Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Caroline Aparecida Camaçari Ribeiro Priscila Cintra Tamiris Honório Lemos ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COM ELABORAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS Pé Direito Acabamentos e Construção Promissão – SP LINS – SP 2016 CAROLINE APARECIDA CAMAÇARI RIBEIRO PRISCILA CINTRA TAMIRIS HONÓRIO LEMOS ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COM ELABORAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Me. Irso Tófoli e orientação técnica da Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner. LINS - SP 2016 Ribeiro, Caroline Aparecida Camaçari; Cintra, Priscila; Lemos, Tamiris Honório. Análise econômico-financeira com elaboração dos demonstrativos contábeis: Pé Direito Acabamentos e Construção / Caroline Aparecida Camaçari Ribeiro; Priscila Cintra; Tamiris Honório Lemos. – – Lins, 2016. 87p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2016. Orientadores: Irso Tófoli; Érica Cristiane dos Santos Campaner. 1. Análise Financeira. 2. Demonstrações Contábeis. 3. Indicadores Financeiros. 4. Tomada de Decisão. I Título. CDU 657 R368a CAROLINE APARECIDA CAMAÇARI RIBEIRO PRISCILA CINTRA TAMIRIS HONÓRIO LEMOS ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COM ELABORAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Aprovada em: _____/______/_____ Banca Examinadora: Prof. Orientador: Me. Irso Tófoli Titulação: Mestre em Administração pela CNEC – FACECA - MG Assinatura: _________________________________ 1º Prof.: Euclides Reame Junior Titulação: Mestre em Engenharia da Produção pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP Assinatura: _________________________________ 2º Profª: Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa Titulação: Mestra em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília - UNIMAR Assinatura: _________________________________ Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora por sempre estarem ao meu lado, guiando-me, dando-me forças, e me levantando todas as vezes que cai, por me ajudarem a enfrentar todas as dificuldades que tive no decorrer destes 4 anos, por ter me concedido a realização desde sonhos. “Que até aqui sua mão me sustentou”. Obrigada Pai e Mãe do céu. Aos meus pais Zemilda e Joaquim por todo esforço e sacrifício que fizeram para que eu conseguisse cursar essa faculdade, por toda força e conselhos nas horas difíceis, por me segurarem quando cai me dando o apoio necessário para me levantar. A vocês toda minha gratidão. A minha irmã Maria Gabriela por todo o apoio, ao namorado William por sempre estar do meu lado me apoiando e dando força para que eu não desistisse. A todos os meus amigos e em especial as amigas e parceiras deste trabalho Priscila e Tamiris que fizeram parte da minha formação me ajudando em todos os momentos de dúvidas e dificuldade. Aos Professores: Rosiane Sozzo Gouveia, Irso Tófoli, Ricardo Santos, Andre Santos e Rogério Canuto, por terem me amparado no momento em que mais precisei e fizeram de tudo para que eu não desistisse, sou muito grata á vocês por tudo. Ao professor Irso Tófoli, pela orientação, apoio e confiança. A todos o meu muito obrigada. Caroline Aparecida Camaçari Ribeiro Dedico este trabalho em primeiro lugar а Deus ao qual durante toda a trajetória iluminou mеυ caminho, me sustentou e me deu coragem para a realização deste sonho. Aos meus pais, Carlos e Lucinéia Cintra, por sempre acreditarem em mim e não medirem esforços para tornar possível a minha graduação. A minha irmã, Jéssica, que aturou com paciência toda minha bagunça com papelada e livros neste último ano. Ao meu namorado, que sempre me apoiou e incentivou. Aos meus amigos e principalmente as minhas companheiras de TCC, Caroline e Tamiris, que com sua dedicação e esforço tornaram a realização deste trabalho possível. Priscila Cintra Dedico esse trabalho, primeiramente a Deus, pois Ele é o grande responsável por eu ter chegado até aqui. Por ter me concedido sabedoria, saúde, disposição e por sempre me levar a fazer o meu melhor ao longo desta jornada. É com muita gratidão que concluo mais essa etapa da minha vida. Aos meus familiares que sempre acreditaram em mim e não me deixaram desanimar perante os momentos difíceis. Em especial a minha mãe Teresa que sempre me apoiou e esteve pronta para me ajudar no que fosse preciso. Ao meu pai André (in memoriam) que partiu antes da conclusão dessa etapa da minha vida, mas que com certeza se orgulhou de mim. E a minha avó Cida, que sempre me ajudou com seus valiosos conselhos. Ao meu querido noivo, e melhor amigo, Vinícius, que sempre esteve presente me incentivando e não me deixando desistir. Obrigada pela infinita paciência, você trouxe a calmaria nos momentos em que me desesperei. Obrigada por sempre acreditar em mim. Aos professores que nos passaram tanto conhecimento, nos ensinando e motivando a sermos grandes profissionais. Em especial, ao querido orientador, Irso Tófoli, que sempre esteve disposto a nos auxiliar. Agradeço por ter acreditado no nosso potencial, por todo o incentivo e paciência durante toda a orientação. As minhas companheiras de grupo Caroline e Priscila, pela amizade construída ao longo desses anos. Obrigada por todo o esforço, dedicação e paciência na realização desse trabalho. Obrigada a todos! Tamiris Honório Lemos AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus, pois sem Ele não conseguiríamos concluir mais esta etapa das nossas vidas. Aos nossos pais, por toda contribuição e incentivo para a realização deste sonho. À empresa Pé Direito Acabamentos e Construção, que desde o início nos recebeu de portas abertas, nos fornecendo todas as informações necessárias e precisas para a realização desse trabalho. À esta instituição e seu corpo docente que compartilharam conhecimento e experiências durante esses quatro anos de curso. Aos professores da banca examinadora pela contribuição a este trabalho. Em especial ao nosso querido orientador, Prof. Me. Irso Tófoli, com sua competência e carinho se prontificou a nos ajudar, não medido esforços para concluirmos esse trabalho. À professora Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner, que sempre se colocou a total disposição para nos ajudar no que fosse preciso. Aos colegas de sala, pelas experiências trocadas e pelos momentos de alegria que compartilhamos durante esses anos. Caroline, Priscila e Tamiris RESUMO Em tempos onde a recessão econômica está crescendo em nosso país e com a competitividade entre as empresas cada vez mais acirrada, os gestores buscam por mecanismos que auxiliem na tomada de decisão de modo que não haja falhas que comprometam o futuro da organização, realizando avaliações periódicas. A Análise Financeira é uma ferramenta que proporciona uma avaliação constante dos negócios, possibilitando uma maior visão e permitindo a antecipação de cenários para planejar suas atividades, com isto, poderão tomar medidas corretivas, se assim for necessário. Através dos indicadores financeiros, é possível conhecer a real situação da empresa, saber se a empresa está lucrando ou não, e quais as suas deficiências e qualidades. Este trabalho teve como objetivo conhecer a importância da análise econômico-financeira em tempos de recessão econômica, para uma melhor gestão da empresa,em uma empresa do ramo da construção civil, na cidade de Promissão, SP. Para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma revisão da literatura sobre o assunto abordado, e após o estudo bibliográfico, foi desenvolvida a pesquisa de campo com elaboração das demonstrações contábeis e aplicação da Análise Financeira Tradicional, Necessidade de Capital de Giro e Esquema Margem X Giro. Através da pesquisa realizada, comprovou-se que uma análise, com base em informações precisas, possibilita conhecer a saúde financeira da empresa proporcionando decisões mais acertadas. Palavras-chave: Análise financeira. Demonstrações contábeis. Indicadores financeiros. Tomada de decisão. ABSTRACT In times where the economic recession are growing in our country and the competitiveness between the companies increasingly fierce. The managers seek for mechanisms to assist in decision making so that there are no flaws that compromise the future of the organization, conducting periodic assessments.The Financial Analysis is a tool that provides a constant assessment of the business, making able increase the vision and allowing the anticipation of scenarios to plan their activities, this may take corrective measures, if so required. Through its financial indicators, it is possible to know the real situation of the company, whether the company is making money or not, and what its shortcomings and qualities. This study aimed to know the importance of economic and financial analysis in times of economic recession, for better management of the company, in a company of the construction industry in the city of Promissão, SP. To achieve the proposed objectives, a review of literature on the subject matter was held, and after the bibliographical study, field research was conducted with the preparation of financial statements and application of the Financial Analysis Traditional, Working Capital Requirement and Scheme Margin X Giro. Through the survey, it was found that an analysis based on accurate information possible to know the financial health of the company providing better decisions. Keywords: Financial analysis. Accounting statements. Financial indicators. Decision making. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Fachada da empresa .......................................................................... 19 Figura 2: Estrutura organizacional .................................................................... 22 Figura 3: Balanço Patrimonial ........................................................................... 29 Figura 4: Demonstração do Resultado do Exercício ......................................... 30 Figura 5: Cálculo Análise Vertical ..................................................................... 31 Figura 6: Cálculo Análise Horizontal ................................................................. 32 Figura 7: Balanço Patrimonial ........................................................................... 56 Figura 8: Demonstração do Resultado do Exercício ......................................... 56 Figura 9: Índices de Liquidez ............................................................................ 57 Figura 10: Índices de Estrutura de Capital ........................................................ 60 Figura 11: Índices de atividades ....................................................................... 62 Figura 12: Giros ................................................................................................ 63 Figura 13: Ciclo Operacional............................................................................. 64 Figura 14: Ciclo Financeiro ............................................................................... 65 Figura 15: Índices de Lucratividade e Rentabilidade ........................................ 66 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Cálculo do Saldo de Tesouraria. ..................................................... 69 Quadro 2 - Taxa de Retorno sobre Investimento .............................................. 70 file:///G:/FACULDADE/2016/TCC/TCC/TCC.docx%23_Toc464040296 file:///G:/FACULDADE/2016/TCC/TCC/TCC.docx%23_Toc464040298 file:///G:/FACULDADE/2016/TCC/TCC/TCC.docx%23_Toc464040299 file:///G:/FACULDADE/2016/TCC/TCC/TCC.docx%23_Toc464040300 file:///G:/FACULDADE/2016/TCC/TCC/TCC.docx%23_Toc464040301 file:///G:/FACULDADE/2016/TCC/TCC/TCC.docx%23_Toc464040306 file:///G:/FACULDADE/2016/TCC/TCC/TCC.docx%23_Toc464040307 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AC: Ativo Circulante ACF: Ativo Circulante Financeiro ACO: Ativo Circulante Operacional AH: Análise Horizontal AHa: Análise Horizontal sobre o Ano Anterior AHb: Análise Horizontal sobre o Ano Base ANC: Ativo Não Circulante AV: Análise Vertical CE: Composição do Endividamento CGL: Capital de Giro Líquido CGP: Capital de Giro Próprio CMPC: Custo Médio Ponderado de Capital DRE: Demonstração do Resultado do Exercício GA: Giro do Ativo GCR: Giro de Contas a Receber GE: Giro de Estoques GF: Giro de Fornecedores GI: Giro do Imobilizado IECP: Índice de Endividamento de Curto Prazo IEG: Índice de Endividamento Geral IIPL: Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido IIRñC: Índice de Imobilização de Recursos não Correntes ILC: Índice de Liquidez Corrente ILG: Índice de Liquidez Geral ILI: Índice de Liquidez Imediata ILS: Índice de Liquidez Seca IPCT: Índice de Participação de Capital de Terceiros LL: Lucro Líquido MB: Margem Bruta PL: Patrimônio Líquido MOP: Margem Operacional NCG: Necessidade de Capital de Giro PC: Passivo Circulante PCF: Passivo Circulante Financeiro PCO: Passivo Circulante Operacional PELP: Passivo Exigível a Longo Prazo PL: Patrimônio Líquido PMPC: Prazo Médio de Pagamento de Compras PMRE: Prazo Médio de Renovação de Estoques PMRV: Prazo Médio de Recebimento de Vendas PNC: Passivo Não Circulante ROA: Retorno sobre o Ativo Total ROE: Return On Equity (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) ROI: Retorno Sobre o Investimento RSPL: Retorno sobre o Patrimônio Líquido ST: Saldo de Tesouraria VEA: Valor Econômico Agregado SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17 CAPÍTULO I – PÉ DIREITO ACABAMENTOS E CONSTRUÇÃO .................. 19 1 EMPRESA ........................................................................................... 19 1.1 Evolução histórica ................................................................................ 19 1.2 Missão, vocação, valores e visão ......................................................... 21 1.2.1 Missão .................................................................................................. 21 1.2.2 Vocação ............................................................................................... 21 1.2.3 Valores ................................................................................................. 21 1.2.4 Visão .................................................................................................... 21 1.2.5 Visão futura .......................................................................................... 22 1.3 Estrutura organizacional ....................................................................... 22 1.4 Produtos ............................................................................................... 23 1.5 Clientes ................................................................................................ 24 1.6 Fornecedores ....................................................................................... 24 1.7 Concorrência ........................................................................................ 25 1.8 Propaganda .......................................................................................... 25 1.9 Responsabilidade social .......................................................................26 2 PERSPECTIVAS.................................................................................. 26 CAPÍTULO II - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ................................... 27 1 CONCEITO DA ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA ..................... 27 1.1 A importância da análise econômico-financeira ................................... 27 2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................... 28 2.1 Balanço Patrimonial ............................................................................. 28 2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ........................................... 30 3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ............................................... 31 3.1 Análise Vertical .................................................................................... 31 3.2 Análise Horizontal ................................................................................ 32 4 INDICADORES FINANCEIROS .......................................................... 33 4.1 Índices de Liquidez............................................................................... 33 4.1.1 Índice de Liquidez Geral ....................................................................... 34 4.1.2 Índice de Liquidez Corrente ................................................................. 34 4.1.3 Índice de Liquidez Imediata .................................................................. 35 4.1.4 Índice de Liquidez Seca ....................................................................... 35 4.1.5 Capital de Giro Líquido ......................................................................... 36 4.1.6 Capital de Giro Próprio ......................................................................... 36 4.2 Índices de Estrutura de Capital ............................................................ 37 4.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros .................................... 37 4.2.2 Índice de Endividamento Geral ............................................................ 38 4.2.3 Índice de Endividamento de Curto Prazo ............................................. 38 4.2.4 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido ...................................... 39 4.2.5 Índice de Imobilização de Recursos não Correntes ............................. 39 4.2.6 Composição do Endividamento ............................................................ 40 4.3 Índices de Atividades ........................................................................... 40 4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques ............................................ 41 4.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas ............................................ 41 4.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras ........................................... 42 4.3.4 Ciclo Operacional ................................................................................. 42 4.3.5 Ciclo Financeiro ................................................................................... 42 4.3.6 Giro de Estoques ................................................................................. 43 4.3.7 Giro de Conta a Receber ..................................................................... 43 4.3.8 Giro de Fornecedores .......................................................................... 44 4.3.9 Giro do Ativo ........................................................................................ 44 4.3.10 Giro do Imobilizado .............................................................................. 45 4.4 Índice de Lucratividade e Rentabilidade ............................................... 45 4.4.1 Rentabilidade das Vendas ................................................................... 45 4.4.1.1 Margem Bruta ....................................................................................... 46 4.4.1.2 Margem Operacional............................................................................. 46 4.4.1.3 Margem Líquida .................................................................................... 46 4.4.2 Retorno sobre o Ativo Total .................................................................. 47 4.4.3 Retorno sobre o Patrimônio Líquido ..................................................... 47 4.5 Capital de Giro ..................................................................................... 48 4.6 Necessidade de Investimento de Capital de Giro ................................ 48 4.7 Saldo em Tesouraria ............................................................................ 49 4.8 Efeito Tesoura ...................................................................................... 50 4.9 Retorno Sobre o Investimento .............................................................. 50 4.10 Custo Médio Ponderado de Capital ..................................................... 51 4.11 Valor Econômico Agregado .................................................................. 51 4.12 Sistema DuPont de Análise .................................................................. 52 CAPÍTULO III – PESQUISA DE CAMPO ......................................................... 54 1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA PÉ DIREITO ACABAMENTOS E CONSTRUÇÃO ................................................... 54 1.1 Demonstrações contábeis .................................................................... 55 2 ANÁLISE DOS INDICADORES FINANCEIROS ................................. 56 2.1 Índice de Liquidez ................................................................................ 57 2.1.1 Índice de Liquidez Geral ....................................................................... 57 2.1.2 Índice de Liquidez Corrente ................................................................. 58 2.1.3 Índice de Liquidez Imediata .................................................................. 58 2.1.4 Índice de Liquidez Seca ....................................................................... 58 2.1.5 Capital de Giro Líquido ......................................................................... 59 2.1.6 Capital de Giro Próprio ......................................................................... 59 2.2 Índices de Estrutura de Capital ............................................................ 59 2.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros .................................... 60 2.2.2 Índice de Endividamento Geral ............................................................ 60 2.2.3 Índice de Endividamento de Curto Prazo ............................................. 61 2.2.4 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido ...................................... 61 2.2.5 Índice de Imobilização de Recursos não Correntes ............................. 61 2.2.6 Composição do Endividamento ............................................................ 62 2.3 Índice de Atividades ............................................................................. 62 2.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques ............................................ 63 2.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas ............................................ 63 2.3.3 Prazo Médio de Pagamento de Compras ............................................ 64 2.3.4 Ciclo Operacional ................................................................................. 64 2.3.5 Ciclo Financeiro ................................................................................... 64 2.3.6 Giro do Ativo ........................................................................................ 65 2.3.7 Giro do Imobilizado .............................................................................. 66 2.4 Índice de Lucratividade e Rentabilidade ............................................... 66 2.4.1 Rentabilidade das Vendas ...................................................................66 2.4.1.1 Margem Bruta ...................................................................................... 67 2.4.1.2 Margem Operacional............................................................................ 67 2.4.1.3 Margem Líquida ................................................................................... 67 2.4.2 Retorno sobre o Ativo Total .................................................................. 67 2.4.3 Retorno sobre o Patrimônio Líquido ..................................................... 68 2.5 Necessidade de Investimento em Capital de Giro ............................... 68 2.6 Saldo em Tesouraria ............................................................................ 68 2.7 Efeito Tesoura ...................................................................................... 69 2.8 Sistema DuPont de Análise .................................................................. 69 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 70 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 72 CONCLUSÃO ................................................................................................... 73 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 75 APÊNDICES ..................................................................................................... 77 17 INTRODUÇÃO Diante de um cenário onde a recessão econômica está crescendo em nosso país e com a competitividade entre as empresas cada vez mais acirrada, os gestores necessitam de um conhecimento aprofundado nas informações para a tomada de decisão de modo que não haja falhas que comprometam o futuro da organização. Para que a empresa possa sobreviver diante desse cenário, é necessário que os gestores se utilizem de ferramentas que proporcionem uma avaliação constante de seus negócios, possibilitando uma maior visão sobre eles e permitindo a antecipação de cenários para planejar suas atividades, com isto, poderão tomar medidas corretivas, se assim for necessário. A análise econômico-financeira, por exemplo, é uma ferramenta que possibilita a avaliação de desempenho de uma empresa em vários contextos. Permite, através dos indicadores, conhecer a real situação da empresa, saber se a empresa está lucrando ou não, e quais as suas deficiências e qualidades. Além da análise dos indicadores é oportuno que as empresas trabalhem, também, com a análise da Necessidade de Capital de Giro e da Taxa de Retorno Esquema Margem e Giro. Conhecendo a importância desses elementos, estabeleceu-se como objetivo a busca de um aprofundamento do conhecimento da importância da análise econômico-financeira em tempos de recessão econômica, para uma melhor gestão da empresa, em uma organização do ramo da construção civil, na cidade de Promissão, SP. Durante a pesquisa exploratória surgiu o seguinte questionamento: em períodos de crises de mercado, conhecer a situação econômico-financeira da empresa proporciona gestão com decisões mais acertadas? Com a necessidade de resposta, surgiu, a priori, a seguinte hipótese: a análise econômico-financeira proporciona aos gestores informações que revelam a atual situação da empresa, apontando seus pontos fortes e fracos, proporcionando fundamentos essenciais para a tomada de decisões mais acertadas. E, para demonstrar a veracidade da hipótese foi realizado um estudo de 18 caso na empresa Pé Direito Acabamentos e Construção, que gentilmente prontificou-se a disponibilizar documentos necessários avulsos para o efetivo desempenho dos trabalhos, haja vista não dispor de dados contábeis, no momento, que selecionados, ajustados e agrupados transformaram-se no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultados, que fundamentam a análise. Os métodos e técnicas utilizados na pesquisa de campo estão descritos no capítulo III. O trabalho contempla três capítulos, assim distribuídos: Capítulo I – apresenta dados e informações da empresa analisada, como a história de seu surgimento e expansão, seus proprietários, sua estrutura organizacional e suas perspectivas. Capítulo II – aborda os conceitos das demonstrações contábeis e de sua análise econômico-financeira, demonstrando sua aplicação e detalhando cada índice, afim de auxiliar na realização do estudo de caso. Capítulo III – relata a estruturação das demonstrações contábeis e a aplicação da análise econômico-financeira, bem como os resultados obtidos no período de fevereiro a outubro de 2016. Finalizando o trabalho, são apresentadas a proposta de intervenção e conclusão. 19 CAPÍTULO I PÉ DIREITO ACABAMENTOS E CONSTRUÇÃO 1 EMPRESA 1.1 Evolução histórica Inaugurada em 04 de março de 2011, localizada no município de Promissão/SP, a Pé Direito Acabamentos e Construção, situa-se na Praça Primeiro de Maio, Centro, surgiu da vontade de dois irmãos Márcio e Emerson Baptista em possuírem seu próprio negócio. Figura 1 Fachada da empresa Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016 A escolha do nome Pé Direito surgiu por tratar-se de uma expressão 20 comumente utilizada em arquitetura, engenharia e construção em geral, que indica a distância da base do pavimento (solo) ao teto, além, do bordão popular que tudo aquilo que começa bem e vai bem, começa com o Pé Direito. A princípio devido ao pouco capital, a empresa oferecia uma limitada variedade de produtos contando com apenas 43 itens, contudo, graças ao conhecimento que os irmãos já possuíam na época no ramo de construção, ao planejamento e os contatos que fizeram ao longo do tempo na área, a quantidade de produtos oferecidos não impediu a boa aceitação que a empresa obteve na cidade. Trabalhando para ganharem cada vez mais o mercado e alcançar seus objetivos financeiros, os proprietários Márcio e Emerson apostaram no aperfeiçoamento de sua equipe, na inovação do atendimento para as vendas dos materiais de construção, apresentação de soluções criativas para as obras de seus clientes aos quais buscam estabelecer um relacionamento de confiança e respeito, para isso, procuram oferecer preços mais competitivos, produtos de excelente qualidade, trazer as novidades do ramo e principalmente priorizar as vontades, sugestões e críticas de seus clientes para contribuição no crescimento do negócio. Com o aumento das vendas surgiu à ideia da abertura de uma segunda loja, que foi inaugurada em setembro de 2012, localizada na Avenida Francisco Gimenes, na cidade de Promissão. Devido algumas deficiências na gestão de pessoas e apesar do aumento das vendas, o faturamento da loja 2 não era o suficiente para manter-se, sendo necessário muitas vezes uma intervenção financeira da sede para cobrir as despesas, desta forma em abril de 2014 a segunda loja encerrou suas atividades. Sem perder o foco nunca, hoje, a Pé Direito conta com uma gama de 10 mil itens em sua loja, distribuídos em 1.200m², além, do Centro de Distribuição que foi necessário ser criado para tornar possível o crescimento da empresa e armazenagem de seus produtos brutos, ou seja, aqueles que ocupam maior espaço, e da própria madeireira onde é realizado o processamento da madeira, além, da fabricação de alguns produtos como mesas e bancos. Juntos o centro de distribuição e a madeireira somam uma área de mais de 10.000m². Oferecendo produtos desde o básico, acabamento, hidráulica, elétrica, madeira, metais até decoração, a empresa já conquistou um lugar entre as 21 principais lojas de materiais de construção da cidade e da região. 1.2 Missão, vocação, valores e visão Para que uma empresa possa obter sucesso no mercado é necessário que antes de qualquer coisa trace com muita clareza os caminhos que deseja trilhar, serãoestes os pilares da organização. Com a Pé Direito não foi diferente, a empresa sabe muito bem aonde quer chegar e tem bem delineadas a missão, a visão, a vocação e os valores que servem para toda a estrutura organizacional como um guia motivador. 1.2.1 Missão Estabilizar-se no mercado de construção de Promissão e região, aumentar de forma controlada o crescimento do faturamento, mix, veículos e imobilizados, sem perder o foco econômico. Honrar os compromissos com fornecedores, funcionários e clientes, ter excelência no atendimento. 1.2.2 Vocação Vender materiais de qualidade e variedade, a preços competitivos, atender bem para atender sempre, cumprir com os prazos e produtos combinados com o cliente. 1.2.3 Valores Respeitar cada pessoa, prazos e acordo, valorizar qualidade acima do preço, união dos sócios e colaboradores, ambiente familiar. 1.2.4 Visão Buscar constantemente a inovação por meio da procura de novos negócios no ramo, agregando desta forma maior valor a empresa. Ganhar cada vez mais espaço entre seus concorrentes e aumentar continuamente a gama 22 de produtos oferecidos. 1.2.5 Visão futura Almeja tornar-se uma empresa cada vez mais sólida no mercado, possibilitando desta forma a expansão de novos estabelecimentos comerciais e investimento em novos negócios no ramo de construção. Ser reconhecida como um grupo que agrega valores para a região, obras e também para seus funcionários, oferecendo não somente produtos de qualidade, mas também respeito com seus colaboradores e clientes, transparência e comprometimento sempre. 1.3 Estrutura organizacional Atualmente, a Pé Direito opera as suas atividades com a colaboração de 26 funcionários. A figura 2 ilustra como os seus departamentos estão organizados: Figura 2: Estrutura organizacional Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016 GERÊNCIA ADMINISTRATIVA GERÊNCIA DE VENDAS CAIXA VENDEDORES AUXILIAR DE LIMPEZA SUPERVISOR DE ESTOQUE AJUDANTE GERAL MARCENEIRO SUPERVISOR DE LOGÍSTICA MOTORISTAS 23 a) gerência administrativa: é responsabilidade do sócio Emerson, onde são tomadas todas as decisões e realizados todos os processos burocráticos da empresa. Responsável por toda a parte financeira, compras, marketing e recursos humanos, dando suporte a todos os outros setores da empresa; b) gerência de vendas: é responsabilidade do sócio Márcio, onde seu papel é liderar a loja, coordenar o trabalho dos vendedores, gerenciando equipes, delegando atribuições, cobrando resultados e avaliando desempenho; c) supervisor de estoque: responsável por todo o controle de entrada e saída, armazenamento, e inventário anual de todos os produtos. Também tem a responsabilidade de liderar a equipe de ajudantes do centro de distribuição; d) supervisor de logística: responsável pela supervisão da entrega do produtos aos clientes e pela liderança dos motoristas; e) vendedores: responsáveis pelo atendimento aos clientes, pela efetivação das vendas e pela fidelização dos clientes; f) operadores de caixa: responsável por registrar a venda, receber do cliente e controlar e organizar o fluxo de dinheiro do seu caixa; g) auxiliares de limpeza: responsáveis pela limpeza e manutenção da loja; h) ajudantes gerais: responsáveis por auxiliar nas atividades relacionadas ao estoque e entrega de mercadorias; i) motoristas: responsáveis pelas entregas a domicílio; j) marceneiros: responsáveis pelos pela fabricação de batentes, mesas, bancos e outros produtos. 1.4 Produtos Com a competitividade no mercado cada vez mais acirrada, as empresas buscam produtos de qualidade, lançamentos, atrativos e marcas que ofereçam garantia, para a maior satisfação dos seus clientes. E na Pé Direito não é diferente, a empresa se preocupa em oferecer o melhor produto aos seus clientes. 24 A Pé Direito comercializa produtos direcionados a construção civil, suprindo as necessidades de todas as fases da obra, da construção até ao acabamento em geral. Conta com um portfólio com mais de 10 mil produtos, sendo alguns de fabricação própria como: coxos, mesas, bancos entre outros produtos fabricados da madeira. 1.5 Clientes O lema é: “aqui na Pé Direito o cliente é o patrão.” Dando ênfase no bom atendimento antes, durante e depois da venda. A construção de um bom relacionamento entre o cliente e a empresa é fundamental, é uma forma de a empresa manter-se no mercado. Além de um produto de qualidade, preços e prazos, o cliente busca um bom atendimento, isso o fideliza e conquista uma maior gama de clientes. Atualmente, a loja conta com aproximadamente 4 mil clientes, onde passam por dia cerca de 200 deles. Movimentando assim uma média de 140 vendas por dia, sendo 95% das vendas destinadas a pessoa física e apenas 5% a pessoa jurídica. 1.6 Fornecedores Os fornecedores são grandes parceiros da empresa desde o início de suas atividades. Quando a empresa ainda não possuía capital para investir no seu estoque, alguns dos fornecedores forneceram os seus produtos em forma de consignação, o que foi de grande ajuda para o crescimento da organização. A Pé Direito acredita que manter uma boa relação com seus fornecedores ajuda a melhorar o desempenho da empresa. Hoje, a Pé Direito conta com mais de 380 fornecedores cadastrados para atender seu portfólio de venda, que cresce a cada dia. Os principais fatores levados em consideração na hora da escolha do fornecedor são qualidade, menor preço e melhor condição de pagamento. Atualmente destaca-se como principais fornecedores a Votorantim, Amanco, Tramontina, Sasazaki e Embramaco. 25 1.7 Concorrência Dada a atual conjuntura da economia do país, o número de empresas vem reduzindo gradualmente tornando desta forma a concorrência ainda mais estreita. A Pé Direito sempre fez parte do grupo de empresas que acompanham de perto seus concorrentes identificando-os em três grupos: grupo direto, indireto e de mercado profissional. Conforme Kotler (2000), concorrentes diretos, são aqueles que vendem a mesma linha de produtos que a Pé Direito, atingem o mesmo público alvo e possuem uma faixa de preço próxima da oferecida pela empresa. Neste grupo foram listados seus maiores concorrentes, tais como, Grupo Marelli Promad e Finóka Center, ambos situados na cidade de Promissão, contando ainda com a Madeireira Linense localizada na cidade de Lins. No grupo dos concorrentes indiretos, encontram-se aqueles que não oferecem os mesmos produtos, porém, atingem o mesmo público alvo. Este grupo é representado pelas construtoras que apesar de não fazerem a venda dos materiais, ao serem contratadas para determinada obra conseguem negociar diretamente com os fornecedores de materiais de construção por preços bem melhores, desta forma, não haverá a necessidade de compras em depósitos de construção. Concorrência de mercado profissional trata-se de uma excelente estratégia e uma forma de garantir o crescimento do faturamento, baseia-se em ter o profissional que atua no ramo de construção civil fidelizado a loja, pois, este poderá influenciar o cliente a comprar na loja na qual ele possui um bom relacionamento. 1.8 Propaganda A propaganda é uma ferramenta que procura estimular o poder de compra das pessoas e atrair novos clientes. A Pé Direito investe mensalmente na divulgação da loja na cidade de Promissão e região, através de: rádios, carro de som, panfletos, redes sociais e visitas em obras. Todas estas ferramentas auxiliam e atraem novos públicos para 26 compras 1.9 Responsabilidade social Uma empresa que valoriza a importância da responsabilidade social aumenta a satisfação de grande parcela dos seus clientes e ganha vantagem competitiva perante os seus concorrentes. A Pé Direito aposta nos benefícios na atuação do desenvolvimentoda sociedade, adotando uma postura séria e ética que prioriza a prática da responsabilidade social. Acreditando em seus valores, a empresa tem o comprometimento em ajudar mensalmente a APAE, Asilos Vicentinos e projetos esportivos. 2 PERSPECTIVAS No início a meta era estar entre as três maiores empresas do ramo da construção da cidade, hoje essa meta já foi alcançada e com isso se tem a proposição de triar novos objetivos, ou seja, traçar novos caminhos, investir em outros negócios e ampliar em médio/longo prazo. 27 CAPÍTULO II ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA 1 CONCEITO DA ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA 1.1 A importância da análise econômico-financeira A análise de balanços trata-se de uma técnica datada desde a segunda metade do século passado, muito utilizada pelos banqueiros daquela época, tem por finalidade acompanhar, avaliar e interpretar a real situação econômico- financeira da empresa. (IUDÍCIBUS, 2008) “A análise de balanços permite uma visão da estratégia e da visão da empresa analisada, permite estimar o seu futuro, limitações e potencialidades. ” (BRANCO apud MARION, 2012, p. 11) A análise financeira por se tratar de um procedimento que avalia as mutações patrimoniais, permitindo aos gestores uma visão ampla sobre a real situação da saúde econômico e financeira da empresa, potencializando desta forma tomada de decisões mais acertadas, deverá ser uma ferramenta de uso contínuo pela empresa possibilitando conhecimento dos problemas já existentes e soluções para os mesmos e trará conhecimento sobre todos os riscos envolvidos em negócios futuros. Segundo o autor: A análise de balanços é fundamentalmente comparativa. Ou seja, determinado índice, quando avaliado isoladamente não produz informações suficientes para uma correta conclusão. É indispensável que se conheça como evoluiu esse resultado nos últimos anos e em que nível ele se situa em relação aos concorrentes e aos padrões de mercado. (ASSAF NETO, 2007, p. 63) A análise econômico-financeira não se restringe a apenas um tipo de empresa, podendo ser aplicada em qualquer tipo de organização, pois, seus resultados possibilitam a comparação com empresas do mesmo ramo, revelando desta forma se seus índices encontram-se dentro dos limites de normalidade. 28 Diante do exposto, este trabalho teve o objetivo de conhecer os procedimentos e técnicas utilizados na análise econômico-financeira e analisar as demonstrações contábeis da empresa. 2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A demonstração contábil é a apresentação dos principais acontecimentos registrados pela contabilidade em dado período, tem o objetivo de fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, desempenho e fluxo de caixa da organização. A Lei das Sociedades por Ações, Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07, estabelece que ao final de cada período social o gestor deve elaborar as respectivas demonstrações e determina a estrutura das quatro demonstrações essenciais: Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos. Destaca-se que além da elaboração dessas quatro demonstrações, será necessária a complementação obrigatória por meio de Notas Explicativas. (ASSAF NETO; LIMA, 2011) Segundo o autor: Somente pelo entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se pode desenvolver avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa. (ASSAF NETO, 2007, p. 65) Portanto, os relatórios contábeis são um meio obrigatório de prestações de contas das organizações e a interpretação destes é fundamental para a análise de balanços. 2.1 Balanço Patrimonial Esta demonstração é responsável por evidenciar a situação financeira e patrimonial de uma organização em determinado momento. De acordo com Tófoli (2012), o Balanço Patrimonial é a demonstração 29 contábil que apresenta todos os bens e direitos da empresa (Ativo) e suas obrigações (Passivo). Embora cada empresa seja livre para escolher a data do encerramento do seu balanço, a maioria das empresas brasileiras encerram seus balanços no final do ano civil. Fonte: Tófoli, 2012, p. 25 O Balanço Patrimonial encontra-se estruturado da seguinte forma: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. O grupo do Ativo apresenta-se da seguinte forma: a) Ativo Circulante (AC): representando os bens e direitos que serão convertidos em dinheiro até a data de encerramento do exercício seguinte; b) Ativo Não Circulante (ANC): neste grupo encontram-se as contas de baixa liquidez e aquelas que não se destinam à venda. O Passivo está subdivido em: a) Passivo Circulante (PC): compreende as obrigações que terão seu vencimento até a data de encerramento do exercício seguinte ou até o final do ciclo operacional; Figura 3: Balanço Patrimonial 30 b) Passivo Não Circulante (PNC): composto pelas obrigações vencíveis após a data de encerramento do exercício seguinte ao encerramento do balanço ou após o ciclo operacional da empresa; c) Patrimônio Líquido (PL): onde estão representados os recursos próprios dos acionistas ou proprietários. 2.2 Demonstração do Resultado do Exercício Segundo Tófoli (2012), é formada pelas receitas e despesas incorridas no exercício social, demonstrando desta forma desde as Receitas Brutas até o Lucro Final. A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é realizada na forma dedutiva, sendo elaborada pelo regime de competência, seu objetivo é evidenciar se o resultado líquido do exercício foi de lucro ou prejuízo. Figura 4: Demonstração do Resultado do Exercício Fonte: Tófoli, 2012, p. 26 31 3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL A técnica de análise vertical e horizontal é considerada uma das mais simples de ser aplicada, consiste na comparação da evolução das contas conforme o passar do tempo. De acordo com o autor: Os métodos de análise vertical e horizontal prestam valiosa contribuição na interpretação da estrutura e da tendência dos números de uma empresa. Podem ainda auxiliar na análise dos índices financeiros e em outros métodos de análise. (SILVA, 2008, p. 203) 3.1 Análise Vertical A Análise Vertical (AV) é responsável por evidenciar qual a porcentagem de participação relativa que cada conta possui na demonstração analisada. Conforme Iudícibus (2008, p. 83): “Este tipo de análise é importante para avaliar a estrutura de composição e sua evolução no tempo.” De acordo com Tófoli (2012), o cálculo de participação é feito dividindo- se o valor de cada conta pelo Total do Ativo ou do Passivo. No caso da Demonstração de Resultados, o cálculo é realizado com base nas Vendas Líquidas ou Receita Líquida. Assim como no Ativo Total e no Passivo Total, as Vendas Líquidas serão iguais a 100. O cálculo é realizado por meio de regra de 3 simples, conforme figura abaixo: Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016 Figura 5: Cálculo Análise Vertical 32 Matarazzo (2003, p. 243) afirma que: “O percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto”. Através deste exemplo, é possível observar que a conta caixa e bancos representam 2% do Ativo Total. 3.2 Análise Horizontal Conforme Assaf Neto (2008, p. 111): “Permite que se avalie a evolução dos vários itens de cada demonstração financeira em intervalos sequenciais de tempo.” Composta por duas análises, sendo elas a análise horizontal sobre o ano base (AHb), considera-se como ano base o primeiro ano e análise horizontal sobre o ano anterior (AHa), será aplicada no resultado das contas do ano anterior.A Análise Horizontal (AH) permite a comparação dos valores de uma mesma conta em diferentes exercícios, sendo necessários no mínimo dois exercícios para que a comparação possa ser realizada. De acordo com Silva (2008, p. 210): “O propósito da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis.” Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016 A Análise Horizontal possibilita visualizar de forma clara o crescimento de 50% da conta Estoques do ano 2 em relação ao ano 1. Segundo Tófoli (2012), algumas orientações devem ser seguidas Figura 6: Cálculo Análise Horizontal 33 durante a aplicação das técnicas da análise horizontal: a) quando o valor da conta, na data-base, é zero não se efetua o cálculo. Avalia-se, considerando o valor absoluto; b) quando a conta, data-base apresentar um valor negativo e o ano seguinte um valor positivo, a expressão matemática será realizada normalmente e ao final o sinal será desprezado; c) deve-se redobrar a atenção quando um dos anos for negativo. 4 INDICADORES FINANCEIROS Os indicadores econômico-financeiros são os elementos que tradicionalmente representam o conceito de análise de balanço. São cálculos matemáticos efetuados a partir do balanço patrimonial e da demonstração de resultados, procurando números que ajudem no processo de clarificação do entendimento da situação da empresa, em seus aspectos patrimoniais, financeiros e de rentabilidade. (PADOVEZE, 2010, p. 213) Os indicadores financeiros são grandes aliados dos analistas em comparação com uma análise apenas com a observação da evolução dos valores das contas, pois, por intermédio deles é possível visualizar o real cenário econômico-financeiro que a empresa se encontra, servindo como base para os gestores na tomada de decisão e correções necessárias. Os índices financeiros são relações entre contas ou grupo de contas das demonstrações contábeis, que têm por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações contábeis. (SILVA, 2008, p. 225) Será por meio dos objetivos que a empresa pretende alcançar que a periodicidade da análise será definida. A análise gerencial interna é que precisará de maior atenção, alguns índices merecerão acompanhamento mensal, outros podem chegar a precisar de intervalos mais curtos, dependendo de quão crítico seja o índice como um dos sinais de alarme do sistema de informação contábil – financeiro, quanto a análise para finalidades externas, um cálculo anual ou semestral bastará. (IUDÍCIBUS, 2008) 4.1 Índices de Liquidez 34 A liquidez de uma empresa é medida por meio de sua folga financeira, ou seja, a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante que resulta na capacidade de pagamento das obrigações assumidas que a organização possui. Os índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuraram medir quão sólida é a base financeira de uma empresa. (MATARAZZO, 2003, p. 164) De acordo com Marion (2006), a capacidade da empresa para saldar seus compromissos pode ser avaliada em: prazo imediato, curto prazo e longo prazo. Os índices de liquidez são caracterizados pela relação que fazem dos bens e direitos com as obrigações da organização, os índices mais usados são: Índice de Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Liquidez Seca e Liquidez Imediata. 4.1.1 Índice de Liquidez Geral Este indicador é muito usado pelas empresas na hora de detectar sua liquidez de curto e longo prazo. O autor, descreve: Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo). (MARION, 2006, p.89) O Índice de Liquidez Geral (ILG) revela quanto dos compromissos de curto e longo prazo a empresa poderá saldar, sem utilizar o seu Ativo Permanente e ainda demonstra se a empresa conta com uma folga financeira. Sendo o cálculo, segundo Tófoli (2012): ILG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo x 100 Passivo Circulante + Passivo Não Circulante 4.1.2 Índice de Liquidez Corrente 35 Tófoli (2012, p. 67) afirma: “É a relação entre os grupos patrimoniais do Ativo Circulante e o Passivo Circulante.” O Índice de Liquidez Corrente (ILC) é responsável por evidenciar o quanto a empresa dispõe em disponível e conversível em curto prazo, com relação as suas dívidas de mesmo período, ou seja, indicará quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo. Iudicíbus (2008), alerta que neste quociente é necessário redobrar a atenção para os prazos de vencimentos das contas a receber e a pagar, além, do grau variado de conversibilidade dos vários itens que compõem o ativo circulante. Conforme Iudícibus (2008), abaixo sua fórmula: ILC = Ativo Circulante x100 Passivo Circulante 4.1.3 Índice de Liquidez Imediata O Índice de Liquidez Imediata (ILI) evidencia a capacidade da empresa em liquidar de imediato suas dívidas de curto prazo, com o que possui de disponibilidades. Quanto maior for seu índice, maiores serão os recursos disponíveis pela empresa. Tófoli (2012) afirma que este índice costuma ser muito baixo, devido ao pouco interesse das empresas em manter numerários em caixas e bancos. Abaixo cálculo de ILI, conforme Tófoli (2012): ILI = Disponível x 100 Passivo Circulante 4.1.4 Índice de Liquidez Seca Representa a porcentagem da capacidade que a empresa possui de liquidar suas dívidas de curto prazo, sem utilizar-se dos estoques. Diferencia-se por excluir de seu ativo o montante dos estoques, pela demora da sua conversão em dinheiro e das despesas antecipadas, visto que, 36 não representam um valor a receber. Esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando- se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza. (IUDICÍBIUS, 2008, p.93) Tendo o Índice de Liquidez Seca (ILS) como fórmula, conforme demonstrado por Tófoli (2012): ILS = Ativo Circulante – Estoques - Despesas Antecipadas x 100 Passivo Circulante 4.1.5 Capital de Giro Líquido O Capital de Giro Líquido (CGL) trata-se da diferença entre os ativos e Passivos Circulantes, sendo o seu resultado denominado como folga Financeira, montante que a empresa possui para saldar seus compromissos de curto prazo. Tófoli (2012, p. 48) descreve: “Capital de Giro Líquido é aquela porção os ativos circulantes de uma empresa, financiada com fundos de longo prazo.” Representado o CGL, segundo Tófoli (2012), pela fórmula: CGL = Ativo Circulante – Passivo Circulante 4.1.6 Capital de Giro Próprio Também conhecido como Capital Circulante Próprio, seu conceito é baseado na diferença do Patrimônio Líquido e Passivo Não Circulante, ou seja, corresponde a parcela do Ativo Circulante que está sendo financiada com recursos próprios. Tófoli (2012, p. 50), afirma: “O Capital Circulante Próprio revela, basicamente, os recursos próprios da empresa que estão financiando suas atividades correntes – o ativo circulante.” Logo, o cálculo, segundo Tófoli (2012): 37 Capital de Giro Próprio = Patrimônio Líquido – Ativo Não Circulante 4.2 Índices de Estrutura de Capital Uma empresa tem sua estrutura de capital formada da seguinte forma: Capital Próprio - formado pelo Patrimônio Líquido e o Capital de Terceiros - formado pelo Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo. Esseindicador ilustra a forma pela qual os recursos de terceiros são usados pela empresa e sua participação relativa em relação ao capital próprio. Fornecem, ainda, elementos para avaliar o grau de comprometimento financeiro de uma empresa perante seus credores (principalmente instituições financeiras) e sua capacidade de cumprir os compromissos financeiros assumidos a longo prazo. (ASSAF NETO, 2008, p. 122) Os índices de endividamento medem o quanto a empresa se encontra endividada e de que modo seu Ativo está sendo financiado, se por meio de recursos próprios ou de terceiros. Segundo Marion (2006), é vital que o analista durante a análise dos índices de endividamento, observe de que maneira a empresa vem empregando seus recursos decorrentes do Capital de Terceiros, se este estará sendo utilizado para aplicações em ativos, financiando uma expansão, trata-se de um endividamento benéfico que gerará receita para empresa que poderá ser usada na liquidação do compromisso assumido; ou se este servirá para pagar dívidas prestes a vencer, o que será extremamente prejudicial para a empresa, que possivelmente recorrerá a mais empréstimos para serem usados com o mesmo fim, podendo até mesmo gerar uma situação de insolvência para empresa. 4.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros Evidencia o percentual de dependência que a empresa possui em relação ao capital de terceiros, ou seja, demonstra o quanto a empresa tomou de recursos externos para cada R$1,00 de seu capital próprio. Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação dos capitais de terceiros com o patrimônio líquido, menor a liberdade de 38 decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses terceiros. Do ponto de vista da obtenção do lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros se a remuneração paga a esses recursos for menor que o lucro conseguido com sua aplicação no negócio. (TÓFOLI, 2012, p. 63) O Índice de Participação de Capital de Terceiros (IPCT) é representado, conforme Tófoli (2012), pela fórmula: IPCT = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo x 100 Patrimônio Líquido 4.2.2 Índice de Endividamento Geral A finalidade deste indicador é medir a estrutura de financiamento da companhia. É um número que evidencia o reflexo das políticas de alavancagem financeira da empresa e financiamento do capital de giro a cada final de período. (PADOVEZE, 2010, p. 220) O Índice de Endividamento Geral (IEG) refere-se ao endividamento proveniente de recursos externos que a empresa possui no financiamento de seu Ativo, de curto e longo prazo. Conforme Padoveze (2010), sendo sua fórmula: IEG = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo x100 Ativo Total 4.2.3 Índice de Endividamento de Curto Prazo O Índice de Endividamento de Curto Prazo (IECP) demonstra a quantidade de dívidas a curto prazo que poderá ser paga no prazo de até 360 dias, com relação ao capital próprio investido no Patrimônio Líquido. Trata-se de um índice de quanto menor seu percentual for, melhor é. Segundo Tófoli (2012), representado pela fórmula: IECP = Passivo Circulante x100 Ativo Total 39 4.2.4 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido Evidencia a dependência de recursos próprios que a empresa utiliza para a manutenção dos negócios, ou seja, quanto o Patrimônio Líquido está financiando do Ativo Permanente. A empresa deve ser prudente no uso do Patrimônio Líquido em seu Ativo Permanente, este deve ser suficiente para financiar o Ativo Não Circulante e ainda realizar aplicações em seu Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir em Ativo Permanente com recursos do Patrimônio Líquido, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante, logo, maior a dependência dos capitais de terceiros para financiamentos do Ativo Circulante. O ideal, em termos financeiros, é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente, e ainda sobrar uma parcela de Capital Circulante Próprio. (TÓFOLI, 2012, p. 56) O Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido (IIPL) é do tipo quanto menor, melhor. Conforme Tófoli (2012), a fórmula: IIPL = Ativo Não Circulante x100 Patrimônio Líquido 4.2.5 Índice de Imobilização de Recursos não Correntes De acordo com Assaf Neto (2007), o Índice de Imobilização de Recursos não Correntes (IIRñC) permite identificar o percentual dos recursos não permanentes (Passivo não Circulante + Patrimônio Líquido) que estão sendo aplicados nos ativos permanentes (Ativo não Circulante). Segundo Tófoli (2012), quanto menor for a porcentagem do índice, melhor é, visto que um alto grau de imobilização compromete a liquidez da empresa. Se o índice apresentar um resultado superior a 1,0 (100%), indica que o patrimônio líquido e o exigível a longo prazo não são suficientes para cobrir os investimentos em ativos permanentes. Nessa situação, conclui-se que o passivo circulante (dívidas em curto prazo) está financiando uma parte dos investimentos permanentes, o que revela 40 um sinal de desequilíbrio financeiro. (ASSAF NETO, 2007, p. 166) Sua fórmula, conforme Tófoli (2012): IIRñC = Ativo não Circulante x 100 Passivo não Circulante + Patrimônio Líquido 4.2.6 Composição do Endividamento De acordo com Silva (2008), a Composição do Endividamento (CE) é a comparação das dívidas da empresa com vencimento a curto prazo (passivo circulante) com a dívidas totais (Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo (PELP)). Quanto maior for o índice do CE pior é para empresa, pois indica que suas dívidas a curto prazo estão com um valor alto, o que gera uma pressão para gerar recursos para saldar seus compromissos. Sua fórmula de cálculo, conforme Silva (2010): CE = Passivo Circulante x 100 Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo Para Marion (2006, p. 106): “A proporção favorável seria de maior participação de dívidas a Longo Prazo, propiciando à empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os compromissos.” 4.3 Índices de Atividades Os Índices de Atividades (Prazo Médio de Renovação de Estoque, Prazo Médio de Recebimento de Vendas e Prazo Médio de Pagamento de Compras) permitem que seja analisado o desempenho operacional da empresa e suas necessidades de investimento em giro. (ASSAF NETO, 2007) Através dos prazos médios é possível verificar a média de tempo que a empresa demora para renovar seus estoques, receber suas vendas a prazo e pagar seus fornecedores. Os índices de atividades medem o prazo com que as contas são convertidas em vendas ou em entradas e saídas de caixa. 41 (TÓFOLI, 2012) Os indicadores devem refletir as políticas de administração do fluxo de caixa, bem como da capacidade de manter o fluxo contínuo de atividade operacionais. São indicadores que buscam também evidenciar a produtividade dos ativos da companhia. (PADOVEZE, 2010, p. 221) Segundo Tófoli (2012), é importante que os indicadores sejam analisados conjuntamente, pois isoladamente não apresentam uma informação importante e sim um simples dado. 4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) representa quantos dias a empresa demora para renovar seus estoques por causa da venda. Quanto maior a rotatividade dos estoques, melhor. Desde que a margem de lucro sobre as vendas se mantenha ou se diminuir que seja menos do que o aumento da rotatividade dos estoques. (IUDÍCIBUS, 2008) Sua fórmula, segundo Tófoli (2012): PMRE = Estoque x 360 Custo das MercadoriasVendidas 4.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas O objetivo do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) é indicar quantos dias a empresa leva para receber suas vendas a prazo. (SILVA, 2008) Sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012): PMRV = Duplicatas a Receber x 360 Vendas Líquidas O fato de uma empresa demorar mais ou menos para receber suas vendas a prazo pode derivar de vários fatores, tais como: usos e costumes do ramo de negócios, política de maior ou menor abertura para crédito, eficiência do serviço de cobranças, situação financeira de liquidez dos clientes (do mercado) etc. (IUDÍCIBUS, 2008, p. 99) 42 4.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras Conforme Tófoli (2012): “O Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC) indica, em média, quantos dias a empresa demora a pagar seus fornecedores.” Se uma empresa demora muito mais para receber suas vendas a prazo do que para pagar suas compras a prazo, irá necessitar mais capital de giro adicional para sustentar suas vendas, criando um círculo vicioso difícil de romper. (IUDÍCIBUS, 2008, p. 100) Seu cálculo para PMPC, conforme Tófoli (2012): PMPC = Fornecedores x 360 Custo da Mercadoria Vendida 4.3.4 Ciclo Operacional O Ciclo Operacional pode ser definido como o intervalo entre a compra de mercadoria e o recebimento das vendas a prazo. (ASSAF NETO; LIMA, 2011) Representa o período de tempo em que não ocorre o recebimento de vendas a prazo, sendo necessário capital de giro para suprir esse período. Parte desse capital é financiada pelos fornecedores que concederam prazo para pagamento. (TÓFOLI, 2012) Sua fórmula de cálculo, conforme Tófoli (2012): Ciclo Operacional = PMRE + PMRV 4.3.5 Ciclo Financeiro O Ciclo Financeiro, ou Ciclo de Caixa, representa o intervalo de tempo entre o pagamento dos fornecedores e a data do recebimento das vendas a prazo. (ASSAF NETO, 2007) Seu cálculo, segundo Tófoli (2012): 43 Ciclo Financeiro = PMRE + PMRV – PMPC O Ciclo Financeiro é o período em que a empresa financia suas operações sem a participação dos fornecedores. Quanto maior for esse período, mais recursos próprios e de terceiros, com exceção dos fornecedores, estarão aplicados nas operações, provocando custos financeiro e afetando a rentabilidade. (TÓFOLI, 2012) De acordo com Assaf Neto e Lima (2011) algumas das estratégias para gerenciar o ciclo financeiro são: a) diminuir os investimentos em estoque (promover maior giro aos estoques). Tendo o cuidado de não ocorrer perda de vendas ou atrasos na produção; b) controle eficiente sobre as contas a receber; e c) negociar maiores prazos de pagamentos aos fornecedores. 4.3.6 Giro de Estoques O objetivo do indicador Giro de Estoques (GE) é medir a quantidades de vezes que os estoques foram comprados e vendidos em um determinado exercício, ou seja, quantas vezes o estoque girou. (ASSAF NETO; LIMA, 2011) Segundo Tófoli (2012) o GE: “É a relação entre o custo de mercadoria vendida e o estoque. Quanto maior for o giro dos estoques, melhor.” Logo, sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012): GE = Custo da Mercadoria Vendida ou GE = _360_ Estoques PMRE Conforme Gitman (2007, p.47), “O giro resultante só tem algum significado quando comparado ao de outras empresas pertencentes ao mesmo setor ou então ao valor passado do giro de estoques da própria empresa.” 4.3.7 Giro de Conta a Receber 44 A finalidade do indicador Giro de Contas a Receber (GCR) é mensurar a média da quantidade de vezes em que os valores a receber (Duplicatas a Receber ou Clientes) são recebidos na empresa. Quanto maior for o giro, melhor. (TÓFOLI, 2012) Sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012): GCR = Vendas Líquidas ou GCR = _360_ Duplicatas a Receber PMRV 4.3.8 Giro de Fornecedores Segundo Tófoli (2012), o Giro de Fornecedores (GF) é a relação entre o custo das mercadorias vendidas e os fornecedores, com o objetivo de medir a média do número de vezes em que as contas a pagar giram no período. E quanto menor o giro de fornecedores, melhor. O GF tem como fórmula, segundo Tófoli (2012): GF = Custo da Mercadoria Vendida ou GF = 360_ Fornecedores PMPC Para este giro, observar se o resultado for baixo, isto é, está girando pouco (logo, demorando em pagar fornecedores), não é consequência de atrasos nos pagamentos efetuados (ou não pagamentos). Da mesma forma, se o giro for alto, isto é, está girando muito (pagando rapidamente os fornecedores), se não é resultado de falta de crédito junto àqueles que vendem a prazo. (TÓFOLI, 2012, p. 59) 4.3.9 Giro do Ativo O indicador Giro do Ativo (GA) tem o objetivo de medir, em média, a quantidade de vezes que o Ativo Total se renovou (transformou-se em dinheiro) pelas vendas realizadas. Quanto maior for o giro, indica a eficiência com a qual a empresa usa seus ativos para gerar vendas. (TÓFOLI, 2012) O giro do ativo (turnover asset) é um dos principais indicadores da atividade da empresa. Estabelece relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, que estão representados pelo ativo total médio. (SILVA, 2008, p. 235) 45 Logo, sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012): GA = Venda Líquidas Ativo Total De acordo com o autor: Este indicador também é conhecido como “produtividade”. Quanto mais o Ativo gerar em vendas reais, mais eficiente a gerência está sendo na administração dos investimentos (Ativo). A ideia é produzir mais, vender mais, numa proporção maior que os investimentos no Ativo. (MARION, 2006, p. 166) 4.3.10 Giro do Imobilizado O indicador Giro do Imobilizado (GI) é a relação entre as vendas líquidas e o imobilizado. Tem por objetivo expressar a eficiência com que a empresa tem utilizado seus imobilizados para gerar receita. (TÓFOLI, 2012) Sua fórmula, conforme Tófoli (2012): GI = Vendas Líquidas Imobilizado 4.4 Índice de Lucratividade e Rentabilidade O índice de Lucratividade e Rentabilidade tem a finalidade de medir o retorno do capital investido na empresa, e apontar os fatores que geraram essa rentabilidade. Permite-se conhecer o desempenho econômico da empresa. (PADOVEZE; BENEDICTO, 2007) Existem inúmeras medições da rentabilidade. Como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em relação a certo nível de vendas, a certo nível de ativos ou volume de capital investido pelos proprietários. Sem lucros, uma empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários, credores e administradores preocupam-se muito com o aumento do lucro, pois isso é visto como algo muito importante no mercado. (GITMAN, 2007, p.52) 4.4.1 Rentabilidade das Vendas 46 A Rentabilidade das vendas expressa a eficiência da empresa em produzir lucro por meio de suas vendas. É contemplada por três margens: Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida. (TÓFOLI, 2012) 4.4.1.1 Margem Bruta A Margem Bruta (MB) mede a porcentagem monetária das vendas restantes após o pagamento do Custo dos Produtos Vendidos (CPV). Quanto maior for a margem melhor para empresa. (GITMAN, 2007). Sua fórmula, conforme Tófoli (2012): MB = Lucro Bruto x 100 Vendas Líquidas 4.4.1.2 Margem Operacional Representa a proporção monetária de cada venda e o que sobra após a dedução dos custos e despesas. Este lucro operacional é o lucro puro, mede o resultado que foi obtido nas operações. Quanto maior for a margem de lucro melhor. (GITMAN, 2007) Conforme Gitman (2007), a Margem Operacional (MOP) é calculada da seguinte maneira: MOP = Resultado operacionalx 100 Receita de vendas 4.4.1.3 Margem Líquida Representa a intensidade de cada unidade monetária das receitas sobre as vendas, que restam após a dedução de todos os custos e despesas. Quanto mais alta for essa margem melhor. (GITMAN, 2007) Sua fórmula, conforme Gitman (2007) é: 47 Margem de lucro líquido = Lucro líquido aos acionistas ordinários x 100 Receita de vendas 4.4.2 Retorno sobre o Ativo Total O Retorno sobre o Ativo Total (ROA), que geralmente é chamado de Retorno do Investimento, mensura a eficácia da administração da empresa, ou seja, verifica se a mesma gerou lucros com os ativos disponíveis. Esse valor quanto mais alto melhor para empresa. (GITMAN, 2007) Como critério de decisão, o retorno sobre o ativo (ROA) – do inglês Return of Assets - pode ser interpretado como o custo financeiro máximo que uma empresa poderia incorrer em suas captações de fundos. Evidentemente, se uma empresa consegue obter um retorno de 15% ao ano em seus investimentos (ativos), o custo de seus financiamentos não pode superar este percentual. Se financiar-se pagando jurus de 10% ao ano, por exemplo, o resultado positivo auferido irá reforçar o retorno dos proprietários. (ASSAF NETO, LIMA, 2011, p. 229) Ou seja, quando a empresa pegou dinheiro emprestado pagando 10% de juros ao ano, e aplica o valor financiado em seus ativos e oferecem 15% de retorno ao ano, essa diferença de 5% positiva pertence aos acionistas de acordo com o capital investido. (ASSAF NETO; LIMA, 2011) Logo, sua fórmula, conforme Gitman (2007) é: ROA = Lucro disponível para os acionistas e ordinários x 100 Ativo Total 4.4.3 Retorno sobre o Patrimônio Líquido São os retornos dos recursos aplicados na empresa pelos proprietários, ou seja, mede o percentual dos sócios de acordo com o investimento. (TÓFOLI, 2012) O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) é obtido pela relação entre o Lucro Líquido (após o Imposto de Renda) e o Patrimônio Líquido. (ASSAF NETO; LIMA, 2011) Logo, sua fórmula, conforme Assaf Neto e Lima (2011): 48 ROE= Lucro Líquido_____x 100 Patrimônio Líquido Médio Conforme Silva: Podemos calcular o retorno sobre o PL utilizando um fórmula mais simples, RSPL = LL/(PL-LL), desde que não tenham ocorrido novos aportes de capital ou outras modificações expressivas ao patrimônio líquido ao longo do período considerado. A formula que utiliza o patrimônio líquido médio é mais elaborada, porém um pouco mais trabalhosa e precisa do patrimônio líquido inicial. (SILVA, 2008, p.245) 4.5 Capital de Giro Capital de Giro direciona os valores investidos no Ativo Circulante. São os recursos utilizados pela empresa para exercer suas atividades diariamente. Seu valor tem origem do capital da empresa, capital de terceiros de longo prazo e fornecedores aplicados no Ativo Circulante. A gestão do Capital de giro compreende ao processo continuo de tomada de decisões envolvendo a liquidez (risco) e a rentabilidade da empresa e busca administrar de forma coerente as atividades compreendidas desde a compra de matéria-prima, sua produção (ou mercadorias, no caso de empresas comerciais), a venda e o recebimento correspondente, incluindo a administração dos compromissos gerados pela atividade. (TÓFOLI, 2012, p. 46) Segundo Tófoli (2012), existem dois meios de formação do Capital de giro, sendo o Fixo e o Variável. O Fixo corresponde ao volume mínimo necessário do Ativo Circulante para manter a empresa em funcionamento. Já o Variável são as necessidades temporais e adicionais de determinado período, ou seja, quando houver um atraso no recebimento dos clientes ou antecipação de compras. 4.6 Necessidade de Investimento de Capital de Giro A Necessidade de Capital de Giro (NCG) são os recursos utilizados pelas empresas para financiar suas operações, ou seja, se existem recursos suficientes para pagar seus compromissos em dia. Essas necessidades utilizam geralmente os recursos do Patrimônio Líquido e do Passivo Não 49 Circulante. (TÓFOLI, 2012) Conforme Assaf Neto: A necessidade de investimento em capital de giro, ou simplesmente em giro, reflete o volume liquido e recursos demandado pelo ciclo operacional da empresa, determinado em função de suas políticas de compras, vendas e estocagem. É necessariamente os investimentos cíclicos – que se repetem periodicamente - em cada capital de giro. (ASSAF NETO, 2008, p. 537) Logo, sua fórmula, conforme Tófoli (2012): NCG = ACO – PCO Segundo Tófoli (2012), o Ativo Circulante Operacional (ACO) é identificado pelas contas ligadas diretamente aos negócios da empresa– ao ciclo operacional. Como: valores a receber, estoques, adiantamentos a empregados e despesas do exercício seguinte. O Passivo Circulante Operacional (PCO) é representado pelas operações de curto prazo ligadas aos negócios da empresa. Como: fornecedores, salários e encargos a pagar, tributos a pagar, adiantamentos a clientes. 4.7 Saldo em Tesouraria Saldo de Tesouraria (ST) é a diferença entre Ativo Circulante Financeiro (ACF) e Passivo Circulante Financeiro (PCF). Um saldo positivo representa que a empresa possui recursos financeiros suficientes para honrar com suas obrigações financeiras de curto prazo. O Saldo de Tesouraria, quando menor que zero, indica que a empresa depende de empréstimos de curto prazo, descontos de duplicatas e/ou dívidas de curto prazo não relacionado com seu ciclo operacional (dividendos a distribuir, por exemplo). (TÓFOLI, 2012, p.178) Quando a empresa começa a apresentar saldos de tesouraria negativos cada vez maiores, significa que é insustentável a situação financeira da empresa a longo prazo. Por conta de financiar os bens do Ativo Não Circulante com empréstimos de curto prazo, a empresa passa a ter cada vez mais dependência dos recursos externos de curto prazo, criando o efeito tesoura. 50 (TÓFOLI, 2012) Logo, seu cálculo, conforme Tófoli (2012): ST = ACF – PCF Segundo Tófoli (2012), o ACF é representado pelas contas caixa, bancos e aplicações financeiras, que são ligadas às operações táticas de curto prazo. O PCF é representado pelas obrigações da empresa junto às instituições financeiras e com outro que não tenham vínculo direto com as operações da empresa. É representado pelas contas: empréstimos bancários, financiamentos, duplicatas descontadas e dividendos a distribuir. 4.8 Efeito Tesoura O Efeito Tesoura é percebido quando o Saldo de Tesouraria é negativo com tendência crescente com as taxas maiores que na Necessidade de Capital Giro. O equilíbrio é encontrado na satisfação da necessidade não prevista pelos recursos permanentes, assim gerando empréstimos de curto prazo. (TÓFOLI, 2012) É importante ressaltar, uma vez mais, que um saldo de disponível negativo, característica do efeito tesoura, revela que a empresa é incapaz de financiar adequadamente seus investimentos operacionais em giro, operando com recursos de maturidade incompatível com suas efetivas necessidades financeiras. (ASSAF NETO, 2007, p.219) Segundo Assaf Neto (2007, p.219): “O efeito tesoura pode ocorrer por várias razões, ou seja: Crescimento elevado do nível de atividade empresarial (overtrade); Desvio de recursos do giro para imobilizações; Inflação etc”. 4.9 Retorno Sobre o Investimento O Retorno Sobre o Investimento (ROI) representa os recursos levantados pela empresa e aplicados em seus negócios, conhecidos como passivos onerosos. (TÓFOLI, 2012) O capital investido é formado pelo passivo oneroso que são as dívidas financeiras que produzem juros, e pelo capital investido pelos acionistas, onde 51 todos os valores são registrados
Compartilhar