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ARTE NA IDADE MÉDIA Araçatuba 2015 INTRODUÇÃO Esse período, conhecido com Idade Média ou Idade das Trevas, iniciou-se em 476 e terminou em 1453. No contexto histórico que começou na Europa, o Império Romano do Ocidente sofreu uma invasão bárbara, no século V, e houve uma decadência da cultura. Seus princípios eram diferentes dos pregados na arte greco-romana e essa arte se baseou no decorativismo, sem nenhuma preocupação com as figuras humanas. Até o governo de Carlos Magno a cultura greco-romana quase desapareceu. A Igreja Católica influenciou bastante na arte medieval. Ensinamentos da Bíblia eram reproduzidos nas pinturas, nos vitrais das igrejas, em livros e esculturas. Eles eram criados para ensinar a população sobre religião, pois a maior parte das pessoas eram analfabetas, sendo a educação, um privilégio apenas da nobreza. Depois da morte de Carlos Magno, as atividades culturais deixaram de ser o centro do Império, sendo realizadas apenas nos monastérios. · Arte Paleocristã A arte paleocristã era baseada em Jesus Cristo, de forma a difundir os seus ensinamentos para os povos. Teria começado na Judeia, uma província de Roma, e logo em seguida se disseminou para todo o Império Romano. Surgiu após a morte de Jesus Cristo, onde seus discípulos começaram a espalhar os seus ensinamentos. Inicialmente, a mensagem foi espalhada apenas pela Judeia, província romana e depois se espalhou pelo Império Romano. Nesse período, houveram várias perseguições aos cristãos, que se iniciou no ano de 64, no governo do Imperador Nero e a mais violenta delas ocorreu entre 303 e 305 no governo de Diocleciano. Devido a essas perseguições, os primeiros cristãos faziam a arte nas catacumbas, nas paredes e tetos, nos sepulcros, onde eram colocados os mártires. Primeiro, as pinturas somente representavam a cruz (sacrifício de Jesus), a palma (martírio), a âncora (salvação) e o peixe (suas letras em grego são as iniciais do nome de Jesus) que eram os símbolos dos cristãos. Logo depois, começaram a surgir cenas do Antigo e Novo Testamento, sendo que, em destaque, os artistas retratavam Jesus Cristo. A arte não era feita por grandes artistas, mas por pessoas comuns, convertidas à religião. Com o final das perseguições em 313, o Imperador Constantino se converteu à religião e permitiu que ela fosse livre e professada. Assim em 391, no governo do Imperador Teodósio, o cristianismo foi oficializado como a religião do império. · Arte Bizantina A arte bizantina está baseada na reprodução das culturas greco-romana e oriental. Foi uma das mais expressivas no período governado pelo Imperador Justiniano. Influência da arte romana e da arte oriental. - Arquitetura religiosa (cúpula), pintura e mosaico de carácter bidimensional e simbólico (ícones). A temática da arte Bizantina, de uma forma geral, é religiosa: eventos bíblicos, a vida dos santos. Era função do artista representar as crenças teológicas. Devido à forte importância das imagens, que funcionavam como verdadeiras pontes de contato entre o homem e o divino (ícones), os artistas deveriam seguir fielmente as tradições. Qualquer inovação ou falha na representação de uma imagem com função tão importante poderia mesmo ser considerada como desrespeito à Igreja. Portanto, não era exigido do artista criatividade e originalidade. Um aspecto importante de toda essa observação da arte bizantina na preservação das tradições foi a consequente preservação também de traços da arte grega e romana, um dos últimos redutos de sobrevivência desses padrões na Idade Média. Por essas características, percebe-se que era mais apropriada a arte em grande escala, para melhor exaltar o poder que deveriam representar. Os mosaicos talvez sejam os mais famosos trabalhos em arte do Império. Entretanto, também havia a arte realizada em pequenos objetos, como trabalhos têxteis, jóias, trabalhos em metais e principalmente a iluminação de manuscritos. · Arte Românica A arte românica era um estilo artístico criado dentro de oficinas e surgiu nos séculos XI e XII, na Europa. Deixou vestígios de sua arte, principalmente, na arquitetura, que era uma das mais valorizadas no período, com a criação de grandiosas basílicas românicas que muitas vezes eram chamadas de fortaleza de Deus e castelos. Na arquitetura, os castelos seguiram um estilo voltado para o aspecto de defesa. As paredes eram grossas, quase sem reboco, e existiam poucas e pequenas janelas deixando seus interiores geralmente sombrios. Tanto as igrejas como os castelos passavam uma ideia de construções “pesadas”, voltadas para a defesa. Daí serem chamadas: fortalezas de Deus. As igrejas deveriam ser fortes e resistentes para barrarem a entrada das “forças do mal”, enquanto os castelos deveriam proteger as pessoas dos ataques inimigos durante as guerras. No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte românica cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos romanos. As características mais significativas da arquitetura românica são: - Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; - Pilares maciços que sustentavam as paredes espessas; - Aberturas raras e estreitas usadas como janelas; - Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e - Arcos que são formados por 180 graus. A pintura românica desenvolveu-se, sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida. Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pintura românica foram à deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. · Arte Gótica A arte gótica prevaleceu no século XVI quando os bárbaros invadiram o Império Romano. Era caracterizada pela criação das abóbadas de arcos cruzados, arcos quebrados, vitrais, dentre outros. Na pintura, o destaque maior eram a reprodução da realidade. Características gerais do estilo gótico: - Verticalismo. - Arco quebrado ou ogival. - Abóbada de arcos cruzados. - O vitral Ao contrário da igreja românica, solidamente plantada na terra, a catedral gótica é um movimento em direção ao céu. Tanto no exterior como no interior, todas as linhas da construção apontam para o alto. Essa atração para cima é acentuada pelo uso de arcos pontudos (arcos ogivais), substituindo os arcos plenos do estilo românico. As abóbadas tornam-se mais leves que as do românico. Além disso, parte do seu peso é distribuída externamente, por meio de arcobotantes, apoiados em contrafortes. Com esta solução de engenharia, foi possível reduzir a espessura das paredes e colunas, abrir numerosas janelas e elevar o teto a alturas impressionantes. As paredes são rasgadas por imensos painéis de vidro (vitrais), que inundam de luz o interior, aumentando a sensação de amplidão no espaço interno. As alturas vertiginosas ressaltam a ideia da pequenez do homem, diante da grandeza de Deus. Na pintura, a finalidade primordial da pintura gótica era ensinar a criação divina e, num sentido mais didático, narrar as Escrituras para o maior número de pessoas, quase sempre analfabetas. Os temas eram religiosos, tirados da tradição bizantina. Além das histórias da Bíblia, representava-se também a vida dos santos e a iconografia de Cristo, particularmente a crucificação, capítulo central da teologia da Idade Média. Embora as pinturas fossem frequentemente substituídas pelos vitrais, são comuns as pinturas em painéis de madeira e sobre relevos. As figuras adquirem mais naturalidade, e o colorido é mais vivo. “Qual homem que enxerga maravilhas em sonhos e uma vez acordado retém na memória apenas a impressão de haverdivisado maravilhas, sem que o todo dela lhe retorne à mente? – assim comigo ocorreu. ” (ALIGHIERI, 2004, p.335) 5
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