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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - POP CÓDIGO AGR-POP-GQI-AGR-005 Data Emissão 10/05/2016 Data de Vigência 2016 Próxima Revisão 2017 Versão: 00 Área Emitente: Desenvolvimento Agronômico Assunto: POP – Avaliações de florescimento: Graduação de isoporização e florescimento e cálculo do florescimento HISTÓRICO VERSÃO DATA PÁGINA NATUREZA DA ALTERAÇÃO 000 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1. OBJETIVO Graduar florescimento e porcentagem do chochamento em cana-de-açúcar. 2. CAMPO DE APLICAÇÃO · Canaviais destinados à colheita industrial; e · Avaliação do perfil de florescimento de clones. 3. RESPONSABILIDADE Analisar o perfil florífero de clones e variedades, bem como o grau de isoporização, para futuras tomadas de decisões, como aplicação de inibidor de florescimento. 4. DEFINIÇÕES O florescimento da cana-de-açúcar é um processo fisiológico complexo formado por vários estádios de desenvolvimento, e cada estádio tem a sua própria necessidade ambiental e fisiológica. Os fatores externos relacionados com o florescimento são: fotoperíodo, temperatura, umidade e radiação solar, além da fertilidade do solo. Por outro lado, os fatores internos envolvem fitocromo, hormônios, florígeno, ácidos nucléicos, dentre outros. A intensidade do processo de florescimento e as conseqüências na qualidade da cana-de-açúcar, devido a quebra da molécula de sacarose em frutose e glicose (inversão de sacarose), sendo a redução do volume do caldo o principal fator resultante do aumento do teor de fibras, variam com a variedade e com o clima. Isoporização ou chochamento decorre da desidratação dos tecidos do colmo que, ao perderem água, devido ao processo de florescimento ou por características endógenas, no caso das variedades que não florescem (como área foliar espessura da cutícula, da epiderme e do mesófilo, quantidade de pêlos, taxa de respiração número, localização e funcionalidade de estômatos) vão adquirindo a coloração branca (CAPUTO et al., 2007). Fenômeno este que se inicia nas partes internas do colmo, podendo evoluir do centro para a periferia. Ao longo do comprimento essa evolução se dá da ponta para a base. Existem diferentes diâmetros de isoporização (Figura 4) e essa variabilidade afeta a qualidade da matéria-prima também de forma distinta. No processo de formação da inflorescência, inicialmente deve ser detectado o período em que ocorre o estímulo para que o meristema apical se modifique (Figura 3), deixando de produzir folhas e colmos e passando a formar a inflorescência. Esse período é de difícil definição, pois depende da cultivar, do clima da região e das mudanças que ocorrem nos anos agrícolas. Tais fatos levam a estabelecer somente os meses em que as possibilidades dos fenômenos ocorrerem são maiores (RODRIGUES, 1995). Dessa forma, no hemisfério Sul, o estímulo e a diferenciação meristemática para a formação da flor ocorrerão nos meses de fevereiro, março e abril, dando-se o florescimento nos meses de abril, maio e junho (HUMBERT, 1974). Para Pereira et al (1983) o período fotoindutivo ao florescimento da cana-de-açúcar fica entre os dias 25 de Fevereiro e 20 de Março, quando o comprimento do dia decresce de doze horas e trinta minutos para doze horas, a frequência de ocorrência de noites com temperatura mínima maior ou igual a 18º C e dias com temperatura máxima menor ou igual a 31º C discriminam anos com e sem florescimento. Para estimar a ocorrência ou não de florescimento os autores determinaram a equação: L = 1, 263 – 0, 06764 . (X1) - 0, 0229 . (X2), onde: X1 = número de noites com temperatura mínima maior ou igual a 18º C. X2 = número de dias com temperatura máxima menor ou igual a 31º C. Os valores de X1 e X2 devem ser contabilizados durante o período fotoindutivo de florescimento. Se L for positivo não haverá florescimento, se negativo indica que este ocorrerá. Em caso de L = 0 interpreta-se como 50% de probabilidade de ocorrência de florescimento. Após o período de indução, se detectada a ocorrência do fenômeno, pode-se proceder ao uso de reguladores de crescimento, para a antecipação da maturação e controle do florescimento, CAPUTO et alii (2007). 5. DOCUMENTOS ASSOCIADOS Metodologia: MANIERO, M.A.; SILVA, L.C.F.; STOLF, R.; IAIA, A.M. O florescimento da cana-de-açúcar e suas conseqüências. Revista ALCOOLbrás, São Paulo, v. XV/136, p. 57 - 58, 2012. 6. PROCEDIMENTOS 6.1 Graduação do florescimento A graduação de florescimento é realizada na maioria das vezes de maneira visual e por meio de notas Figura 2. Em caso de plantas já florescidas (com a panícula para fora), baseia-se nas plantas representadas pelas letras e, f e g da Figura 1. Em plantas que ainda não formaram as panículas, representadas pelas plantas a, b, c e d da Figura 1, deve-se cortar longitudinalmente na região do palmito em direção ao meristema apical um colmo de cana-de-açúcar e avaliar, adotando os critérios e notas da Figura 2. Sendo que ainda gradua-se a porcentagem de emissão descrita também na Figura 2. Figura 1. Representação das plantas de cana-de-açúcar formação de panículas e panículas. Figura 2. Notas de atribuição para cada fase de formação/emissão das panículas. Como exemplo, na Figura 3 gradua-se com nota 2/1, pois está diferenciado o meristema (nota 2) e nota 1 para emissão da panícula. Figura 3. Meristema apical diferenciado 6.2 Graduação de isoporização Cortar o colmo transversalmente, do ponteiro para baixo ou vice-versa; notar o chochamento a cada internódio, verificando seu diâmetro e sua extensão; em seguida dar as notas, baseando-se nos seguintes parâmetros abaixo: ( Notas para extensão do chochamento 1 - Ausência 2 - Pouco (menos de 25% do círculo) 3 - Médio (até 50% do círculo) 4 - Intenso (mais de 50% do círculo) ) ( Notas para diâmetro de chochamento 1 - Ausência 2 - Pouco (menos de 25% do círculo) 3 - Médio (até 50% do círculo) 4 - Intenso (mais de 50% do círculo) ) Exemplos: · Nota 2/2 (diâmetro/extensão) - pouco chochamento (2), e apenas em 1/3 da cana (2). Avaliar diâmetro na parte mediana da extensão chocha. · Nota 3/2 - chochamento médio (3), e apenas em 1/3 da cana (2). · Nota 4/3 - chochamento intenso (4), e até o meio da cana (3). ( 4/3 ) ( 4/3 ) ( 4/2 ) ( 3 /3 ) ( 2/2 ) ( 2/2 ) ( 3/2 ) Figura 4. Diferentes estágios de isoporização ou chochamento de cana-de-açúcar. Fonte: Maniero et al. (2012). 6.3 Cálculo do florescimento A princípio devem ser coletados os dados de temperatura referente ao período de 25 de Fevereiro a 20 de Março, tanto as máximas quanto as mínimas (Tabela 1). L = 1, 263 – 0, 06764 . (X1) - 0, 0229 . (X2), onde: X1 = número de noites com temperatura mínima maior ou igual a 18º C. X2 = número de dias com temperatura máxima menor ou igual a 31º C. Substituindo: L = 1, 263 – 0, 06764 (35) - 0, 02296 (35) = - 1,908 X1: 35 dias X2: 35 dias Haverá florescimento, pois o valor de L foi negativo. Tabela 1. Resultados climáticos da indução floral. T (°C) U (%) Vento(m.s-1) Chuva (mm) Dia Máxima Mínima Média Média Soma 20/2/2016 23,90 22,70 84,30 1,50 0 21/2/2016 25,50 24,40 70,80 1,60 14 22/2/2016 24,30 23,00 77,30 2,00 60 23/2/2016 23,10 22,10 84,50 1,90 47 24/2/2016 21,40 20,80 87,10 1,60 5 25/2/2016 23,70 22,40 78,50 1,80 3 26/2/2016 24,50 23,10 78,80 2,40 5 27/2/2016 24,30 22,50 82,50 2,00 10 28/2/2016 24,30 22,80 80,70 1,70 33 29/2/2016 23,10 22,10 84,40 2,20 0 1/3/2016 24,20 23,20 76,60 2,80 0 2/3/2016 23,70 22,20 81,70 2,10 61 3/3/2016 23,60 22,40 80,60 3,10 0 4/3/2016 24,40 23,10 80,50 2,70 0 5/3/2016 24,30 22,80 77,00 2,10 0 6/3/2016 23,90 22,80 80,00 1,40 15 7/3/2016 24,50 23,10 76,00 2,70 0 8/3/2016 25,50 24,40 71,80 1,80 0 9/3/2016 26,00 24,70 71,80 2,00 5 10/3/2016 24,50 23,30 79,90 3,20 0 11/3/2016 22,40 21,30 83,30 1,90 10 12/3/2016 22,10 21,30 71,80 2,00 0 13/3/201623,80 22,70 68,50 2,30 7 14/3/2016 25,20 23,90 75,10 2,30 0 15/3/2016 23,10 22,00 85,30 2,80 0 16/3/2016 23,80 22,70 77,00 2,50 0 17/3/2016 25,80 24,40 64,60 2,60 0 18/3/2016 26,70 25,20 61,70 1,90 0 19/3/2016 27,10 25,70 60,80 1,90 0 20/3/2016 27,80 26,20 56,70 2,30 0 21/3/2016 27,80 26,20 50,70 2,60 0 22/3/2016 25,80 24,30 69,10 2,50 0 23/3/2016 24,50 22,80 79,00 1,70 0 24/3/2016 23,50 22,30 78,20 2,30 20 25/3/2016 22,6 21,8 82,4 2,1 0 ELABORADO/EMITIDO POR: LETÍCIA VIEIRA DA SILVA SUPERVISORA REVISADO POR: COORDENADOR AGRÍCOLA APROVADO POR: GERENTE AGRÍCOLA
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