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Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 1 Mecânica dos Solos A Limites de Consistência Início do século XX – químico sueco Albert Attenberg Propriedades dos solos finos Somente solos argilosos e siltosos Uma massa de solo argiloso no estado líquido (por exemplo, lama) não possui forma própria e tem resistência ao cisalhamento nula Retirando – se água aos poucos, por secamento da amostra, a partir de um teor de umidade esta massa de solo torna – se plástica, quando para um teor de umidade constante poderá ter sua forma alterada, sem apresentar uma variação sensível do volume, ruptura ou fissuramento Continuando a secagem da amostra, atinge – se um teor de umidade no qual o solo deixa de ser plástico e adquire a aparência de sólido, mas ainda apresentando uma variação de volume para teores de umidade decrescentes, porém mantendo – se saturado, se encontrando no estado semissólido Finalmente, a partir de um teor de umidade, amostra começará a secar, mas a volume constante, até a secagem total, tendo atingido o estado sólido ESTADO SÓLIDO (LIMITE DE CONTRAÇÃO) ESTADO SEMISSÓLIDO ESTADO PLÁSTICO Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 2 ESTADO LÍQUIDO Brumadinho https://g1.globo.com/mg/minas- gerais/noticia/2019/02/01/video-mostra-o-momento- exato-em-que-barragem-da-vale-rompe-em- brumadinho.ghtml CORRELAÇÕES COM ASPECTOS MINERALÓGICOS DAS ARGILAS DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA Ainda que, os limites de liquidez e de plasticidade possam ser obtidos através de ensaios bastante simples, a interpretação física e o relacionamento quantitativo dos seus valores, com os fatores de composição do solo, tipo e quantidade dos minerais, tipo de cátion absorvido, forma e tamanho das partículas, composição da água é difícil e complexo LIMITE DE LIQUIDEZ (LL) Mede – se indiretamente a resistência ao cisalhamento de um solo para determinado teor de umidade Utiliza aparelho de Casagrande Ensaio e aparelho normatizados (ABNIT/NBR 6459/82) Passa na peneira #40 ( = 0,42 mm) Separa areia fina, silte e argila Ranhura de 2 mm 2 rotações por segundo Quando a fissura fechar em uma extensão de 1 cm levar para a estufa para determinar a umidade https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/01/video-mostra-o-momento-exato-em-que-barragem-da-vale-rompe-em-brumadinho.ghtml https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/01/video-mostra-o-momento-exato-em-que-barragem-da-vale-rompe-em-brumadinho.ghtml https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/01/video-mostra-o-momento-exato-em-que-barragem-da-vale-rompe-em-brumadinho.ghtml https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/02/01/video-mostra-o-momento-exato-em-que-barragem-da-vale-rompe-em-brumadinho.ghtml Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 3 LIMITE DE PLASTICIDADE (LP) Limite de plasticidade é o extremo inferior do intervalo de variação do teor de umidade no qual o solo apresenta comportamento plástico Possível manter forma (modelar) Equipamento: uma placa de vidro com uma face esmerilhada e um cilindro padrão com 3 mm de diâmetro. O ensaio inicia – se rolando, sobre a face esmerilhada da placa, uma amostra de solo com um teor de umidade inicial próximo do limite de liquidez, até que, duas condições sejam, simultaneamente alcançadas: O rolinho tenha um diâmetro igual ao do cilindro padrão O aparecimento de fissuras (início da fragmentação) O teor de umidade do rolinho, nesta condição, representa o limite de plasticidade do solo O ensaio é normalizado pela NBR 7180/82 LIMITE DE CONTRAÇÃO (LC) O limite de contração é o teor de umidade que separa o estado semissólido do sólido Uma argila, inicialmente saturada e com um teor de umidade próximo do limite de liquidez, ao perder água sofrerá uma diminuição do seu volume igual ao volume de água evaporada, até atingir um teor de umidade igual ao limite de contração A partir deste valor a amostra secará a volume constante Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 4 A determinação do limite de contração, em laboratório: Inicialmente deverá ser preparada uma pasta, com teor de umidade próximo do limite de liquidez e que será colocada em recipiente próprio e extraído o ar contido na amostra A seguir esta é deixada secar, no início ao ar e depois em estufa O volume da pastilha seca é obtido imergindo – a em mercúrio e determinado o peso do mercúrio extravasado 𝑉𝑓 = 𝑃ℎ𝑔 𝛾ℎ𝑔 ÍNDICE DE PLASTICIDADE (IP) Fisicamente representa a quantidade de água que seria necessário acrescentar a um solo, para que ele passasse do estado plástico ao líquido 𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 Faixa de trabalho do solo ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA (IC ) Busca situar o teor de umidade do solo no intervalo de interesse para a utilização na prática, ou seja, entre o limite de liquidez e o de plasticidade 𝐼𝐶 = 𝐿𝐿 − 𝑤 𝐼𝑃 Muito moles: as argilas que escorrem com facilidade entre os dedos, se apertadas nas mãos Moles: as que são facilmente moldadas pelos dedos Médias: as que podem ser moldadas pelos dedos Rijas: as que requerem grande esforço para serem moldadas pelos dedos Duras: as que não podem ser moldadas pelos dedos e que, ao serem submetidas a grande esforço, desagregam – se ou perdem sua estrutura original Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 5 ÍNDICE DE LIQUIDEZ (IL) Utilizado em Adensamento de solos GRAU DE CONTRAÇÃO (C) É a razão da diferença entre os volumes inicial (Vo) e final (Vf) após a secagem da amostra, para o volume inicial (Vo), expressa em porcentagem: 𝐶 = 𝑉𝑜 − 𝑉𝑓 𝑉𝑜 A compressibilidade de um solo cresce com o grau de contração, tem – se: GRÁFICO DE PLASTICIDADE Exercício 01 Uma amostra de 200,0 g de solos, passante na peneira de 0,42 mm (#40) foi preparada para os ensaios de limites de consistência. A planilha a seguir mostra os resultados obtidos: Limite de Liquidez (LL) Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 6 1° - Calcular o teor de umidade para cada cápsula 2° - Determinar o limite de liquidez (pelo gráfico teor de umidade x número de golpes) – valor para 25 golpes 3° - Determinar limite de plasticidade: média dos teores de umidade de cada rolinho 4° - Determinar o limite de contração para: 5° - Determinar índice de plasticidade: IP = LL – LP VÍDEOS https://www.youtube.com/watch?v=6rIJbLiZjPs&f eature=related https://www.youtube.com/watch?v=forw8ZAdfKs &feature=related https://www.youtube.com/watch?v=9feBclJ088M Granulometria Medida dos tamanhos das partículas Fase sólida do solo possui partículas de: Diferentes tamanhos Diferentes proporções Distribuição granulométrica objetiva determinar: Tamanho das partículas Porcentagem de ocorrência das partículas Diâmetro equivalente: pois argilas não são esferas perfeitas Para os materiais granulares ou fração grossa do solo: Diâmetro equivalente será igual ao diâmetro da menor esfera que circunscreve a partícula Para a fração fina do solo: https://www.youtube.com/watch?v=6rIJbLiZjPs&feature=related https://www.youtube.com/watch?v=6rIJbLiZjPs&feature=related https://www.youtube.com/watch?v=forw8ZAdfKs&feature=related https://www.youtube.com/watch?v=forw8ZAdfKs&feature=related https://www.youtube.com/watch?v=9feBclJ088M Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 7 Diâmetroequivalente é calculado através da lei de Stokes Solos granulares: pedregulhos e areia A distribuição granulométrica dos materiais granulares, areias e pedregulhos, será obtida através do processo de peneiramento de uma amostra seca em estufa Solos finos: siltes e argilas Para os materiais finos (siltes e argilas) se utiliza à sedimentação dos sólidos no meio líquido Classificação dos solos CRITÉRIOS GRANULOMÉTRICOS Bloco de rocha: fragmentos de rocha transportados ou não, com diâmetro superior a 1,0 m Matacão: fragmento de rocha transportado ou não, comumente arredondado por intemperismo ou abrasão, com uma dimensão compreendida entre 200 mm e 1,0 m Pedregulho: solos formados por minerais ou partículas de rocha, com diâmetro compreendido entre 2,0 e 60,0 mm Quando arredondados ou semiarredondados, são denominados cascalhos ou seixos Pedregulho fino: 2 a 6 mm Pedregulho médio: 6 a 20 mm Pedregulho grosso: 20 a 60 mm Areia: solo não coesivo e não plástico formado por minerais ou partículas de rochas com diâmetros compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm Areia fina: 0,06 a 0,2 mm Areia média: 0,2 a 0,6 mm Areia grossa: 0,6 a 2,0 mm Silte: solo que apresenta baixa ou nenhuma plasticidade, baixa resistência quando seco ao ar Suas propriedades dominantes são devidas à parte constituída pela fração silte Silte: 0,002 e 0,06 mm Argila: solo caracterizado pela sua plasticidade, textura e consistência em seu estado e umidade naturais Argila: < 0,002 mm SEGUNDO NBR 7181/2016 Pedregulhos: D > 2,0 mm D > 4,8 mm para ABGE Pedregulhos, pedra, matacões Areias grossas: 0,6 mm < D 2,0 mm (peneira # 10) Areia média: 0,2 mm < D 0,6 mm Areia fina: 0,06 mm < D 0,2 mm Siltes: 0,002 mm D 0,06 mm Argilas: D < 0,002 mm CRITÉRIOS GRANULOMÉTRICOS Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 8 Análise granulométrica O ensaio está normatizado pela ABNT/NBR 7181/82 Materiais granulares (areias e pedregulhos): a distribuição granulométrica será obtida pelo processo de peneiramento de uma amostra de solo Materiais finos (siltes e argilas): utiliza o processo de sedimentação Para solos, que tem partículas tanto na fração grossa quanto na fração fina se torna necessário à análise granulométrica conjunta GRANULOMETRIA CONJUNTA Peneiramento grosso: D > 2,0 mm Peneiramento fino: D 2,0 mm Sedimentação: D < 0,075 mm (#200) Passa um pouco de areia fina corrigir no gráfico PENEIRAMENTO Série de peneiras de abertura de malhas conhecidas (ABNT/NBR 5734/80) Para o ensaio foram realizadas duas determinações Massa total de sólidos Massa 1 (Ms1°) = 1023,10 g Massa 2 (Ms2°) = 1080,00 g Como o peneiramento obtêm – se: Massa retida (Msi) = massa de sólidos retida em cada peneira % retida (Pri = Msi/Ms) = porcentagem retida em cada peneira em relação à massa seca % retida média: média de porcentagens retidas das duas determinações 𝑃𝑟𝑚 = 𝑃𝑟𝑖 1𝑎. +𝑃𝑟𝑖 2𝑎. 2 Ms retido acumulado: porcentagem acumulada retida Σ 𝑃𝑟𝑖 Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 9 SEDIMENTAÇÃO Para os solos finos, siltes e argilas, com partículas menores que 0,075 mm (#200), o cálculo dos diâmetros equivalentes será feito a partir dos resultados obtidos durante a sedimentação de certa quantidade de sólidos em um meio líquido A base teórica para o cálculo do diâmetro equivalente vem da lei de Stokes: A velocidade de queda de uma partícula esférica, de peso específico conhecido, em um meio líquido rapidamente atinge um valor constante que é proporcional ao quadrado do diâmetro da partícula z = f(γ) z = altura de queda livre do grão, logo tenho velocidade Stokes: D = f(v queda) 𝑣 = 𝜌𝑠 − 𝜌𝑤 1800 . 𝜇 . 𝐷² Onde: v = velocidade de queda 𝜌𝑠 = massa específica dos sólidos (grãos) [g/cm³] 𝜌𝑤 = massa específica da água [g/cm³] = viscosidade da água [g . s/cm²] 𝐷 = diâmetro equivalente [mm] Defloculante (hexametafosfato de sódio): Para verificar a argila: a argila agregada se comporta como silte em campo Sem defloculante: Comparação (muda curva granulométrica) Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 10 Sedimentação NBR 7181:2016 A variação da altura de queda das partículas em função da leitura do densímetro: Para cada densímetro, construir as curvas de variação da altura de queda das partículas, a e al, em função da leitura do densímetro Para tanto, determinar a distância, a, de cada traço principal da graduação ao centro de volume do densímetro, e para isso medir a distância de cada traço principal da graduação do densímetro à base da haste e somar a essa distância metade da altura do bulbo (medida da base da haste à extremidade do bulbo) Com os valores obtidos, construir uma curva correlacionando as alturas de queda, a, e as leituras do densímetro, conforme exemplificado na figura A.2 (essa curva é válida para as leituras efetuadas nos dois primeiros minutos de ensaio, quando o densímetro permanece mergulhado na dispersão) Para as leituras subsequentes, construir uma curva correlacionando as alturas de queda corrigidas, al, e as leituras do densímetro, conforme exemplificado na Figura A.2 𝑎′ = 𝑎 − 𝑉𝑎 2𝐴 Va: volume da parte imersa do densímetro, obtido pesando – se o densímetro ou imergindo – o em água em uma proveta graduada A: área da seção interna da proveta, obtida dividindo – se o volume de 1000 cm³ pela distância medida entre o fundo da proveta e o traço correspondente a esse volume DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA Em função da distribuição granulométrica os solos podem ser: Mal graduados: solos que tem seus grãos variando, preponderantemente, dentro de pequenos intervalos Bem graduados: solos que tem várias frações de diâmetro diferentes misturadas D 10 = D efetivo = De Quantidade de finos/argilas Porcentagem sempre em relação à massa seca do solo Para fazer ensaio: Ms = 50 a 100 g Coeficiente de não uniformidade 𝐶𝑁𝑈 = 𝐷60 𝐷10 CNU < 5 muito uniforme 5 < CNU < 15 uniformidade média CNU > 15 não uniforme Mal graduada: mais permeável Bem graduada: mais compactável Coeficiente de curvatura 𝐶𝑐 = 𝐷30² 𝐷60 . 𝐷10 Cc < 1,0 solo mal graduado (descontinuidade) 1,0 Cc 3,0 solo bem graduado (curva suave) Cc > 3,0 solo mal graduado (uniforme na parte central) Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 11 PENEIRAMENTO DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA COMPACIDADE Estrutura das areias: Fofa: e máximo Compacta: e mínimo 𝛾𝑑 = 𝛾𝑠 1 + 𝑒 Compacidade (densidade) das areias Campo indeformada (e campo) Grau de compacidade: Os solos não coesivos são as areias e pedregulhos, e quantitativamente a compacidade ou densidade relativa é determinada pelo grau de compacidade através da expressão: 𝐺𝐶 = 𝑒 max − 𝑒 𝑛𝑎𝑡 𝑒 max − 𝑒 𝑚𝑖𝑛 Determina – se o índice de vazios máximo acomodando o material seco em um recipiente de volume (V) conhecido (ABNT/NBR 12004/90) Obtém – se o índice de vazios mínimo, submetendo o material a vibração ou compactação dentro de um recipiente de volume (V) conhecido (ABNT/NBR 12051/91) Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 12 V = volume do recipiente de ensaio Psc = peso do solo compactado γs = peso específico sólidos (grãos) COMPACIDADE RELATIVA CR: compacidade relativa Areiafofa: abaixo de 0,33 Areia média: entre 0,33 e 0,66 Areia compactada: maior que 0,66 Depende dos grãos, como: Forma Tamanho Rugosidade PROPRIEDADES QUE AUXILIAM A IDENTIFICAÇÃO DO SOLO Forma dos grãos: Quanto à forma, as partículas dos materiais granulares, pedregulhos e areias, se aproximam de uma esfera A caracterização do seu tamanho através de uma medida de seu diâmetro Forma de sua superfície: angular, subangular, subarredondado, arredondado e bem arredondado A forma mais comum, das partículas dos argilo – minerais formadores dos solos argilosos é a laminar onde predominam duas dimensões, largura e comprimento sobre a espessura
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