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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL EXCEPCIONAL 3 (APX3) – 2020.2 Disciplina: Informática na Educação Coordenador (a): Edméa Santos Aluno (a): _________________________________________________________________ Matrícula.:________________________________ Polo: _____________________________ Prezado(a) cursista, Esta prova é composta por uma única questão subjetiva que vale 10,0 pontos. Leia com atenção seu enunciado e bom trabalho! 1 - Questão única: (Valor: 10,0 pontos) TEXTO I Na prática, a educação midiática é parte intrínseca do pensamento crítico e um elemento fundamental na atualização do currículo escolar para fazer frente aos desafios do Zeitgeist e da aprendizagem dos alunos. Como um “termo guarda-chuva”, a educação midiática pode se estender desde uma literacia básica no campo do jornalismo (como identificar fontes, gêneros textuais, notícias falsas, mídias e vieses das notícias), passando pela “fluência digital” (como pesquisar e utilizar as redes sociais de forma ética, criativa e cidadã), pela livre expressão na produção de mídia (sites, blogs, filmes e podcasts produzidos pelos estudantes como forma de comunicação criativa, livre e participação política), até o manejo de questões relativas à cultura digital e à privacidade (lidar com a nova lei de proteção de dados, direitos autorais e o surgimento de moedas digitais ou criptomoedas). Os Estados Unidos e o Canadá, há pelo menos uma década, incorporaram a temática sistemicamente nos currículos públicos. Por isso, colhem o bônus e o ônus de certa “institucionalização”: experiências mais engessadas, dentro de um currículo clássico, como aulas expositivas sobre mídia, podem não representar uma transformação real no ambiente escolar, mas tornar-se uma repetição do mesmo modelo. Por outro lado, sobram exemplos em que o trabalho criativo em educação midiática, somado a ações fora da escola, transformaram as instituições em novos espaços de construção de conhecimento e socialização. Um grande exemplo é a High Tech High, escola charter (de gestão comunitária) que se iniciou na Califórnia e hoje conta com 11 unidades espalhadas pelos Estados Unidos. O modelo não segue à risca um currículo nacional. A educação midiática é incorporada organicamente aos projetos realizados por estudantes, com a mentoria de professores. Assim, ao desenvolverem um website ou aplicativo como desafio, questões da mídia têm de ser debatidas e compreendidas. Um ambiente inovador e um currículo flexível, como na High Tech High, são ao mesmo tempo, um campo propício para propagação e um resultado da ação direta da educação midiática – que ganha mais sentido quando fora de aulas expositivas e desconexas em um currículo de escola tradicional. Na Europa, o país báltico da Estônia é um caso interessante. A aposta em tecnologia como estratégia de desenvolvimento econômico, tanto por parte de empresas – o país é berço do Skype, por exemplo – quanto pelo governo (trata-se do poder público mais digitalizado do mundo, com uso extensivo da tecnologia blockchain), forçou a educação formal a reagir para formar cidadãos que respondam criticamente a essa realidade. E a educação midiática é um dos eixos transversais fundamentais das escolas públicas de ensino básico do país. No Brasil, um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) de 2002 liderado pelo sociólogo Fernando Rossetti mostrou que práticas envolvendo educação, comunicação e participação estavam espalhadas isoladamente em escolas e comunidades – mas havia pouca influência desses aprendizados sobre o currículo. Desde então, alguns esforços da sociedade civil, como a Rede de Experiências em Comunicação, Educação e Participação (Rede CEP), conseguiram incluir em documentos de referência no Ministério da Educação o trabalho em educação midiática como fundamental para a qualidade do aprendizado dos alunos. A mais recente conquista é a inclusão do desenvolvimento de habilidades relacionadas à educação midiática e também a inclusão do campo “jornalístico-midiático” na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para os Ensinos Fundamental 2 e Médio. Mesmo assim, num olhar mais amplo, um levantamento preliminar recente feito pela Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP) mostra que a maioria das políticas públicas no campo está ainda voltada para o uso das TICs, longe das preocupações do Ministério da Educação. Alexandre Sayad1 TEXTO II Assim como na saúde pública, o esforço da alfabetização digital é de toda a sociedade. Podemos individualmente ensinar as nossas crianças noções de higiene e saúde, mas também existe um papel do governo de ensinar isso nas escolas. E há também um papel das plataformas, que têm de ser proativas. Fazendo um paralelo com a segurança cibernética, anos atrás as plataformas não ofereciam boas dicas para proteger a sua conta de hackers. Agora elas proativamente vão te avisar sobre a necessidade de criar uma senha mais forte e de ter dois fatores de verificação. Acredito que as plataformas podem ser igualmente proativas educando os usuários contra ameaças de desinformação. Mas isso vai acontecer quando elas saírem do modo de negação ativa. Não dá para ser proativo se você insiste que isso não é um problema. Não existe uma bala de prata para resolver todos os males: enquanto existir internet e seres humanos, sempre haverá política e conflito. Temos de descobrir como gerir e lidar com os riscos. Peter Warren Singer2 Com base nos textos I e II e em tudo o que discutimos durante todas as aulas de nossa disciplina, nos grupos do Facebook e na plataforma do Reglus, responda: de que forma, você elaboraria um projeto de combate às fake news em busca de promover uma educação midiática pautada na promoção da verdade fatual, na preservação das instituições democráticas e da liberdade de expressão nas redes? Detalhe as etapas do processo formativo, envolvendo duas disciplinas de sua escolha, para uma turma do ensino fundamental. Aproveite para apontar como os conteúdos estudados e discutidos em nossa sala de aula online ajudaram na sua compreensão do tema e na proposição de formas de atuação. 1 Idade mídia: uma idade média às avessas - Pós-verdade e fake news reflexões: sobre a guerra de narrativas 2 Guerra De Likes: Precisamos Dominar As Ferramentas E Fazer A Verdade Viralizar - Entrevista Com Peter Warren Singer - Pós-verdade e fake news reflexões sobre a guerra de narrativas https://www.amazon.com.br/P%C3%B3s-verdade-Fake-News-Reflex%C3%B5es-Narrativas/dp/8555910951 https://www.amazon.com.br/P%C3%B3s-verdade-Fake-News-Reflex%C3%B5es-Narrativas/dp/8555910951 Quadro de avaliação para a APX Seu texto será avaliado a partir dos seguintes indicadores de qualidade: BOM TRABALHO! Indicadores de Qualidade Insatisfatório (1,0) Satisfatório (1,5) Bom (2,0) Muito bom (2,5) Sobre a estrutura do textoO texto apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Apresenta linguagem clara e sem erros gramaticais. Apresenta as referências bibliográficas a partir das normas da ABNT. Sobre o conteúdo O texto apresenta um quadro teórico coerente com a proposta de argumentação. O autor desenvolve argumentos criativos e defende criticamente o seu ponto de vista. Nota final da AP1 Comentários do tutor(a), com sugestões para novos estudos.
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