Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Laboratório de Instalações Industriais Processos Industriais e Variáveis de Processo Conceitos básicos e Terminologia Processos Industriais e Variáveis de Processo Vários são os tipos de industrias existentes nos diversos ramos da atividade industrial. Em geral, podemos distinguir as indústrias em duas naturezas: Indústrias de Processo Contínuo Indústrias de Processo Discreto Processos Industriais e Variáveis de Processo Indústrias de Processo Contínuo: são aquelas cujo o processo produtivo envolve de maneira mais significativa variáveis contínuas no tempo. A produção é medida em toneladas ou metros cúbicos, e o processo produtivo essencialmente manipula fluidos. Podemos citar como exemplo as indústrias petrolíferas, química, petroquímicas, tratamento de água, geração e distribuição de energia elétrica, entre outras. Essas indústrias são tradicionalmente intensivas em capital, isto é, movimentam grande aporte de capital, mas mobilizam pouca mão de obra. Exemplos de variáveis nos processos contínuos: temperatura, pressão, vazão, nível, condutividade elétrica potência, tempo, umidade, radiação velocidade, vibração, peso, posição etc. Torres de destilação de petróleo em uma refinaria. Foto: Golf_chalermchai / Shutterstock.com Fonte:https://www.infoescola.com/quimica/refinaria- de-petroleo/ Processos Industriais e Variáveis de Processo Indústrias de Processo Discreto: referem-se às unidades industriais cujo processo produtivo envolve de maneira mais significativa variáveis discretas no tempo. Fábrica de sapatos na China. Fonte: https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/05/thomas- piketty-o-profeta-bda-distribuicaob.html A produção é medida em unidades produzidas, tais como na indústria automobilística e fábricas em geral. Essas industrias eram tradicionalmente intensivas em mão de obra, à medida que seu processo produtivo necessitava de grande contingente de mão de obra. Conceitos Básicos e Terminologia Dinâmica: comportamento de um processo dependente do tempo. Variáveis: Variáveis de entrada ou manipuladas: são aquelas que iremos variar para controlar o sistema ou identificadas como os fluxos de entrada dos processos. Variáveis de saída ou controladas: são aquelas que queremos controlar ou identificadas como os fluxos de saída dos processos. Fonte: Conceitos Básicos de Instrumentação, Autor: Carlos Amaral – UTFPR file:///C:/Users/Alessandra/Downloads/1_2%20-%20Conceitos%20Basicos%20(2).pdf Exemplo: Controle da temperatura da água através da vazão de vapor. Conceitos Básicos e Terminologia Controle à Realimentação (feedback) A maneira tradicional de se controlar um processo é: 1. Medir a variável a ser controlada; 2. Comparar seu valor com o valor de referencia, ou set point do controlador; e 3. Alimentar a diferença, o erro, em um controlador que mudará a variável manipulada de modo a levar a variável medida (controlada) ao valor desejado. Neste caso, a informação foi realimentada da saída, subtraída do valor de referencia para, então, alterar a variável manipuladas de entrada. Fonte: Alves, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: - 2° Edição - Ed.: LTC Conceitos Básicos e Terminologia Controle Antecipativo (feedfoward) • Esta estratégia foi difundida posteriormente à realimentação negativa e se aplica a processos com grandes atrasos. • A técnica consiste em: 1. Detectar o distúrbio assim que este ocorre no processo; e 2. Realizar a alteração apropriada na variável manipulada, de modo a manter a saída igual ao valor desejado. • Dessa forma, a ação corretiva tem inicio assim que o distúrbio na entrada do sistema for detectado, em vez de aguardar que o mesmo se propague por todo o processo antes de a correção ser feita, como ocorre na realimentação. Fonte: Alves, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: - 2° Edição - Ed.: LTC Conceitos Básicos e Terminologia Estabilidade: Um processo é estável quando esta passa do regime transiente para o regime estável, ou seja o resultado converge (Figura 1). Um processo é instável se sua saída ficar cada vez maior, ou seja o resultado não converge (Figura 2). Num sistema real sempre haverá um limite para as oscilações (regime transiente), porque existirá alguma restrição física, como uma válvula que ficará totalmente aberta ou fechada ou uma esfera movendo dentro de uma superfície côncava até alcançar o equilíbrio estável (Figura 3). Fonte das Figuras 1 e 2: Prof. Felippe de Souza / UBI - Departamento de Engenharia Eletromecânica http://webx.ubi.pt/~felippe/texts/contr_systems_ppt10p.pdf Figura 1: Sistema estável. Figura 2: Sistema instável. Figura 3: Exemplos de Sistemas Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com .br/fisica/equilibrio-estatico- dinamico.htm Laboratório de Instalações Industriais Instrumentos para Controle de Processos Classificação dos Instrumentos As diversas funções necessárias ao correto funcionamento de uma malha de controle são desempenhadas por dispositivos chamadas de instrumentos para controle de processos. De acordo com a função despenhada, os instrumentos mais comumente encontrados numa malha de controle são: • Elemento Primário ou Sensor; • Indicador; • Transmissor; • Controlador; • Registrador; • Conversor; • Válvula de Controle; • Chave. Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC Classificação dos Instrumentos Elemento Primário ou Sensor: Parte de uma malha ou de um instrumento que primeiro afere o valor da variável de processo. Exemplos: • Pressão: Bourdon, diafragma, capacitivo e etc; • Temperatura: termopar, termoresistência, radiação e etc • Vazão: orifício, volumétrico, ultrassom e etc. • Nível: flutuação, pressão, ultrassom e etc. Indicador: Dispositivo que apenas indica o valor de uma determinada variável de processos sem interferir no processo. Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC Classificação dos Instrumentos Fonte:https://www.antferramentas.co m.br/termopar-tipo-k-de-superficie- minipa-mtk-14b/p Manômetro de Bourdon Fontes: • Faculdade SENAI de Tecnologia Ambiental (SENAI) Eletrônica,Engenharia; • https://www.termometr orc.com.br/manometro -de-bourdon Fonte: tps://pt.banggood.com/LZS- 25-300-3000LH-Flow-Meter-Plastic- Tube-Type-Water-Rotameter-Liquid- Flowmeter-Measuring-Tools-p- 1430754.html?cur_warehouse=CN Sensor de Nível Hidrostático Fonte:https://www.pasehidro.com.br /produtos/sensor-de-nivel/ Pressão Temperatura Termopar Tipo K de Superfície Minipa Mtk-14b Vazão Nível Rotâmetro Classificação dos Instrumentos Transmissor: Dispositivo que “sente” uma variável de processo por meio de um elemento primário e produz uma saída cujo valor é geralmente proporcional ao valor da variável de processo. O elemento primário pode ser ou não parte integrante do transmissor. Exemplo: • Pulso (vazão) • Pneumáticos 3-15 psig (0,2 – 1,0 kg/cm2) • Analógico 4 – 20 mA 1-5 volts • Controladores digitais, Protocolos HART e Fieldbus Controlador: Dispositivo que tem por finalidade manter em um valor predeterminado uma variável de processo. Exemplo: • Pneumáticos locais e de painel; • Eletrônicos analógicos, • Eletrônicos digitais multimalhas; • CLP. Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC Classificação dos Instrumentos Registrador: Dispositivo destinado ao armazenamento dos valores de uma determinada variável de processo. Essa função anteriormente era realizada por meio do traçado de gráficos sobre um papel de forma contínua. Atualmente o armazenamento de tais informações é feito de modo digital. Exemplo: Pneumáticos locais e de painel; Eletrônicos analógicos; Eletrônicos digitais multimalhas. Conversor: Dispositivo que emite um sinal de saída padronizado modificado em relação à naturezado correspondente sinal de entrada. Válvula de Controle: É um elemento final de controle que manipula diretamente a vazão de um ou mais fluidos de processo. Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC Classificação dos Instrumentos Chave: Dispositivo que conecta, desconecta ou transfere um ou mais circuitos, manual ou automaticamente. Neste caso, atuado diretamente pela variável de processo ou seu sinal representativo. Sua saída pode ser usada para atuar alarmes, lâmpadas-piloto, intra travamento ou sistema de segurança. As chaves não participam do controle contínuo das variáveis de processo. • Conforme sua função, os instrumentos podem estar localizados no campo ou num painel dentro de uma sala de controle. • Os instrumentos recebem o nome correspondente à variável de processo sob controle. • Assim, pode-se ter um transmissor de nível, um indicador e controlador de temperatura, uma chave de pressão (também chamada de pressostato, entre outras combinações de funções e variáveis de processo. Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC Malha de Controle Uma Malha de Controle é composta de: 1- Sensor: detectar a variável de processo que se quer controlar; 2- Transmissor: converte o sinal do sensor em sinal pneumático ou elétrico equivalente; 3- Controlador: compara o sinal do processo com set point e produz um sinal apropriado de controle; 4-Elemento Final de Controle: altera a variável manipulada. Controlador e indicador de nível Válvula de nível Transmissor de nível Malha de Controle de Nível Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC 1. A Malha de Controle é alimentada por uma fonte de até 45 Vcc; 2. O transmissor envia uma corrente que varia de 4 a 20mA em função da variável controlada do processo detectado pelo sensor; 3. A corrente oriunda do transmissor é aplicada à entrada do Controlador; Malha de Controle de Nível 4. O Controlador resolve o algoritmo de controle, levando em consideração o valor atual da varável controlada e do set point ajustado, fornecendo uma saída, também em 4 a 20mA, que irá variar a abertura da válvula de controle; 5. Na válvula de controle um instrumento denominado de conversor de I/P transforma a corrente de 4 a 20mA em sinal pneumático de 3 a 15psig, que fará com que o atuador pneumático movimente a haste da válvula, abrindo ou fechando a mesma, de modo a levar a varável controlada para o set point. Malha de Controle Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC *Fonte: Parede, Ismael Moura Eletronica: Automacao Industrial / Ismael Moura Parede, Luiz Eduardo Lemes Gomes (autores); Edson Horta (coautor), Luiz Carlos da Cunha e Silva (revisor); Jun Suzuki (coordenador). -- Sao Paulo: Fundacao Padre Anchieta, 2011 (Colecao Tecnica Interativa. Serie Eletronica, v. 6). Disponível em: http://eletro.g12.br/arquivos/materiais/eletronica6.pdf • O transmissor pode assumir a função de controle através dos transmissores inteligentes. • O “transmissor inteligente” contem um controlador microprocessado incorporado e pode atuar no campo. 1. O transmissor recebe a informação do sensor, (elemento primário de medição); 2. Transforma esta informação em valor digital; 3. Resolve o algoritmo de controle através de seu controlador microprocessado; 4. Envia um sinal de saída analógico de 4 a 20 mA para a válvula atuar na variável manipulada. Malha de Controle • A troca de informações com o operador, neste caso, dá-se através de sinal digital superposto aos 4 a 20 mA, sendo possível mudanças no set point e de parâmetros em geral; • O protocolo mais usado neste tipo de comunicação chama-se HART (Highway Addressable Remote Transducer, ou, Larga Comunicação para Transdutores Remotos Endereçáveis). ➢ Esse protocolo permite comunicação digital simultânea com o sinal analógico de corrente de 4 a 20 mA*. • Tanto a operação como a alimentação de até 45 Cvv são realizadas a partir da sala de controle. Malha de Controle de Nível Transmissor Inteligente **Fonte: Hermini, Helder Anibal. Redes de Comunicação em Automação Industrial – UNICAMP. Disponível em: http://www.fem.unicamp.br/~hermini/ES746/aula%2009b.ppt. Malha de Controle Porém.... • A indústria vem buscando consolidar um padrão para a comunicação digital de campo entre instrumentos para o controle de processos (substituir o sinal analógico de corrente de 4 a 20 mA); • Essa tecnologia é chamada de barramento de campo ou Fieldbus Vantagens do Fieldbus**: Redução de cabos, bandejas, borneiras, etc; Melhoria na qualidade das informações; Os transmissores transmitem muito mais informações; Os equipamentos indicam falha em tempo real; Facilidade na manutenção. Fonte: Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: José Luiz Loureiro Alves - 2° Edição - Ed.: LTC Malha de Controle Objetivo: Controlar a temperatura do produto na saída do processo através da troca de calor entre a água quente e o produto que circula pelos tubos internos ao equipamentos trocador de calor. Funcionamento: O transmissor de temperatura TT transmite o valor da variável de processo para o controlador TIC que, por sua vez, controla a abertura da válvula TV que manipula a vazão de água quente. Malha de Controle de temperatura convencional Símbolos Gráficos e Identificação dos Instrumentos Cada função programada ou instrumento deve ser identificado por um conjunto de letras que o classifica funcionalmente e um conjunto de algarismos que indica a malha ao qual o instrumento ou função pertence.* Norma ISA 5.1 (International Society of Automation, antiga Instrumentation Society of America)** Fontes: *Alves, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: - 2° Edição - Ed.: LTC ** Prof. Eduardo Stockler Tognetti - Simbologia e Terminologia de Instrumentação da Norma ISA 5.1 Laboratório de Automação e Robótica (LARA) Dept. Engenharia Elétrica - UnB Disponível em: http://www.ene.unb.br/estognetti/files/Simbologia_ISA.pdf Símbolos Gráficos e Identificação dos Instrumentos Fontes: *Alves, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: - 2° Edição - Ed.: LTC ** Prof. Eduardo Stockler Tognetti - Simbologia e Terminologia de Instrumentação da Norma ISA 5.1 Laboratório de Automação e Robótica (LARA) Dept. Engenharia Elétrica - UnB Disponível em: http://www.ene.unb.br/estognetti/files/Simbologia_ISA.pdf Símbolos Gráficos e Identificação dos Instrumentos Símbolos para linhas de instrumentos Todas as linhas que interligam os instrumentos devem ser mais finas do que as tubulações de processos e, dependendo da natureza do sinal de transmissão, os símbolos a seguir devem ser usados: Fonte: Alves, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: - 2° Edição - Ed.: LTC Símbolos Gráficos e Identificação dos Instrumentos Símbolos gerais para instrumentos ou funções A tabela a seguir mostra os símbolos gerais para instrumentos ou funções programadas previstas na ISA 5.1 Fonte: Alves, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: - 2° Edição - Ed.: LTC Símbolos Gráficos e Identificação dos Instrumentos Exemplo de um Fluxograma simplificado de tubulação e instrumentação (P&ID) de um vaso de separador de produção Fonte: Alves, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação de Processos. Autor: - 2° Edição - Ed.: LTC Nota do Autor: ESD (Emergency Shutdown System) e SDW (Shutdown Valve) não fazem parte do sistema de controle de processo, mas do sistema de desligamento de emergência (ou sistema de intertravamento de segurança). Não fazem parte da norma ISA 5.1. Fontes Consultadas: • ALVES, José Luiz Loureiro. Instrumentação, Controle e Automação deProcessos. 2° Edição - Ed.: LTC, 2017. • AMARAL , Carlos. Conceitos Básicos de Instrumentação – UTFPR. Disponível em: file:///C:/Users/Alessandra/Downloads/1_2%20-%20Conceitos%20Basicos%20(2).pdf. Acesso em: 19 agosto 2019. • HERMINI, Helder Anibal. Redes de Comunicação em Automação Industrial – UNICAMP. Disponível em: http://www.fem.unicamp.br/~hermini/ES746/aula%2009b.ppt. Acesso em: 19 agosto 2019. • PAREDE, Ismael Moura; GOMES, Luiz Eduardo Lemes; HORTA, Edson; SILVA, Luiz Carlos da Cunha e; SUZUKI, Jun. Eletrônica: Automação Industrial. - São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011 (Colecao Tecnica Interativa. Serie Eletronica, v. 6). Disponível em: http://eletro.g12.br/arquivos/materiais/eletronica6.pdf . Acesso em: 19 agosto 2019. • SOUZA , Felippe de. UBI - Departamento de Engenharia Eletromecânica. Disponível em: http://webx.ubi.pt/~felippe/texts/contr_systems_ppt10p.pdf. Acesso em: 19 agosto 2019. • TOGNETTI, Eduardo Stockler. Simbologia e Terminologia de Instrumentação da Norma ISA 5.1 Laboratório de Automação e Robótica (LARA) Dept. Engenharia Elétrica – UnB. Disponível em: http://www.ene.unb.br/estognetti/files/Simbologia_ISA.pdf. Acesso em: 19 agosto 2019.
Compartilhar