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EBRADI - Direito Penal e Processo Penal Aplicados - Módulo - 04 - Tema 02

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Módulo 04 - Provas e Partes no Processo Penal 
Tema 02: Corpo de delito
Aula I: Conceito e finalidade da prova
Leia o seguinte texto e responda:
Um homem é acusado de ter cometido crime de estupro de vulnerável, contra sua sobrinha de três anos. Segundo a denúncia o réu estaria fazendo a criança manusear seu pênis ereto, quando foi surpreendido pela mãe da menina. Preso em flagrante, no depoimento policial, ele admitiu a prática do ato e afirmou ter praticado o ato várias outras vezes. Em juízo, a defesa, na resposta à acusação, requereu, nos termos do art. 158, CPP, a realização de exame de corpo de delito, sob a alegação de que não pode uma pessoa ser condenada por crime de estupro, sem que haja o exame de corpo de delito, afirmou, ainda, que a confissão extrajudicial não tem valor probatório e que, ainda que fosse em juízo, a confissão não pode suprir a falta de exame de corpo de delito.
Em tal caso, o juiz deverá determinar o exame de corpo de delito, para a constatação de vestígios?
RESPOSTA ESPERADA
O crime de estupro, tanto na figura do art. 213, CP, como na do art. 317-A, CP, são crimes que, ordinariamente deixam vestígios. Contudo, isso não significa que sempre deixam vestígios.
Deve, portanto, ser feita uma análise concreta do caso, para verificar se é um delicta facti permantentis ou transeuntis. No caso concreto, a imputação é a de que o autor teria feito uma menina de três anos manusear seu pênis, conduta que, evidentemente, não deixa qualquer tipo de vestígio. Por essa razão, no caso, há um delicta facti transeuntis, ou seja, um crime que não deixa vestígios. Inaplicável, portanto, a aplicação do art. 158, pois não há vestígios a serem constatados por tal perícia. Eventual exame de corpo de delito seria uma prova absolutamente inócua, razão pela qual deverá o juiz indeferir tal requerimento.
Assinale a alternativa correta:
R: apesar da liberdade probatória que predomina no processo penal, se o crime deixar vestígios será obrigatório o exame de corpo de delito.
Aula II: Espécies
Leia o seguinte texto e responda:
Uma pessoa sofreu uma violenta surra e foi levado ao hospital, onde permaneceu internado. Apesar de conhecer o agressor, ele preferiu, omitir seu nome. Na ocasião, não foi informada a polícia da ocorrência de tal fato. Cerca de 6 meses depois, tendo mudado de bairro, a vítima sentiu-se encorajada para denunciar o agressor. Instaurado inquérito policial, foram ouvidas, além da própria vítima, várias testemunhas que depuseram sobre a gravidade da lesão, informando que ele permaneceu com o braço imobilizado por 45 dias. A vítima informou à polícia que tem guardado todos os documentos relativos ao tratamento, como raio-x, comprovantes da data de internação e desinternação, receitas e prontuários médicos, recibos de farmácias etc.
Pergunta-se, nesse caso, ainda é possível a condenação do acusado, apesar de não ter sido realizado o exame de corpo de delito na época?
RESPOSTA ESPERADA
Há uma situação clara em que houve o desaparecimento dos vestígios, que impedem a realização de um exame de corpo de delito direto. Contudo, como visto, o exame de corpo de delito indireto é uma perícia que recai nos vestígios secundários do crime, como os documentos relativos à lesão, mencionados no problema. Assim, é de rigor que tais documentos sejam submetidos à perícia, para a elaboração do exame de corpo de delito indireto. Ademais, há prova testemunhal que confirma tanto a lesão, como sua extensão, caracterizadora da lesão corporal grave (art. 129, § 1º, I, CP). O art. 158 diz que é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, razão pela qual no caso concreto feito a perícia sobre os documentos, já que impossível o direto, terá sido cumprida a regra no mencionado artigo. Em suma, é possível a condenação do réu em tais circunstâncias.
Assinale a alternativa correta:
R: o exame de corpo de delito indireto é a perícia feita nos vestígios secundários do crime, como o prontuário médico.
Aula III: Pontos relevantes I
Leia o seguinte texto e responda:
Em um processo no qual Fulano de Tal é acusado de estelionato, que segundo a inicial teria sido praticado com o uso de um documento falso, a defesa requereu que fosse feita perícia no documento usado, para verificação de sua falsidade. O juiz, contudo, indeferiu tal perícia, alegando ser desnecessária, em razão da prova testemunhal, mencionando na decisão o art. 184, CPP.
Foi correta a decisão do juiz?
RESPOSTA ESPERADA
A decisão não foi correta, pois o art. 184, CPP, permite o indeferimento da perícia desnecessária, mas faz a ressalva do exame de corpo de delito, que não poderá ser indeferido. Como se trata de uma perícia em um documento usado no estelionato, que corresponde no tipo ao artifício usado como meio para o induzimento a erro, trata-se de vestígio do crime, o que torna, nos termos do art. 158, CPP, obrigatória a realização do exame de corpo de delito.
Assinale a alternativa correta:
R: em razão do livre convencimento motivado, o juiz não é obrigado a decidir de acordo com o laudo pericial
Aula IV: Pontos relevantes II
Leia o seguinte texto e responda:
Jerônimo desapareceu em uma sexta-feira, em Ubatuba, onde morava com seu companheiro. Sua família, após uma semana sem contato foi até a delegacia e noticiou o fato. Após investigação, suspeitou-se de seu companheiro, Herodes Cabreúva. No inquérito policial ele negou ter matado seu companheiro. Ele foi preso temporariamente e, depois, preventivamente. O vizinho do casal declarou que ambos brigavam muito e Jerônimo, muito mais franzino, havia se queixado de ter sofrido agressões. Disse ainda que ambos saíram na referida sexta-feira e que viu Herodes voltando sozinho. Uma outra testemunha, Petherson, que trabalha no cais disse que viu os dois saindo de barco na sexta, por volta das 10 horas. Cledinílson viu o barco retornando, mas apenas Herodes estava nele. Na operadora de celular ficou registrado o último sinal na região do cais, na sexta-feira. Jerônimo nunca mais foi visto.
À luz do Código de Processo Penal, se o cadáver não for encontrado, ele pode ser condenado com base nesse conjunto probatório?
RESPOSTA ESPERADA
Trata-se de uma clássica situação de homicídio sem cadáver. Vale, para tais casos, a regra geral do desaparecimento dos vestígios, que torna impossível a realização do exame de corpo de delito. A falta do exame de corpo de delito não poderá ser suprida pela confissão (art. 158, CPP), mas poderá ser suprida pela prova testemunhal (art. 167, CP). Em tal caso, verifica-se que há testemunhas sobre o fato, razão pela qual poderá ser condenado o acusado pelo crime de homicídio, ainda que o cadáver não tenha sido encontrado.
Assinale a alternativa correta:
se desaparecerem os vestígios, poderá a prova testemunhal suprir sua falta.

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