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DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO INFANTIL E O USO DE TECNOLOGIAS

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DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO INFANTIL E O USO DE TECNOLOGIAS
CHILDREN'S PSYCHOLOGICAL DEVELOPMENT AND THE USE OF TECHNOLOGIES
AUTORES: Carlos Alberto Breda Junior; Adacriel Alves de Paula; Diego Antônio Pereira de Jesus; Ellen Krísty Ferreira De Abreu; Icaro Ryan Alves Santos; Layla Mari Anna Borges da Silva; Luis Fernando da Conceição.
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo compreender a influência do uso de tecnologias no comportamento e no desenvolvimento psicológico na infância. Para isso foi realizado uma revisão bibliográfica acerca do desenvolvimento psicológico infantil e o uso de tecnologias, também foi realizada uma pesquisa de campo onde uma criança foi exposta a um ambiente controlado com recursos tecnológicos e não tecnológicos e uma entrevista semiestruturada, afim de fazer uma triangulação entre a revisão bibliográfica; pesquisa de campo; e as teorias da psicologia do desenvolvimento. Dessa forma foi possível identificar a influência do uso de tecnologia no desenvolvimento psicossocial e nos processos básicos na infância, com também, a representação que a criança tem acerca da tecnologia. 
PALAVRA CHAVE: Psicologia do Desenvolvimento, Desenvolvimento Psicológico Infantil, Recursos Tecnológicos. 
ABSTRACT: This article aims to understand the influence of the use of technologies on behavior and psychological development in childhood. For this, a bibliographic review about the psychological development of children and the use of technologies was carried out, a field research was also carried out where a child was exposed to a controlled environment with technological and non-technological resources and a semi-structured interview, in order to make a triangulation between the bibliographic review; field research; and developmental psychology theories. Thus, it was possible to identify the influence of the use of technology on psychosocial development and basic processes in childhood, as well as the representation that the child has about technology.
KEY WORD: Developmental Psychology, Child Psychological Development, 
Technological Resources.
INTRODUÇÃO
O presente artigo corresponde ao projeto de pesquisa dos acadêmicos do quarto período de psicologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Janaúba (FACITEC), como requisito para disciplina de Pesquisa e Estágio II, sendo interdisciplinar, com orientação do professor Ms. Juliano Fonseca. É de conhecimento dos autores a importância do desenvolvimento infantil e as complicações que podem surgir devido a complicações nessa fase, partindo disso a pesquisa visou investigar as influências da tecnologia e meios de comunicação na vida das crianças na contemporaneidade, assinalando suas influências e impactos no comportamento infantil. Na atualidade é de se notar o saliente interesse das crianças por recursos eletrônicos e meios de comunicação. Com a revolução tecnológica, esse fenômeno não impactou somente jovens e adultos, mas em especial as crianças. Assim sendo, é de grande proveito analisar o assunto pela ampla difusão tecnológica manifesta e por ela ser inevitável na sociedade e as influências que dela derivam. Esse contexto social e as novas modalidades de ensino remoto viabilizaram a elaboração da presente pesquisa visando o desenvolvimento psicológico infantil e o uso de tecnologias, sendo que atualmente a tecnologia está diretamente ligada ao aprendizado oferecido por escolas, colégios e cursos onde o uso da mesma por sua vez acaba sendo quase inevitável. 
A infância como uma fase inegavelmente importante na vida dos seres humanos, fica a responsabilidade para aqueles que já passaram por essa etapa garantir a nova geração que está emergindo a responsabilidade de garantir segurança e qualidade em seu desenvolvimento psicológico ofertando aprendizagem e habilidades sociais, pensando dessa forma, são necessárias novas pesquisas acerca da temática afim de compreender o impacto; relação; influência das tecnologias disponíveis e o desenvolvimento infantil no campo psicológico psicossocial e seus processos básicos como também os métodos de avalições que esses meios proporcionam assim identificando o lugar representado pela tecnologia na infância. É sabido que o desenvolvimento ocorre a partir da interação das crianças com o meio que se encontram, quando o meio é favorável para a criança aprender, ela poderá ter um desenvolvimento saudável. Nesse hiato é possível identificar aspectos da tecnologia como também de atividades lúdicas que podem favorecer ou não o desenvolvimento. É importante ressaltar o vínculo dos autores com o tema, sendo todos acadêmicos de psicologia onde as etapas do desenvolvimento infantil são fortemente abordadas, entendido a importância sobre o conteúdo tratado e seu impacto em um futuro próximo, a temática pode ser olhada além do senso comum, continuando a compreender e levando em conta a subjetivada de cada criança em seu desenvolvimento, identificando como esse processo realmente está acontecendo. 
A RELAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL COM RECURSOS TECNOLÓGICOS
Atualmente vivemos em um contexto social onde as crianças mesmo com pouca idade já começam a ter contato com algum tipo de aparelho tecnológico. A maneira como a criança faz o uso dessa tecnologia vem se tornando cada vez mais questionada quando é tratado o desenvolvimento social e cognitivo dela, pois as crianças estão deixando de lado as brincadeiras tradicionais, como correr, pular e ter um convívio real com os amigos para ficar nos jogos e amizades virtuais. As crianças do período moderno não expressam publicamente seus sentimentos, aflições e desejos por meio do mundo real, com isso, isolam-se dentro de seus domicílios, já que, a tecnologia satisfaz suas necessidades (PREVITALE, 2006).
O uso das tecnologias de forma descontrolada pelas crianças, causam um desregulamento tanto físico quanto psicológico, tornando maior o isolamento social por conta do sedentarismo, algo que é comum acontecer em pessoas que passam muito tempo fazendo uso de aparelhos tecnológicos, pode ocasionar não só sedentarismo, mas também, ansiedade e depressão, impedindo que haja um bom desenvolvimento social, cognitivo e físico das crianças. Machado (2011, p.13) diz que: “O nível de atividade física nas crianças tem demonstrado que a tecnologia tem ganhado espaço no mundo das crianças e vem diminuindo a atividade física na infância”. As crianças vêm se tornando cada vez mais sedentárias por hábitos como assistir televisão, jogar vídeo game, usar computador.
As crianças de hoje já vivenciam um momento onde tudo se torna cada vez mais fácil e cômodo graças aos avanços tecnológicos, só que esses mesmos avanços que deixa tudo mais fácil também está sendo o responsável pelo surgimento precoce de doenças psicológicas e sedentarismo, tudo isso vai desencadear na criança uma dificuldade de ter um convívio com pessoas fora do seu ciclo familiar. De acordo com Guedes (1999, p.32) Infelizmente, “a razão da inatividade física nos dias de hoje, onde é necessário a prática de movimentos é compensada pelos avanços tecnológicos”. A sociedade atual está cultivando hábitos cada vez mais sedentários. As crianças e adolescentes estão substituindo atividades lúdicas (que envolvem esforço físico), pelas novidades eletrônicas.
Para Paiva & Costa (2015) na atualidade se pode notar que as crianças alteraram suas escolhas quando se trata de brinquedos deixando de lado bonecas, bolas e bicicletas e aderiram aos tablets e celulares. Isso promove mudanças em algumas áreas do desenvolvimento da criança desde a parte física até a cognitiva. Martins (2007) se refere à teoria Freudiana ao citar que a escolha por brinquedos e celulares tem relação a um desejo inconsciente.
A indústria cultural produz objetos que prometem gratificar o desejo, mas não o gratificam, da mesma forma que, na economia psíquica, o sonho, o lapso e o sintoma, iludem o desejo, em vez de satisfazê-lo ou reprimi-lo. No entanto, a novidade é que essa tarefa não mais faz parte de um psiquismo individual, mas passou a ser administradapor aparelhos externos. (MARTINS, 2007, p. 2).
Há um debate acerca dos prejuízos e benefícios da tecnologia, pelo fato de proporcionar o mesmo desenvolvimento tanto físico quanto cognitivo que os brinquedos concretos oferecem e não permitindo um pleno desenvolvimento dos seus sentidos (visão, audição, paladar, tato, olfato). Um ponto positivo é o desenvolvimento mais acelerado do desenvolvimento do vocabulário, destacando a influência negativa da falta de limites e supervisão dos pais. Assim a tecnologia se configura como ferramenta de lazer e de atividades escolares ao mesmo tempo, causando uma distorção nas regras e limites necessários para a criança (PAIVA & COSTA, 2015).
Já um ponto negativo é que a atividade imaginativa da criança se torna empobrecida já que os jogos eletrônicos fornecem pronto o que criança teria que imaginar. Os jogos possuem cenários com todos os detalhes que ficariam à disposição da fantasia infantil. Estas características definidas impedem a expressão criativa que é suprida pela quantidade de sons e imagens simultaneamente exagerados, levando a uma habituação do sistema nervoso que impede a estimulação de potenciais de desenvolvimento (MARTINS, 2007). O brinquedo tecnológico impede que a criança vivencie e aprenda a lidar com o inesperado. Assim não se trata de um sujeito na brincadeira quando se reflete na perspectiva de que o seu corpo e seus movimentos estão fora da criação ou dramatização do brincar (PAIM & KRUEL, 2009).
A experiência própria do brincar de faz-de-conta, de representação simbólica, reinventar personagens e vesti-los imaginariamente com traços, palavras e gestos, encontra-se apagada no jogo virtual (...) há jogos que funcionam com o padrão estímulo – resposta e outros que convocam a criança a operar, a criar (MEIRA 2004, p.154).
Em brincadeira com brinquedos concretos ou simples a criança tem liberdade de negar o papel que está posto construindo sua própria realidade, já o caráter controlado do brinquedo tecnológico coloca o sujeito em lugar de passividade (PAIM & KRUEL, 2009). O programa predeterminado, rígido e estereotipado do jogo não deixa margem para a falta de sentido, assim não convoca a criança a buscar significações e ressignificações. Martins (2007) relata que as pessoas estão passando a achar estranho aquelas crianças que não fazem uso constante das tecnologias e também cita o comodismo em influenciar a utilização de brinquedos tecnológicos citando que as pessoas têm nomeado as características naturais do ser criança como hiperatividade.
Movimentando seu corpo em brincadeiras que inventa, a criança tece a imagem simbólica de si. Poder buscar as alturas, virar cambalhotas no ar, plantar bananeira, pular estrelinha são formas de deixar o corpo ser tomado pelo lúdico, adquirindo domínio sobre seu corpo, perdendo-o. Mas, hoje, a criança que se dedique a estas acrobacias com afinco é logo diagnosticada como hiperativa. (MEIRA, 2004, p. 148).
 Segundo Rappaport (1981) de acordo com a concepção piagetiana, o desenvolvimento ocorre no sentido de o indivíduo adquirir o equilíbrio e uma boa adaptação frente às situações as quais ele será exposto no ambiente em que vive. Sendo assim, a criança irá passo a passo caminhando no sentido da adaptação mental e do equilíbrio de suas estruturas cognitivas, resultando na integração de uma maturação orgânica e da busca de uma melhor maneira de responder às solicitações do ambiente físico e social. Conforme ocorre prontidão e exercício das habilidades motoras e o surgimento de alguma forma de linguagem, mesmo que rudimentar, as possibilidades de exploração do ambiente físico e social são ampliadas consideravelmente. Em Educação de Corpo Inteiro, Freire (1989) já apontava a importância das brincadeiras para construção de significados e noções, opinião também compartilhada por Kishimoto (2004, p.35):
As situações de brincadeiras potencializam a construção de significações e noções, como dentro e fora, grande e pequeno, em ações como entrar e sair de caixas. As dimensões podem ser compreendidas com medições feita o próprio corpo, membros (pés, braços, mãos, dedos), ou com objetos, como pedaços de madeira.
Nos tempos atuais, devido a tecnologia as maneiras de compreender, relacionar e aprender são outras, uma vez que estamos cercados de formas inovadoras de adquirir conhecimento, de pensar, de agir e de comunicar-se. Para que melhore o relacionamento e a interpretação interpessoal é preciso que se aprenda novamente a conhecer, a interagir e a integrar o humano ao tecnológico. Segundo São Paulo (2008, p.19) Secretaria Municipal de Educação, o uso da tecnologia ajuda no desenvolvimento da linguagem midiática, melhorando a interpretação e o relacionamento Inter pessoal:
As tecnologias promovem um diálogo permanente entre acriança e o mundo. As linguagens midiáticas no universo infantil são recursos que possibilitam a todos os envolvidos na ação pedagógica a exploração de outros modelos de ler por meio de imagens, ícones, textos e hipertextos, vídeos e animações. 
Segundo Fernández (1977), a partir dos anos 70, o desenvolvimento da informática consolidou a utilização dos computadores com finalidades educacionais e, com a possibilidade de se adquirir computadores pessoais fundamentou-se a concepção de ensino individual e o desenvolvimento de uma série de programas educativos. A Comissão sobre Tecnologia Educacional dos Estados Unidos, propôs a seguinte declaração em 1970:
É uma maneira sistemática de projetar, levar a cabo e avaliar o processo de aprendizagem e ensino em termos objetivos específicos, baseados na pesquisa da aprendizagem e na comunicação humana, empregando uma combinação de recursos humanos e materiais para conseguir uma aprendizagem mais efetiva. (TICKTON, 1970, P. 21)
É visto que a tecnologia se faz cada dia mais presente em nossas vidas e de certa forma até necessária, mas o uso da mesma deve ser policiado principalmente em crianças em estão em desenvolvimento. O uso de tecnologia na infância não é um problema por si só, o que deve se levar em conta é tempo dedicado a esses recursos, quando comparado a outras atividades, e ainda a chance de sua utilização buscando um aprendizado maior. Segundo a Associação Americana de Pediatria (2014), é recomendado para crianças até dois anos de idade, não tenham interação com tecnologia, para que a desenvoltura de suas funções motoras e suas habilidades de socialização seja melhor. A partir dos dois anos de idade, a criança que utiliza meios tecnológicos, deverá ter um limite diário de duas horas, para evitar o excesso. Uma pesquisa realizada em 2014 pela Commom Sense Media indica que 38% de crianças menores de dois anos já usam dispositivos móveis. Já em dados divulgados pela empresa AVG, 73% das crianças, com idades entre três e cinco anos, sabem utilizar aplicativos educacionais, ligar e desligar computadores, porém uma grande parte não sabe escrever seu próprio nome (R7 EDUCAÇÃO 2014).
Entretanto, para uma infância segura, e que tenha o fundamental para o desenvolvimento da criança, Winnicott (2002) fala que a base para um desenvolvimento emocional saudável para uma criança é o amor, a segurança, a tranquilidade e atenção que sua mãe lhe transmitirá, sabendo que o pai também tem um papel insubstituível: ajudar a criar uma base segura para que mãe e filho possam ficar juntos.
MATERIAIS E MÉTODOS 
A presente pesquisa se caracteriza como um estudo de caso de caráter transversal com abordagem qualitativa, auxiliada por uma revisão da literatura. Inicialmente foi realizada uma revisão da literatura disponível acerca da temática, em seguida com o embasamento da revisão conciliada com as teorias estudada previamente em aula, partimos para uma pesquisa de campo fazendo parte do cronograma para o Estagio Curricular Supervisionado Básico II. A partir do princípio da pesquisa transversal foi delimitado cinco (5) datas para os experimentos com duração de uma quatro (4) hora, no primeiro encontro foi feito um ensaio para nos nortear nas próximas praticas, sendorealizado com uma criança de sete (7) anos, os encontros posteriormente foram realizados com uma criança de três (3) anos “C1”. O ambiente das práticas era fechado e não tinham contado com terceiros, no local as crianças eram expostas a brinquedos infantis, não tecnológicos, lúdicos e recursos tecnológicos, os dois (2) primeiros encontros foi destinado para os brinquedos não tecnológicos, o terceiro (3°) com brinquedos/recursos tecnológicos, no quarto (4°) experimento a criança foi exposta a todos os brinquedos e recursos dos experimentos anterior, tanto os tecnológicos como, os não tecnológicos, já no quinto (5°) foi destinado a uma entrevista semiestruturada. Para realizar a coleta de dados usamos como instrumentos uma entrevista semiestruturada, a observação e descrição do comportamento do participante com anotações em diários de campo, na aplicação da entrevista semiestruturada o responsável “P1” da criança estava presente. A partir das respostas dos registros em questionário (entrevista), os diários de campo (observação do participante) e as teorias psicológicas do desenvolvimento humano visto em sala de aula junto com a revisão bibliográfica foi realizado uma triangulação, dessa forma aplicando as teorias psicológicas nos dados obtidos através das práticas de campo foi possível chegar aos resultados. 
Foi solicitada à Faculdade de Ciências e Tecnologias de Janaúba (FACITEC) a assinatura do termo de autorização para uso da instituição coparticipante. O conteúdo do termo será previamente discutido, assim como será exposto o objetivo e o motivo da pesquisa, a justificativa da escolha do serviço e a garantia de anonimidade e sigilo sobre os dados coletados. Para os responsáveis legais das crianças participantes do estudo será obtida a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quando falamos de desenvolvimento humano e como ele ocorre, é impossível apontar apenas um fator como decisivo, visto que o desenvolvimento só é possível a partir da interação de vários deles. Desde o momento em que ainda estamos na barriga de nossas mães somos influenciados pelo meio externo, e a partir do nascimento, não é diferente. P1 relata que no dia a dia os recursos e brinquedos que a C1 mais utiliza são o celular e as bonecas, sendo o celular o seu recurso favorito e que o tempo gasto é aproximadamente 3 horas por dia, mas em horários específicos, já com as bonecas e outros brinquedos não tecnológicos cerca de 2 horas, no que tange o seu comportamento enquanto o uso do celular P1 fala que C1 fica focada no recurso e pouco comunicativa. Mesmo a criança sendo pouco comunicativa frente ao uso do recurso tecnológico isso não é notado quando a mesma está na pratica de outras funções, assim estipular horários para o uso do celular se mostra uma ótima alternativa para o uso mais saudável do recurso visto que, de acordo com a Associação Americana de Pediatria (2014) o uso de tecnologia na infância não é um problema por si só, o que deve se levar em conta é tempo dedicado a esses recursos, quando comparado a outras atividades, e ainda a chance de sua utilização buscando um aprendizado maior. 
De acordo com Paiva & Costa (2015) na atualidade se pode notar que as crianças alteraram suas escolhas quando se trata de brinquedos deixando de lado bonecas, bolas e bicicletas e aderiram aos tablets e celulares. Isso promove mudanças em algumas áreas do desenvolvimento da criança desde a parte física até a cognitiva. Martins (2007) se refere à teoria Freudiana ao citar que a escolha por brinquedos e celulares tem relação a um desejo inconsciente. Entretanto foi constado nos experimentos quando C1 foi exposta a vários brinquedos tecnológicos e não tecnológicos sua preferência foram os não tecnológicos, assim a escolha inconsciente pelos recursos e brinquedos pode ser embasada pela fala de P1 “no dia a dia quando brincamos juntas não utilizamos recursos tecnológicos, o que mais usamos são bonecas, slime e bicicleta”, também na de C1 onde fala que seu brinquedo favorito é a bicicleta e que brinca bastante com bonecas. Essas brincadeiras constituem atividade fundamental às experiências sensório-motoras das crianças, permitindo que reconheçam e percebam seus corpos e movimentos e com isso aumentem seus repertórios de habilidades motoras (BOMTEMPO; CONCEIÇÃO, 2014), ao mesmo tempo em que auxilia na formação social e favorece a interação (QUEIROZ et al., 2006).
Quando P1 fala que o celular é o recurso que mais consome tempo e que junto ao seu uso C1 fica pouco comunicativa traz um aspecto importante, o desenvolvimento social, que está relacionado à cultura e ambiente onde o indivíduo está inserido e acarretam modificações pessoais, a qual está relacionada às influências exteriores, isso deixa pertinente a fala de P1 “quando vamos a outros ambientes não levo recursos tecnológicos para a criança, e mesmo em casa quando há a possibilidade de usar C1 não deixa de interagir com colegas para utilizar o celular ou outros recursos”. O desenvolvimento das habilidades sociais acarreta influências para a qualidade de vida da criança, quando bem elaborada, gera consequências positivas, tais como uma boa comunicação, relações harmoniosas, assertividade, cortesia. É importante que a criança saiba como relacionar em uma sala de aula, fazer amizades, saber como lidar com os sentimentos, de que forma irá agir a uma agressão e lidar com estresse, isso tudo serão as consequências de que forma ocorreu o desenvolvimento das habilidades sociais (GERRING; ZIMBARDO, 2005. DEL PRETTE, 2009).
A tecnologia vem ganhando cada vez mais espaço em nosso dia a dia por sua infinidade de recursos sendo praticamente impossível não utilizar algum recurso tecnológico, P1 fala que a tecnologia representa lazer e ao mesmo tempo proporciona aprendizado, e que atualmente exerce uma influência importante na vida e no desenvolvimento de C1 pois a mesma está impossibilitada de frequentar o ensino regular e que através dos recursos tecnológicos C1 adquire muitas informações boas para o seu desenvolvimento, de acordo com P1 “C1 aprendeu bastante sobre normas socias do que dizer ou não para os outros, também compara o que assistiu com coisas do cotidiano, aprendeu nome de cores, de números e até cantar”. Nessa perspectiva a tecnologia proporciona aspectos positivos como: aprendizado, linguagem e cognição, por meio das mídias educativas; participação cívica, auxílio na formação de identidade pela identificação com pessoas e assuntos, manutenção da atenção nos jogos de computadores e incentivo à criatividade (BUCKINGHAM et al., 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou compreender como ocorre o desenvolvimento infantil e a influência que a tecnologia tem sobre o desenvolvimento psicológico infantil, e os impactos que podem causar na vida da criança. Constatou-se durante a revisão bibliográfica que são várias as pesquisas sobre a temática, apresentando tanto aspectos positivos quanto negativos no uso de tecnologia acerca do desenvolvimento psicológico infantil. Foi possível identificar uma relação na escolha que a criança fez com um desejo inconsciente segunda a teoria de Freud, constados nos experimentos quando C1 foi exposta a vários brinquedos tecnológicos e não tecnológicos e sua preferência foram os não tecnológicos os mesmos que uso quando está com sua mãe, como bonecas, slime e bicicleta, se baseando nas escolhas da C1 durante o experimento, fica evidente que as pautas levantadas durante o processo de pesquisa, superaram as expectativas, pois é notório que não se aplica para todas as crianças o uso excessivo de objetos tecnológicos. Quando o uso de recursos tecnológicos é policiado e utilizado junto a outros recursos lúdicos é percebido certo benefício no aprendizado, linguagem e cognição, por meio das mídias educativas; participação cívica, auxílio na formação de identidade pela identificação com pessoas e assuntos, manutenção da atenção nos jogos de computadores e incentivo à criatividade. Visto que C1 está sem acesso a rederegular de ensino essa infinidade de recursos que a tecnologia disponibiliza, é notado que a criança se beneficia com possibilidade de acesso a plataformas de aprendizagem e ensino, linguagem e cognição, por meio das mídias educativas. Pode ser uma aliada para o desenvolvimento da criança. Dessa forma, podemos associar o benefício não a tecnologia, mas sim da forma que essa tecnologia é usada.
REFERENCIAS
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