO 39 A nova história do Brasil Grande parte da história que os brasileiros conhecem hoje, aquela que ainda está na maioria dos livros didáticos, foi criada entre 1960 e 1980. Era um tempo mais tenso do que é hoje. A Guerra Fria dividia os países, os governantes e os intelectuais entre comunistas e capitalistas. Se no governo dominavam os capitalistas, nas universidades predominavam as ideias e os métodos de Karl Marx, o pai do comunismo científico. Mas o tempo passou. Aos poucos, os pesquisadores ficaram um pouco mais longe das ideologias e passaram a tirar conclusões sem tanto medo de aderir a um ou outro lado da política. A visão clássica do Brasil colonial nasceu com o intelectual paulista Caio Prado Júnior em 1933. No livro Evolução política do Brasil, ele afirma que a sociedade brasileira era simples e desigual. Tudo girava em torno do latifúndio, que deixava só a miséria por aqui. Até que, na década de 1990, historiadores descobriram dados que não batiam com a teoria. Registros dos portos do Rio de Janeiro e de Salvador mostravam que, em épocas de crise na Europa, quando os preços do açúcar e algodão desabavam pelo mundo, no Brasil eles mudavam pouco. Esses dados sugerem que havia um bom mercado consumidor no Brasil. NARLOCH, L. Superinteressante, n. 6, 2014 (adaptado). O autor do texto A nova história do Brasil apresenta uma posição crítica sobre as narrativas históricas. Essa posição se fundamenta no argumento de que A os livros didáticos devem ser reformulados regularmente. B os novos dados podem reconstruir as narrativas da his- tória brasileira. C o distanciamento ideológico deve estar presentenos li- vros de história. D a narrativa da história brasileira está organizada entre an- tes e depois de 1933. E a história brasileira está dividida entre os grupos que a narram, comunistas e capitalistas. LC - 1º dia | Página 18 QUESTÃO 40 Alma solitária Ó Alma doce e triste e palpitante! que cítaras soluçam solitárias pelas Regiões longínquas, visionárias do teu Sonho secreto e fascinante! Quantas zonas de luz purificante, quantos silêncios, quantas sombras várias de esferas imortais, imaginárias, falam contigo, ó Alma cativante! que chama acende os teus faróis noturnos e veste os teus mistérios taciturnos dos esplendores do arco de aliança? Por que és assim, melancolicamente, como um arcanjo infante, adolescente, esquecido nos vales da Esperança?! Precursor do Simbolismo no Brasil, Cruz e Sousa apresenta características peculiares a esse momento literário. No poema acima, as características estéticas dos simbolistas presentes são A objetividade, misticismo e satanismo. B presença do sonho, uso de maiúsculas e otimismo. C musicalidade, diafaneidade e liberdade métrica. D refinamento poético, objetividade e aliteração. E musicalidade, refinamento poético e subjetividade. QUESTÃO 41 — Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato. — Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É fazer pouco-caso de mim. — Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato! — Deixe eu escolher, deixe... — Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal! — Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado? — Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era! ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. O modo como o filho qualifica os presentes é incompreendido pela mãe, e essas escolhas lexicais revelam diferenças entre os interlocutores, que estão relacionadas A às especificidades de cada idade. B à quebra de regras familiares. C à linguagem puerilizada. D ao grau de escolaridade. E à dicotomia de gêneros. QUESTÃO 42 Você já deve ter experimentado algum refrigerante de guaraná, presença quase certa nas festas de aniversário. Mas você já parou para imaginar qual a origem do fruto? O guaraná é originário da Amazônia e é fundamental na cultura e nos rituais dos Sateré Mawé, grupo indígena que vive no Amazonas, e que se consideram os “filhos do Guaraná”. Toda a sociedade se envolve nas etapas de beneficiamento do fruto, desde a colheita, no período das chuvas, entre novembro e março. Este é um período de vida social intensa, quando os Sateré Mawé restauram as suas forças. Entre eles, o guaraná é consumido ralado na água e bebido em grandes quantidades por adultos e crianças. O preparo fica a cargo de uma mulher (esposa ou filha do anfitrião) que, quando chega à quantidade correta de guaraná ralado, passa a cuia com a bebida para o seu marido, que em seguida passa para todos os presentes – primeiramente os mais velhos ou visitantes ilustres – seguindo de mão em mão até retornar ao dono da casa e à sua mulher. Ela, então, prepara mais uma rodada da bebida. Disponível em: https://tinyurl.com/zy6cmm6. Acesso em: 10 fev. 2017 (adaptado). Frutos de guaraná Disponível em: http://tinyurl.com/zwrvvpj. Acesso em: 10 fev. 2017. Original colorido. Conforme o texto, pode-se inferir que A o período da colheita do guaraná é de vida social intensa e, durante esse processo, os Sateré Mawé se revigoram. B o consumo da bebida preparada com o guaraná ralado é restrito aos homens adultos e aos visitantes ilustres. C os Sateré Mawé, do Pantanal, inventaram o refrigerante de guaraná a partir do fruto ralado na água. D os homens mais velhos entre os Sateré Mawé preparam a bebida que dá energia aos mais jovens. E o guaraná é um fruto colhido na primavera, quando ces- sam as chuvas na Floresta Amazônica. LC - 1º dia | Página 19 QUESTÃO 43 Examine o cartum. Frank e Ernest – Bob Thaves. O Estado de S. Paulo, 22 ago. 2017. O efeito de humor presente no cartum decorre, principalmente, da A semelhança entre a língua de origem e a local. B falha de comunicação causada pelo uso do aparelho ele- trônico. C falta de habilidade da personagem em operar o localiza- dor geográfico. D discrepância entre situar-se geograficamente e dominar o idioma local. E incerteza sobre o nome do ponto turístico onde as perso- nagens se encontram. QUESTÃO 44 Dilacerações Ó carnes que eu amei sangrentamente, ó volúpias letais e dolorosas, essências de heliotropos e de rosas de essência morna, tropical, dolente… Carnes, virgens e tépidas do Oriente do Sonho e das Estrelas fabulosas, carnes acerbas e maravilhosas, tentadoras do sol intensamente… Passai, dilaceradas pelos zelos, através dos profundos pesadelos que me apunhalam de mortais horrores… Passai, passai, desfeitas em tormentos, em lágrimas, em prantos, em lamentos em ais, em luto, em convulsões, em dores… CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Os elementos formais e temáticos relacionados com o contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Dilacerações, de Cruz e Sousa, são o(a) A opção pela abordagem objetiva, em linguagem sinestési- ca e direta, de temas filosóficos. B prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista. C refinamento estético da forma poética e o tratamento me- tafísico de temas universais. D evidente agonia decadentista do eu lírico, em forma de soneto, com a impossibilidade de uma vida material plena. E liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano. QUESTÃO 45 “Não faças versos sobre acontecimentos. …………………………………………… Não faças poesia com o corpo. …………………………………………… Não cantes tua cidade, deixa-a em paz. …………………………………………… O canto não é a natureza nem os homens em sociedade. …………………………………………… Não recomponhas tua sepultada e merencória infância. …………………………………………… Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos.” Explicitando uma atitude que ele próprio assume como escritor, Carlos Drummond de Andrade sugere, nos versos acima, que o poeta A faça do poema um meio de cantar atos humanos dignos de louvor. B busque transmitir suas emoções pessoais mais íntimas e os desejos de seu corpo. C procure as palavras e a sintaxe adequadas ao ritmo da vida urbana moderna. D recorra à linguagem coloquial como forma de fazer-se porta-voz dos anseios do povo. E entenda como essência do texto poético o debruçar-se sobre o enigma da palavra. LC - 1º dia | Página 20 PROPOSTA DE REDAÇÃO TEXTO I CAPÍTULO I DOS CRIMES SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) BRASIL. Lei nº 13.106, 2015. Disponível em: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91764/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-lei-8069-90#art-243 Acesso em: 8 dez. 2017 (fragmento). TEXTO II Infográfico que apresenta dados acerca do consumo de substâncias entre universitários brasileiros. Fonte: SENAD (2010) adaptado por NUTE-UFSC (2016). LC - 1º dia | Página 21 TEXTO III A família tem um importante papel social e pode contribuir na prevenção do uso de drogas, na busca de ajuda e no apoio ao tratamento de quem está tendo problemas com o consumo. Refletir sobre esse uso no contexto social tendo como foco a família é importante para se buscar melhores formas para lidar com esta questão. É comum se relacionaro uso de drogas a filhos de pais separados, mas não existe nenhuma comprovação de que este seja um facilitador do uso. Não há ‘receita’ que mostre uma forma de evitar o consumo indevido de drogas nem uma combinação de fatores que irá, necessariamente, alcançar determinado resultado. Por isso, não se pode afirmar que um adolescente filho de pais que vivem juntos, que frequenta a escola e tira boas notas não será um usuário de drogas. Disponível em: http://drogasporque.miltoncampos.org.br/a-familia-e-o-uso-de-drogas. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado). TEXTO IV Brasileiro considera fácil o acesso a drogas Pesquisa da Escola Paulista de Medicina mostra como os brasileiros consideram fácil ter acesso a drogas, principalmente maconha e cocaína. Segundo o levantamento, encomendado pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), 60,9% dos entrevistados consideram muito fácil conseguir maconha, sendo mais da metade desse total composto por jovens de 12 a 17 anos. Em relação à cocaína, 45,8% disseram acreditar que é fácil obter a droga, e 36,1% apontaram a facilidade de comprar crack. A heroína – entorpecente de efeito mais devastador presente na pesquisa – é vista como de fácil acesso por um em cada cinco brasileiros. Um resultado preliminar da pesquisa foi divulgado em junho, revelando que mais de 9 milhões de brasileiros já haviam consumido alguma droga – seja ilícita ou permitida, como álcool e tabaco. Disponível em: https://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=61&msg=Brasileiro%20considera%20f%E1cil%20o%20acesso%20a%20drogas A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Desafios para combater o consumo de drogas por adolescentes no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista. CH - 1º dia | Página 22 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 O Ocidente havia conhecido somente três modos de acesso ao poder: o nascimento, o mais importante, a riqueza, muito secundário até o século XIII salvo na Roma Antiga, o sorteio, de alcance limitado entre os cidadãos das cidades gregas da Antiguidade. LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média, 1985 (adaptado). O excerto sustenta que o acesso ao poder por meio da riqueza era secundário na Europa Ocidental até o século XIII, quando A as monarquias nacionais sobrepuseram-se aos direitos da nobreza senhorial sobre os seus feudos. B o esfacelamento do poder imperial romano transferiu as funções de defesa militar para os burgueses das cidades. C os reis absolutistas constituíram seus exércitos com re- cursos de impostos arrecadados de banqueiros e comer- ciantes. D as atividades comerciais e artesanais produziram novos grupos sociais no interior das cidades medievais. E a fragmentação econômica do continente europeu foi substituída por um só padrão monetário. QUESTÃO 47 Segundo a OIM, a migração entre países latino- -americanos (continentais) e caribenhos teve alta de 51% entre 2009 e 2014, com 36 milhões de migrantes. Desse total, 64% migraram entre países da região e 36% tiveram como destino nações de outros continentes. Governo de Roraima e prefeitura de Boa Vista afirmam que governo federal ainda não apresentou plano prático para lidar com a imigração. Enquanto o governo federal não apresenta um plano e não viabiliza recursos, o estado e a prefeitura querem a interiorização de parte desses imigrantes que estão em Boa Vista para outros estados do país. A ideia é levá-los para cidades que tenham trabalho para ofertar à demanda de venezuelanos que entram no Brasil em busca de emprego, já que em Roraima o setor industrial é praticamente inexistente e a economia é baseada no serviço público. G1 (adaptado). A realidade migratória da América Latina narrada em complemento com a notícia se refere A aos venezuelanos que chegam fugindo da fome, da se- vera escassez de remédios, da instabilidade política e de uma inflação galopante de 700% na Venezuela. B aos africanos de origem angolana e sul-africana que chegam a todos os estados do Norte do Brasil a partir de um programa conjunto das Nações Unidas e do governo brasileiro. C a chegada de venezuelanos que fogem devido à guer- ra civil que tomou o país através de ataques propagados pelas FARCs, grupo guerrilheiro originado no país de ori- gem destes. D aos haitianos que deixaram seu país devido ao terremoto de 2010 e às promessas do governo brasileiro de aceitá- -los como cidadãos nas áreas de exploração mineral na Amazônia. E A chegada de bolivianos e venezuelanos em números cada vez mais expressivos às capitais do Norte do país, com destaque para Belém e Manaus, onde passam a morar nas ruas e a sofrer cada vez mais xenofobia. QUESTÃO 48 Mas se nos desvencilharmos do que Nietzsche chamava “a ilusão dos trás-mundos” e não acreditarmos mais no ser-detrás-da-aparição, esta se tornará, ao contrário, plena positividade, e sua essência um “aparecer” que já não se opõe ao ser, mas, ao contrário, é a sua medida. Porque o ser de um existente é exatamente o que o existente aparenta. SARTRE, J. P. O Ser e o Nada. Editora y vozes, Petrópolis-RJ, 1943, p. 16. Segunda a concepção filosófica de Jean-Paul Sartre, é possível inferir que a existência é A compreendida pela fé popular como produto das relações sociais. B construída pela vivência do indivíduo em um determinado meio social. C desenvolvida pela ética da sociedade construída em tor- no de valores cristãos. D precedida pela essência dos seres-em-si, que são os ver- dadeiros atores sociais. E definida pela religiosidade do clero católico, que colabora para a coesão da sociedade. QUESTÃO 49 Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados em consideração. Os afro- -brasileiros contribuíram e ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que concentra o segundo contingente de população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria. MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015. Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das representações culturais para a A construção da identidade nacional. B elaboração do sentimento religioso. C dicotomia do conhecimento prático. D reprodução do trabalho coletivo. E reprodução do saber tradicional. CH - 1º dia | Página 23 QUESTÃO 50 A Igreja foi responsável direta por mais uma transformação, formidável e silenciosa, nos últimos séculos do Império: a vulgarização da cultura clássica. Essa façanha fundamental da Igreja nascente indica seu verdadeiro lugar e função na passagem para o Feudalismo. A condição de existência da civilização da Antiguidade em meio aos séculos caóticos da Idade Média foi o caráter de resistência da Igreja. Ela foi a ponte entre duas épocas. ANDERSON, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 2016 (adaptado). O excerto permite afirmar corretamente que a Igreja cristã A tornou-se uma instituição do Império Romano e sobre- viveu à sua derrocada quando da invasão dos bárbaros germânicos. B limitou suas atividades à esfera cultural e evitou participar das lutas políticas durante o Feudalismo. C manteve-se fiel aos ensinamentos bíblicos e proibiu re- presentações de imagens religiosas na Idade Média. D reconheceua importância da liberdade religiosa na Euro- pa Ocidental e combateu a teocracia imperial. E combateu o universo religioso do Feudalismo e propa- gou, em meio aos povos sem escrita, o paganismo greco- -romano. QUESTÃO 51 Os americanos criaram a agricultura mais produtiva do mundo Os agricultores estão colhendo a primeira safra desde que a pior seca em 56 anos destruiu quase 30% da produção, em 2012. Estima-se que cerca de 100 milhões de toneladas, mais que a colheita brasileira de milho, tenham sido destruídas. Com menos oferta, os preços atingiram as máximas históricas. Aí, para tentar ganhar com a alta, quem podia saiu plantando milho. Se nada der errado, essa pode ser a maior safra de milho dos Estados Unidos, de cerca de 350 milhões de toneladas. Ao longo de um século e meio, os Estados Unidos se transformaram na maior potência agrícola da história. O clima favorável e o solo fértil explicam só parte da impressionante expansão do cinturão do milho desde o começo do século 19. Disponível em: exame.abril.com.br. Acesso em: 12 dez. 2013 (adaptado). A notícia narra entre outras coisas o “arranco” da agricultura norte-americana logo após um longo período de secas catastróficas. Esperava-se uma safra de milho realmente épica de acordo com a notícia, mas a razão de uma agricultura tão produtiva não pode ser explicada somente pela posse de solos férteis e climas favoráveis, visto que A nos Estados Unidos, existem grandes áreas desérticas que impedem a prática da agropecuária. B os norte-americanos investiram em tecnologia em escala jamais vista na história da agricultura. C a inexistência de fenômenos naturais catastróficos, como furacões e tornados, ajuda na produção agrícola. D novas áreas agricultáveis vêm sendo criadas ano após ano pela derrubada de novas áreas de florestas outrora preservadas. E a organização de terras em grandes latifúndios produti- vos nas mãos de grandes corporações agrícolas aumen- tou sua produção. QUESTÃO 52 “É um dos principais responsáveis pela formação do pensamento social contemporâneo, sobretudo do ponto de vista metodológico, quanto à constituição de uma epistemologia das ciências sociais que, segundo sua visão, devem ter um modelo de explicação próprio, diferente do das ciências naturais. É de grande importância sua distinção entre a razão instrumental e a razão valorativa, sendo que os juízos de valor não podem ter sua origem nos dados empíricos. Em sua análise da formação da sociedade contemporânea, Max Weber investigou os traços fundamentais do Estado Moderno, da sociedade industrial que o caracteriza e da burocracia que tem nele um papel central.” JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 3ª edição revista e ampliada, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro-RJ, 2001, p. 274. O modelo desenvolvido por Max Weber, considerado um dos fundadores da Sociologia, fundamenta-se numa forma de pensamento tida como A positivista. B teocêntrica. C materialista. D pragmática. E compreensiva. QUESTÃO 53 SUERTEGARAY, D. M. A. (Org.). Terra: feições ilustradas. Porto Alegre: UFRGS, 2008. As características morfológicas do terreno estão representadas no diagrama, que mostra uma região acometida por processos erosivos decorrentes da A resistência geológica. B instabilidade do terreno. C profundidade do solo. D intervenção antrópica. E ação de cursos de água. CH - 1º dia | Página 24 QUESTÃO 54 Entre o século XII e XIII, a recrudescência das condenações da usura é explicada pelo temor da Igreja ao ver a sociedade abalada pela proliferação da usura, quando muitos homens abandonam sua condição social, sua profissão, para tornarem-se usuários. No século XIII, o papa Inocêncio IV teme a deserção dos campos, devido ao fato de os camponeses terem se tornado usurários ou estarem privados de gado e de instrumentos de trabalho pertencentes aos possuidores de terras, eles próprios atraídos pelos ganhos da usura. A atração pela usura ameaça a ocupação dos solos e da agricultura e traz o espectro da fome. LE GOFF, J. A bolsa e a vida: economia e religião na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 2004 (adaptado). A atitude da Igreja em relação à prática em questão era motivada pelo interesse em A suprimir o debate escolástico. B regular a extração de dízimos. C diversificar o padrão alimentar. D conservar a ordem estamental. E evitar a circulação de mercadorias. QUESTÃO 55 De repente, ouve-se uma explosão. Espanto! Num instante, todos estão na rua. Espetáculo alucinante, o topo do Vesúvio havia se partido em dois. Uma coluna de fogo escapa dali. Logo depois é a agitação. Em volta começa a desabar uma chuva de projéteis: pedras-pomes, lapíli e, às vezes, pedaços de rochas — fragmentos arrancados do topo da montanha e da tampa que obstruía a cratera. GUERDAN, R. A tragédia de Pompeia. Disponível em: www2.uol.com.br. Acesso em: 24 out. 2015 (adaptado). A destruição da cidade relatada no texto foi decorrente do seguinte fenômeno natural: A Atuação de epirogênese recente. B Emissão de material magmático. C Rebaixamento da superfície terrestre. D Decomposição de estruturas cristalinas. E Metamorfismo de horizontes sedimentares. QUESTÃO 56 Campos achava grande prazer na viagem que íamos fazendo em trem de ferro. Eu confessava-lhe que tivera maior gosto quando ali ia em caleças tiradas a burros, porque ia vendo, ao longe, cá embaixo, aparecer a pouco e pouco o mar e a cidade. O trem leva a gente de corrida, de afogadilho, desesperado, até à própria estação de Petrópolis. Campos continuou a dizer todo o bem que achava no trem de ferro. Só o tempo que a gente poupa! Falei do progresso, ele também, e chegamos satisfeitos à cidade da serra. ASSIS, M. Memorial de Aires, 1988 (adaptado). A trama do romance, publicado em primeira edição em 1908, transcorre na sociedade carioca do ano de 1888. O excerto reproduz o diálogo de dois amigos, referindo-se à A tendência do governo imperial de evitar os relacionamen- tos da sociedade brasileira com as novidades europeias. B incompatibilidade das tecnologias importadas com uma sociedade sustentada pelo trabalho escravo. C questão das mudanças de costumes sociais provocadas por processos de modernização histórica. D consciência do atraso histórico do Império no quadro das repúblicas democráticas da América. E imitação pela sociedade da Corte dos comportamentos antieconômicos das elites europeias. QUESTÃO 57 A substância é um Ser capaz de Ação. Ela é simples ou composta. A substância simples é aquela que não tem partes. O composto é a reunião das substâncias simples ou Mônadas. Monas é uma palavra grega que significa unidade ou o que é uno. Os compostos ou os corpos são Multiplicidades, e as Substâncias simples, as Vidas, as Almas, os Espíritos são unidades. É preciso que em toda parte haja substâncias simples porque sem as simples não haveria as compostas, nem movimento. Por conseguinte, toda natureza está plena de vida. LEIBNIZ, G. W. Discurso de metafísicas e outros textos. São Paulo: Matins Fontes, 2004 (adaptado). Dentre suas diversas reflexões, Leibniz voltou sua atenção para o tema da metafísica, que trata basicamente do fundamento de realidade das coisas do mundo. A busca por esse fundamento muitas vezes é resumida a partir do conceito de substância, que para ele se refere a algo que é A complexo por natureza, constituindo a unidade mínima do cosmo. B estabilizador da realidade, dada a exigência de perma- nência desta. C desdobrado no composto, em vez de gerá-lo unindo-se a outras substâncias simples. D essencial na estrutura do que existe no mundo, sem dei- xar de contribuir para o movimento. E considerado simples e múltiplo a um só tempo, por ser um todo indecomponível constituído de partes. CH - 1º dia | Página 25 QUESTÃO 58 A cena ilustrada na imagem pode ser relacionada a um contexto de A rivalidade
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