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Anexo_02_Modelo_Relatório_Estágio

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI - UNIVINCI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
PAULO ALEXANDRE MARIANO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTE PARA O MUNICÍPIO DE GUARAMIRIM/SC
Guaramirim
2020
PAULO ALEXANDRE MARIANO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Dimensionamento de uma estação de tratamento de efluente para o município de Guaramirim/SC
Relatório de Estágio apresentado ao Centro Universitário Leonardo da Vinci como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Química.
Orientador: Mestrado em engenharia de processos Professora Endi Pricila Alves
Guaramirim
2020
RESUMO
O presente relatório descreve as atividades desenvolvidas pelo acadêmico Paulo Alexandre Mariano, em seu Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório do curso de Engenharia Química do Centro universitário Uniasselvi. Realizou-se sob a supervisão do Engenheiro Guilherme G. Ohlweiler, na empresa Amvali, em Jaraguá do Sul/SC. 
O presente relatório descreve o dimensionamento de uma estação de tratamento de efluentes para a cidade de Guaramirim onde atende a população por 20 anos.
Utilizando dados oficiais de órgãos governamentais como IBGE e ARIS, foi estimado o crescimento populacional nesse período e também a contribuição de esgoto doméstico, e todos os cálculos foram feitos de acordo com as normas, legislação e diretrizes vigentes.
Da literatura de Von Sperling (2005) foram utilizados os conceitua as operações e processos para a adequação do projeto da estação de tratamento do esgoto doméstico do município de Guaramirim respeitando o plano municipal de saneamento básico e todas normas técnicas. 
Palavras-chave: Saneamento.Esgoto.Método. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – FLUXO GRAMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO...............15
FIGURA 2 – GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO POPULAÇÃO URBANA E RURAL..........26
FIGURA 3 – PROJEÇÃO POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE GUARAMIRIM .........33
FIGURA 4 – DESENHO ESQUEMÁTICO DA CALHA PARSHALL.................................45
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DAS UNIDADES DO SISTEMA PRELIMINAR..........56
FIGURA 6 – ARRANJO DO SISTEMA AUSTRALIANO....................................................56
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Níveis de tratamento dos esgotos...............................................................15
Tabela 2 – Condições de lançamento de efluentes...................................................26
Tabela 3 – Projeção Populacional do município de Guaramirim.........................33
Tabela 4 – Geração de efluentes...........................................................................................45
Tabela 5 – Dimensões padrão calha Parshall...............................................................56
Tabela 6 – Taxa de aplicação volumétrica....................................................................56
Tabela 7 – Comparação entre concentrações afluentes e médias..................56
Tabela 8 – Taxa de aplicação superficial em função do clima da região....56
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT 	Associação Brasileira de Normas Técnicas
Fil. 		Filosofia
IBGE 		Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ARIS Agência Reguladora intermunicipal de Saneamento
FUNASA Fundação Nacional de Saúde 
CONAMA	Conselho Nacional do Meio Ambiente
IPEA 		Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada	
Sumário
1 INTRODUÇÃO	8
1.1 objetivo geral	8
1.2 objetivos específicos	9
2.1 SANEAMENTO	9
2.2 ESGOTO SANITÁRIO	10
2.2.1 CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS DOMÉSTICOS	11
2.2.2 NÍVEIS E SISTEMA DE TRATAMENTO	11
2.2.2.1 TRATAMENTO PRELIMINAR	13
2.2.2.2 TRATAMENTO PRIMÁRIO	14
2.2.2.3 TRATAMENTO SECUNDÁRIO	14
2.2.2.4 TRATAMENTO TERCIÁRIO	14
2.2.25 PADRÕES DE LANÇAMENTO	15
3. NORMA TÉCNICA PERTINENTE	38
4 METODOLOGIA	16
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO	16
5.1 O MUNICÍPIO	16
7. DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES	20
7.1 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO	21
7.3 DIMENCIONAMENTO DO TRATAMENTO PRELIMINAR	22
8 DIMENCIONAMENTO DO TRATAMENTO PRIMÁRIO	27
8.91 DIMENSIONAMENTO DO TRATAMENTO SECUNDÁRIO	31
CONCLUSÃO	33
REFERÊNCIAS	37
1 INTRODUÇÃo
O presente relatório descreve as atividades desenvolvidas pela acadêmica Paulo Alexandre Mariano, em seu Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório do curso de Engenharia Química do Centro Universitário Uniasselvi de Santa Catarina em Guaramirim. Realizou-se sob a supervisão do Engenheiro Guilherme G. Ohlweiler, na empresa Amvali, em Jaraguá do Sul/SC.
O estágio consistiu em dimensionar uma estação de tratamento de efluentes para o município de Guaramirim onde o sistema de esgotamento sanitário se mostra inexistente. O tratamento do esgoto sanitário é realizado por sistemas isolados, como fossas sépticas, sumidouros e similares existentes nos terrenos das edificações. Contudo, há exceção de uma pequena porção da sede urbana (oeste), no local conhecido como Recanto Feliz, que possui um loteamento com rede coletiva de esgotamento sanitário, exclusiva para os moradores desse local. Esses sistemas consistem em unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto. Porém devido ao lençol freático ser raso, próximo à superfície, estes sistemas são desaconselháveis, pois não funcionam corretamente e ainda acarretam em contaminação das águas subterrâneas.
De acordo com o Ministério das Cidades (2008), os esgotos domésticos e industriais e as águas pluviais são as maiores fontes de poluição da água. Os resíduos provenientes das atividades humanas geram poluição, e a utilização da água traz a necessidade de se criar soluções para o afastamento e o retorno de uma parcela desta água para o meio ambiente, uma vez que após usada as características naturais da água se alteram (FUNASA, 2015). 
Faz-se necessário a instalação de um sistema de tratamento de efluentes que atenda a Resolução CONAMA 430/2011 e Lei Estadual 14.675/2009, que estabelece padrões de emissão de efluentes líquidos, proporcionando a melhoria da saúde e do saneamento de forma abrangente.
1.1 OBJETIVO GERAL
O presente trabalho tem por objetivo geral dimensionar uma estação de tratamento de efluentes para o município de Guaramirim/SC que atenda a população urbana, com uma vida útil de projeto de 20 anos.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Estimar o crescimento populacional para o município para um período de 20 anos;
· Identificar o sistema de tratamento de efluentes mais adequado ao município; 
· Dimensionar a estação de tratamento de efluentes para o município de acordo com as normas, legislações e diretrizes vigentes.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo será abordado o tema saneamento, de forma breve, e esgoto sanitário, com enfoque nos níveis de tratamento e sistemas de tratamento, embasado no pensamento de outros autores.
2.1 SANEAMENTO
	Segundo o Instituto Trata Brasil (2012), saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente, cuja finalidade é prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica.
	A Lei 11.445/2007 define saneamento como o conjunto de serviços de infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. Estes serviços compreendem o saneamento básico, mas o saneamento também é tratado em termos de saneamento ambiental, este tem por objetivo alcançar níveis de salubridade ambiental e a promoção da saúde através dos instrumentos do saneamento básico (FUNASA, 2015).
O conceito de salubridade é definido pela Funasa (2015) como a capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelo meio ambiente. O saneamento promove um ambiente salubre.
	A falta de medidas práticas de saneamento e de educação ambiental, faz com que a população lance os dejetos diretamente sobre o solo ou curso d’água,criando situações favoráveis a transmissão de doenças. Sob o aspecto sanitário, o descarte adequado dos dejetos objetiva o controle e à prevenção de doenças a eles relacionadas (TRATA BRASIL, 2012). 
	De acordo com o Instituto Trata Brasil (2012), a adoção de soluções que evitam a poluição do solo e mananciais, o contato de vetores com os dejetos humanos, que promovam bons hábitos higiênicos a população, tem como consequência o aumento da qualidade de vida, diminuição das despesas com saúde pública, redução no custo de tratamento de água, e o controle da poluição de mananciais e preservação da fauna. 
2.2 ESGOTO SANITÁRIO
	O Instituto Trata Brasil (2012) traz a definição de esgoto como as águas residuárias geradas pelas atividades humanas, seja este comercial, industrial ou doméstica, estas águas apresentam suas características naturais modificadas e necessitam de tratamento antes do seu descarte nos corpos receptores.
	Os esgotos podem ser domésticos, industriais, águas pluviais ou águas de infiltração. No presente trabalho falar-se-á em termos de esgoto doméstico. Os esgotos domésticos provêm em sua maioria de residências, estabelecimentos comerciais ou instituições, compõem-se essencialmente de água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem (TRATA BRASIL, 2012).
	A Funasa (2015), traz como consequência imediata do crescimento urbano e desenvolvimento tecnológico, o aumento de consumo de água e a ampliação do volume de água residuária, fazendo-se necessário a existência de um sistema de esgotamento sanitário. Conforme definição do Ministério das Cidades (2008, p.28), “os sistemas de esgotamento sanitários são um conjunto de obras e instalações que tem como objetivo a coleta, transporte, o tratamento e a disposição final das águas residuárias da comunidade”.
2.2.1CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS DOMÉSTICOS
	Os esgotos são caracterizados quantitativamente, através da estimativa de vazões, e qualitativamente, através das características físicas, químicas e biológicas. De acordo com Jordão e Pessoa (2011) tem-se as seguintes características físicas:
· Matéria sólida: é a matéria que permanece como resíduo após evaporação a 103°C, divide-se em matéria em suspensão e dissolvida;
· Temperatura: a temperatura dos esgotos é pouco superior à dás águas de abastecimento, porém apresenta valores elevados quando recebe contribuição de despejos industriais;
· Odor: os odores característicos dos esgotos são causados pelos gases formados no processo de decomposição;
· Cor: indica o estado de decomposição do esgoto, varia entre acinzentada e preta, e pode adquirir outras cores quando recebe despejos industriais, como de indústrias têxtil ou de tintas;
· Turbidez: é medida para caracterizar a eficiência do tratamento secundário.
	Para Jordão e Pessoa (2011), é classificada as características químicas dos esgotos segundo a sua origem, dividindo-se em matéria orgânica, cerca de 70% do esgoto é composto por matéria orgânica, e matéria inorgânica, formada principalmente por areia e minerais dissolvidos.
	Quanto às características biológicas, fazem parte o grupo dos micro-organismos: as bactérias (anaeróbias e aeróbias, responsáveis pela decomposição e estabilização da matéria orgânica), os fungos, os protozoários, os vírus e as algas (JORDÃO E PESSOA, 2011).
2.2.2NÍVEIS E SISTEMA DE TRATAMENTO 
	A resolução CONAMA 430/2011, apresenta alguns padrões para o lançamento de efluentes nos cursos d’água e estabelece que os órgãos ambientais deverão fixar a carga poluidora máxima para o lançamento de poluentes nos corpos receptores, de modo a não comprometer as metas estabelecidas pelo enquadramento para o corpo d’água. Para permitir o atendimento aos padrões ambientais e, consequentemente, a qualidade desejada da água em função dos seus usos preponderantes, é necessário o tratamento dos esgotos antes do seu lançamento nos cursos d’água (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2008).
	 Os tratamentos de esgotos são classificados em níveis segundo os objetos de remoção, a tabela 1 apresenta esta classificação conforme a literatura por Von Sperling (2005): 
Tabela 1-Níveis de Tratamento dos Esgotos
	Nível
	Remoção
	Preliminar
	Sólidos em suspensão grosseiros (areia e materiais de maiores dimensões)
	Primário
	Sólidos sedimentáveis suspensos
DBO em suspensão (matéria orgânica dos sólidos em suspensão sedimentáveis)
	Secundário
	DBO em suspensão (matéria orgânica suspensa fina, não removida em tratamento primário)
DBO solúvel (matéria orgânica em forma de sólidos dissolvidos)
	Terciário
	Nutrientes
Patogênicos
Compostos biodegradáveis
Metais pesados
Sólidos inorgânicos dissolvidos
Sólidos suspensos remanescentes
Fonte: Von Sperling (2005).
Como descrito no Manual de Saneamento da Funasa (2015), as instalações de tratamento são compostas por unidades de tratamento que são responsáveis pela remoção de substâncias indesejáveis, ou a transformação destas em outras mais simples, os sistemas de tratamento são formados por uma ou mais combinações dessas unidades de tratamento, de acordo com o poluente a ser removido e o grau de eficiência desejado. 
	“Para os esgotos predominantemente domésticos, os parâmetros principais para aferir a eficiência de um processo de tratamento são: sólidos suspensos totais, DBO total, nitrogênio total, fósforo total e coliformes termotolerantes” (FUNASA, 2015, p.244).
Von Sperling (2005) conceitua as operações e processos em:
Operações físicas unitárias: métodos de tratamento no qual predomina a aplicação de forças físicas;
Processos químicos unitários: métodos de tratamento nos quais a remoção ou conversão de contaminantes ocorre pela adição de produtos químicos ou devido a reações químicas;
Processos biológicos unitários: métodos de tratamento nos quais a remoção de contaminantes ocorre por meio de atividade biológica.
	
	A figura 1 é apresenta um fluxograma, contendo os sistemas de tratamento de esgoto sanitário nos níveis preliminar, primário, secundário e terciário.
figura 1-fluxograma genérico de tratamento de esgoto sanitário
Fonte: Oliveira, 2004.
2.2.2.1TRATAMENTO PRELIMINAR
 	Segundo o manual de saneamento básico do Instituto Trata Brasil (2012), nessa etapa, designada por pré-tratamento ou tratamento preliminar, o esgoto é sujeito aos processos de separação dos sólidos mais grosseiros: 
· Gradeamento que pode ser composto por grades grosseiras, grades finas e/ou peneiras rotativas, 
· Desarenamento nas caixas de areia;
· Desengorduramento nas chamadas caixas de gordura ou em pré-decantadores. 
	O Manual de Saneamento da Funasa (2015) afirma que o tratamento preliminar é inevitável em qualquer um dos processos de tratamento em sistemas de esgotos.
2.2.2.2TRATAMENTO PRIMÁRIO
	
	O tratamento primário visa remover os sólidos em suspensão sedimentáveis, sendo predominante o mecanismo físico de sedimentação e a fase de digestão e estabilização da matéria orgânica sedimentada pela via anaeróbia. A finalidade é permitir que os esgotos sigam para as unidades de tratamento secundário, ou que eventualmente sejam lançados nos corpos receptores, desde que cumpram o padrão mínimo de lançamento estabelecido na legislação. As unidades de tratamento usuais nesta etapa são: decantador simples (primário); flotador simples; precipitador químico; decanto/digestor conjugado (tanque séptico, tanque “Imhoff”) (FUNASA, 2015).
2.2.2.3TRATAMENTO SECUNDÁRIO
	De acordo com o Ministério das Cidades (2008), vários processos de tratamento secundário são concebidos de forma a acelerar os mecanismos de degradação (autodepuração) que ocorrem naturalmente nos corpos receptores. A essência do tratamento secundário de esgotos domésticos é a inclusão de uma etapa biológica, onde a remoção (estabilização) da matéria orgânica é efetuada por reações bioquímicas, realizadas por microrganismos aeróbios ou anaeróbios. 
	No tratamento secundário os principais métodos de tratamento segundo Jordão e Pessoa (2011) são: a filtração biológica, processos de lodos ativados, e lagoas de estabilizaçãoaeróbias (facultativa, aerada). 
2.2.2.4TRATAMENTO TERCIÁRIO
	Para Tosetto (2005), o tratamento terciário de esgoto sanitário é definido como um tratamento adicional para remoção de substâncias remanescentes do tratamento secundário convencional. Segundo Jordão e Pessoa (2011), no tratamento terciário encontram-se processos de remoção de organismos patogênicos, processos de remoção de nutrientes, e processos conhecidos como avançado (filtração final, absorção por carvão, membrana). 
	Conforme Von Sperling (2005), os sistemas incluem as lagoas de estabilização, que são utilizadas na remoção de nutrientes (nitrogênio e fósforo). E na remoção de organismos patogênicos (processo de desinfecção) são utilizados processos naturais como: lagoas de maturação, infiltração no solo, e artificiais: cloração, ozonização, radiação ultravioleta e membranas.
2.2.25 PADRÕES DE LANÇAMENTO
	A resolução CONAMA nº 430/2011 dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes em corpos de água receptores. 
É exigido o tratamento de efluentes antes do descarte no corpo receptor, de acordo com a resolução 430/2011, Art. 3º. “os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis. ”
As condições e padrões de lançamento para efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitários são apresentados na tabela 2.
Tabela 2-Condições de lançamento de efluentes provenientes do sistema de tratamento de esgotos sanitários
	Parâmetro
	Limites de Concentração
	DBO5
	≤ 120mg/L
	Ph
	5,0 – 9,0
	Temperatura
	< 40ºC
	Materiais sedimentáveis
	≤ 1ml/L
	Materiais flutuantes
	Ausente
	Óleos e graxas
	≤ 100mg/L
Fonte: Autor (adaptado da Resolução CONAMA nº430/2011, 2019).
3 METODOLOGIA
As atividades do estágio consistiram no dimensionamento de uma estação de tratamento de efluentes para o município de Guaramirim, onde observa-se a necessidade de implantação do mesmo para a comunidade.
 No desenvolvimento desse trabalho foram utilizados dados retirados de estudos populacionais desenvolvidos pelos órgãos governamentais competentes como IBGE e ARIS bem como a projeção populacional no período estipulado.
A escolha do método utilizado para a criação da estação de tratamento de afluente, utilizou-se de parâmetros encontrados na literatura respeitando as leis federais, estaduais e municipais bem como o plano municipal de saneamento básico do município de Guaramirim.
Para os cálculos foram empregues as equações apresentadas na literatura.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As atividades do estágio consistiram no dimensionamento de uma estação de tratamento de efluentes para cidade de GUARAMIRIM/SC, onde observa-se a necessidade da implantação do mesmo para a comunidade, visto que o município não tem um sistema de tratamento coletivo. As atividades foram voltadas a área de pesquisa, no levantamento de dados disponíveis referentes ao município e necessários ao dimensionamento. Na falta desses valores utiliza-se valores encontrados na literatura ou recomendado pelas normas.
Posteriormente consultou se as normas e legislações vigentes e o Plano Municipal de Saneamento do Município de Guaramirim para dar início ao dimensionamento.
Foi utilizado para o estudo populacional a planilha da ARIS (Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento), dados do IBGE e também IPEA.
4.1 O MUNICÍPIO
Localização
O município de Guaramirim está localizado na porção norte do Estado de Santa Catarina, inserido na Mesorregião Norte Catarinense, que é composta por 26 municípios que estão agrupados em três microrregiões, a saber: Canoinhas, Joinville e São Bento do Sul, sendo que Guaramirim insere-se na Microrregião de Joinville, que é composta por 11 municípios. Guaramirim (latitude 26º28'23" sul e longitude 49º00'10" oeste, e altitude de 30m) possui extensão territorial total de 268 km² (IBGE, ca. 2010). O município de Guaramirim possui seis municípios limítrofes, a saber: Araquari, Jaraguá do Sul, Joinville, Massaranduba, São João do Itaperiú e Schroeder.
4.2 ASPECTOS FISÍCOS
 Clima
O município de Guaramirim apresenta classificação climática de Köpeen-Geiger Cfb (clima temperado úmido com verão temperado), esta classificação representa clima temperado mesotérmico, com estação de verão e inverno bem definidas, os verões são frescos (temperatura média abaixo de 22°C) e os invernos apresentam temperatura média abaixo de 18°C, este tipo de clima apresenta ausência de estação seca definida e ocorrência de precipitação em todos os meses do ano.
Hidrografia
O município de Guaramirim faz parte do complexo hidrográfico do Rio Itapocu (como mostra a Figura 6) cuja Bacia Hidrográfica possui 2.930 km² e 4.684 km de comprimento em cursos hídricos (SANTA CATARINA, 2008).
A Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu está localizada na região da Baixada Norte Catarinense e abrange a totalidade dos municípios de Corupá, Jaraguá do Sul, Schroeder, Guaramirim e Massaranduba e parcialmente
os municípios de Araquari, Barra Velha, Blumenau, Joinville, São João do Itaperiú, São Bento do Sul e Campo Alegre.
A Bacia do Rio Itapocu faz parte do sistema Vertente do Atlântico, que se constitui em um sistema de drenagem que compreende uma área de 35.298 km²; e é integrante da Região Hidrográfica Atlântico Sul, que possui 187.552 km² de área (o que representa 2,2% da área do país), e se inicia próximo à divisa dos estados de São Paulo e Paraná, e se estende até o arroio Chuí (no Rio Grande do Sul) (ANA, 2009).
Territorialmente, o município de Guaramirim possui uma importante rede hídrica, 
é interceptado no sentido leste-oeste pelo rio Itapocu, localizado ao sul da rodovia federal BR-280 e abrange quase a totalidade do perímetro urbano. Na porção norte o município apresenta os rios Piraí (cujos afluentes são os rios Quati e Dona Cristina) e rio Poço Grande, responsáveis também pela divisa territorial na porção nordeste e leste. Na porção central o já mencionado rio Itapocu e na porção sul os afluentes do Itapocu, rios Ponta Comprida e Putanga, além do rio Jacu-açu.
4.3 DEMOGRAFIA
Demografia é a área da ciência geográfica responsável por estudos da dinâmica populacional humana. Sendo assim, observou-se através de dados demográficos do IPEA (2000), que o município de Guaramirim possui população habitando predominantemente a área urbana (80%), como demonstra a Figura 2.
 A partir dos dados do IPEA a população estimada residente no município é de 29.932 habitantes.
FIGURA 2: GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL URBANA E RURAL – ANO 2000
 
 Fonte: IPEA, 2010
4.4 DENSIDADE DEMOGRAFICO
Densidade demográfica pode ser definida como a medida expressa pela relação entre a população e a superfície do território (sendo expressa em número de habitantes por quilômetro quadrado - km²). Neste contexto, o município de Guaramirim apresenta densidade demográfica correspondente a 11,7 hab/km² (com base nos dados do IPEA, 2010). A partir das divisões censitárias definidas pelo IBGE referente ao ano de 2007 Guaramirim possui um total de 52 setores censitários, dentre eles 41 urbanos e 11 rurais.
4.5 ASPECTOS AMBIENTAL
A referida Lei Federal, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências, esclarece no art. 3º o que se entende por meio ambiente, “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
No que tange o saneamento a Lei Federal 11.445 de 2007 (BRASIL, 2007), estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, que é entendido pela referida Lei (art. 3º, 1) como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem e manejo deáguas pluviais urbanas.
 O art. 2º da Lei Federal 11.445 esclarece que os serviços de saneamento devem ser prestados com vistas aos princípios fundamentais: universalização do acesso; integralidade; abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; articulação de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante; eficiência e sustentabilidade econômica; utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas; transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados; controle social; segurança, qualidade e regularidade; e, integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.
 No que se refere à política municipal de saneamento básico, FERREIRA (2009) afirma que esta política deve considerar o conceito de saneamento básico, os princípios, diretrizes e os assuntos relacionados com este conceito; e que no plano institucional a política municipal de saneamento básico deve promover o abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
Sendo assim, é relevante traçar um perfil do município de Guaramirim sobre os quatro pilares do saneamento básico. Se tratando de índices de atendimento, verifica-se que no município 100% da população urbana é atendida com abastecimento de água; quanto ao serviço relacionado ao esgoto sanitário apenas um loteamento da área urbana possui sistema coletivo de coleta e tratamento de esgoto, o restante do município possui tratamento isolado (como fossa séptica) ou lançamento indireto nos corpos hídricos através da galerias de águas pluviais de galerias e bocas de lobo porém não é possível afirmar a porcentagem das vias urbanas que são atendidas por este serviço, uma vez que a prefeitura municipal não possui documentação da rede de drenagem existente.
5.6 PADRÕES DE LANÇAMENTO
A resolução CONAMA nº 430/2011 é exigido o tratamento de efluentes antes do descarte no corpo receptor, de acordo com a resolução 430/2011, Art. 3º. “os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis. ”
As condições e padrões de lançamento para efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitários são apresentados na tabela 2.
Tabela 2-Condições de lançamento de efluentes provenientes do sistema de tratamento de esgotos sanitários
	Parâmetro
	Limites de Concentração
	DBO5
	≤ 120mg/L
	Ph
	5,0 – 9,0
	Temperatura
	< 40ºC
	Materiais sedimentáveis
	≤ 1ml/L
	Materiais flutuantes
	Ausente
	Óleos e graxas
	≤ 100mg/L
Fonte: Autor (adaptado da Resolução CONAMA nº430/2011, 2019).
7. DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
Após o levantamento dos dados seguiu para o dimensionamento, este ocorreu de acordo com as exigências estabelecidas na Resolução CONAMA nº 430/2011, as especificações da NBR 12.209/2011, que fixa as condições para dimensionamento das unidades da estação de tratamento de efluentes, e as equações encontradas na literatura apresentadas por Von Sperling.
7.1 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO
Segundo o Projeto Municipal integrado de saneamento Básico do município de Guaramirim a linha de tendência que melhor se ajustou aos dados e estimativas populacional do IBGE.
Utilizando a tabela da ARAIS obtemos a seguinte projeção:
Tabela 3-Projeção Populacional do município de Guaramirim
Fonte IBGE
7.2 ESTIMATIVA DE VAZÃO
Para estimar a vazão utiliza-se o número de habitantes multiplicado pela contribuição de esgoto por habitante por dia, valor obtido na tabela 3.
Tabela3-Geração de efluente por dia
	Tipo e ocupação de edificações
	Contribuição de esgotos “c” (L/pessoa.dia)
	Ocupantes permanentes
	Residências de alto padrão
	160
	De padrão médio
	130
	De baixo padrão
	100
	Hotéis (exceto lavanderia e cozinha)
	100
	Alojamentos provisórios
	80
Fonte: NBR 7229 (ABNT,1993).
De acordo com as especificações da NBR 12.209/2011, verifica-se a vazão média, vazão máxima e mínima de geração de efluente:
Vazão de projeto (média): Equação 1
Vazão máxima: Equação 2
Vazão mínima: Equação 3
Qmed- vazão média (L/s);
Qmáx- vazão máxima (L/s);
Qmín- vazão mínima (L/s);
k1- coeficiente de vazão máxima diária- 1,2;
k2- coeficiente de vazão máxima horária- 1,5;
k3- coeficiente de vazão mínima- 0,5.
7.3 DIMENCIONAMENTO DO TRATAMENTO PRELIMINAR
	No tratamento preliminar é inevitável a instalação das seguintes unidades: gradeamento, o desarenador e o medidor de vazão. No gradeamento optou-se por fazer o gradeamento grosso seguido do gradeamento fino, para uma melhor remoção dos sólidos grosseiros, os dados adotados seguem critérios da NBR 12.209/2011.
ÁREA DA SEÇÃO TRANSVERSAL DO CANAL DE COLETA
 Equação 4
S- Seção transversal do canal de coleta (m²);
Qmáx- vazão máxima afluente (m³/s);
v- velocidade de passagem; 
 Equação 5
 
Au- Área útil da grade (m²);
a - espaçamento das barras (mm)
t- espessura das barras (mm);
Eficiência da grade: 
 Equação 6 
E eficiência da grade (%); 
Largura mínima da grade: Equação 7
L- Largura mínima da grade (m); 
h- altura da barra(m);
Perda de carga: Equação 8 
vo- velocidade de aproximação (m/s); 
 Equação 9
∆H- perda de carga (m);
GRADEAMENTO GROSSO
Dados adotados:
a- espaçamento das barras: 40mm;
t- espessura das barras:10mm; 
v- velocidade de passagem:0,60m/s;
vo- velocidade de aproximação: calculada;
h- altura da barra: 0,30m
ângulo de inclinação:60°
Área útil da grade: 
 Equação 10 
Eficiência da grade: 
Largura mínima da grade: 
Perda de carga: 
GRADEAMENTO FINO
Dados adotados:
a- espaçamento das barras: 20mm;
t- espessura das barras:10mm; 
v- velocidade de passagem:0,60m/s;
vo- velocidade de aproximação: calculada;
h- altura da barra: 0,30m
ângulo de inclinação:60°
Área útil da grade: 
Eficiência da grade: 
Largura mínima da grade: 
Perda de carga: 
DESARENADOR
O desarenador previne a obstrução das tubulações e das unidades de tratamento posteriores.
Observações recomendadas pela NBR 12.209/2011:
· A vazão de dimensionamento do desarenador deve ser a vazão máxima afluente à ETE;
· O desarenador deve ter limpeza mecanizada quando a vazão de dimensionamento é igual ou superior a 250 L/s;· A taxa de escoamento superficial deve estar compreendida entre 600 a 1.300 m3/m2.d, recomenda-se o limite de 1000m3/m2.d na ausência de decantadores primários;
· A seção transversal deve ser tal que a velocidade de escoamento esteja na faixa de 0,25 a 0,40m/s.
Área mínima necessária: Equação 11
As - Área mínima necessária (m²);
q- taxa de escoamento superficial;
Comprimento da caixa de areia: Equação 12
L- Comprimento da caixa de areia (m);
h- altura adotada;
Adotou-se 14m de comprimento
Largura da caixa de areia: Equação 13
B- Largura da caixa de areia;
7.5 MEDIDOR DE VAZÃO: CALHA PARSHALL
Para a seleção da calha Parshall utiliza-se os valores padrão contidos na tabela 4, escolhidos de acordo com as vazões máxima e mínima. E a figura 2 mostra a dimensões da calha Parshall.
Figura 4-Desenho esquemático da Calha Parshall
 Fonte: Guia da Engenharia, 2019.
Para a vazão entre 218L/s e 785L/s, a calha Parshall terá as dimensões marcadas na tabela 4:
Tabela 4-Dimensões padrão calha Parshall
	W
(cm)
	A
(cm)
	B
(cm)
	C
(cm)
	D
(cm)
	E
(cm)
	F
(cm)
	G
(cm)
	K
(cm)
	Vazão (L/s)
	N
(cm)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	min
	Máx
	
	2,5
	35,3
	35,6
	9,3
	16,8
	22,9
	7,6
	20,3
	1,9
	0,28
	5,28
	2,9
	7,6
	45,6
	45,7
	17,8
	25,9
	38,1
	15,2
	30,5
	2,5
	0,85
	53,8
	5,7
	15,2
	62,1
	61
	39,4
	40,3
	45,7
	30,5
	61
	7,6
	1,52
	110,4
	114
	46,7
	144,9
	142
	76,2
	102,6
	91,5
	61
	91,5
	7,6
	4,25
	96,2
	22,9
	61
	152,5
	149,6
	91,5
	120,7
	91,5
	61
	91,5
	7,6
	11,89
	6,7
	2,*9
	91,5
	167,7
	164,5
	122
	157,2
	91,5
	61
	1,5
	7,6
	7,26
	426
	2,9
	122
	183
	179,5
	152,5
	193,8
	915
	61
	91,5
	7,6
	36,79
	921
	2,9
	152,5
	198,3
	194,1
	183
	230,3
	91,5
	61
	91,5
	7,6
	62,8
	2422
	22,9
	183
	213,5
	209
	213,5
	266,7
	1,5
	1
	91,5
	7,6
	74,4
	2929
	22,9
	213,5
	228,8
	224
	244
	303
	91,5
	61
	91,5
	7,6
	115,4
	3440
	22,9
	244
	244
	239,2
	274,5
	340
	1,5
	61
	1,5
	7,6
	130,7
	3950
	22,9
Fonte: Guia da Engenharia, 2019.
Altura da calha Parshall 
 Equação 14 
 Para W= 61cm: 
 Qmáx=785L/s → h2máx= 70cm
Qméd= 436L/s → h2méd =47cm
Qmín=218L/s → h2mín= 30cm
Rebaixo do Parshall Equação 15
figura 5 demonstra o esquema simplificado das unidades que compõem o sistema preliminar.
Figura 5-Representação das unidades do sistema Preliminar
Fonte: Autor, 2019.
8 DIMENCIONAMENTO DO TRATAMENTO PRIMÁRIO
LAGOA ANAERÓBIA 
Dados:
Q= 37670,4m³/dia
Temperatura média do mês mais frio: 22°C
Eficiência de remoção de DBO desejada: 70% (de 50 a 70%)h adotado= 4m (recomenda-se utilizar alturas entre 3 e 5m)
8.1 TAXA DE APLICAÇÃO VOLUMÉTRICA
Calcula-se a taxa de aplicação volumétrica utilizando a tabela 5.
Tabela 5- Taxas de aplicação volumétrica admissíveis para projeto de lagoas anaeróbias, em função da temperatura
	Temperatura média do mês mais frio (ºC)
	Lv admissível (kgDBO/m³.dia)
	 10-20
	0,02T-0,10
	 20-25
	0,01T+0,10
	· 25
	0,35
Fonte: Von Sperling (2002).
Taxa de aplicação volumétrica→ 
8.2 CARGA AFLUENTE DE DBO
	Na falta de informações necessárias ao dimensionamento do sistema, utiliza-se a tabela 6 para adoção de valores de DBO.
Tabela 6 - Comparação entre concentrações afluentes usuais e concentrações médias reais dos constituintes
	Constituinte
	Concentrações usuais reportadas na literatura
	Concentrações médias observadas
	
	Faixa
	Típica
	Faixa
	Média
	DBO (mg/L)
	200-500
	350
	284-804
	527
	DQO (mg/L)
	400-800
	700
	505-1616
	1113
	SST (mg/L)
	200-450
	400
	202-527
	435
	NT (mg/L)
	35-70
	50
	39-84
	66
	PT (mg/L)
	4-15
	7
	2-14
	8
	CFV(org/100ml)
	
	-
	
	
Fonte: Von Sperling (2002).
So concentração de DBO afluente: 400mg/L=400g/m³=0,4kg/m³
 Equação 16
L- carga afluente (kgDBO/dia);
So- concentração de DBO afluente (kg/m³);
Q- vazão média (m³/dia);
A partir da carga afluente calcula-se as demais características da lagoa.
8.3 VOLUME REQUERIDO
 Equação 17
Adotou-se um volume de 48m³, para facilidade de construção.
V- volume requerido (m³);
Lv- taxa de aplicação volumétrica (kgDBO/m³.dia);
8.4 TEMPO DE DETENÇÃO 
 → adota-se 2,0 dias Equação 18
 
T- tempo de detenção (dias);
	Para tempo detenção inferiores a 3 dias pode ocorrer que a taxa de saída de bactérias metanogênicas seja superior a taxa de reprodução, não sendo possível nessas condições a manutenção de uma população de bactérias estável, ocorrendo a diminuição da eficiência da lagoa, o acúmulo de ácidos no meio, causando maus odores, desta forma adota-se o tempo de detenção igual a 3 dias.
8.4 DETRMINAÇÃO DA ÁREA
 
 Equação 19
A- área da lagoa (m²);
h- altura adotada (m), recomenda-se altura entre 3 e 5m;
Será adotado duas lagoas em paralelo. Logo a área de cada lagoa 11772/2=5886m²
8.5 DIMENSÕES DA LAGOA
 Equação 20
B- largura da lagoa (m);
L- comprimento da lagoa (m);
 Equação 21
8.6 CONCENTRAÇÃO DE DBO EFLUENTE
 Equação 22
DBO eflu- concentração de DBO efluente (mg/L);
E- eficiência de remoção de DBO (%);
8.7 ACUMULAÇÃO DE LODO
Taxa de acúmulo de lodo na lagoa anaeróbia – 0,03 a 0,10m³/hab.ano
Taxa adotada= 0,06m³/hab.ano
 Equação 23
 Acum. anual- volume de lodo acumulado por ano (m³/ano);
Acum. ano- Taxa de acúmulo de lodo na lagoa anaeróbia (0,03 a 0,10m³/hab.ano);
P- população (hab);
8.8 ESPESSURA DA CAMADA DE LODO EM 1 ANO
 Equação 24
E- espessura da camada de lodo em 1 ano (m/ano);
T- tempo (anos);
8.9 TEMPO PARA ATINGIR 1/3 DA H ÚTIL DA LAGOA
	Recomenda-se que quando a camada de lodo atingir 1/3 da altura da lagoa seja feita a remoção do lodo, para fins de manutenção. Esta remoção também pode ser feita anualmente.
 Equação 25
T- tempo para atingir 1/3 da altura da lagoa (anos);
Elevação anual- espessura da camada de lodo em 1 ano (m/ano);
A cada 2,4 anos aproximadamente deverá ser removido m³ de lodo, correspondente a 1/3 do volume útil da lagoa, ou deverá ser feita a remoção anual de 4905m³ de lodo.
8.91 DIMENSIONAMENTO DO TRATAMENTO SECUNDÁRIO
LAGOA FACULTATIVA
 A inserção da lagoa anaeróbia antes da lagoa facultativa diminui os requisitos de área para a mesma.
Carga afluente a lagoa facultativa:
 Equação 26
L- carga afluente a lagoa facultativa (kgDBO/dia);
Lo=carga da lagoa anaeróbia
TAXA DE APLICAÇÃO SUPERFICIAL
	Baseado no clima da região a tabela 7 fornece a taxa de aplicação superficial.
Tabela 7-Taxa de aplicação superficial em função do clima da região
	Tipo de clima e insolação
	Taxa (kgDBO/ha.d)
	Inverno quente e elevada insolação
	240 a 350
	Inverno e insolação moderado
	120 a 240
	Inverno frio e baixa insolação
	100 a 180
Fonte: adaptado de Von Sperling (2002).
ÁREA REQUERIDA
 Equação 27
A- área da lagoa facultativa (ha));
L- carga afluente a lagoa facultativa (kgDBO/dia);
Ls- taxa de aplicação superficial (kgDBO/ha.dia);
	Devido à população ser maior que 20000 habitantes necessitam fazer 2 lagoas facultativas, e para diminuir sua área de extensão(comprimento) divide-se área da lagoa por 2, formando 2 lagoas paralelas, totalizando 4 lagoas facultativas. Área de cada lagoa → A=A/2=37400m²
DIMENSÕES DA LAGOA
 Equação 28
B- largura da lagoa (m);
L- comprimento da lagoa (m);
 Equação 29
VOLUME RESULTANTE
h adotado= 1,80m
 Equação 30
V- volume da lagoa facultativa (m³);
h- altura adotada (m);
TEMPO DE DETENÇÃO
 Equação 31
T- tempo de detenção (dias);
CORREÇÃO DO COEFICIENTE DE TEMPERATURA 
 (Lagoas facultativas secundárias, modelo de mistura completa)
 Equação 32
Kt- coeficiente de remoção da DBO em uma temperatura do liquido T qualquer (d-1);
K20- coeficiente de remoção da DBO na temperatura do líquido de 20ºC (d-1);
T- Temperatura do mês mais frio (ºC);
Θ- coeficiente de temperatura; 
Estimativa de DBO solúvel
Utilizando modelo de mistura completa: 
 Equação 33
S- DBO solúvel (mg/L);
Estimativa de DBO particulada
1mg SS/L= 0,3 a 0,4 mg DBO/L
C adotado=0,3mg DBO/L
Admite-se a concentração de sólidos suspensos no efluente final igual a 100 mg/L.
Equação 34
DBO particulada (mgDBO/L);
SS efluente- concentração sólidos suspensos (mgDBO/mg/SS);
DBO s- concentração de sólidos suspensos no efluente final (mgSS/L);
DBO total
Equação 35
DBO total- soma da DBO solúvel e DBO particulada (mg/L);
Eficiência total do sistema de lagoa anaeróbia – lagoa facultativa na remoção de DBO
Equação 36
E- eficiência total do sistema (%);
Área útil total
Equação 37
A total- área total do sistema (m²);
Arranjo do sistema de lagoas
	A figura 4 representa o arranjo do sistema australiano, composto por 2 lagoas anaeróbias e lagoas facultativas, em paralelo respectivamente.
FIGURA 6-ARRANJO DO SISTEMA AUSTRALIANO
Fonte: Autor, 2019.
será adotado o tratamento terciário, se a eficiência dos sistemas primário e secundário não se adequar as necessidades do município. 
4. CONCLUSÃO
	O papel do estágio é promover a integração entre o ambiente acadêmico e a prática, possibilitando ao aluno a compreensão e aprendizagem dos diversos conteúdos estudados no decorrer da faculdade. O presente trabalho consistiu basicamente na área de pesquisa, não experimentando vivência prática, possibilitou o estudo aprofundado na área de saneamento, no que diz respeito aos sistemas de tratamento de efluentes, e na tomada de decisão de qual seria o tratamento adequado ao município.
	O principal critério de dimensionamento de um sistema de tratamento de esgoto são as características do efluente. Os sistemas de lagoas de estabilização, são considerados sistemas simples no nível operacional e eficazes no tratamento dos esgotos. Quando arranjados em série aumentam sua eficiência quando comparado com uma lagoa única, além de reduzir a área ocupada. Já para um sistema em paralelo possui a mesma eficiência, mas maior flexibilidade no caso da necessidade de interrupção do fluxo. 
	Uma das soluções técnicas mais econômicas quando se dispõe de grandes áreas é o sistema australiano, na primeira lagoa, predomina o processo anaeróbio, onde ocorre a retenção e a digestão anaeróbia do material sedimentável, na lagoa facultativa o processo é aeróbio, ocorrendo a degradação dos contaminantes solúveis e contidos em partículas suspensas muito pequenas.
	O clima quente da região, torna a lagoa anaeróbia ainda mais eficiente, se as condições ambientais não são favoráveis pode haver um desequilíbrio entre as populações de biomassa, causando mau odor e interrompendo a remoção da DBO. A remoção da DBO na lagoa anaeróbia é de 50% a 70%, necessitando de um tratamento posterior, neste sentido a lagoa anaeróbia proporciona uma redução na área da lagoa facultativa, estima-se uma economia de 45 a 70% da área de uma lagoa facultativa única. 
	Este sistema possui como vantagens a simplicidade construtiva, a ausência de equipamentos mecanizados, facilidade operacional e eficiência satisfatória, porém necessita de grandes áreas e não é recomendado para grandes populações pois torna inviável o projeto, porém não há um consenso sobre limitação da população desde que exista área o suficiente, para o município a perspectiva de expansão urbana não é grande, se tornando menos relevante na decisão do método adotado.
A disponibilidade de grandes áreas rurais também torna a escolha do projeto adequada, visto que necessita ser afastado de aglomerados urbanos, quanto aos custos estes são maiores na implantação do sistema, devido aos serviços de escavação, drenagem e impermeabilização, porém no que se refere a manutenção sai em vantagem comparado a outros sistemas. Quanto a eficiência o sistema também se sobressai, sendo altamente eficiente na remoção de nutrientes, coliformes e DBO. Analisando os critérios observados a combinação do sistema de lagoa anaeróbia seguida da lagoa facultativa é coerente com as características do município.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 11.445, de 05 de janeiro de 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Manual de Saneamento. 4 ed. Brasília: Funasa, 2015. 642 p.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução CONAMA 430/2001, que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646>
JORDÃO, E.P.; PESSOA, C.A. Tratamento de esgotos domésticos. 6. Edição. Rio de Janeiro: ABES, 2011.
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Processos de tratamento de esgotos: guia do profissional em treinamento: nível 1. Brasília: Ministério das Cidades, 2008. 72 p.
OLIVEIRA, Sonia Valle Walter Borges de. Modelo para tomada de decisão na escolha de sistema de tratamento de esgoto sanitário. Tese de Doutorado- Universidade de São Paulo, 2004. 
SANTA CATARINA. Lei Estadual 14.657/2009, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente e estabelece outras providências. Disponível em: <http://www.institutohorus.org.br/download/marcos_legais/Lei%2014.675%20Codigo_ambiental_SC.pdf>
TRATA BRASIL. Manual do saneamento básico: entendendo o saneamento básico ambiental no Brasil e sua importância socioeconômica. São Paulo, 2012.
TOSETTO, Mariana de Salles. Tratamento terciário de esgoto sanitário para fins de reuso urbano. Dissertação de Mestrado - Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP: 2005.
VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental-UFMG. Belo Horizonte: 2005.
VON SPERLING, Marcos. Lagoas de Estabilização. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental-UFMG. Belo Horizonte: 2002.
AMVALI. Histórico da Amvali. Disponível em em: <https://static.fecam.net.br/uploads/1512/arquivos/302665_HISTORICO_DA_AMVALI.pdf> Acesso: 10 mai. 2019.
NORMA TÉCNICA PERTINENTE 
NBR 12.209/2011 – Projeto de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário.
UrbanaRuralTotal
202036.6219.30245.923
202540.64610.32250.968
203044.67111.34256.013
203447.89112.15860.049
204052.71013.39366.103
Ano
População (hab)
a
E
at
=
+
Au
L
h
=
o
Qmed
v
Au
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0,6767%
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