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Excelencia_na_Implantodontia

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107R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
Caso Clínico
Recuperação da estética do sorriso 
de um caso de perda óssea severa
Adilson Luiz Ramos*, Renata Corrêa Pascotto**, Fabiano Resmer Vieira***
 * Professor Adjunto do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá.
 Mestre (USP-Bauru) e Doutor (UNESP-Araraquara) em Ortodontia.
 Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da EAP-AMO – ABO Maringá.
 ** Professora Adjunta do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá.
 Mestre e Doutora (USP-Bauru) em Dentística Restauradora.
 *** Clinica Privada em Maringá-PR. Membro da SOBRAPE.
Resumo
Este relato de caso descreve o tra-
tamento integrado realizado numa 
jovem de 21 anos de idade, que ha-
via sido acometida por periodon-
tontite agressiva localizada, tendo 
história de tratamento ortodônti-
co e periodontal na adolescência. 
A oclusão posterior havia sido trata-
da, adaptando-a a uma transposição 
PALAVRAS-CHAVE: Tratamento periodontal. Tratamento ortodôntico. Restaurações estéticas. 
 Perda óssea. Periodontite agressiva localizada. Contenção. 
 Transposição dentária.
dentária (canino e pré-molares), mas 
sofreu perda óssea severa na região 
anterior após os procedimentos pe-
riodontais executados naquela oca-
sião. Um novo tratamento periodon-
tal foi realizado, acompanhado por 
um novo tratamento ortodôntico 
simplificado, tendo o caso sido finali-
zado por um procedimento estético 
restaurador.
Recuperação da estética do sorriso de um caso de perda óssea severa
108 R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
INTRODUÇÃO
O tratamento ortodôntico de casos perio-
dontais já deixou de ser um fantasma há muito 
tempo1,12,15,16,23. A Ortodontia utilizava bandas 
em todos os dentes, carecendo de materiais 
adesivos adequados, o que freqüentemente 
promovia redução ainda maior da sustentação 
periodontal1. Atualmente, com a utilização da 
colagem direta, bem como a racionalização do 
planejamento ortodôntico para estes casos, 
a manutenção da estrutura periodontal de-
corrente de um tratamento ortodôntico por 
si não é mais uma contra-indicação para uma 
nova correção ortodôntica1,16,23. Pelo contrário, 
sugere-se que a melhora do desalinhamento 
possa ser um fator favorecedor da higiene bu-
cal6,10, tornando menores as chances de uma 
reincidência da doença, além da inquestionável 
recuperação estética. Mesmo assim, estes ca-
sos requerem muita atenção às estruturas re-
manescentes, para permitir um planejamento 
restaurador da estética do sorriso, dentro dos 
limites de cada caso.
A integração das diversas áreas da Odonto-
logia, principalmente a Dentística, a Implanto-
dontia e a Periodontia, tem propiciado alcançar 
estes objetivos, devolvendo a auto-estima aos 
pacientes15,16,23. 
Conceitos da estética do sorriso são ampla-
mente difundidos em todas as áreas reabilita-
doras3,4,14,15,19,20,21 e, mediante uma intervenção 
conjunta, quase todos os parâmetros podem 
ser alcançados, ou pelo menos mantidos den-
tro de uma margem de percepção aceitável17.
RELATO DO CASO
A paciente do gênero feminino (A.L.), com 
21 anos de idade, procurou o periodontis-
ta com história de mobilidade acentuada nas 
regiões dentárias anterior superior e inferior. 
Após a sondagem e exames radiográficos, foi 
constatada perda óssea acentuada (Fig. 1). A 
paciente também relatou que havia recebido 
tratamento ortodôntico por volta dos seus 14 
anos de idade, bem como, próximo aos seus 16 
anos havia efetuado uma cirurgia periodontal. 
Descreveu que, após aqueles procedimentos, 
seus dentes anteriores tinham “aumentado” 
em decorrência das exposições radiculares.
Foi diagnosticada a periodontite agressi-
va localizada (PAL)15, sendo que os elementos 
16, 12, 21, 26, 36, 32, 31, 41 e 46 apresentavam 
perdas de inserção bastante severas, com pro-
fundidades de sondagem de 7 a 10mm. Estas 
perdas ocorriam principalmente em áreas pro-
ximais. Todos estes elementos acometidos 
apresentavam um elevado grau de mobilidade.
 No tratamento ortodôntico, que já havia 
sido executado, foram mantidas as transposi-
ções dentárias dos elementos 14 e 24 nos luga-
res do 13 e 23. 
O tratamento periodontal iniciou-se pela 
raspagem e alisamento corono-radicular, bem 
como pela orientação de higiene bucal. Após 3 
meses, o caso foi reavaliado para o planejamen-
to da segunda etapa do tratamento. Devido ao 
elevado grau de mobilidade, foram esplintados 
os elementos 13 ao 23 e 33 ao 43. 
A segunda etapa do tratamento consistiu 
de cirurgias periodontais com regeneração 
tecidual guiada para as áreas afetadas. Em-
pregou-se a membrana reabsorvível (Resolut 
– Goretex) em associação com osso autógeno 
e DFDBA (Pacific Coast)9,15. Em seguida, iniciou-
se a fase de manutenção periodontal a cada 2 
meses, sendo que após 4 meses do último pro-
cedimento periodontal, a paciente foi liberada 
para o novo tratamento ortodôntico, apresen-
tando as condições radiográficas e clínicas ob-
servadas na figura 2. 
Adilson Luiz Ramos, Renata Corrêa Pascotto, Fabiano Resmer Vieira
109R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
Figura 1 - Aspecto radiográfico inicial.
Recuperação da estética do sorriso de um caso de perda óssea severa
110 R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
Figura 2 - Aspecto radiográfico após a nova intervenção periodontal.
Adilson Luiz Ramos, Renata Corrêa Pascotto, Fabiano Resmer Vieira
111R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
Figura 2 - Aspecto radiográfico após a nova intervenção periodontal.
Figura 3 - Aspecto clínico ao início do retratamento ortodôntico simplificado.
Recuperação da estética do sorriso de um caso de perda óssea severa
112 R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
O tratamento ortodôntico envolveu a cola-
gem parcial de acessórios (evitando-se os mo-
lares superiores e inferiores), focando a área 
afetada. Procedeu-se o nivelamento e alinha-
mento dentário, empregando-se dobras passi-
vas, mesmo desde o fio trançado inicial, para que 
as movimentações ocorressem lentamente (Fig. 
3) . Atenção especial foi dada ao paralelismo radi-
cular e distribuição de espaços para a reanatomi-
zação que seria realizada no dentes anteriores.
Torna-se oportuno ressaltar a priorização 
de uso de ligaduras metálicas, já que as elas-
toméricas são mais propícias ao acúmulo de 
bactérias13.
Após a fase do alinhamento, a paciente foi re-
conduzida ao periodontista, para que realizasse 
o aumento de coroa dos pré-molares, mimeti-
zando os caninos transpostos (Fig. 4). Também 
se justificou pela harmonização da arquitetura 
gengival, para contribuir com a estética do sor-
riso. Durante este procedimento, o elemento 21 
recebeu também enxerto de tecido conjuntivo 
subepitelial. 
Após a intervenção periodontal, o tratamen-
to ortodôntico foi então reconduzido para as 
fases finais (Fig. 5 ). As condições clínicas e ra-
diográficas ao final do tratamento ortodôntico 
podem ser observadas nas figuras 6 e 7. Mesmo 
diante de uma redução dos níveis de forças pra-
ticados, nota-se que os ápices radiculares so-
freram uma reabsorção radicular leve durante a 
intervenção ortodôntica. Choy et al.5 e Consola-
ro7 descreveram a maior concentração de carga 
no ligamento periodontal em casos com perda 
óssea, acarretando com mais freqüência a reab-
sorção radicular. 
Figura 4 - Aspecto clínico do tratamento ortodôntico, previamente à indicação para o aumento das coroas dos pré-molares superiores.
Figura 5 - Aspecto clínico do tratamento ortodôntico, logo após o aumento das coroas dos pré-molares superiores, bem como enxerto subepitelial 
de tecido conjuntivo na área do 21.
Adilson Luiz Ramos, Renata Corrêa Pascotto, Fabiano Resmer Vieira
113R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez.2005
Em seguida a esta fase, a paciente foi encami-
nhada para os procedimentos de reanatomização 
estética na região anterior em função da presença 
de diastema entre o 22 e o 24, diastemas cervicais 
entre os dentes 11/12, 11/21 e 21/22 e transposi-
ção entre os dentes 13/14 e 23 e 24. 
Descreve-se que a presença dos diastemas 
cervicais, ou os “triângulos escuros”, são mais 
freqüentes quando a distância entre os pontos 
de contato e a crista óssea marginal excede 5 a 
5.5mm18,22. Neste caso de perda óssea acentuada, 
a opção possível foi estender o ponto de contato 
para gengival, buscando atenuar os espaços es-
curos. Além disto, a cirurgia de tecido conjuntivo 
subepitelial contribuiu para esta finalidade.
Como etapa inicial do procedimento de dentís-
tica, foram realizadas as moldagens com alginato 
dos arcos superior e inferior, para a execução do 
enceramento diagnóstico. Após o planejamento 
estético definido, procedeu-se a fase operatória, 
que foi precedida da profilaxia com pedra-pomes 
Figura 6 - Aspecto clínico ao final do retratamento ortodôntico previamente à indicação para o procedimento restaurador.
e água. Seguiu-se com a seleção da cor, e proce-
deu-se o isolamento absoluto do campo operató-
rio. A resina híbrida Z250 (3M) nas cores A3 e A2 
foram inicialmente aplicadas no fechamento dos 
diastemas cervicais, seguindo-se de uma camada 
da resina de micropartículas Amelogen Microfill 
(Ultradent), a fim de proporcionar a lisura e poli-
mento adequados. Na mesma sessão, os dentes 
14 e 24 foram reanatomizados no formato de ca-
ninos, acrescentando-se os mesmos materiais ci-
tados. O acabamento e polimento foram realiza-
dos utilizando-se borrachas abrasivas de silicone 
para a superfície lingual (Enhance, Dentsply), tiras 
de acabamento de resina para a interproximal 
(3M) e discos de polimento sequencial (SofLex, 
3M), 15 dias após a realização das restaurações 
estéticas.
Ao final de todos os procedimentos foram co-
ladas as contenções definitivas superior e inferior, 
empregando-se fio coaxial 0.215 (Masel-USA)8,15.
Os resultados clínicos finais podem ser confe-
Recuperação da estética do sorriso de um caso de perda óssea severa
114 R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
Figura 7 - Aspecto radiográfico ao final do retratamento ortodôntico, previamente à indicação para o procedimento restaurador.
Adilson Luiz Ramos, Renata Corrêa Pascotto, Fabiano Resmer Vieira
115R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
Figura 8 - Aspectos clínicos finais.
Recuperação da estética do sorriso de um caso de perda óssea severa
116 R Dental Press Estét - v. 2, n. 4, p. 107-116, out./nov./dez. 2005
ridos na fi gura 8. 
This case report describes an integrated dental 
treatment in 21 years old female that had suffered 
from a local aggressive periodontitis. She reported 
an orthodontic and periodontal treatment at 
her adolescence. The posterior occlusion had 
been treated, keeping the transposition between 
canines and premolars in both sides; however she 
had severe bone loss in the anterior region after 
the periodontal procedures in that time. Another 
periodontal treatment was done, as well as a 
simplifi ed orthodontic retreatment, and then was 
fi nalized by an aesthetic fi ll procedure.
A esthetic smile recovery of a severe alveolar bone loss
KEY WORDS: Periodontal treatment. Orthodontic treatment. Aesthetic i lls. Bone loss. Local Aggressive Periodontitis. 
 Retention. Tooth transposition.
Adilson Luiz Ramos
Rua Arthur Thomas, 831 - Centro
87013-250 - Maringá - PR
E-mail: alramos@uem.br
Endereço para correspondência
Abstract
REFERÊNCIAS
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J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 120, no. 2, p. 116-123, 
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19. LOMBARDI, R. E. The principles of visual perception and their 
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23. ZACHRISSON, B. Clinical implications of recent ortho-perio 
research fi ndings. Semin Orthod, Philadelphia, v. 2, p. 4-12, 1996.
70 Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6
Caso Clínico
 * Mestre e Especialista em Prótese dentária, aluno de Doutorado, Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, UNESP.
 ** Mestre em Dentística, aluno de Doutorado, Departamento de Odontologia Restauradora, UNESP.
 *** Mestre e Especialista em Prótese dentária, aluno de Doutorado, FORP-USP.
 **** Professor Adjunto Livre Docente,Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, FORP-USP.
71Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6
Registro do perfil de emergência para mimetização dos 
dentes naturais na região estética
Emergence profile registration to mimic natural teeth in the esthetic region
Resumo
Introdução: o tratamento com implantes dentários para a reposi-
ção de dentes na região estética exige a utilização de materiais e 
técnicas que permitam o máximo de naturalidade entre a restau-
ração, os dentes vizinhos e o tecido gengival. Dessa forma, torna-
-se necessário criar o correto perfil de emergência para o dente, 
assim como a utilização de materiais com alto potencial estético. 
Objetivo: o objetivo do presente trabalho foi ilustrar, através de 
um caso clínico, a utilização de uma técnica de moldagem para a 
correta cópia do perfil de emergência do dente e sua transferên-
cia para o modelo de trabalho, tornando possível a confecção de 
uma restauração totalmente cerâmica, perfeitamente integrada 
ao tecido gengival. Caso clínico: paciente de 30 anos, procurou 
o clínica de prótese dentária com desejo de melhorar a estética 
dos dentes. Após diagnóstico e planejamento, foram confeccio-
nadas 2 coroas totalmente cerâmicas sobre os dentes 12 e 21, e 
confecção de 1 coroa cerâmica sobre um pilar de zircônia após o 
estabelecimento e registro do perfil de emergência do dente 11. 
Conclusão: após a conclusão do tratamento, observou-se natu-
ralidade, estética e perfeita integração entre as restaurações, os 
dentes remanescentes e o tecido gengival. 
Abstract
Introduction: The treatment with dental implants for tooth re-
placement in esthetic regions requires the use of esthetic ma-
terials and techniques that allow natural restorations among 
the neighboring teeth and gingival tissue. Thus, it is necessary 
to create the proper emergence profile for the tooth, as well as 
the use of materials with high esthetic potential. Objective: 
The objective of this study was to illustrate through a clinical 
case using a impression technique for the correct copy of the 
emergence profile of the tooth, and its transfer to the working 
model, making possible the creation of an all-ceramic restora-
tion perfectly integrated with the gingival tissue. Clinical case: 
The 30 years-old patient went to the dental clinic with the desire 
to improve the esthetics of her teeth. After diagnosis and plan-
ning were made two all-ceramic crowns on right lateral incisor 
(#12) and left central incisor (#21). Furthermore, it was made a 
ceramic crown on a zirconia based abutment after the creation 
and registration of the emergency profile of the right central in-
cisor (#11). Conclusion: After finished the treatment it was ob-
served naturalness, esthetics and seamless integration between 
the restorations, the remaining teeth and gingival tissue. 
Keywords: Esthetics. Dental esthetics. Prostheses and implants.
Gingiva.
Palavras-chave: Estética. Cerâmica. Prótese dentária. Implante 
dentário. Gengiva.
Rodolfo Bruniera ANCHIETA*, Lucas Silveira MACHADO**, Murillo Sucena PITA***, Paulo Henrique DOS SANTOS****
Wirley Gonçalves ASSUNÇÃO****, Eduardo Passos ROCHA****
Como citar este artigo: Anchieta RB, Machado LS, Pita MS, dos Santos PH, Assunção 
WG, Rocha EP. Registro do peril de emergência para mimetização dos dentes naturais 
na região estética. Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou 
inanceiros que representem conlito de interesse nos produtos e companhias des-
critos nesse artigo.
72 Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6
Registro do perfil de emergência para mimetização dos dentes naturais na região estética
INTRODUÇÃO
A reposição de elementos dentários com a utiliza-
ção de implantes em regiões estéticas, como a região 
anterior da maxila, é um tratamento complexo, sendo 
ainda um desafio aos cirurgiões dentistas1,2. 
Para alcançar a excelência no tratamento com im-
plantes dentários, alguns fatores devem ser observados 
na tentativa de maximizar a integração entre os dentes 
presentes e a restauração a ser confeccionada e entre a 
restauração e os tecidos peri-implantares3,4. 
Para a criação de restaurações que mimetizem com 
os dentes naturais, além da utilização de restaurações 
totalmente cerâmicas5-8, tornam-se necessário estabe-
lecer o correto perfil de emergência para a restauração, 
acompanhando o perfil natural do dente, assim como a 
silhueta de arco côncavo regular dos dentes vizinhos9.
Um adequado perfil de emergência, além de oti-
mizar o resultado estético, auxilia na higienização da 
prótese, contribuindo ainda mais para a saúde peri-im-
plantar3,4. Entretanto, os componentes protéticos pré-
-fabricados utilizados para a moldagem e transferência 
da posição dos implantes são incapazes de reproduzir 
as variações anatômicas do tecido gengival, em con-
sequência de seu formato circular padronizado4. 
Com a utilização apenas dos transferentes convencio-
nais, o árduo trabalho de condicionamento dos tecidos 
peri-implantares para obtenção do correto contorno gen-
gival se perde, pois, torna-se impossível copiar o perfil de 
emergência criado ao redor do elemento para o modelo de 
trabalho e, consequentemente, para a prótese definitiva4,9.
Assim, o objetivo do presente trabalho é ilustrar através 
de um relato de caso clínico, a utilização de uma técni-
ca de moldagem que permite a correta cópia do perfil de 
emergência e sua transferência para o modelo de trabalho, 
favorecendo a confecção de uma restauração totalmente 
cerâmica perfeitamente integrada com o tecido gengival.
RELATO DO CASO CLÍNICO
Paciente do sexo feminino, 30 anos, procurou a 
Faculdade de Odontologia de Araçatuba-UNESP, de-
sejando melhorar a estética dos seus dentes anteriores. 
Na anamnese a paciente relatou que há alguns anos 
havia feito tratamento odontológico e colocado duas 
facetas e uma coroa de porcelana em seus dentes an-
teriores. Contou, ainda, que após alguns anos a raiz 
do incisivo central direito fraturou-se e, então, foi fei-
to um implante, sendo utilizado o próprio dente para a 
confecção da coroa provisória, e que desde então não 
havia feito a coroa definitiva, pois há algum tempo havia 
mudado da cidade em que havia iniciado o tratamento.
Ao exame clínico ficou evidente que no incisivo 
lateral direito (12) e no incisivo central esquerdo (21) 
havia restaurações totalmente cerâmicas (coroa e fa-
ceta, respectivamente), e no incisivo central direito 
(11) havia uma coroa provisória sobre implante (Fig. 1). 
Observou-se, ainda, que as coroas sobre dente apre-
sentavam desadaptação e que o dente utilizado para 
a confecção da coroa provisória sobre implante estava 
desadaptado e escurecido ao nível gengival, provavel-
mente devido ao pilar metálico, somado a algum resí-
duo orgânico que deteriorou durante os anos de uso.
Para os dentes naturais foi proposta a substituição 
das coroas existentes por novas coroas cerâmicas, e 
para o implante a confecção de uma coroa sobre um 
pilar de zircônia.
Com as especificações do implante (SIN, HE 
4,1x11,5mm) a coroa foi removida, sendo observado 
ótimo condicionamento e manutenção dos tecidos 
gengivais, sem presença de inflamação, mesmo após 
vários anos de utilização da coroa provisória (Fig. 2).
Para otimizar a resolução estética e aproveitar o 
perfil gengival criado com a restauração provisória, 
decidiu-se realizar a personalização do transferente de 
moldagem. Os passos clínicos para a personalização 
do transferente serão descritos a seguir:
1) Inicialmente, removeu-se a coroa provisória e 
conectou-a, parafusando-a em um análogo 
com plataforma correspondente (Fig. 3).
73Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6
Anchieta RB, Machado LS, Pita MS, dos Santos PH, Assunção WG, Rocha EP
2) Manipulou-se uma porção de silicone de con-
densação,sendo ela colocada em um pote do 
tipo Dappen. Em seguida, inseriu-se o conjunto 
coroa provisória e análogo dentro do silicone 
de condensação (Fig. 4A). Segurando na coroa 
provisória, inseriu-se primeiro o análogo, sendo 
a inserção da coroa mantida até a região cer-
vical da coroa provisória (Fig. 4B). Após isso, 
esperou-se a polimerização do material.
3) Após a completa polimerização, desparafuso-se 
e retirou-se a coroa do análogo. Nesse momen-
to, observou-se na silicona a cópia do espaço 
existente ao redor da plataforma do análogo, 
condizente com a região cervical da coroa pro-
visória (Fig. 4C).
4) Em seguida, conectou-se um transferente qua-
drado (ou de moldeira aberta) no análogo. Pela 
técnica do pincel, foram acrescentadas peque-
nas quantidades de resina acrílica em consis-
tência fluída ao redor do transferente (Fig. 5A). A 
fluidez da resina é importante para que o mate-
rial ocupe os mínimos espaços existentes entre 
a silicona e o transferente.
5) A resina acrílica foi colocada até a borda demar-
cada na silicona (Fig. 5B). Após a polimerização 
do material, removeu-se o transferente e foi rea-
lizado o acabamento da resina acrílica com pon-
tas de borracha e broca do tipo Maxicut.
Com o transferente personalizado, os preparos dos 
dentes 12 e 21 foram realizados e o transferente foi 
posicionado para a moldagem (Fig. 6). Com a utiliza-
ção da técnica do duplo fio (n° 00 e n° 1, Ultrapack, 
Ultradent) e um material à base de silicone por adição 
(Express XT, 3M/ESPE, Seefeld, Alemanha), a molda-
gem pela técnica simultânea foi realizada (Fig. 7).
Com as restaurações prontas (Fig. 8), realizou-se a 
prova delas e a prova do pilar de zircônia (Fig. 9). Antes 
da cimentação, foi realizado o condicionamento da face 
Figura 1 - Situação clínica inicial. Observe a coroa provisória sobre 
implante no 11 com o tecido peri-implantar mostrando sinais de in-
flamação. Além disso, observe a pigmentação e escurecimento do 
tecido gengival.
Figura 2 - Aspecto da região do 11 sem a coroa provisória, eviden-
ciando o condicionamento dos tecidos peri-implantares preservando 
o arco côncavo regular.
Figura 3 - Coroa provisória aparafusada no análogo.
74 Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6
Registro do perfil de emergência para mimetização dos dentes naturais na região estética
Figura 4 - A) Inserção do conjunto coroa provisória e análogo no pote Dappen com silicone. B) Conjunto inserido dentro da silicona até a região 
cervical da coroa provisória. C) Visualização da cópia do perfil de emergência.
Figura 6 - Depois do polimento, o transferente personalizado é leva-
do à boca para a realização da moldagem.
Figura 7 - Visualização do molde.
A B
Figura 5 - A) Após o aparafusamento do transferente quadrado no análogo, aplicou-se resina acrílica ao redor do transferente. B) Completou-se 
com resina acrílica até a região cervical da coroa provisória.
A B
C
75Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6
Anchieta RB, Machado LS, Pita MS, dos Santos PH, Assunção WG, Rocha EP
Figura 8 - Visualização do modelo de trabalho. Observe que ao re-
dor do abutment de zircônia o perfil de emergência da coroa ficou 
bem estabelecido no gesso, possibilitando ao técnico de prótese 
dentária aplicar a cerâmica de cobertura, seguindo esse perfil.
Figura 9 - Prova do abutment de zircônia. 
interna das cerâmicas com ácido hidrofluorídrico a 10% 
por 20 segundos, por se tratar de cerâmicas à base de 
dissilicato de lítio (IPS e.max, Ivoclar Vivadent, Schaan, 
Liechtenstein), e o primeiro torque no pilar (32N/cm).
Após a limpeza dos dentes, realizou-se o segundo tor-
que no pilar. Então, as coroas foram cimentadas com ci-
mento autoadesivo (U100, 3M/ESPE, Seefeld, Alemanha). 
Os ajustes oclusais foram realizados nas relações 
cêntricas e excêntricas da mandíbula, garantindo to-
dos os princípios da oclusão mutuamente protegida10,11. 
Após cinco dias da cimentação, observa-se ótimo resul-
tado das coroas e uma excelente integração entre os te-
cidos peri-implantares e a coroa sobre implante (Fig. 10).
DISCUSSÃO
O sucesso do tratamento com a utilização de 
diferentes modalidades terapêuticas, como por 
exemplo as próteses convencionais e próteses so-
bre implante, é dependente do correto diagnóstico e 
planejamento clínico12,13,14.
Figura 10 - Coroas logo após a cimentação. Note a excelente esté-
tica e harmonização com os tecidos gengivais.
O sucesso das restaurações unitárias implantossupor-
tadas na região estética é dependente de sua integração 
com os tecidos peri-implantares, devendo haver um cor-
reto perfil de emergência que mimetize o dente natural9.
Entretanto, a obtenção do correto perfil de emergên-
cia é um desafio aos cirurgiões dentistas, principalmen-
te em áreas que em há deficiência óssea e gengival4.
Além disso, a relação entre a gengiva e a coroa definiti-
va é afetada pelo tipo de plataforma, diâmetro da platafor-
ma e localização apical da plataforma do implante, deven-
do, em geral, ser posicionada 3 a 4mm apicalmente em 
relação à gengiva marginal livre dos dentes adjacentes9.
76 Rev Dental Press Estét. 2012 jul-set;9(3):70-6
Registro do perfi l de emergência para mimetização dos dentes naturais na região estética
Uma das formas de se melhorar o resultado do tecido 
gengival em relação à restauração defi nitiva é a utilização 
de coroas provisórias2. Com as coroas provisórias há a 
possibilidade de se condicionar os tecidos peri-implan-
tares, direcionando a cicatrização e preservando a forma 
gengival ao nível cervical das restaurações2.
Assim, torna-se possível, ainda, a transferência de-
talhada das características anatômicas peri-implantares 
para o modelo de trabalho, como descrito anteriormente.
Outras técnicas semelhantes de transferência do 
perfi l de emergência estão disponíveis na literatu-
ra2,3,4,9,15, incluindo para próteses implantossuportadas 
múltiplas4 e com a utilização de outros materiais para a 
cópia dos detalhes anatômicos2. Outras técnicas des-
crevem a transferência da própria coroa provisória3,9 
para a cópia dos tecidos peri-implantares, e outras 
técnicas são de difícil execução15.
CONCLUSÃO
A técnica de transferência do perfi l de emergência 
relatada proporcionou excelentes resultados clínicos, ob-
servados pela naturalidade das coroas em meio à denti-
ção natural e ao periodonto. Além disso, a personaliza-
ção do transferente de moldagem foi um procedimento 
rápido e fácil de se executar, tornando possível sua utili-
zação tanto por clínicos gerais quanto por especialistas.
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Rodolfo Bruniera Anchieta
Rua José Bonifacio 1193 - Vila Mendonça
CEP: 16015-050 - Araçatuba / SP, Brasil
E-mail: rodolfoanchieta2@hotmail.com
Endereço para correspondência
Caso Selecionado
65Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
A Periodontia mudou o seu enfoque nos últimos 
anos, deixando de preocupar-se exclusivamente 
com a prevenção e o tratamento das doenças e 
passando a buscar alternativas efetivas para a re-
construção dos tecidos perdidos. 
A recessão gengival é deinida como a migração 
apical da margem gengival em relação à junção ce-
mento-esmalte (JCE)10. Sem dúvida alguma, a pre-
sença de recessão gengival torna o sorriso menos 
atraente, representando uma queixa freqüente dos 
pacientes. No entanto, sua presença também pode 
estar associada a problemas funcionais como a hi-
persensibilidade cervical, lesões cervicais cariosas 
e não cariosas e maior probabilidade de acúmulo 
de bioilme5. As recessões podem acometer dentes 
isolados ou grupos de dentes adjacentes. Segun-
do Baker e Seymour1, a etiologia dessas lesões 
está associada à inlamação produzida por acúmu-
lo de bioilme ou por trauma de escovação, sendo 
encontrada em populações com alto e baixo índice 
de higiene bucal. Existem várias técnicas com o 
objetivo de recobrir a superfície radicular, e a previ-
sibilidade delas está principalmente associada à al-
tura do osso proximal4. Outros fatores, como quan-
tidade de gengiva queratinizada, espessura gengi-
Recobrimento radicular com associação de 
procedimentos plásticos e regenerativos – 
relato de caso
val, presença/ausência de lesões cervicais, altura e 
largura das papilas podem inluenciar na decisão 
da técnica mais apropriada para o recobrimento 
das raízes expostas. Da Silva et al.9 observaram 
que a mesma quantidade de recobrimento radi-
cular pode ser alcançada com o retalho colocado 
coronal (RCC) associado ou não ao enxerto sub-
epitelial de tecido conjuntivo (ESTC), no entanto, 
se o aumento das dimensões gengivais (quantida-
de de gengiva queratinizada e espessura gengival) 
for desejável, a técnica combinada deve ser usada. 
Incisões verticais relaxantes são freqüentemente 
usadas para favorecer a elongação coronal do re-
talho, diminuindo sua tensão, que pode interferir 
com a estabilidade inicial da margem gengival e 
prejudicar o potencial de recobrimento7. Técnicas 
regenerativas utilizando materiais de preenchimen-
to, membranas e proteínas derivadas da matriz do 
esmalte podem ser associadas aos procedimentos 
plásticos periodontais, modiicando o padrão de 
relacionamento entre a parte interna do retalho e 
a superfície radicular, e favorecendo a formação de 
novo osso, cemento e ligamento periodontal2,4. 
No caso clínico apresentado, o paciente do gêne-
ro masculino, com 40 anos de idade, melanoderma 
Paulo Fernando Mesquita de Carvalho, Robert Carvalho da Silva, Julio Cesar Joly
Caso SelecionadoCaso Selecionado
66 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Recobrimento radicular com associação de procedimentos plásticos e regenerativos – relato de caso
e com boa saúde geral, procurou atendi-
mento com queixa de insatisfação estética 
e halitose. Ao exame clínico constatou-se 
doença periodontal crônica em alguns sí-
tios e a presença de uma recessão gengival 
isolada no dente 23 (classe II de Miller). 
Devido à extensão da superfície radicular 
exposta, o planejamento cirúrgico conside-
rou a terapia em 2 etapas. O primeiro pro-
cedimento foi realizado utilizando o retalho 
posicionado coronal, com o desenho das 
incisões propostas por Pini Prato et al.6,8 
associada à RTG. Após 3 meses foi con-
duzido o segundo procedimento, utilizando 
uma nova abordagem denominada técnica 
em “l”. O acompanhamento clínico e radio-
gráico após 3 anos demonstra a manuten-
ção da estabilidade tecidual, sugerindo efe-
tividade funcional e estética da associação 
das terapias plástica e regenerativa.
Figura 1 - Aspecto clínico inicial. Notar recessão gengival pro-
funda no dente 23 em paciente com periodonto plano/espesso. 
Figura 2 - Foto inicial demostrando presença de cálculo e inla-
mação na margem gengival.
67Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Paulo Fernando Mesquita de Carvalho, Robert Carvalho da Silva, Julio Cesar Joly
Figura 3 - Radiograia inicial sugerindo integridade da crista 
óssea proximal (mesial). 
Figura 4 - Vista lateral demonstrando a projeção vestibular do 
dente 23.
Figura 5 - Delimitação da área de superfície radicular exposta.
A B
68 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Recobrimento radicular com associação de procedimentos plásticos e regenerativos – relato de caso
Figura 10 - Descontaminação da superfície radicular com instrumentação manual (Curetas Gracey 7/8 - Hu-
friedy) e rotatória (brocas Perioset, Intensive Company, Philadelphia, USA).
Figura 6 - Situação clínica após a condução da te-
rapia básica. 
Figura 7 - Incisões horizontais preservando papilas 
interdentais (2mm apical à JCE). Incisões verticais 
relaxantes até o fundo de vestíbulo.
Figura 8 - Elevação do retalho de espessura par-
cial.
Figura 9 - Notar presença de defeito intra-ósseo 
nas regiões proximais após debridamento.
A B
69Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Paulo Fernando Mesquita de Carvalho, Robert Carvalho da Silva, Julio Cesar Joly
Figura 11 - Preenchimento do defeito com esponja de colágeno (Hemospon, Corporación Dental H&T, CA) e 
colocação de Membrana reabsorvível (Colla tape, Zimmer Dental, Carlsbad, CA).
Figura 12 - Estabilização do enxerto de tecido con-
juntivo na região cervical com suturas nas áreas adja-
centes (Vycril 6.0, Ethicon. S.A., São Paulo, Brazil).
Figura 13 - Retalho posicionado coronal estabiliza-
do com suturas em suspensório (cervical) e simples 
(incisões verticais) utilizando Vycril 6.0.
Figura 14 - Aspecto da reparação tecidual após 
15 dias. 
Figura 15 - Pós-operatório de 90 dias. Notar pre-
sença de recessão residual de 3mm.
A B
70 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Recobrimento radicular com associação de procedimentos plásticos e regenerativos – relato de caso
Figura 16 - Segundo recobrimento radicular utilizan-
do a técnica em “L”, com incisão horizontal de 1mm 
apical à junção amelo-cementária com extensão verti-
cal até a região do fundo de vestíbulo na distal.
Figura 17 - Elevação do retalho em espessura to-
tal.
Figura 18 - Liberação do retalho na porçãoapical e 
no lado contra-lateral da incisão, para conferir mobili-
dade tecidual e criação de espaço para colocação do 
enxerto de conjuntivo.
Figura 19 - Enxerto de conjuntivo suturado no reta-
lho (Mesial) e no tecido gengival (Distal).
Figura 20 - Retalho posicionado coronalmente e 
estabilizado por suturas em suspensório e suturas 
simples. Notar o recobrimento 1mm além da JCE.
Figura 21 - Pós-operatório de 7 dias. Notar boa 
integração tecidual neste estágio precoce de repa-
ração.
71Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Paulo Fernando Mesquita de Carvalho, Robert Carvalho da Silva, Julio Cesar Joly
Figura 22 - Pós-operatório de 90 dias, sugerindo a 
completa maturação tecidual.
Figura 23 - Acompanhamento clínico após 1 ano.
Figura 24 - Acompanhamento clínico após 2 anos. Figura 25 - Acompanhamento radiográico após 2 
anos.
72 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Recobrimento radicular com associação de procedimentos plásticos e regenerativos – relato de caso
Figura 26 - Vista aproximada: (A) inicial; (B) 90 dias após a primeira cirurgia; (C) 90 dias após a segunda cirurgia; (D) 1 ano após a 
segunda cirurgia; (E) 2 anos após a segunda cirurgia.
A B
D
C
E
73Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 1, n. 3, p. 65-73, jul./ago./set. 2007
Paulo Fernando Mesquita de Carvalho, Robert Carvalho da Silva, Julio Cesar Joly
Endereço para correspondência
Paulo Fernando Mesquita de Carvalho
Praça Dr. Tristão Nogueira 116-D, Centro
CEP: 37.190-000 - Três Pontas - MG
E-mail: paulofernando@tpnet.psi.br
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Paulo Fernando Mesquita de Carvalho 
• Especialista em Periodontia - FORP-USP e CTBMF - UNI-
FENAS. 
• Mestre em Periodontia – CPO/SlM – Campinas-SP. 
• Coordenador do Curso de Cirurgia Plástica Periodontal – 
ABO/Três Corações- MG. 
Robert Carvalho da Silva 
• Especialista em Periodontia – ABO-DF. 
• Mestre e Doutor em Clínica Odontológica - Área de Pe-
riodontia - FOP-Unicamp. 
• Coordenador do Curso de Especialização em Periodontia 
- EBO/SlM - Brasília-DF. 
Julio Cesar Joly 
• Mestre e Doutor em Clínica Odontológica - Área de Pe-
riodontia - FOP-Unicamp. 
• Coordenador do Curso de Mestrado em Periodontia – 
CPO/SlM - Campinas-SP. 
• Coordenador dos Cursos de Especialização em Perio-
dontia e Implantodontia - EAP/APCD – Piracicaba – SP.
31Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Resumo / Introdução: o completo selamento marginal do alvéolo, por tecido mole, após a insta-
lação imediata de implantes e/ou regeneração óssea guiada, é fundamental. Entre as técnicas 
para fechamento de alvéolo, destacam-se os retalhos pediculados. Objetivos: descrever e elu-
cidar a técnica do conjuntivo rotacionado palatino para fechamento de alvéolo. Métodos: relato 
de um caso de agenesia do elemento 15, em que se realizou extração atraumática do dente 55 e a 
técnica de conjuntivo rotacionado palatino. Resultados: o paciente apresentou pós-operatório 
de sete dias muito satisfatório. Conclusão: a técnica apresentada apresenta excelência estética 
associada à função e homeostasia marginal, possui uma fonte de nutrição extra, proveniente do 
pedículo, além de possuir menor morbidade e ausência de área doadora isolada. Palavras-chave: 
Tecido conjuntivo. Extração dentária. Periodontia.
Técnica do conjuntivo rotacionado 
palatino para fechamento de alvéolos 
pós-extração
caso clínico
Abraão Moratelli PRADO
Mestrando em Odontologia, UFSC.
Lucas Vieira PIM
Especialista em Implantodontia, UFSC.
José Moisés de SOUZA JR
Doutorando em Implantodontia, UFSC.
João Gustavo Oliveira de SOUZA
Doutorando em Odontologia, UFSC.
Ricardo de Souza MAGINI
Doutor em Periodontia, FOB-USP. Professor de Odontologia, UFSC.
Enviado em: 13/3/2014
Revisado e aceito: 20/3/2014
Os autores declaram não ter interesses associati-
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que 
representem conflito de interesse nos produtos e 
companhias descritos nesse artigo.
O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo 
autorizou(aram) previamente a publicação de suas 
fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.
doi: http://dx.doi.org/10.1����/2237-650X.8.2.031-038.cre
Como citar esta seção: Prado AM, Pim LV, Souza Jr JM, Souza JGO, Magini RS. Technique of rotational 
palatal connective closure of post extraction sockets. Dental Press Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8. 
Endereço de correspondência: Abraão Moratelli Prado
Rua Capitão Américo, 148 – Córrego Grande – CEP: 88037-060
Florianópolis/SC – E-Mail: abra_mp@hotmail.com
32 Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Prado AM, Pim LV, Souza Jr JM, Souza JGO, Magini RS
INTRODUÇÃO
O sucesso da reabilitação com implantes 
osseointegráveis está diretamente ligado ao 
grau de harmonia obtido entre as três bases da 
Implantodontia: tecido ósseo, tecido mole e 
prótese. Se uma dessas três arestas da tríade do 
sucesso da Implantodontia não for trabalhada 
corretamente, o sucesso não será obtido1.
O tecido mole está diretamente ligado ao 
aspecto estético, quando o procedimento de-
volve a arquitetura parabólica da margem gen-
gival e corrige defeitos de espessura e/ou altu-
ra de áreas a serem reabilitadas, e ao aspecto 
funcional, quando procedimentos são reali-
zados para aumentar/devolver uma faixa de 
mucosa ceratinizada, cujo papel é importante 
na homeostasia marginal e na longevidade do 
implante, evitando, também, a passagem de ar 
entre implantes e problemas de dicção, além 
do intuito de promover o fechamento de um 
alvéolo de extração que fora preenchido com 
material de enxertia ou submetido à técnica de 
implante imediato1,2.
Entre as indicações para o manejo de teci-
do mole ao redor de implantes, podemos citar 
as técnicas de enxertos livres, sejam de tecido 
epitelial/conjuntivo, sejam de tecido conjunti-
vo subepitelial, quando a remoção é realizada 
de uma área doadora distante da área recepto-
ra e, consequentemente, a nutrição é limitada 
e dependente do íntimo contato entre o tecido 
a ser enxertado e o leito receptor3,4.
A fim de potencializar a nutrição e, com 
isso, aumentar a previsibilidade das técnicaspara o aumento da qualidade e quantidade de 
tecido mole, foram desenvolvidas técnicas de 
retalhos pediculados. Com relação às que en-
volvem enxerto livres, tais técnicas têm como 
principal vantagem: a) uma fonte de nutrição 
extra, proveniente do pedículo; b) maior pre-
visibilidade; e c) menor morbidade pela ex-
tinção de uma segunda área cirúrgica.
As técnicas que utilizam retalhos vesti-
bulares pediculados apresentam desvanta-
gens, como estética desfavorável, devido à 
diminuição da profundidade de vestíbulo, e 
discrepância da junção mucogengival. Porém, 
para evitar essas complicações e diminuir a 
morbidade do procedimento, pode-se indicar 
um retalho palatino, contendo apenas tecido 
conjuntivo, girado em direção à região vesti-
bular, por manter intacta a faixa mucogengi-
val e aumentar a quantidade e qualidade de 
tecido mole circundante. O objetivo do pre-
sente artigo é, por meio de um caso clínico, 
descrever e elucidar a técnica de conjuntivo 
rotado palatino para fechamento do alvéolo, 
que visa obter excelência estética associada à 
função e homeostasia marginal.
REVISÃO DE LITERATURA
A busca pelo selamento alveolar, após a 
extração dentária, com retalhos pediculados, 
é documentada e desenvolvida desde o início 
da década de 19905. Uma das técnicas consiste 
em realizar duas incisões relaxantes na vesti-
bular do alvéolo de espessura total e deslocar 
todo o tecido em direção ao rebordo, a fim de 
fechar o alvéolo. Em seguida, no dente mesial 
ao alvéolo, um retalho de espessura parcial é 
refletido para a região doadora, com o intui-
to de cobrir a área óssea exposta. Essa técnica 
possui algumas desvantagens, principalmen-
te no quesito estético, como diminuição de 
vestíbulo e alteração na linha mucogengival, 
além de exigir boa quantidade de tecido cera-
tinizado na área. Porém, essa é uma aborda-
gem indicada em regiões sem exigências esté-
ticas e alvéolos inferiores, principalmente por 
não ter o palato como região doadora.
No final da década de 19906, outra técni-
ca foi descrita na literatura para o fechamen-
to de alvéolos pós-extração. O procedimento 
visa rotar o tecido conjuntivo do palato na 
33Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Técnica do conjuntivo rotacionado palatino para fechamento de alvéolos pós extração
região adjacente à área a ser vedada, na for-
ma de um retalho pediculado. Uma incisão 
de espessura parcial é realizada no palato em 
sentido mesial ao alvéolo operado. Em segui-
da, o tecido conjuntivo acessado é separado 
do osso subjacente e o retalho pediculado é 
rotado para vestibular, nas dimensões do al-
véolo, para o selamento marginal do sítio, e 
suturado. Essa abordagem tem como princi-
pais vantagens sobre a técnica previamente 
descrita a manutenção do vestíbulo e a linha 
mucogengival, além de poder proporcionar o 
aumento de volume de tecido mole da região. 
Contudo, limita-se à região dos dentes poste-
rossuperiores, pela presença do palato, e está 
contraindicada em palatos finos e rasos.
CASO CLÍNICO
O paciente compareceu à clínica odon-
tológica relatando desconforto, aumento 
de mobilidade e alterações de coloração no 
elemento 55 (Fig. 1). Após a anamnese, exa-
me clínico e radiográfico, diagnosticou-se 
a agenesia do elemento 15. O tratamento 
proposto incluiu a extração para posterior 
reabilitação implantossuportada. Como as 
condições dos tecidos ósseo e gengival não 
eram favoráveis para instalação imediata do 
implante, optou-se pela extração e mani-
pulação tecidual sem envolvimento da re-
gião vestibular, em um primeiro momento, 
para posterior instalação do implante. As-
sim, a técnica do conjuntivo rotacionado 
palatino foi indicada para evitar alterações 
na posição da junção mucogengival e favo-
recer a formação de um tecido mais espesso 
na região do rebordo.
Após a extração atraumática do elemen-
to condenado (Fig. 2), foi mensurado o com-
primento mesiodistal e vestibulopalatal do 
alvéolo (Fig. 3, 4). Tais medidas orientaram as 
incisões iniciais, de modo que o retalho pala-
tino tivesse as dimensões necessárias para o 
fechamento primário do alvéolo (Fig. 5, 6, 7). 
O retalho palatino foi dividido de posterior 
para anterior em uma distância de dois dentes 
Figura 1. Observar a recessão gengival.
34 Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Figura 2. Após a extração atraumática.
Figura 5. Sonda milimetrada posiciona-
da para orientar na aquisição da largura 
do retalho correspondente à dimensão 
mesiodistal do alvéolo.
Figura 6. Sonda milimetrada posiciona-
da para orientar na aquisição da largura 
do retalho correspondente à dimensão 
vestibulopalatal do alvéolo.
Figura 7. Sonda milimetrada sendo 
comprimida no tecido, para marcá-lo e 
facilitar as incisões internas.
Figura 3. Medida vestibulopalatal do alvéolo utilizando sonda 
milimetrada.
Figura 4. Medida mesiodistal do alvéolo utilizando a sonda 
milimetrada.
35Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Técnica do conjuntivo rotacionado palatino para fechamento de alvéolos pós extração
para mesial do alvéolo (Fig. 8). Em seguida, 
procedeu-se às incisões internas, respei-
tando as dimensões do alvéolo, previamente 
mensuradas. De acordo com a espessura de 
tecido desejada, dividiu-se o tecido conjun-
tivo. É importante lembrar que uma espes-
sura em torno de 1,5mm é a ideal. Portanto, 
deve-se proceder ao descolamento total do 
retalho, incluindo o periósteo, para aumentar 
a espessura de tecido. O retalho foi desloca-
do/rotado de modo a cobrir o alvéolo (Fig. 9); 
posteriormente, um envelope foi preparado 
na região vestibular do alvéolo para acomo-
dar a extremidade do retalho rotado (Fig. 10). 
A sutura foi realizada de modo a manter o 
retalho em posição, sem tensão (Fig. 11, 12). 
O pós-operatório de sete dias pode ser obser-
vado nas Figuras 13 e 14.
Figura 8. Retalho dividido: observe a extensão da divisão até 
dois dentes anteriores.
Figura 9. O retalho conjuntivo é posicionado sobre o alvéolo.
Figura 10. Região vestibular do alvéolo sendo preparada com um envelope para acomodar a extremidade do retalho rotado.
36 Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Prado AM, Pim LV, Souza Jr JM, Souza JGO, Magini RS
Figura 11. Vista oclusal da sutura. Figura 12. Vista vestibular da sutura.
Figura 15. Prótese sobre implante com dois anos de função.
Figura 13. Pós-operatório de sete dias. Vista oclusal. Figura 14. Pós-operatório de sete dias. Vista vestibular.
37Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Técnica do conjuntivo rotacionado palatino para fechamento de alvéolos pós extração
DISCUSSÃO
A técnica do conjuntivo rotacionado pa-
latino caracteriza-se por um retalho de espes-
sura parcial, que é rebatido na região palatina, 
no qual o conjuntivo é separado do tecido ós-
seo na forma de pedículo e é girado em direção 
à região vestibular, vedando o sítio em ques-
tão e mantendo a integridade do vestíbulo e 
da junção mucogengival. Uma observação re-
lacionada a essa técnica é que deve ser evitada 
em pacientes com palato raso, em virtude da 
proximidade do sítio com a artéria palatina, 
ainda em regiões mais anteriores da maxila, 
haja vista que a localização do tecido mole com 
a maior espessura é a área que se estende da 
distal do canino até a mesial da raiz palatina do 
primeiro molar superior, sendo que um espes-
so processo alveolar e/ou exostose está, geral-
mente, presente na região de primeiro molar, 
o que limita o tamanho do enxerto. Além disso, 
pode-se verificar a espessura da região com a 
agulha durante a aplicação da anestesia7.
Nesse contexto, em situações de pequena 
espessura de tecido mole no palato, pode-se 
utilizar um retalho girado, contendo tecidos 
epitelial e conjuntivo8. Sua principal vanta-
gem é que pode ser realizado em pacientes 
com perfil gengival de palato mais fino, en-
tretanto, gerando um desconforto maior ao 
paciente, pois é deixada na região palatina 
uma área cruenta, que, no pós-operatório, 
cicatrizará por segunda intenção.
Em procedimentosemelhante, foi des-
crita a técnica do retalho em “L”. Os gaps 
mesiodistal e vestibulolingual são medidos 
para que o retalho seja desenhado na re-
gião palatina. A “perna maior” do “L” deve 
ficar transversal ao alvéolo, enquanto a 
“perna menor” deve ficar perpendicular a 
esse. A distância das incisões paralelas de-
vem ter as mesmas dimensões do alvéolo a 
ser fechado. Uma área triangular é marcada 
coronalmente às incisões na região do ângu-
lo formado pelo “L”. A base desse triângulo 
localiza-se na “perna menor”, e o ápice na 
porção distal da “perna maior”. Para a com-
pleta vedação do alvéolo, é necessário que a 
base desse triângulo tenha a medida vestibu-
lolingual do alvéolo. É o triângulo que dará 
o grau de mobilidade ao nosso retalho. Esse 
triângulo, então, é desepitelizado, e a área 
do “L” é refletida na forma de um retalho 
dividido. Em seguida, o retalho é posiciona-
do, e suturas estabilizadoras são realizadas. 
Na porção apical, permanecerá uma porção 
cruenta, que cicatrizará por segunda inten-
ção. Essa técnica tem grande aplicabilidade e 
consegue promover uma completa proteção 
ao alvéolo durante o período desejado, mas 
também exige certa habilidade por parte do 
profissional9. Contudo, essa técnica deve ser 
indicada em pacientes com espessura redu-
zida de tecido mole devido à maior morbida-
de do procedimento.
A literatura apresenta diversas técni-
cas de enxertos voltadas à Implantodontia, 
porém, sem um consenso sobre qual técnica 
tem melhores resultados. Podemos observar 
que, de acordo com a região intrabucal e com 
a necessidade estética, podemos lançar mão 
de várias alternativas cirúrgicas de enxertos 
pediculados. Suas principais vantagens são 
maior previsibilidade e menor morbidade ao 
paciente, em virtude de sua fonte de irrigação 
(pedículo) e ausência de uma segunda área ci-
rúrgica, respectivamente.
CONCLUSÃO
Conclui-se que, entre as técnicas que 
utilizam retalhos palatinos para fechamento 
do alvéolo, o conjuntivo rotacionado palatino 
oferece menor morbidade pela cicatrização 
por primeira intenção da região do palato, 
devendo ser indicado na presença de maior 
38 Dental Pres Implantol. 2014 Apr-June;8(2):31-8
Prado AM, Pim LV, Souza Jr JM, Souza JGO, Magini RS
espessura do tecido mole palatino. Contudo, 
a escolha da técnica deve estar diretamente 
relacionada ao grau de conhecimento práti-
co por parte do profissional, haja vista que a 
melhor técnica é a que é mais bem executada.
ABSTRACT
Rotated palatal connective tissue technique 
for post extraction sockets closure
Introduction: Complete marginal soft tissue 
sealing of the socket after immediate im-
plant placement and / or guided bone regen-
eration is essential. Among the techniques of 
socket closure, we highlight the pedicle flaps. 
Objectives: To describe and explain the tech-
nique of rotational palatal connective closure 
of post extraction sockets. Methodology: 
Case report of agenesis of tooth #15 treated by 
means of atraumatic extraction of tooth #55 
and the technique of rotational palatal con-
nective. Results: The patient had a very sat-
isfactory 7-day postoperative. Conclusion: 
The technique presents esthetic excellence 
associated with marginal function and ho-
meostasis, an extra source of nutrition, from 
the pedicle, lower morbidity and absence of 
an isolated donor area. Keywords: Connective 
tissue. Tooth extraction. Periodontics.
1. Palacci P, Nowzari H. Soft tissue enhancement around dental implants. 
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10 Dental Pres Implantol. 2014 July-Sept;8(3):10-4
Anquilose alveolodentária e 
subsequente reabsorção por 
substituição: a colocação de implantes 
osseointegráveis no mesmo local 
pode ser feita?
Explicações e Aplicações
Alberto CONSOLARO
Professor Titular na FOB-USP e na Pós-graduação da FORP-USP.
Como citar esta seção: Consolaro A. Alveolodental ankylosis and subsequent replacement resorption: 
Can osseointegrated implants be placed in the same location? Dental Press Implantol. 2014 July-
Sept;8(3):10-4. doi: http://dx.doi.org/10.14436/2237-650X.8.3.010-014.exp
Enviado em: 4/7/2014 - Revisado e aceito: 18/7/2014
Endereço de correspondência: consolaro@uol.com.br
O autor declara não ter interesses associativos, 
comerciais, de propriedade ou financeiros que 
representem conflito de interesse nos produtos e 
companhias descritos nesse artigo.
Resumo: os dentes com anquilose alveolodentária naturalmente evoluirão para reabsorção por 
substituição e, desde que sem contaminação microbiana, devem ser considerados no contexto ós-
seo como mais uma das estruturas a serem remodeladas continuadamente. A remodelação cons-
tante representa uma das características mais marcantes da biologia óssea, haja vista que serve 
para manter estável o nível sanguíneo de cálcio e outros minerais essenciais à vida. Outra con-
sequência da anquilose alveolodentária é a gradativa infraoclusão do dente envolvido. As áreas 
ósseas com raízes ou fragmentos radiculares em reabsorção por substituição, desde que livres de 
contaminação microbiana, podem ser incluídas nas áreas onde se farão alvéolos cirúrgicos para 
receber implantes osseointegráveis que não atrapalharão o processo de reparo ósseo peri-implan-
tar mais conhecido como osseointegração. Quando contaminada por bactérias e seus produtos, 
a estrutura radicular deve ser eliminada para depois se avaliar o local para se indicar futuras 
correções de volume e forma. Palavras-chave: Reabsorção por substituição. Anquilose alveoloden-
tária. Implantes osseointegráveis. Reabsorções dentárias.
11Dental Pres Implantol. 2014 July-Sept;8(3):10-4
Anquilose alveolodentária e subsequente reabsorção por substituição: a colocação de implantes osseointegráveis no mesmo local pode ser feita?
INTRODUÇÃO
As reabsorções dentárias vão se firman-
do como a principal causa de perda dentária, 
mas ainda se observa muita confusão no diag-
nóstico diferencial entre os seus vários tipos. 
As reabsorções dentárias podem ser classifi-
cadas de acordo com sete critérios diferentes1, 
gerando uma nomenclatura apropriada e dis-
tinta entre os vários tipos.
Quanto ao mecanismo de ocorrência, as 
reabsorções podem ser divididas em dois tipos: 
1) Inflamatórias: ocorrem quando no
processo se mantem o espaço pe-
riodontal e o ligamento periodontalinflamado que representa a fonte de
mediadores para as células realizarem 
a reabsorção dos tecidos radiculares
mineralizados. Suas causas são pe-
riapicopatias, movimentação orto-
dôntica, traumatismos, etc. Do ponto 
de vista celular, a causa do processo
levou à morte dos cementoblastos
no local, mas o ligamento preservou
os restos epiteliais de Malassez, que,
no conjunto, representam a estrutu-
ra que mantem o espaço periodontal
uniforme e constante, evitando-se a
anquilose alveolodentária.
2) Por substituição ou substitutiva:
que ocorrem quando houve uma
anquilose alveolodentária que de-
corre de traumatismos em dentes
irrompidos (Fig. 1) ou de atrofias
significativas do ligamento perio-
dontal em dentes não irrompidos.
A partir do momento que o den-
te sofre anquilose alveolodentária,
esse será considerado uma estrutu-
ra óssea e sofrerá constante renova-
ção, remodelando-se por completo
e dando lugar ao osso.
A ANQUILOSE ALVEOLODENTÁRIA 
E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O ligamento periodontal tem uma es-
pessura média de 0,25mm, variando de 0,2 a 
0,4mm. Quem mantem o espaço periodontal 
são os restos epiteliais de Malassez, dispostos 
tridimensionalmente em forma de rede por 
todo o ligamento periodontal. Como todos os 
epitélios, essas estruturas constantemente li-
beram um mediador conhecido como o EGF, 
ou fator de crescimento epidérmico ou epite-
lial, que atua sobre os receptores de suas pró-
prias células para manter um nível adequado 
de proliferação e preservar suas estruturas. 
Dessa forma, o ligamento periodontal fica 
permeado por esse mediador que, nos recep-
tores das células ósseas, estimula a reabsorção 
óssea. Por meio desse mecanismo, o organismo 
mantem constante e uniformemente o espaço 
periodontal e o osso alveolar longe da raiz den-
tária, evitando a anquilose. A anquilose alveo-
lodentária ocorre apenas quando no ligamento 
periodontal houver a morte dos restos epite-
liais de Malassez, e isso ocorre quase que ex-
clusivamente pelo traumatismo dentário.
A principal consequência da anquilose 
alveolodentária é a inclusão do dente envol-
vido no turnover ósseo, de tal forma que sua 
raiz será gradativamente substituída por teci-
do ósseo normal (Fig. 1). Clinicamente, o den-
te com anquilose alveolodentária tende a len-
ta e progressivamente ficar em infraoclusão. 
O som surdo à percussão vertical e a perda da 
mobilidade dentária são sinais extremamente 
sutis e difíceis de serem detectados.
A REABSORÇÃO DENTÁRIA POR 
SUBSTITUIÇÃO E SUAS 
CONSEQUÊNCIAS
A partir do momento que o osso se une 
à estrutura dentária mineralizada, o pro-
cesso constante de reabsorção, próprio da 
12 Dental Pres Implantol. 2014 July-Sept;8(3):10-4
Consolaro A
Figura 1. Na reabsorção dentária por substituição, os fragmentos dentários (D) permanecem no local por longos períodos, 
à medida que são reabsorvidos no contexto da remodelação óssea. Em alguns fragmentos dentinários (D) ainda se obser-
vam áreas com camada odontoblástica (seta) e polpa (P). Nas demais áreas já substituídas, o osso (O) com suas trabéculas 
e espaços medulares apresentam-se com organização e estruturas normais (M = espaços medulares) (H.E.; B = 40X).
remodelação óssea, envolverá por continui-
dade o dente: gradativamente ele será subs-
tituído por osso, um osso completamente 
normal do ponto de vista biológico e físico.
Por essas razões, pode-se afirmar que é 
natural a anquilose alveolodentária evoluir 
para a reabsorção por substituição em todos 
os casos. A maior densidade do tecido dentário 
em relação ao trabeculado ósseo e a variabili-
dade de volume de cada raiz dentária contri-
buem para que não haja a possibilidade de se 
prever no tempo quando todos os componen-
tes da estrutura dentária serão eliminados.
Em relação à manutenção do dente 
comprometido pela reabsorção dentária por 
substituição e a volta à normalidade, pode se 
afirmar que o prognóstico é ruim: inevitavel-
mente haverá a perda dentária.
A PERDA DENTÁRIA POR REABSORÇÃO 
POR SUBSTITUIÇÃO
 Todos os dentes com reabsorção dentá-
ria por substituição serão perdidos. A questão 
é saber quando será perdido e em que cir-
cunstâncias clínicas e biológicas:
1) Uma das circunstâncias ocorre
quando se deixa transcorrer a evolu-
ção natural da reabsorção por subs-
tituição. Depois de alguns meses
D
D
D
O
O
M
P
A B
13Dental Pres Implantol. 2014 July-Sept;8(3):10-4
Anquilose alveolodentária e subsequente reabsorção por substituição: a colocação de implantes osseointegráveis no mesmo local pode ser feita?
ou anos, a coroa estará firmemente 
aderida ao osso apenas por sua face 
cervical, uma verdadeira interface 
coroa-osso. A qualquer momento, 
frente a uma exigência física maior, 
a coroa pode se desprender impre-
visivelmente.
 Um dos inconvenientes dessa evolu-
ção natural está na possibilidade de 
bactérias da placa dentobacteriana 
afetarem os tecidos gengivais cir-
cunjacentes, promovendo inflama-
ção e prejudicando o nível cervical 
dos tecidos gengivais, e por conti-
guidade inflamar e contaminar esta 
interface coroa-dente, podendo 
prejudicar, também, o nível ósseo 
para futuros procedimentos.
2) Se o dente foi endodonticamente tra-
tado, os cones de guta-percha perma-
necem no local com ou sem o cimento 
obturador ao seu redor, conforme sua 
composição. Nesses casos, quando 
houver quebra da conexão coroa-os-
so, esse material pode ser removido 
com certa facilidade, haja vista que 
não há osseointegração e, em sua su-
perfície, há uma fina película de teci-
do mole que representa o granuloma 
do tipo corpo estranho ao seu redor.
3) Outra importante circunstância as-
sociada ao momento da perda do 
dente com reabsorção por substitui-
ção é a contaminação da estrutura re-
manescente por bactérias e/ou seus 
componentes ou produtos, como os 
lipopolissacarídeos. Essa contamina-
ção pode ter acontecido no momento 
ou logo após o traumatismo, ou por 
comunicação com os tecidos gengi-
vais, fraturas secundárias ou doença 
periodontal avançada.
Em geral, quando há contaminação da 
estrutura dentária remanescente, o processo 
de perda na reabsorção por substituição tende 
a ser mais rápido e desordenado, e pode estar 
associado a uma fístula na região.
O QUE FAZER COM UM DENTE 
COM REABSORÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO
1°) Planejar sua perda por exodontia ou 
por perda natural clinicamente as-
sistida, colocando-o em oclusão ou 
levemente em sobreoclusão traumá-
tica para acelerar sua perda. Com a 
última forma, o volume ósseo pode 
ficar preservado, incluindo os níveis 
dos tecidos gengivais (Fig. 1).
2°) Planejar o fechamento do espaço or-
todonticamente. 
3°) Planejar a colocação de um im-
plante osseointegrável no local para 
substituí-lo com ou sem exodon-
tia previamente. Incluir um dente 
com reabsorção por substituição 
como parte de um planejamento 
reabilitador não é conveniente, pois 
fatalmente será perdido, mesmo 
que ainda com um considerável re-
manescente radicular: a perda será 
apenas uma questão de tempo. Esses 
dentes, quando submetidos a forças 
em contexto protético reabilitador, 
têm uma aceleração no ritmo da 
reabsorção por substituição.
4°) Se houver contaminação dos dentes 
com reabsorção por substituição, 
deve-se planejar: a) eliminação de 
fragmentos de tecidos mineraliza-
dos contaminados; b) curetagem 
cirúrgica; c) cobertura antibiótica; 
e d) controle pós-operatório para 
detectar a volta à normalidade dos 
14 Dental Pres Implantol. 2014 July-Sept;8(3):10-4
Consolaro A
tecidos remanescentes. Depois des-
tes procedimentos, será pertinente 
uma avaliação e planejamento, que, 
em geral, incluirá enxertos ósseos, 
gengivais e outros procedimentos 
para recompor uma anatomia local 
que favoreça a aplicação de implan-
tes osseointegráveis na área.
O OSSO FORMADO NO LUGAR DA RAIZ 
É NORMAL? E OS FRAGMENTOS 
RADICULARES ENVOLVIDOS NA 
REABSORÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO 
PODEM ATRAPALHAR A 
OSSEOINTEGRAÇÃO?
O osso, depois da anquilose alveoloden-
tária instalada, vai remodelando-se nos espa-
ços e tecidos dentáriosque incorporou em sua 
estrutura (Fig. 1). O tecido ósseo, a dentina e 
cemento acabam formando um emaranhado 
de tecidos mineralizados sem distinção pa-
ras as células ósseas. Para as células ósseas, os 
tecidos dentários mineralizados são tecidos 
a serem reabsorvidos e substituídos natural-
mente, como se fosse osso normal (Fig. 1). 
Se o local não estiver contaminado por 
bactérias, no local pode-se preparar o alvéolo 
cirúrgico para colocação de implantes osseoin-
tegráveis, e o processo de reparo peri-implan-
tar ocorrerá normalmente. A vantagem de não 
se procurar remover todos os fragmentos den-
tários está no fato de poupar os níveis teciduais 
cervicais e volumes ósseos da região, facili-
tando, assim, o resultado funcional e estético 
do implante. As interfaces em segmentos do 
implante osseointegrável com fragmentos de 
tecido dentário ainda presente em nada atra-
palhará a osseointegração, a não ser que esses 
fragmentos estejam contaminados. 
O traumatismo dentário, quando mane-
jado adequadamente, resulta em tratamentos 
endodônticos logo após o ocorrido, em geral, 
15 dias depois, sem tempo para que ocorra a 
contaminação microbiana da estrutura radi-
cular. Em muitos casos, os dentes com reab-
sorção por substituição apresentam-se com 
vitalidade pulpar (Fig. 1). O sinal mais explí-
cito e claro de contaminação da estrutura ra-
dicular remanescente é a presença de fístula 
ou drenagem de secreção via sulco gengival.
CONSIDERAÇÃO FINAL
Os dentes com anquilose alveolodentária 
naturalmente evoluirão para reabsorção por 
substituição, e, desde que sem contaminação 
microbiana, devem ser considerados no con-
texto ósseo como mais uma das estruturas a 
serem remodeladas continuadamente (Fig. 1). 
A remodelação constante representa uma das 
características mais marcantes da biologia ós-
sea, haja vista que serve para manter estável 
o nível sanguíneo de cálcio e outros minerais 
essenciais a manutenção da vida.
As áreas ósseas com raízes ou fragmentos 
radiculares em reabsorção por substituição, 
desde que livres de contaminação microbia-
na, podem ser incluídas nas áreas onde se fa-
rão alvéolos cirúrgicos para receber implantes 
osseointegráveis (Fig. 1), que não atrapalha-
rão o processo de reparo ósseo peri-implan-
tar, mais conhecido como osseointegração.
1. Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 3a ed. 
Maringá: Dental Press; 2012.
REFERÊNCIAS:

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