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Criminologia e Política Criminal - Aula 05

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Aula 05 – 14/09/2020 
Retrospectiva: 
 Beccaria é o pai da escola clássica, apesar de trazer para o direito uma logica 
estranha para nos, mas é a base do direito oenal, a ideia de LEGALIDADE, vimos 
também que a escola clássica, que nasce em 1764 e vai até meados de 1820. 
 A Escola clássica se volta a basicamente duas coisas: a lei, o texto legal e a pena. 
Tinha um apego a linguagem, visto os legisladores criavam as proibições, mas não eram 
limitadas linguisticamente, quem fazia esse papel era os juízes, que possuíam liberdade 
para dizer qual era a pena, qual era o crime, como ele se configurava, tudo. 
 Baccaria também indicava que a responsabilidade tinha que ser pessoal, e já trazia 
a noção da limitação das penas, para se buscar um humanismo penal, visto que alegava 
que o suplício não funcionava. Na época tal tese não foi bem aceita. 
Obs: em sua maioria a escola clássica via a pena como uma retribuição, é o que estudamos 
na Teoria Absoluta da Pena, por kant e hagel 
FASE PRÉ CIENTIFICA 
 
Punição como uma forma útil de 
controle social; 
 
Suplício 
 
Fase é chamada de Terror Penal 
 
Não punia todos os crimes, mas 
aquele que fosse punido deveria 
extremamente severo 
 
Punição de um como exemplo 
ESCOLA CLÁSSICA 
 
Foco em: Texto Legal e na Pena 
 
Cria o Princípio da Legalidade 
Política 
Apego a linguagem 
 
Responsabilidade Pessoal coma 
ideia de Livre arbítrio 
 
Humanismo Penal – penas 
limitadas, humanizadas. 
 
Método dedutivo 
 
Escola Positiva Italiana 
 Criada por Lombroso, trata-se de umas escolas mais importantes para o estudo da 
criminologia, pois a ciência da criminologia afirma que seu nascedouro é aqui, visto que 
Cesare Lombroso era médico, cientista, cirurgião, e com base nos estudos já existentes 
na idade média do tamanho craniano, da questão corporal, ele cria uma hipótese: E se o 
crime for uma doença? Pensava que poderia perceber que o criminoso tinha aquela doença 
ele conseguiria trata-la? Tratando-o conseguiria evitar o crime! 
 É a partir desta escola que se cria a teoria prevenção especial, tornando o foco 
da observação o delinquente, o criminoso, divergindo da escola clássica que teria como 
foco a lei e a pena. Lombroso passa a visitar presídios e observar os traços físicos, as 
características dos presidiários e chega na Tese do Criminoso Nato, que seria uma pessoa 
que não teve desenvolvimento biológico, seu estudo foi baseado no Darwinismo, crê no 
determinismo biológico. Chamava isso de atavismo, ou seja, que o criminoso nato era 
alguém propenso ao delito por determinismo fisiológico. 
 Lombroso tinha uma característica fisiológica de análise do delito, e a partir dessa 
lógica ele traça o perfil criminológico. Para ele, haveria um determinismo de caráter 
fisiológico, um determinismo, as feições seriam de pessoas que não se desenvolveram e 
era fruto do atavismo. Lombroso desenvolve essa tese com base nas suas observações 
realizadas em presídios, como já dito, ele nota que os indivíduos ali possuíam 
características físicas muito próxima dos neandertais, pessoas que não evoluíram e, 
portanto, propensas ao delito. 
 
 Qual seria a base que teria para dar força a sua tese? Estatística Criminal, ele 
começa a fazer uma análise fisiológica dos presos. O professor alega que tal tese da 
antropologia é utilizada até hoje, visto que tal noção deu origem a chamada antropologia 
forense, isto é, se traça um perfil fisiológico, que é utilizado pela polícia para sua pratica 
de abordagem, se percebe no código de processo penal: “a autoridade policial poderá, sob 
fundadas suspeitas, fazer a busca e apreensão das pessoas” . 
Cesare Lombroso e a teoria do criminoso nato 
 
 Cesare Lombroso, médico psiquiatra, foi o principal fundador da Escola 
Positiva, ao lado de Enrico Ferri e Raffaele Garofalo, responsáveis por 
inaugurar a etapa científica da criminologia no final do século XX. Essa Escola 
surge como uma crítica à Escola Clássica, oportunizando uma mudança radical 
na análise do delito. 
 Lombroso marcou esse período devido às suas ideias a respeito da 
relação entre o delito e o criminoso. Preocupou-se em estudar o homem 
delinquente conferindo-lhe características morfológicas, influenciando uma 
série de estudiosos a realizarem pesquisas mais profundas acerca do coeficiente 
humano existente na ação delituosa. 
 
Cesare Lombroso e o homem delinquente 
 
 Sua principal contribuição para à Criminologia foi a sua teoria sobre o 
“homem delinquente”. Em síntese, a teoria contou com a análise de mais de 25 
mil reclusos de prisões europeias. Além disso, seis mil delinquentes vivos e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
resultados de pelo menos quatrocentas autópsias (PABLOS DE MOLINA , 
2013, p. 188). 
 A partir do estudo realizado, Lombroso constatou que entre esses 
homens e cadáveres existiam características em comum, físicas e psicológicas, 
que o fizeram crer que eram os estigmas da criminalidade. 
 Nesse sentido, para ele, o crime era um fenômeno biológico. E não um 
ente jurídico, como afirmavam os clássicos. Sendo assim, o criminoso era um 
ser atávico, um selvagem que já nasce delinquente. 
 Utilizando-se do método empírico-indutivo ou indutivo-experimental, o 
positivismo criminal de Lombroso buscava através da análise dos fatos, 
explicar o crime sob um viés científico. Em suma, concebia o criminoso como 
um indivíduo distinto dos demais, um subtipo humano. 
 Dessa forma, fundamentava o direito de castigar, não como meio e 
finalidade de punir o agente que praticou o ato delituoso, mas sim, com o 
propósito de conservar a sociedade, combatendo assim a criminalidade. 
 
O período da Criminologia Científica 
 
 Com a publicação da obra “Tratado Antropológico Experimental do 
Homem Delinquente”, em 1876, de Cesare Lombroso, a criminologia passa 
para o período denominado “científico”. Tal mobilização resultou na criação da 
Antropologia Criminal, que teve o referido médico por fundador. 
 Embora seja inquestionável a importância de Lombroso para a 
instituição da Antropologia Criminal, tais estudos sobre o homem já haviam 
sido abordados, de forma esparsa e não tão aprofundada, por outros 
pesquisadores. No entanto, apenas ele teve a capacidade de codificar todos 
esses pensamentos fragmentados e forma formular a sua teoria. 
 As pesquisas no âmbito da Frenologia corroboraram e muito para a 
teoria Lombrosiana. No século XIX já eram observados estudos que 
relacionavam a personalidade do indivíduo com a natureza do delito praticado 
por ele, sendo o anatomista, Johan Frans Gall, o primeiro a fazer tal relação. 
Gall, em sua teoria dos “vultos cranianos”, procurou estabelecer a base dos 
defeitos e qualidade do indivíduo (DRAPKIN , 1978, p.22-23). 
 Em síntese, descobriu-se com os resultados de suas pesquisas que 
determinadas tendências comportamentais do homem se originavam em 
determinadas áreas do cérebro e que algumas dessas tendências eram mais 
preponderantes que outras. 
 Médicos psiquiatras daquela época, que realizavam suas pesquisas junto 
às prisões e também cuidavam dos presos, podem ser considerados igualmente, 
percursores de Lombroso. 
 Felipe Pinel, que desmistificou a concepção de que o louco era um 
possuído pelo demônio, atribuindo a ele a condição de doente e Esquirol, que 
procedeu nos primeiros estudos relacionando a loucura como motivo para o 
cometimento de um crime, podem ser considerados alguns desses percussores. 
 
O homem delinquente e a criminalidade nata 
 
 Lombroso relacionava o delinquente nato ao atavismo. Logo, 
características físicas e morais poderiam ser observadas nesse indivíduo. De 
acordo com essa atribuição, o delinquente nato possuía uma série de estigmas 
degenerativos comportamentais, psicológicos e sociais que o reportavam ao 
comportamento semelhante de certos animais, plantas e a tribos primitivas 
selvagens (LOMBROSO, 2010,p. 43-44). 
 Inter-relacionava o atavismo à loucura moral e à epilepsia, afirmando 
que o criminoso nato, que não logrou êxito em sua evolução, tal qual uma 
criança ou a um louco moral, que ainda necessita de uma abertura ao mundo 
dos valores. (PABLOS DE MOLINA , 2013, p. 188). Mencionava, ainda, que 
a hereditariedade é uma das grandes causas da criminalidade, realçando a 
importância de seu conhecimento e relevância. 
 Além do criminoso “nato” (atávico), Lombroso ainda distinguia mais 
cinco grupos de delinquentes. Em resumo: 
 O delinquente moral; 
 O epilético; 
 O louco; 
 O ocasional; e 
 O passional. 
 Entretanto, dentre as seis classificações, deu atenção especial ao 
delinquente nato e o delinquente moral. Utilizou, inclusive, um capítulo 
específico em sua obra para fazer tais apontamentos. Desse modo, indicou 
distinções e correlações em relação a determinadas características apresentadas 
por estes. 
 No que tangia à fisionomia do homem criminoso, afirmava que tais 
indivíduos apresentavam mandíbulas volumosas, assimetria facial, orelhas 
desiguais, falta de barba nos homens, pele, olhos e cabelos escuros. 
 Sendo assim, relacionou a figura determinada à criminalidade com o seu 
peso, medidas do crânio, insensibilidade à dor, que poderia ser observada no 
fato da adoração dos delinquentes pela tatuagem, a falta de senso moral, o ódio 
em demasia, a vaidade excessiva, entre outras características. 
 
Criminosos natos 
 
 Cesare Lombroso nunca afirmou que todos os criminosos eram natos, 
mas que o “verdadeiro” delinquente, era nato. Sustentava que, tendo em vista a 
sua natureza, a aplicação de uma pena era ineficaz. Em síntese, o delinquente 
nato era considerado um doente. Isso porque nascia assim, razão pela qual não 
deveria o mesmo ser encarcerado. 
 Desse modo, sustentava que o criminoso deveria ser segregado da 
sociedade, antes mesmo de se ter cometido o delito, tendo em vista a sua 
característica de criminalidade imutável. 
 No campo da política criminal, a recomendação de segregação deste 
indivíduo do meio social, antes mesmo do cometimento de um crime, 
funcionaria como meio de defesa social. 
 Enfim, a teoria sobre a criminalidade nata, encabeçada por Lombroso, 
vigorou por muito tempo na Europa. Entretanto, perdeu força ao longo do 
tempo. Dessa forma, perdendo força no continente europeu, ganhou grande 
acolhida na América Latina, inclusive no Brasil. 
 Entretanto, ainda que a teoria da criminalidade nata tenha sido 
amplamente rebatida e tenha caído em desuso, por ser considerada tendenciosa 
e preconceituosa, seria possível afirmar que ainda não é aplicada nos dias de 
hoje? 
 
https://canalcienciascriminais.com.br/cesare-lombroso-criminoso-
nato/#:~:text=Lombroso%20relacionava%20o%20delinquente%20nato%20ao
%20atavismo.&text=Inter%2Drelacionava%20o%20atavismo%20%C3%A0,
188). 
 
 Logo podemos estabelecer a primeira base do pensamento da escola positiva 
italiana: O DETERMINISMO. A ideia de que não há livre arbítrio, o crime é 
determinado por fatores fisiológicos. Lombroso alega que o criminoso nato seria 
determinado por uma cabeça estranha, assimetria craniana, fronte baixa, orelhas em forma 
de asa, lóbulos e arcadas grandes, maxilar proeminente face longa e alargada, cabelos 
abundantes, barba escassa, rosto pálido. Por óbvio, tal logica não prospera, mas ainda 
percebemos resquícios na nossa sociedade. 
 Entretanto devemos nos atentar que ALGUMAS questões fisiológicas devem ser 
levadas, de fato, em consideração. Atualmente fala-se na questão genéticas, “será que 
haveria falhas genéticas que pudessem trazer uma condição mais propícia a 
criminalidade?” 
Recomendação do professor: Minority Report - A Nova Lei, filme com Tom Cruise: “No 
ano de 2054, há um sistema que permite que crimes sejam previstos com precisão, o que 
faz com que a taxa de assassinatos caia para zero. O problema começa a acontecer quando 
o detetive John Anderton, um dos principais agentes no combate ao crime, descobre que 
foi previsto um assassinato que ele mesmo irá cometer, colocando em dúvida sua 
reputação ou a confiabilidade do sistema.” 
 O que nos leva a divagação: “E se fosse possível prender a pessoa antes do delito? 
Será que isso seria bom?” A partir do mapeamento de pessoas tidas como perigosas 
teríamos o direito penal do autor, e não maiso direito penal do fato, na escola clássica se 
consolida a ideia de que o direito penal só pode punir quem pratica o ato, quando 
chegamos na escola positiva italiana a ideia é que existem pessoas perigosas, e para evitar 
o delito devemos prender elas antes. 
 Percebemos várias influencias de lombroso na nossa sociedade, o racismo 
estrutural, o modus operante da polícia, a forma preconceituosa que temos de ver o 
criminoso. Por outro lado, as pesquisas no campo da genética ajudam a gente avaliar se 
fato há alguma interferência fisiológica na pratica de crimes, como é o caso do super-
macho e outras características fisiológicas. 
Síndrome 47,XYY – Sindrome do super-macho 
 
 Apesar da constituição cromossômica 47,XYY não estar associada a 
nenhum fenótipo obviamente anormal, ela despertou grande interesse médico e 
científico após observar-se que a proporção de homens XYY era bem maior 
entre os detentos de uma prisão de segurança máxima, sobretudo entre os mais 
altos, do que na população em geral (JACOBS et al., 1968). Cerca de 3% dos 
homens em penitenciárias e hospitais de doentes mentais possuem cariótipo 
47,XYY; no grupo com altura acima de 1,80 m, a incidência é bem maior (mais 
https://canalcienciascriminais.com.br/cesare-lombroso-criminoso-nato/#:~:text=Lombroso%20relacionava%20o%20delinquente%20nato%20ao%20atavismo.&text=Inter%2Drelacionava%20o%20atavismo%20%C3%A0,188
https://canalcienciascriminais.com.br/cesare-lombroso-criminoso-nato/#:~:text=Lombroso%20relacionava%20o%20delinquente%20nato%20ao%20atavismo.&text=Inter%2Drelacionava%20o%20atavismo%20%C3%A0,188
https://canalcienciascriminais.com.br/cesare-lombroso-criminoso-nato/#:~:text=Lombroso%20relacionava%20o%20delinquente%20nato%20ao%20atavismo.&text=Inter%2Drelacionava%20o%20atavismo%20%C3%A0,188
https://canalcienciascriminais.com.br/cesare-lombroso-criminoso-nato/#:~:text=Lombroso%20relacionava%20o%20delinquente%20nato%20ao%20atavismo.&text=Inter%2Drelacionava%20o%20atavismo%20%C3%A0,188
de 20%). Dentre os meninos nativivos, a freqüência do cariótipo 47,XYY é de 
cerca de 1 em 1.000. 
 A origem do erro que leva ao cariótipo XYY deve ser a não-disjunção 
paterna na meiose II, produzindo espermatozóides YY. As variates XXYY e 
XXXYY menos comuns, que compartilham as manifestações das síndromes 
XYY e de Klinefelter, provavelmente também se originam do pai, numa 
seqüência de eventos não-disjuncionais nas meiose I e II. 
 Os meninos XYY identificados em programas de triagem neonatal sem 
vício de averiguação são altos e têm um risco aumentado de problemas do 
comportamento, em comparação com meninos cromossomicamente normais. 
Possuem inteligência normal e não são dismórficos. A fertilidade é regular e 
parece não haver nenhum risco aumentado de que um homem 47,XYY tenha 
um filho com cromossomos anormais. 
 Muitos pais de crianças identificadas, antes ou após o nascimento, com 
XYY, tornam-se extremamente preocupados com as implicações 
comportamentais. Alguns médicos acreditam que a informação deve ser 
omitida quando a identificação e feita após o nascimento. A incapacidade de 
avaliar o prognóstico em cada caso torna a identificação de um feto XYY um 
dos problemas de informação mais sérios enfrentados em programas de 
diagnóstico pré-natal. 
 
Características dos Portadores 
 
 Apresentam altura media de 1,8m; QI (Coeficiente de Inteligência) de 
80-118; grande número de acne facial durante a adolescência; anomalias nas 
genitálias; distúrbios motores e na fala; taxa de testoterona aumentada, o que 
pode ser um fator contribuinte para a inclinaçãoanti-social e aumento de 
agressividade; imaturidade no desenvolvimento emocional e menor inteligência 
verbal, fatos que podem dificultar seu relacionamento interpessoal; ocorrência 
de 0,69:1000. 
 
 Existe também o estudo da neurociência e o direito penal, a ideia de que existiria 
um subconsciente e este subconsciente determinaria a nossa conduta. Se não temos um 
livre abirtrio temos o que então? Para os adeptos da neurociência temos um subconsciente 
que manda no consciente, então teríamos a conduta determinada por ele, logo não se tem 
a escolha. Trata-se do mesmo determinismo que tínhamos em Lombroso. Os penalistas 
estão revoltados com essa tese, pois se não temos livre arbítrio não temos culpabilidade, 
então, temos o que? Não se sabe. 
 Neurociência e Direito Penal: repensando o ‘livre arbítrio’ e a 
capacidade de culpabilidade 
 
 Neurociência é uma ciência interdisciplinar encarregada do estudo da 
estrutura e de todas as funções, normais ou patológicas, do sistema nervoso. A 
revolução que essa relativamente nova área causou nos últimos anos diz 
respeito a uma melhor compreensão da própria “natureza” humana. 
 As novas descobertas científicas sobre a forma de funcionamento do 
cérebro rapidamente conduziram a novos questionamentos em diversos outros 
http://www.sbnec.org.br/site/texto.php?id_texto=3
ramos do conhecimento, dentre eles o Direito, e mais especificamente o Direito 
Penal, que lida diretamente com comportamentos humanos. 
 Uma nova compreensão sobre as formas como decidimos nossas ações 
tem o potencial de influenciar como selecionamos a quem impor ou não 
castigos como resposta a comportamentos socialmente indesejados. Isso pode 
ter consequências diretas nas próprias bases teóricas sobre as quais o Direito 
Penal foi historicamente edificado. 
 Se no séc. XIX as ciências sociais tiveram um papel-chave na 
evolução do pensamento penal, há quem argumente que, no séc. XXI, este 
papel poderá ser ocupado pelas ciências do cérebro. 
 As neurociências já são capazes de identificar causas naturais de 
mudanças comportamentais importantes que levam pessoas a praticarem 
determinadas condutas. Situações que até 40 anos atrás seriam tratadas como 
fatos culpáveis, hoje, graças aos recursos da neuroimagem, são encaradas como 
patologias das quais a pessoa não pode ser responsabilizada. 
 Isso levanta um sério questionamento para o Direito Penal: nossos 
desconhecimentos do passado não teriam, então, sido responsáveis por 
condenações injustas? 
 O professor Bernardo Feijoo SÁNCHEZ (2012), catedrático da 
Universidade Autónoma de Madri, fornece uma resposta que retira dos juristas 
o peso que tal ignorância pode representar. 
 Entende que aqueles que foram condenados em função de não 
dispormos de conhecimentos para encontrar uma alternativa à sua 
responsabilidade não teriam sido tratados injustamente pela sociedade. 
 Isso porque o ordenamento jurídico, como uma obra humana, só pode 
garantir aos cidadãos que a sua culpabilidade será valorada de acordo com os 
melhores conhecimentos disponíveis naquele momento. 
 Sánchez é crítico da transposição de concepções sobre liberdade e 
responsabilidade da Neurociência de forma automática ao Direito Penal. 
 Para os neurocientistas, na medida em que não existe uma divisão clara 
entre mente e cérebro e que a nossa atuação consciente representa uma ínfima 
parte de nossa atividade cerebral, todos estaríamos determinados em nossos 
comportamentos por processos que não poderíamos de fato controlar. A seguir-
se à risca esse pensamento, portanto, ninguém poderia ser responsabilizado por 
seus atos. Seria o ocaso do Direito Penal. 
 Os novos estudos cerebrais nos demonstram hoje que, quando nos 
tornamos conscientes de que tomamos uma determinada decisão, o cérebro já 
induziu esse processo. 
 Isso traz à tona a dúvida sobre se as decisões humanas escapam de nosso 
controle e, consequentemente, se devemos ou não abandonar o conceito de 
responsabilidade pessoal. 
 Neurocientistas como Gerhard Roth, Wolfgang Prinz, Wolf Singer, 
Francisco Rubia e Benjamin Libet passaram a questionar a liberdade de escolha 
do indivíduo, pois ela seria pré-condicionada pelo cérebro. 
 Esses estudiosos vêm demonstrando que muitas das bases filosóficas 
que historicamente construíram o sistema de imputação jurídico-penal talvez 
estejam erradas. 
 Com a negação da liberdade, não se pode conceber nem imputabilidade 
nem culpabilidade, de maneira que não se poderia castigar aqueles membros da 
sociedade que transgridem as leis que nós mesmos criamos para permitir uma 
convivência pacífica. 
 LIBET (1999) trabalha com a tese de que uma decisão consciente 
(“arranque da vontade”) seria precedida por um “potencial de disposição”, que 
não pode ser percebido ou influenciado pela pessoa, razão pela qual essa 
decisão consciente se encontra predeterminada pelo potencial de disposição. 
 O cérebro inicia processos inconscientes antes que a pessoa seja 
consciente de sua vontade e trabalha com uma ficção de uma autonomia da 
decisão de vontade. Na fase consciente, o que ocorre é uma espécie de 
“possibilidade de veto” que, no máximo, poderia frear as ações já postas em 
marcha inconscientemente. Desta maneira, essa possibilidade de veto garantiria 
apenas uma possibilidade residual de controle pelo indivíduo. 
 Os neurocientistas não discutem que as pessoas tomam decisões (ou, em 
termos dogmáticos, que atuam com dolo ou culpa), mas sim que essas decisões 
não seriam totalmente livres, porém determinadas por uma série de condições 
que não podem ser controladas conscientemente. 
 O que colocam em questão não é se nós, seres humanos, temos 
capacidade para controlar instrumentalmente nossas ações, mas que todo 
processo mental seria, em última instância, reconduzível a uma explicação 
científica e, portanto, causal. 
 Em termos dogmáticos, essas críticas não afetam tanto a teoria do injusto 
(capacidade de ação), mas fundamentalmente a teoria da culpabilidade. Não se 
trata de estudar se as pessoas fazem o que decidiram fazer, mas porque 
decidiram em um determinado sentido. 
 A Neurociência não afirma que seria impossível constatar no caso 
concreto se o sujeito poderia atuar de outro modo ou não; sugere que talvez o 
sujeito nunca pudesse ter atuado de outro modo, isto é, que não existiriam 
alternativas de atuação que se possam eleger voluntariamente. 
 É o velho tema do “livre arbítrio”, posto em xeque por novas descobertas 
e concepções, tema que passaremos a abordar em nossas próximas colunas. 
 
REFERÊNCIAS 
LIBET, Benjamin. Do we have free will?. Journal of consciousness studies, v. 
6, n. 8-9, p. 47-57, 1999. 
SÁNCHEZ, Bernardo José Feijoo. Derecho penal de la culpabilidad y 
neurociencias. Thomson Reuters Aranzadi, 2012. 
 
https://canalcienciascriminais.com.br/neurociencia-direito-penal/ 
 
 Se o determinismo biológico determina o conduta do agente, então temos um 
problema, visto que o direito penal, historicamente, diz que a responsabilidade penal é 
baseada no livre arbítrio e na escolha. Mas se não temos escolha, então em que seria 
baseada a responsabilidade penal? Lombroso parou sua tese aqui, depois dele vieram dois 
outros pensadores: Rafael Garófalo e o Enrico Ferri. 
 Atualmente o Enrico Ferri é conhecido como o maior representante da escola 
positiva italiana, pois foi ele quem trouxe, de forma detalhada, a ideia de 
PERICULOSIDADE. Ferri era jurista, escreveu um livro chamado sociologia criminal, 
https://canalcienciascriminais.com.br/neurociencia-direito-penal/
então ele diz que o indivíduo tem duas influencias: influencia fisiológica e a influência 
social, divergindo de seus colegas que apenas falavam no determinismo fisiológico. 
 Sua ideia seria a de periculosidade, a tradução correta seria perigosidade, os 
indivíduos que são perigosos por sua natureza. Alega ainda que existia um chamado 
organismo social, e que serianecessário que a sociedade se defenda dessas pessoas, daí 
surge a chamada TESE DE DEFESA SOCIAL, o direito penal teria como função a 
defesa da sociedade contra o indivíduo perigoso. Então a responsabilidade deixa de ser 
pessoal se tornando em uma responsabilidade social pautada no determinismo. 
Percebe-se a forte influência dessa tese quando vemos que no brasil temos a chamada 
Secretaria de Defesa Social – SDS. Ferri vai falar de diversos fatores, desde a questão 
antropológica, que seria a constituição física, orgânica, psíquica, a raça (aqui começa o 
estudo das raças)... e ele não terminou o raciocínio. 
 Por sua vez, a importância de Garófalo é que ele foi o autor do primeiro livro de 
criminologia propriamente dito na história da humanidade, portanto todos o citam. Em 
sua obra ele pega a tese da periculosidade e vai destrinchando. 
 Essa fase tem um ponto primordial, muito bom, eles acreditavam na noção de 
tratar o preso, e que a pena deveria ser um mecanismo de tratamento do proso, atribuindo 
uma função a pena, a de corrigir, tratar, melhorar o preso. E também a uma separação 
evidente entre pena e medida de segurança, portanto não se tem que estar, em nome de 
Jesus, punindo o doido, não havia sentido em pôr um insano na cadeia. Quer seja para a 
defesa social quanto para o tratamento do preso. 
 Não é toa que surge daí surge a noção de prevenção especial, como função da 
pena. Seria a ideia de que a pena serve no sentido de profilaxia, de tratamento, de higiene 
social, o remédio do criminoso é a pena. A prevenção especial é a ideia de tratar, 
segundo a teoria da pena pode ser positiva ou negativa: 
 Positiva: quando for com foco na reinserção do preso, quando o objetivo é 
reinseri-lo na sociedade, antigamente chamada ressocialização, atualmente 
chamamos de reinserção; 
 Negativa: seria a ideia de que uma vez preso a pessoa perde a capacidade de ser 
perigoso. 
Pergunta do professor: Qual a relação entre a escola positiva italiana e a busca e apreensão 
pessoal no sistema penal brasileiro?

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