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Papel do Cidadão
Ana Lúcia Henrique Teixeira Gomes
Papel do Cidadão
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO, 3
MÓDULO 2 - CONCEITOS IMPORTANTES SOBRE NOSSO PAÍS, 4
Introdução, 4
República e Federação, 4
Estado democrático de direito, 4
Tipos de democracia, 5
MÓDULO 3 - PODER E PODERES, 5
Introdução, 5
Poder e poderes, 5
Separação dos poderes, 6
Funções típicas de cada poder, 6
Executivo, 6
Legislativo, 6
Judiciário, 7
Freios e contrapesos, 7
MÓDULO 4 – A NECESSIDADE DAS LEIS, 7
Introdução, 7
O homem é um animal social, 7
O objetivo das normas, 8
MÓDULO 5 - PODER LEGISLATIVO, 8
Introdução, 8
Organização, 9
Organização: um poder, duas casas, 9
Organização: Câmara dos Deputados, 9
Organização: Senado Federal, 10
Nossa escolha, 11
Atribuições, 11
MÓDULO 6 – A CÂMARA DOS DEPUTADOS,14
Introdução, 14
Órgãos da Câmara dos Deputados, 14
Formação das leis na Câmara dos Deputados, 15
MÓDULO 7 – VOCÊ E O PODER LEGISLATIVO, 16
Introdução, 16
Eleger seus representantes, 16
Responder a uma consulta direta, 17
Iniciativa popular e propostas aos representantes, 17
Participar de Fóruns Oficiais das Casas Legislativas, 17
Acompanhar o trabalho legislativo, 18
Participar efetivamente do Poder Legislativo, 18
SU
M
Á
RI
O
Papel do Cidadão
3
MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO
Estar lendo este texto já demonstra que você possui uma das características de quem exerce uma 
cidadania ativa:
a iniciativa!
Nas próximas páginas, vamos tratar de cidadania, dos seus direitos e responsabilidades como cidadão. 
A cidadania é algo tão importante que aparece logo no primeiro artigo da Constituição Federal.
//SAIBA MAIS
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Mas o que é cidadania?
Vamos conferir?
 MÓDULO 2 - O QUE É CIDADANIA?
Muita gente fala de cidadania. E a nossa Constituição diz que ela é um dos “fundamentos” do nosso 
“Estado democrático de direitos”. Mas você já parou pra pensar o que quer dizer cidadania?
Se procurar no dicionário Aurélio, você vai saber que cidadania é:
• Indivíduo no gozo de direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres 
para com este.
• Habitante da cidade.
• Popular: indivíduo, homem, sujeito.
Vamos agora entender um pouquinho melhor essas definições lá na origem da palavra.pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. 
Papel do Cidadão
4
Muita gente estuda o tema cidadania há muito, muito tempo mesmo! Na verdade, desde a chamada 
“Antiguidade Clássica”, no tempo dos gregos e romanos.
Você acha que a palavra “cidadania” se parece com outra? Pois 
é! Cidadania tem a ver com cidade! Em latim, língua do povo da 
Roma Antiga, cidade é civitas. A palavra “cidadania”, então, vem 
do latim civitas, que quer dizer cidade!
Naquela época, o conceito de cidade e de estado quase que se 
confundiam. Vale observar que, nesse caso, estado significa país 
ou nação.
Cidadão era aquele que morava nas cidades, o que significava 
dizer que era membro de um estado. Assim, lá na origem, ser 
cidadão tem a ver com ser membro de um grupo organizado, 
com direitos e deveres e, portanto, em pleno exercício de sua 
cidadania. 
Você viu que cidade vem de civitas e que tem 
relação com a ideia de um estado organizado. Os 
membros da república eram chamados de cives.
As palavras têm tudo a ver. Cives lembra civismo, 
que hoje define o cuidado e a devoção ao interesse 
público, ou seja, o interesse da res pública (coisa 
pública).
Além disso, cívico, outra palavra muito usada 
hoje em dia, é tudo o que é relativo ao cidadão 
membro do Estado. Logo, o cidadão tem de ser 
cívico, cuidar do interesse público, por definição.
Mas o que é interesse público? Interesse público é 
o interesse de todos. No caso, de todos os membros de uma sociedade organizada, de um estado, de 
uma cidade, interesse de todos os cidadãos.
É cuidar das ruas, das escolas, do meio ambiente, do planeta, de tudo aquilo que é de todos.
O interesse público é diferente do interesse particular ou privado, que é só meu. O interesse público é 
meu também.
A minha liberdade termina onde a do outro começa. Você já deve ter ouvido isso.
Papel do Cidadão
5
//EXEMPLO
Na frente da minha casa, tem uma calçada. Cabe a mim, dono da casa, cuidar da calçada que dá acesso ao meu 
terreno. Ela tem de estar arrumada, desimpedida, limpa e sem buracos. A calçada é minha, mas não é só minha. 
Ela faz parte da via pública, porque serve de acesso não só a minha casa, mas a casa de todos os outros mora-
dores da minha rua. Por isso, o governo (que administra o interesse público, ou seja, de todos) estabelece regras 
para a conservação da calçada e para o seu uso pelo morador. Elas estão escritas em leis, que são publicadas para 
o conhecimento de todos. Eu não posso cercar minha calçada, construir um “puxadinho”, fazer dela estacionamen-
to, ou deixá-la esburacada. Devo, portanto, conservá-la para que TODOS possam usá-la também.
Afinal de contas, você habita uma cidade de um país e de um planeta que é público, que é de todos! E 
é por isso que as decisões e a normas que regulam o interesse público têm de ser decididas por todos 
diretamente ou por meio de representantes, aqueles que a gente chama de “políticos”.
Os romanos, no entanto, não foram os primeiros a pensar no assunto. Cives (de onde vem “civismo” 
e “cidade”) é uma tradução latina do grego pólites, os cidadãos da pólis, quer dizer, “os membros das 
antigas cidades-estado gregas”.
Só para não perder o hábito: pólites e pólis lembram o quê? Política!
Viu? Desde sua origem, cidadania está ligada com a política, que, por sua vez, tem a ver com o poder, 
com o conjunto de relações em que uns afetam a vida dos outros. Tem relação com a prática da pólis, 
da cidade e do estado: o que fazer ou deixar de fazer para pertencer a um grupo social organizado e 
para que ele funcione bem. Pela sua relação com o civismo e o interesse público, cidadania está ligada 
a civilidade, civilização, com educação, com respeito às normas sociais. Mais tarde, a partir da Revolução 
Francesa, o conceito de cidadania incorporou a ideia de ser igual ou irmão e de ser livre, ou seja, de 
escolher o que fazer, desde que de acordo com as leis.
Liberdade, Fraternidade e Igualdade.
Em todos os tempos, cidadania esteve relacionada a poder, seja dos “políticos”, seja dos cidadãos.
Ser cidadão é pertencer a uma comunidade e, por isso, ter direitos e deveres, como o de participar das 
ações e das decisões comuns a todos os membros dessa comunidade, seja ela o clube, a associação, 
o bairro, a cidade ou o país. A cidadania não é só a “qualidade ou o estado”, mas também o direito e o 
dever de ser cidadão. É “estar” e é “ser” cidadão!
Pelo que vimos, podemos concluir que não há cidadania sem AÇÃO!
Papel do Cidadão
6
//SAIBA MAIS
Na Idade Média, depois que o Império Romano caiu, o conceito de cidade ligou-se a urbano, também do latim “urbi”, e 
passou a ser o oposto de rural. Naquela época, rural significava morar num feudo, ter um senhor, não ser livre... Só os que 
ficavam fora do castelo e que habitavam os burgos (pequenas cidades) eram de alguma forma livres, porque podiam 
“vender” os seus produtos e o seu trabalho para quem quisessem. Mas, não eram iguais, porque não pertenciam à nobreza, 
que detinha os privilégios e o poder. Daí a ligação entre cidadania e os princípios da Revolução Francesa: igualdade, frater-
nidade e liberdade.
Dois desses princípios também estão presentes no Artigo 5º da nossa Constituição:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
MÓDULO 3 - SEUS DIREITOS, SUAS RESPONSABILIDADES
Para muita gente, ser cidadão é ser de um determinado país. Ser brasileiro, ser francês, ser argentino. É 
que as cidades da antiguidade tinham muito a ver com o que a gente chama hoje de país. Para outros, 
ser cidadão é ter certidão de nascimento, carteira de identidade, passaporte, título de eleitor.
Todos esses documentos asseguram “direitos”, e ser cidadão é ter direitos, mas também é ter deveres. 
Deveres de quem usufrui dos direitos de uma comunidade onde todos são iguais.
Se você é sócio de uma biblioteca, você tem os mesmos direitos de todos os sócios. Pode pesquisar e 
levar livros emprestados... Mas, para isso, também tem deveres: deve fazer o seu cadastro, devolver o 
livro no dia combinado, manter o livro em bom estado, tratar bem os funcionários, os outros usuários 
da biblioteca etc.
Hoje, o conceito de cidadania está muito ligado à noção de direitos. Pode-se, inclusive, dizer que a 
cidadania consiste no exercício pleno de três direitos:
• civis
• políticos
• sociais
Os direitos civis são nossos direitos fundamentais: direito à vida, à propriedade e à igualdade. Eles podem 
ser resumidos na palavra liberdade e estão no artigo 5º da nossa Constituição.
Os direitos políticos estão ligados à participação no governo. Basicamente é o direito de votar e de ser 
votado, de ter um parlamento livre. Eles estão nos artigos 14 e 15 da nossa Constituição.
Já os direitos sociais são os que diminuem as desigualdades: o direito à educação, ao trabalho, ao 
salário justo, à saúde e a aposentadoria, por exemplo. Fundamentam-se na ideia da justiça social. Eles 
encontram-se elencados em cinco artigos (do art. 6º ao art. 10) da nossa Constituição.
Papel do Cidadão
7
//SAIBA MAIS
Muitos desses direitos estão registrados em leis específicas. Conheça algumas dessas leis:
As crianças e adolescentes têm direito a escola pública e gratuita próxima de sua residência. Esse e outros 
direitos das crianças e adolescentes você encontra no ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
Se você compra um frango congelado em cuja embalagem há a informação de que há três quilos do pro-
dutos, mas em casa você o descongela e vê que de frango mesmo só tem dois quilos e meio, você tem a seu 
favor o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 1990). Ele diz que o fornecedor – o mercadinho 
nesse caso – tem quatro opções: cobrar o valor do peso certo do frango; devolver o dinheiro pago imedia-
tamente; dar meio quilo de frango para compensar; ou substituir o produto por outra de “mesma espécie, 
marca ou modelo” com o peso correto desta vez.
Pessoas idosas não pagam passagem nos ônibus urbanos em atendimento ao disposto no Estatuto do 
Idoso, bem como têm assistência preferencial em vários lugares e desconto em eventos culturais.
Você pode pensar: “Ei! Mas eu percebo que tem vários direitos sendo desrespeitados! Então não serve 
nada existirem essas leis todas?”
Bem, se você tem conhecimento dessas leis, fica mais fácil exigir seus direitos, não é mesmo? Quem não 
tem conhecimento pode ser enganado sem nem perceber.
Pode parecer simples: todos os cidadãos têm direitos e deveres que são públicos e escritos em uma lei 
para todos! Este é um princípio básico da democracia, outra invenção grega, o governo do demos (povo).
No entanto, nem sempre foi assim. A história mostra muitos momentos em que um pequeno grupo 
impôs suas ideias sobre a maioria.
Por isso, não podemos esquecer os nossos deveres. E a participação, que é um direito, também é um 
importante dever do cidadão.
Para termos e mantermos a nossa 
democracia, é preciso que você participe, 
expresse a sua opinião dentro das 
normas e formas disponíveis a todos os 
cidadãos.
Além da participação direta, pelas 
manifestações, pela apresentação de 
projetos de iniciativa popular, pelos 
plebiscitos e referendos, também 
podemos exercer a participação por 
meio de representantes eleitos pelo voto. 
É isso que a gente chama de governo 
representativo republicano, previsto na 
nossa Constituição: 
Papel do Cidadão
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“Todo poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição”.
O Brasil é uma República Federativa. República é coisa pública, lembra? Quer dizer que o Brasil é de 
todos! Mas, para que fosse melhor administrada essa grande república, com 8,51 milhões de quilômetros 
quadrados de área e mais de 190 milhões de habitantes, ela foi organizada em uma Federação formada 
por três entes: a União, os Estados e os Municípios.
//SAIBA MAIS
Plebiscito é a consulta realizada ao povo antes que determinada medida ou ação seja tomada pelo governo. Por meio 
desse instituto, o povo, diretamente, opina sobre determinada questão de relevância para a vida nacional.
Exemplo: Em 1985, os moradores de Santo Amaro, bairro da cidade de São Paulo (SP), foram às urnas em plebiscito e 
decidiram que a região não deveria voltar a ser município como havia sido de 1832 a 1935.
O referendo, por sua vez, é uma consulta realizada também ao povo, mas após uma decisão do governo, ou seja, 
o governo decide por uma determinada ação ou medida e depois submete tal decisão à população. Cabe ao povo 
aprovar, ou seja, referendar, ou rejeitar a decisão do governo.
Como exemplo, podemos citar a consulta sobre a proibição do comércio de armas de fogo e munição no Brasil 
ocorrida em outubro de 2005 em atendimento ao disposto na Lei nº 10.826/2003.
MÓDULO 4 - PARTICIPAÇÃO SOCIAL 
 
Você já deve ter ouvido que o ser humano é um animal social. Desde a época das cavernas, ele 
percebeu que sua vida seria mais fácil se estivesse junto com outros homens.Assim, ele estaria mais 
protegido frente a espécies mais fortes. É por isso que as pessoas sempre viveram em grupos, sejam 
famílias, tribos ou clãs.
Só que estar no grupo não é suficiente. É preciso ser um membro atuante. Fazer parte do grupo não é 
só colocar o nome na lista, é participar realmente, trabalhar para o bem de todos. É agir, dar opinião, 
construir.
A participação tem níveis:
1. Tudo começa com a associação, ou seja, colocar o nome na lista.
2. Depois você passa a ser membro e começa a conhecer o trabalho do grupo.
3. Em seguida, na fase da contribuição, você dá sugestões, ideias, ou seja, trabalha em prol daquele 
grupo.
4. A última fase é o engajamento. Engajar-se é realmente fazer parte, pensar-se parte do grupo. É o final 
do processo.
Papel do Cidadão
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Em outras palavras, por algum motivo, você se sentiu interessado em participar. Você teve a ideia. Em 
seguida você agiu, foi lá e inscreveu-se ou tornou-se membro de alguma outra maneira. Depois você 
assumiu uma atitude proativa. Você não é mais só parte, você é um participante ativo, efetivamente 
participa!
Participação é muito importante quando se faz parte de qualquer grupo, seja uma família, uma escola, 
uma religião, uma comunidade ou uma cidade.
Como indivíduo, você tem direitos e deveres. Deve participar para dar sua contribuição e fazer valer sua 
vontade. Junto com outras pessoas, você pode atuar de maneira mais eficaz para alcançar um objetivo 
comum.
Você já ouviu o ditado “A união faz a força”? Já parou para pensar nessa frase? Experimente o seguinte: 
pegue uma vareta de bambu, dessas que são usadas para fazer espetinho de churrasco e tente quebrá-
la. Fácil, não é?
Agora experimente tentar quebrar um molho com cinquenta espetinhos. Difícil? Com as mãos é 
praticamente impossível. Com a gente acontece a mesma coisa: a opinião, o desejo e os objetivos de um 
grupo de indivíduos se fortalecem quando juntos. Isso tem tudo a ver com participação social!
São exemplos de grupos de participação social: condomínios, organizações não governamentais (ONGs), 
associações de bairro. Esse conceito inclui atividades realizadas por um grupo, usualmente voluntário, 
que não influencia diretamente as ações públicas.
As associações servem a diversas finalidades.Há organizações de trabalhadores como os sindicatos, os conselhos, os órgãos de classe e as 
confederações. Exemplo: a Confederação Brasileira de Vôlei, a Confederação Nacional da Indústria e a 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Muitas dessas organizações e confederações cumprem um importante papel de intermediação entre 
trabalhadores e empresários e entre a sociedade e o governo. Dessa forma, elas participam politicamente.
Outras confederações são um tipo de associação que consolidam um grupo independente, como as 
confederações de esportes e as sindicais.
Há também associações que prestam serviços a seus associados, que exercem uma atividade econômica 
comum sem fins lucrativos.
Uma cooperativa é organizada de forma democrática, isto é, conta com a participação livre de todos, 
respeitando direitos e deveres de cada um de seus cooperados.
A principal vantagem que a cooperativa traz a seus membros é a organização do trabalho. Assim, 
indivíduos que, de forma isolada, teriam dificuldade de se manter no mercado de trabalho aumentam 
sua competitividade. Muitas cooperativas servem de instrumentos de cidadania, melhorando a renda e 
as condições de trabalho de seus associados a partir da união.
Há associações de parceria entre a sociedade e o poder público previstas em lei. Elas possibilitam a 
participação social na gestão da coisa pública.
A Constituição Federal de 1988 inovou ao criar uma série de espaços para a participação popular nas 
Papel do Cidadão
10
decisões políticas: os Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais. Eles atuam em áreas sociais como 
saúde, educação, assistência política. Exemplo: Conselhos Tutelares – órgãos municipais criados pelo 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
//SAIBA MAIS
Os Conselhos Tutelares são órgãos municipais destinados a zelar pelos direitos das crianças e adolescentes instituídos 
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 1990).
O Conselho Tutelar é composto por cinco membros eleitos pela comunidade. São eles que acompanham e decidem, 
em conjunto, as medidas de proteção em cada caso.
O Conselho tem autonomia funcional, não é subordinado a qualquer outro órgão do Estado. Assim, pode atuar na 
fiscalização de todos os entes de proteção à criança e ao adolescente: Estado, comunidade e família.
Para ser Conselheiro Tutelar, a pessoa precisa ter mais de 21 anos, reconhecida idoneidade moral e residir no 
município. Cada município tem autonomia para criar outras exigências para a candidatura a Conselheiro.
Procure a prefeitura do seu município e participe!
A gente ouve falar muito das ONGs. O que são ONGs? A palavra ONG é um acronismo, ou seja, é uma 
sigla formada pelas iniciais de Organizações Não Governamentais sem fins lucrativos, organizadas pelos 
cidadãos, de forma privada, mas que cuidam de assuntos de interesse público.
As ONGs exercem o papel de organizar as preferências dos cidadãos quanto às políticas públicas que 
efetivamente devem ser elaboradas, legisladas e colocadas em ação pelos nossos representantes. 
Elas também aproximam a sociedade de seus representantes, mas não são previstas em lei como os 
conselhos.
Além disso, também podem executar ações de interesse público como, por exemplo, divulgar e apoiar 
uma ideia ou causa, disseminar conhecimento sobre certo assunto, realizar ações educativas ou culturais, 
oferecer apoio a pessoas que sofrem de determinada doença etc.
O problema é que, historicamente, os índices de participação social no Brasil ficam abaixo de 10% - 
o que não é nada bom para a qualidade de uma democracia representativa e participativa ainda em 
consolidação.
VOCÊ PODE FAZER DIFERENTE! 
PARTICIPE!
Papel do Cidadão
11
MÓDULO 5 - PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
Você já deve ter ouvido que o ser humano é um animal social. Desde a época das cavernas, ele percebeu 
que sua vida seria mais fácil se estivesse junto com outros homens.
Assim, ele estaria mais protegido frente a espécies 
mais fortes. É por isso que as pessoas sempre 
viveram em grupos, sejam famílias, tribos ou clãs.
Só que estar no grupo não é suficiente. É preciso 
ser um membro atuante. Fazer parte do grupo não 
é só colocar o nome na lista, é participar realmente, 
trabalhar para o bem de todos. É agir, dar opinião, 
construir.
Participar politicamente é influenciar as decisões 
políticas e as políticas públicas do país, do 
estado e do município. Isso pode ser feito de 
várias maneiras conforme já explicitado: voto, 
participação nas eleições, candidatura a cargos 
eletivos, atividade partidária, engajamento em 
campanhas políticas, participação em comícios e 
manifestações e apresentação de requerimentos, 
petições e propostas com o objetivo de influenciar 
os legisladores.
A política está muito mais próxima de sua vida que você pensa. Quer ver um exemplo?
Quando você nota algum problema no seu bairro ou no seu município, o que você pode fazer para que 
ele seja resolvido? Você pode, individualmente, acionar a prefeitura. Mas ela ouvirá sua demanda muito 
mais facilmente se esta for endossada por uma associação de bairro, por exemplo.
Muitos cidadãos o estarão apoiando, e a união faz a força. Fica muito mais difícil dizer não a várias 
pessoas. Juntos, podemos fazer a diferença! E é por isso que participação social está tão relacionada 
com política.
Papel do Cidadão
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Uma grande corrente de cientistas políticos e sociólogos acredita que as organizações sociais – as 
organizações sem fim lucrativo, as associações de bairro e as redes voluntárias – têm um papel 
fundamental para o bom funcionamento de um regime democrático. Em primeiro lugar, porque elas 
promovem uma cultura democrática em que há união, debate e busca de consenso e conciliação. Em 
segundo lugar, porque facilitam o trabalho dos representantes.
Quando a sociedade se organiza, fica mais fácil saber quais as demandas mais urgentes, tanto em 
nível local quanto em nível federal. Fica mais fácil também acompanhar e cobrar as respostas do poder 
público a essas demandas. Em grupo, a opinião é mais forte e isso também é fundamental para um 
regime democrático.
MÓDULO 6 - PARTICIPAÇÃO NO LEGISLATIVO
 
 
O Brasil é uma democracia semidireta em que a 
maioria das decisões é tomada por representantes 
eleitos pelo povo.
Assim, temos que escolher bem quem vai tomar 
as decisões por nós. Mas cuidado! O voto é 
importantíssimo, porém não é a única forma de 
participar.
O cidadão tem diversas outras formas de acompanhar 
e influenciar a atuação dos representantes políticos.
Eleger nossos representantes é a primeira maneira 
que nos vem à mente quando pensamos em 
participação. Você, cidadão eleitor, tem uma 
importante missão a ser desempenhada, decisiva 
para o futuro da nação. Se pensar bem, sua escolha traz consequências para todos que o cercam: 
parentes, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, filhos, netos, bisnetos.Você tem o poder de escolher os 
representantes que irão governar o País, decidir sobre os gastos do Estado e fazer as leis que regulam 
a vida em sociedade.
//EXEMPLO
Um exemplo da importância dos movimentos sociais na política é a aprovação, em 2012, do Projeto Ficha Limpa, que 
restringe a participação de pessoas condenadas nas eleições. A proposta de iniciativa popular apresentada à Câmara 
dos Deputados contou com mais de 1,6 milhão de assinaturas.
A história da ação popular começou com a campanha “Combatendo a corrupção eleitoral” pela Comissão Brasileira 
Justiça e Paz (CBJP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em fevereiro de 1997. Dez anos mais tarde, o 
projeto ganhou força com a campanha do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), que mobilizou uma 
série de entidades da sociedade civil, contando ainda com forte campanha de mobilização nas redes sociais.
1 Módulo escrito por André Corrêa de Sá Carneiro.
Papel do Cidadão
13
Assim, lembre-se de que está em suas mãos o poder de decidir quem vai lhe representar, por isso votar 
com consciência e bem informado, pode evitar que mauspolíticos tomem as decisões pelo povo.
Responder a uma consulta direta é outra forma de participar.
O Poder Legislativo pode solicitar a 
realização de uma consulta direta para 
saber qual é a opinião do povo sobre 
determinada questão de relevância 
nacional. Na prática, é uma espécie de 
eleição em que os cidadãos “votam” na 
opção que reflete a sua opinião. Isso 
ocorre por meio de um plebiscito, quando 
a consulta é feita antes que determinada 
medida ou ação seja tomada pelo governo.
O referendo acontece quando o governo 
toma uma decisão e a submete à 
população, que pode referendar, ou seja, 
aprovar, ou rejeitar a medida.
A Constituição dá ao povo a possibilidade de apresentar ao Poder Legislativo, por meio de um abaixo-
assinado, um projeto de lei. Para isso, um número mínimo de eleitores precisa apoiar essa iniciativa. Dessa 
forma, se um grande número de eleitores entende que a criação de uma determinada lei é necessária 
e apresenta um projeto de lei por meio da iniciativa popular, o Legislativo tem o dever de apreciar essa 
matéria, que é resultado da vontade dos cidadãos.
Depois de eleito, tendo você votado em um deputado ou não, ele é seu representante. Se você ou uma 
associação da qual você participa tem ideia de algo que possa ser feito e que isso depende de legislação, 
vocês podem acionar seu representante. Ele é o representante legítimo para alterar ou propor uma nova 
lei. Por isso, você pode entrar em contato com ele ou com as pessoas que o assessoram por meio de 
telefone, correio eletrônico ou pessoalmente e, no caso dos Deputados federais, no gabinete em Brasília 
ou no escritório que cada deputado tem em seu Estado.
O cidadão pode recorrer ao Deputado, sozinho ou coletivamente, por meio de um sindicato, órgão 
de classe, ONG etc. Além disso, é importante lembrar que há deputados que se “especializam” em 
determinados temas e, assim, mesmo sem ser do seu 
Estado, será o mais indicado para tratar da questão.
Há fóruns oficiais para debater e propor sugestões 
para o aperfeiçoamento da legislação já existente ou 
para a elaboração de novas normas. Pelo site Câmara 
dos Deputados, qualquer cidadão pode se inscrever 
no E-democracia. Na Câmara e em outras casas 
legislativas, também existem Comissões de Legislação 
Participativa, que recebem sugestões de projetos de 
lei e de outras proposições de entidades da sociedade 
civil organizada (ONGs; Associação e Órgãos de 
Classe; Entidade da Sociedade Civil, exceto Partidos 
Políticos; Órgãos e Entidades de Administração Direta 
Papel do Cidadão
14
e Indireta com participação paritária da sociedade civil).
Assim, até mesmo uma associação de moradores do seu bairro pode apresentar uma sugestão que, 
posteriormente, pode virar uma lei. Temos, como exemplo, a primeira sugestão apresentada à Comissão 
de Legislação Participativa da Câmara pela Associação dos Juízes Federais do Brasil, que trata da 
informatização do processo judicial, que se transformou na Lei nº 11.419, de 2006.
Você pode acompanhar os trabalhos legislativos 
pelos endereços eletrônicos das casas legislativas 
e saber quais temas estão em discussão, quais 
decisões estão sendo tomadas.
Na Câmara dos Deputados, você pode, por 
exemplo, assistir a todas as reuniões, votações 
e audiências públicas ocorridas em plenário ou 
nas comissões. Os cidadãos podem fazer isso 
pessoalmente e também pela internet, rádios e 
TVs legislativas.
O cidadão pode recorrer ao Deputado, sozinho ou 
coletivamente, por meio de um sindicato, órgão 
de classe, ONG etc. Além disso, é importante 
lembrar que há deputados que se “especializam” 
em determinados temas e, assim, mesmo sem ser do seu Estado, será o mais indicado para tratar da 
questão.
Além disso, o site da Câmara dos Deputados permite que você se cadastre para receber um boletim 
sobre a atuação do deputado de seu interesse e é por isso que essa atuação é pública e está disponível 
ao cidadão.
Você se lembra de que uma das funções do Legislativo é fiscalizar? Essa tarefa é exercida com o auxílio de 
outros órgãos, como os Tribunais de Contas e 
por meio das CPIs – Comissões Parlamentares 
de Inquérito, por exemplo.
Por isso, se o cidadão identifica uma 
irregularidade, ele pode acionar a sua casa 
legislativa municipal, estadual ou federal e 
fazer uma denúncia. Esta pode ser, inclusive, a 
respeito da atuação dos próprios deputados. 
Fique de olho e aponte o que você vê de 
errado.
Ser um 
representante!
Há pessoas que acham que ser político é para 
os outros, mas por que não pensar em ser, você mesmo, um representante? Se você tem vontade de 
Papel do Cidadão
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fazer algo pela sua cidade, estado ou pelo Brasil como um todo, esse é um bom caminho!
Por meio da atuação legislativa, você poderá apontar e decidir sobre questões relevantes para a 
sociedade. O primeiro passo é buscar um partido com o qual você se identifique.
Disseminar seu conhecimento sobre 
o Poder Legislativo!
Você pode compartilhar o que conhece sobre a atuação do Legislativo e as formas de acompanhamento 
e participação. Cidadãos informados, críticos e participativos fortalecem a Democracia!
O Poder Legislativo tem um papel importante para a democracia, fiscalizando, elaborando as leis e 
sediando os debates de relevância para o Brasil.
Mas, além disso, a sua situação também é muito importante! Escolhendo bem e acompanhando a atuação 
dos representantes, você pode dar a sua contribuição para todos em sua volta e para as futuras gerações! 
 
MÓDULO 7 - FAZENDO A DIFERENÇA, DIMINUINDO DESIGUALDADES 
 
Vimos que o art. 5º da Constituição começa com “todos são iguais perante a lei”. Mas, o detalhe é que 
somos iguais e diferentes ao mesmo tempo.
Somos todos iguais porque somos seres humanos da mesma espécie. Ao mesmo tempo, também somos 
iguais no que diz respeito aos direitos e deveres dos cidadãos. Mas somos muito diferentes porque 
somos indivíduos com todo tipo de diferença: na aparência, nas condições de vida, nos pensamentos, na 
personalidade e, principalmente, nas necessidades.
E, para que todos cheguem a ter os mesmos direitos, é preciso que as diferenças individuais sejam 
preservadas e as suas escolhas garantidas.
No Brasil, há muitas diferenças em termos de credo, religião, cor, orientação sexual, costumes. E isso é 
bom, pois demonstra toda a diversidade que tanto nos orgulha.
Mas há tristes desigualdades também, como o fato de nem todos terem acesso à educação ainda hoje.
Você sabia que quase 1,5 milhões de jovens brasileiros ainda não sabem ler ou escrever um bilhete 
simples? O fato de você poder acompanhar este curso é um privilégio que, como todo direito, traz em si 
um dever: o de reproduzir este conhecimento, de agir na comunidade para decidir conscientemente por 
“Temos o direito de ser iguais quando a diferença 
nos inferioriza e temos o direito de ser diferentes 
quando a igualdade nos descaracteriza. Devemos 
lutar por uma democracia participativa.” 
Boaventura de Souza Santos (1999)
Papel do Cidadão
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muitos que não têm a mesma oportunidade.
A cidadania ativa pode diminuir nossas desigualdades. Participar não é só um direito, mas um dever de 
quem quer usufruir dos benefícios de uma democracia de qualidade. Mais que um dever, sua participação 
é uma responsabilidade social.
Mas o que é responsabilidade social?
É agir no meio ambiente de forma consciente a fim de que nossas ações nos beneficiem 
hoje e, ao mesmo tempo, não prejudiquem o mundo para as próximas gerações. 
O meio ambiente inclui não só o planeta, mas também as pessoas que nele vivem! 
 
A ação política também é uma 
responsabilidade social!
2SANTOS, Boaventura de Souza. A Construção Multicultural da Igualdade e da Diferença. OFICINA DO CES. Nº 135 - 1999: 
Publicação seriada do Centro de Estudos Sociais. Praça D. Dinis. Colégio São Jerónimo, Coimbra.
Conteúdo básico: Ana Lúcia Henrique Teixeira Gomes
Conteudista do módulo “Participação no Legislativo”: André Corrêa de Sá Carneiro
Planejamento Educacional: Thais da Costa PicchiAdequação de conteúdo: Lúcio José Carlos Batista - Seead
Revisão textual: Marcela Albuquerque - Seead
Imagens: Aldo Faiad - Setec 
Diagramação: Rafael Marques - Setec

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