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Jose-Da-Silva-Um-Pregador-Leigo-Com-Ilustracoes-pdf

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2012
Rio de Janeiro
10ª edição
Jerry Stanley Key
Todos os direitos reservados. Copyright © 2012 da Convicção Editora
Convicção Editora
Direção Geral 
Sócrates Oliveira de Souza
Diretor Editorial 
Macéias Nunes
Assistente Editorial 
Sandra R. Bellonce do Carmo
Ilustrações, por Hudson Silva
Revisão, por Adalberto Alves de Souza
Capa e projeto gráfico, por Rogério de Oliveira
Diagramação, por Jolsimar A. Oliveira
10ª edição: 2012
Tiragem: 3.000
Convicção Editora
Rua: Senador Furtado, 56 – Maracanã – Rio de Janeiro, RJ – CEP: 20270-020 
(21) 2157-5557 - falecom@conviccaoeditora.com.br
www.conviccaoeditora.com.br
Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira
Rua: Gonzaga Bastos, 300 – Vila Isabel – Rio de Janeiro, RJ – 20541-015
(21) 21 2107-1818 – www.missoesnacionais.org.br
Junta de Missões Nacionais
Direção Executiva 
Fernando Brandão
Gerência Executiva de 
Evangelismo e Discipulado
Nilton Antonio de Souza
Gerência Executiva de 
Planejamento e Estratégia
Jeremias Nunes
K44j
Key, Jerry Stanley 
José da Silva, o pregador leigo / Jerry Stanley Key.-
 Rio de Janeiro: Convicção,2012.
 120p. ; 23 cm.
ISBN - 978-85-61016-33-3 
 1. Homilética. 2. Sermões ------ Preparo. I. Título.
 CDD 251
Índices para catálogo sistemático :
1. Sermões: 252
2. Pregação: preparo : 251.01
Apresentação
Muitos crentes brasileiros são pregadores por natureza. A divulgação 
do evangelho os empolga e os torna ousados. Por isso, anos atrás houve a 
publicação de uma série de artigos na revista “O Cooperador”, publicada 
pelo então Departamento de Homens da Junta de Educação Religiosa e Pu-
blicações. Os artigos foram escritos pelo pastor Jerry Stanley Key, que serviu 
como professor de homilética do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil 
de 1961 a 1996. A finalidade dos artigos era ajudar os pregadores leigos a 
se desenvolverem na arte do preparo e da pregação de sermões bíblicos. E 
da série de artigos nasceu este livro, que visava à mobilização do potencial 
masculino das igrejas. Dando asas à sua imaginação, o autor elaborou um 
estudo prático e fácil de ser entendido por aqueles que queriam aperfeiçoar 
sua transmissão do evangelho quando tinham a oportunidade de pregar em 
um lar, em sua igreja, ou em outro lugar ou igreja. 
O método usado para introduzir os assuntos era a criação do persona-
gem José da Silva, um membro de uma igreja, como muitas outras igrejas, 
que precisava aumentar o grupo de pregadores leigos. Este método caiu na 
graça das igrejas, e o livro foi muito bem recebido no Brasil inteiro. Tanto é 
que houve nove edições e 29.000 exemplares publicados. Foi um “best sel-
ler” e um recurso que ajudou muitos pregadores leigos a se desenvolverem 
nesta arte de pregar. Nestes últimos anos muitos irmãos de igrejas em toda a 
parte têm dito que era preciso fazer algo e lançar uma nova edição do livro. 
Diante dos apelos e sentindo a necessidade mesma de estar disponível, o li-
vro agora, depois de estar esgotado há bastante tempo, está sendo reeditado. 
Como antes, agora o livro se torna um subsídio precioso àqueles que, não 
sendo chamados para servir como pastores ou missionários, foram agraciados por 
Deus com a facilidade da comunicação, e que atuam como pregadores leigos. 
Que muitos possam fazer bom uso deste livro. 
Pr. Fernando Brandão
Diretor Executivo da JMN
Sumário
PARTE I - O SERMãO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1 - O texto bíblico do sermão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2 - O alvo ou objetivo do sermão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3 - O assunto ou tema do sermão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4 - Como organizar os pensamentos do sermão . . . . . . . . . . . . 27
5 - A arte da introdução do sermão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
6 - A conclusão do sermão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
7 - Como fazer o apelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
8 - O uso de material ilustrativo no sermão . . . . . . . . . . . . . . . 55
9 - O uso de bons hábitos na pregação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
10 - A preparação espiritual do pregador leigo . . . . . . . . . . . . 67
PARTE II - SERMõES ESBOçADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
1. O homem que procura Jesus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
2. O maior fracasso na história da humanidade . . . . . . . . . . . . 79
3. O homem que está em falta com Deus . . . . . . . . . . . . . . . 82
4. Nova vida para você . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
5. O maravilhoso convite de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
6. Jesus virá outra vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
7. Encontro inevitável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
PARTE III - IluSTRAçõES EVANGElÍSTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
1 - O pintor e o mendigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
2 - Como o diabo trabalha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3 - Desejável transformação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4 - Na curva da morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
5 - O milagre do evangelho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
6 - Encontro inevitável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
7 - Falsos profetas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Verificação de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
1. Vantagens no uso de um texto bíblico
2. Como escolher o texto
3. O uso devido no sermão 
12 / José da Silva, um pregador leigo
O TEXTO BÍBLICO DO SERMÃO
O pregador leigo naturalmente precisa de um bom texto para cada ser-
mão que prega. O texto tem sido definido como a “passagem bíblica que 
serve de base para o sermão”. Essa passagem deve sempre fornecer a ideia 
ou verdade central do sermão. Muitas vezes as demais verdades empregadas 
no desenvolvimento da mensagem também serão encontradas nessa mesma 
passagem. (Para o esboço de um sermão desse tipo verifique o esboço “O 
Maravilhoso Convite de Deus” - pág. 79). Nunca se deve tomar um texto 
somente por pretexto, e logo se esquecer dele. 
1. Vantagens no uso de um texto bíblico
Há muitas vantagens, tanto para o pregador como para os ouvintes, no 
uso de um texto para cada sermão:
1) O texto dá ao sermão a autoridade da Palavra de Deus, porque o 
pregador, antes de tudo, e sobretudo, deve pregar a Palavra!
2) O texto constitui a base e a alma do sermão. 
3) Na pregação por textos, o pregador ensina a Palavra de Deus e leva 
o povo a conhecê-la. O texto ajuda o povo a cultivar o gosto pela 
Palavra de Deus.
4) Também o uso do texto ajuda os ouvintes a reter as ideias principais 
do sermão. As duas partes das nossas mensagens geralmente mais 
lembradas são as ilustrações e o texto. 
5) O texto limita e unifica o sermão. um bom texto nos ajuda no de-
senvolvimento da nossa mensagem. É muito mais fácil pregar com 
texto do que sem texto. 
6) Há milhares de bons textos na Bíblia. Portanto, conseguimos me-
lhor variedade nas mensagens quando temos textos variados. Assim 
Jerry Stanley Key / 13
não ficamos à mercê das sugestões circunstanciais, com a mente 
voltando-se às suas velhas rotinas.
7) A pregação bíblica por textos ajuda na conversão de almas e no 
fortalecimento dos crentes, por ser a Bíblia a arma, a espada do 
Espírito Santo. 
2. Como escolher o texto
Sem dúvida alguma, a escolha do texto é de grande importância. Quan-
do é feliz nesta escolha, o pregador sente-se mais animado e os ouvintes 
prestam melhor atenção às suas palavras. 
Via de regra, o texto não deve ser extenso demais – normalmente um 
parágrafo das Escriturasé o bastante para um sermão edificante. Cinco a 
oito versículos nos parece o ideal. O uso de 20 a 30 versículos cria barreiras 
intransponíveis para o pregador, a não ser que se trate de passagem histórica, 
que o pregador esteja expondo e aplicando à situação contemporânea. 
O texto deve ser bem claro. Exemplos: Salmo 1; Isaías 55.1-7; Marcos 
10.17-27; lucas 19.1-10; João 3.16-21; Atos 16.25-34.
O texto deve provocar a nossa imaginação de forma a prender nosso 
coração e mente. Procure novas ideias e textos. Mas também não se es-
queça dos textos bem conhecidos, e não despreze os textos do o Antigo 
Testamento. 
O assunto ou tema do sermão deve estar de acordo com o texto. Certo 
seminarista, tendo de pregar sobre as qualidades do lar, escolheu 2Timóteo 
3.16 como texto: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para 
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça.” A aplicação 
dele foi que o lar é proveitoso para ensinar e para corrigir. Como se pode 
notar, esse texto não tem qualquer relação com o lar ou a família. É claro que 
se refere às Escrituras Sagradas. O mais apropriado seria escolher passagens 
como Efésios 5.22-31.
Faça a escolha de textos que tenham objetividade para os ouvintes, que 
falem à situação em que o nosso povo esteja vivendo. 
De sua leitura e estudo da Palavra de Deus o pregador leigo deve fazer 
e guardar uma lista de bons textos, para não ter de gastar muito tempo na 
14 / José da Silva, um pregador leigo
procura de um texto quando receber convite para pregar. Assim terá mais 
tempo para dedicar à preparação do próprio sermão. Alguns textos, além dos 
já mencionados, que servem bem para sermões, são os seguintes: Salmo 23; 
Salmo 51.1-13; Isaías 53.1-7; Mateus 22.41-46; Mateus 25.24-30; Mateus 
27.15-26; Marcos 10.17-22; lucas 10.25-37; lucas 12.15-21; lucas 13.1-5; 
lucas 14.16-24; lucas 15.1-7; lucas 15.11-24; lucas 16.19-31; lucas 18.9-
14; Romanos 10.8-13; Romanos 12.1-2; Efésios 2.1-10; Hebreus 12.1-3; 
Apocalipse 22.17 e muitos outros.
3. O uso devido do sermão
Na preparação do sermão deve haver bastante cuidado no uso do 
texto, para não ser usado como mero pretexto daquilo que se quer dizer! 
Estude bem a fraseologia e o contexto da passagem (aquilo que vem antes 
e depois), usando comentários bíblicos, se possível. Seria interessante fazer 
o estudo do texto em várias versões da Bíblia, tais como: (1) Bíblia Devo-
cional de Estudo, Tradução de João Ferreira de Almeida, Versão Revista e 
Corrigida; (2) Bíblia Almeida Século 21; (3) A Bíblia Sagrada, Versão Revi-
sada da Tradução de João Ferreira de Almeida, de Acordo com os Melhores 
Textos; (4) A Bíblia Viva, (5) e outras versões que o próprio pregador gostar 
de usar. A leitura assim muitas vezes ajuda o pregador a entender melhor 
certas ideias do texto.
18 / José da Silva, um pregador leigo
O ALVO OU OBJETIVO DO SERMÃO
Todo sermão deve ter um alvo ou objetivo. Este é o primeiro requisito 
do sermão eficaz. O alvo ajuda a determinar o assunto ou o tema do sermão. 
Também ajuda na seleção das ideias que o pregador queira, e, ainda, controla 
a sequência das ideias. O sermão não poderá ser claro e inteligível para os ou-
vintes, se o próprio pregador não souber aonde quer chegar com a pregação, 
ou finalidade do sermão que tem em mente. 
Quando o pregador está procurando uma passagem bíblica em que 
basear sua mensagem, deve sempre pensar nos possíveis alvos. Muitos ser-
mões não são interessantes porque lhes falta um alvo claro, positivo. Talvez 
a primeira consideração do pregador leigo, quando começa a pensar sobre 
sermão, deva ser: “Que desejo que Deus opere nos corações dos meus ou-
vintes com este sermão? Que efeito eu gostaria que este sermão produzisse 
no pensamento e na vida do povo?” Portanto, é bom ter em mente a resposta 
que se deseja por parte da congregação, isto é, o que se quer alcançar como 
resultado do sermão. um exemplo: num sermão baseado em João 3.16, 
com o tema “A Necessidade do Novo Nascimento”, é obvio que o pregador 
quer evangelizar os não crentes por intermédio de sua mensagem, mas deve 
especificar ainda mais. Nessa passagem o pregador quer ajudar os perdidos 
a receber o novo nascimento como o único meio ou caminho de salvação, 
mas este alvo só poderá ser alcançado quando se mostrar quão necessário é 
o novo nascimento. E, enquanto o pregador estiver preparando a sua mensa-
gem, sempre estará pensando no alvo.
O alvo é sempre bem formulado em termos de efeito do sermão na expe-
riência dos ouvintes. Isso é muito importante! O pregador não apenas prega a 
verdade, mas também busca decisões, e espera que os ouvintes mudem certas 
atitudes depois de ouvirem as mensagens. 
1. A definição do assunto do sermão
2. A necessidade de um assunto
3. Características de um bom assunto
4. Anunciando o assunto aos ouvintes 
 Conclusão
22 / José da Silva, um pregador leigo
O ASSUNTO OU TEMA DO SERMÃO
Como nasce um sermão? Quando se descobre a ideia que se quer pre-
gar. Na maioria das vezes essa ideia nasce relacionada com uma passagem 
das Escrituras Sagradas. Por exemplo, o pregador está lendo a Palavra de 
Deus e encontra uma passagem, como João 3.1-21, que ele quer usar como 
texto, e falar sobre o novo nascimento. 
Porém, a ideia do sermão também nasce, às vezes, sem ter um texto 
bíblico estabelecido. Isso acontece, por exemplo, quando o pregador quer 
falar sobre uma doutrina, como a fé, a graça, o céu, ou o inferno. logo no iní-
cio de sua preparação, o pregador leigo deve combinar ou “casar” o assunto 
do seu sermão com um texto da Palavra de Deus. Senão, ele estará falando 
da sua própria sabedoria e não da sabedoria de Deus!
1. A definição do assunto do sermão
Que é assunto e como defini-lo? Assunto ou matéria é aquilo de que se 
trata no sermão. É a ideia central do sermão. É o nome próprio da mensagem 
que Deus coloca no coração do pregador. 
2. A necessidade de um assunto
uma das fraquezas da pregação atual é que os assuntos nem sempre 
são formulados com precisão. Precisamos trabalhar mais para refinar os 
nossos assuntos. Quando uma criança nasce, recebe um nome e conserva 
esse nome durante toda a sua vida. Não devemos cair no erro de uma 
tentativa de comunicação com os ouvintes, sem dizer-lhes o que temos a 
transmitir.
uma editora não publicaria um livro sem título. As revistas capricham 
nos títulos dos seus artigos para conseguir mais vendas. Certa vez uma re-
vista de circulação mundial aproveitou o título sensacional de um artigo, 
para despertar o interesse dos leitores: “Não cometerás adultério.” O artigo 
Jerry Stanley Key / 23
era o resumo de um sermão pregado numa igreja evangélica na América 
do Norte, e despertou grande interesse por se tratar de um problema de 
âmbito universal. 
Certo jornal publicou uma entrevista com um executivo do mundo do 
cinema. Entre outros assuntos, veio à tona o problema de dar às produções 
cinematográficas títulos adequados, para despertar o interesse público. O 
título é meio caminho para o sucesso. 
Será que tudo isso tem aplicação na arte de pregar? É claro que sim! O 
pregador deve empregar todo o esforço para conseguir o melhor assunto ou 
tema possível, pois muitas vezes é o assunto que fixa o sermão na mente dos 
ouvintes. 
3. Características de um bom assunto
O assunto ou tema deve ser preciso e exato. Ele deve obedecer aos limi-
tes do sermão. Se anunciamos que vamos falar sobre “As bênçãos na vida do 
dizimista”, não devemos gastar muito tempo falando sobre as objeções que 
alguns levantam quanto a dar o dízimo. 
O assunto deve ser claro e simples, colocado em termos bem conhecido 
pelos ouvintes. A simplicidade e a clareza são forças poderosas na pregação 
da Palavra. 
O assunto deve ser interessante. Eis alguns exemplos: 
1) “A grande pergunta da vida”; 
2) “O Cristo perdido”;
3) “O bom samaritano do século vinte e um”;
4) “Quando as tragédias se tornam triunfos”;
5) “A grandeza do amor de Deus”;
6)“A mais importante das estruturas de base” (um sermão sobre o 
novo nascimento, pregado durante a época em que se falava muito 
em estruturas).
O assunto deve ser expresso em termos de hoje e não de ontem. Isso é 
muito importante. Em vez de falar sobre “A vida de João Batista”, é melhor 
usar o seguinte assunto: “As características de um grande servo de Deus”. 
24 / José da Silva, um pregador leigo
O assunto deve ser específico, e não geral. É melhor falar sobre “O sig-
nificado do novo nascimento” do que sobre o assunto mais geral, “O novo 
nascimento”. Outro exemplo: “As bem-aventuranças de um lar feliz” é me-
lhor do que apenas falar sobre “O lar”, que é um assunto demasiadamente 
generalizado para se esgotar em um só sermão. 
O assunto deve ser oportuno e de acordo com a necessidade dos ouvin-
tes; deve ser breve (normalmente apenas 2 a 7 palavras); e deve ser formula-
do, via de regra, com as próprias palavras do pregador. Exemplo: em vez de 
falar sobre o assunto “Recebereis poder” seria melhor falar sobre o mesmo 
assunto, mas usando o tema: “O poder de Deus para a igreja de hoje”. 
4. O anúncio do assunto aos ouvintes
O pregador precisa informar os seus ouvintes sobre aquilo que ele vai 
falar. Quantas vezes temos ouvido um pregador que não anunciou o seu 
assunto, e não sabíamos o tema de que ele estava tratando até quase o fim 
da mensagem. Quando o pregador anuncia o seu assunto, não há qualquer 
confusão por parte dos ouvintes. 
O assunto pode ser anunciado assim: “Nosso assunto de hoje é...”, “O 
título do sermão que Deus tem colocado em meu coração para esta hora 
é...”; “Gostaria que pensássemos hoje sobre...”, etc. 
Conclusão
As ideias para sermões são as mais variadas. Faça o possível, amigo pre-
gador leigo, para descobrir assuntos dignos que possam ajudar os seus ser-
mões a serem mais bem entendidos e mais interessantes. E lembre-se tam-
bém que, quando o pregador anuncia o assunto do seu sermão aos ouvintes, 
ele tem o compromisso solene de desenvolver aquele assunto.
1. Qualidades do sermão bem organizado
2. Sugestões para melhorar os esboços
3. Análise de um esboço, aplicando algumas das sugestões acima
4. O número de divisões
5. Como anunciar as divisões
28 / José da Silva, um pregador leigo
COMO ORGANIZAR OS PENSAMENTOS 
DO SERMÃO
um dos passos mais importantes na preparação de um sermão é a 
boa organização dos pensamentos que vão ser apresentados. A mensagem 
mal organizada é difícil de entender. Por outro lado, uma mensagem bem 
organizada e que pode ser seguida, ponto por ponto, até terminar num 
clímax satisfatório, é sempre uma inspiração e uma ajuda para nossa vida 
espiritual. 
Quando o pregador leigo descobrir o seu texto bíblico, o objetivo e o 
assunto ou tema que vai pregar, deve começar a pensar em como organizar 
melhor as ideias que serão apresentadas. É mais fácil preparar a mensagem 
quando dividimos o nosso assunto em vários pontos. Essas divisões não pre-
cisam ser muitas. Duas, três ou quatro bastam.
Alguém pode perguntar: “Mas como descobrir essas divisões do nosso 
assunto?” Podemos fazer um estudo pormenorizado do texto, anotando as 
ideias principais da passagem. Essas ideias, por sua vez, vão nos ajudar a 
pensar em outras. Deve-se apresentar uma das ideias mais interessantes no 
começo da mensagem e se deve terminar com um desafio. Já temos dito que 
é necessário incluir algumas ilustrações para tornar o sermão mais interessan-
te e mais claro.
1. Qualidades do sermão bem organizado
As qualidades essenciais de um sermão bem organizado são: unidade, 
ordem lógica, proporção e progresso.
uNIDADE – Alguém disse que muitos sermões são semelhantes aos dicioná-
rios – com ideias interessantes e observações importantes, mas sem um fio de 
pensamento para ligá-las. Para haver unidade, os pontos devem desenvolver 
o assunto ou tema, cada um ocupando o seu devido lugar. O sermão deve ter 
uma ideia central e harmonia no desenvolvimento dessa ideia. 
Jerry Stanley Key / 29
ORDEM lóGICA – um filósofo observou certa vez que os bons pen-
samentos são abundantes, mas a arte de organizá-los não é nada fácil! 
Normalmente um sermão ou qualquer discurso alcança seu objetivo e é 
eficaz na proporção que é bem organizado, com ideias claras e ordem 
lógica. 
PROPORçãO – Esta é outra qualidade essencial de um sermão bem orga-
nizado. Quando falamos em proporção estamos nos referindo à porção de 
tempo de cada divisão de ideias. Por exemplo, uma dona de casa que vai 
dividir um bolo, o faz proporcionalmente. Pensaríamos que algo estaria des-
coordenado se uma das fatias fosse maior que a metade do bolo. Da mesma 
forma, quando um ponto do sermão ocupa quase todo o tempo, a distribui-
ção deixa de ser proporcional e harmoniosa. 
PROGRESSO – O bom sermão deve marchar para o seu alvo com uma in-
tensidade crescente. Progresso é o movimento dos pensamentos em direção 
ao alvo. “Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações e explicação, tem de 
apontar como uma flecha na direção do alvo especifico, e em ordem de 
interesse crescente.”
Se o esboço tiver essas quatro qualidades: unidade, ordem lógica, pro-
porção e progresso, e se o assunto ou tema discutido for importante e inte-
ressante, o sermão alcancará êxito. 
2. Sugestões para melhorar os esboços
1) O assunto deve abranger o pensamento de todas as divisões ou 
pontos, todos. 
2) Cada divisão do esboço deve discutir uma faceta distinta do assun-
to.uma das fraquezas mais comuns em muitos sermões é que as di-
visões têm praticamente o mesmo significado, porém em palavras 
diferentes. Por isso há muita repetição em nossos sermões. 
3) Nenhuma divisão pode ser igual ou equivalente ao assunto. (um 
pedaço de bolo não pode ser igual ao bolo todo!) 
4) As divisões devem ser organizadas em ordem lógica e de interesse 
crescente, para que o sermão possa ter um bom clímax. Assim, o 
último ponto deve ser o mais interessante e persuasivo. 
30 / José da Silva, um pregador leigo
5) As divisões devem ser formuladas de tal forma que sejam o mais 
interessante possível. um famoso esboço de um sermão pregado 
sobre a parábola do bom samaritano, com o título “Três Filosofias 
de Vida”, mostra essa qualidade: 
(a) O que é teu é meu; vou tomá-lo (filosofia dos ladrões)
(b) O que é meu é só meu; vou guardá-lo (filosofia do sacerdo-
te e do levita)
(c) O que é meu é teu; vamos repartir (filosofia do bom sama-
ritano).
6) Cada ponto, se for subdividido, terá de ter pelo menos duas subdi-
visões.
7) As partes que chamamos de introdução e conclusão, bem como as 
ilustrações, não devem ser enumeradas no esboço. 
8) As divisões devem ser formuladas de tal forma que haja significado 
para os ouvintes hoje. Depois de ter estudado a passagem que que-
remos usar como texto para a nossa mensagem, devemos notar o 
ensino, as possíveis divisões para o nosso sermão, fazendo a devida 
aplicação aos nossos dias. Por exemplo: O Salmo 51 é uma passa-
gem das mais conhecidas. A primeira parte nos mostra como Davi 
reconheceu e confessou seu pecado contra Deus. Acompanhe com 
sua Bíblia aberta. A primeira ideia, portanto, é a confissão com o 
consequente pedido de perdão. Depois Davi quis receber novamen-
te a alegria da salvação que gozara antes do seu pecado (Verifique 
os versículos 7 a 12). No versículo 13, Davi promete fazer algo para 
Deus quando for perdoado. Ele diz que ensinará aos transgressores 
os caminhos de Deus, e que por intermédio do seu testemunho os 
pecadores se converterão a Deus. O assunto de uma mensagem ba-
seada nessa passagem poderia ser: “O crente e seu pecado”, ou, “Do 
pecado ao perdão”, com as seguintes divisões:
(a) Quando o crente peca, deve confessar os seus pecados a 
Deus (vv. 1-6);
(b) Quando o crente confessa os seus pecados, recebe o per-
dão de Deus (vv. 7-12);
Jerry Stanley Key / 31
(c) Quando o crente recebe o perdão de Deus, testemunha 
desse perdão recebido (vv. 13-17).
Esse assunto e esboço têm aplicação à vida de todos os ouvintes.um 
assunto assim é muito mais interessante do que um assunto histórico, 
como “O perdão de Davi”, ou “Quando Davi foi perdoado”.
9) Tome cuidado para não desviar as divisões (pontos do assunto es-
colhido). um autor dá os seguintes exemplos: O primeiro é de um 
sermão baseado em 2Coríntios 7.10, com o assunto: “O arrepen-
dimento verdadeiro”. O pregador começa assim: ”Vamos ver algu-
mas ideias erradas sobre o arrependimento”. Ele faz a exposição de 
algumas dessas ideias, e realmente não entra na discussão sobre o 
arrependimento verdadeiro. Neste caso, o assunto dele seria: “Tipos 
de falso arrependimento”, em vez daquele anunciado. 
O segundo exemplo é de um sermão baseado em João 8.32, com o 
assunto “A verdade vos libertará”. O esboço consiste de dois pontos:
(a) O que é a liberdade? 
(b) O que é a verdade?
Neste caso, o pregador simplesmente não chegou a desenvolver o 
assunto, somente deu uma definição das palavras do assunto. Essa 
definição deveria ser feita na introdução ao sermão em foco. Outro 
esboço mais expressivo do mesmo assunto – “A verdade vos libertará”:
(a) A verdade aponta-nos o nosso pecado. 
(b) A verdade mostra-nos como somos escravos do nosso pecado.
(c) A verdade aponta-nos o libertador, o Filho de Deus.
3. Análise de um esboço
Gostaria que o leitor fizesse uma crítica do seguinte esboço, usando 
como base as sugestões mencionadas acima:
Assunto: A salvação, dom de Deus
Texto: Efésios 2. 8,9
Esboço: 1) A salvação não vem das obras. 
2) A salvação é dom de Deus.
32 / José da Silva, um pregador leigo
3) Jesus morreu para nos salvar.
4) Cornélio não foi salvo pelas obras. 
Será que há unidade nesse esboço? uma rápida observação nos mos-
trará o seguinte: A primeira divisão está de acordo com o assunto, mas a 
segunda é equivalente ao assunto, quando deveria tratar de apenas uma de 
suas facetas. A terceira divisão não foi extraída do assunto, muito embora 
contenha base bíblica. A quarta divisão nos parece mais uma ilustração que 
mesmo um ponto. A conclusão a que se pode chegar é que esse esboço não 
divide nem desenvolve o pensamento do assunto.
Outro exemplo mais bem baseado no mesmo texto:
Assunto: A salvação pela graça
Texto: Efésios 2:.8,9
Esboço: 1) A salvação pela graça não depende das obras.
2) A salvação é dom de Deus.
3) A salvação é alcançada pela fé.
4. O número de divisões
Não há número ideal de divisões, ou pontos, para um sermão. Devemos 
usar tantas divisões quantas forem necessárias para desenvolver o assunto e 
o texto de maneira adequada. Há, porém, fortes razões para que o número 
de pontos seja relativamente pequeno. Normalmente um sermão tem entre 
duas e cinco divisões principais.
5. Como anunciar as divisões
O pregador deve anunciar as divisões principais, porque os ouvintes 
precisam saber como está progredindo o sermão. Pode-se usar o método 
tradicional de introduzir as divisões: “Em primeiro lugar”, “Em segundo 
lugar”, etc. Ou se pode usar um método mais indireto: “uma das ideias 
que encontramos no texto lido é...” (e segue-se a declaração da divisão 
em foco).
Não é necessário chamar a atenção para as subdivisões da mensagem, 
e, sim, somente para as divisões principais.
Jerry Stanley Key / 33
1. A finalidade da introdução
2. Características de uma boa introdução 
3. Coisas a evitar na introdução
4. Vários métodos para a preparação de uma boa introdução
36 / José da Silva, um pregador leigo
A ARTE DA INTRODUÇÃO DO SERMÃO 
O sermão é constituído de três partes: Introdução (ou Exórdio), Corpo 
e Conclusão (ou Peroração). Todas as três partes são importantes, mas quere-
mos focalizar a primeira delas.
Certo autor diz que “não se pode exagerar a importância do bom início”. 
É importante que o pregador atraia a atenção dos ouvintes desde o co-
meço da sua mensagem, e que mantenha esse interesse até o fim. 
1. A finalidade da introdução
A introdução deve provocar interesse e despertar a atenção dos ouvin-
tes. Esse interesse não será independente, mas servirá para conduzir os ou-
vintes ao assunto que está sendo tratado no sermão. Para despertar a atenção 
dos ouvintes é necessário que comecemos com alguma coisa que interesse a 
eles, que digamos alguma coisa relacionada à vida deles. 
A introdução prepara a mente dos ouvintes, para que possam compre-
ender o assunto do sermão e as ideias a serem desenvolvidas no corpo do 
sermão. Ela ajuda a captar a simpatia do povo. 
2. Características de uma boa introdução
Há várias características de uma boa introdução, sem as quais ela não 
pode atingir a finalidade que se propõe. Note as seguintes:
Deve ser pertinente ao assunto. A introdução deve apresentar algum 
pensamento muito ligado ao assunto do sermão. um exemplo deste ponto 
é o grande sermão do apóstolo Paulo, quando pregou sobre “O deus desco-
nhecido”, em Atos 17. Ele começou falando sobre o altar dedicado ao deus 
desconhecido, e fez a aplicação de tal maneira que deixou uma impressão 
profunda. Algumas pessoas creram em Cristo (Atos 17.22-34). 
Deve ser breve e proporcional. Normalmente a introdução não deve 
ocupar mais de 15% do tempo do sermão. uma senhora disse que o pas-
Jerry Stanley Key / 37
tor da igreja dela levava tanto tempo preparando a mesa que ela perdia o 
apetite antes de comer. Muitos pregadores gastam a maior parte do tempo 
na introdução, e têm pouco tempo para o corpo do sermão. Devemos ser 
concisos e breves em tudo que temos a dizer. Para que a introdução possa 
ser breve, é necessário limitar o material usado nela a um só pensamento. 
Deve ser clara e simples. Devemos evitar ideias confusas, palavras difí-
ceis de serem entendidas, sentenças compridas, etc. O pregador não deve 
ser pretensioso, querendo mostrar-se grande orador ou intelectual.
Deve ser interessante. Não podemos despertar o interesse dos ouvin-
tes se não nos esforçamos, preparando introduções interessantes. Para que 
o pregador tenha introduções com estas características apresentadas é ne-
cessário preparar bem essa parte do sermão, que é vital. “uma introdução 
improvisada apresenta-se quase sempre, imprecisa, obscura e hesitante. E 
isso impressiona mal os ouvintes.” Mas uma introdução com as qualidades 
acima mencionadas é uma grande ajuda à pregação, o que trará honra para 
o nosso Senhor Jesus Cristo e levará almas a Ele. 
3. Coisas a evitar na introdução
Há algumas coisas que precisam ser evitadas na introdução. Entre elas 
estão as seguintes:
As desculpas. Geralmente as desculpas impressionam muito mal os 
ouvintes e criam uma atitude adversa ou negativa em relação à mensagem. 
Quando há desculpas na introdução há falta de firmeza e de segurança 
necessárias para um bom começo. O pregador nunca deve apresentar des-
culpas por si mesmo, por uma preparação inadequada, por enfermidade 
ou indisposição física, ou qualquer outra sorte de acontecimento. Quando 
apresentamos tais desculpas estamos preparando nossa derrota antes de 
terminar a introdução. 
um pregador começou uma mensagem: “Este distinto auditório mere-
ce ouvir um pregador à altura e não um pobre, muito atribulado e humilde 
servo de Deus como este que vos fala. Todavia, pela dificuldade de conseguir 
um outro, e pela pena que tive do pastor Fulano, eis-me aqui para vos abor-
recer por alguns minutos. Creio que, dizendo os meus pensamentos mal ali-
38 / José da Silva, um pregador leigo
nhavados, estarei apenas reproduzindo os vossos pensamentos.” O pregador 
leigo deve ter o cuidado de nunca começar assim, usando tais expressões de 
falsa modéstia, fazendo comparação com “os mais dignos”.
Deve-se evitar prometer mais do que o sermão encerra. Não é bom 
começar com alguma ideia dramática ou tão impressionante que o corpo 
do sermão se torne fraco em comparação. A introdução não deve ser tão 
fervorosa a tal ponto que se torne impossível manter o ritmo desenvolvido 
no início da mensagem. Alguém, ao ouvir um sermão desse tipo, fez essa ob-
servação: “O pregador começou por fazer um alicercepara um arranha-céu, 
mas acabou construindo apenas um galinheiro!”.
Deve-se evitar o uso de argumentos e ideias que vão aparecer mais 
tarde na mensagem. É um erro fatal usar na entrada da casa uma pedra da 
qual precisaremos mais tarde na construção das paredes. Somente um perito 
pode prender a atenção depois de ter explicado tudo que ele pensa em dizer 
mais tarde na sua mensagem. 
Deve-se evitar sobrecarregar a introdução com muito material. Isso é seme-
lhante àquele que tenta remar num barco com toda a carga pesada na proa. Tal-
vez a melhor maneira de se evitar isso seja a introdução com apenas uma ideia. 
Devem-se evitar piadas que somente fazem o povo rir. O humor, se 
usado, é melhor no desenvolvimento do sermão, e não na introdução ou na 
conclusão. Devemos deixar as histórias jocosas e piadas mais para os palha-
ços, que têm o seu “ganha-pão” nisso! 
4. Vários métodos na preparação de boas introduções
Há vários métodos que podem ser usados pelo pregador para introduzir 
os seus sermões. Alguns desses métodos são os seguintes:
A introdução textual. uma fonte do conteúdo pode ser o texto ou o 
contexto, especialmente se o significado do texto precisa ser explicado para 
que possa ser entendido. Esse tipo de introdução pode incluir uma explica-
ção e aplicação do contexto ou fundo histórico do texto. 
O assunto ou tema do sermão pode fornecer material para a introdu-
ção. um pregador falou certa vez sobre “A igreja dos meus sonhos”. Come-
çou o sermão falando dos sonhos que tivera quando criança e jovem. Depois 
Jerry Stanley Key / 39
disse que os seus sonhos passaram a ser sobre a igreja de Cristo. No corpo do 
sermão falou sobre as qualidades que tinha a igreja dos seus sonhos, fazen-
do aplicação à sua própria igreja. Esse tipo de introdução serve muito bem 
quando o pregador trata de alguma necessidade ou problema atual. 
A ocasião pode fornecer material para a introdução. Esse método de co-
meçar o sermão é muito oportuno e válido, especialmente quando o sermão 
é pregado numa época de um feriado ou em ocasião que forneça a ideia 
para o assunto do sermão. 
uma ilustração pode servir bem para introduzir um sermão. A ilustração 
evangelística “Como o Diabo trabalha” (pág. 88) foi usada certa vez para 
introduzir um sermão sobre “O perigo do amanhã”. Este é um dos melhores 
tipos de introdução. 
1. A importância da conclusão
2. Características da boa conclusão
3. Alguns erros a serem evitados na conclusão
4. Vários tipos de conclusão
42 / José da Silva, um pregador leigo
A CONCLUSÃO DO SERMÃO
Conclusão, também chamada peroração, é aquela parte do sermão que 
tem o propósito de levar o assunto tratado a um fim adequado. O ideal é que a 
conclusão relacione permanentemente a verdade pregada à vida dos ouvintes. 
1. A importância da conclusão
A conclusão é a parte do sermão que talvez receba menos atenção na 
sua preparação do que qualquer outra parte. Muitas conclusões são monóto-
nas e fracas. E isso apesar do fato de a conclusão ser considerada a parte mais 
importante do sermão, com exceção do texto! “Em qualquer obra literária, 
escrita ou de oratória, nada há que tenha tanta importância como o princípio 
e o fim.” O que acontece nos últimos minutos do sermão é de suma impor-
tância para o seu êxito. O pregador pode começar bem e discutir o assunto 
de maneira admirável, mas se não terminar bem, é disso que os ouvintes vão 
se lembrar! Se as primeiras impressões são as mais notáveis, as últimas, mui-
tas vezes, são as mais duradouras. Muitos sermões sobem como um foguete 
e também descem da mesma forma. Isso porque o pregador não tem forças 
para continuar no mesmo ritmo que começou. Alguém disse que o sermão 
“deve ser como um rio, que tem forças cada vez mais aumentadas”.
Se devemos começar o sermão com alguma coisa interessante, também 
é necessário terminar com poder, levando ou ouvintes a quererem fazer a 
vontade de Deus. “uma conclusão desanimada deixará os ouvintes desani-
mados. uma conclusão confusa deixará os ouvintes confusos. uma conclu-
são animada e clara deixará os ouvintes animados e prontos para seguirem 
o caminho marcado com o alvo do sermão.” O pregador leigo deve ter todo 
o cuidado ao preparar a conclusão para as suas mensagens. Ele sabe que, 
como o construtor nunca pensaria em construir um edifício sem ter em mãos 
a planta completa, o pregador precisa ter em mente como vai terminar o ser-
mão, antes de começar a pregá-lo. Portanto, devemos pensar como terminar 
o sermão da forma mais eficiente possível. 
Jerry Stanley Key / 43
A melhor maneira de preparar a conclusão é voltar a pensar sobre o 
objetivo especifico que se tem em mente, a razão pela qual se quer pregar 
o sermão. O ouvinte precisa saber aquilo que o pregador quer que ele faça, 
à luz das verdades apresentadas na mensagem. Deve haver aplicação dessas 
verdades à vida dos ouvintes ao longo do sermão todo; mas a conclusão é 
o clímax da aplicação, como o é da mensagem toda. Nenhum sermão está 
terminado até que seja gravado no coração e na consciência dos ouvintes, 
fazendo-os sentir alguma coisa que possa modificá-los.
2. Características da boa conclusão
A conclusão vem do assunto do sermão e deve ser, até certo ponto, 
necessária ao assunto que o pregador está discutindo. A conclusão deve ter-
minar a discussão da maneira mais natural, própria e adequada. Ela deve ser 
a conclusão do sermão todo, e não apenas do ponto final ou da última ideia 
apresentada. Ela deve ser pessoal, o ponto alto da relação íntima entre o pre-
gador e os ouvintes. A conclusão deve ter vida, deve mostrar o calor da alma 
daquele que está pregando. “A nota final deve vibrar de amor e compaixão.” 
A conclusão deve ser clara e específica. Nela o pregador dará mais ênfase às 
ideias positivas do que às negativas. 
A conclusão deve ser proporcional e breve. O pregador não deve pregar 
um segundo sermão na conclusão! Ela ocupará normalmente dez a quinze 
por cento do tempo do sermão, ou seja, três a cinco minutos. 
3.Alguns erros a serem evitados na conclusão
Há certos erros um tanto comuns entre nós quanto à conclusão. Vamos 
notar alguns, para evitá-los. 
A conclusão não deve introduzir pensamentos novos. Estes fazem parte 
da discussão ou corpo do sermão, o que vem antes da conclusão. Se o pre-
gador começar a apresentar ideias novas na conclusão, dará a impressão de 
que está começando outra mensagem.
O pregador não deve dar a impressão de que vai logo terminar. As fra-
ses como “por último”, “finalizando” e “em conclusão” devem ser usadas 
com muito cuidado. Nunca se deve usar uma expressão dessas mais de uma 
44 / José da Silva, um pregador leigo
vez. Recentemente certo pregador disse: “Estamos chegando ao fim de nossa 
mensagem”. Porém continuou pregando mais uns quinze minutos. Depois 
daquela frase indicando o fim do sermão houve muita inquietação e movi-
mento, porque psicologicamente o sermão estava terminado para os ouvintes. 
Nunca se deve pedir desculpas na conclusão. Se é ruim pedir desculpas 
no começo do sermão, é muito pior no fim.
O pregador deve evitar o esgotamento físico. Sempre deve deixar algu-
ma força de reserva. 
Nunca se deve mexer com alguma coisa, tal como relógio, óculos, etc. 
Isso tira a atenção daquilo que está sendo dito. 
O pregador deve evitar as piadas na conclusão. Esta é a parte mais séria 
do sermão. 
Conclusões barulhentas devem ser evitadas. O barulho é um mau subs-
tituto para ideias poderosas e certas.
O pregador não deve ficar preso a quaisquer anotações, esboço ou ma-
nuscrito no fim do sermão. 
4. Vários tipos de conclusão
É bom que o pregador aproveite diferentes tipos de conclusão, não ter-
minando todos os sermões da mesma maneira. Examinemos agora alguns 
tipos de peroração ou conclusão.
um dos melhores tipos de conclusão é com uma recapitulação, ou re-
sumo, das ideias principais do sermão. uma conclusão assim dá aos ouvintes 
uma última oportunidade de refletir sobre os vários pontos discutidos.“A 
introdução mostra aos ouvintes para onde irão; a conclusão, aonde foram.” 
Este método é mais útil quando pregamos sobre alguma doutrina ou verda-
de, para que os ouvintes gravem melhor os pontos principais do argumento. 
É o método mais fácil de concluir um sermão, mas por isso não se deve abu-
sar dele. O pregador deve usar de variedade. 
um outro tipo de conclusão é aquele em que o pregador faz uma apli-
cação final à vida dos ouvintes. A conclusão deve sempre ter elementos de 
aplicação e de desafio, porque é a parte do sermão cujo objetivo tem aplica-
Jerry Stanley Key / 45
ção mais diretamente à vida dos ouvintes. A última parte do sermão precisa 
mostrar aquilo que o ouvinte deve fazer à luz da verdade apresentada na 
mensagem. “Ao contrário do que acontece com um ensaio ou uma confe-
rência (não religiosa), o sermão deve conduzir à ação, mesmo que seja só no 
coração do pregador.” Como exemplo de aplicação prática nessa parte do 
sermão, ver a conclusão da parábola do profeta Natã, quando estava falando 
perante o rei Davi (2Sm 12. 7-14).
A conclusão também pode ser o apelo à decisão, em que um grande 
esforço é feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvin-
te. É muito oportuno o apelo direto para que a verdade pregada seja aceita. 
Conta-se que, quando o grande pregador inglês pastor Charles Spurgeon 
pregava, era como se cada ouvinte sentisse Deus falando com ele. Ver a con-
clusão do sermão de Josué, em Josué 24.14,15, que é um apelo claro, direto 
e muito oportuno.
Muitas vezes o melhor tipo de conclusão é uma ilustração que esclareça 
a verdade central da mensagem. Este método pode ajudar muito a produzir 
o efeito desejado, iluminando o assunto e conduzindo os ouvintes a uma 
decisão. Porém o pregador deve usar todo o cuidado na escolha da ilustração 
a ser empregada na conclusão. Normalmente essa ilustração deve ser relati-
vamente breve, focalizando a atenção naquilo que o pregador quer que os 
ouvintes façam.
Há vários tipos de conclusão: uma exortação dirigida aos crentes, es-
timulando-os à ação; um reforço do texto, voltando à ideia do texto e seu 
fundo histórico, etc.
Na preparação da conclusão o pregador talvez queira usar elementos de 
mais de um dos tipos acima descritos, e isso é perfeitamente cabível.
O importante, porém, é que, qualquer que seja o tipo da conclusão, ela 
deve ser preparada com muito cuidado. A conclusão pode inutilizar ou salvar 
todo o resto do discurso. Por isso precisa ser bem preparada e nunca feita de 
improviso, o que dará a impressão de que o sermão foi interrompido sem 
terminar. 
1. Por que fazer apelo
2. Características do apelo que atinge seu objetivo
3. Como variar os métodos usados no apelo
4. Conselhos finais
48 / José da Silva, um pregador leigo
COMO FAZER O APELO
Alguém definiu o apelo como “uma chamada concreta à decisão por 
Cristo, depois de uma exposição clara do evangelho”. É um convite para 
viver de acordo com a vontade de Deus, tal como esta foi apresentada no 
sermão. 
O sermão em si deve ser um apelo ao coração de todos os ouvintes. Mas 
isso não quer dizer que o pregador leigo não deva fazer um apelo para uma 
manifestação pública de decisão ao lado de Cristo. O sermão evangelístico 
fica incompleto e deixa a desejar quando o pregador termina a sua mensa-
gem sem fazer um apelo direto ao coração do ouvinte não crente. 
1. Por que fazer apelo
Há varias razões que fazem do apelo, ou chamada a uma manifestação 
pública e concreta, parte necessária à pregação evangelística. Notemos algu-
mas delas:
O apelo é bíblico. Ele tem suas bases oriundas nas Escrituras Sagradas. 
A Bíblia está cheia de exortações e apelos ao povo para tomar posição ao 
lado de Deus. João Batista sempre apelava para decisões públicas (Mt 3.5,6). 
Os pecadores precisam fazer uma confissão pública de sua fé em Cristo (Mt 
10.32,33). As seguintes passagens são suficientes para comprovar que o ape-
lo é bíblico: Êxodo 32.36; Josué 24.15; Isaías 55.1-6; Marcos 5. 25-34 (eis 
aqui um caso digno de nota, no qual Jesus exige da mulher um testemunho 
público). At 2.40; At 3.19; At 19.8,26; At 20.20,31; At 26:28, At 28:23, Rm 
10.10; Ap 22.17.
O apelo é histórico. Grandes evangelistas e pastores ao longo dos sécu-
los têm feito do apelo parte integrante de sua pregação. Ver as biografias de 
Wesley, Whitefield, Finney, Moody, Spurgeon, Billy Graham, etc. 
O apelo é lógico e natural. Ele é o clímax do sermão. A razão óbvia 
pela qual buscamos criar um ambiente espiritualmente favorável é para que 
resultados em decisões se materializem. 
Jerry Stanley Key / 49
Por exemplo: se um homem fosse pescar e, depois de muita despesa 
e tempo gasto, pegasse um grande peixe, e com muito esforço conseguisse 
trazê-lo para perto dele, será que permitiria que o peixe escapasse? Ou será 
que um pescador lançaria sua rede e depois abandonaria os peixes que nela 
caíssem? Ou será que um fazendeiro prepararia a terra, semearia a boa se-
mente, cuidaria das tenras plantas que aparecessem e, na hora da ceifa, dei-
xaria tudo apodrecer? Da mesma maneira, não há nada mais lógico e natural 
do que o pregador fazer o apelo ao chegar à conclusão de sua mensagem.
O apelo é psicológico. A emoção da hora vai passar. O homem sem 
Cristo precisa fazer a sua decisão enquanto o Espírito Santo está tocando 
fortemente em seu coração. Há quem diga que não é bom tomar qualquer 
decisão sob a influência da emoção. Mas a verdade é que nenhuma das 
grandes decisões da vida é tomada sem emoção. Seria possível um moço 
abordar pela primeira vez o assunto de casamento com a namorada sem es-
tar influenciado pelas emoções? Do mesmo modo, Deus usa o sermão evan-
gelístico para tocar nas emoções, aspirações e desejos do ouvinte não crente! 
O apelo é prático. É prático por diversas razões:
1) É prático porque permite a identificação dos interessados e dos no-
vos convertidos. Muitas vezes a pessoa que faz uma decisão pública 
não tem compreensão bastante para fazer uma decisão real. Mas a 
sua decisão pública facilita a sua identificação, e ela pode ser levada, 
por meio de melhores informações e explicações, a ter uma verda-
deira experiência de salvação. Ao mesmo tempo, uma vez a pessoa 
realmente convertida e identificada, a igreja pode acompanhá-la 
melhor em sua vida espiritual. 
2) É prático porque permite a decisão pública, como demonstração da 
decisão tomada no íntimo, vem fortalecer a fé e é o começo de um 
bom testemunho. O apelo ensina o novo crente a não se envergo-
nhar de sua nova fé em Cristo. O testemunho público o ajudará a 
vencer as inibições, e é o primeiro passo no testemunho de sua fé. 
3) Também o apelo é prático porque, quando uma pessoa se decide, 
abre o caminho para outras pessoas mais tímidas fazerem suas deci-
sões ao lado de Jesus. 
50 / José da Silva, um pregador leigo
4) Finalmente, o apelo é prático porque é motivo de inspiração para 
a igreja. Todos nós, que somos crentes, conhecemos a sensação 
de gozo ao ver outras pessoas se decidindo ao lado de Cristo em 
reuniões de caráter evangelístico. Quando há decisões, a igreja ex-
perimenta um novo impulso. Nada mais natural, porque a igreja 
vive para fazer discípulos. 
uma senhora humilde foi convidada a falar num dos pontos de prega-
ção de sua igreja. Deu seu testemunho e falou sobre uma passagem bíblica. 
Depois deu uma oportunidade aos ouvintes não crentes para que aceitassem 
a Cristo como Salvador. Ela ficou muito contente quando duas pessoas se 
decidiram. Se aquela senhora, com poucos recursos, pôde fazer assim, que 
podem fazer os nossos irmãos pregadores leigos com a ajuda de Deus? 
2. Características do apelo que atinge seu objetivo
Há certas características que corroboram a eficiência do apelo. Note-
mos as seguintes:
O apelo deve ser claro e especifico. Certa vez um pastor fez o ape-
lo numa grande reunião evangelística num ginásio coberto, e este foi tão 
confuso e vago que muitas pessoas que já eram crentes levantaram a mão!Os ouvintes precisam entender o que o pregador quer que eles façam, e a 
maneira pela qual devam expressar publicamente sua decisão (levantando a 
mão, indo à frente, etc.).
O apelo deve ser breve, não se abusando da boa vontade dos ouvintes 
quando ninguém está se decidindo. Porém, não se deve parar o apelo se há 
pessoas se decidindo. 
O apelo deve ser baseado no ponto ou argumento mais forte do ser-
mão. Se o sermão é sobre o novo nascimento, o apelo deve ser baseado 
nessa ideia. Se versou a respeito do arrependimento, o apelo deve ser ligado 
à ideia proeminente da mensagem. 
Deve-se fazer o apelo no espírito de oração e dependência do Espírito San-
to. Esta é a hora mais séria do culto. Todos os ouvintes devem estar em oração 
durante o apelo. O pregador não pode converter ninguém! Somente o Espírito 
Santo de Deus pode convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” 
Jerry Stanley Key / 51
(João 16.8). “Assim é que, em nossos apelos, devemos depender do Espírito e 
não da lógica de nossos argumentos ou do fervor de nossas exortações”.
O apelo deve ser feito no espírito de fé e confiança. O otimismo é con-
tagiante. O pregador deve ter fé que Deus vai abençoar a semente lançada 
(Is 55.11; Sl 126.6).
O apelo deve ser positivo, sugerindo aos ouvintes o que precisam fazer, 
e não aquilo que eles não devem fazer. 
O apelo deve ser feito com cortesia e sem coação. O pregador nunca 
deve baratear o evangelho, usando truques e outros métodos que não con-
vêm. uma das razões por que muitos crentes reagem contra apelos para 
decisões visíveis é justamente o fato do abuso de alguns pregadores. 
Certo pregador estava pregando numa série de conferências em um dos 
nossos colégios e não estava conseguindo os resultados esperados. No último 
dia, quando poucos alunos haviam se decidido, o conferencista mostrou ao 
auditório a sua máquina fotográfica e disse que iria tirar a fotografia de todos 
os decididos. Continuou com o apelo, e muitas crianças “fizeram decisões”. 
Alguém já observou: “Fazer apelo é como procurar frutos numa árvore; se 
balançarmos normalmente, caem os maduros; mas se insistirmos demais, 
caem também os verdes.”
O pregador deve apelar aos motivos; tais como o desejo de felicidade, 
o desejo para ter uma vida melhor, o desejo de ser bom, o desejo de ter 
segurança, o desejo de ser liberto dos pecados, o desejo de exercer uma 
influência benéfica, a necessidade de unir os lares a Cristo e à igreja, etc. 
O apelo deve ser feito com espírito compassivo. Devemos nos expressar 
como se apelássemos a uma questão de vida ou morte, o que realmente o 
apelo é. Devemos amar as almas com intensa compaixão. O apelo deve ser 
feito com toda a nossa sinceridade. 
3. Como variar os métodos usados no apelo 
O pregador deve variar os métodos usados no apelo para não cair na 
rotina. Eis algumas possibilidades, que, entretanto, não esgotam o assunto:
1) Pode-se pedir aos que aceitam a Cristo como Salvador que levantem 
uma de suas mãos.
52 / José da Silva, um pregador leigo
2) Pode-se pedir aos que estão se decidindo que fiquem em pé, en-
quanto os outros ouvintes permanecem assentados. 
3) Também pode-se pedir que os decididos venham à frente. 
4) Pode-se apelar àquelas pessoas que têm aceitado a Cristo há algum 
tempo, porém sem dar a sua profissão de fé, que reafirmem a deci-
são de seguir a Cristo. 
5) Pode-se fazer um apelo progressivo, perguntando quantas pessoas 
estão querendo as orações do povo de Deus. Depois da oração em 
favor daqueles que levantaram a mão, o apelo continua. uma adver-
tência: Este método não deve ser usado como “truque”.
6) Pode-se usar um versículo bíblico, tal como Provérbios 28.13 (“O 
que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as 
confessa e deixa, alcançará misericórdia”), e depois prosseguir com o 
apelo. 
7) No fim do apelo, pode-se pedir a qualquer pessoa que, por qualquer 
motivo, não haja feito a sua decisão publicamente na oportunidade, 
que fique para conversar com o pregador depois, recebendo melho-
res esclarecimentos. 
4. Conselhos finais
1) Devemos ajudar o povo a reconhecer o apelo como um elemento 
básico nos cultos evangelísticos, quer sejam realizados em pontos de 
pregação, congregações ou cultos da igreja. 
2) É sempre bom ter um grupo de pessoas preparadas para lidar com os 
decididos, dando literatura (folhetos, um exemplar de um Evangelho 
ou do Novo Testamento), orando com eles e dando informações a 
respeito da igreja, o horário dos trabalhos, etc. 
3) Também os decididos devem ser visitados o mais breve possível.
4) O pregador deve procurar sempre novas ideias a respeito de como 
fazer o apelo. 
1. Fontes de boas ilustrações 
2. Características de boas ilustrações 
3. Outras sugestões 
56 / José da Silva, um pregador leigo
O USO DE MATERIAL 
ILUSTRATIVO NO SERMÃO 
um dos pontos mais fracos na pregação hodierna é a falta do uso de 
bom material ilustrativo nos sermões. Muitas mensagens, contendo forte ali-
mento, deixam de atingir o coração dos ouvintes, passando como que por 
cima da cabeça, devido à falta de ilustrações que trariam luz e entendimento 
à verdade exposta.
O material ilustrativo é semelhante a uma janela, que tem por finalidade 
deixar a luz entrar e iluminar a sala. As ilustrações permitem que os ouvintes 
vejam em suas mentes as verdades apresentadas no sermão. Elas despertam 
a atenção, explicam as verdades e fortalecem os argumentos apresentados, 
auxiliam os ouvintes a reter as ideias do sermão, tocam nos sentimentos e 
proporcionam descanso mental para os ouvintes. Sim, o bom material ilus-
trativo faz tudo isso!
Os pregadores bíblicos usaram muitas ilustrações. O Senhor Jesus sem-
pre tinha uma boa história para iluminar as verdades que ensinava ao povo. 
Ninguém pode deixar de ser impressionado pelo drama da história do bom 
samaritano. Os grandes pregadores neotestamentários, como Pedro, Paulo, 
Estêvão e outros empregavam boas ilustrações em suas mensagens.
uma das partes do sermão mais apreciadas é a parte das ilustrações. Elas 
são a vida da mensagem; esclarecem aquilo que sem elas ficaria obscuro, re-
contam ao ouvinte, em termos de experiência, a verdade bíblica já exposta. 
Portanto, é de suma importância que o pregador leigo empregue bom mate-
rial ilustrativo nos seus sermões, assim tornando-os mais claros.
1-Fontes de boas ilustrações
As fontes de boas ilustrações são muitas. Nós encontramos material ilus-
trativo em todos os lugares:
Jerry Stanley Key / 57
•	 A	própria	Bíblia	é	um	verdadeiro	tesouro	de	ilustrações	para	o	pre-
gador leigo. As parábolas e histórias das Escrituras são uma grande 
força na pregação. O povo gosta de histórias que vêm da Bíblia.
•	 Encontramos	material	 ilustrativo	em	nossas	 leituras	diárias	de	 jor-
nais, revistas, livros, etc.
•	 Há	muito	material	ilustrativo	na	história	geral	e	na	história	eclesiástica.
•	 A	letra	de	um	hino	é	umas	das	maiores	fontes	de	ilustrações.
•	 Muitas	vezes	ouvimos	uma	ilustração	de	outro	pregador,	que	deve-
mos anotar para usar no futuro.
•	 Experiências	pessoais,	que	vêm	por	intermédio	da	própria	observação
•	 Prestar	atenção	aos	acontecimentos	cotidianos	são	fontes	de	muito	
valor. Além de tudo, o pregador pode falar da sua própria experi-
ência de salvação, dando testemunho daquilo que ele mesmo tem 
experimentado em sua vida.
Como estamos vendo, o campo não tem limites. Realmente há ilustra-
ções em todos os lugares.
O material ilustrativo existe em toda a parte. Precisamos ficar sempre 
com a mente e a imaginação abertas, para que possamos aproveitar ao má-
ximo os incidentes que podem servir como ilustrações para as nossas men-
sagens.
Encerramos nosso estudo sobre o material ilustrativo no sermão ci-
tando a Palavra de Deus. O profeta Habacuque estava ansioso, querendo 
receber a mensagem do Senhor para anunciar ao povo. Em Habacuque 
2.2 encontramos o seguinte: “Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve 
a visão, e torna-a bemlegível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa 
correndo.” Esta é a nossa responsabilidade. Tornar tão clara a nossa mensagem, 
de forma que os ouvintes possam entender e levar a mensagem a outrem! 
2 – Características de boas ilustrações
Entre as características de boas ilustrações se destacam as seguintes:
•	 Elas	devem	ser	simples,	e	o	pregador	não	deve	encobrir	a	verdade	
central dela com detalhes.
58 / José da Silva, um pregador leigo
•	 Elas	devem	ter	unidade	de	pensamento	com	o	tema	que	estamos	
pregando.
•	 Elas	devem	ter	movimento	ou	progresso.
•	 Elas	devem	fornecer	fatos	de	interesse	humano.
•	 Elas	devem	estar	cheias	de	vida.
•	 Elas	devem	ser	aplicadas	à	verdade	que	está	sendo	ilustrada.
•	 E	elas	devem	ter	um	ponto	alto	ou	um	clímax.
3– Outras sugestões
É bom que o pregador leigo tenha algum sistema para guardar as boas 
ilustrações que ele encontra com o passar do tempo. Pode escrever os 
pontos essenciais num caderno de ilustrações, usando um caderno comum 
para este fim. Também pode usar uma espécie de álbum. Alguns pregado-
res gostam de colocar as ilustrações em envelopes. Mas, qualquer que seja 
o método usado, o pregador deve seguir um sistema ou método para que 
não perca o material muito útil para sermões que ele encontra quase que 
constantemente.
1. Usar linguagem simples e clara
2. Procurar usar o próprio estilo
3. Falar de tal forma que todos possam ouvir
4. Falar diretamente aos ouvintes 
5. Falar com o corpo todo
6. Falar com convicção
7. Falar com entusiasmo
8. Falar com amor
9. Ser breve
10. Pregar no poder do Espírito
62 / José da Silva, um pregador leigo
O USO DE BONS HÁBITOS NA 
PREGAÇÃO
um fator muito importante na comunicação da mensagem do evangelho é 
a maneira como falamos quando temos a incumbência de pregar. Todos nós já 
ouvimos vários tipos de pregador e orador: alguns interessantes, outros fracos e 
sem nenhum brilho; alguns falando com ideias breves e claras, outros demorando 
muito em expressar o que querem dizer; alguns com uma mensagem vital, outros 
sem nada para dizer, usando palavras destituídas de sentido, valor e clareza. 
Pense um momento. Como podemos ser mais atraentes ao proferir ou apre-
sentar as mensagens? O nosso desejo, por certo, é prender a atenção dos ouvintes 
para que ganhem o máximo daquilo que Deus tem colocado em nosso coração. 
Quais são alguns bons hábitos que o pregador leigo deve mostrar na sua fala?
1- Usar linguagem simples e clara 
O nosso Senhor Jesus Cristo, embora Deus-Homem, falou em termos cla-
ros e perfeitamente compreensíveis para o povo comum. Ele poderia ter usado 
uma linguagem profunda e difícil. Mas escolheu palavras simples para o povo. 
Se ele é nosso exemplo em todas as coisas, devemos segui-lo nessa parte.
2- Procurar usar o próprio estilo
Não deve o pregador imitar ninguém, deve ser natural e usar a própria 
personalidade que Deus tem lhe dado. Especialmente quanto ao tom de voz 
que usa ao falar, o pregador deve usar o seu próprio tom habitual.
3- Falar de tal forma que todos possam ouvir
um dos principais problemas de muitas pessoas que falam em público é 
o de serem ouvidas ou entendidas. Às vezes o volume ou força de voz não é 
suficiente para que os que estão mais afastados possam ouvir sem dificuldade. 
Jerry Stanley Key / 63
O pregador precisa pronunciar distintamente cada palavra. Alguns fa-
lam depressa demais, quase em ritmo de metralhadora. Devemos tomar o 
máximo cuidado com a articulação ou enunciação de nossas palavras.
4- Falar diretamente aos ouvintes
Normalmente não temos problemas em falar aos nossos vizinhos ou a ou-
tros crentes de nossa igreja. Falamos com amigos sem nenhum embaraço. Do 
mesmo modo, quando falamos a um grupo é mais fácil, se considerarmos os 
ouvintes como amigos, falando-lhes em tom de conversa. Não devemos nunca 
causar a ideia de que somos superiores a eles. Devemos olhar às várias partes 
da congregação, procurando falar como se tivéssemos algo de pessoal para di-
zer a cada ouvinte. Os olhos podem ser usados como uma espécie de “segun-
da voz”. Assim manteremos uma comunicação direta com os nossos ouvintes.
5- Falar com o corpo todo
Se a pregação é uma espécie de “conversa animada”, devemos utilizar as 
nossas mãos para dar ênfase àquilo que dizemos. Se a mensagem estiver cheia 
de vida, não teremos muito problema em reforçar as nossas palavras com gestos. 
Todo pregador representa o Rei dos reis. Deve apoiar-se em ambos os 
pés e permanecer ereto, com um pé à frente do outro, por ser mais confor-
tável. De quando em vez, enquanto está falando, deve mudar de posição.
6- Falar com convicção
Convicção é uma característica dos grandes pregadores de todos os 
tempos. Para alcançarmos êxito na pregação, muito depende da convicção 
com que falamos. uma das fontes principais de popularidade e magnetismo 
pessoal no púlpito é uma convicção inabalável, um alvo definido. 
O ex-presidente Wilson, dos Estados unidos da América do Norte, dis-
se, certa vez, que “onde há fogo, aí os homens levarão seus lampiões para 
serem acesos”. um auditório responde ao pregador que fala com convicção. 
Se não temos esta qualidade, seremos como “o metal que soa ou o sino que 
tine”. É impossível convencer alguém de alguma coisa em que nós mesmos 
não cremos!
64 / José da Silva, um pregador leigo
7- Falar com entusiasmo
O entusiasmo é uma outra qualidade que está ligada à convicção. O 
entusiasmo ajuda muito a qualquer palestra ou sermão. Esta qualidade é 
atraente e contagiante. Entusiasmo por parte do pregador gerará entusiasmo 
nos ouvintes. 
Devemos mostrar o nosso entusiasmo em nossa voz, expressão facial e 
também em nossa maneira de falar. Se vale a pena pregarmos a nossa men-
sagem, valerá também sermos entusiasmados com ela. Se os professores e 
as pessoas que fazem palestras se entusiasmam ao proferir aulas e palestras, 
quanto mais nós, que temos a Boa-Nova de salvação e perdão para os nossos 
ouvintes!
8- Falar com amor 
Que prazer é ouvir algumas pessoas falarem! O rosto delas parece radiar 
o gozo, a paz e o amor do Senhor. É fácil prestar atenção àquilo que dizem. 
Sentimos o amor de Deus quando falam. Como têm uma atitude simpática 
e não de condenação ou superioridade! Sigamos o exemplo dessas pessoas, 
e não o exemplo negativo de algumas que falam sem manifestar o amor e a 
compaixão do nosso Mestre.
9- Ser breve
Se temos cinco minutos para falar, no culto ao ar livre, não devemos 
ir além do tempo designado. Se vamos pregar num ponto de pregação, é 
melhor que a nossa falta esteja em falar menos. É melhor deixar os ouvintes 
com o desejo de ouvir mais, do que deixá-los preocupados com a hora em 
que vamos terminar. A mensagem breve tem uma oportunidade melhor de 
alcançar êxito do que aquela que é cansativa. 
10- Pregar no poder do Espírito
O apóstolo Paulo assim escreveu em 1Coríntios 2.4,5: “A minha lingua-
gem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabe-
doria, mas em demonstração do Espírito e de poder; para que a vossa fé não 
Jerry Stanley Key / 65
se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” Portanto, o 
alvo do pregador e de sua pregação está à nossa frente. Devemos sempre 
procurar pregar com poder. Só assim é que teremos o êxito que todos nós 
almejamos. 
Foram estes os conselhos que o irmão José ouviu na aula que o pastor 
João lhe ministrou. Que os nossos prezados irmãos pregadores os utilizem 
para honra e glória do nosso Senhor Jesus Cristo!
1. O preparo do coração
2. Oração e preparo espiritual 
 Conclusão
68 / José da Silva, um pregador leigo
A PREPARAÇÃO ESPIRITUAL DO 
PREGADOR LEIGO
Deve o pregador leigo depender de si mesmo? Falará ele de si mesmo? 
Pregará a sua própria palavra? Não! Ele é um instrumento de Deus. um 
arauto. uma voz. E só isso! As nossas mensagens devem ser preparadas na 
presença de Deus e com a ajuda de Deus. Porque a mensagem não é nossa, 
e, sim, dele!
A pregaçãoé mais do que uma palestra; não são apenas algumas pa-
lavras humanas faladas durante alguns minutos. A pregação representa uma 
vida. O sermão verdadeiro tem vida. O sermão brota e frutifica na mente do 
pregador, porque tem vida. O sermão é santo, porque o homem é santo em 
sua vida de crente. Por isso o pregador deve chegar ao momento da pregação 
já tendo cuidado do preparo espiritual. 
Se nós vamos comunicar a verdade de Deus aos homens, devemos ou-
vir a voz de Deus e nos preparar em comunhão com ele. Mas como pode-
mos cultivar a espiritualidade? Este é o problema por excelência do crente, 
especialmente o problema do pregador do evangelho. O sucesso do seu 
esforço dependerá da sua espiritualidade.
Como a comida é necessária ao desenvolvimento do corpo, do mes-
mo modo a vida espiritual depende da alimentação do espírito. A “pedra 
de esquina” da pregação da Palavra de Deus é a vida devocional do pre-
gador. A palavra positiva do profeta Zacarias ainda está em vigor: “Não 
por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exér-
citos” (Zc 4.6).
1 - O preparo do coração
um coração preparado é mais importante do que um sermão prepara-
do. um coração realmente preparado fará um sermão preparado. Alguém 
disse: “Gênio, cérebro, brilhantismo, força, dons naturais não salvam. O 
evangelho derrama-se através dos corações.”
Jerry Stanley Key / 69
um dos erros mais sérios e mais comuns na pregação hodierna é o de 
colocar em nossas mensagens mais pensamentos do que oração, mais cére-
bro do que coração! A nossa necessidade é a preparação do coração. Ainda 
é verdade: “um sermão que contenha mais cérebro do que coração, não 
terá eficácia nos ouvintes... A oração faz do pregador um pregador de cora-
ção. A oração põe o coração do pregador na mensagem; a oração coloca a 
mensagem do pregador no seu coração.”
2 - Oração e preparo espiritual
A mensagem só pode ser poderosa se sua preparação é marcada com 
oração fervorosa ao Deus Altíssimo. 
A oração tem sido chamada de chave ou segredo da preparação. Sem 
a oração nenhuma mensagem prevalecerá. Não queremos desprezar o es-
tudo, mas se o pregador tem usado os seus talentos ao máximo em estudar 
a Palavra de Deus e na preparação de sua mensagem, deve completar a sua 
preparação nos seus joelhos, buscando a unção de Deus. “A oração dá inte-
ligência, traz sabedoria, alarga e fortalece a mente. O recinto secreto é um 
perfeito professor e escola para o pregador. O pensamento não só é ilumina-
do e aclarado na oração mas o pensamento nasce na oração.”
O grande pastor batista inglês Spurgeon disse, certa vez: “Não há nada 
que possa substituir a oração na vida do pregador: nem a cultura recebida 
nem as vastas bibliotecas. Quanto maior for a familiaridade com a corte do 
céu, tanto melhor realizará a sua função na terra. 
“Mediante a oração a sós com Deus crescemos em graça, aumentamos 
em fé e chegamos a ser poderosos em palavras e atos. 
“Na preparação da mensagem, de joelhos na presença do Senhor, obte-
remos a direção sábia e, em resposta aos nossos clamores sinceros, ele des-
pertará as ideias, esclarecerá a mente e revelará a sua vontade... A presença 
de Deus é o melhor gabinete de estudo. Ali novos pensamentos brotarão do 
texto como rios... Empregando diligentemente a oração para penetrar nas pro-
fundidades da Palavra de Deus, como se emprega a ferramenta para explorar a 
mina, achareis veios tão ricos de metal precioso que vos assombrareis. 
“Ninguém terá mais influencia sobre os homens do que aqueles que lu-
tam em secreto com Deus. Não existe melhor eloquência do que a do co-
70 / José da Silva, um pregador leigo
ração, e em nenhuma escola se pode aprendê-la como se aprende ao pé 
da cruz. A retórica possui o seu valor, porém a unção divina, nascida de um 
coração movido pelo Espírito Santo, é infinitamente superior...
“Enquanto prega, o mensageiro sentirá a iluminação celeste, como resul-
tado da íntima comunhão com Deus.”
O pregador não pode salvar os ouvintes nem persuadi-los a receber a ver-
dade. Pode, sim, rogar a Deus em favor deles para que Deus os converta e salve. 
Spurgeon outra vez diz: “Como o jardineiro rega a sua planta, deve o pregador 
umedecer com lágrimas a semente lançada. O talento e a instrução se tornam 
vãos ou se anulam, se não sabeis abundar em intercessão pelos vossos ouvintes.”
O pregador leigo pode trabalhar muito na preparação de sua mensagem, 
pode se esforçar para tornar claro e simples aquilo que vai dizer, pode usar a 
técnica moderna de comunicação, mas se faltar a preparação espiritual, a vida 
devocional, a oração, a meditação na Palavra de Deus, tudo será vão.
A oração é a chave que desvenda os mistérios da Palavra de Deus, e 
faz com que o pregador pregue com poder. João Wesley disse certa vez que, 
“Deus nada faz, a não ser em resposta à oração”. É a oração que dá vida e 
poder às nossas mensagens. A oração é a arma mais poderosa do pregador. 
Só quando os pregadores se tornam homens de oração é que o Espírito Santo 
pode usá-los para efetuar o seu trabalho. 
É obvio, então, que o segredo de poder da mensagem está na oração. 
Como alguém tem observado: “Muita oração, muito poder; pouca oração, 
pouco poder.” Se queremos que os nossos sermões sejam caracterizados 
pelo poder e calor do Espírito Santo, devemos orar. Deus aumenta o calor do 
fogo em nossos corações somente quando somos zelosos na oração!
Cada fase da preparação para pregar exige que haja uma preparação 
espiritual adequada.
É comum entre alguns pregadores trabalhar muito na preparação de 
seus sermões. Depois, na hora de pregar, acrescentam uma oração para que 
o sermão seja abençoado por Deus. Neste caso a oração vem tarde demais, 
quando o sermão já está preparado. 
As orações que ajudam os nossos sermões são aquelas que acompanham 
cada passo do preparo da mensagem. Não é alguma coisa acrescentada so-
mente depois de tudo pronto, como uma espécie de formalidade. O texto, o 
Jerry Stanley Key / 71
assunto a ser tratado, o corpo, tudo é feito em oração. Devemos orar enquanto 
preparamos a mensagem. Devemos orar antes de pregá-la. Devemos orar en-
quanto pregamos. E devemos orar depois de ter pregado o sermão. 
O pregador que ora muito durante a preparação da mensagem manter-
-se-á no caminho certo, dando prioridades às ideias mais importantes. A 
bússola das suas orações fixará o roteiro seguro para seu sermão. É claro que 
a oração não substitui o trabalho árduo que é necessário para se estar prepa-
rado para pregar. A oração e o estudo andam de mãos dadas na preparação. 
Devemos ser alunos na escola de oração, pois somente nela é que po-
demos aprender a pregar. O pregador nunca falará bem e com êxito aos 
homens, até que tenha aprendido como falar a Deus em favor dos homens. 
“O ar não é mais necessário aos pulmões do que a oração àquele que prega.”
uma vida santificada exige que oremos na preparação de nossos sermões. 
A oração é o segredo da vida santa. Daniel orava várias vezes por dia. O 
apóstolo Paulo nos exorta que devemos orar sem cessar. O nosso Mestre nos en-
coraja: “Pedi e dar-se-vos-à; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7.7).
A santidade é o segredo da unção, esta qualidade mística na pregação, 
que é por demais difícil de definir e que é impossível imitar. A unção é uma das 
qualidades que distingue a pregação cristã de todas as outras formas de ora-
tória e discursos. É a unção que torna a Palavra de Deus “viva e eficaz, e mais 
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da 
alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos 
e intenções do coração” (Hb 4.12). É um fato mais do que comprovado que 
a unção somente vem por intermédio da comunhão com Deus. Pela unção o 
pregador mostra que o recado que ele prega vem de Deus, e não de si mesmo. 
Conclusão
Quando Edward Payson estava prestes a morrer, disse: “A oração é a 
primeira, a segunda e a terceira coisa necessária ao pregador”. O pregadordeve gastar muito tempo em oração, respirando fundo a atmosfera celestial. 
Oremos, irmãos, e muito!
Que Deus abençoe os nossos irmãos pregadores leigos para que sem-
pre sejam homens espirituais, buscando a preparação espiritual para as suas 
mensagens, acima de todas as coisas!
1. O homem que procura Jesus
2. O maior fracasso na história da humanidade
3. O homem que está em falta com Deus 
4. Nova vida para você
5. O maravilhoso convite de Deus 
6. Jesus virá outra vez 
7. Encontro inevitável
76 / José da Silva, um pregador leigo
1 - O HOMEM QUE PROCURA JESUS
Assunto ou tema: O homem que procura Jesus 
texto: lucas 19.1-10
Objetivo ou Alvo: levar os ouvintes não crentes a desejarem procurar Jesus, 
para que encontrem a verdadeira salvação e testemunhem da transformação 
que Jesus efetua. 
Introdução: 
Temos no texto uma das conversões notáveis do ministério de Jesus. 
Descreve o texto a curiosidade de Zaqueu, a sua busca e ansiedade por ver 
Jesus, etc. Pode-se começar o sermão com alguma coisa a respeito de alguém 
que procurou alguma coisa. 
Esboço:
1. O homem que procura Jesus vence todos os obstáculos para que possa 
vê-lo (vv. 2,4). 
1) Vence o obstáculo de sua profissão. (Zaqueu tinha uma profissão que 
era uma dificuldade para a sua vida de crente – era publicano, chefe 
dos publicanos de Jericó. Isso significa que ele era o chefe da Divisão 
de Imposto de Renda da região.)
2) Vence o obstáculo de sua posição na sociedade. (Zaqueu era um rejei-
tado, um malvisto da sociedade por causa da profissão que exercia.)
3) Vence o obstáculo de sua condição financeira. (Zaqueu era rico e ti-
nha vendido a sua honra para ganhar muito dinheiro. Mas o dinheiro 
não o fez feliz. O pregador pode mostrar também como os pobres, 
às vezes, têm certos obstáculos no caminho que lhes dificultam a 
vida de crentes.)
4) Vence o obstáculo de sua condição física. (Zaqueu era homem de 
pequna estatura, e talvez tivesse problemas e complexos por causa 
Jerry Stanley Key / 77
do seu tamanho. Outros têm problemas, os mais diversos, de or-
dem física, para serem vencidos antes de serem salvos.)
5) Vence a multidão. (Podemos imaginar a situação embaraçosa de 
Zaqueu, com a multidão zombando dele, enquanto tentava subir 
numa árvore para ver Jesus.)
2. O homem que procura Jesus verifica, com surpresa, que Jesus também 
está à sua procura (vv. 5, 7, 10) 
1) Jesus está à procura de todos os pecadores. (Jesus chamou Zaqueu 
pelo nome – conhecia Zaqueu e suas necessidades espirituais. Que 
graça maravilhosa! Verifique o verso 7. Que acusação mesquinha! 
Mas que bênção Jesus ter esta característica – a de amar os pecado-
res!)
2) Jesus quer salvar todos aqueles que se reconhecem perdidos e 
afastados de Deus (v. 10).
3. O homem que procura Jesus encontra a verdadeira salvação e paz para 
a sua alma (vv. 6 ,9). 
1) Apressa-se para hospedar Jesus no seu coração (v. 6).
2) Recebe de bom grado Cristo no coração (v. 6). (Esta era a última 
oportunidade de Zaqueu, porque foi a última vez que Jesus passou 
por ali. Zaqueu foi um dos últimos homens ganhos por Jesus antes 
de morrer na cruz.)
3) Torna-se um verdadeiro filho de Abraão, pela fé em Cristo (v.9)
4. O homem que procura Jesus mostra ao mundo, por meio de sua vida e 
seu testemunho, a transformação que Jesus efetua (v.8)
1) O novo crente quer confessar publicamente a nova fé em Cristo.
2) O novo crente quer endireitar a sua vida (v.8). (Não é questão de 
quanto o novo crente terá de deixar quando aceitar Jesus, mas de 
quanto pode fazer por aquele que o procurou e salvou!).
3) O novo crente quer ser uma bênção para a humanidade. (Ver o 
verso 8 – “... dou aos pobres metade dos meus bens.”) 
78 / José da Silva, um pregador leigo
Conclusão:
O pregador pode terminar o sermão mais ou menos como o que segue:
Você pode ter a mesma paz e felicidade que Zaqueu experimentou 
quando encontrou Jesus naquele dia em Jericó. Jesus Cristo, o Salvador e 
Mestre, convida você, agora, hoje! Ele conhece os seus problemas, as suas 
necessidades e os seus pecados. Ele sabe tudo a seu respeito!
Jesus quer salvar você, como salvou Zaqueu. Zaqueu foi um homem 
que procurou Jesus. Você também deve procurar Jesus. Deve procurar a sal-
vação naquele que morreu na cruz por você. Jesus quer salvar você agora 
mesmo. 
Faça, meu amigo, a mesma decisão que Zaqueu fez. Se ele tivesse es-
perado mais, talvez nunca mais tivesse encontrado a salvação, porque Jesus 
nunca mais voltou a passar em Jericó. Hoje, Cristo está passando, e convida 
você. Receba Jesus agora como o seu Salvador pessoal. 
Jesus vê você; Jesus conhece você; Jesus quer você; Jesus precisa de 
você. Dê o seu coração a ele, hoje, agora!
Hinos que podem ser usados com este sermão: Cantor Cristão: 229, 245, 
396, 403, 425; HCC - 250, 252, 255, 256; Cânticos - “Tua vida em minha 
vida”, lieza Coelho Carpeggiani ; “No poder do teu amor”, Ana Paula Valadão. 
Jerry Stanley Key / 79
2 - O MAIOR FRACASSO NA HISTÓRIA 
DA HUMANIDADE
Assunto ou tema: O maior fracasso na História da humanidade 
texto: Mateus 26.14-25; 47-50; 27.1-5.
Objetivo ou Alvo: levar os ouvintes não crentes a aproveitar a oportunidade 
que têm agora de aceitar Cristo, recebendo o perdão de Deus. 
Introdução: 
O pregador pode começar a sua mensagem contando a história de al-
guém que fracassou na vida. Pode dizer que essa pessoa não pode ser consi-
derada o maior fracasso na história da humanidade.
Consideramos Judas Iscariotes o maior fracasso na história da humani-
dade, pelos motivos que seguem:
Esboço:
1. Judas perdeu a maior oportunidade
1) Judas foi chamado para ser apóstolo de Jesus. (Que bênção singu-
lar! Que privilégio extraordinário!)
2) Judas tinha excelentes qualidades:
(a) Capacidade fora do comum em assuntos financeiros. (Foi es-
colhido como tesoureiro do grupo de apóstolos – João 12.6). 
(b) um bom nome. (“Judas” era um nome predileto naquele 
época. Significa “louvor”. Maria, mãe de Jesus, tinha outro 
filho com este nome. um grande herói do século II a.C., 
tinha esse nome – Judas Macabeu.)
(c) Muito respeitado pelos outros apóstolos. (Ninguém disse, na 
ocasião da última ceia, que suspeitava de Judas. Ninguém 
perguntou a Jesus: “Judas Iscariotes é o traidor, não é?”. So-
mente Jesus sabia o que estava no coração de Judas.)
80 / José da Silva, um pregador leigo
3) Viveu com Jesus. (Durante os três anos do ministério de Jesus, ouviu 
os ensinos de toda a história de Cristo, presenciou os milagres, e 
mesmo assim não aceitou Cristo como Salvador de sua alma!)
4) Pregou o evangelho a outros, mas não foi salvo. (Aplicação: Hoje 
também há muitos não crentes que são membros de igreja – Mt 
7.21-23; Jo 6.64.)
(Pode-se concluir o ponto, falando das muitas oportunidades de ou-
vir o evangelho, ler a Bíblia, conhecer Jesus pessoalmente, e receber 
o perdão dos pecados. Que é que estamos fazendo para aproveitar as 
oportunidades que Deus nos tem concedido? A pessoa que não aproveita 
as oportunidades e privilégios que Deus concede é semelhante a Judas 
Iscariotes!)
2. Na pessoa de Judas Iscariotes encontramos o maior fracasso na his-
tória, porque ele cometeu o maior erro: traiu Jesus!
(Judas estava em posição de honra na última ceia. A pergunta que fez a 
Jesus esperava uma resposta negativa: “Eu não sou aquele que há de traí-lo, 
sou?” O valor das 30 moedas era de 80 dias de trabalho para um trabalhador 
comum.)
1) Judas traiu o seu bom nome. (Hoje, quase ninguém usa mais esse 
nome. usam, sim, os nomes: Pedro, João, Davi, Paulo e outros.)
2) Judas traiu o seu talento. (Recusou usar o seu talento no serviço do 
Mestre. Podemos imaginar o que ele poderia ter feito, se consa-
grasse seus talentos ao serviço de Cristo. Mas usou os talentos para 
glorificar-se a si mesmo, e não para trazer honra e glória a Deus.)
3) Judas traiu o Senhor. (Deveria ter recebido fortes impressões dos 
acontecimentos que observava na companhia de Jesus. Mas ele to-
mou

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