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Prévia do material em texto

Ana Ivânia Alves Fonseca
Cássio Alexandre da Silva
Yara Maria Soares Costa da Silveira
GEOGRAFIA
Geografi a
da População
Yara Maria Soares Costa da Silveira
Geografi a
da População
Geografi a
período
º1
Montes Claros/MG - 2013
Geografia da 
População
2ª EDIÇÃO
Ana Ivânia Alves Fonseca
Cássio Alexandre da Silva
Yara Maria Soares Costa da Silveira
2ª edição atualizada por 
Yara Maria Soares Costa da Silveira
2013
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39.401-089
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica:
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
REITOR
João dos Reis Canela
VICE-REITORA
Maria Ivete Soares de Almeida
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
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EDITORA UNIMONTES
Conselho Editorial
Prof. Silvio Guimarães – Medicina. Unimontes.
Prof. Hercílio Mertelli – Odontologia. Unimontes.
Prof. Humberto Guido – Filosofia. UFU.
Profª Maria Geralda Almeida. UFG
Prof. Luis Jobim – UERJ.
Prof. Manuel Sarmento – Minho – Portugal.
Prof. Fernando Verdú Pascoal. Valencia – Espanha.
Prof. Antônio Alvimar Souza - Unimontes
Prof. Fernando Lolas Stepke. – Univ. Chile.
Prof. José Geraldo de Freitas Drumond – Unimontes.
Profª Rita de Cássia Silva Dionísio. Letras – Unimontes.
Profª Maisa Tavares de Souza Leite. Enfermagem – Unimontes.
Profª Siomara A. Silva – Educação Física. UFOP.
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Carla Roselma Athayde Moraes
Maria Cristina Ruas de Abreu Maia
Waneuza Soares Eulálio
REVISÃO TÉCNICA
Gisléia de Cássia Oliveira
Karen Torres C. Lafetá de Almeida 
Viviane Margareth Chaves Pereira Reis
DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Andréia Santos Dias
Camilla Maria Silva Rodrigues
Fernando Guilherme Veloso Queiroz
Magda Lima de Oliveira
Sanzio Mendonça Henriiques
Sônia Maria Oliveira
Wendell Brito Mineiro
Zilmar Santos Cardoso
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
betânia Maria Araújo Passos
Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS/
Unimontes
Maria das Mercês borem Correa Machado
Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes
Antônio Wagner Veloso rocha
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA/Unimontes
Paulo Cesar Mendes barbosa
Chefe do Departamento de Comunicação e Letras/Unimontes
Sandra ramos de Oliveira
Chefe do Departamento de Educação/Unimontes
Andréa Lafetá de Melo Franco
Chefe do Departamento de Educação Física/Unimontes
rogério Othon Teixeira Alves
Chefe do Departamento de Filosofi a/Unimontes
Angela Cristina borges
Chefe do Departamento de Geociências/Unimontes
Antônio Maurílio Alencar Feitosa
Chefe do Departamento de História/Unimontes
Donizette Lima do Nascimento
Chefe do Departamento de Política e Ciências Sociais/Unimontes
Isabel Cristina barbosa de brito
Ministro da Educação
Aloizio Mercadante Oliva
Presidente Geral da CAPES
Jorge Almeida Guimarães
Diretor de Educação a Distância da CAPES
João Carlos Teatini de Souza Clímaco
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Vice-Governador do Estado de Minas Gerais
Alberto Pinto Coelho Júnior
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Nárcio rodrigues
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos reis Canela
Vice-Reitora da Universidade Estadual de Montes Claros - 
Unimontes
Maria Ivete Soares de Almeida
Pró-Reitor de Ensino/Unimontes
João Felício rodrigues Neto
Diretor do Centro de Educação a Distância/Unimontes
Jânio Marques Dias
Coordenadora da UAB/Unimontes
Maria Ângela Lopes Dumont Macedo
Autores
Ana Ivânia Alves Fonseca
Doutora em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/Rio Claro/SP). Mestrado 
pela Universidade Federal de Uberlândia (2003). Especialização em Geografia Regional do 
Brasil e Minas Gerais pela Universidade Estadual de Montes Claros (2000). Possui graduação 
pela Universidade Estadual de Montes Claros – MG (Unimontes). Especialização em Mídias 
na Educação (2012). Tem experiência em Geografia, atuando, principalmente, nas áreas de 
Geografia Rural, História do Pensamento Geográfico, Geografia do Brasil e Minas Gerais, 
Geografia Cultural. Membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos Agrários do Instituto de 
Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro / Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita 
Filho – UNESP (2009). Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Geografia Rural – NEPGeR e 
pesquisadora de projeto do CNPq.
Cássio Alexandre da Silva
Mestre em Desenvolvimento Social e Especialista em Geografia Regional do Brasil e Minas 
Gerais pela Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. Também é Especialista em 
Turismo e Desenvolvimento Regional pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros 
- FIPMoc. Atualmente é professor do Departamento de Geociências da Unimontes.
Yara Maria Soares Costa da Silveira
Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Mestre em Geografia 
pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU, Especialista em Geografia e Meio Ambiente e 
Especialista em Saneamento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Montes Claros - 
Unimontes. Também Especialista em Geografia Humana pela Pontifícia Universidade Católica 
de Minas Gerais – PUC-Minas e em Psicologia do Trabalho e Desenvolvimento Social – UNB/
UNIMONTES. Atualmente é professora do Departamento de Geociências da Unimontes.
Sumário
Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
Abordagem teórica e metodológica sobre a população. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
1.2 Concepções sobre população . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
1.3 Teoria de Malthus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
1.4 Teoria Neomalthusiana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
1.5 Teoria Marxista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
A Dinâmica populacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 Dinâmica populacional e as implicações na organização do espaço. . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 Contrastes no crescimento populacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4 A questão populacional no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.5 Tipos de migrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
2.6 O Brasil e as questões populacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.7 Problemas populacionais . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
População, desenvolvimento e meio ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
3.2 Visão das teorias demográficas mais conhecidas sobre população e ambiente . . . .45
3.3 A pressão do homem sobre o ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.4 O caso brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51
3.5 O uso dos recursos pela população e o ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.6 As industrias e o ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.7 Os problemas, impactos e riscos ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57
3.8 O mundo do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.9 Migrações e o ambiente no mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59
3.10 Migrações e o ambiente no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67
Referências básicas, complementares e suplementares . . . . .71
Atividades de aprendizagem – AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75
9
Geografia - Geografia da População
Apresentação
Caro (a) acadêmico (a), 
Nós da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, trabalhamos no programa im-
plantado pelo Ministério da Educação – MEC, denominado de Universidade Aberta do Brasil – 
UAB, e estamos satisfeitos em oferecer a você, novo(a) acadêmico(a) do Curso de Graduação em 
Geografia, a disciplina Geografia da População.
A disciplina, será ministrada em 90 horas, e está organizada em momentos presenciais e in-
termodular em que serão apresentadas as teorias e a prática de formação, com vistas a abordar 
os temas teóricos e as atividades de ensino-aprendizagem que compreendem as três unidades 
em que estão organizados o conteúdo.
A metodologia das aulas está baseada em um estudo através da rede, que abrangerá a co-
munidade de professores, acadêmicos e tutores. Ao acessar o ambiente de aprendizagem da 
Unimontes, os acadêmicos poderão se comunicar e executar os seus estudos e trabalhos solicita-
dos na disciplina. Além disso, é importante mencionar que outros meios de mídia também serão 
usados no decorrer de todo o curso de graduação, como a web, CD-ROM e vídeo.
Assim, a ementa da disciplina apresenta a abordagem teórica e metodológica sobre popu-
lação, dinâmicas populacionais e implicações na organização do espaço população, desenvolvi-
mento e meio ambiente. Para contemplar a teoria, as referências bibliográficas utilizadas estão 
adequadas ao trabalho, conforme a estrutura de cada unidade abordada.
Podemos afirmar que o objetivo da disciplina é apresentar subsídios conceituais e metodo-
lógicos para que você possa analisar o espaço geográfico juntamente com as questões demográ-
ficas, além de permitir a interpretação dos fatores sociais, ambientais e econômicos.
Com isso, nós docentes, esperamos que o conteúdo programático a ser estudado seja a 
base científica para a compreensão e te assegure a execução de todas as tarefas e que, por fim, 
possa te auxiliar em futuras pesquisas e análises. 
Estamos satisfeitos por você ter escolhido o curso de Geografia e temos certeza de que atra-
vés da disciplina Geografia da População terá novos olhares para a nossa sociedade. Agradece-
mos e estamos à disposição para auxiliá-lo (a) em seus estudos.
Bons estudos!
Os autores.
11
Geografia - Geografia da População
UNIDADE 1
Abordagem teórica e 
metodológica sobre a população
1.1 Introdução
O objetivo deste tópico é esclarecer a im-
portância do estudo da população para a Ge-
ografia e qual o papel desta ciência na orga-
nização de seu espaço em relação aos grupos 
sociais. 
A abordagem teórica tanto da Geografia 
quanto da categoria População perfaz conjun-
tamente um elemento básico para compreen-
der o mundo em que vivemos, nas perspecti-
vas social, econômica, política e ambiental.
Para se empreender uma discussão me-
todológica sobre a Geografia da População, é 
importante aludir aos teóricos da Geografia e 
da economia clássica. Antes, porém, faz-se ne-
cessário compreender e assimilar alguns con-
ceitos básicos sobre o tema.
O conceito de população refere-se ao 
conjunto de pessoas ou organismos de uma 
mesma espécie que habita uma determina-
da área ou espaço definido. Pode-se perceber 
que esse conceito é usado de forma genera-
lista pela Biologia, Economia, Ciências Sociais, 
Políticas, Estatística e pela nossa Geografia.
É importante ressaltar que, na nossa disci-
plina, empregamos esse conceito, entendendo 
a categoria População como um estudo. Essa 
noção será abordada tanto nessa primeira uni-
dade como nas demais, em que trataremos de 
vários aspectos sobre a temática.
Neste ínterim, ressaltamos que a Demo-
grafia apresenta-se como um estudo da popu-
lação, principalmente, no que tange ao aspec-
to quantitativo e estatístico, e também aborda 
elementos de várias ciências para se “apode-
rar” e explicar possíveis respostas dadas, em 
nosso cotidiano, pela Geografia.
Diante dessas duas conceituações, volta-
-se à questão do método. O objeto a ser com-
preendido em nossos estudos tem uma ampla 
variação de objetiv idades e subjetividades. O 
que significa que a população pode ser estu-
dada nas seguintes concepções:
•	 Teorias populacionais - como a de Mal-
thus, que estudaremos nesta unidade;
•	 Estatística - através dos censos e gráficos;
•	 Raça e etnia - através da cultura;
•	 Gênero e faixas etárias - através da Socio-
logia;
•	 Dinâmica populacional - com os tipos de 
migrações;
•	 Natalidade, fecundidade e mortalidade 
- na concepção da Medicina e da Tecno-
logia;
•	 Distribuição das populações - na visão 
histórica, econômica e espacial; e
•	 Políticas de Desenvolvimento - nos países 
desenvolvidos e subdesenvolvidos e suas 
políticas públicas.
Conforme a descrição, podemos estudar 
a Geografia da População juntamente com os 
temas especificados acima. Neste contexto, 
assinalamos que existem organismos nas esfe-
ras mundial, nacional e local que têm atribui-
ções e funções de analisar, de interpretar e de, 
principalmente, planejar a população. Como 
exemplo, a Organização das Nações Unidas – 
ONU tem, em seu quadro de departamentos, a 
Organização das Nações Unidas para Agricul-
tura e Alimentação, Fundo das Nações Unidas 
para Infância – Unicef que tem o apoio da Or-
ganização Mundial da Saúde - OMS. 
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística - IBGE responde a questões quanti-
tativas que ajudam os governantes nas diferen-
tes esferas de poder, no trato das informações 
e dados que favorecem na criação, desenvolvi-
mento e execução de suas políticas públicas.
Bem, você pode perceber também que a 
metodologia adotada abrange várias áreas do 
conhecimento técnico e científico, daí não pode-
mos “deixar” de reforçar e de lembrar que esse 
elemento do conhecimento proporciona-nosobjetividade no ensino e na aprendizagem.
Para exemplificar, destacaremos, a seguir, 
alguns elementos que são estudados na meto-
dologia da Geografia da População que sem-
DICA
Para você entender 
melhor, consulte os 
sites www.iped.com.
br/colegio/geografia/
demografia e www.
dieese.org.br/ .
 que abordam as 
temáticas Demografia e 
Estatísticas.
DICA 
Para ampliar o conheci-
mento, sugerimos que 
acesse os sites oficiais 
da ONU, FAO e IBGE 
(www.onu-brasil.org.br; 
www.fao.org.br; www.
ibge.gov.br) e conheça 
a história, pesquisas, 
projetos e atuação 
dessas instituições.
▲
Figura 1: Logotipo 
Unicef
Fonte: Disponível em 
http://www.unicef.org.br/ 
Acesso em 21 Maio 2013.
▲
Figura 2: Logotipo 
IBGE
Fonte: Disponível em 
http://www.ibge.gov.
br/home/. Acesso em 21 
Maio 2013.
12
UAB/Unimontes - 1º Período
pre devem ser levados em consideração em 
nossas análises e estudos. São eles:
•	 A dinâmica e os processos da História;
•	 O espaço geográfico;
•	 O campo de abordagem;
•	 A representação cartográfica dos elemen-
tos e fatos;
•	 As comparações de dados entre os anos e 
os locais;
•	 As fontes dos dados; e
•	 As relações internas e externas.
O que queremos demonstrar é que a aná-
lise dos dados está voltada para a compreen-
são ideológica do leitor, embora os dados e 
fontes devem ser sempre seguros e fiéis às 
pesquisas, garantindo, com isso, uma melhor 
compreensão e leitura de mundo através das 
estatísticas.
Prosseguindo, apresentaremos alguns ti-
pos de gráficos, mapas e representações que 
são usados nos estudos demográficos:
▲
Figura 4: Logotipo 
OMS
Fonte: Disponível em 
http://www.who.int/
eportuguese/pt/ Acesso 
em 21 Maio 2013.
▲
Figura 3: Organização 
da Nações Unidas para 
Agricultura Alimentar
Fonte: Disponível em 
https://www.fao.org.br/ 
Acesso em 21 Maio 2013.
Figura 5: População – 
situação de domicílio 
Fonte: IBGE, 2010
►
Figura 7: Expectativa de vida – comparação 
entre países (média de idade)
Fonte: UNFPA, 2004 http://1papacaio.com.br/modu-
les/Sala_aula/gallery/pesquisa/geografia/geo_hu-
mana/expectativa_vida_mundo.gif
►
▲
Figura 6: População Rural e Urbana do Brasil.
Fonte: IBGE, 2000. http://www.scielo.br/img/revis-
tas/ea/v20n57/a17grf01.gif
13
Geografia - Geografia da População
◄ Figura 8: População 
– Situação de 
domicílio – Brasil
Fonte: IBGE, 2010
◄ Figura 9: 
Composição 
da população 
residente, por sexo e 
idade - Brasil
Fonte: IBGE, 2010
◄ Figura 10: Pirâmides 
etárias da população 
do Brasil
Fonte: Atlas geográfico 
escolar. Rio de Janeiro. 
IBGE, 2010
14
UAB/Unimontes - 1º Período
As figuras 5 a 12 são meramente ilustrativas e demonstram as várias representações que 
podemos utilizar em nossos estudos e na metodologia da Geografia da População. 
Nos livros didáticos, encontraremos vários tipos de representações para análises. Neles, 
são apresentados os seguintes tipos:
•	 Gráfico de Pirâmide – identificando o gênero, faixa etária e o número da população;
•	 Gráfico de Setor – pode abordar vários elementos sobre população, a sua forma é uma 
circunferência;
•	 Gráfico de Barra, Colunas e Linear – mostra duas perspectivas nas abcissas e coordenadas;
•	 Gráfico Pictórico – utiliza-se de imagens representativas;
•	 Mapas – estatísticos, políticos e físicos;
•	 Fotos – imagem fotográfica de população e eventos; e
•	 Tabela – dados comparativos ou mesmo descritivos entre vários ou um único elemento.
Ao começar a planejar as suas futuras aulas, você poderá desenvolver a seguinte prática 
didática: 
•	 Envie uma tarefa para que os pais possam escolher qual das características brasileiras eles 
acham a mais importante (social, econômica; ambiental; política ou cultural).
•	 Na aula seguinte, identifique, no quadro, juntamente com os alunos o resultado da enquete 
feita com os pais.
•	 Divida a turma em grupos de no máximo 4 alunos. 
•	 Proponha a confecção dos gráficos citados acima. 
•	 Conclusão: faça um comentário dos resultados e da metodologia dos gráficos utilizados. 
•	 Tempo utilizado: máximo de 3 aulas.
Após a consecução de todas essas abordagens metodológicas, esperamos que você esteja 
pronto para trabalhar de forma segura os elementos abordados.
A esse respeito, leia a seguinte mensagem de Damiani, que cita (Lefebvre, o Marxismo, p.29):
Em cada realidade, precisamos apreender as suas contradições peculiares, o 
seu movimento peculiar (interno), a sua qualidade e suas transformações brus-
cas; a forma (lógica) do método deve, pois, subordinar-se ao conteúdo, ao ob-
jeto, à matéria estudada; permite abordar, eficazmente, o seu estudo, captando 
o aspecto mais geral desta realidade, mas substitui a pesquisa científica por 
uma construção abstrata (DAMIANI, 2006, p.10).
Assim, finalizamos esse tópico e iniciamos o seguinte, que nos permitirá avançar no conteú-
do e na compreensão da disciplina, de forma mais aprofundada.
▲
Figura 11: Pirâmide etária da Europa.
Fonte: IBGE, 2010
▲
Figura 12: Mapa de densidade demográfica do 
Brasil em 2010.
Fonte: IBGE, 2010 http://confins.revues.org/docanne-
xe/image/7215/img-4-small480.png
DICA
Pesquise os diferentes 
tipos de gráficos, ma-
pas e representações 
demográficas, pois o 
conhecimento de todos 
eles é fundamental não 
só para a sua aprendi-
zagem, mas também 
por permitir releituras 
de outros dados em 
quaisquer situações.
15
Geografia - Geografia da População
1.2 Concepções sobre população 
O objetivo deste tópico é apresentar de 
forma clara os principais conteúdos e elemen-
tos da Geografia da População. Para cumprir 
esse intento, não se pode excluir, das análises 
atuais, os teóricos do passado. É sempre im-
portante ressaltar as categorias do tempo ver-
sus espaço. A “lógica” do conhecimento se en-
quadra nessa concepção metodológica.
A busca de conclusões, explicações, aná-
lises, hipóteses e problemas em cada um dos 
conteúdos deve ser sempre amparada pela 
revisão teórica, principalmente, dos clássicos 
das ciências humanas, como o nosso caso em 
particular, o que não nos impede de recorrer, 
de forma consciente, às outras ciências e áreas 
do conhecimento multidisciplinares.
Nessa direção, a primeira concepção que 
apresentamos é a abordagem Econômica ba-
seada na Escola Inglesa de Thomas Robert 
Malthus (1766-1834), que se tornou o mais 
importante e ainda discutido, no que tange à 
questão população e miséria, abrangendo a 
relação com o consumo, agricultura e capital-
-trabalho. Malthus é criticado por inúmeros 
outros mentores do conhecimento, como Da-
vid Ricardo, Karl Marx e Adam Smith.
Da teoria Malthusiana que resistiu ao 
tempo em alguns aspectos, nasce a Teoria Ne-
omalthusiana, que “aceita” postulações e as 
modificações teóricas no que diz respeito a 
alguns equívocos que são tratados em relação 
ao tempo versus espaço. E, em alguns casos, 
modificações sobre a ótica política e até mes-
mo ideológica. 
Conforme expusemos até aqui, é impor-
tante trabalhar coletivamente para se aplicar a 
multi e interdisciplinaridade. Ao planejar suas 
futuras aulas, deixe claro as especificações:
•	 Abordar o tema de forma geral e especí-
fica;
•	 Planejar, juntamente, com os professores 
da sua área de atuação, principalmente 
com o de História;
•	 Consultar o conteúdo no livro de História 
adotado pela escola;
•	 Comparar os fatos históricos com a nossa 
realidade atual; e
•	 Fazer uma avaliação do resultado.
Prosseguindo, a segunda concepção, a 
ser estudada, é a da dinâmica populacional, 
que será abordada na Unidade II de nossos 
estudos, envolvendo as migrações com suas 
causas e consequências, os problemas demo-
gráficos e as taxas de fecundidade, natalidade 
e mortalidade.
Os tipos de migrações devem ser aborda-
dos desde os primórdios, época em que indiví-
duos se deslocavam em busca de caça e para 
a coleta, passando pelo desenvolvimento das 
tecnologias de transporte e chegando aos dias 
de hoje. Com a formação dos Estados-Nação, a 
soberania nacional sobre os territórios e com 
o advento da globalização, pôde-seperceber 
que as causas dos movimentos migratórios se 
modificaram e, assim, as suas consequências. 
Porém, de maneira geral, identificam-se, ain-
da, aspectos gerais nas migrações que aconte-
ceram em todos os tempos de nossa história. 
Por fim, a terceira e última concepção 
apresentada será a ambiental e dos recursos 
que a população utiliza e explora que será 
abordada na Unidade III. Nesse sentido, pode-
mos afirmar que a relação sociedade e nature-
za existe desde que o homem povoa o planeta 
terra, já que as suas necessidades básicas ad-
vêm da exploração dos recursos naturais.
 Com o advento da agricultura, as popula-
ções fundaram melhores localidades e diminu-
íram as suas migrações, pois a cidade passou 
a ser o ponto principal de todas as relações 
sociais e econômicas.Como efeito, a cidade se 
modernizou, mas o homem ainda necessita 
diretamente dos recursos naturais, até mesmo 
porque as técnicas e tecnologias da atualidade 
necessitam de combustíveis em grande escala. 
Nesse cenário, animais são criados, ve-
getais são extraídos e minerais não se reno-
vam, demonstrando como o homem explora 
a natureza. Esta exploração vem causando 
DICA
Para conhecer melhor 
as obras e biografia de 
Malthus, David Ricardo, 
Karl Marx e Adam Smi-
th, acesse os seguintes 
endereços eletrônicos: 
http://www.econo-
miabr.net/ biografia/
malthus.html,www.
wikipedia.org/wiki/
David_ricardo,www.
culturabrasil.pro.br/
marx.htm, www.algoso-
bre.com.br/biog rafias/
adam-smith.html.
PArA SAbEr MAIS
Ao pesquisar sobre 
a vida de Malthus, é 
importante identificar 
que o próprio postulou 
a sua teoria, baseando-
-se em seu tempo 
histórico, na Inglaterra, 
época em que aconte-
cia um dos períodos da 
Revolução Industrial.
◄ Figura 13: Thomas 
Robert Malthus
Fonte: Disponível em 
http://www.nndb.com/
people/ 250/000024178/
malthus.jpg. Acesso em: 14 
Maio 2013.
16
UAB/Unimontes - 1º Período
vários problemas e ampliando a degradação 
ambiental. Os países desenvolvidos utilizam 
dos recursos em forma de matéria-prima ba-
rata e os vendem para os países em desen-
volvimento em forma de produtos e tecno-
logias, porém grande parte da humanidade 
não usufrui desses benefícios, o que os tor-
nam miseráveis e excluídos. Desde 1972, em 
Estocolmo, na Conferência Mundial sobre o 
Meio Ambiente, vem se estudando e criando 
políticas sustentáveis, porém, vinte anos de-
pois, no Rio-ECO/92, poucas dessas políticas 
foram executadas. Diante desse alarme sobre 
os recursos, a população se preocupa com o 
futuro.
Em síntese, apresentamos as três concep-
ções gerais sobre os estudos da população. 
Prosseguindo, apresentamos a:
1.3 Teoria de Malthus 
O objetivo deste tópico é explorar as vá-
rias ideias sobre a leitura do texto de Thomas 
Robert Malthus em seu ensaio. A compreen-
são dos textos desse pastor anglicano revela 
ao mundo inúmeras controvérsias sobre reli-
gião, miséria, economia, agricultura dentre ou-
tros assuntos. 
“Segundo Malthus, os alimentos irão cres-
cer de forma aritmética, e a população, de for-
ma geométrica” (ideia síntese). Com os meios 
de produção existentes na época, as formas de 
se ter uma grande produção era difícil, porém, 
as famílias se multiplicavam em filhos, o que 
chegava a ocasionar a miséria, e isso era um 
dos princípios básicos de “combate” de Tho-
mas Robert Malthus em sua teoria. (Analise os 
dados da figura 14).
Num breve relato sobre o autor do ensaio, 
em que trata do princípio da população, publi-
cado em 1798, podemos destacar que:
•	 Participou ativamente da escola Inglesa 
Econômica;
•	 Discutiu a concepção Marxista;
•	 Abordou questões sobre o valor do traba-
lho e da mais-valia;
•	 Dissertou sobre a produção, a terra, o tra-
balho e a coletividade;e
•	 Apresentou divergências teóricas com Ri-
cardo, pois era “moralmente” melhor, se-
gundo alguns autores da época. Ricardo 
era financista, e Malthus, um acadêmico. 
Ricardo era defensor da burguesia indus-
trial e Malthus, defendia os conservado-
res – aristocracia agrária.
Discutiremos, a seguir, os principais pon-
tos desse ensaio, conforme os capítulos que 
Malthus produziu.
O primeiro capítulo do ensaio aborda o 
crescimento demográfico e a produção de ali-
mentos: primeiras proposições (1798):
O ensaio que se segue originou-se da pre-
ocupação sobre a questão geral do futuro e me-
lhoramento da sociedade. À medida que o tema 
se abre perante as teorias, surgem ideias com as 
quais não se havia deparado antes. 
Para ele, é uma verdade óbvia, já obser-
vada por muitos escritores, que a população 
deve ser mantida no nível dos meios de sub-
sistência, no entanto, nenhum escritor inves-
PArA SAbEr MAIS
É importante utilizar 
mapas representati-
vos das migrações, 
recorrendo a leitura de 
suas legendas, que se 
baseiam em “setas”, as 
quais indicam os fluxos 
de pessoas em todo o 
mundo.
Figura 14: 
Representação gráfica 
da teoria Malthusiana
Fonte: Disponível em 
http://www.miniweb.com.
br/ciencias/artigos/Tho-
mas_Robert_Malthus.pdf. 
Acesso em 14 Maio 2013.
►
DICA
Quer saber mais sobre 
Estocolmo 72 e a RIO 
92? Acesse então os 
sites: www.ambiente-
brasil.com.br e http://
pt.wikipedia.org/wiki/
ECO-92.
17
Geografia - Geografia da População
tigou, especificamente, os meios pelos quais 
esse equilíbrio é obtido. No seu entender, esse 
é o maior obstáculo ao avanço de qualquer 
grande melhoramento futuro da sociedade.
Segundo Malthus, a capacidade de cres-
cimento vegetativo do homem é bem maior 
que a capacidade de produzir alimentos. As 
figuras 17 e 18 evidenciam as formas de pro-
dução da atualidade, as quais são diferentes 
daquilo que Malthus propôs. 
A Teoria Malthusiana dizia que a popula-
ção cresce de forma geométrica, ao passo que 
os meios de subsistência crescem de forma 
aritmética. Baseado no estado de miséria da 
população na Europa e na Inglaterra, ele pre-
gava a abstinência sexual e preceitos morais.
Uma vez que o alimento é essencial para 
a existência humana, torna-se necessário que 
tanto a população como o meio de subsistên-
cia avance no mesmo nível. Ainda de acordo 
com Malthus, a desigualdade natural entre po-
pulação e produção da terra dificulta o avanço 
da perfeição da sociedade, pois essas diferen-
ças provocam ação constante da miséria sobre 
grande parte da humanidade.
Prosseguindo na discussão, no segundo 
capítulo trata das leis de amparos aos pobres 
(1803). Na Inglaterra, as dificuldades eram 
enormes e houve um período de escassez 
entre 1800 e 1801, o que fez com que os pre-
ços dos cereais subissem causando, assim, o 
impedimento de várias famílias comprarem o 
PArA SAbEr MAIS
Conheça a síntese da 
árvore genealógica 
de Malthus: William 
Malthus – bisavô; 
·Syndenham Malthus 
– avô; ·Daniel Malthus 
– pai. ·A sua família tem 
testemunho de posse 
de terras na Inglaterra 
dois séculos antes de 
Thomas Robert. Seu 
pai, Daniel era amigo 
de grandes pensadores 
da época, como Jean-
-Jacques Rousseau, 
do qual comprou em 
1773 a sua biblioteca 
botânica, além de parte 
do seu herbário, e de 
David Hume.
DICA
Mais informações sobre 
Rousseau e Hume você 
confere nos sites www.
culturabrasil.pro.br/
rousseau.htm e www.
mundodosfilosofos.
com.br/hume.htm
DICA
Visite o site www.
miniweb.com.br/cienci 
as/artigos/Thomas_Ro-
bert_ Malthus.pdf e sai-
ba mais sobre o “Ensaio 
sobre o princípio da 
população”.
ATIVIDADE
Observe as figuras 15 e 
16 e faça uma reflexão 
a respeito da charge e 
do gráfico sobre multi-
dão planetária. Poste o 
comentário no fórum 
de discussão. 
▲
Figura 15: Charge sobre crescimento populacional
Fonte: Disponível em http://www.geografiapara 
todos.com.br. Acesso em 20 Maio 2013. 
▲
Figura 16: Multidão Planetária
Fonte: Disponível em http://www.geografiaparatodos.
com.br.Acesso em 20 Maio 2013 
◄ Figura 17: Plantação 
de cereais em fontes 
alternativas de água - 
Israel.
Fonte: Disponível em 
http://www.kkl.org.il/eng/
water-for-israel/israel-
-fourth-aquifer/ Acesso em 
20 Maio 2013. 
18UAB/Unimontes - 1º Período
seu alimento diariamente. Muitos dos pobres 
eram ajudados pelas paróquias, que deixaram 
de realizar as suas festas comuns à sociedade 
da época. A produção que existia era comum 
tanto aos pobres quanto aos ricos, porém os 
pobres eram a mão de obra, e isso se refletia 
na economia local.
Na concepção de Malthus quase toda 
pobreza é relativa, já que ele entende que po-
deria haver uma melhor distribuição da renda 
entre as pessoas, independente de sua classe 
social. A exemplo do preço atribuído aos ce-
reais, na época, se diminuísse o valor, poderia 
o seu excedente ser guardado e utilizado em 
outras circunstâncias que não aquelas para so-
mente alimentar. No pensamento original de 
Malthus, ele dizia:
Podemos nos considerar peculiarmente afortunados porque os dois anos de 
escassez foram sucedidos por dois eventos extremamente providenciais para 
restaurar a fartura e os preços baixos – uma colheita abundante e uma paz; 
juntos, produziram nas mentes tanto dos compradores como dos vendedores 
a convicção geral de fartura; e, tornando os primeiros tardos em comprar e os 
outros anciosos por vender, ocasionou um excesso no mercado e uma conse-
qüente queda rápida de preços, que habilitou as paróquias a retirar seus subsí-
dios aos pobres e, assim, a evitar um retorno aos altos preços quando o alarma 
entre os vendedores acabasse. (MALTHUS,1982,p.73).
Quando existia o equilíbrio entre a mão 
de obra e o seu valor real, existia, assim, no 
mercado, uma satisfação com a política da 
relação entre a oferta e a procura. As leis in-
glesas de amparo aos pobres parecem haver 
contribuído para elevar o preço das provisões 
e rebaixar o preço real da mão de obra. “Elas 
têm contribuído, portanto, para empobrecer 
aquela classe de gente cuja única posse é o 
seu trabalho” (MALTHUS, 1982, p.78)
A esse respeito, as observações e leitu-
ras realizadas por Malthus revelaram que se 
as paróquias continuassem com a ajuda, os 
pobres deixariam de trabalhar gerando, con-
sequentemente, um caos em todo o sistema 
do país. É importante destacar que a ajuda só 
deve acontecer enquanto existir o período de 
necessidade, mas a esperança deve permitir 
sempre acreditar em tempos melhores.
Na sequência, o terceiro capítulo sinte-
tiza os Princípios da Economia política - uma 
visão de conjunto (1820):
A economia política baseia-se nos prin-
cípios de liberdade do comércio e na ideia 
de que cada indivíduo poder defender seu 
próprio interesse, a seu modo. Ela anda jun-
tamente com a ciência para que possa pro-
gredir. Vários autores tratam desse tema, 
contudo, atualmente, não existe um consen-
so sobre o assunto, pois ele se encontra na 
tentativa de simplificação e generalização da 
economia.
Entre esses autores dedicados a esse es-
tudo, destaca-se o professor e filósofo esco-
cês Adam Smith que defendia a ideia da não 
intervenção do Estado na economia e, com 
Figura 18: Percentual 
de população mundial 
subnutrida
Fonte: Disponível em 
https://www.fao.org.br/. 
Acesso: 16 Maio 2013.
►
GLOSSÁrIO
Crescimento Vegetati-
vo: é a diferença entre 
a taxa de natalidade e a 
taxa de mortalidade de 
um país.
19
Geografia - Geografia da População
isso, ter-se-ia um Estado limitado às funções 
de guardião da segurança pública, mante-
nedor da ordem e garantia da propriedade 
privada. No cerne dessa questão, pregava-se 
a liberdade contratual, pela qual empregado-
res e empregados seriam livres para negociar 
os contratos de trabalho.
Adam Smith acreditava que a riqueza 
depende do excedente da produção em rela-
ção ao consumo. Um exemplo que se aplica 
é que se cada pessoa estivesse satisfeita com 
a alimentação mais simples, com a mais po-
bre das vestimentas e as casas mais mesqui-
nhas, não haveria certamente outros tipos de 
alimentos, vestuários e habitação, uma vez 
que os proprietários não teriam motivação 
adequada para bem cultivar suas terras e não 
teriam por que criar coisas mais sofisticadas. 
Apesar da clareza dos argumentos, é óbvio 
que a sua teoria não poderia ser considerada 
totalmente correta, enquanto se mantivesse 
inconsistente com a experiência geral.
Uma regra correta e geral da Economia 
política é o fato de a riqueza de determina-
da nação crescer juntamente com a dos seus 
estados vizinhos. Segundo Adam Smith, o 
Estado deve administrar com leis os setores 
como a agricultura, indústria e comércio, para 
que ele progrida. O economista apostava que 
quanto menos o governo investisse na sua 
população, mais essa população progredi-
ria, o que parecia ter relação com os tributos, 
pensava o autor.
Observa-se que todo estudo relaciona-
do à Economia Política tem que ser analisado 
cautelosamente, porque existem princípios 
possivelmente corretos, mas que se forem co-
locados na prática ou na confirmação, pode-
rão sofrer depreciações, caso não haja veraci-
dade dos fatos em questão, gerando, assim, 
teorias insipientes ou prematuras.
Já, o quarto capítulo da obra “o ensaio” 
trata da renda diferencial (1820):
Em meados do século XIX, a economia 
mundial experimentou as primeiras inicia-
tivas industriais e com destaque no bene-
ficiamento dos produtos agrícolas, como 
exemplo, a indústria têxtil. O valor da terra 
é inestimável, pois dela o homem retirava a 
matéria-prima para o seu sustento e produ-
ção das manufaturas. Posteriormente, houve 
uma ruptura nos serviços manufaturados, to-
davia na agricultura deu-se apenas a diminui-
ção da produção. 
Tendo como ponto de vista a “Lei da 
oferta e da procura”, Thomas Robert Malthus 
procurou ilustrar os alimentos produzidos em 
determinada estação, com certo investimen-
to e vendidos a um preço necessário e justo, 
sem a alta lucratividade nem prejuízos. Há 
um debate quando se refere ao uso de terras 
improdutivas para suprir as necessidades das 
produtivas.
Na sequência, o quinto capítulo aborda 
as possibilidades de superprodução (1820):
A superprodução está baseada na lei da 
oferta e da procura. Quanto maior a deman-
da, maior a produção de mercadorias. Ela ain-
da está relacionada à troca de mercadorias, 
fazendo com que a moeda circule gerando 
riqueza e lucro a uma determinada nação. Há 
o aumento de mão de obra e de excedentes 
para os produtores e industriais, em geral.
A diminuição das mercadorias faz com 
que o seu preço aumente, causando uma di-
minuição da mão de obra, tornando-se, as-
sim, um problema para a população e para 
a economia do país, pois há uma redução no 
consumo e no lucro. É importante lembrar 
que o que gera riqueza para um país não é 
o acúmulo de capital e sim a circulação do 
mesmo.
Cada classe social está relativamente 
adequada ao capital que produz e ao poder 
de consumo que este capital pode proporcio-
nar. O agricultor sempre vai consumir produ-
tos de primeira necessidade, e o industriário 
possui meios para adquirir artigos de luxo, 
contudo, uma simples diferenciação nessa ca-
deia de produção e no seu consumo, afetaria 
toda a sociedade.
O sexto capítulo discute a produção, 
distribuição e demanda efetiva (1820):
Podemos verificar nos capítulos, que 
Malthus aborda cada tema, baseando-se, 
para isso, na concepção vivida na Inglaterra 
da época. A experiência do cotidiano mos-
trou a ele várias maneiras de pensar o ho-
mem, a terra, o trabalho e o capital. 
Diante disso, a síntese que se faz é:
Vimos que a capacidade de produção, em qualquer medida que possa existir, 
não é isoladamente suficiente para assegurar a geração de um grau propor-
cional de riqueza. Algo mais parece necessário para pôr essa capacidade ple-
namente em ação. Trata-se de uma demanda efetiva e desimpedida por tudo 
que é produzido. E o que parece contribuir mais para atingir desse estado é a 
distribuição e uma adaptação desse produto às necessidades dos que devem 
consumi-lo, aptas a aumentar constantemente o valor de troca de toda a mas-
sa, diz (MALTHUS,1982,p.139).
DICA
O assunto abordado 
remete à situação dos 
países industrializados 
e os não-industrializa-
dosna nossa atuali-
dade, pois os subde-
senvolvidos, agrários e 
com riquezas minerais, 
subsidiam os desen-
volvidos com os seus 
recursos, commodities 
e, às vezes, ofertando 
baixo preço nas bolsas 
de valores por todo o 
mundo.
DICA
Entenda o que são as 
Commodities aces-
sando o endereço 
eletrônico: http://www.
infoescola.com/econo-
mia/commodities/
20
UAB/Unimontes - 1º Período
Por fim, O sétimo capítulo encerra a sua 
teoria sobre o princípio da população – última 
versão (1824):
Neste último capítulo, o autor Malthus 
confirma toda a sua teoria no que tange à 
discussão geométrica e aritmética. Faz uma 
relação com os grãos de trigo, que se repro-
duzem e chegam ao mercado, com o número 
de pessoas que irão consumir e trabalhar nes-
sa produção. Ainda, nesse texto, é importante 
mencionar a valorização que ele faz sobre as 
boas terras e suas produções, dando exemplos 
dos Estados Unidos e suas colônias. Através de 
dados do Censo feito nos Estados Unidos en-
tre 1790 e 1800, Malthus pôde observar que a 
taxa crescente da população pode fazer com 
que a mesma chegue a dobrar em 22 anos e 
quatro meses e meio.
Para confirmar a sua proposta, Malthus 
faz inúmeras pesquisas sobre diversos censos 
demográficos de vários países, chegando a 
discutir dados de Alexandre Von Humboldt.
A Teoria de Malthus revelou a sua postu-
ra sobre o “Ensaio de População”. Diante da 
apresentação desse sétimo capítulo, ele marca 
o seu conhecimento científico em uma época 
e, além disso, nos conduz a pensar sobre ques-
tões do nosso cotidiano, como:
•	 O Estado-Nação atual irá conseguir ofe-
recer uma vida de bem-estar social para 
todos os seus cidadãos?
•	 A tecnologia irá suprir as necessidades de 
produção mesmo em áreas inférteis?
•	 As migrações mundiais promovem pro-
blemas diversos nos países repulsivos e 
nos que atraem?
•	 Os recursos naturais irão ser suficientes 
para a população existente e consumista 
desse século XXI?
•	 Os países desenvolvidos ainda irão per-
manecer nessa postura mercantil perante 
os subdesenvolvidos?
•	 A pobreza e a miséria irão ser supridas?
•	 As guerras ainda são exemplos de baixas 
na população mundial?
•	 Os fenômenos naturais ainda irão “recor-
tar” parte de populações em alguns pa-
íses?
•	 As transformações no meio ambiente 
irão ser minimizadas a partir de uma nova 
postura comportamental da sociedade 
como, por exemplo, o desenvolvimento 
sustentável?
É importante que você, acadêmico (a), 
tenha essas questões para responder, ao lon-
go de seus estudos, refletindo não só sobre o 
Ensaio de Malthus, mas também sobre lacu-
nas existentes na dinâmica econômica, social, 
política e ambiental em que vivemos no início 
deste século.
1.4 Teoria Neomalthusiana 
O objetivo deste penúltimo tópico é de 
novamente elucidar as teorias no que tange 
nossa proposta de ensino-aprendizagem. Na 
tentativa de responder a algumas questões 
do final do tópico anterior, podemos perce-
ber que, com o passar dos anos, a História e as 
transformações sobre a natureza são inúme-
ras, o que também no ramo do conhecimento 
acontece. 
A célebre teoria populacional de Thomas 
Robert apresenta dialeticamente também 
transformações como várias correntes do pen-
samento social e político que foram analisadas 
nos séculos XIX e XX. Uma das transformações, 
a qual nos referimos, é o Neomalthusianismo.
A proposta dessa teoria é feita logo após 
a Segunda Grande Guerra Mundial, um marco 
expoente na economia mundial em que acon-
teceram redefinições de poderes das grandes 
nações do mundo. O poder militar e econômi-
co retratam a supremacia e hegemonia de al-
guns países, como os Estados Unidos e a extin-
ta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, 
liderada pela grande Rússia.
Nesse contexto, os países hegemônicos 
entendem que a miséria dos países subdesen-
volvidos se alastra por falta de investimentos 
sociais, tecnológicos e mesmo ambientais. 
Assim, os países ricos poderiam arcar com os 
possíveis problemas dos pobres, pois a dis-
ponibilidade de capital empregado pelos 
agentes econômicos teria que ser maior para 
subsidiar os menos favorecidos mas, com isso, 
a renda per capita desses países seria menor. 
É bem verdade que a Divisão Internacional 
do Trabalho – DIT impõe também um ritmo 
alucinante de produção de bens e consumo 
juntamente aos de capital, que exclui várias 
camadas sociais em todos os continentes, em 
especial a América Latina, Ásia e África.
Na época da guerra, apesar das grandes 
baixas, os países, principalmente, os subde-
senvolvidos, passam por transições demográ-
ficas, alguns apresentando a famosa Explosão 
Demográfica que, em muitos países, dobrou a 
população, a partir dos anos de 1960 e 1970. 
PArA SAbEr MAIS
Nesse período, os Esta-
dos Unidos acabavam 
de se tornar indepen-
dente da Inglaterra e 
faziam a sua conquista 
para o oeste. Hoje, 
os Estados Unidos 
apresentam uma alta 
tecnologia de produção 
de grãos na área central 
do país, nas pradarias.
21
Geografia - Geografia da População
O Neomalthisianismo defende que a cau-
sa da pobreza é o crescimento populacional. 
Por isso, é necessário:
•	 Controle de natalidade;
•	 Utilização de métodos anticoncepcionais;
•	 Uso da tecnologia a favor da medicina;
•	 Controle familiar; e 
•	 Investimentos na saúde e na educação.
Numa análise reducionista, pode-se per-
ceber que Malthus estava errado, porém nem 
todos os países têm as condições suficientes 
de aprimorar as questões identificadas pelo 
Neomalthusianismo. É importante lembrar que 
a sujeição moral é parte de “pacote” teórico, o 
que também já pregava Malthus. No Brasil, essa 
teoria se integrou às políticas públicas governa-
mentais por volta de 1970. Contudo, percebe-
mos que desde então a população duplicou e 
os problemas sociais sempre existiram.
Juntamente a essa discussão polêmi-
ca, mas necessária ao desenvolvimento das 
nações e de suas políticas em caráter local e 
mundial, os Ecomalthusianos entendem que 
os recursos naturais irão sofrer grande impac-
to em consequência do consumismo abusivo. 
Somam-se a isso, o fato de que os avanços 
socioeconômicos desenfreados do homem 
sobre o planeta além dos tecnológicos vêm 
causando gradativamente modificações no re-
gime climático global.
1.5 Teoria Marxista 
O objetivo desse último tópico da UNIDA-
DE – I é o de reconhecer os estudos popula-
cionais através de outros pensamentos, além 
da Geografia. A concepção econômica e social 
tem fortes e importantes pontos que discutem 
o espaço. Malthus, já em seu ensaio, fazia con-
siderações sobre Karl Marx e também inferia, 
em alguns pontos, sobre o que o autor prega-
va para a época.
Enquanto cientista político, Marx se des-
taca pelas suas teorias sociais e econômicas, 
o que confere “um peso” maior às discussões 
sobre o que estudamos. A teoria Marxista é 
também denominada de “Reformista”. Ela tra-
ta das seguintes questões, que são caracteriza-
das como mais realistas:
•	 A miséria é de fato a grande responsável 
pelo crescimento populacional;
•	 Os jovens são resultados e não causa do 
processo da dinâmica populacional;
•	 Os países desenvolvidos investem nas ge-
rações jovens no que diz respeito à edu-
cação e à saúde;
•	 O controle de natalidade ou planejamen-
to familiar é mantido, mas deve ser es-
pontâneo, como no mundo desenvolvido; 
•	 Deve-se investir, de forma maciça, nas 
questões sociais e econômicas, realizando 
de fato uma reforma substancial para ha-
ver mudanças positivas;
•	 Os países desenvolvidos apresentam par-
cela de culpa sobre os subdesenvolvidos; 
e
•	 O contingente de jovens no mundo sub-
desenvolvido gera um exército de mão 
de obra com baixa capacidade e pouca 
eficiência, ao contrário dos países ricos.
Assim, apresentadas essas teorias sobre 
a perspectiva Reformista, podemos melhor 
desenvolver uma análise de nossos estudos 
e comparar as três vertentes teóricas geradas 
pelo pensamento de Malthus, que são ampla-
mente debatidas na Geografia da População.
Bem, chegamosao fim de nossos cinco 
tópicos da UNIDADE – I, esperamos que você 
tenha realizado seus estudos, leituras, ano-
tações e, principalmente, que tenha a curio-
sidade de pesquisar, nos sites indicados, os 
elementos de relevância que tratamos nessa 
unidade. Passaremos agora às questões avalia-
tivas, que também fazem parte da nossa me-
todologia para alcançarmos com êxito os ob-
jetivos propostos.
Parabéns, você é um vitorioso, esperamos 
que continue assim nas próximas unidades e 
valorize o seu curso de graduação.
Referências 
BEAUJEU - GARNEIER. J. Geografia da População. São Paulo: EDUSP, 1971.
BECKER, Berta K. “Os deserdados da Terra”. IN: Ciência Hoje. Ano 3, n. 17, mar/abr.São 
Paulo:SBPC, 1985.
DICA
Para ampliar o conheci-
mento sobre o Ecomal-
thusianismo e também 
sobre a DIT, sugerimos 
a consulta aos seguin-
tes sites: http://concei-
tosetemas.blog spot.
com/2008/03/ecomalt 
husianismo-e-outras-
-teorias.html 
 http://www.algosobre.
com.b r/geografia/
comercio-na- divisao-
-internacional-do- tra-
balho-dit-o.html
PArA SAbEr MAIS
A ONU aconselha o uso 
mínimo de 80 litros 
diários de água por 
pessoa e o consumo de 
2100 calorias alimentar. 
É bem verdade que em 
alguns lugares do mun-
do a água já se torna 
escassa e que chega a 
ser reutilizada 16 vezes, 
como no caso da Ho-
landa – países baixos. 
Além das grandes safras 
recordes, também 
pode-se perceber os 
desperdícios em alguns 
países e, em contrapar-
tida, há uma população 
faminta no interior da 
África.
Assim, podemos com-
preender várias afirma-
ções de Malthus sobre 
o mundo subdesenvol-
vido e ainda sobre os 
desenvolvidos.
DICA
Para compreender me-
lhor a teoria reformista 
de Marx, acesse o ende-
reço eletrônico: http://
www.brasilescola.com/
geografia/teoria- refor-
mista.htm
22
UAB/Unimontes - 1º Período
CORRÊA, Roberto Lobato. Interações Espaciais. IN: CASTRO, Iná Elias de. Explorações geográfi-
cas: percursos no fim do século. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
DAMINIANI, Amélia. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 1991. p.107.
GEORGE, Pierre. Geografia da População. São Paulo: Difel, 1971. HOGAN, Daniel Joseph. (Org.). 
Dilemas sócio-ambientais e desenvolvimento sustentável. Campinas: Ed da UNICAMP, 1995.
HENRIQUES, A. Thomas robert Malthus A Teoria Malthusiana. Instituto Politécnico de Coim-
bra. Departamento de Engenharia Civil. 2007. 10 p.
HISSA, Cássio Eduardo Viana (org) Saberes Ambientais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.
HUNT, E.K. História do pensamento econômico. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. p. 85-
109/219-251.
MALTHUS, Thomas Robert. Economia/Coletânea Grandes Cientistas Sociais – Tradução Tamás 
Szmrecsányi. São Paulo: Ática, 1982. p.200.
MARTINE, George (RG.). População, Meio Ambiente e Desenvolvimento: Verdades e contradi-
ções. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996.
MARTINS, José de Souza. O Vôo das Andorinhas: migrações temporárias no Brasil. IN: Não há 
terra para plantar neste verão. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1984. p.4-61.
MATOS, Ralfo Edmundo. Espacialidades em rede: população, urbanização e migração no Brasil 
contemporâneo. Belo Horizonte: C/Arte,2005. p.261.
POURSIN, Jean-Marie; DUPUY, Grabriel. Malthus. São Paulo: Cultrix, Ed. Da USP, 1975. p. 155.
REDE PITÁGORAS. banco de Questão. Elaborador: Fernando de Oliviera Mendonça, 2008 (adap-
tação).
SCARLATO, Francisco Capuano. População e Urbanização brasileira. IN: ROSS, J. S. Geografia 
do Brasil. 4 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.
VERRIÈRE, Jacques. As Políticas de População. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,1978.
WETTSTEIN, German. Subdesenvolvimento e Geografia. São Paulo: Contexto, 1992.
ZELINSKY, Wilbur. Introdução à Geografia da População. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editoras, 
1974. p. 195.
PArA SAbEr MAIS
“Pensar Malthus é pen-
sar o desenvolvimento 
social, é refletir sobre 
a miséria, é atribuir 
valor às políticas go-
vernamentais em nível 
mundial”.
23
Geografia - Geografia da População
UNIDADE 2
A Dinâmica populacional 
2.1 Introdução 
Olá acadêmico (a)! Espero que você esteja 
animado(a) para aprender, nesta unidade, so-
bre a dinâmica populacional e suas principais 
conceituações. Entender a dinâmica popula-
cional é muito importante para compreender 
a configuração do espaço geográfico e sua di-
versidade humana, cultural, social e econômi-
ca. Para isso, é necessário que você compreen-
da os conceitos que vêm sendo trabalhados e 
que servem como base para uma abordagem 
prática e, ao mesmo tempo, teórica do tema.
Ao longo da história humana, o homem 
vem produzindo e reproduzindo o seu modo 
de vida, sua relação consigo e com o outro e 
para o outro, o que leva uma constante repro-
dução do espaço geográfico, gerando mudan-
ça populacional e impactos sobre o ambiente. 
Trataremos desse assunto, em nossa terceira 
unidade, onde abordaremos a população e o 
meio ambiente.
Essa multiplicidade do homem vem ge-
rando formas diversas de abordagem e con-
ceitos. O estudo da dinâmica populacional é 
importante por se tratar da especificidade e 
configuração de uma sociedade e suas ques-
tões, abordando seus múltiplos aspectos, se-
jam eles: econômicos, políticos, culturais e so-
cioambientais. 
Para tratar desse tema, selecionamos 
quatro eixos de discussão. O primeiro tratará 
da dinâmica populacional e as implicações na 
organização do espaço. No segundo, explicita-
remos sobre as taxas de mortalidade, natalida-
de e fecundidade e seus reflexos na sociedade 
contemporânea. No terceiro, discorreremos 
acerca das migrações no mundo e, especifi-
camente, no Brasil e em Minas Gerais. Para o 
quarto eixo, nós ateremos à ocupação do es-
paço urbano e rural e seus problemas demo-
gráficos.
2.2 Dinâmica populacional e as 
implicações na organização do 
espaço
Aventure-se pela reflexão sobre a popu-
lação e sua organização no espaço geográfi-
co. Para melhor entendermos, remontamos 
ao período pré-histórico – antes da história 
escrita no período em que o homem habitava 
as cavernas - pois desde essa época o homem 
vem produzindo e reproduzindo sua história e 
seu espaço geográfico (entende-se por espaço 
geográfico aquele produzido e reproduzido 
pelo homem e sua história). Trata-se, especifi-
camente, do período da história chamado de 
paleolítico inferior. A mais antiga forma huma-
na deste período foi encontrada no Continen-
te Africano, aproximadamente há 500.000 a 
30.000 a.C, quando o homem morava nas ca-
vernas para se proteger do frio e se alimentava 
da caça, pesca, coleta de frutos, permanecen-
do nômade por não conhecer a agricultura e a 
criação de animais.
Percebemos que, nesse período, o ho-
mem já começava a sua característica de 
transformar o seu espaço, bem como sua ca-
racterística migratória. Observamos, na Figura 
19, o modo de vida e a estrutura física do ho-
mem das cavernas.
Caro (a) acadêmico(a), quando de fato o 
homem começou a dominar a natureza? Essa 
é uma pergunta constante, então vamos lá 
para o entendimento dessa questão. Foi no 
Neolítico 8.000 e 5.000 a.C. que o homem de 
GLOSSÁrIO
Paleolítico inferior: 
é o período em que 
surgem os primeiros 
utensílios em pedra. 
Estes inicialmente fo-
ram pouco elaborados 
(por exemplo, simples 
seixos lascados) e 
encontravam-se na 
África, associados, num 
primeiro momento, 
a mais antiga forma 
humana conhecida.
Neolítico: Também 
chamado de Idade da 
Pedra Polida (por causa 
de alguns instrumen-
tos, feitos de pedra 
lascada e pedra polida), 
é o período da Pré-
-História.
24
UAB/Unimontes - 1º Período
fato começou a dominar a natureza com a 
descoberta da agricultura, sendo cultivada as 
margens dos rios e nos vales. Por essa razão, 
ele determinou a permanência das suas mo-
radias surgindo, assim, os primeiros aglomera-
dos de população que, num futuro distante, se 
tornaram os aglomerados urbanos.
Outro feito importante, nesse período, 
foi a transformação dos primeiros tecidos em 
lã e linho para substituir a pele. Nessa época, 
eles passarama polir seus instrumentos esfre-
gando-os ao chão e, por causa disso, nascem 
os primeiros trabalhos em metais, como ouro 
e cobre. Essas descobertas permitiram ao ho-
mem, na atualidade, criar e transformar os mi-
nerais em grandes siderurgias localizadas em 
vários lugares do mundo e, principalmente, 
essas mudanças vão interferir na produção e 
reprodução do espaço e na configuração e uti-
lização do uso do solo pela população, crian-
do áreas com maior concentração ou não dos 
aglomerados humanos.
Podemos observar na figura 20, a grada-
tiva evolução da árvore filogenética humana, 
que ocorreu no espaço geográfico em cada 
época, permitindo aos homens organizar o 
espaço social, cultural e físico. À medida que 
o homem passa de homo erectus para homo 
sapiens, mediado pela sua sapiência, torna-se 
cada vez mais autossuficiente e dominador 
do meio. 
Durante a história de vida do homem, o 
ser humano é uma espécie eminentemente 
social que vive em grupo. Ele cria e recria es-
truturas sociais complexas, mas, nem sempre, 
os relacionamentos humanos são prioriza-
dos. Essas sociedades são compostas de mui-
tos grupos cooperantes (parceiros entre si) e 
competidores ( grupo que trabalha com o ou-
tro a partir da competitividade).
Vejamos, essas estruturas variam em di-
versas dimensões, desde as nações até em 
relação à família, desde a comunidade até o 
indivíduo, o eu. Essa evolução humana, para 
compreender e manipular o mundo a sua 
volta, possibilitou aos humanos desenvolve-
rem tecnologia e ciência que facilitassem seu 
modo de vida, deixando o período da pré-his-
tória no passado, criando um dinamismo de 
agregação de valores e de pessoas.
Estas transformações levaram ao apare-
cimento de artefatos, crenças, mitos, rituais, 
valores e normas sociais que, compartilhados, 
formam no conjunto, uma cultura de grupo. 
Esses grupos se estabeleceram e se fortalece-
ram tanto na igualdade como nos contrastes, 
gerando um grupo populacional crescente.
Figura 19: Nômades em 
cavernas.
Fonte: Disponível em 
http://crv.educacao.
mg.gov.br. Acesso em 25 
Maio 2013.
►
PArA SAbEr MAIS
Desde o uso do fogo 
até o emprego pelo 
homem pré-histórico 
de materiais como 
o bronze e o ferro, 
que deram nome ao 
período conhecido 
como idade dos metais, 
o abandono gradual 
dos instrumentos de 
pedra representaram 
um importante salto 
qualitativo no processo 
cultural. 
GLOSSÁrIO
Homo erectus: uma 
espécie extinta de ho-
minídeo que viveu en-
tre 1,8 milhões de anos 
e 300.000 anos atrás. 
homo sapiens: vem do 
Latim: ‘homem sábio’ 
ou ‘homem racional.
Figura 20: Árvore 
filogenética do homem
Fonte: Disponível em 
http://crv.educacao.
mg.gov.br. Acesso em 25 
Maio 2013.
►
25
Geografia - Geografia da População
2.3 Contrastes no crescimento 
populacional 
Já temos o entendimento de que o espa-
ço geográfico é o espaço construído e trans-
formado, mas ele é também um espaço mu-
tável e complexo. Você sabe qual o principal 
elemento que transforma esse espaço? 
Acertou quem respondeu que um dos 
principais elementos que faz essa complexi-
dade e mutação é a variação da população ao 
longo da sua história. Por volta de 1500, esti-
ma-se que a população mundial não ultrapas-
sasse os 500 milhões de habitantes. Em 1800, 
essas estimativas apontavam para cerca de 980 
milhões. Em 1900, a população mundial era de 
aproximadamente 1,65 bilhões de habitantes. 
Já, em 1985, o planeta atingiu a marca de 5 
bilhões de pessoas e, em 1999, essa marca era 
de 6 bilhões de habitantes. Na atualidade, con-
tamos com cerca de 6,5 bilhões de habitantes 
em todo o planeta terra. Muita gente, não é ? 
Vamos refletir um pouco mais sobre essa 
questão! No período de 1500, quando a po-
pulação estimada não ultrapassava a casa dos 
500 milhões de habitantes, vários fatores in-
fluenciavam nessa dinâmica populacional, as 
distâncias dos aglomerados urbanos, a vida 
basicamente rural, um alto índice de mortali-
dade infantil, falta de avanço da medicina para 
o controle de doenças, entre outros fatores. 
Entretanto, nesse período, o mundo passava 
por uma movimentação e descoberta de no-
vas áreas pelos países desenvolvidos da épo-
ca. Foi nesse momento da história que come-
çou o período das colonizações.
Será que as colonizações foram impor-
tantes para a miscigenação e aumento da po-
pulação? Vamos discutir essa questão? Nesse 
período, foram anexadas novas civilizações e 
as culturas diferenciadas e os avanços civiliza-
tórios efetuados chegam aos distantes conti-
nentes da América e da Ásia, onde ocorrem a 
miscigenação das raças e, consequentemente, 
um aumento da população. No caso específico 
do Brasil, a chegada dos portugueses de cultu-
ra extremamente fechada e de modo de vida 
recatado encontra uma população indígena 
que não tem os mesmos valores, soma-se a 
isso a vinda dos escravos africanos, também 
com culturas e ritos diferentes.
Para tanto, a população aumenta gra-
dativamente, como podemos observar na fi-
gura 21 que mostra que existem três grandes 
momentos de aumento populacional. O que 
chamamos de primitivo, vai desde a era pré-
-histórica, que já explicitamos anteriormente, 
até por volta de 1750 d.C – (depois de Cristo). 
Nesse período, a evolução da população mun-
dial processou-se em um ritmo lento, em virtu-
de tanto das taxas de natalidade como das de 
mortalidade serem elevadas, dando origem a 
taxas de crescimento natural muito baixas.
O outro momento, vai de 1750 até me-
ados de 1950, chamamos de evolução de-
mográfica, que é o aumento da população 
mundial. Nesse período, o mundo passa por 
profundas modificações, entre elas, podemos 
citar a Revolução Industrial, que vai modificar 
não só o modo de vida urbano, mas também 
vai ocasionar um reflexo no rural. O homem 
do campo vai para as cidades trabalhar nas no-
vas fábricas, provocando uma profunda modi-
ficação no seu modo de vida, aumentando e 
muito os aglomerados urbanos. Esse reflexo é 
percebido, principalmente, nos países desen-
volvidos.
A primeira Guerra Mundial, que se de-
sencadeou de 1914 a 1918, foi outro fator que 
provocou profundas mudanças no modo de 
pensar e agir da população. Esse período teve 
seu fim com a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945). A evolução da população mundial ca-
racterizou-se por evidenciar um ritmo rápido 
de crescimento em virtude da diminuição das 
taxas de mortalidade nos países mais desen-
volvidos e a manutenção de elevadas taxas 
de natalidade, o que originava taxas de cresci-
mento natural elevadas.
O último e grande momento é o que cha-
mamos de explosão demográfica, que vai de 
1950 até os dias atuais. Assistimos a uma evo-
lução populacional a um ritmo muito rápido 
ou explosivo, devido à existência de taxas de 
natalidade muito elevadas nos países menos 
desenvolvidos e à redução generalizada das 
taxas de mortalidade em todo o mundo. Para 
os estudiosos, a explosão demográfica tem re-
lação com o aumento elevado e repentino da 
população de seres humanos e é, frequente-
mente, associada a avanços tecnológicos.
Ainda em relação a essa questão, os paí-
ses menos desenvolvidos recebem, com fre-
quência, ajuda dos países mais ricos no plano 
médico-sanitário, que contribui para diminuir 
os seus índices de mortalidade. Assim, a popu-
lação aumentou a um ritmo nunca antes assis-
tido. Vejamos, na figura 21, como foi a evolu-
ção populacional.
GLOSSÁrIO
Artefatos: qualquer 
objeto manufaturado.
DICA
Compreenda melhor o 
tema estudado, lendo 
o livro “Geografia e 
População” de Amélia 
Daminiani (1991). 
ATIVIDADE
Pesquise sobre os 
países que tiveram 
colonização de po-
voamento, e os que 
tiveram colonização 
de exploração. Faça 
comentários a esse 
respeito e poste-os no 
fórum de discussão. 
26
UAB/Unimontes - 1º Período
Passaremos a explicitar as definições e 
cálculos dos principais elementos que permiti-
ram o aumento ou diminuição da população. 
Parece difícil? Mas, na verdade, são raciocínios 
lógicos e simples, basta ter atenção.
Aqui, vamostratar especificamente das ta-
xas de: mortalidade, natalidade, fecundidade e 
migração. Para tanto, utilizaremos modelos já 
propostos por autores renomados como Amé-
lia Daminiani, que está indicada no referencial 
bibliográfico dessa disciplina. Para Damiani 
(2001, p.28), esses elementos têm uma variação 
sutil, e os dados e sua natureza dependem de 
uma realidade social e de sua variação, em dife-
rentes momentos, da história humana. Portan-
to, um elemento não se sobrepõe a outro, mas, 
dependendo do espaço/tempo ocorridos, eles 
podem variar o seu grau de importância e, de 
qualquer maneira, o crescimento populacional, 
em termo da sua contagem absoluta (quantida-
de total da população) e a determinação do rit-
mo seriam determinados por esses elementos 
do comportamento demográfico.
2.3.1 Mortalidade, natalidade e fecundidade: uma análise conjuntural
Para compreendermos a dinâmica popu-
lacional, alguns elementos são fundamentais, 
como: mortalidade, natalidade, fecundidade e 
migração. Para os estudiosos dos assuntos, a 
melhor maneira de se trabalhar e chegar a um 
resultado coeso é utilizar os modelos matemá-
ticos. São modelos simples.
Nós, aqui, não trataremos o assunto como 
uma simples soma aritmética, mas analisare-
mos o contexto social, político, ambiental, es-
pacial e cultural, no qual esse tema tem que 
estar inserido. Tratar a população como um 
resultado matemático facilita a explicação, po-
rém nos remete a outros problemas que tenta-
remos discutir nesse texto.
O estudo da população é fundamental 
por permitir não só verificar a realidade quan-
titativa e qualitativa da mesma, mas também 
sua variação durante determinados períodos. 
Essa reflexão proporciona entender melhor a 
organização de um país, estado ou municípios 
e permitir aos governantes, em especial, estru-
turar o seu planejamento e montar estratégias 
de atuação. Nesse sentido, cabe ao IBGE reali-
zar o CENSO DEMOGRÁFICO nacional.
Devemos entender que a população não 
pode ser vista só como um problema a ser en-
frentado, mas deve ser compreendida como 
um recurso na medida em que representa 
mão de obra para o mercado de trabalho e 
mais produção intelectual, etc. Para melhor 
entendermos essa variação populacional, é 
necessário que façamos uso de determinados 
conceitos. Tais conceitos e os dados que utili-
zamos são baseados em Daminiane (2001) e 
em dados obtidos no sítio do IBGE e no Atlas 
de Exclusão Social no Brasil. Todos esses do-
cumentos constam no referencial bibliográfico 
das disciplinas.
População absoluta: corresponde à po-
Figura 21: Evolução da 
população mundial
Fonte: Disponível em 
WWW.geografiaparato-
dos.com.br. Acesso em 17 
Maio 2013.
►
DICA
Visite o sítio http://
www.abep.nepo.
unicamp.br e conheça 
mais sobre esses mode-
los populacionais.
27
Geografia - Geografia da População
pulação total de um determinado país, estado 
ou município. Quando um local tem uma po-
pulação absoluta numerosa, dizemos que ele 
é populoso. Nesse sentido, podemos conside-
rar que o Brasil está entre os países mais po-
pulosos do mundo, com uma população com 
aproximadamente 200 milhões de habitantes. 
Porém, o Brasil é o 5º (quinto) país em exten-
são territorial do mundo, isso faz com que ele 
tenha um nível de povoamento considerado 
baixo, não ultrapassando 20 habitantes por 
quilômetro quadrado. 
Veja na tabela 1, os países mais populosos 
do mundo, e na tabela 2, a previsão sobre o 
crescimento populacional dos 20 países maio-
res países do mundo de 1950 a 2100.
Tabela 1 - Países mais populosos do mundo 2007
Fonte: Estatística do Banco Mundial- 2007
Tabela 2 - 20 maiores países em nível populacional
Fonte: Disponível em http://esa.un.org/unpd/wpp/index.htm. Acesso em 18 Maio 2013.
PArA SAbEr MAIS
O IBGE - Instituto Bra-
sileiro de Geografia e 
Estatística - é um órgão 
do Governo Federal res-
ponsável por obter os 
diversos dados estatís-
ticos do povo brasileiro. 
Cabe ao IBGE realizar o 
CENSO DEMOGRÁFICO 
nacional. 
28
UAB/Unimontes - 1º Período
Ao observar as tabelas acima, constata-
mos que a grande maioria dos países mais 
populosos é subdesenvolvida, ou seja, possui 
profundos problemas sociais, de infraestru-
tura, médico-sanitário, entre outros. Mas para 
melhor entender o crescimento da população, 
façamos uso do seguintes conceitos:
Taxa de natalidade: corresponde à rela-
ção entre o número de nascimentos ocorridos 
em um ano em uma determinada área e o re-
sultado, em geral, é expresso por mil.
N.º de nascimentos X 1000 = taxa de natalidade 
População absoluta
Esta taxa é necessária para que se detectem 
principalmente as áreas que mais vão precisar de 
investimentos futuros tanto no tocante à empre-
gabilidade como à alimentação. A taxa de nata-
lidade é ligada a vários fatores como, por exem-
plo, qualidade de vida da população, ou ao fato 
de ser uma população rural ou urbana. Quanto 
à característica de ser urbana ou rural, é impor-
tante entender que, historicamente, a população 
rural tem um maior número de filhos por casal, 
mas essa população não tem problema com a 
espacialidade, enquanto que a população urba-
na apresenta menos filhos por casal, porém vive 
em p oucos metros quadrados, gerando grandes 
problemas, como o do moradia. Outro problema 
que vem sendo percebido, em maior número, 
nas áreas periféricas dos grandes centros, é o au-
mento de filhos de adolescentes na faixa etária 
de 15 aos 19 anos, ou até menos disso.
Você já refletiu sobre essa problemática 
populacional? As taxas de natalidade no Brasil 
caíram muito nos últimos anos, isso se deve, 
em especial, ao processo de urbanização, que 
gerou transformações de ordem socioeconô-
micas e culturais na população brasileira. Mas, 
por outro lado, as jovens em idade fértil tam-
bém aumentaram em toda a sociedade, o que, 
sem dúvida, impulsionou a taxa de natalidade 
desse grupo. No que concerne a essa questão, 
podemos dizer que o crescimento ou diminui-
ção dessa taxa tem uma relação muito próxi-
ma com a educação. Estudos apontam que 
quando as pessoas adquirem uma maior esco-
laridade, a tendência da taxa de natalidade é 
cair (esse assunto será tratado mais especifica-
mente no próximo tema).
Já a Taxa de mortalidade: corresponde 
ao número de crianças de 0 a 1 ano que mor-
re para cada grupo de mil nascidas vivas. No 
Brasil, vem ocorrendo uma redução gradativa 
dessa taxa, apesar de ela ainda ser muito ele-
vada, se comparada a países desenvolvidos. 
Em 1999, ela era de 46,6 por mil ou 3,46%. O 
Brasil conseguiu reduzir quase pela metade a 
taxa de mortalidade infantil entre 1990 e 2006, 
de 46,6 por mil para 24,9 por mil nascidos vi-
vos. Apesar disso, os números continuam mui-
to altos, acentuando as disparidades entre as 
diversas regiões do país e entre diferentes gru-
pos étnicos e raciais.
Taxa de mortalidade: corresponde à re-
lação entre o número de óbitos ocorridos em 
um ano e a população absoluta; o resultado é 
expresso por mil.
N.º de óbitos X 1000 = taxa de mortalidade 
População absoluta
Então, observe caro (a) acadêmico (a), as-
sim como a natalidade, a mortalidade está liga-
da em especial à qualidade de vida da popula-
ção analisada. No Brasil, as taxas de natalidade 
e mortalidade caíram, especialmente, a partir 
do processo de industrialização, que trouxe me-
lhorias na assistência médica e sanitária à popu-
lação, além da urbanização acentuada, junta-
mente com o aumento da escolaridade.
Mas, mesmo com os avanços alcançados 
no Brasil, ele ainda continua no ranking mun-
dial entre os países que têm uma alta taxa de 
mortalidade infantil. Na figura 22, percebemos 
que a taxa de mortalidade do Brasil caiu relati-
vamente. A taxa de mortalidade total no Bra-
sil apresentou um grande declínio de 1940 a 
1970, e desde então vem caindo em pequenas 
proporções.
Vejamos, essas taxas são desiguais nas 
diversas regiões brasileiras. O Nordeste apre-
senta as maiores taxas de mortalidade infantil, 
sendo em 1999, de 53 por mil ou 5,3%, ou seja, 
Figura22: Taxa d e 
mortalidade infantil, 
segundo as Grandes 
Regiões.
Fonte: IBGE 2010
▼
29
Geografia - Geografia da População
acima da média nacional. Outro fator é que, 
segundo o Unicef, os números da exclusão no 
Brasil são extremamente altos: as crianças po-
bres têm duas vezes mais chances de morrer 
do que as ricas. 
No Brasil, a taxa de mortalidade também 
é maior entre a população indígena (48,5 para 
cada mil nascidos vivos) e entre filhos de mães 
negras – 27,9 por mil, 37% acima do registrado 
entre filhos de mães brancas. Por estados, os 
maiores índices estão em Alagoas, Maranhão, 
Pernambuco e Paraíba. A menor taxa de mor-
talidade é registrada em estados do Sul e Su-
deste: Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa 
Catarina.
Apesar de ter uma taxa de mortalidade 
três vezes menor que a média mundial, o Bra-
sil ainda tem muito o que fazer no sentido de 
reduzir as desigualdades entre as diferentes 
regiões do país. Assim, devemos compreender 
que no Brasil, as diferentes taxas de mortalida-
de não revelam apenas desigualdades regio-
nais, mas também raciais e étnicas.
De acordo com o relatório da Situação 
Mundial da Infância 2008, divulgado pelo Uni-
cef, a taxa brasileira é de 20 mortes para cada 
mil nascidos vivos – bem abaixo da média mun-
dial, de 72 para cada mil. Indicadores do Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
citados no Caderno Brasil do Unicef, apontam 
uma taxa de 29,9 para cada mil nascidos vivos. 
A meta global até 2015 é baixar a taxa média de 
72 para 31 em cada mil nascidos vivos.
Mortalidade infantil: a taxa de morta-
lidade infantil é considerada um dos fatores 
para medir as condições de saúde. Assim, um 
dos indicadores fundamentais para se avaliar a 
qualidade de vida é o da mortalidade infantil, 
que mensura quantas crianças menores de um 
ano, dentre as que nasceram vivas, morreram 
em determinado tempo, período e local, per-
mitindo-nos comparar a qualidade de vida de 
uma região com outra.
O coeficiente de mortalidade infantil 
pode ser obtido através da seguinte fórmula:
•	 número total de óbitos em crianças me-
nores de um ano X1000; 
•	 número total de crianças nascidas vivas 
(no mesmo tempo, período e local).
O resultado obtido nos permitirá conhe-
cer quantas crianças menores de um ano mor-
reram em cada 1.000 nascidas vivas.
As principais causas de morte de menores 
de um ano podem ser divididas em três gru-
pos: (as informações apresentadas, a seguir, 
são baseadas na Fundação Nacional de Saúde/
Ministério da Saúde – Sistema de Informação 
de Mortalidade e no sítio - http://www.aborto.
com.br). 
Crianças que morrem até 28 dias de 
vida
Causas referentes à má assistência ao pré-
-natal e ao parto:
•	 falta de pré-natal adequado;
•	 má assistência ao parto: demora de aten-
dimento, falta de vagas em hospitais; e
•	 ausência de pessoal capacitado para o 
atendimento ao recém-nascido.
Crianças com baixo peso (menos de 
2.500g), nascidas de mães:
•	 fumantes, alcoolistas ou drogadas;
•	 que tiveram graves problemas de saúde 
durante a gestação; e
•	 gravemente desnutridas.
Crianças:
•	 com má formação congênita (prove-
niente de problemas gestacionais, algu-
mas vezes produzidos por doenças infec-
ciosas das mães);
•	 com má formação genética;
•	 que nasceram prematuramente (antes de 
completarem nove
•	 meses de gestação); e
•	 nascidas de portadoras de HIV positivo 
(mães com AIDS), não tratadas.
Crianças que morrem entre 28 dias e 
um ano de vida
•	 crianças que sobreviveram aos primeiros 
27 dias de vida e morreram, posterior-
mente, em consequência de doenças (pa-
tologias) anteriores;
•	 crianças que sofreram desmame precoce;
•	 crianças que não receberam as vacinas 
adequadas;
•	 crianças desnutridas (com maior facilida-
de de apresentar infecções);
•	 crianças com problemas respiratórios; e
•	 crianças com doenças diarréicas (adquiri-
das por infecções transmitidas pela água, 
lixo ou falta de saneamento básico).
Causas mal definidas, violência e aciden-
tes
Atualmente, muitas crianças morrem em 
decorrência de maus tratos, acidentes domés-
ticos e de trânsito, além de outras violências.
Expectativa de vida:
Corresponde à quantidade de anos que 
vive em média a população. Este é um indica-
dor muito utilizado para se verificar o nível de 
desenvolvimento dos países. A longevidade 
das pessoas está intimamente ligada ao desen-
PArA SAbEr MAIS
O United Nations 
Children’s Fund - Fundo 
das Nações Unidas para 
a Infância (Unicef ) é 
a única organização 
mundial que se dedica 
especificamente às 
crianças. Em termos 
genéricos, trabalha 
com os governos na-
cionais e organizações 
locais em programas 
de desenvolvimento, 
a longo prazo, nos 
setores da saúde, 
educação, nutrição, 
água e saneamento e 
também em situações 
de emergência para 
defender as crianças 
vítimas de guerras 
e outras catástrofes. 
Atualmente, o UNICEF 
trabalha em 158 países 
de todo o mundo.
30
UAB/Unimontes - 1º Período
volvimento humano, em todo o seu âmbito, 
como educação, saúde, cultura. No Brasil, a ex-
pectativa de vida, nas últimas décadas, tem-se 
ampliado, em 1999, as mulheres viviam em mé-
dia 72,3 anos, enquanto os homens 64,6 anos. 
Esse aumento na expectativa também se deve 
a melhorias na qualidade médico-sanitária da 
população, em virtude do processo de urbani-
zação, como podemos observar na figura 16. A 
longevidade como acontece com a natalidade 
varia de acordo com as regiões do Brasil.
Taxa de fecundidade: corresponde à 
média de filhos por mulher na idade de repro-
dução. Essa idade se inicia aos 15 anos, e em 
países como o Brasil, é comum meninas abai-
xo dessa idade ter filhos, fazendo com que 
esse indicador seja um pouco distorcido. Essa 
problemática é cada vez mais constante em 
países subdesenvolvidos.
A queda na taxa de fecundidade é perce-
bida no Brasil a partir da década de 1970. Se-
gundo o IBGE, a taxa de fecundidade no Bra-
sil era de 5,8 filhos por mulher, em 1999 esse 
número caiu para 2,3. Isso reflete a mudança 
que vem ocorrendo no Brasil, em especial com 
a urbanização e com a entrada da mulher no 
mercado de trabalho, que tem contribuído 
com a redução significativa da taxa de natali-
dade e, por consequência, da taxa de fecun-
didade. Atualmente, os índices já indicam que 
esse número caiu para 1,8 filhos por casal. 
Analise os dados contidos nas figuras 23 e 24.
Então você pode se perguntar: por que a 
preocupação com o crescimento demográfico 
brasileiro? Mesmo reduzindo a taxa de nata-
lidade, o Brasil possui uma população jovem 
muito grande e, principalmente, do sexo femi-
nino, e se cada mulher na sua idade fértil tiver 
a média nacional de filhos, ainda assim tere-
mos uma população crescente.
Crescimento vegetativo ou natural: 
corresponde à diferença entre a taxa de nata-
lidade e a taxa de mortalidade.
C.V. = natalidade - mortalidade.
O crescimento vegetativo corresponde à 
única forma possível de analisarmos o cresci-
mento ou redução da população mundial no 
Figura 24: Taxa de 
mortalidade infantil, 
2009
Fonte: IBGE, 2010
►
Figura 23: Esperança de 
vida ao nascer.
Fonte: IBGE 2010
►
31
Geografia - Geografia da População
seu total. Quando analisamos o crescimen-
to de áreas específicas, temos que levar em 
consideração também as migrações. Alguns 
países na atualidade têm uma população cres-
cente, principalmente, em virtude da migra-
ção, e isso ocorre nos países desenvolvidos.
O aumento ou diminuição de qualquer 
um destes dois dados tem que ser analisado 
com bastante clareza por parte dos governan-
tes, pois significa que algo de drástico acon-
teceu em determinadas áreas. Se temos uma 
perda muito elevada de população, pode sig-
nificar doenças endêmicas ou outra forma de 
fragilidade daquela região. Por outro lado, o 
aumento ou diminuição do nascimento pode 
apontar para uma população que terá efeitos 
futuros como uma superpopulação, ou uma 
população com tendência de envelhecimento. 
Em ambos os casos há de se ter

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