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A MEDICINA DO FUTURO SERÁ CADA VEZ MAIS HUMANA A M E D I C I N A 2 Ao contrário do que se possa imaginar inicialmente, a chamada “Medicina do Futuro” será cada vez mais humana. As novas tecnologias surgem a cada ano e devem ser vistas como aliadas dos profissionais de saúde – e não como suas substitutas – à medida que são capazes de fornecer informações cada vez mais precisas, mas ainda não são capazes de associá-las dentro de um contexto histórico e social. A tecnologia é, portanto, uma ferramenta que promove o protagonismo dos humanos – tanto médicos como pacientes – e os torna conscientes sobre as suas escolhas e decisões, tanto sob a ótica da prevenção quanto sob a ótica do tratamento. 3 Neste sentido, além de acompanhar a evolução tecnológica, cabe aos profissionais de saúde desenvolverem também as chamadas soft skills, capacidades estas que de fato os diferenciam das máquinas. Cada vez mais, é fundamental que profissionais sejam capazes de entender a saúde como um cenário holístico e individual, que envolve não apenas as condições clínicas dos pacientes, mas também seu contexto histórico, social, econômico e inclusive emocional. A distância entre os seres humanos e as máquinas está na capacidade de interpretar contextos e tornar os ambientes de saúde únicos e funcionais para todos os tipos de pacientes. É preciso, para tanto, praticar também a “política do encantamento”, de forma a fazer com que cada paciente se sinta único e acolhido em um ambiente geralmente associado ao sentimento contrário. 4 Muitas fontes podem ser usadas como informação – e formação – para o desenvolvimento destas características humanas, mas você provavelmente nunca pensou que a Disney pudesse ser uma delas. Mas, acredite se quiser, o parque de diversões mais famoso do mundo é um exemplo de gestão e traz lições que podem – e devem – ser aplicadas nas instituições de saúde. Fred Lee, especialista e consultor em relações com pacientes e excelência em serviço foi vice-presidente de um grande centro médico e membro da equipe da Disney University. Sua empresa de consultoria em marketing e serviços para a área da saúde já atendeu mais de 100 hospitais. Para Lee, a gestão hospitalar atualmente, é o trabalho mais difícil de gestão do mundo. Também para ele, o segredo das empresas Disney é o atendimento atencioso e singular, o que gera lealdade e admiração. Por isso, ele uniu sua experiência nas duas áreas em uma obra que se tornou um best-seller mundial, que pode – e deve – interessar todos os profissionais de saúde. 5 Você deve estar se perguntando, afinal, quais foram as conclusões trazidas por ele, e de que forma você pode aplica- las na sua realidade como profissional. De uma forma geral, Lee defende que o trabalho em instituições de saúde só é bem executado a partir da comunicação e do acolhimento e a partir do entendimento da melhor linguagem a ser utilizada com cada paciente. Mas em sua obra ele vai além, e destaca “nove coisas (e meia)” que você mudaria, caso Disney administrasse seu hospital. Confira: Se Disney administrasse seu hospital, você iria... 1. Redefinir Sua Concorrência e Concentrar-se no que Não Pode ser medido 2. Tornar a Cortesia Mais Importante do que a Eficiência 3. Considerar a Satisfação do Paciente como Ouro de Tolo 4. Medir para Melhorar, Não para Impressionar 5. Descentralizar a Autoridade para Dizer Sim 6. Mudar o Conceito de Fornecer Serviços para Vivenciar uma Experiência 7. Explorar o Poder Motivacional da Imaginação 8. Criar um Clima de Insatisfação 9. Parar de Utilizar Recompensa Financeira para Motivar as Pessoas 10. Diminuir a Lacuna entre Saber e Fazer 6 Neste mesmo sentido, quando se discute a comunicação no campo da saúde, as trocas de informações são a base da interação entre os profissionais e pacientes que procuram algum tipo de atendimento. Sendo assim, é de fundamental importância que a comunicação clínica ocorra de forma adequada. Quando isso não acontece, pacientes e profissionais estão suscetíveis a uma série de consequências negativas de diversos níveis - desde um engano na data de uma consulta até uma cirurgia feita na pessoa errada. Sendo assim, é fundamental que profissionais de saúde e pacientes consigam cumprir duas funções comunicativas básicas. 7 A primeira delas é a troca de informações, em que ambos compreendem o que está sendo comunicado e possam se expressar para transmitir sua mensagem. A segunda é o estabelecimento de uma relação que seja saudável e terapêutica - idealmente, para ambos. A partir do conhecimento adquirido até aqui e complementado ao longo de todo o evento “Medicina do Futuro”, será que você exercita a comunicação clínica de forma eficaz? Confira abaixo algumas questões de múltipla escolha, retiradas de uma das grandes obras da medicina e escrito por Gustavo Gusso e Marcela Dohms, dois grandes autores que também compartilharam seu conhecimento ao vivo no evento que você assistiu. 8 As respostas e os comentários dos autores podem ser consultados no final desde e-book. Questões de múltipla escolha a) Interromper b) Chorar c) Perguntar d) Escutar 1. Em relação à fase inicial da consulta, um dos erros mais comuns cometidos pelos profissionais de saúde é: 8 9 a) Sumário b) Paráfrase c) Silêncio d) Pergunta aberta 2. A resposta empática durante a entrevista permite que o paciente se sinta ouvido. Qual das alternativas a seguir é uma resposta empática? 9 10 a) É a fase mais importante da consulta e o profissional deve possibilitar que apareçam novas queixa. b) É o momento de verificar o entendimento do paciente sobre o que foi abordado e acordar os próximos passos. c) É o momento em que predomina a fala do profissional de saúde orientando sobre o plano terapêutico. d) Deve-se evitar a sumarização nessa etapa da entrevista. 3. É pressuposto da fase de finalização da consulta: 10 11 a) Combinar dispositivos verbais e não-verbais b) Gravar a consulta c) Evitar questionamentos do paciente d) Fazer um resumo escrito da entrevista 4. Em relação à entrevista clínica, qual das alternativas a seguir não representa uma forma de otimizar a compreensão do paciente? 11 12 a) Melhores respostas terapêuticas b) Relação harmoniosa entre emissor e receptor c) Maior dificuldade para oferecer apoio d) Aumento da acurácia 5. O uso da comunicação, quaisquer que sejam seus tipos, gera consequências tanto para o emissor como para o receptor. No caso da comunicação efetiva, qual das afirmativas a seguir não diz respeito a uma consequência do seu uso? 12 13 a) Exame físico b) Exames laboratoriais c) Referenciamento do paciente a um cuidado especializado d) Entrevista clínica 6. Qual a maneira mais eficaz de estabelecer uma hipótese diagnóstica correta? 13 14 a) Seu ensino é dependente do ambiente acadêmico b) a experiência do profissional é suficiente para que ele tenha as competências necessárias c) O ensino é capaz de tornar as pessoas mais empáticas com questões de ordem psicossocial d) Ele é dependente do ensino biomédico 7. Com relação ao ensino da comunicação clínica, qual das afirmativas a seguir é verdadeira? 14 15 Na Medicina do Futuro, a velocidade das inovações tecnológicas cresce em velocidade exponencial, o que também se reflete na propagação das informações. A presença da inteligência artificial permite mais assertividade na interpretação de dados, porém não exclui o protagonismo humano no que diz respeito à capacidade crítica de ler contextos e tomar decisões. Além disso, estudos apontam que profissionais da medicina precisariam estudar mais de 160h por semana para conseguir acompanhar todas as novidades da área – o que é bastante inviávelno cenário atual de seu ritmo de trabalho. Portanto, é preciso que os médicos não só aprimorem seu conhecimento técnico e suas soft skills, como também otimizem seu tempo na busca de informações que sejam confiáveis e realmente relevantes para a sua prática profissional. CONCLUSÃO 16 A Artmed, o maior hub de educação em saúde do Brasil, pode ser uma aliada neste cenário, uma vez que exerce curadoria de conteúdo de alta qualidade e produz diferentes soluções de estudo para acompanhar os profissionais em todas as fases da sua carreira. Profissionais com currículos renomados – como o Dr. Pedro Schestatsky, neurologista com pós-doutorado em Harvard e mediador do evento “Medicina do Futuro” - e as principais sociedades científicas da área da saúde são os responsáveis por selecionar e chancelar os temas abordados nos conteúdos. Pensando em aprimorar ainda mais o seu aprendizado e em auxiliar você a se tornar um profissional mais preparado para a Medicina do Futuro, a equipe da Artmed preparou um combo de produtos com conteúdos complementares aos temas do evento. Você pode conferi-lo aqui https://secad.artmed.com.br/evento-online-medicina-do-futuro-oferta/?utm_source=rd-station&utm_medium=e-book&utm_campaign=medicina-do-futuro 17 Respostas e comentários: 1. Resposta: A Comentário: Aproximadamente 65% dos pacientes são interrompidos pelos médicos, em média, depois de 15 a 20 segundos de explicação do problema. Quando o paciente não é interrompido, em geral fala por cerca de 2 minutos, e isso aumenta a probabilidade de ele expor os seus medos e preocupações. 2. Resposta: C Comentário: A resposta empática permite que o paciente se sinta ouvido, compreendido, tranquilizado e não julgado. Ela pode ocorrer de forma não verbal, com silêncios, contato visual e sorrisos em momentos adequados; e de forma verbal, por meio da normalização e da reflexão da emoção, do apoio à pessoa e da formação de aliança. 18 3. Resposta: B Comentário: O momento de finalização da consulta deve ser sinalizado ao paciente. Essa etapa da consulta tem como principais funções estabelecer o entendimento do paciente sobre o que foi conversado durante a consulta e acordar os próximos passos a serem dados. O entendimento do que foi conversado durante todo o encontro deve ser verificado fazendo uso do resumo ou de uma sumarização. 4. Resposta: C Comentário: Os momentos em que o paciente questiona e repete sobre o que ouviu durante a consulta tornam a compreensão dele mais proveitosa, bem como fazer anotações, fazer um resumo da entrevista e utilizar dispositivos não verbais. 19 5. Resposta: C Comentário: A comunicação efetiva está diretamente relacionada a uma melhor relação interpessoal, além de promover o aprimoramento dos processos de acurácia, eficiência e apoio, e obter melhores respostas terapêuticas. 6. Resposta: D Comentário: Estudos mostram que a entrevista clínica pode ser responsável, isoladamente, pela elucidação de 56 a 82,5% dos diagnósticos, sendo superior às outras opções. 7. Resposta: C Comentário: Sabe-se que a abordagem da comunicação clínica durante o período acadêmico tem o poder de oferecer competências suficientes para reconhecer, no ato da comunicação, a realidade socioeconômica e cultural do indivíduo. Ademais, o ensino da comunicação não se relaciona com o modelo biomédico; qualquer indivíduo pode aprender sobre comunicação clínica, independentemente do ambiente, e é comprovado que a experiência não é suficiente para obter as competências necessárias à comunicação efetiva.
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