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Proposta de Redação Professor: Jeswesley Mendes Freire Data: 10/12/2020 A partir do material de apoio e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “A TELEMEDICINA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO”. Apresente Proposta de Intervenção social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de maneira coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I A telemedicina no Brasil Diante da necessidade de isolamento social e a sobrecarga de atendimentos ocasionados pela crise de saúde por conta da covid-19, a telessaúde (uso das tecnologias de informação e comunicação na saúde) foi regulamentada e sancionada em meados de abril deste ano no Brasil. Porém, as discussões em torno da telemedicina são polêmicas e antigas. Um dos principais impedimentos para a regulamentação, antes da pandemia, era a resistência de médicos e pacientes quanto à eficácia dos atendimentos. Todo esse debate anterior e a mudança urgente podem virar tema de redação. Texto II Telemedicina: inovação em tempos de Covid-19 Ruas vazias. Quarentena. Medo. Esse é o triste cenário do nosso país desde que a pandemia da Covid-19 se tornou realidade por aqui, depois de se alastrar por países como China, Itália, Espanha e Estados Unidos. Diante de tempos tão difíceis – em que o isolamento social é a forma mais eficiente de conter a transmissão do novo coronavírus – existe a real necessidade da adoção de novos modelos de assistência populacional. Nesse contexto, a autorização da telemedicina, até então proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), surge como uma arma poderosa tanto para a manutenção da quarentena quanto para não sobrecarregar hospitais e postos de saúde. Datada de 15 de abril de 2020, a Lei nº 13.989, assinada pelo presidente da República, autoriza o uso da telemedicina, em caráter emergencial, enquanto durar a crise ocasionada pelo coronavírus. De acordo com a legislação, entende-se por telemedicina, entre outros, o exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e promoção de saúde. Cabe ao médico informar ao paciente todas as limitações inerentes ao uso da telemedicina, tendo em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta. A prestação de serviço de telemedicina seguirá os padrões normativos e éticos usuais do atendimento presencial, inclusive em relação à contraprestação financeira pelo serviço prestado, não cabendo ao poder público custear ou pagar por tais atividades quando não for exclusivamente serviço prestado ao Sistema Único de Saúde (SUS). A telemedicina vem sendo usada com sucesso por alguns dos países afetados pela pandemia. Na China, ela foi determinante para conter a evolução da Covid-19, conseguindo diferenciar entre os casos mais simples e os mais graves, que de fato necessitavam de atendimento hospitalar. Japão, Coreia do Sul, França, Tailândia e Canadá também se utilizaram das novas tecnologias para salvar vidas e, nos Estados Unidos, hospitais como Jefferson Health, Mount Sinai, Cleveland Clinic e Providence já têm o atendimento médico virtual como parte de sua realidade. “Na dermatologia, o atendimento virtual tem permitido solucionar queixas que cresceram muito na quarentena”. No Brasil, o Hospital Albert Einstein já aderiu à telemedicina, e o próprio Ministério da Saúde lançou mão de um aplicativo com informações sobre a Covid-19 à população. Iniciativas sem fins lucrativos, como a Missão Covid, têm sido cruciais para que o nosso sistema de saúde não entre em colapso. Criado pelo oncologista Raphael Brandão, esse projeto busca entregar assistência à população que precisa de atendimento médico por meio de videoconferências. Na minha especialidade, a dermatologia, o atendimento virtual tem me permitido solucionar queixas que cresceram muito durante esse período de quarentena, como queda de cabelo, dermatites, alergias, acnes e outras doenças crônicas de pele. Minha consulta online é feita por um sistema especialmente desenvolvido para a nossa área, muito seguro e prático, pelo qual consigo fazer uma videoconferência com o paciente, entendendo suas queixas, identificando detalhes da doença atual e antecedentes pessoais para, depois, indicar o melhor tratamento. Com esse sistema podemos solicitar exames e prescrever medicamentos, inclusive os controlados, que são prontamente vendidos nas farmácias desde que o médico tenha sua assinatura eletrônica cadastrada pelo site do governo. Enxergo a prática da telemedicina como um grande avanço na área médica, uma janela de oportunidade que se abre em meio a toda essa escuridão. Dra. Letícia Nanci é Médica do Hospital Sírio-Libanês, médica-responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Texto III Diante da pandemia do novo coronavírus, novamente a telemedicina foi colocada à prova no Brasil. Depois de a modalidade ter ficado no centro de uma série de polêmicas em 2019, o Ministérios da Saúde autorizou o seu uso para atendimentos à população, contando inclusive com o aval do Conselho Federal de Medicina (CFM). A medida foi anunciada no fim de março, em caráter emergencial, e permanece válida enquanto persistir a determinação de isolamento social. Sendo assim, a edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU) justifica a estratégia para “reduzir a propagação da Covid-19 e proteger as pessoas”. Antes da flexibilização nos atendimentos, apenas profissionais de saúde podiam utilizar os serviços de telemedicina – a fim de obter aconselhamento clínico. No entanto, agora estão liberados também o atendimento pré-clínico, assistencial, consultas, monitoramentos e diagnósticos. Tanto o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto planos e seguros privados estão autorizadas a realizar teleconsultas. Além disso, atestados e prescrições médicas ficam disponíveis por meio virtual, desde que o profissional responsável tenha assinatura digital. Texto IV Como utilizar a telemedicina Como o isolamento social é a principal estratégia para evitar o contágio, a telemedicina acaba sendo a única alternativa em muitos cenários no Brasil. Isso inclui desde o monitoramento de pacientes com suspeita de coronavírus até o acompanhamento de pessoas em isolamento domiciliar. Segundo o Ministério da Saúde, toda a gama de especialidades médicas está autorizada a prestar a teleconsulta. Os atendimentos podem ser feitos por meio de telefone, computador ou tablet. Cabe ao médico e ao paciente acordarem sobre o meio em que a consulta será realizada. Por telefone, no entanto, a falta de visualização do paciente requer do médico maior sensibilidade e uma anamnese ainda mais apurada. Mesmo diante do contexto de exceção, o profissional de saúde precisa atender a alguns itens normativos da prática: ✓ Garantir a segurança dos dados do paciente; ✓ Preencher, obrigatoriamente, o prontuário eletrônico do paciente; ✓ Em situações suspeitas de coronavírus, observar as normas e orientações do Ministério da Saúde sobre notificação compulsória, em especial aquelas listadas no Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (Covid-19). Casos bem-sucedidos Desde os primeiros casos do novo coronavírus no Brasil, em fevereiro, o Ministério da Saúde mantém equipes de vigilância que telefonam para os pacientes diariamente. O objetivo é acompanhar a evolução de pessoas com suspeita e com confirmação da doença. Em março, quando se estabeleceu o surto no país e a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia, médicos de todos os estados começaram a trocar informações sobreas melhores práticas e estratégias. Com base no que há de mais atual na literatura científica, os serviços que oferecem apoio virtual registraram aumentos de até 80% nos atendimentos. É o caso do TelessaudeRS-UFRGS. A iniciativa, ligada a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, desenvolve estratégias de saúde a distância no âmbito da atenção primária desde 2007. Diante da pandemia, foram contratados seis médicos para auxiliar no aumento das demandas. “O TelessaúdeRS-UFRGS ampliou sua capacidade de atendimento através de parcerias com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e a Faculdade de Medicina da Universidade, com voluntários dos diversos programas de residência médica e alunos de graduação”, explica o médico Marcelo Gonçalves, vice-coordenador do TelessaúdeRS-UFRGS. Além de apoiar o telemonitoramento de pacientes em parceria com a Secretaria de Saúde de Porto Alegre, o TelessaúdeRS-UFRGS oferece orientação a médicos, enfermeiros e dentistas de todo o Brasil. “Estamos esclarecendo dúvidas relativas à Covid-19, protocolos clínicos e fluxos dentro do sistema de saúde, além de toda a manutenção das discussões clínicas para os demais problemas de saúde que chegam nas unidades básicas – como hipertensão, diabetes e doenças de pele”, explica Gonçalves. Perspectivas na rede privada A rede privada também adotou a telemedicina como alternativa para conter a pandemia. Por meio da teleconsulta, o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, identifica os casos suspeitos e desloca um profissional até a casa do paciente, onde são coletados materiais para testes. Sendo assim, em casos positivos, as equipes passam a monitorar o paciente através de chamadas de vídeo. Outra inovação do Albert Einstein é o serviço de TeleUTI. Para aquelas unidades de medicina intensiva onde há falta de especialistas (por conta da crise), o hospital disponibiliza um médico para ficar em contato com a equipe local. A partir daí, esse profissional orienta quanto ao melhor tratamento a seguir. Apesar da gravidade do contexto atual, Marcelo Gonçalves diz que as perspectivas em relação à telemedicina no Brasil são positivas. Especialista em medicina de família e comunidade, o médico considera promissoras as mudanças referentes ao teleatendimento, ao telemonitoramento e à possibilidade de contato direto entre profissionais de saúde e pacientes pelas ferramentas de atendimento a distância. “O TelessaúdeRS, assim como todo o sistema de saúde, tende a sair fortalecido desse período de incertezas, o que será um ganho significativo para toda a sociedade”, completa. Texto V Desafios e oportunidades para telessaúde em tempos da pandemia pela COVID-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas no contexto brasileiro Neste início de 2020, devido à pandemia do novo coronavírus, o Brasil e o mundo enfrentam uma emergência sem precedentes na história, de gravíssimas consequências para a vida humana, a saúde pública e a atividade econômica. O surgimento de vários casos graves de pneumonia na província de Hubei, na China, motivou um alerta à Organização Mundial da Saúde (OMS) em 31 de dezembro de 2019. Um novo tipo de coronavírus, antes não presente em seres humanos, foi identificado (2019-nCoV). O crescimento exponencial de casos e óbitos, inicialmente em território chinês, e sua expansão posterior a outros países, levou a OMS a declarar, em 30 de janeiro de 2020, que o surto do novo vírus constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), que corresponde ao mais alto nível de alerta previsto no Regulamento Sanitário Internacional 1. Em 11 de março, a COVID-19 foi caracterizada como uma pandemia, termo que se refere à distribuição geográfica de uma doença (em vários países e regiões do mundo) e não à sua gravidade. Logo após a declaração de ESPII pela OMS, o Brasil começou a se preparar para a situação. No início de fevereiro, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), por meio da Portaria nº 1882, e já começou a elaborar o Plano de Contingência Nacional para a COVID-19, publicado em 13 de fevereiro 3. O primeiro caso da COVID-19 foi notificado em São Paulo em 26 de fevereiro de 2020. O país levou 17 dias para chegar ao 100º caso, mas apenas mais sete para atingir o milésimo e, em mais 14 dias, a marca dos 10 mil casos. Até 28 de abril, o país já contabilizava 71.886 casos oficiais de infecção pela COVID-19 e 5.017 mortes, superando os óbitos registrados na China (4.643), com a taxa de letalidade atingindo 7% (Ministério da Saúde. Painel coronavírus. https://covid.saude.gov.br/, acessado em 28/Abr/2020). Entretanto, por escassez dos testes para a confirmação dos casos, nem todos pacientes estão sendo testados, priorizando-se grupos de risco e casos mais graves, sinalizando para a expressiva subnotificação dos pacientes infectados e de mortos em decorrência da doença. Embora a grande maioria dos pacientes infectados seja assintomática ou de casos leves, 15% podem experimentar quadros clínicos mais graves e 5% necessitam de internação em unidades de terapia intensiva (UTI) e ventilação mecânica 4. A doença apresenta elevada transmissibilidade; grande contingente de indivíduos infectados e adoecidos ao mesmo tempo representa risco de sobrecarga para o atendimento dos sintomáticos e dos graves, podendo gerar estrangulamento do sistema de saúde e elevar significativamente a letalidade da doença. A instituição de medidas amplas de distanciamento social, com fechamento de estabelecimentos e cancelamento de eventos com grande público, de isolamento e de quarentena é fundamental para que ocorra uma desaceleração da propagação da epidemia (achatamento da curva de transmissão), protegendo contra a infecção aqueles com maior risco de quadros graves e reduzindo o pico de necessidade por assistência médica em hospitais e UTI. Enquanto os pacientes infectados precisam ser diagnosticados, monitorados e colocados em quarentena, enviar indivíduos febris ou com tosse a um hospital pode sobrecarregar o sistema de saúde e colocar indivíduos não infectados em risco, sobretudo em situações de restrição de máscaras e outros equipamentos de proteção individual (EPI). Além disso, é razoável esperar um aumento importante no número de casos confirmados na medida em que os kits de testagem estejam mais facilmente disponíveis, porque esta disponibilidade pode desencadear ondas de pacientes preocupados para os serviços de saúde já sem recursos. Historicamente, a telemedicina concentrava-se na aplicação de interações tradicionais de médico para paciente (e de médico para médico) aprimorada pelo recurso bidirecional de vídeo e áudio. Posteriormente, o uso de tecnologias de informação e telecomunicação (TIC) foi estendido para suportar serviços, atividades de treinamento e de informação em saúde para provedores assistenciais multidisciplinares e para pacientes, configurando um campo mais ampliado denominado telessaúde 5. Neste artigo e considerando as múltiplas oportunidades de uso para o enfrentamento da epidemia em curso, foi feita a opção por se examinar (e empregar o termo) a telessaúde, que inclui, mas não se restringe, apenas ao campo da medicina. TEXTO VI O Hospital Sírio-Libanês, o mesmo que protagonizou a segunda telecirurgia experimental do mundo, aderiu à consulta a distância. O paciente é atendido, no primeiro momento, por médicos brasileiros. Se Preciso, o diagnóstico é confirmado por videoconferência com especialistas do Memorial Sloan-Kettering, nos EUA. Pelo mesmo instrumento, os médicos trocam informações e abrem a possibilidade de expor aos alunos e estagiários cirurgias que estão sendo realizadas no outro lado do mundo, em tempo real. http://galileu.globo.com/edic/113/rep_saude.htm, com ajustes. TEXTO VII Em meio à corrida contra o coronavírus (...), o setor nacional de saúde foi surpreendido com uma novidade:a regulamentação da telemedicina durante a pandemia. Até então, vínhamos acompanhando de perto as discussões da classe médica a respeito dos serviços online. Aos poucos, o que antes era apenas uma hipótese, http://galileu.globo.com/edic/113/rep_saude.htm foi reforçado pelo Conselho Federal de Medicina, que reconheceu o uso dos telesserviços de forma excepcional no momento. Logo depois, foi a vez do Ministério da Saúde publicar uma portaria regulamentando o atendimento médico via Internet. (...) Agora, foi a vez do presidente sancionar o projeto que autoriza seu uso. (...) Telemedicina em tempos de coronavírus: que serviços poderão ser feitos de forma remota? Os profissionais de saúde conseguirão realizar telediagnósticos, teleconsultas, assistências diversas e monitoramento constante, por exemplo. Haverá, ainda, a possibilidade de teleinterconsultas, nome dado à troca de informações entre médicos. (...) Todas as especialidades poderão se utilizar da telemedicina para atender — e os procedimentos não se restringem ao coronavírus. https://cmtecnologia.com.br/blog/telemedicina-coronavirus/. Publicado em abril/2020. TEXTO VIII Sindicato dos Médicos de Alagoas, por meio de carta aberta, manifesta-se contra a Resolução 2227/2018 do CFM, sobre Telemedicina, que estabelece normas para regulamentar a prática de consultas por meios tecnológicos, ou seja, a distância. Enquanto entidade representativa da classe médica, o Sinmed diz em sua carta, ‘‘defender o acesso da população à política pública de saúde com qualidade. [Isso] implica condições para o exercício das boas práticas médicas, desde a remuneração adequada do médico até a estruturação da rede de atendimento; o respeito à ética profissional e à vida. Dessa forma, não podemos referendar a realização de consulta médica on-line. Em termos de eficácia do diagnóstico, nada supera a presença física do médico e paciente (...). Ver, tocar e ouvir relatos do paciente durante a anamnese são etapas imprescindíveis para se chegar a um diagnóstico preciso, e, ainda assim, muitas vezes é necessário solicitar exames complementares. http://portalfmb.org.br/2019/02/06/al-sindicato-dos-medicos-publica-carta-contra-telemedicina/, com ajustes. Publicado em 6-2-2019. Texto IX http://portalfmb.org.br/2019/02/06/al-sindicato-dos-medicos-publica-carta-contra-telemedicina/
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