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TCC - PSICOLOGIA - MULTIVIX - A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA

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A INFLUÊNCIA DA TECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA.
-; -2
1 Graduanda em Psicologia pela faculdade Brasileira Multivix
2 Docente da faculdade Brasileira Multivix - Orientadora
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente estudo tem como objetivo principal mostrar uma análise sobre os efeitos do uso da tecnologia no desenvolvimento cognitivo da criança. Para que seja feito tal análise, será realizada uma revisão de literatura a fim de encontrar opiniões de estudiosos que se posicionam pós e contra tal questão. Este artigo terá como finalidade apurar se as crianças dessa geração que estão sempre tão ligadas a tecnologias de diversos tipos, terão seu desenvolvimento cognitivo afetado ou não. 
O desenvolvimento cognitivo do ser humano inicia-se na infância e é estimulado principalmente por atividades recreativas, que por muitos anos foram apresentadas por meio de brincadeiras coletivas ou individuais que estimulam o cérebro, moldando assim, este ser humano para a sociedade. Algumas das atividades recreativas mais conhecidas são: pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, brincadeiras de bola, bicicleta, peão, boneca, carrinho, dados, entre outras, que constituíam o lazer das crianças e alguns destes eram tidos como brinquedos favoritos de infância. Nesse quesito, a influência da tecnológica que vem se mostrado cada vez mais inserida e acessível na realidade das pessoas, esta está também, dominando a infância das crianças das ultimas gerações. Dispositivos eletrônicos como smartphones, computadores, tablets e jogos eletrônicos fazem parte da era tecnológica na qual estamos inseridos. Tal fenômeno influencia de forma direta a maturação cognitiva, social e afetiva das crianças, uma vez que o sedentarismo é inerente ao processo de automatização e informatização gerado pela tecnologia.
As crianças do século XXI fazem parte de uma época na qual a tecnologia é à base das relações sociais, o que torna quase impossível viver sem elas. As crianças dessa geração antes mesmo de serem alfabetizadas aprendem a utilizar dispositivos eletrônicos de forma aleatória e sem objetivo concreto, essa condição segundo alguns estudiosos, dificulta o processo natural de aprendizado da criança no âmbito escolar. Tornou-se cada vez mais usual ver crianças digitando no computador dos pais, ao invés de praticarem sua escrita e caligrafia.
Segundo a estudiosa Kramer (2006), é natural que as brincadeiras se transformem de acordo com cada geração. Entretanto, elas se moldam de acordo com a época, ao passo que novas brincadeiras são criadas paralelamente. Este conceito é bastante notável a partir da época em que as tecnologias digitais se difundiram na sociedade contemporânea.
Postman (1999) alega que parece haver um desaparecimento gradual de algumas brincadeiras infantil como queimada, peão, bola de gude e deu entrada a jogos eletrônicos em smartphones e tablets.
De acordo com Nielsen (2012), muitos pais julgam mais fácil colocar seus filhos para assistirem desenhos como galinha pintadinha, Pepa Pig, Marsha e o Urso, entre outros para as crianças de menor idade e vídeo games, tablets e jogos online para crianças de idade um pouco maior é mais eficaz para controla-los e evitar que façam bagunça ou pirraça em locais públicos, por exemplo. Dessa forma, os pais utilizam-se de recursos eletrônicos para distrair seus filhos e poupa-los de serem mais presentes e participar ativamente da criação de seus filhos.
Este artigo teve como base a revisão bibliográfica para apresentar os efeitos da tecnologia no desenvolvimento cognitivo da criança.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA 
Estamos atualmente inseridos em uma realidade comportamental totalmente voltada a tecnologia e mídias sociais que sustentam as relações interpessoais. Analisando esse prisma, tornou-se justificável estudar de forma mais profunda essa temática e sabermos se essa imersão no mundo tecnológico tem comprometido ou influenciado positivamente o desenvolvimento cognitivo das crianças.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
Este estudo delimita-se em analisar de forma critica a influencia da tecnologia no desenvolvimento cognitivo das crianças dessa geração. A pesquisa esta voltada a analisar se os jogos, redes sociais, desenhos televisionados, vídeos no youtube, entre outros, desenvolvem ou inibem o desenvolvimento cognitivo da criança do século XXI. Até que ponto se faz necessário uma mudança de hábitos e o desligamento de tecnologias para optar por brincadeiras em grupo, ao ar livre, contato com natureza e animais. Estes hábitos são mais positivos e favoráveis para o desenvolvimento infantil ou apresentam danos que posteriormente deverão ser tratados e exigirão mais esforço da criança e mais investimento dos pais.
1.3 PROBLEMA DA PESQUISA 
Este trabalho se propõe a discorrer sobre um dos temas mais discutidos no ramo da neuropsicologia e desenvolvimento infantil, o desenvolvimento cognitivo. Para que seja possível falarmos sobre desenvolvimento congnitivo implica antes de tudo definirmos cognição. A definição de cognição é algo que ainda nos dias de hoje não é tão clara, afinal, tudo que está relacionada ao cérebro é chamado de cognição. 
Segundo Simonetti (2012) o termo cognição reporta-se ao conjunto de habilidades cerebrais necessárias para a obtenção de conhecimento sobre o mundo. Tais habilidades envolvem pensamento, raciocínio, abstração, linguagem, memória, atenção, criatividade, capacidade de resolução de problemas, entre outras funções. 
Tais habilidades cerebrais/mentais são adquiridas por meio do convívio social da criança, estímulos visuais, táteis, jogos de memória, atividades de leitura, desenho a mão livre, caligrafia, entre outros.
O processo de desenvolvimento cognitivo abrange desde a terna infância até os findos do envelhecimento. Portanto, nota-se que o desenvolvimento está diretamente relacionado à aprendizagem, ou seja, um não ocorre sem o outro.
Este processo acontece de forma crescente nos dando a noção de avanços no desenvolvimento em contínuo crescimento. Motivado por essa temática, este estudo busca informações e como resultado trará uma analise critica a cerca do uso precoce de mídias tecnológicas e o quanto e como isso interfere no desenvolvimento cognitivo das crianças. E abre reflexão sobre até que ponto se faz necessário uma mudança de hábitos e o desligamento de tecnologias para optar por brincadeiras em grupo, ao ar livre, contato com natureza e animais.
1.4 OBJETIVOS 
Este trabalho apresenta como objetivos geral e específicos fatores que corroboram para o desenvolvimento cognitivo das crianças busca também analisar aplicativos e jogos usados hoje em dia e quais eram as opções antigamente e qual dos lados se mostra mais favorável ao desenvolvimento cognitivo.
1.4.1 GERAL
O presente artigo busca investigar como e quanto os dispositivos tecnológicos influenciam no desenvolvimento cognitivo das crianças.
1.4.2 ESPECIFICOS
· Identificar fatores de que contribuem para o desenvolvimento cognitivo
· Identificar fatores que prejudicam o desenvolvimento cognitivo
· Analisar aplicativos usados por crianças em tablets e smartphones
· Analisar jogos que antigamente eram usados na fase de desenvolvimento cognitivo
1.5 HIPÓTESE 
Esta pesquisa se propõe analisar se os jogos, redes sociais, desenhos televisionados, vídeos no youtube, entre outros, desenvolvem ou inibem o desenvolvimento cognitivo da geração de crianças do século XXI. Estes hábitos são mais positivos e favoráveis para o desenvolvimento infantil ou apresentam danos que posteriormente deverão ser tratados e exigirão mais esforço da criança e mais investimento dos pais.
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E A TEORIA DE PIAGET 
Jean William Fritz Piaget (1896 - 1980) foi um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Defendeu uma abordagem interdisciplinar para a investigação epistemológica e fundou a Epistemologia Genética, teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano. 
O estudioso JeanPiaget, em uma de suas teorias mais famosas, afirma que se pode dividir o desenvolvimento cognitivo infantil em quatro estágios diferenciados. Com isso, Piaget buscava uma teoria que explicasse o desenvolvimento geral da criança. 
A Teoria de Piaget afirma que as crianças passam por estágios específicos de acordo com seu intelecto e capacidade de perceber relacionamentos maduros. Esses estágios da infância ocorrem na mesma ordem em todas as crianças, em todas as culturas e origens. No entanto, a idade em que o estágio vem pode variar ligeiramente de criança para criança.
A teoria de Piaget iniciou-se por dois conceitos principais, acomodação e assimilação.
A acomodação é o processo de retirar novas informações no ambiente e alterar informações pré-existentes para se encaixar nas novas informações. Isso é importante porque estabelece como as pessoas vão adotar novos conceitos, esquemas, conhecimento, etc. A Assimilação, por outro lado, é como os seres humanos percebem e se adaptam a novas informações. É quando nos deparamos com novas informações, mas olhamos as informações antigas que armazenamos para interpretar a nova.
Ambos os conceitos de Piaget eram essenciais e não podiam existir sem o outro. Para assimilar um objeto em um esquema mental existente, primeiramente é preciso levar em consideração ou acomodar as particularidades desse objeto até certo ponto.
Partindo desses conceitos sobre como o mundo é processado, ele decidiu explorar a forma como as crianças se desenvolvem de forma cognitiva.
A Teoria Piaget classifica os estágios durante o desenvolvimento cognitivo de uma criança em diferentes idades. Os estágios de Piaget são um conjunto de estágios no processo de desenvolvimento humano que ocorre no tempo. Por exemplo, o tipo de linguagem que as crianças usam dependerá de sua idade (palavras inventadas, pseudopalavras, usando a terceira pessoa, ecolalia, etc.), bem como seu pensamento (auto-centrado, na medida em que tudo acontecendo no mundo está acontecendo na frente dele ou ela), ou habilidades físicas (imitar, rastejar, andar, correr, etc.). Todo esse desenvolvimento do processo cognitivo ocorre de forma contínua e progressiva nos estágios de Piaget, dependendo da idade aproximada.
Os estágios do desenvolvimento nem sempre acontecem exatamente na mesma idade para todas as crianças, contudo existem “períodos sensíveis” para todas as idades, onde é mais provável que uma criança desenvolva certas habilidades cognitivas. Ao longo do desenvolvimento, é mais fácil aprender uma habilidade determinada em uma era específica, como aprender o início do idioma com aproximadamente a idade um e aperfeiçoá-lo com cerca de 7 anos. 
Segundo Palangana (2014), Piaget propoem quatro estágios de desenvolvimento da infância: 1- Período Sensorimotor (0-2 anos), 2- Período Pré-Operacional (2-7 anos). 3- Período Operacional de Concreto (7-11), 4- Período Operacional Formal (11 e mais, até cerca de 19 anos). 
Período sensório-motor
Este estágio é anterior ao aparecimento da linguagem e se estende desde o nascimento até os dois anos, aproximadamente. Este período é caracterizado pela capacidade de reflexão da criança. A vida dela neste período se baseia em relacionar sua capacidade perceptiva com a motora. Em sua mente existem unicamente conceitos práticos, como saber o que fazer para comer ou para chamar a atenção de sua mãe.
Pouco a pouco, ao longo deste período, a criança vai generalizando os eventos de seu entorno e vai criando esquemas de como o mundo funciona. Devido à interseção dos esquemas, o bebê desenvolve a permanência do objeto, entende que os objetos existem como entidades alheias a ele. Antes de implementar essa ideia em seus esquemas, se a criança não pode ver, ouvir e tocar um objeto, ele ou ela pensaria que não existe.
O final desta etapa é marcado pelo aparecimento da linguagem. A linguagem significa uma mudança profunda nas capacidades cognitivas da criança. Normalmente ela vem acompanhada pela função semiótica: a capacidade de representação dos conceitos através do pensamento. A criança deixaria de ter uma mente puramente prática para passar a ter uma mente que age também a nível representativo.
Estágio pré-operatório
Esta etapa pode ser localizada entre os dois anos e os sete. Aqui estamos em um período de transição em que a criança começa a trabalhar com sua capacidade semiótica. Apesar de já ter alcançado um nível de representação, sua mente ainda difere bastante da de um adulto. Aqui nos encontramos com um pensamento “egocêntrico”.
A criança é “egocêntrica” porque seu pensamento está totalmente centrado em si mesma. Ela é incapaz de distinguir o físico do psíquico, e o objetivo do subjetivo. Para ela, sua vivência subjetiva é a realidade objetiva que existe da mesma forma para todos os indivíduos; isto nos mostra uma falta da teoria da mente. A partir dos quatro anos a criança começaria a abandonar esse egocentrismo para desenvolver a teoria da mente.
Neste estágio também vemos problemas na criança para entender que o universo é mutante. Ela é capaz de entender estados, mas não a transformação da matéria. Um exemplo é quando ensinamos a uma criança que está nesse estágio que temos um copo cheio de água e depois trocamos a água para um copo mais estreito, mas mais alto. A criança pensará que há mais água do que antes: ela é incapaz de entender que transformar algo não muda a quantidade de matéria existente.
Estágio de operações concretas
Este período se estende entre os sete anos e os 11 ou 12. Nesta etapa a criança já conseguiu abandonar a confiança plena que tinha nos sentidos. Aqui podemos ver o desenvolvimento de uma série de conceitos, como que as transformações de forma não alteram a quantidade de matéria.
A criança começa a construir uma lógica de classes e relações alheia aos dados perceptivos. Ela entende as transformações e será capaz de compreender que podem ocorrer em sentido inverso (adicionar em vez de tirar, por exemplo). E um aspecto importante é que a criança será capaz de realizar estas operações ao representá-las em sua mente, sem ter que realizá-las com objetos presentes.
Embora controle operações e lógica, a criança nesta idade só pode realizá-las com objetos específicos que sabe como se comportam. Ela é incapaz de teorizar sobre o que não conhece ou sai do seu conhecimento perceptivo. Essa capacidade será alcançada na próxima etapa.
Estágio de operações formais
Este é o último estágio do desenvolvimento em que a criança se transformará em um adulto a nível cognitivo. Este estágio é caracterizado pela aquisição do pensamento científico. A criança, além de poder raciocinar sobre o real, também pode raciocinar sobre o que é possível.
Este período é caracterizado pela capacidade de analisar hipóteses e de examinar as possíveis consequências dessas possibilidades hipotéticas. A criança aperfeiçoou muito seus procedimentos de teste e não aceita opiniões sem as examinar.
A partir deste momento, a criança começará a adquirir novos conhecimentos e instrumentos intelectuais. Estes permitirão que ela se desenvolva como um adulto competente dentro da sociedade. No entanto, a partir deste momento ela já não sofrerá nenhum outro salto qualitativo: ela poderá ser mais rápida ou mais precisa na hora de suas operações mentais, mas irá pensar da mesma forma.
2.2 TECNOLOGIA INSERIDA NA NOVA GERAÇÃO
Segundo Brand e Renner (2011), as crianças estão tendo contato com a tecnologia de forma cada vez mais precoce. Antigamente tudo se resumia aos primeiros passos, primeiras amizades, primeira escola. Hoje se inclui nesta lista o primeiro contato com gadget, primeiro download de jogo, primeiro perfil na rede social. Nota-se que a nova geração possui uma maior aptidão para manusear dispositivos tecnológicos do que para praticar algum esporte ou interagir com outras crianças. 
Brand e Renner (2001) afirmam também que as crianças desenvolvem vícios e hábitos perante as atitudes de seus pais. O pai que permanece horas na frente de um computador por motivo de trabalho, a mãe que usa o celular paratudo, pais que jogam vídeo games na frente de seus filhos pequenos, atitudes impensadas e executadas inocentemente, mas que para uma criança em formação, torna-se ensinamento. Uma pesquisa realizada pela AVG Digital Diaries aponta que pouco mais de 96% das crianças com faixa etária entre seis e nove anos estão conectadas, pois seus pais também estão.
A tecnologia se faz cada dia mais presente e necessária, porém o seu uso deve ser realizado com moderação, limites e sabedoria. O real problema do uso da tecnologia na infância não é seu uso em si, mas o tempo excessivo que é usado com jogos, televisão, vídeos no youtube e redes sociais em detrimento a outras atividades, e ainda a chance de sua utilização na busca auxiliar ao aprendizado. Segundo a Associação Americana de Pediatria (2014), recomenda-se que crianças abaixo de 2 (dois) anos de idade, não tenham contato algum com a tecnologia, permitindo uma melhor desenvoltura de suas funções motoras e suas habilidades de socialização. Após dois anos de idade, a criança que tiver contato com a tecnologia, deverá ter um limite diário de duas horas, evitando assim um excesso.
Por meio de uma pesquisa realizada em 2014 pelo site R7 noticias, a Commom Sense Media indica que aproximadamente 39% de crianças menores de dois anos já usam dispositivos móveis por outro lado, em dados divulgados pela empresa AVG, 73% das crianças, com idades entre 3 e 5 anos, sabem utilizar aplicativos educacionais, realizar chamadas telefônicas, ligar e desligar computadores, porém grande parte não sabe escrever seu próprio nome. 
2.3 MALEFÍCIOS DA TECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 
Todo exagero que temos como hábito trás malefícios a saúde, principalmente quando esses exageros são parte da infância. O uso da tecnologia também faz parte dos exageros que são prejudiciais a saúde. 
Machado (2011) articula que a falta da prática de uma atividade física atualmente, é um efeito dos avanços tecnológicos, o exercício físico foi trocado, pelos adultos, por atividades eletrônicas, passar tempo em redes sociais e jogos online, o que não é diferente para as crianças, visto que elas se espelham nos adultos. O sedentarismo tornou-se hábito a partir do momento em que um futebol com os amigos, se tornou partida no vídeo game, ou as brincadeiras no playground ou na rua, tornaram-se jogos online.
Além dos riscos à saúde do corpo, o uso contínuo pode afetar também a saúde psicológica e o desenvolvimento social de cada criança. Longos períodos te tempo destinados a uma rede social, mantendo contato com amigos virtuais, impedem a interação social no mundo real. Rudige (2002) defende que muitas vezes, o indivíduo desenvolve uma personalidade diferenciada entre realidade e o mundo virtual. Esse desenvolvimento virtual, ao longo do tempo, traz problemas de socialização, a criança pode se tornar exclusa, com dificuldades de interação com companheiros de sala, o que a leva a um problema de aprendizado, sem mencionar os riscos de contato conteúdos impróprios para a faixa etária ou com pessoas com más intenções, como pedófilos, seqüestradores e assasinos.
Christakis (2001) alega que o cérebro de uma criança triplica de tamanho desde o nascimento até seus dois anos de idade, e o desenvolvimento continua até os vinte e um anos, a principal causa de doenças como déficit de atenção, atrasos cognitivos, impulsividade, hiperatividade, dá-se pela falta de estímulos ambientais ao cérebro em sua fase de desenvolvimento. Estes estímulos que foram substituídos pelo uso da tecnologia, prejudicam o aprendizado, pois a falta de estímulo, além de provocar doenças, causa um atraso no desenvolvimento da aprendizagem, muitas crianças entram na escola já com déficit de aprendizado.
2.4 BENEFICIOS DA TECNOLOGIA NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
A tecnologia também apresenta alguns benefícios a infância se utilizada com cuidados e com limites. 
Quando combinamos desenvolvimento, precaução e tecnologia, podem formar uma forte aliança para que a criança tenha um desenvolvimento aproveitável, saudável e inteligente.
A forma de realizar pesquisas para trabalhos escolares mudou consideravelmente. Antigamente, uma pesquisa para um trabalho simples de qualquer nível escolar, exigia que a criança tivesse acesso a uma Biblioteca. Neste espaço as pesquisas eram realizadas em Enciclopédias, uma muito conhecida era a Enciclopédia Barsa, ou ainda era necessário que a biblioteca da escola fornecesse um número aceitável de livros para uma pesquisa. Atualmente, com o uso da tecnologia, basta acessar a internet que um mundo de opções e conhecimento atualizado está disponível para consulta. (CONCONE, 2007). 
Segundo Rideout (2012), na pré-escola, o uso da tecnologia envolve muito mais que brincadeiras, existem hoje, muitos aplicativos voltados para o aprendizado infantil, existe um mundo de opções que vão além dos famosos jogos minecraft, talking tom, Candy Crush, entre outros que não acrescentam na educação e na estimulação cognitiva da criança. A criança aprende tudo com maior facilidade e isso combinado com um aplicativo que ensina inglês, mostrando a foto de um animal, o som que ele produz seu nome em português e como é em inglês. 
Além de estimular a criança, ensinando-a ler, manipular dispositivos tecnológicos, aprender outras línguas, se divertir e conhecer um novo mundo, a tecnologia se torna um forte aliado no desenvolvimento infantil. Muitos pais abusam desse privilégio, mas muitos também sabem usá-lo com sabedoria, voltando esse uso ao aprendizado de forma divertida.
Bona (2010) em seu estudo frisa, também, que ao mesmo tempo em que as crianças têm esse contato e utilizam com sabedoria além do lazer, elas mal sabem classificar tecnologia, elas apenas usufruem para aumentar seu conhecimento e ter um tempo de lazer. 
Em sala de aula, o estímulo pela pesquisa aumenta e se aperfeiçoa, dado que a criança estará em contato com um dispositivo e não um livro, além de facilitar o acesso a diferentes ferramentas de buscas. Para Souza e Souza (2010), essa adaptação transforma fatores complicados em algo acessível. 
Tapscott (1999) defende que online, a criança mantém o controle de seu próprio mundo, são usuárias e participantes, tendo poder para argumentar, brincar, comprar e se informar, isso dá a elas uma autonomia maior e traz o benefício pessoal de saber argumentar quando necessário. 
Em um mundo virtual, desde que haja sabedoria, existe um mundo de conhecimento, se instruída com cautela, a criança saberá o que deve ou não fazer online, além de ferramentas de monitoração para saber o que os filhos acessam, há infinitas possibilidades de não permitir o acesso a sites que possam causar mal-estar.
3 METODOLOGIA
Na pesquisa bibliográfica foram consultadas várias literaturas relativas ao assunto em estudo, artigos publicados na internet e que possibilitaram que este trabalho tomasse forma para ser fundamentado. Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.
De forma a tornar este estudo viável, será utilizado como embasamento à revisão bibliográfica. Por meio desta, serão coletados dados e conteúdos substanciais para a tomada de decisão e formação de senso crítico.
Segundo Gil (2008), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de forma a permitir o que conhecimento detalhado e abrangente, tarefa praticamente impossível mediante outros tipos de delineamentos considerados.
Este estudo deu-se de forma estruturada da seguinte forma: primeiramente foi definido o tema e o problema da pesquisa, em seguida justificou-se o tema e assim delimitou-se a pesquisa. Dessa maneiradeu-se inicio a escrito do referencial teórico por meio de embasamento atrás de leitura de livros e artigos.
REFERÊNCIAS
BONA, Viviane.Tecnologia e Infância: ser criança na contemporaneidade. 2010.Disponível em: <http://www.gente.eti.br/edumatec/attachments/008_Viviane%20de%20Bona.pdf.> Acesso em: 12/05/2018
BRAND, Jason; RENNER, Ronan. Estabelecendo fronteiras e limites: algumas orientações. Disponível em: <http://www.avgdigitaldiaries.com/post/6874407117/setting-boundaries-and-limits-some-guidlines-on>. Acesso em: 09/05/2018
CONCONE, Maria H. V. Boas. O livro e a internet. Conhecimento X Informação. 2007. Disponível em: < http://www.jornaljovem.com.br/edicao6/especial_internet22.php>. Acesso em: 10/05/2018
CHRISTAKIS, Nicholas. Connected: The Surprising Power Of Our Social Networks And How They Shape Our Lives -- How Your Friends' Friends' Friends Affect Everything You Feel, Think, And Dopaperback, 2011.
GIL, A. C. Método e técnicas de pesquisa social. 6ª. ed. São Paulo: Atlas S.A, 2008.
KRAMER, Sonia. Com a pré-escola nas mãos. Disponível em: <https://prezi.com/urxyexkkyvgo/com-a-pre-escola-nas-maos-sonia-kramer/>. Acesso em: 13/05/2018
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas, 1992. 4a ed. p.43 e 44.
POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro, RJ. Editora Graphia, 1999.
Palangana ,Isilda .Desenvolvimento E Aprendizagem Em Piaget E Vigotski. Summus editorial. 2014
Piletti, Nelson; Rossato, Solange Marques; Rossato, Geovanio. Psicologia do Desenvolvimento. Editora contexto. 2014
RIDEOUT, Victoria, et al. Zero a oito anos: Uso da mídia entre crianças. 2012. Disponível em: <https://www.commonsensemedia.org/reserach/zero-to-eight-childresn-media-use-in-america-20131>. Acesso em: 14/05/2018
RÜDIGE, Francisco. Elementos para a crítica da cibercultura. São Paulo, SP. Hacker Editores. 2002
SIMONETTI, LUCIANE. O que é Desenvolvimento Cognitivo?. Disponivel em: < https://cienciadocerebro.wordpress.com/2012/09/05/o-que-e-desenvolvimento-cognitivo/> acesso em: 08/05/2018.
TAPSCOTT, Dan. Geração digital: a crescente e irreversível ascensão da Geração Net. São Paulo: Makron, 1999.

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