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Variáveis; variantes; variação estável; mudança em curso; variação em tempo aparente e em tempo real

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SOCIOLINGUÍSTICA 
Licenciatura em Ciências da Linguagem 
Alexandra Guedes Pinto 
Professora Auxiliar da FLUP 
Membro do Conselho Científico do CLUP 
mapinto@letras.up.pt 
 
 
Material Pedagógico 
TÓPICOS DE AULA 
Variação e Mudança linguística: Variantes e variáveis 
 
A variação linguística constitui um fenómeno universal e pressupõe a 
coexistência, num mesmo estádio de língua, de fenómenos linguísticos 
variáveis, ou seja, a coexistência de formas linguísticas - de natureza 
fonética/fonológica, morfológica, sintática, lexical - semanticamente 
equivalentes, alternativas num dado momento no tempo. Essas formas 
alternativas recebem o nome de variantes linguísticas. 
Subjazem dois princípios teóricos fundamentais: 
(i) o sistema linguístico que serve uma comunidade heterogénea e plural 
deve ser também heterogéneo e plural para desempenhar plenamente as 
suas funções, rompendo-se assim a tradicional identificação entre 
funcionalidade e homogeneidade; 
mailto:mapinto@letras.up.pt
(ii) os processos de mudança que se verificam numa comunidade 
linguística atualizam-se na variação observada em cada momento nos 
padrões de comportamento linguístico dessa comunidade, sendo que, se a 
mudança implica necessariamente variação, a variação não implica 
necessariamente mudança em curso (cf. LABOV, 1972, 1974 e 1982 e 
1994; e WEINREICH, LABOV e HERZOG, 1968). 
 
Com os estudos de Labov em Sociolinguística variacionista ou Teoria 
variacionista introduz-se o conceito da sistematicidade da variação o 
que permite falar de padrões mensuráveis, probabilísticos e preditivos 
em Sociolinguística. 
Variação horizontal – variação diatópica – variação geográfica 
Variação vertical – variação diastrática – variação social 
 
Variantes linguísticas: diversas formas alternativas que configuram um 
fenómeno variável – variável dependente. 
Variável linguística: fenómeno linguístico que manifesta variação num 
determinado estádio de língua; 
Exemplos: no português do Brasil a concordância entre o verbo e o 
sujeito (eles estudam Sociolinguística; eles estuda Sociolinguística) é uma 
variável linguística (ou um fenómeno variável), pois que se realiza através 
de duas variantes, duas alternativas possíveis e semanticamente 
equivalentes: a marca de concordância no verbo ou a ausência da marca de 
concordância. 
Como exemplos do português europeu, podemos citar a distribuição dos 
particípios duplos ou a oscilação entre o verbo haver como existencial 
impessoal e como existencial regular. 
 
Uma variável é concebida como dependente no sentido em que o emprego 
das variantes não é aleatório, mas influenciado por grupos de fatores ou 
variáveis independentes de natureza social ou estrutural. Assim, as 
variáveis independentes ou grupos de fatores podem ser de natureza 
interna ou externa à língua e podem exercer pressão sobre os usos, 
aumentando ou diminuindo a sua frequência de ocorrência. 
No conjunto de variáveis internas, encontram-se os fatores de natureza 
fonética e fonológica, morfológica, sintática, semântica, lexical. 
No conjunto de variáveis externas à língua, reúnem-se os fatores 
inerentes ao indivíduo (etnia, sexo, idade), os fatores sociais 
(escolarização, rendimentos, profissão, classe social), e os fatores 
contextuais (grau de formalidade e tensão discursiva). 
 
Nas comunidades linguísticas, frequentemente, existem formas 
linguísticas em variação, isto é, formas que estão em co-ocorrência (duas 
formas que são usadas ao mesmo tempo) e em concorrência (duas formas 
que competem por uma maior taxa de uso). 
As formas em variação recebem o nome de variantes linguísticas: 
variantes linguísticas são diversas maneiras de se dizer a mesma coisa 
com o mesmo valor de verdade e um caráter de permanência e 
massificação numa dada comunidade linguística. A um conjunto de 
variantes dá-se o nome de variável linguística. Essas variáveis 
subdividem-se em variáveis dependentes e independentes. A variável 
dependente é o fenómeno linguístico a estudar; por exemplo: 
(i) a aplicação da regra de concordância nominal, 
(ii) a aplicação da marca [ʃ] na 2S do pretérito perfeito simples do 
indicativo (estudastes; fizestes) 
(iii) a oscilação no emprego dos particípios duplos 
(iv) o queísmo (queda da preposição “de” em construções 
completivas) 
Outras… 
As variantes seriam, assim, as formas que estão em competição. 
Entretanto, o uso de uma ou outra variante é influenciado por fatores 
linguísticos (estruturais) ou sociais (extralinguísticos). Tais fatores 
constituem as variáveis explanatórias ou independentes. 
Nesse sentido, a Teoria da Variação considera a língua no seu 
contexto sociocultural, uma vez que parte da explicação para a 
heterogeneidade que emerge nos usos linguísticos concretos pode ser 
encontrada em fatores externos ao sistema linguístico e não só nos fatores 
internos à língua. 
Desse modo, um estudo sociolinguístico visa a descrição 
estatisticamente fundamentada de um fenómeno variável, tendo como 
objetivo analisar, apreender e sistematizar variantes linguísticas usadas 
por uma mesma comunidade linguística. Para tal, calcula-se a influência 
que cada fator, interno ou externo ao sistema linguístico, possui na 
realização de uma ou de outra variante. Ao formalizar esse cenário, a 
análise sociolinguística procura estabelecer a relação entre o processo de 
variação que se observa na língua num determinado momento (isto é, 
sincronicamente) com os processos de mudança que acontecem na 
estrutura da língua ao longo do tempo (isto é, diacronicamente). 
 
Através da análise das variáveis sociais, procura-se definir o quadro 
de variação observado na comunidade linguística nos termos da dicotomia 
entre variação estável e mudança em curso. No primeiro caso, conclui-se 
que o quadro de variação tende a manter-se ainda por um longo período, 
já que não se verifica uma tendência de predominância de uma variante 
linguística sobre a(s) outra(s). Já o diagnóstico de mudança em curso 
implica que o processo de variação caminha para a sua resolução em favor 
de uma das variantes identificadas, que se deverá generalizar, tornando-se 
o seu uso praticamente categórico dentro da comunidade linguística. 
Nesse quadro, a(s) outra(s) variante(s) tenderia(m) a cair em desuso. 
 
Estudos em tempo aparente e em tempo real: 
“Another area where language variation plays a crucial role is in the study 
of language change. It is the principal concern of historical linguistics to 
investigate how languages change over time, and until recently, historical 
linguists have studied language change by relying exclusively on 
diachronic methods. These involve analysing the structure of language 
from a succession of dates in the past and highlighting those structural 
features (phonological, morphological or syntactic) that appear to have 
changed over that period of time. For obvious reasons, if we are 
considering a form of a language from many years ago, we do not have 
access to native speakers of the language; as a consequence, historical 
linguists have had to rely largely on manuscripts from the past as evidence 
of how languages may once have been spoken, but such evidence is of 
variable quality, particularly when we take account of the fact that very few 
people were able to write in the pre-modern era. In these circumstances, it 
is difficult to judge just how representative surviving manuscripts are of the 
way ordinary people actually spoke. 
 As an alternative to diachronic methods and aided by the invention 
of the tape recorder allowing the collection of a permanent record of 
someone’s speech, William Labov has pioneered a synchronic approach to 
studying language change. Whereas diachronic techniques demand 
language data from diferent periods in time, Labov’s synchronic, so-called 
apparent-time, approach requires data to be collected at only one point intime. Crucially, the data collected within the same community are from 
people of different ages and social groups. Labov reasoned that if the 
speech of young people within a particular social group is different from 
that of old people in the same group, then it is very likely that language 
change is taking place. This technique has a number of advantages over the 
traditional historical method. Firstly, the recorded language data constitute 
a considerably more representative sample of the speech patterns of a 
community than do the manuscript data of traditional historical linguistics. 
Secondly, it allows the linguist to study language change as it is actually 
taking place – traditionally, historical linguists had believed this to be 
impossible. Finally, it allows the linguist to study how language changes 
spread through society, answering questions such as, Which social groups 
tend to lead language changes? How do language changes spread from one 
social group to another? (…). 
 Labov’s apparent-time model assumes that a difference between 
young and old with respect to a certain linguistic feature may be due to 
linguistic change. Not all variable linguistic features that are sensitive to 
age variation are necessarily indicative of language changes in progress, 
however. Slang words, for example, are often adopted by youngsters, but 
then abandoned when middle age is reached. Similarly, some phonological 
and grammatical features, such as the use of multiple negation (e.g. I 
haven’t got none nowhere), seem to be stable yet age-graded, i.e. not 
undergoing change, but associated with a particular age group, generation 
after generation. 
 
 This brief introduction to the methods and concerns of 
sociolinguistics may seem to suggest that these are far removed from those 
of other types of linguist. However, in studying variable patterns of 
language behaviour and the language change that this variation may reveal, 
the sociolinguist seeks to uncover universal properties of language, 
attempting to address questions such as, Do all languages change in the 
same way? We have already met this preoccupation with universals in our 
earlier discussion, so we can see that at this level, sociolinguistics exhibits 
important affinities with other approaches to the study of language. 
However, a fundamental difference remains: the sociolinguist’s questions 
about universals require answers in which the structure of society plays an 
integral part. In this regard, they differ from the questions with which we 
opened this introduction, but there is no conflict here. Taken together, the 
various emphases we pursue in this book present a comprehensive picture 
of the complex and many-faceted phenomena which the study of language 
engages.” 
RADFORD, Andrew; ATKINSON, Martin et alii (2009). Linguistics: An Introduction. 
Second Edition, Cambridge:Cambridge University Press, pp. 17- 19. ISBN-13 978-0-521-
61478-8. (Adaptações e supressões de Alexandra Pinto) 
 
 
(adaptado de: 
William Labov (1966). The social stratification of English in New York. Washington 
DC: Center for Applied Linguistics. 
William Labov (1972). Sociolinguistic Patterns. Philadelphia: University of 
Pennsylvania Press. 
William Labov (1975). Language in the inner city. Philadelphia: University of 
Pennsylvania Press. 
William Labov (1994). Principles of linguistic change: internal factors. Oxford: 
Blackwell. 
Weinreich, U., Labov, W. e Herzog, M. (1968). Empirical foundations for a theory of 
language change. In Lehman, W. & Malkiel, Y (eds) Directions for historical 
linguistics. Austin: University of Texas Press, p. 95-195. 
Maria Cecília Mollica e Maria Luiza Braga (orgs) (2012). Introdução à Sociolinguística 
– o tratamento da variação. São Paulo: Editora Contexto. 
Dante Lucchesi e Silvana Araújo. (2012). A Teoria da Variação 
Linguística.Universidade Federal da Baía, Projeto Vertentes. 
Radford, Andrew; Atkinson, Martin et alii (2009). Linguistics: An Introduction. Second 
Edition, Cambridge: Cambridge University Press, pp. 17- 19. ISBN-13 978-0-521-
61478-8. (Adaptações e supressões de Alexandra Pinto)

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