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Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 1 Estatística Aplicada A Hidrologia CONSIDERAÇÕES GERAIS As séries de variáveis hidrológicas como precipitações e vazões apresentam variações sazonais ao longo do tempo (variações regulares) Essas variáveis estarão sempre associadas a uma probabilidade de ocorrência Em consequência disso, as obras hidráulicas devem ser dimensionadas para um determinado “risco” de falha Ao observarmos longas séries notaremos valores máximos e mínimos Entretanto, não conseguimos saber a evolução da precipitação em determinada bacia, isso representa uma dificuldade básica no planejamento das atividades humanas OBJETIVO DA ESTATÍSTICA Encontrar informações significativas em uma dada massa de dados, e principalmente estimar a ocorrência de um fenômeno extremo Uso da teoria de probabilidades (ESTATÍSTICA) Necessário que se tenha: Amostra: conjunto de dados reunidos que representam uma população CONCEITO DE PERÍODO DE RETORNO Período de Retorno, conhecido também como Tempo de Recorrência É definido como o intervalo médio de tempo em que um dado evento é igualado ou ultrapassado Numericamente é igual ao inverso da probabilidade Quando a ocorrência de um determinado evento está associada a um período de retorno igual a 50 anos: tal evento deve ocorrer ou ser superado num tempo médio de 50 anos Fica intrínseco que sua probabilidade de ocorrência é igual a 2% (em um ano QUALQUER) É um conceito probabilístico (não significa periodicidade!!!) CONCEITO DE RISCO ASSOCIADO A UM PERÍODO DE RETORNO Período de retorno igual ao inverso da probabilidade de ocorrência Probabilidade de não-ocorrência num ano Probabilidade de não-ocorrência em um período “n” (“n” anos) Risco de ocorrência (uma ou mais vezes) de um determinado evento em um determinado período “n” chamado de horizonte de planejamento Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 2 PERÍODO DE RETORNO EM FUNÇÃO DO RISCO VIDA ESPERADA DA OBRA EM FUNÇÃO DO RISCO E DO TEMPO DE RETORNO (TR) A probabilidade de um evento (chuva) ocorrer em média é de 1 vez em 5 anos assim tem – se: P: probabilidade de ocorrência do evento (chuva) q: probabilidade de não ocorrência do evento (chuva) P + q = 1 P = 1 /5 = 0,2 q = 1 – 0,2 = 0,8 q (probabilidade de não ocorrência) = 0,8 Qual a probabilidade de que o evento ocorra pelo menos uma vez em 3 anos? P = 1 - 𝑞𝑛 P = 1 - 0,83 P = 0,488 ESCOLHA DO PERÍODO DE RETORNO É um dos problemas mais comuns (e importantes) em hidrologia, uma vez que envolve diretamente as dimensões da obra (e portanto, seu custo) e o risco que esta obra tem de falhar durante sua vida útil CURVA DE PERMANÊNCIA Curva de permanência de vazão também é conhecida como curva de duração É um traçado gráfico que informa com que frequência a vazão de cada magnitude é igualada ou excedida durante o período de registro das vazões O traçado da curva é feito, normalmente, com a vazão lançada em ordenada, contra a porcentagem do tempo em que essa vazão é igualada ou excedida em abscissa Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 3 Para preparar uma curva de permanência de vazões: 1 – A faixa total das vazões utilizadas na análise é dividida em classes 2 – O registro completo de dados é, em seguida, “esquadrinhado”, contando – se o número de observações dentro de cada classe 3 – O número de observações em cada classe é acumulado, a partir do intervalo que contém a vazão máxima (a classificação é decrescente) 4 – A contagem das observações acumuladas é, então, transformada em porcentagem 5 – Lançam – se em um gráfico os valores das vazões (limite inferior de cada classe), em ordenada, versus as contagens percentuais acumuladas correspondentes, em abscissa, e traça – se uma linha suave através dos pontos plotados A (Amplitude) = maior número – menor número n = número total de dados N = intervalos 𝑁 = √𝑛 K = amplitude dos intervalos 𝐾 = 𝐴 / 𝑁 MÉDIA DE AMOSTRAS Mede a tendência central de uma distribuição DESVIO PADRÃO Mede o grau de dispersão em relação à média RELACIONAMENTO ENTRE DUAS VARIÁVEIS Quando o relacionamento entre duas variáveis quantitativas for do tipo linear, ele pode ser medido através do: coeficiente de correlação Para determinar o coeficiente de correlação (grau de relacionamento linear entre duas variáveis) vamos determinar inicialmente a variação conjunta entre elas, isto é, a covariância Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 4 Covariância: Utilizada para medir o grau e o sinal do relacionamento entre as duas variáveis Difícil de interpretar por variar de – infinito a + infinito Vamos utilizar o coeficiente de correlação linear de Pearson Se r = - 1 (relacionamento linear negativo perfeito): os pontos estão todos alinhados e quando X aumenta Y decresce e vice – versa Se r = + 1 (relacionamento linear positivo perfeito): os pontos estão todos alinhados e quando X aumenta Y também aumenta Se r = 0 (ausência de relacionamento linear): os pontos não mostram “alinhamento” DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADES Apresentam – se aqui, as distribuições de probabilidades mais utilizadas em Hidrologia: Distribuição Normal: é mais empregada para o cálculo de vazões e precipitações médias mensais e precipitação total anual Distribuição de Gumbel: utilizada também para o cálculo de vazões e chuvas máximas DISTRIBUIÇÃO NORMAL A distribuição Normal ou Curva de Gauss é uma das mais utilizadas pelos estatísticos, principalmente pela facilidade de seu emprego A função Densidade de Probabilidade (FDP) teórica é dada por: DISTRIBUIÇÃO DE GUMBEL Outra distribuição utilizada com bons resultados para análise de máximos é a chamada Distribuição de Gumbel, expressa pela seguinte fórmula: Uma medida quantitativa do grau de associação linear entre Y e X Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 5 Onde: P – probabilidade de um valor extremo X ser maior ou igual a um dado valor x T – período de retorno Y – variável reduzida Gumbel Como y depende de período de retorno T, pode – se escrever: A relação entre yt e Qt é dado por: Onde: Xt – vazão (ou chuva) para um determinado período de retorno T X média - média da amostra Sx – desvio padrão da amostra Yt – variável reduzida Gumbel para período de retorno T